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sexta-feira, abril 30, 2010

livre no jardim



despontas livre no jardim
encantas com tua forma e cor
arabescos dos palácios de cochim
de terras longínquas que assim
trazem doces aromas e muito amor



pescadores das "artes"



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pôr-do-sol, depois virá a alvorada

O momento mágico que representa o pôr-do-sol, maravilhoso mas fugaz, é um tempo único de meditação em que o espírito se encontra muito perto da Natureza, numa comunhão extraordinária de sentires. O olhar sempre se espraia até a espaços infinitos, muito para além da linha do horizonte na procura de respostas para tantas dúvidas que se apresentam na vivência do dia-a-dia.

A luz do pôr-do-sol côa através do arvoredo, quando temos a felicidade de o observar num jardim ou numa mata virados a poente, criando imagens quantas vezes irreais, levando-nos a espaços de mistério e de fantasia. No nosso imaginário o sol poente traz sempre a ideia da renovação no fulgor do Sol do dia seguinte.

É à beira-mar, ao longo da diversificada costa portuguesa, que o pôr-do-sol toma a sua verdadeira dimensão. Se à visão do mar, profundo mar, juntarmos o esoterismo do local, estão reunidas as condições para um sol poente inolvidável, que nos dará sempre a esperança desenhada na alvorada que se seguirá.

Muitas vezes, o Sol ainda alto, por efeito de densas nuvens, transforma-se num disco luminoso de laivos laranja fogo que nos dá a promessa de um pôr-do-sol extraordinário. Momento propício para a iniciação no observar e no meditar deste planeta que sendo azul se deixa invadir pelo doirado.

O pôr-do-sol é benfazejo para os enamorados que por ele se deixam banhar ao entardecer, porque a seguir virá a visita da Lua prateada. Mas no momento do pôr-do-sol as cores tornam-se mais quentes, os afagos mais profundos, os sentires encontram o ambiente propício a que fluam com doçura.

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quinta-feira, abril 29, 2010

olhar atento



corpos ao alto, mar agitado
com olhar atento procuram
ler os sinais do mar zangado
do ser humano uso desregrado
da natureza dádivas que perduram



pescadores das "artes"



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arte xávega no grande areal

A Arte Xávega é uma arte piscatória praticada desde há muitos anos no mar fronteiro aos areais da Caparica, forma tradicional de arrasto para apanha de peixe miúdo, especialmente a sardinha, o carapau e a sarda. Muitas vezes do arrasto resulta também a captura de “tequinhas” de lulas sempre muito apreciadas.

A pesca de Arte Xávega, também conhecida na zona da Trafaria, Costa e Fonte da Telha por Arte Grande ou Pesca do Grande Areal, é um método tradicional, praticado igualmente nas regiões de Aveiro, a norte, e de Vila Nova de Milfontes, a sul, que consiste no arrasto de redes lançadas a grande distância da orla marítima e que depois de a embarcação regressar a terra são puxadas a braço e, nos tempos mais recentes, por tractores.

Esta arte piscatória tem origem na costa norte, tendo-se iniciado no Século XVI, quando os pescadores começaram a ir ao mar largar as redes, lutando contra a rebentação das praias, cercando o peixe com as redes que depois eram puxadas a braços para o areal. Praticada nos períodos de invernia, era a única forma que os pescadores encontravam para conseguirem meios de subsistência, atendendo a que no Inverno, devido às baixas temperaturas da água do mar o peixe se encontrar a maiores profundidades.

A Arte Xávega na Praia do Sol é somente praticada no Verão, daí ser considerada sazonal, época em que o mar é mais propício à manobra das frágeis embarcações com que é praticada, sendo nas restantes épocas do ano substituída pela pesca com redes de estremalho, redes que são lançadas pela madrugada de um dia e recolhidas no dia seguinte. Com a rede de estremalho pesca-se, normalmente, robalo, linguado e outros peixes finos.

Hoje em dia a Arte Xávega é praticada nas praias da Caparica, nos longos e doirados areais, especialmente, nas zonas da Fonte da Telha, das Acácias e da Frente Praia. É mais frequente nos períodos de mar calmo, sendo já reduzido o número de colónias de pescadores que a praticam como meio de daí retirarem proveito para a sua sobrevivência, antes utilizando esta arte nos períodos estivais, por prazer e tradição.


A actividade diária dos pescadores da Costa tem o seu início de madrugada, terminando à hora do pôr-do-sol quando o último peixe é escolhido para a venda na lota. Muitas vezes os populares ajudam ao puxar das redes para receberem a retribuição de algum peixe que virá a constituir a base da ceia do dia.

A companha de um barco da Arte Xávega é constituída por cinco homens que no mar lançam a rede de cerco, enquanto em terra os restantes elementos se dedicam ao alar das redes, à limpeza dos barcos e à selecção do peixe. A tradição estabeleceu também os quinhões da safra diária que cabe a cada um dos elementos da companha de acordo com as suas tarefas.

Desde há alguns anos que as autoridades, pressionadas por decisões da União Europeia, têm vindo a criar dificuldades a esta prática tradicional, evocando o facto de, tratando-se de pesca de arrasto, destruir os fundos e capturar peixe demasiado miúdo.

