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sábado, julho 04, 2009

o oleiro e o modelo

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras, dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas encontrar o encantamento das coisas simples e das vivências de um ancião




Estas mãos calejadas de ancião
Rugosas no moldar do barro agreste
Sentem telúricas forças que lhe dão
Inspirada ternura de sinal celeste.

Quando acariciam tão belo corpo
Tomam a macieza da brisa que do mar
Grão a grão enovela a areia com o sopro
Em tufos de sedução de muito amar

O barro ainda há pouco sem sentido
É agora uma fugaz imagem da beleza
Dos olhos do modelo emana um pedido
Que o sopro da vida lhe dê firmeza.

As mãos crispam nas formas o talhar
Depois acariciam a suave curvatura
Do teu seio do torso das coxas encantar
Ate ao âmago da tua doce formosura.

Respira fundo como lhe apraz
No êxtase da escultura terminada
Envolve a obra em tule de tons lilás
E dá vida à mulher muito desejada.

Da terra vem a força e o desvelo
Que o sonho que se deseja realidade
Seja a fusão do artista e do modelo
Na obra que ganhou vida, perenidade

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Comments:
Lindíssimo e uma ode no feminino:)

Gostei imenso!

Beijos e um Bom dia
 
mãos moldando sonhos... isso é bem envolvente.Muito bonito,vou levar comigo e se me permitir colher pedacinhos pro meu blog( com os devidos créditos) rsrs
Beijinhos
 
Querida Fatyly

Não há inspiração maior do que o corpo e o sentir de uma mulher...

Obrigado pelas tuas bonitas palavras.

Beijinho.
 
Querida Lisette

Palavras bonitas as tuas que muito me incentivam a fazer cada vez melhor.

É uma honra, além do prazer que me dá, levares daqui palavras singelas mas sentidas que vamos publicando.

Beijinhos.
 
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