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domingo, novembro 30, 2008

bela moura

desta torre se lançou salúquia
a moura presa de amores
a perdição no além tejo



Brasão de Moura, Fonte Monumental, Moura - Portugal

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moura salúquia

lendas das terras visitadas
De medos e fantasias, de desejos e imaginação, criaram-se em tempos imemoriais estórias que a razão desconhece. No aconchego da lareira ou na árdua labuta diária, quantas vezes de sol a sol, foram percorrendo os saberes de gerações. O viajante andarilho recolhe e partilha as “lendas das terras visitadas” ouvidas às suas gentes.



Contam os mais velhos, como se de verdade se tratasse, com aquele brilho nos olhos que somente os alentejanos sabem mostrar quando se põem à conversa, que há muitos anos idos, há muitos séculos atrás, quando os mouros por aqui ainda viviam, estava a cidade à guarda de uma bela mulher de nome Salúquia, princesa das terras de Al-Manijah.

Apaixonada por Bráfama, alcaide mouro da vizinha povoação de Aroche, logo trataram de aprazar o matrimónio que decorreria na tradição da moirama e em terras da princesa Salúquia. Coincidiu a ida da comitiva do alcaide mouro para terras de Al-Manijah com o surto de conquista de D. Afonso Henriques em terras do interior do além Tejo, a cargo dos irmãos Álvaro e Pedro Rodrigues.

Da forte peleja entre mouros e cristãos resultou a morte de Bráfama, surpreendido pelas tropas de D. Afonso, o Primeiro. Os vencedores disfarçaram-se com as vestes dos mouros e assim aproximaram-se do castelo, a quem de pronto foram franqueadas as entradas na suposição de que se tratava da comitiva de Bráfama.

Uma vez dentro das muralhas os cristãos lançaram-se sobre os defensores da cidade que facilmente foram derrotados perante tamanha surpresa. Perante o logro em que caiu a princesa Salúquia e ao aperceber-se que o seu amado havia sido morto, lançou-se da torre mais alta do castelo encontrando assim a morte.

Comovidos pela história de profundo amor que terminou em tragédia os cavaleiros portugueses passaram a chamar a Al-Manijah, a terra da moura Salúquia. O efeito do tempo que passa que tudo transforma, perdendo-se muitas memórias, transformou a designação em Terra da Moura e, mais tarde, simplesmente em Moura.

Nas armas da cidade continua a figurar uma moura morta, morta de amor por certo, com a torre do castelo a servir-lhe de fundo, o fundo da estória, da lenda da Moura Salúquia.


[visitámos Moura no dia 27 de Novembro de 2008, dia de Lua Nova]


Para saber mais:
Wikipedia
Portal de Moura
e-libro.net, “A Moura”, de José Penedo de Moura

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sábado, novembro 29, 2008

argola em fundo de granito

cada casa da aldeia
tem uma argola na parede
diferentes não no uso de prender as alimárias



Argola de prender os animais, Alqueva, Portel - Portugal

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na senda do “tempo de pedra” 12

na senda do “Tempo de Pedra”
O adro da igreja é o centro do universo nas pequenas aldeias. Lugar de conversa, de passar notícias e de aumentar um ponto a um conto, é sítio de mercar a jorna e de adquirir alguns pertences. É no adro da igreja que o tempo passa. Para contar o tempo que passa e para marcar o ritmo da vida existe o relógio de sol à vista de todo o Povo.



na Igreja de Nª Sª da Conceição (antiga Ermida de S. Sebastião das Areias), Conceição - Peniche

O início da construção desta igreja data do ano de 1680 no local da antiga Ermida de S. Sebastião. Tem um magnífico tecto de madeira pintada donde sobressai a imagem de Nª Sª da Conceição. Da estatuária religiosa salienta-se a imagem de Santo António, votivo dos pescadores na altura do casamento. Esta imagem tem ao colo um “Menino Jesus” muito antigo e valioso que por diversas ocasiões foi furtado, tendo sempre sido reposto no respectivo lugar alguns dias depois, sem que pudéssemos recolher a razão do acontecido.



Tem um relógio de sol na fachada principal da Igreja, propositadamente destacado o seu lado esquerdo da parede, por forma a ficar correctamente dirigido a sul.



É um relógio de sol do tipo vertical meridional (face voltada a sul), construído em pedra, sendo o gnómon do mesmo material. As marcações horárias são em numeração romana e esta datado de 1883, esta data gravada em numeração árabe.




Para saber mais:
As Sombras do Tempo
Wikipédia
Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa
Relógios de Sol, de Nuno Crato, Suzana Metello de Nápoles e Fernando Correia de Oliveira – edição CTTCorreios


“Tempo de Pedra” anteriores:
na Igreja de S. João Degolado, Terrugem, Sintra
na Igreja de S. João Baptista, S. João das Lampas, Sintra
na Capela de Santo António, Carvoeira, Mafra
na Ermida de Nª Sª do Ó, Carvoeira, Mafra
na Igreja de Santo Isidoro, Santo Isidoro, Mafra
na Casa de Sanzim, Sto. Amaro, Guimarães
no Posto de Turismo, Tomar
na Igreja de S. João Baptista, Tomar
na Igreja de Nª Sª do Bom Sucesso, Cacilhas, Almada
na antiga Casa de José Dias, Olho Marinho, Óbidos
na Quinta das Torres, Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal

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sexta-feira, novembro 28, 2008

batente de folhas de loureiro

os temas vegetais são vulgares
aqui são folhas de louro coroadas
o simbolismo pagão e religioso



Batente, Alqueva, Portel - Portugal

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que horas são?

José Saramago na contracapa do seu mais recente romance A Viagem do Elefante transcreve um interessante pensamento de O Livro dos Itinerários:

Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam

Nada mais adequado...

Muito recentemente, fruto das atribulações de um viajante que percorre caminhos na procura de mais saber, no conhecimento de gentes e sítios, chegámos inesperadamente à cidade de Serpa, no Baixo Alentejo, cidade de gente hospitaleira, para uns terra da bela princesa Serpínia, para outros da “alada serpente” símbolo de pagã beleza. Chegámos tarde com o sol de Outono já poente, embora seja sítio de merecer visita tranquila e com tempo pelo muito que tem para nos ensinar.

No nosso subconsciente bailava a visita necessária ao Museu do Relógio, nós que tanto gostamos de poetar o “tempo que passa”, museu nascido do sonho, da vontade e do querer de um homem, António Tavares d’Almeida. Contudo, a hora tardia da chegada tornava difícil realizar esse nosso desejo.

Resolvemos aproveitar o tempo para uma visita à Praça da República, recordámos que por aí haviam passado os nossos amigos Chico Lobo e Pedro Mestre (viola caipira e viola campaniça) aquando do Encontro de Culturas, e às ruas estreitinhas cheias de tradição que dela irradiam.

Passámos à porta do Convento do Mosteirinho onde está instalado o Museu do Relógio desde Abril de 1995, o mais belo e completo do género na Península Ibérica. E a magia aconteceu...



Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam

Como se por nós esperasse ali estava à porta do Museu do Relógio a simpática e amável Adélia Palma que de imediato se prontificou a guiar-nos pelos “400 Anos da Relojoaria em Portugal”, embora a hora já fosse tardia. Ficar-lhe-emos sempre gratos pelos caminhos da magia e do encantamento por onde nos conduziu.

De sala em sala, de tema em tema, fomos apreciando largas centenas de peças de relojoaria, muitas das quais fazendo parte do nosso imaginário de vida. Aqui e ali ficávamos um pouco mais de tempo a apreciar uma peça que nos dizia algo mais. O relógio de parede das “escolas do Centenário” que controlou o nosso tempo lectivo durante os primeiros quatro anos de escolaridade, o maior relógio de bolso, o relógio específico para o jogo de golfe, o que era transportado nas diligências ou aquele Omega igual ao que os astronautas levaram à Lua.

A visita havia terminado. Para a Adélia somente poderíamos deixar um beijinho de agradecimento e o desejo de em breve voltarmos.

Depois... quedamo-nos à conversa com o Eugénio d’Almeida, jovem mestre relojoeiro cujo prazer de conversar sobre restauro, sobre contadores de tempo antigos e complicados faz que não haja relógio que controle o tempo que passa. Ficou uma vontade imensa de voltar...

MUSEU DO RELÓGIO
Convento do Mosteirinho (junto à Praça da República) – Serpa
Telefone: (+351) 284543194
www.museudorelogio.com



nota final: já na rua conversávamos entre nós “aquele jovem mestre relojoeiro é com certeza filho do fundador do Museu, António Tavares d’Almeida”; uma consulta ao cartão que nos tinha entregue confirmou termos estado a conversar com o natural seguidor desta tão importante iniciativa cultural.