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quarta-feira, abril 28, 2010

sonho do poeta



o sonho do poeta brilhou
no breu desta noite primaveril
teu rosto levantino espelhou
com aromas de gerânios perfumou
as noites mágicas mais de mil



Lua Cheia às 12:18 horas (100%)



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lua de primavera

A Lua brilhante nesta noite de breu vestida,
Em eterna cumplicidade que está presente,
Colorida de azul e lilás do astro-rei poente,
Nela vislumbro a amada silhueta reflectida.

Meu olhar triste vagueia no tempo ausente,
Na procura da vereda de luz que foi perdida,
Certeza de que aí encontro segura guarida
Meu pensamento com o seu é convergente.

Deste cor e brilho a meu olhar de teu sentir
Uma amizade é forte quando vai para além
Do que aquilo que minha boca te ousa pedir.

Tanta afectividade que em si própria contém
Dádiva do passado do presente e para o devir
A certeza do encantamento e do querer bem.

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terça-feira, abril 27, 2010

pedras que contam estórias



pedras são estórias por contar
uma cruz de fé e devoção
pisar calçada a história caminhar
conhecer o passado e sonhar
o futuro construir com emoção



pedras que são história, Cáceres - Espanha, zona histórica



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enfim, livre!

elmano sadino
Apontamentos dos quereres e sentires do poeta de Setúbal, Manuel Maria de Barbosa du Bocage, na procura de uma verdade impossível de encontrar, o rumo da sua vida. Transcrição de sonetos e de poesias eróticas, burlescas e satíricas



Mesmo movimentando todas as influências e versejando para as damas que deleitadas iriam pressionar os maridos, a liberdade de Bocage ainda tardou. Tocado pelos senhores do poder, o desembargador Morais Brito despronuncia Bocage de delito contra o Estado, de que se encontrava acusado e incriminado, e entrega-o à Inquisição por erro religioso.

A Inquisição já não era o que antes fora. Desde o Marquês de Pombal que se transformara num tribunal benigno, para manter a sua existência. A Inquisição condena Bocage a receber a boa doutrina o que vai acontecer no mosteiro de S. Bento da Saúde, onde hoje funciona a Assembleia da República.

Manteve-se por pouco tempo neste mosteiro. É convencimento que terá movido novas e mais fortes influências para melhorar a sua situação. A verdade é que o Intendente da Polícia, homem influente na Corte, deu ordem a 22 de Março de 1798 para que Bocage fosse transferido de S. Bento para o Hospício das Necessidades.

Bocage foi entregue à direcção espiritual do Padre Joaquim de Fóios, homem de poesia e do saber, pertencente aos congregados do Oratório, os mais cultos religiosos de Lisboa. O Príncipe Regente foi brindado por Bocage com algumas odes de excepção, tendo-o compensado, por isso, com esmolas que lhe enviava sempre envoltas num sermão de moral.

Bocage era duro de roer. Se por um lado lhe incutiam no espírito religiosidade com que pretendiam modificar sua maneira de ser, ele nunca perdia a oportunidade de estabelecer longas conversações com gente leiga, como é o caso do Conde de S. Lourenço, amigo de Correia Garção, um velho filósofo que transformou tempos de cárcere de Bocage em “horas doiradas”.

Em 1779 mandam Bocage em paz.



Diálogo entre o Poeta e o Tejo

Poeta:
Tejo que tens, estás quedo?
Não banhas hoje esta praia?
De que o teu valor desmaia?

Tejo:
Eu te digo, mas segredo:
Confesso que tenho medo
Do teu ranchinho infernal.

Poeta:
O teu susto é natural,
Parecem três furiasinhas,
Mas contudo são mansinhas,
Não mordem, não fazem mal
-------------------------------
São uns cornos muito bem feitos,
Uns cornos mui delicados
São cornos, que torneados
Se podem trazer aos peitos:
Cornos que sobem direitos,
Pela sua varonia,
E sem mais cronologia
Tem gravados na armadura
Os timbres da fidalguia.



O que já foi publicado na Oficina das Ideias sobre Bocage:
Elmano Sadino
O Homem e o Poeta
Regresso à Vadiagem de Lisboa
Os Alvores da Nova Arcádia
As Sátiras de Elmano Sadino
Bocage no Degredo
Caminho da Libertação

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segunda-feira, abril 26, 2010

com seus talentos



menino dos dois instrumentos
concentrado na função
encanta com seus talentos
os passantes mais atentos
tem música no coração



música na rua, Cáceres - Espanha



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rosas de vale de rosal

Dos incultos matos, cobertos de tojos, carrascos e silvados brotaram rosas tão belas que logo áquele sítio chamaram "Vale de Rosal". Do roseiral ainda hoje o Povo colhe uma rosa para alegrar o seu viver.





rosa branca





rosa mesclada de vermelho e amarelo




rosa lilás, também designada "rosa azul"




rosa vitória




rosa amarela

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domingo, abril 25, 2010

25 de abril sempre



de abril de fez a esperança
na construção da liberdade
sentir que o mundo avança
no brilho do olhar duma criança
vereda da fraternidade



cravos no 25 de Abril de 2010



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cravos que floriram na oficina das Ideias

Os cravos de Abril que a Oficina das Ideias já publicou...



2005 - 2005 - 2005 - 2005 - 2005 - 2005 - 2005



2006 - 2006 - 2006 - 2006 - 2006 - 2006 - 2006 - 2006



2007 - 2007 - 2007- 2007 - 2007 - 2007 - 2007 - 2007



2008 - 2008 - 2008 - 2008 - 2008 - 2008 - 2008



2009 - 2009 - 2009 - 2009 - 2009 - 2009 - 2009 - 2009

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sábado, abril 24, 2010

tonalidades imaginadas



da paleta do excêntrico pintor
tonalidades imaginadas
dão mais luz e mais cor
ao verdejante inspirador
de obras de arte sonhadas




flores silvestres da Mata dos Medos



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pelos trilhos da mata dos medos

Segue pelo trilho de areia, bordejado de pinheiros mansos que mais não têm do que dez anos, já plantados depois do grande fogo e caminha na direcção do poente, com o azul do amplo mar a servir de rumo e orientação. À tua esquerda empoleirado num tronco estará um pequeno pássaro a chilrear, dos muitos que andam a esvoaçar de árvore em árvore.

Quando estiveres na beira da arriba, com o casario da Fonte da Telha a teus pés, olha para a tua direita, para Norte. Terás, então, lá bem longe, a ampla visão da Serra de Sintra, envolta no seu mistério e romantismo, para muitos é o Monte da Lua. Verás também toda a costa Norte e o mar a namorar o Tejo, namoro de milhares de anos.

Daí mesmo, sem arredares pé, quando olhares para Sul, verás o longo promontório que conduz até ao Cabo Espichel, o Barbárico Promontório no dizer dos antigos, onde um farol de luz intermitente continua incansável a orientar os navegantes de um mar belo mas perigoso, o mais perigoso de toda a costa portuguesa. Nossa Senhora do Cabo cuida dos homens do mar.

Neste emaranhado de trilhos de areia que desenham na Mata uma densa rede de comunicações prevalece a visão da cor verde, agora que o Verão já se aproxima da sala de entrada do tempo que passa. Mas tenho para ti uma surpresa bem guardada. Olha agora nesse virar de caminho frondoso arbusto coberto de pequenas bolas vermelhas.

Outro arbusto coloriu a suas bagas de um branco leitoso e algo translúcido. A sua doçura é muito apreciada pelas abelhas que produzem um mel de sabor único nas colmeias da Mata. Cuida para que te não mordam, pois andam no seu trabalho e não querem ser interrompidas. Mas não deixes de apreciar a beleza destas bagas.

Quando regressares à tua origem recordarás sempre este mar profundo numa mescla de azul e verde inconfundível e também o azul, muito azul, dos céus da Praia do Sol. O verde da Mata na apoteose sinfónica da Primavera. Mas também os pescadores que diariamente enfrentam o mar com as suas artes de pesca.

E volta...

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sexta-feira, abril 23, 2010

a rosa e o livro



neste dia de tanto querer
no sentir dos namorados
venho uma rosa oferecer
a ti esplendorosa mulher
neste versos soletrados



Em 1995 a UNESCO por proposta da Generalitat de Catalunya
instituiu o dia 23 de Abril como Dia Mundial do Livro
e dos Direitos de Autor
Para os eternamente enamorados será sempre
o dia de Sant Jordi



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sant jordi dos namorados

Desço as Ramblas de Barcelona perdido no sonho imaginado de que poderei cruzar-me com a Faíza, a menina dos escritos do meu encantamento, com a Montse, corpo belo e cara angelical ou com a Marisa, uma mulher que me fez adorar as barcelonesas. Caminho sem pressas, a Diagonal que sempre cruzou a minha vida já ficou para trás e a estátua de Colón já ali de seguida com o Mediterrâneo à vista. Inalo o perfume único das buganvílias e das lindas mulheres com que me cruzo.

Imagino que me encontrarei com Gaudí tantas são as marcas que deixou na capital da Catalunya. Na verdade, cada marca é um sinal, um signo que ajudará a desvendar o mistério que envolve toda a sua obra. Sinto no meu corpo a marca de um dos seus “sete sóis” perpetuada numa tatuagem em lugar recôndito.

Hoje é um dia muito especial. Celebra-se Sant Jordi, o nosso São Jorge do castelo e dos dragões, que da Catalunha é o patrono e dos enamorados o protector. O dia em que os homens oferecem à mulher amada uma rosa. Tradição entre os namorados, o tempo tornou-a extensiva às filhas, às avós e às colegas. E, muito em especial, às amigas de verdade.

As mulheres, contempladas com tão bela e ternurenta oferta, elas próprias maravilhosas rosas de um jardim imaginário, retribuem a flor recebida com a oferta de um livro. Sensibilidade e cultura de mãos dadas.

Hoje é o verdadeiro Dia dos Namorados, no seu mais sentido significado de “todos que se querem bem”, que se gostam, que se respeitam e que juntos caminham a cumplicidade vida, muitas vezes a milhares de quilómetros de distância.




Aqui deixo uma rosa para a Teresa - minha mulher, para a Lila – amiga do coração que adora a cor lilás, para a Mikah - minha comadre especial, para para as queridas Montse, Marisa, Cori e Faíza - meus sentires na Catalunha, para a Nour - querida amiga levantina das "mil e uma noites", para o outro lado do mar, a Lualil, a Claudia, a Cathy, a Lis, a Lígia, a Gwen, a Rosan, a Sayonara, e a Yonara, para a Alfonsina e a Liliana, lá para os lados do Caribe, aqui à minha beira, para a Sara, a Catarina, a São, a Ana, a MagyMay, a Rita, a Margarida, a Maria Teresa, a Fatyly, a Susana, a Mariazita, a Fernanda e para TODAS as minhas amigas, para TODAS as mulheres do Mundo, especialmente para as que sofrem as agruras das “civilizações”.