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quinta-feira, novembro 27, 2008

já foi portel mofamede

em plena serra de portel
de origem algo obscura (quiçá muçulmana)
é vigilante das terras de montado



Castelo de Portel, Terras do Montado, Portel - Portugal

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ginjinha sem elas

Sempre que visitamos uma das muitas feiras temáticas que se realizam um pouco por todo o território português e após o repasto do almoço, de preferência de cozinha regional, da região onde a feira se realiza, gostamos de completar a refeição com um café, sempre tomado sem açúcar, e um cálice de ginjinha, com ou sem elas...

Nos últimos tempos temos sido confrontados, nas conversas que sempre acompanham a degustação da ginjinha, com uma polémica que já se torna recorrente: “a verdadeira ginjinha é a de Alcobaça!”, “ginjinha, ginjinha é a de Óbidos!”. Já não trago à conversa a ginjinha de Sanguinhal, de Espinheira e de tantas outras regiões.

Uma vez mais, o tema foi conversa. Foi troca de confidências e de desabafos. E como estávamos numa “roda de amigos” conseguimos saber um pouco mais sobre o assunto que tem feito correr muita tinta e que traz um pouco confusos os verdadeiros apreciadores da ginjinha.

Dizia quem sabe do assunto: “meu amigo, eu sou produtor de ginja e a minha esposa fabricante da ginjinha, mas ouso afirmar-lhe que a ginja nem é de Óbidos, nem de Alcobaça”. Quando viu o ar de espanto espelhado no meu rosto acrescentou: “nem de Óbidos, nem de Alcobaça... em termos gerais é dos Países de Leste, no concreto maioritariamente da Polónia”.

O que acontece é que a produção de ginja adequada ao fabrico da ginjinha, pequena e ácida, é em quantidade insuficiente para as quantidades fabricadas do licor, além de que os custos de produção, especialmente a colheita são elevadíssimos.

Um jovem agricultor da região de Óbidos há muito que batalha pela obtenção de incentivos para o aumento da área de pomar de ginjeiras, pelo menos para cerca de 10 hectares, enquanto que, por sua conta e risco, procura “inventar” sistemas que ajudem na colheita por forma a baixar os custos finais de produção.

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quarta-feira, novembro 26, 2008

passagem para oriente

passada a entrada principal
é fronteira entre mundos e civilizações
logo depois o imenso oriente



Jardim Oriental, Quinta dos Loridos, Bombarral - Portugal

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o mote

Melancólica aurora outonal
Que o sol tinge de doirado
Anuncia os tempos de Natal
Ilumina o bosque encantado

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terça-feira, novembro 25, 2008

à espera da primavera

desnudadas de toda a folhagem
as videiras e as árvores de pomar
aguardam que se cumpra o ciclo da vida



Vinhedos, Quinta dos Loridos, Bombarral - Portugal

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o elefante

Quando eu era menino tinha um grande encantamento pelo circo que de tempos a tempos passava pela localidade em que vivia, muito em especial, pelos animais que levavam consigo, particularmente, os enormes elefantes. Ainda me recordo da alegria que sentia quando chegava o Circo Mariano.

O elefante fazia sensação pelo seu tamanho, pelo peso e força descomunal que demonstrava durante a sua actuação... Contudo, depois de actuar e enquanto não voltava à pista do circo o elefante ficava preso unicamente com uma corrente ligada a uma pequena estaca cravada no solo.

Estranhava que uma pequena estaca e uma frágil corrente mantivessem preso um animal capaz de derrubar uma frondosa árvore somente com a sua força. Qual a razão que essa força não era utilizada para arrancar a corrente e fugir?

Perguntei a muitas pessoas mas sempre me davam justificações pouco convincentes. Diziam-me muitas vezes que não fugia por estar amestrado. Mas se estava amestrado qual a razão para o prenderem? Nunca me deram uma resposta coerente e esta dúvida acabou por ficar submersa no baú das memórias.

Um dia a vida vivida deu-me a resposta a esta questão. “O elefante do circo não fugia pois havia estado preso a uma estaca semelhante desde muito jovem”. Cerrei os olhos e imaginei o pequeno elefante preso por uma corrente e um estaca. Por certo, nessa altura, o elefante esforçou-se, tentou soltar-se e não conseguiu. No dia seguinte nova tentativa sem êxito. E no dia seguinte. E no outro... A estaca era nessa época muito forte para ele.

Até que um dia, um terrível dia na sua vida, o animal aceitou a sua impotência e resignou-se ao destino.

O elefante agora enorme não foge porque pensa que NÃO PODE. Tem registada na memória a recordação da sua impotência e jamais voltou a questionar esta situação. Jamais voltou a tentar por à prova a sua força para se libertar da prisão da corrente e da estaca.

Cada um de nós somos um pouco como este elefante. Percorremos a vida com estacas (preconceitos) que nos limitam a liberdade. Vivemos crendo numa série de coisas que “não podemos”, simplesmente porque alguma vez tentámos e não pudemos. Gravamos nas nossas recordações: “Não posso!”. “Não posso e nunca poderei!”.

A única forma de saber a verdade, é tentar de novo...



Na estante de leitura da Oficina das Ideias:
A Viagem do Elefante, de José Saramago
Editorial Caminho, Outubro de 2008, 258 páginas

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segunda-feira, novembro 24, 2008

alegoria às vindimas

baco ou dionisio
deus das antigas bacantes, sibilas e vestais
progenitor da raça lusa



Alegoria às vindimas, Quinta dos Loridos, Bombarral - Portugal

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oficina das ideias diz presente

De segunda a sexta-feira, isto é, nos designados dias de semana, a Oficina das Ideias tem tido, nos últimos tempos, um número de visitas diária sempre acima das quatrocentas, perfazendo nesses dias mais de 2.000 acessos a este espaço da blogoesfera.

Por análises que temos vindo a fazer de forma algo sistemática poderemos afirmar que uma percentagem significativa tem por objectivo a procura de imagens ou de textos temáticos através de diferentes motores de busca.

Não admira pois que uma pesquisa no Google com a utilização de um substantivo, especialmente se ligado à cultura popular portuguesa ou ao nosso património real e imaterial, tenha como resultado diversas entradas em texto e em imagens que apontam para trabalhos da Oficina das Ideias, e contribuições do nosso amigo/irmão/gémeo “Olho de Lince”.

Por outro lado, são muitas as nossas imagens e até citações de texto que são utilizadas em diversos blogues um pouco por todo o Mundo, a maioria citando a origem, mas em muitos casos, lamentavelmente, não o fazendo, como seria eticamente correcto.

Acontece também sermos muitas vezes contactados via correio electrónico com pedidos de permissão para utilizar “coisas” nossas o que sempre tem resposta afirmativa, até porque com isso nos sentimos reconhecidos e honrados.

Ainda há muito pouco tempo recebemos um correio electrónico que dizia assim:

Ora viva! O meu nome é Sérgio Barroso e estou a preparar uma publicação sobre Jogos Tradicionais. A equipa que coordeno andava a pesquisar por jogos quando nos deparamos como o vosso site. Muitos parabéns pelos conteúdos e pela bela galeria das riquezas do nosso país! Gostamos particularmente das fotos Desgarrada, que vamos enquadrar na nossa publicação. Gostaríamos de perguntar se seria possível usarmos a foto que ali se encontra de Ponte de Lima, peso eu, na nossa publicação. Se o achar possível, e se tiver ainda consigo o registo de melhor qualidade, será que nos podia enviar essa foto por mail? Aguardamos a sua (esperamos positiva) decisão. Muito obrigado. Sérgio

A única contrapartida que solicitamos é que, sempre que possível, nos envia um exemplar da respectiva publicação.

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domingo, novembro 23, 2008

batente oriental

é o esplendor do sol nascente
sobre talha oriental
arte milenar



Batente do portão em madeira talhada da Adega da Quinta dos Loridos, Bombarral - Portugal

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simulacro de emergência, encenação e logro

As primeiras horas do simulacro não correram como o previsto. Vários problemas de comunicação atrapalharam a coordenação de várias forças de segurança, especialmente durante a madrugada, segundo admitiu a própria Protecção Civil

e

Em situação da cataclismo os hospitais deixam de ter capacidade de comunicar entre si

são duas citações retiradas dos jornais diários a respeito do simulacro de emergência, em situação de terramoto, o de maior dimensão e abrangência jamais realizado em Portugal.