Em 1995 a UNESCO por proposta da Generalitat de Catalunya instituiu o dia 23 de Abril como Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor

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quinta-feira, abril 22, 2010

uma flor para... o ricardo nuno



do astro-rei pepitas doiradas
poisam em tuas pétalas muito belas
no caminho de vidas sonhadas
são fragrâncias perpetuadas
para quem merece vivê-las



ver um filho crescer com saúde e dignidade é o maior bem que existe



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meu brasil brasileiro

Os portugueses descobriram o Brasil faz hoje 510 anos. Melhor, deixando para trás a visão euro centrista que durante séculos nos acompanhou, os portugueses acharam o Brasil há 510 anos. Pedro Álvares Cabral foi o nome que os cronistas registaram, é esse que faz a fé histórica que nos foi ensinada.

Conheci o Brasil há cerca de meia centúria, ainda não o achei mas um dia acontecerá, pela pena de Jorge Amado, proscrita das livrarias portuguesas por acção da censura salazarenta. Ahhh!!! “Os Subterrâneos da Liberdade”. Mas também nos romances de Graciliano Ramos e nos escritos de Josué de Castro e nos estudos do antropólogo Egon Schade.

E desde então fiquei a amá-lo. Aliás, sentimento recíproco expressado objectivamente pela liderança que os blogueiros brasileiros têm entre os visitantes desta modesta Oficina das Ideias.

Por muitos considerada a primeira peça literária da Literatura Brasileira, a “Carta de Pêro Vaz de Caminha”, dirigida ao rei D. Manuel I, começa assim:
Senhor:
Posto que o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou, não deixarei também de dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que -- para o bem contar e falar -- o saiba pior que todos fazer.
Tome Vossa Alteza, porém, minha ignorância por boa vontade, e creia bem por certo que, para aformosear nem afear, não porei aqui mais do que aquilo que vi e me pareceu.
Da marinhagem e singraduras do caminho não darei aqui conta a Vossa Alteza, porque o não saberei fazer, e os pilotos devem ter esse cuidado. Portanto, Senhor, do que hei-de falar começo e digo:
A partida de Belém, como Vossa Alteza sabe, foi segunda-feira, 9 de Março. Sábado, 14 do dito mês, entre as oito e nove horas, nos achamos entre as Canárias, mais perto da Grã-Canária, e ali andamos todo aquele dia em calma, à vista delas, obra de três a quatro léguas. E domingo, 22 do dito mês, às dez horas, pouco mais ou menos, houvemos vista das ilhas de Cabo Verde, ou melhor, da ilha de S. Nicolau, segundo o dito de Pêro Escolar, piloto.
Na noite seguinte, segunda-feira, ao amanhecer, se perdeu da frota Vasco de Ataíde com sua nau, sem haver tempo forte nem contrário para que tal acontecesse. Fez o capitão suas diligências para o achar, a uma e outra parte, mas não apareceu mais!
E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até que, terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de Abril, estando da dita Ilha obra de 660 ou 670 léguas, segundo os pilotos diziam, topamos alguns sinais de terra, os quais eram muita quantidade de ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho, assim como outras a que dão o nome de rabo-de-asno. E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam fura-buxos.
Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome - o Monte Pascoal e à terra - a Terra da Vera Cruz.
… …. …
Pêro Vaz de Caminha

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quarta-feira, abril 21, 2010

monumento à vida



dorso curvado pelo tempo
passado com a maresia
é preito é monumento
à vivência e ao alento
da contemplação que é poesia



Pôr-do-Sol na Mata dos Medos - Fonte da Telha



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no pombeiro

Juntaram-se para o repasto
A nobreza e a fidalguia
Chamaram um capitão
Um abade e um capelão
E como a noite prometia
Um físico de saber vasto

Tocam suaves alaúdes
As violas e uma guitarra
Para os lados de Paranhos
Juntam-se quereres tamanhos
Quando canta a cigarra
Malgas para cima, saúdes

Sentados à mesma mesa
Nobres, o clero, a plebe
Petiguinhas devoradas
E arroz d’hortos saudadas
E mais uma malga se bebe
Verde tinto para a realeza

Seguem-se outros desvarios
De comezaina e beberes
Uns enchidos bem fumados
Polvos com arte cozinhados
Vitela assada de prazeres
E os canecos estão vazios

Para o repasto compor
Sai tripas à moda do Porto
Assim quer o presidente
Para gáudio dos presentes
Manjar de deuses conforto
Para alegrar e bem dispor

Aos vivas de malga na mão
Todos quiseram ser primeiro
Dona Fátima, Senhor Manuel
Brindou o crente e o infiel
Voltaremos ao Pombeiro
Para jantar e p’ró serão



[nota]"O Pombeiro" é um restaurante no Porto, zona da Constiuição, que a Oficina das Ideias vivamente recomenda

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terça-feira, abril 20, 2010

moinho de poço



das quintas e das hortas é memória
água que refresca as gargantas
eleva agua dos poços sua estória
contra a gravidade uma vitória
a conversa vai até às tantas



Moinho de Poço na quinta do Solar dos Zagallos,
Sobreda - Almada



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o sol e a lua

Horas passaram num sono profundo que o levaram às terras do longe. Horas? Talvez mesmo dias ou anos, quiçá décadas, que esta coisa do tempo contado, não é mais do que uma medida, um registo que máquinas mais ou menos complicadas determinam. O tempo que passa esse é outro, é aquele tempo sentido, que tanto parece eternizar-se, como se escapa como a areia entre os dedos da mão.

Acordou o velho marinheiro quando o Sol que há tempos já lhe batia no rosto se tornou presente pelo calor que desenvolvia na sua pele tisnada. O Sol com quem sempre partilhou os dias. Com a Lua sempre caminhou o encantamento das noites.

O murmúrio que o havia conduzido ao sono sonhado voltou a ouvir-se. Tinha a certeza que era o mesmo. Sabia da sua origem mas continuava a não vislumbrar o ente que tanto o maravilha no seu doce murmurar:

“-Não a vejo da minha janela mas sei que está lá! Assim como no meu ombro!


O velho Marinheiro soergueu-se estremunhado, a esfregar os olhos, numa tentativa de vislumbrar o que os seus olhos se negavam em mostrar-lhe. O mar lá ao fundo estava tranquilo, quando antes estava tormentoso. Era sempre assim... aquela maviosa voz acalmava-o e ao mar azul, profundo.

Desejou que assim fosse para todo o sempre. Que a máquina de marcar o tempo parasse no momento mágico em que a voz da mais bela Ninfa do Tejo murmurava: “-Meu querido!” Que o sentir do tempo que passa fosse duma lentidão tal que o Sol e a Lua fundissem o seu brilhar num luminoso raio de Esperança.

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segunda-feira, abril 19, 2010

arco da vida



desenhei no arco da vida
uma árvore secular
encontro memória perdida
nesta permanente corrida
neste eterno caminhar



Parque da Paz - Almada



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caminho para a libertação

elmano sadino
Apontamentos dos quereres e sentires do poeta de Setúbal, Manuel Maria de Barbosa du Bocage, na procura de uma verdade impossível de encontrar, o rumo da sua vida. Transcrição de sonetos e de poesias eróticas, burlescas e satíricas



As sombras e a humidade do cárcere influenciam, definitivamente, a poesia de Bocage, agora carregada de dramatismo. Bocage entra na fase da “poesia séria”. O boémio já era, agora vinha ao de cima dos seus escritos a verdadeira inspiração de alguém preocupado com o social, que retratou de uma forma incomparável.

Humanamente enriqueceu. Deixou para trás a vida boémia, de arruaça e bebedeira, que desenvolvia ali nas imediações do Botequim das Parras. Chorou a vida. Viu-se ameaçado por um cárcere prolongado, talvez para o resto da sua vida.

Bocage recorreu a antigos amigos da Arcádia. Implorou junto dos poderosos. Vendeu a alma ao diabo em troca da sua libertação. Movimentaram-se ministros e fidalgos. Dedica poemas ao Marquês de Abrantes, a uma dama da Rainha, à esposa de um ministro. E que poemas...

Foi chamado a perguntas e versejou:

Portei-me como quem tinha
Para a verdade tendência
Do peso da opinião
Aligeirei a inocência...


Este tipo de quadras era cantado com músicas de fado no Ferro de Engomar, tasca e restaurante ali para os lados do Chinquilho, nas Portas de Benfica, mesmo à saída de Lisboa. Local tradicional da boémia lisboeta, onde os cantantes de fado amador conviviam com a nobreza. Diz-se que até o Rei por lá aparecia disfarçado de fadista outras vezes embuçado.

Somente como curiosidade, nos anos sessenta e setenta do século passado ainda cheguei a jantar no Ferro de Engomar. Já não era o que teria sido na época de Bocage, mas ainda se respirava boémia e fadistagem.


Soneto 28

Se considero o triste abatimento,
Em que me faz jazer minha desgraça,
A Desesperação me despedaça
No mesmo instante o frágil sofrimento;

Mas súbito me diz o pensamento,
Para aplacar-me a dor que me trespassa,
Que Esse, que trouxe ao Mundo a Lei da Graça,
Teve num vil presepe o nascimento;

Vejo na palha o Redentor chorando,
Ao lado a Mãe, prostrados os pastores,
A milagrosa estrela os reis guiando;

Vejo-o morrer depois, ó pecadores,
Por nós, e fecho os olhos, adorando
Os castigos do Céu como favores.



O que já foi publicado na Oficina das Ideias sobre Bocage:
Elmano Sadino
O Homem e o Poeta
Regresso à Vadiagem de Lisboa
Os Alvores da Nova Arcádia
As Sátiras de Elmano Sadino
Bocage no Degredo

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domingo, abril 18, 2010

uma flor para... a montse



explosão de vida e alegria
caminho desenhado com amor
contagiante tua energia
sol de gaudi teu fulgor
maresia em flor

explosió de vida i d'alegria
camiño dibuixat amb amor
és el teu energia contagiante
sol gaudi la teva resplendor
del maresia en flor





Montse é uma querida amiga pessoal da Catalunya
"rosto angelical e corpo sensual",
aniversariante a quem desejo muitas felicidades



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flores de abril

flores de jardim
dos jardins de Vale de Rosal "colhemos" estas flores no decorrer do mês de Abril do ano da graça de 2010 para com todas vós partilharmos





Penacheiro ("Callistemon rigidus"), origem: Austrália





Nigella ("Nigella damascena)), origem: sul da Europa





Rosa Banksiae ("Rosa banksiae "Lutea""), origem: China

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sábado, abril 17, 2010

o azul de piódão



aldeia num vale alcantilada
entre agrestes serranias
a tradição festejada
gente que é dedicada
da cultura são vigias



uma aldeia de xisto: Piódão



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da serra de sintra ao cabo espichel

Sentado no muro que delimita o Miradouro dos Capuchos, o velho Marinheiro olha longamente a linha do horizonte desse mar que sente tão seu. O vento forte que sopra do mar para terra fustiga-lhe o rosto rudemente o que parece não sentir, pensamentos perdidos no tumulto do mar agitado.