Aliás, fazendo uma leitura cuidada aos órgãos de informação e aos relatórios resultantes deste simulacro poderemos concluir que muitos outros aspectos falharam nos seus objectivos, embora consideremos que os mais determinantes são os que dizem respeito às comunicações de emergência e, consequentemente, à coordenação.

Nada que nos surpreenda, pois o mesmo tem acontecido em exercícios anteriormente realizados, mesmo que com um âmbito mais restrito, embora sejam sempre preparados e ensaiados com grande antecedência.

Este exercício envolveu elevados custos, na ordem das largas centenas de milhares de euros, mas não passou de um logro, uma necessidade de mostrar serviço, com a agravante de cada entidade querer mostrar que é mais eficaz do que a outra, não tendo sequer atingido o simples objectivo de deixar as populações mais tranquilas.

Duma ineficácia tremenda apresentou a vista de todos aspectos extremamente caricatos, diria mesmo autênticas “palhaçadas” de encenação, como foi o caso de os meios de socorro se encontrarem estacionados a escassas centenas de metros do local onde se iria verificar a situação de emergência muito antes do respectivo alarme ter sido dado.

Quanto às radiocomunicações de emergência da protecção civil no terreno é por demais reconhecida a sua ineficácia, pese os elevados investimentos realizados, sempre com pompa anunciados, inclusive utilizando o recurso a comunicações via satélite.

Situações reais de emergência, como foi o caso da catástrofe dos Açores e dos fogos florestais em ..., somente para citar acontecimentos recentes, mostraram à evidência falhas graves nas comunicações, colocando em grande risco as populações e bens. Recordo as palavras de um pároco açoreano que lamentava a falta que as radiocomunicações de amadores, especialmente a Banda do Cidadão tinham feito para resolver esse problema.

Perante todos estes factos sempre me vem à memória a eficácia das radiocomunicações de todos, da banda dos 11 metros, da Banda do Cidadão aplicada às emergências, onde a modéstia dos equipamentos de baixo custo era superada pelo envolvimento humano e solidário dos seus operadores.



Nota: No ano de 1987 o Caparica CB em colaboração com os Bombeiros Voluntários do Concelho de Almada (Almada, Cacilhas e Trafaria), com a Cruz Vermelha Portuguesa (Cova da Piedade) e com o Parque de Campismo Piedense realizou um grande simulacro de emergência, designado “Eco Papa Charli” (Emergência num Parque de Campismo), utilizando como base de radiocomunicações a Banda do Cidadão, com resultados assinaláveis a que a imprensa da época deu importante relevo.

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sábado, novembro 22, 2008

oiro sobre azul

no outono os arvoredos
tomam a cor da terra e do oiro
para nosso encantamento



Àrvore numa área de serviço da A8 (Oeste) - Portugal

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na senda do “tempo de pedra” 11

na senda do “Tempo de Pedra”
O adro da igreja é o centro do universo nas pequenas aldeias. Lugar de conversa, de passar notícias e de aumentar um ponto a um conto, é sítio de mercar a jorna e de adquirir alguns pertences. É no adro da igreja que o tempo passa. Para contar o tempo que passa e para marcar o ritmo da vida existe o relógio de sol à vista de todo o Povo.



na Quinta das Torres, em Vila Nogueira de Azeitão - Setúbal

A construção desta quinta seiscentista, ao estilo arquitectónico do Renascimento Italiano, desenvolveu-se segundo um quadrilátero com um torreão em cada ângulo. No centro, um amplo pátio a céu aberto. Embora a forma acabada desta quinte date de cerca de 1570, existem registos da sua oferta por D. Brites de Lara, Marquesa de Vila Real e senhora da Quinta da Bacalhoa (vizinha da Quinta das Torres) em 1521 a D. Maria da Silva e seu marido D. Pedro Eça, como presente de casamento. O seu actual proprietário é João Aires, estando instalada na quinta uma estalagem de charme.



Tem um relógio de sol que se encontra sobre uma peanha de pedra implantada no pátio central ao lado direito de quem entra pelo portão exterior, num espaço de grande tranquilidade, onde se encontram também uma fonte monumental e diversas árvores de citrinos.



O relógio de sol é constituído por um disco metálico de duas faces, em bronze, sendo uma o mostrador para o Verão (e Primavera) e o outro para o Inverno (e Outono). É um relógio de sol equatorial que bascula a posição do mostrador (Verão-Inverno) num eixo existente no respectivo suporte em ferro. É um relógio de sol complexo que fornece diversas informações astronómicas e geográficas, além da função principal de indicar a hora. Foi inventado e desenhado por Gerhard Kloppenburgh e esculpido por Gerhard Cremer. O gnómon é metálico e a marcação horária em numeração romana.




Para saber mais:
As Sombras do Tempo
Wikipédia
Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa
Relógios de Sol, de Nuno Crato, Suzana Metello de Nápoles e Fernando Correia de Oliveira – edição CTTCorreios
Quinta das Torres


“Tempo de Pedra” anteriores:
na Igreja de S. João Degolado, Terrugem, Sintra
na Igreja de S. João Baptista, S. João das Lampas, Sintra
na Capela de Santo António, Carvoeira, Mafra
na Ermida de Nª Sª do Ó, Carvoeira, Mafra
na Igreja de Santo Isidoro, Santo Isidoro, Mafra
na Casa de Sanzim, Sto. Amaro, Guimarães
no Posto de Turismo, Tomar
na Igreja de S. João Baptista, Tomar
na Igreja de Nª Sª do Bom Sucesso, Cacilhas, Almada
na antiga Casa de José Dias, Olho Marinho, Óbidos

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sexta-feira, novembro 21, 2008

uma esplanada na história

num largo onde cada pedra é história
juntam-se amigos a contar estórias
são as estórias da história



Esplanada, Centro Histórico, Guimarães - Portugal

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bookcrossing, a arte de partilhar livros

Tenho um amigo que costuma dizer “uma fotografia nunca se deve deitar fora!”, mesmo que de conteúdo aparentemente sem interesse, algum dia provavelmente surgirá uma ocasião em que de simples imagem de reduzido conteúdo, passará é ser uma peça documental importante.

O mesmo acontece, na minha modesta opinião, com os livros, mesmo que estejam repetidos nas estantes onde os guardamos, e tantas vezes por variadas razões isso acontece, quer porque o seu conteúdo não nos agrada, quer mesmo por se desenquadrar das nossas ideologias políticas, sociais, de vida.

Se temos necessidade de dos desfazermos de uma quantidade importante de livros, porque não oferecê-los a uma biblioteca? por exemplo na Junta de Freguesia, ou a uma entidade de solidariedade social? Daremos, assim, continuidade a razão de existir de um livro: ser lido.

Existem sistemas e mecanismos, muitos do quais com o recurso às tecnologias emergentes, com a utilização dos quais poderemos transformar um livro de uma peça individual e individualista num bem comum sem limitações, sem fronteiras.

O “bookcrossing” é a prática de deixar um livro num local público, para ser encontrado e lido por outros, que continuarão esta corrente. O objectivo do “bookcrossing” é transformar o mundo inteiro numa biblioteca. Os membros desta comunidade de leitores virtuais (e que não conhece limites geográficos) possuem um sentimento de partilha tão grande que não se importam de libertar os seus próprios livros em locais públicos (tais como cafés, no metro e outros transportes públicos, paragens de autocarro, bancos de jardim e noutros sítios que a imaginação ditar), em vez de os manterem parados nas estantes para que o maior número de pessoas os possam ler, tornando desta forma o acesso à cultura e especificamente à leitura verdadeiramente universal. [in Wikipedia]


Para saber mais sobre “bookcrossimg” ir a Bookcrossing Portugal.

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quinta-feira, novembro 20, 2008

sinos e arcos

tocam as avé-marias, as trindades e as almas
é o som dos tempos feito fé
são histórias que as pedras contam



Sé Catedral, Centro Histórico, Guimarães - Portugal

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banho-maria, que maria?

Tem tido lugar uma autêntica maratona de leituras aqui pela Oficina das Ideias, relacionadas com os diversos temas sobre os quais estão a ser realizadas pesquisas, no sentido de enriquecermos os conteúdos que regularmente vamos partilhando com quem nos dá a honra de nos visitar neste espaço da blogoesfera.