À sua direita, bem longe onde a bruma sobe do mar, a Serra de Sintra parece a guardiã de sentimentos profundos que Lord Byron tão poeticamente expressou em seus escritos nascidos da tranquilidade da serra, que não das suas paixões.

Para Sul uma linha marca a plataforma que entra mar dentro até chegar ao mítico Cabo Espichel. Não tarda, que ao sol poente raiem os primeiros fachos luminosos que o farol fará chegar às embarcações, qual guia no mar tormentoso.

À memória do velho Marinheiro ocorre, enquanto cofia a alva barba, tantos anos que já lá vão, a aflição que sentiu ao ver a embarcação em que navegava, seus companheiros e ele próprio quase serem tragados pelo mar alteroso. Terá sido a Senhora dos Navegantes que a todos salvou?

Vem desses longínquos tempos o pacto de fidelidade feito com o mar que hoje sente ser seu. Vem desses tempos passados a sua capacidade de entender o mar, no seu bru-à-à constante, mas também o de ouvir a maviosa voz de mulher que lhe povoa o sentir.

“_Tu és o meu marinheiro, o meu querido marinheiro...”
“_Sinto a Lua no meu ombro, tu marinheiro que és meu Sol...”

O marinheiro sentiu frio. O vento não só lhe fustigava o rosto violentamente, como passava através da sua roupa, arrefecia-lhe o corpo, mesmo a alma... Reparou, então, que o farol, lá longe em terras da Senhora da Pedra da Mu, dourava o firmamento com o seu facho luminoso. Sentiu respiração forte e cálida junto a si mas não viu ninguém...

Lembrou-se da “velha” rica de saberes e de eterna capa posta sobre os ombros que a lenda das gentes das redondezas regista. Lembrou-se do eterno Camões que de forma única cantou as Ninfas do Tejo. Lembrou-se da Senhora dos Navegantes.

E deixou-se dormitar na noite fria...

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sexta-feira, abril 16, 2010

uma flor para... a sayonara



seu aroma forte e sensual
chega além de mares de montanhas
transporta em si o ritual
amizade duma rosa de Portugal
símbolo de heróicas façanhas



Sayonara é a minha querida Amiga Sayonara Brasil
que em João Pessoa dinamiza o projecto artiístico e ambiental
"Catamarã das Artes"



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o fotógrafo e a escritora

Lado a lado, caminharam calçada acima, bem para o interior do bairro degradado e pobre, situado mesmo ali à beira de uma grande e bela cidade. Seguiam silenciosos, absortos nos seus pensamentos. Naquele momento as palavras não eram necessárias, pois sem elas se estavam na mesma comunicando, permuta de mensagens quase diria codificadas, num cruzamento profundo dos pensares. A cumplicidade estava no auge dos sentires.

Ele, cabelo e barba fartos e brancos, fotógrafo com a sensibilidade na ponta dos dedos e no olhar atento, habituara-se com o passar dos anos, a escrever ideias e sentimentos com uma máquina fotográfica.

Ela, jovem, cabelo curto a desenhar a asa de uma exótica ave, escritora, e tantas outras coisas numa vida plena de solidariedade, obtinha as mais belas imagens com um simples pestanejar dos cílios bem desenhados no seu olhar doce e profundo.

Caminharam, caminharam tranquilamente naquele bairro que tantos apontavam como violento e marginal, mas que nem por isso deixava de ser constituído por pessoas. Caminhavam com a tranquilidade de quem vai no rumo certo, de quem acompanha um sonho premonitório.

Pararam um pouco. Se olharam nos olhos. Era importante agora dizer algo, tanta coisa que lhes atravessara o pensamento enquanto silenciosos caminhavam lado a lado.

_ Você já viu quanta mudança desde que pela última vez caminhámos esta calçada?
_ A comunidade está mesmo a mudar. Já não vês tantos meninos na rua como dantes...
_ Encontraram seu caminho... as calçadas estão mais bonitas, a higiene é maior. Vê aquela parede com uma tão bonita pintura mural... e que bela mensagem contém...
_ Hum! Que lágrima atrevida a brotar de teus olhos...

Continuaram a subida da calçada, sem qualquer receio. O Povo quando é mais feliz é menos violento. Na realidade, a salubridade parecia ter decidido instalar-se por ali.

Pararam. A escritora começou por sorrir, riso aberto logo depois. Forte gargalhar a ecoar na calçada.

_ Você está a ver que creche bonita? Novinha, ainda em acabamentos. Que alegria!
_ Sim! Hoje está a ser um dia surpreendente.
_ Imagina este espaço cheio de crianças... imagina a felicidade das mães por terem um lugar decente onde deixarem seus filhos...
_ Me sinto feliz também... Pela obra e pela felicidade que tu estás sentindo.
_ Já viu? Esta cidade maravilhosa, com o oceano azul aqui tão perto a confundir-se com o céu... Mas quanta carência ainda tem, com gente pobre sem condições de vida.
_ Mas este Povo está a recuperar a dignidade e a cidadania. A Esperança, aquela do Cavaleiro, é mais forte do que nunca.

Estavam extasiados com tamanha mudança. O Mundo tem que conhecer a força e a vontade de um Povo com Esperança.

_ Sabes, muita gente tenta ignorar estes passos gigantescos no caminhar da Felicidade. Ou porque não estão a ser directamente beneficiados, ainda não chegou a sua prioridade; ou porque não procuram informação adequada.
_ Minha querida, vamos à acção: fotografe tudo com o seu olhar tão belo...
_ E tu escreve, escreve com sua máquina fotográfica; o Mundo deve saber o que este Brasil de encantamento está realizando.

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quinta-feira, abril 15, 2010

imagem sonhada



com uma sublime pincelada
de tintas da paleta divinal
criaste imagem por mim sonhada
no sentir duma doce madrugada
tão singela, tão bela afinal



rosa bansiae dos jardins de Vale de Rosal



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azul, somente azul

Quando depois de atravessar a mata, colorida com diversificadas tonalidades de verde, dos pinheiros mansos e bravos, das aroeiras, dos medronheiros e das acácias, cheguei à ampla clareira cá bem no alto da falésia fui completamente inundado pelo azul que me deixou extasiado no sentir de tamanha exuberância.

Na linha do horizonte, numa combinação só possível com a artística sensibilidade da Natureza, justapõem-se perfeitamente o azul do mar de laivos esverdeados com o azul em tons doirados do pôr-do-sol já próximo que nos leva para o dia que se segue na sequência do tempo que passa.

O artista foi pródigo na utilização da paleta das tonalidades de azul para pintar tão maravilhoso quadro. O céu recebe aqui uma pincelada de azul muito claro de uma limpidez total e, mais além, tonalidades de chumbo em resultado da nebulosidade que para o quadrante Sul se vai acumulando. Entre os dois uma miríade de cambiantes, inesgotáveis como a imaginação.




O mar não é menos beneficiado pelas cores da Natureza. Desde o azul profundo até ao esverdeado, nos diversos graus de transparência está lá todo o saber e toda a técnica desse pintor único que nos transporta ao sonho, ao infinito através de um olhar para o céu e de outro para o mar.

A tentação de descer, de tocar esse azul profundo é irresistível.

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quarta-feira, abril 14, 2010

silhuetas



quando o sol baixa lentamente
lá para as bandas do monte da lua
surgem silhuetas, imagem latente
da nossa imaginação recorrente
barcos, gentes, mulheres nuas



Pôr-do-Sol no Grande Areal, com o Monte da Lua ao fundo



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no café

Sentado à mesa do café,
A do fundo,
A do costume...

Deixo espraiar o meu olhar
Ausente
Mergulhado na vida já vivida...

Encontro olhos de mar,
Boca de carmim,
Que lhe disse: _Dá-me lume?

Encontrei abrigo,
Afecto,
Na cumplicidade que julgava há muito perdida.



[hoje é o Dia Mundial do Café]

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terça-feira, abril 13, 2010

espelho da vida



tranquilo caminhar para o poente
na maré vaza que se espraia
é espelho da vida e da gente
que em contemplação sente
o aroma o sabor da “minha” praia



Frente Praias da Costa de Caparica, Grande Areal



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a casa dos amuos

Nos séculos XVIII e XIX, é conhecida a posição pública recatada e submissa das mulheres, independentemente da classe social, aparecendo sempre um pouco como a sombra do marido, ainda hoje se afirmando indevidamente “por trás de um grande homem está sempre uma grande mulher”. O caminhar a vida lado a lado é, sem dúvida, a melhor forma.

Contudo, é conhecida quanta importância e mesmo determinação tiveram as mulheres na condução dos negócios e mesmo da política nas sociedades tradicionais de então. Foi o que aconteceu e está historicamente registado aquando da explosão vinícola das zonas do Douro e do Minho nos tempos do Marquês de Pombal.

Recentemente, levados por mão amiga e conhecedora, visitámos na Quinta da Aveleda um espaço algo reservado e pouco falado a que chamam “a Casa dos Amuos”. Dizia esse meu amigo que conta a tradição que nesta casa bem no interior dos jardins românticos da Quinta se recolhiam as damas da casa quando amuavam com seus maridos.

Versão da tradição, machista sem dúvida...

Dei comigo a pensar se não seria na chamada “Casa dos Amuos” que se juntavam as senhoras da região e longe das vistas de seus maridos acordavam as estratégias a seguir nos negócios e na política de então.


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segunda-feira, abril 12, 2010

planar suave



neste planar suave e belo
contraste da prata e da turquesa
é o sonho que desfaz o novelo
deste sentir tão singelo
desta eterna beleza



gaivota a sobrevoar o mar da Ericeira



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teu corpo e uma jóia

Teus belos olhos de mel
Duma tonalidade tão pura
São do Universo o anel
Do muito querer que perdura

Tua boca sem ter par
Qual amora já madura
A doçura no beijar
Num momento de ternura

Teus seios são frutos de ouro
Duas jóias preciosas
Fazem parte do tesouro
Das sensações valiosas

Teu umbigo sensual
Com um brilhante de sonho
Como ele não há outro igual
No Mundo que fazes risonho

No centro de teu lindo ser
Fulge o mais belo tosão
É sonho de enlouquecer
O mais nobre coração

De tão bonita mulher
A concluir o que penso
Feliz de quem merecer
Seu sorriso tão intenso

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domingo, abril 11, 2010

barbárico promontório



para lá de tanta cor, de tanto mar
verdejante mata, doirado areal
e onde a vista alcança o sonhar
promontório barbárico desenhar
lendário espaço quase irreal



mata dos Medos e cabo Espichel



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memórias

Hoje partiu um grande amigo para uma viagem pela imensidão do Universo, deixando um vazio físico que não nas memórias. Pouco a pouco estas memórias colmatarão a fissura deixada no espaço com um pouco da argamassa do tempo.