No decorrer dessas leituras surgiu nos nossos apontamentos o termo da culinária “banho-maria” mas confrontado com uma interpretação de conteúdos histórico, esotérico e alquimista. Na verdade, estudava-se a origem do termo tão vulgarizado na língua portuguesa de “banho-maria” mas sem que se saiba, na maioria dos casos, qual a sua origem, ou a que facto é atribuída essa origem.

Acontece com alguma frequência que se ligam determinados nomes à cultura e religião cristã, quando, na verdade esses nomes têm origem muito mais remota, muitas das vezes origens pagãs. Acontece com Fátima, que sendo a quinta filha de Maomé é, igualmente, o nome atribuído a Nª Sª de quem se pressupõe a aparição na Cova da Iria.

Também quando se fala de Maria pensamos de imediato na Virgem Maria, mãe de Jesus Cristo, Nª Sª que vai recebendo as diversas designações de acordo com a devoção. Poderíamos se levados a pensar que esse nome cristão teria alguma relação com o referido “banho-maria”. Na realidade, assim não é.

Maria, a Egípcia, ou Maria, a Judia, ou Maria, a Profetiza, ou Mirian, irmã de Moisés foi uma famosa filósofa e alquimista grega que viveu no Egipto cerca de 279 a.C.. Maria terá usado o enxofre como meio de calcinar o cobre para obtenção a partir dele do oiro.

De entre as diversas invenções atribuídas a Maria figura a forma de aquecer lenta e gradualmente as substâncias que pretendia manipular não o fazendo através do fogo directo, antes, utilizando a água como meio equilibrador do aquecimento. Sempre que a temperatura da substância aquecida ultrapassava os 100 graus centígrados havia uma libertação através da água em ebulição do calor, transformando-a em vapor de água, e assim mantendo a temperatura. A este modo de aquecimento chama-se ainda hoje “banho-maria”.

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quarta-feira, novembro 19, 2008

colorido da natureza

combinação matavilhosa
de cor e vida
a energia em seu esplendor



Borboleta nos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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entre o tejo a adiça

Naquele tão belo e amplo areal
Que fica entre o Tejo e a Adiça
Aroma de maresia que enfeitiça
No cântico de uma ondina irreal.

Barbárico promontório espreguiça
No mar tormentoso, mas leal
Procura o equilíbrio e o ideal
No Monte da Lua encontra justiça

Foi neste espaço de sol, nesta praia
Que gentes de norte a sul arribaram
Encontrando colo e o bem querer

Transformaram em barco a alfaia
Amantes do mar lavrá-lo ousaram
E com ele erigiram o amor e o viver.

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terça-feira, novembro 18, 2008

redes de cerco

entre 700 e 800 metros de redes
de cerco e de sonho sentido
de uma boa faina e regresso seguro



Redes de cerco, Porto de Pesca, Peniche - Portugal

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caminhei o sonho...

Caminhei para lá do mar d’Adiça
Onde a areia acaricia a base da falésia,
Terras de fantasia e rituais
Que transformam grãos de areia
Em pepitas de fulgente metal.
Áurea magia, alquimia.

Caminhei para lá de terras d’Apostiça
Albufeira onde o mar se recolhe e purifica,
Aves nidificam tranquilas
Enriquecem a fauna com beleza
De seus voos e sons de encantar.
Noite e dia, nostalgia.

Caminhei até ao Promontório
Barbárico pela rudeza do oceano agreste.
Na lenda da Pedra Mu
Converge o homem de Alcabideche
Com a devoção da mulher da Caparica.
Mar meu guia, maresia.

Sonho feito realidade no meu sentir
De caminheiro amante do Grande Areal.
Dádiva maior concedida
De ter o enleio de teu belo corpo
Teus seios que se agitam de emoção.
Depois acalmia, magia.

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segunda-feira, novembro 17, 2008

esplendorosa arquitectura

em pleno centro histórico
caminhamos de surpresa em surpresa
como este magnífico edifício



Edifício no Largo do Toural, Centro Histórico, Guimarães - Portugal

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o verão que se espraia pelo outono

O Verão insiste em permanecer nas terras da Caparica, mesmo depois do chamado Verão de S. Martinho, donde resulta dias luminosos de encantar, com o Sol a aquecer os corpos e a animar a passarada que por aqui voa alegremente, protegida da acção nefasta dos caçadores que os acossam lá pela zona das matas.

Ainda apetece preguiçar nas esplanadas cujos proprietários têm, assim, um complemento inesperado para os seus rendimentos da época alta e que tão necessários são para compensar a penúria da época invernosa que se avizinha. Os estrangeiros que resolveram prolongar a sua estadia nas terras do Sul sentem-se deveras compensados pelo seu atrevimento. Mais uma reserva de Sol que levam para os seus países de origem.

Os mais pequenos brincam alegremente nos jardins e nas zonas pedonais, livres do perigo do trânsito automóvel e do enchumaçado dos agasalhos de Inverno que ainda não se tornaram necessários atendendo às temperaturas amenas com que estamos a ser brindados.

Quem também vive intensamente a euforia deste Verão que se prolonga, que se estende com langor, Outono dentro rumo ao Inverno dos calendários, é a passarada, esvoaçando de galho em galho das árvores de folha perene, chilreando com vivacidade numa imensidão se sons que impregnam o ar como se de música de Mozart se tratasse.

Com estas condições climatéricas o que tarda é a chegada do “espírito de Natal”. Não o da tradição, recordo-me que o presépio e a árvore de Natal só eram instalados na casa de meus pais no primeiro fim-de-semana de Dezembro, mas o das grandes áreas comerciais que mal Novembro começou já trataram de instalar toda a luminária que apela ao consumo da época natalícia.

Falta a chuva, falta o frio para que as famílias se juntem à volta da lareira com muito pouca vontade de abandonar o remanso do lar. Quando tal acontecer as brincadeiras dos miúdos serão diferentes, os passarinhos procurarão proteger-se em zonas resguardadas, os cânticos serão outros, serão cânticos de Natal.

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domingo, novembro 16, 2008

arriba fóssil

milhões de anos a separam do mar
mar azul com laivos de esverdeado
que contrasta com o seu doirado



Arriba Fóssil de Costa de Caparica, Almada - Portugal

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viajar na procura do saber

Conhecer novas gentes e novas terras é um dos mais profundos anseios do ser humano desde tempos imemoriais. Aliás, antes de se fixar num território, de criar raízes afectivas com a terra, se criar laços de amizade, mesmo de amor, em lugar certo, o ser humano foi nómada na procura de algo que sabia existir, mas não onde.

Com o desenvolvimento através dos tempos dos meios de transporte, desde o caminhar com a seu próprio querer e vontade, passando pela ajuda da força animal e o recurso ás dádivas da Natureza, até aos tempos modernos com grandes avanços tecnológicos que leva o ser humano a deslocar-se, cada vez com maior facilidade, por terra, pelo mar e pelo ar, foi realizando o seu desígnio.

A partir da segunda metade do século passado, viajar transformou-se numa moda, passou a representar mesmo parâmetro importante para o desenho do respectivo estatuto social. Mas ficou em muitas circunstâncias vazio de conteúdo. A posição do viajante passou a centrar-se no sentimento de “invasor”, usufruir de paisagens maravilhosas e de climas agradáveis. Quase que passou para segundo plano as gentes locais.

Temos a actividade turística em todo o seu esplendor. Mercantilista, lesiva das culturas locais, ignorando-as na maioria das vezes. Perdeu-se a noção de viajar em troca de “fazer turismo”. O objectivo primeiro passou a ser “usar”, olvidando-se o “conhecer”.

Não queremos, nem devemos, contudo, generalizar. Ainda existe no espírito de muitos o desejo de visitar para conhecer, de conversar como partilha, de aprendizagem permanente com as gentes de culturas diversas. Esses são os verdadeiros viajantes. E quantas vezes nem é necessário realizarem-se deslocações de milhares de quilómetros.

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sábado, novembro 15, 2008

catavento

no topo de um barco de pesca
prestes a fazer-se ao mar
catavento da faina diária



Gaivota, Porto de Pesca, Peniche - Portugal

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na senda do “tempo de pedra” 10

na senda do “Tempo de Pedra”
O adro da igreja é o centro do universo nas pequenas aldeias. Lugar de conversa, de passar notícias e de aumentar um ponto a um conto, é sítio de mercar a jorna e de adquirir alguns pertences. É no adro da igreja que o tempo passa. Para contar o tempo que passa e para marcar o ritmo da vida existe o relógio de sol à vista de todo o Povo.


na antiga Casa de José Dias, em Olho Marinho – Óbidos


Esta casa senhorial com uma enorme quinta anexa pertenceu a João Dias que deixou de herança ao seu filho José Dias. Após o falecimento deste último a quinta foi vendida a gente que não é originária de Olho Marinho. Contam os mais velhos que segundo a tradição nestes aposentos terá pernoitado a Dona Inês de Castro, quando aqui se deslocava para usar as águas termo-medicinais para tratamento de seus males. A quinta é murada, sendo que o muro a oriente dá para a nascente do “olho marinho” agora seco e para o largo da Igreja Matriz.



Tem um relógio de sol colocado no muro da frente da casa que se encontra num estado de conservação assaz degradado. Situa-se numa rua estreita fronteiro à saída traseira da colectividade local, União dos Amigos de Olho Marinho.



O relógio de sol é do tipo vertical meridional (mostrador voltado a sul), construído em pedra e de reduzidas dimensões e tem as marcações horárias em numeração árabe e o gnómon que seria de ferro já não existe.





Para saber mais:
As Sombras do Tempo
Wikipédia
Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa
Relógios de Sol, de Nuno Crato, Suzana Metello de Nápoles e Fernando Correia de Oliveira – edição CTTCorreios


“Tempo de Pedra” anteriores:
na Igreja de S. João Degolado, Terrugem, Sintra
na Igreja de S. João Baptista, S. João das Lampas, Sintra
na Capela de Santo António, Carvoeira, Mafra
na Ermida de Nª Sª do Ó, Carvoeira, Mafra
na Igreja de Santo Isidoro, Santo Isidoro, Mafra
na Casa de Sanzim, Sto. Amaro, Guimarães
no Posto de Turismo, Tomar
na Igreja de S. João Baptista, Tomar
na Igreja de Nª Sª do Bom Sucesso, Cacilhas, Almada

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sexta-feira, novembro 14, 2008

passarito

momento de pausa e de descanso
no atribulado esvoaçar
na procura de uma semente para alimento



Candeeiro no Largo da Igreja de Nª Sª da Ajuda, Peniche - Portugal

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prémio dardos (2)

Pequenos gestos, como seja o atirar um dardo certeiro, podem trazer-nos momentos de imensa felicidade. É o caso. A mão amiga de Rui Dias José, do blogue Café Portugal, fez chegar à Oficina das Ideias o segundo dardo do



acompanhado das seguintes palavras:

Fica claro (expressamente afirmado e dito!) que as minhas escolhas para os “Prémios Dardos” têm na base relações de amizade, proximidade ou identificação. Sou humano como os demais e, na teia de relações na net, gosto, quero, apaixono-me... Tudo é portanto subjectivo. E ainda bem!

Esta distinção tem para nós tanto mais valor quanto desde há muito que apreciamos o trabalho do radialista e jornalista Rui Dias José na defesa da cultura popular, das terras e das gentes de Portugal, da lusofonia e do correcto uso da língua portuguesa.

No âmbito do blogue Café Portugal tem promovido os chamados “Passeios dos Jornalistas” que além da partilha de muitos saberes na blogoesfera tem trazido a cultura popular, o património real e imaterial para as primeiras páginas da informação especializada em Portugal e além-fronteiras.

O “Prémio Dardos” tem por objectivo "reconhecer o empenho que cada blogueiro ao transmitir valores culturais, éticos, literários e pessoais, e que demonstram a sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre as suas palavras”. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que acrescente valor à Internet.



As normas básicas que regem a atribuição do Prémio 15 Dardos são:

Exibir a imagem do prémio no respectivo blogue;
Indicar a ligação ao blogue do qual recebeu o prémio;
Escolher quinze (15) outros blogs aos quais entregará o Prémio Dardos (escolhas já efectuadas e divulgadas no passado dia 10 de Novembro).

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quinta-feira, novembro 13, 2008

esta lua novembrina

esta lua de novembro
recomenda cava funda
para bem colher em janeiro



Lua Cheia de Novembro de 2008, 100% às 6 horas e 17 minutos

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os amigos são assim

Os amigos são assim
Juntam letras e palavras
Formam linhas versejantes
Compõem poemas afim
Rimas difíceis que lavras
Em toadas tão vibrantes.

Os amigos são assim
Na alegria e na festa
São sempre companhia
Para pores no varandim
Oferecem uma giesta
A flor da harmonia.

Os amigos são assim
Nos maus momentos de dor
Braço firme, ombro amigo
Disponíveis alecrim
Perfumam com amor
Criam eterno abrigo.

Os amigos são assim
Percorrem longos caminhos
Do querer e do sentir
Lado a lado no jardim
Mil flores e cheirinhos
Esperança no devir.

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quarta-feira, novembro 12, 2008

janela de cunhal

se bem repararmos
tem mais vistas esta janela
e tão original que é



na Casa do Correio Velho, Olho Marinho, Óbidos - Portugal

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comentários que são poemas

Os leitores da Oficina das Ideias, que amigos também são, deixam escritos na caixa de comentários autênticos poemas. Merecem, por tal, as luzes da ribalta desta Oficina que o é também de Ideias.

Os que hoje aqui figuram debaixo das luzes fortes dos projectores de palco simbolizam o agradecimento e homenagem a todos os outros que neste tempo aqui não são citados.


Fez-me lembrar os meus tempos de menina, em que se organizavam aqueles magustos enormes, com as castanhas a saltar (as quem propositadamente, não se retalhavam). Era tão bonito! Felizmente que ainda há pessoas que não deixam morrer essa linda tradição."
[Mariazita, do A Casa da Mariquinhas]


Mais uma lição de jornalismo ao vivo e de defesa dos nossos valores colectivos
[Vítor, do Des-encantos]


Obrigado meu Querido Victor, do coração. Ser visita desta Oficina já é prémio grande, grande. Ter-te como amigo da Árvore desde que era uma pequena raiz é superlativo
[Gasolina, do Árvore das Palavras]

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terça-feira, novembro 11, 2008

embarcar redes

aqui bem se justifica
"a união faz a força"
trabalho coordenado de embarcar redes



Embarque de uma rede de pesca com cerca de 700 metros de comprimento, Porto de Pesca, Peniche - Portugal

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no dia de s. martinho vai à adega e prova o vinho

No falar e no sentir do nosso Povo é neste dia, 11 de Novembro de cada ano, que as famílias se juntam para saudar a chegada do tempo frio, da invernia, da época de recolhimento. As vindimas já lá vão e o vinho mais temporão já poderá ser provado, são muitas as adegas que esperam este dia para fazerem a “abertura do vinho novo”. Contudo, muito caminho deverá ainda ser percorrido para que o maravilhoso néctar das uvas pisadas possa ser degustado na sua total plenitude.

Nos meios rurais terminaram os trabalhos agrícolas, sendo tempo de aproveitar das colheitas, dos frutos e do vinho, sendo época de exuberância familiar e comunitária, época de folgar, com uma ajuda a propósito do delicioso néctar. Nos folguedos de Outono, junta-se o religioso ao pagão que da tradição tem muito peso. O vinho vai correr solto gargantas abaixo.

Se já fez frio, nas terras mais serranas, então a água-pé, elaborada com o destino do S. Martinho festejar, já poderá ser devidamente apreciada. Caso contrário, há sempre o recurso à jeropiga e ao abafadinho. As vitualhas da tradição são as sardinhas, que já não pingam no pão, e quantas vezes não são das de conserva de salmoura em barrica, e as castanhas, assadas, cozidas com erva doce e as “quentes e boas”, assadas no forno sem qualquer corte.

A lenda de S. Martinho tem mais a ver com as condições climatéricas da época, o chamado Verão de S. Martinho, do que com as comezainas que lhe estão associadas. Conta a lenda...

Num dia tempestuoso regressava Martinho, valoroso soldado romano, à sua terra natal, montado a cavalo e agasalhado com uma pesada capa usada pelo exército de Roma. Na curva de um caminho deparou-se com um mendigo quase nu, tremendo de frio, enregelado, que lhe estendia a mão suplicante. Martinho sem hesitar parou o cavalo, e não tendo qualquer outro recurso disponível, rasgou a sua própria capa de militar, cedendo parte ao mendigo para que se cobrisse e protegesse. Subitamente, a tempestade desfez-se, o céu ficou límpido e um sol de Verão inundou a terra de luz e calor, e para que para sempre se recorde esta atitude do soldado Martinho, todos os anos, nessa mesma época, cessa por alguns dias o tempo frio e o céu e a terra sorriem com a benção dum sol quente e miraculoso. O soldado foi mais tarde canonizado como S. Martinho.

O costume do Magusto, que tradicionalmente começava no Dia de Todos-os-Santos, é simultaneamente uma comemoração pagã da chegada do Outono e um ritual de origem religiosa: o dia do Santo Bispo de Tours, S. Martinho.

A água pé é o resultado da água lançada sobre o mosto retirado do mosto vínico para o objectivo concreto de produzir esta bebida que pode ser consumida em plena fermentação. Por isso, reza o ditado popular: "No dia de S. Martinho vai à adega e prova o vinho”.

Quanto às celebradas castanhas, assadas com sal grosso, de preferência da salga do toucinho, cozidas com erva doce, “quentes e boas” assadas no forno sem qualquer corte, secas tornando-se “piladas” e utilizadas depois de bem demolhadas, acompanhando em puré outros preparos, ou servindo uma sopa aveludada e cremosa, o consumo de castanhas estende-se de finais de Setembro até ao início da Primavera.

Alguns ditos populares alusivos às castanhas e ao S. Martinho:

Dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho
Pelo S. Martinho, prova o teu vinho, ao cabo de um ano já não te faz dano
Pelo S. Martinho mata o teu porco e bebe o teu vinho
Pelo S. Martinho semeia favas e linho
No dia de S. Martinho fura o teu pipinho
O Verão de S. Martinho é bom mas é curtinho
A castanha tem uma manha, vai com quem a apanha.
Ao assar as castanhas, as que estouram são as mentiras dos presentes.
Cada mocho no seu souto.
Castanha que está no caminho é do vizinho.
Castanhas do Natal, sabem bem e portem-se mal.
Do castanha ao cerejo, mal me vejo.
Em Maio comem-se as castanhas ao borralho.
No dia de S. Martinho, há fogueiras, castanhas e vinho.
Na família da castanha o pai é pingão, a mãe é raivosa e a filha é amorosa.



Festejar o S. Martinho na boa companhia do Baco e do Agostinho (o de Viena pois claro) resulta sempre numa degustação ímpar. Aqui ficam algumas quadras de "pé quebrado", inéditas e populares, que o pessoal da Oficina das Ideias deseja convosco partilhar:

S. Martinho não se cansa
De alegrar o Zé Povinho
Quando Baco entra na dança
E prova um copo de vinho

É dia de S. Martinho
Almada vai festejar
Abre a adega e prova o vinho
Que aroma! Que paladar!

Com tantos anos vividos
S. Martinho ao acordar
Desperta os cinco sentidos
E vem o vinho provar

No dia de S. Martinho
A tradição em Almada
Na adega prova o vinho
E castanha bem assada

No dia de S. Martinho
P’ra celebrar com amigos
Da adega vem o vinho
Castanhas, nozes e figos.


E agora... o Natal está à porta. Como diz o nosso Povo: "dos Santos até ao Natal, é um saltinho de pardal!"

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segunda-feira, novembro 10, 2008

o tempo que passa

três "tempus" de medir o tempo
as "avé-marias", o sol e a mecânica
(imagem dedicada ao blogue A Aldraba)



Torre sineira, "torre do tempo", Igreja Paroquial de São Sebastião, Serra d'El Rei, Peniche - Portugal

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prémio dardos



A Direcção de “Aldraba – Associação do Espaço e Património Popular” reunida no passado dia 5 de Novembro decidiu atribuir o “Prémio 15 Dardos” também designado na blogoesfera como “Premio Dardos”, a quinze blogues, entre os quais a Oficina das Ideias.

O Prémio 15 Dardos é um méme que neste momento está a ser atribuído em diversos países, quer na língua portuguesa, quer em inglês e francês. Em inglês já o designam por “Premio Dardos Award”!!!!. Uma simples pesquisa no Google aponta-nos 521.000 (quinhentas e vinte e uma mil) entradas para este tema. Este prémio terá sido criado na Catalunha, Espanha por um blogue que já foi retirado do Blogspot.com.



Tem por objectivo "reconhecer o empenho que cada blogueiro ao transmitir valores culturais, éticos, literários e pessoais, e que demonstram a sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre as suas palavras”. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que acrescente valor à Internet.

As normas básicas que regem a atribuição do Prémio 15 Dardos são:

Exibir a imagem do prémio no respectivo blogue;
Indicar a ligação ao blogue do qual recebeu o prémio;
Escolher quinze (15) outros blogs aos quais entregará o Prémio Dardos.


A Oficina das Ideias agradece a A Aldraba a distinção concedida e envia os 15 dardos para:

Bailar das Letras
Cor de Dentro
Sindrome de Estocolmo
Traduzir-se...
Árvores das Palavras

Maçã de Junho
A Casa da Mariquinhas
Alguém me disse
Ao Rodar do Tempo
A Ver o Mar
Cantares de Amigo
Instantes de Vida
Médio Tejo
O Jardim da Aspásia
Viandante

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domingo, novembro 09, 2008

sinfonia de vitrais

esplendorosa policromia
a que a luz do sol dá beleza e realce
a sinfonia dos vitrais



Vitrais do altar-mor da Capela do Palácio dos Duques de Bragança, Guimarães - Portugal

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viver a tradição na aldeia

Arrefeceu bastante no fim de tarde, mas aqueles que no assador mantinham vivo o brasido de tal se não queixavam, antes mostravam o rosto afogueado enquanto colocavam a preceito as febras na grelha e somente as grelhavam até “ao ponto”. Bem grelhadas mas macias no degustar era objectivo primeiro.

Enquanto na cozinha se aprontava uma saborosa salada de alface e de tomate e da adega chegava o tinto vinho que ousava chegar aos catorze graus, febras já assadas e resguardadas para não perder a quentura adequada, as castanhas “bailavam” num assador de ferro que em tempos descera até ao sul vindo de terras de Trás-os-Montes.

As castanhas assim assadas, sem sequer terem sido golpeadas na casca, iriam ficar saborosas e macias, dentro da própria casca que as estufaria e entufaria, delícia das delícias para os mais exigentes paladares.

À comezaina não faltaram os “vivas!” e as “saúde!” mas sem ter sido necessário acender as lareiras pois o calor humano, feito da amizade e do bem querer, aquecia o ambiente como o São Martinho sempre desejou, mesmo quando muito frio passou, e era razão de se emborcar mais um copinho, que este tinto é matreiro.

Às tantas com a noite a caminhar os aldeões que são poetas quiseram ligar a tradição do São Martinho das castanhas e da água-pé, das nozes e das passas de uva, ao que de mais genuíno tem o ser humano: o Amor. E logo ali em passo de magia, com um poema, ditos populares e evocações da tradição entraram em função noivos que presentes se faziam e aconteceu a magia: pedido público de noivado... felicidade desejada!!!

A festa agora é o cantar e o bailar e para isso, nesta terra de cultura, fez-se presente o Grupo de Danças e Cantares dos Professores de Almada... e bailou-se até às tantas.


[sentires durante o Magusto realizado pela Cooperativa Aldeia Lar, ali para as bandas da Sobreda, no Concelho de Almada]

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sábado, novembro 08, 2008

ferragens de tradição

a beleza e a arte
utilitárias
no aumento da segurança



Ferragens de um portão do Palácio dos Duques de Bragança, Guimarães - Portugal

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na senda do "tempo de pedra" 9

na senda do “Tempo de Pedra”
O adro da igreja é o centro do universo nas pequenas aldeias. Lugar de conversa, de passar notícias e de aumentar um ponto a um conto, é sítio de mercar a jorna e de adquirir alguns pertences. É no adro da igreja que o tempo passa. Para contar o tempo que passa e para marcar o ritmo da vida existe o relógio de sol à vista de todo o Povo.


na Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso, em Cacilhas –Almada

Esta igreja ao estilo pombalino, resulta da reconstrução pós-terramoto de 1775 (cerca de 1759) onde existia anteriormente um templo vocativo de Santa Luzia. Encontra-se ligada à tradição de que aquando do terramoto d 1755 e quando o maremoto dele resultante ameaçava perigosamente a povoação, os pescadores terão ido até à beira-rio com uma pequena imagem da padroeira modestamente moldada em terracota e que terão feito as águas recuarem. É um templo de dupla torre sineira forrada até cerca de um terço da altura de azulejos branco e azul.



Tem dois relógios de sol colocados na torre sineira do lado esquerdo, um deles na empena lateral e outro na zona frontal, sendo este último implantado num mostrador de relógio mecânico de que existem dois na frontaria da igreja, um em cada uma das torres sineiras.



O relógio de sol da zona frontal é do tipo vertical declinante oriental, tem as marcações horárias em numeração árabe e o gnómon em ferro. No aro exterior tem o quadrante completo do relógio mecânico com as marcações horárias em numeração romana. O gnómon é fixado numa estrela de seis pontas.



O relógio de sol da zona lateral é do tipo vertical declinante ocidental, tem as marcações horárias em numeração árabe e o gnómon em ferro.





Para saber mais:
As Sombras do Tempo
Wikipédia
Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa
Relógios de Sol, de Nuno Crato, Suzana Metello de Nápoles e Fernando Correia de Oliveira – edição CTTCorreios


“Tempo de Pedra” anteriores:
na Igreja de S. João Degolado, Terrugem, Sintra
na Igreja de S. João Baptista, S. João das Lampas, Sintra
na Capela de Santo António, Carvoeira, Mafra
na Ermida de Nª Sª do Ó, Carvoeira, Mafra
na Igreja de Santo Isidoro, Santo Isidoro, Mafra
na Casa de Sanzim, Sto. Amaro, Guimarães
no Posto de Turismo, Tomar
na Igreja de S. João Baptista, Tomar

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sexta-feira, novembro 07, 2008

azulejos 1

são policromados, vistosos
marcam uma época, uma moda
são memórias do tempo



Azulejos da fachada de um prédio, Sesimbra - Portugal

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esta noite dança-se o fado

O meu querido amigo António Bizarro, que na minha opinião e de gente entendida também possui um estúdio onde melhor se grava o Fado, fez-me chegar a preciosidade que hoje convosco partilho.

A sexta-feira é o dia da semana em que normalmente se ouve o Fado... porque não dançá-lo?



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quinta-feira, novembro 06, 2008

gaivotas na praia

são aos milhares na espera
do regresso da pesca das artes
refeição prometida e desejada



Gaivotas na praia, Grande Areal, Costa de Caparica, Almada - Portugal

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vinte e sete versos + 27

O ponto...


Alvorecer
Melancólico alvorecer
De outonal sentir
Dos doirados e castanhos
Das azeitonas negras
Das vinhas vindimadas
Parras encarquilhadas
Veredas
Da vida percorrida
Passado o tempo
Que não perdido
Na vida com sentido
Ontem
Sol poente tingido
De vermelho
Hoje é a romã que pinta
Dependurada
Na árvore do sonho
Sonho alado
Por montes e vales
E pelo oceano
Percurso repetido
Na lareira perdido
No aroma da erva-doce
Na saborosa jeropiga
Que amacia a voz
Para mais uma canção... de AMOR



o contraponto...

de Amor?
De amor se tinge o coração
De vermelho
De paixão
Que é renascer
Ao som metálico do banjo
Tocado em contraponto
Porque a guitarra maviosa
Ecoa nos campos
Nos olivais
Nos vinhedos
Mais além os castanheiros
Verde feito castanho
Desejo tamanho
Caminho sentido
No sonho ganho
Logo perdido
Escolho vencido
Raio de sol
Coado pela amarelada folhagem
Na curva da vereda
Sentido do poente
Hoje diferente
Depois renovado
Como é dos tempos
Passados vividos
De boa memória.

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quarta-feira, novembro 05, 2008

uma flor para... a ligia

neste dia muito especial
te desejo as maiores venturas
tudo de muito bom como mereces



a Ligia é uma amiga brasileira assídua leitora da Oficina e uma mulher lutadora

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há 64 meses nos caminhos da blogoesfera

O mês sessenta e quatro de permanência da Oficina das Ideias na blogoesfera foi um mês muito interessante no que diz respeito à procura e desenvolvimento de temáticas que pudesses continuar a serem partilhadas com os leitores ao nível que bem merecem pela continuada presença neste nosso espaço de permuta. Julgamos ter sido recompensados neste esforço pelo número crescente de visitantes que até nós chegam pelos mais variados caminhos da informação.

Como habitualmente fazemos questão de mensalmente fazer, reafirmamos o nosso estatuto editorial da primeira hora: “textos e imagens próprios e originais, a temática da cultura de um Povo e da defesa da região da Praia do Sol e desenvolvimento dos afectos e do muito querer”.

Continuamos a contar com o empenhamento do nosso “amigi/irmão/gémeo fotógrafo” Olho de Lince que com as suas imagens anima os nossos textos, muitas das vezes bem modestos.

As visitas atingiram a cifra de 582.288 (segundo o “SiteMeter”) e de 639.092 (de acordo com o “NeoCounter”), sem a correcção resultante dos dados dos registos anteriores, com origem em 152 países dos 199 existentes, com dois novos países a visitarem-nos – Nova Caledónia e Trinidad & Tobago. A média de visitas na última semana foi de 407/dia. No “top 5” estão o Brasil com 316.308, Portugal com 258.211, a Espanha com 10.375, os EUA com 9.919 e a França com 5.308 visitas.

Um agradecimento especial a Blogger.com/Blogspot.com onde editamos e alojamos a Oficina das Ideias desde a primeira hora.


Quadro de Honra

Gasolina, do Árvore da Palavra (Portugal)
Gwen, do A Cantora (Brasil)
Carla, do Palavras em Desalinho (Portugal)
Alves Fernandes, de O PreDatado (Portugal)
MFC, do Pé de Meia... (Portugal)
Mariazita, do A Casa da Mariquinhas (Portugal)
VictorN, do Des-Encantos (Portugal)
Raquel, do Sex Appeal (Brasil)
Ibag, do Ibagitnemitnes (Portugal)
Lila (Portugal)
James Emanuel, do Reflexões (Brasil)
Guida Alves (Portugal)
Menina do Rio, do Momentos de Vida (Brasil)
Elisa, do Fardilha’s (Portugal)


A TODOS o nosso MUITO OBRIGADO!

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terça-feira, novembro 04, 2008

solitários e belos

como é possível ser solitário
em tamanha companhia
coisas do outono, que passam na primavera



Flores secas nos jardins da Mata Nacional dos 7 Montes, Tomar - Portugal

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vinte e sete versos

Alvorecer
Melancólico alvorecer
De outonal sentir
Dos doirados e castanhos
Das azeitonas negras
Das vinhas vindimadas
Parras encarquilhadas
Veredas
Da vida percorrida
Passado o tempo
Que não perdido
Na vida com sentido
Ontem
Sol poente tingido
De vermelho
Hoje é a romã que pinta
Dependurada
Na árvore do sonho
Sonho alado
Por montes e vales
E pelo oceano
Percurso repetido
Na lareira perdido
No aroma da erva-doce
Na saborosa jeropiga
Que amacia a voz
Para mais uma canção... de AMOR

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segunda-feira, novembro 03, 2008

arco monumental

na ogiva do arco monumental
alcança o olhar muitos outros
um esplendor de construção em pedra



Arco ogival do Aqueduto dos Pegões Altos, Tomar - Portugal

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a origem do símbolo @ “arroba”

Na idade média os livros eram escritos pelos copistas à mão. Precursores da taquigrafia, os copistas simplificavam o trabalho substituindo letras, palavras e nomes próprios, por símbolos, sinais e abreviaturas. Não era por economia de esforço nem para o trabalho ser mais rápido, pois tempo era o que não faltava naquela época. O motivo era de ordem económica, atendendo a que a tinta e papel eram muito valiosos.

Foi assim que surgiu o til (~), para substituir uma letra ( um "m" ou um "n") que nasalizada a vogal anterior. Se repararem o til é um enezinho sobre a letra.

O nome Francisco em espanhol, que também era grafado "Phrancisco", ficou com a abreviatura "Phco." e "Pco". Daí foi fácil Francisco ganhar em espanhol o diminutivo Paco.

Os santos, ao serem citados pelos copistas, eram identificados por um feito significativo em suas vidas. Assim, o nome de São José aparecia seguido de "Jesus Christi Pater Putativus", ou seja, o pai putativo (suposto) de Jesus Cristo. Mais tarde os copistas passaram a adoptar a abreviatura "JHS PP" e depois "PP". A pronúncia dessas letras em sequência explica porque José em espanhol tem o diminutivo de Pepe.

Já para substituir a palavra latina “et” (e), os copistas criaram um símbolo que é o resultado do entrelaçamento dessas duas letras : &. Esse sinal é popularmente conhecido como "e comercial" e em inglês, tem o nome de “ampersand”, que vem do and (e em inglês) + per se (do latim por si) + and.

Com o mesmo recurso do entrelaçamento de suas letras, os copistas criaram o símbolo @ para substituir a preposição latina ad, que tinha, entre outros, o sentido de "casa de". Veio a imprensa, foram-se os copistas, mas os símbolos @ e & continuaram a ser usados nos livros de contabilidade. O @ aparecia entre o número de unidades da mercadoria e o preço - por exemplo: o registro contabilista "10@£3” significava "10 unidades ao preço de 3 libras cada uma". Já nessa época o símbolo @ ficou conhecido em inglês como at (a ou em).

No século XIX, nos portos da Catalunha, no Nordeste da Espanha, o comércio e a indústria procuravam imitar práticas comerciais e contabilistas dos ingleses. Como os espanhóis desconheciam o sentido que os ingleses atribuíam ao símbolo @ (a ou em), acharam que o símbolo seria uma unidade de peso. Para o entendimento contribuíram dois factos:
1 - A unidade de peso comum para os espanhóis era na época a arroba, cujo "a" inicial lembra a forma do símbolo;
2 - Os carregamentos desembarcados vinham frequentemente em fardos de uma arroba. Dessa forma, os espanhóis interpretavam aquele mesmo registo de "10@£3” assim: "dez arrobas custando 3 libras cada uma". Então o símbolo @ passou a ser usado pelos espanhóis para significar arroba.
3 - Arroba tem origem no árabe ar-ruba, que significa "a quarta parte": arroba (15 kg em números redondos) correspondia a ¼ de outra medida de origem árabe (quintar), o quintal (58,75 kg).

As máquinas de escrever, na sua forma definitiva, começaram a ser comercializadas em 1874, nos Estados Unidos (Mark Twain foi o primeiro autor a apresentar seus originais dactilografados). O teclado tinha o símbolo "@", que sobreviveu nos teclados dos computadores.

Em 1972, ao desenvolver o primeiro programa de correio electrónico (e-mail), Roy Tomlinson aproveitou o sentido "@" (at), disponível no teclado, e utilizou-o entre o nome do utilizador e o nome do provedor. Assim "Fulano@Provedor x" passou a significar "Fulano no provedor x".

Em diversos idiomas, o símbolo "@" ficou com o nome de alguma coisa parecida com sua forma, em italiano chiocciola (caracol), em sueco snabel (tromba de elefante), em holandês, apestaart (rabo de macaco); em outros idiomas, tem o nome de um doce em forma circular: shtrudel, em Israel; strudel, na Áustria; pretzel, em vários países europeus.



Texto elaborado com dados gentilmente cedidos pela minha amiga Cathy, do Bailar das Letras e referência à obra “Casa da Mãe Joana”, de Reinaldo Pimenta

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domingo, novembro 02, 2008

o caminho do tempo

rostos e caveiras, a vida e a morte
marcha inexorável do tempo que passa
mas o ciclo não se quebra



Relógio quinhentista da torre, Igreja de S. João Baptista, Tomar - Portugal

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em outubro de 2008 a oficina publicou:

Textos
Dia 1 – Em Setembro de 2008 a Oficina publicou [oficina]
Dia 2 – Machado de Assis inspirou a Oficina [oficina]
Dia 3 – Cavalos de Fão [lendas]
Dia 4 – Na senda do “Tempo de Pedra” 6 [relógios de sol]
Dia 5 – O Monte da Penha [cadernos de viagem]
Dia 6 – Há 63 meses nos Caminhos da Blogoesfera [oficina]
Dia 7 – Verso e Reverso [poesia]
Dia 8 – O Nobel Saramago [gente]
Dia 9 – Crise, ou crises [a nossa opinião]
Dia 10 – A magia da romã [tradição]
Dia 11 – Luzes da Maresia 1 [faróis e lanternas]
Dia 12 – Conchas do mar azul [grande areal]
Dia 13 – Madrugar [poesia]
Dia 14 – Mariscar conquilhas [contos da praia]
Dia 15 – Para Ti [poesia]
Dia 16 – Charneca de Caparica de parabéns [oficina]
Dia 17 – Memorial da Montanha da Penha [gente]
Dia 18 – O Barbosa e o Jamboree [gente]
Dia 19 – Marcha Lilás Feminino [eventos]
Dia 20 – Os batentes “mão de Fátima” [aldrabas e batentes]
Dia 21 – ...tem um aroma diferente [poesia]
Dia 22 – Novos indicadores de leitura [oficina]
Dia 23 – No Outono floriu uma rosa [poesia]
Dia 24 – Arrebiana de Vinhais [jogos tradicionais]
Dia 25 – Na senda do “Tempo de Pedra” 7 [relógios de sol]
Dia 26 – A invernia marca a hora [tempo que passa]
Dia 27 – Aqueduto de Pegões Altos [caminhando se faz caminho]
Dia 28 – Ocultas mensagens [tradição]
Dia 29 – Pão por Deus [tradição]
Dia 30 – Caminhar [poesia]
Dia 31 – Noite das Bruxas, Dia do Saci [tradição]


Imagens
Dia 1 – De verde
Dia 2 – Concertinando
Dia 3 – Beleza pura
Dia 4 – Guarda de honra
Dia 5 – Amor pelas imagens
Dia 6 – Requinte e bom gosto
Dia 7 – Batente em verde
Dia 8 – Figos “picantes”
Dia 9 – Barcos do rio Cávado
Dia 11 – Gaivotas na ponta da areia
Dia 12 – ...a paixão de uma mulher
Dia 13 – Medronheiro
Dia 14 – Lua de Outubro
Dia 15 – farol de Esposende
Dia 16 – Costa dos doces sonhos
Dia 17 – Milhões de anos
Dia 18 – Bagas vermelhas
Dia 19 – Flores de Outono
Dia 20 – De granito construída
Dia 21 – Papa-léguas
Dia 22 – Granitos da Penha
Dia 23 – Casas tradicionais
Dia 24 – Flor da paixão
Dia 25 – Um olhar de outros tempos
Dia 26 – No caminho do Inverno
Dia 27 – Novos países visitam a Oficina
Dia 28 – Doce paixão
Dia 29 – Cenografia
Dia 30 – Chaminé em azul e branco
Dia 31 – A romã coroada


Uma flor para...
Dia 10 – Um flor para... a Catarina

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sábado, novembro 01, 2008

encantamento floral

visão mágica de encantar
flor tão bela qual colar de princesa
paixão eterna



Flor do Maracujá (Passiflora karmesin), dos jardins da Casa Perninha, Tomar - Portugal

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na senda do “tempo de pedra” 8

na senda do “Tempo de Pedra”
O adro da igreja é o centro do universo nas pequenas aldeias. Lugar de conversa, de passar notícias e de aumentar um ponto a um conto, é sítio de mercar a jorna e de adquirir alguns pertences. É no adro da igreja que o tempo passa. Para contar o tempo que passa e para marcar o ritmo da vida existe o relógio de sol à vista de todo o Povo.


na Igreja de S. João Baptista - Tomar

A construção primitiva da Igreja de S. João Baptista, em Tomar, é da época em que o Infante Dom Henrique era governador de Ceuta e foi reconstruída no reinado de D. Manuel I (século XVI). A traça arquitectónica é do estilo manuelino e desenvolve-se num plano rectangular, dividido em três naves e possui uma única torre sineira de grandes dimensões edificada no lado esquerdo.



O relógio de sol encontra-se implantado de forma embutida na esquina do lado direito da Igreja, Praça da República com a Rua de S. João Baptista, colocado a uma altura que torna a sua leitura difícil. Crê-se que seria mais fácil a leitura a partir das janelas superiores da Igreja, razão pela qual a sua numeração está invertida. Será um dos mais antigos relógios de sol existentes em Portugal.



O relógio de sol é constituído por um mostrador do tipo vertical meridional, isto é, voltado a Sul, talhado em pedra, com o gnómon triangular do mesmo material e as marcações horárias são gravadas em numeração árabe, invertidas em relação ao solo. No gnómon está gravado o nome do autor “Gonzalez”.





Para saber mais:
As Sombras do Tempo
Wikipédia
Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa
Relógios de Sol, de Nuno Crato, Suzana Metello de Nápoles e Fernando Correia de Oliveira – edição CTTCorreios


“Tempo de Pedra” anteriores:
na Igreja de S. João Degolado, Terrugem, Sintra
na Igreja de S. João Baptista, S. João das Lampas, Sintra
na Capela de Santo António, Carvoeira, Mafra
na Ermida de Nª Sª do Ó, Carvoeira, Mafra
na Igreja de Santo Isidoro, Santo Isidoro, Mafra
na Casa de Sanzim, Sto. Amaro, Guimarães
no Posto de Turismo, Tomar

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