Quando ainda muito jovem saído da escola entrei na vida activa, o primeiro emprego, foi ele a primeira pessoa que conheci, que me recebeu, na empresa que seria o meu emprego de uma vida e da dele também.

Seguimos caminhos diferentes como tantas vezes acontece nas empresas de grandes dimensões e viemos a trabalhar juntos alguns anos antes de nos aposentarmos.

Mais de trinta e cinco anos de amizade… Ficam muitas memórias, curiosamente somente boas memórias.

Nas nossas caminhadas pelo tempo encontrar-nos-emos muitas vezes mais.

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sábado, abril 10, 2010

capa de oiro



reino da moira encantada
nas terras da longínqua adiça
de oiro sua capa bordada
na flor das acácias sonhada
mar que na areia se espreguiça





doirado acacial da Caparica



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sete palmos de terra e um caixão

No ano de 2005 publiquei na Oficina das Ideias a resposta a um inquérito, como tantos outros que por vezes funcionam ao estilo de “meme”, onde numa questão sobre que livros levaria para uma ilha deserta, indiquei entre outros:

Sete Palmos de Terra e um Caixão, de Josué de Castro, edição Seara Nova – Um ensaio sobre o nordeste do Brasil, uma área explosiva. O autor debruça-se sobre os problemas sociais e políticos de uma zona onde a fome impera. Muito antes dos recursos turísticos passarem a ser explorados o dia-a-dia do nordestino era partilhado com a seca e os problemas alimentares.

Curiosamente, muitos jovens brasileiros nordestinos não recordam este autor e a sua obra e muitas das referências às terríveis secas do Nordeste Brasileiro deixaram de fazer sentido, quiçá devido às alterações climatéricas.

Josué de Castro nasceu a 5 de Setembro de 1908, tendo falecido em 1973, médico pernambucano, o primeiro a tratar a questão da fome como uma ameaça à soberania nacional. O problema da fome, fome real, que passados mais de 30 anos sobre este diagnóstico, continua a ser uma realidade para muitos portugueses.

Josué de Castro foi um lutador não só contra a fome de alimentos, como igualmente contra a fome do conhecimento e da liberdade. Sua filha Ana Maria, socióloga de formação afirma “As novas gerações estão tendo a oportunidade de conhecer a lição de um brasileiro que nasceu pobre e começou a denunciar com ênfase o fenómeno da fome, que não é natural, mas uma criação do homens”.

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sexta-feira, abril 09, 2010

tanto mar...



tanto mar…
imensidão de azul
leito de flores para navegar
em primaveril sonhar
nos mares do sul





"Paula e Helena" nos mares da Caparica



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bocage no degredo

elmano sadino
Apontamentos dos quereres e sentires do poeta de Setúbal, Manuel Maria de Barbosa du Bocage, na procura de uma verdade impossível de encontrar, o rumo da sua vida. Transcrição de sonetos e de poesias eróticas, burlescas e satíricas



Com a Revolução Francesa à vista compreende-se que uma coisa eram os espíritos de eleição, como Bocage, e outra, os interesses do poder do estado. Pina Manique tinha que defender o regime o os ideais à volta da fé vigente. Bocage, por seu lado, muito embora tenha dedicado alguma da sua inspiração a temas religiosos, como a Ode à Imaculada Conceição, colocava-se, as mais das vezes, do lado do Povo desfavorecido, vociferando contra o clero.

Quando um frade escalabitano protestou contra um barrista que feirava bonecos de barro representando os da sua classe com corpos anafados, amplas panças e cordões cingidos, logo Bocage saiu à liça com um soneto de improviso pondo-se do lado do barrista e contra os frades.

Em Lisboa os seus detractores atribuíram-lhe a autoria da tragédia Vestal d’Anchet que era dada como de um anónimo na representação no Teatro Morgado de Assentis. Com ou sem razão foram-se acumulando suspeitas sobre Bocage.


Retrato de Bocage, Gravura de Fontes G. (1812)


Pina Manique deu, então, ordem para os seus polícias fazerem uma devassa à vida de Bocage, considerando ser desbragado de costumes e, além do mais, ser avesso às obrigações da religião.

Apanharam Bocage, quando este, a bordo da corveta Aviso, se preparava para zarpar para a Bahia Meteram-no no Limoeiro, uma prisão que era à época uma autêntica enxovia.

Voa a Lília gentil meu pensamento
Nas asas de esperanças sequiosas;
Amor, à frente de ilusões ditosas,
O chama, e lhe acelera o movimento.

Ígneo desejo audaz que em mim sustento
Mancha o puro candor das mãos mimosas,
Os olhos cor dos céus, a tez de rosas,
E o mais, onde a ventura é um momento

Eis que pesada voz terrível grito
Soa em minha alma, o coração me oprime
E austero me recorda a lei e o rito.

Devo abafar-te, amor, paixão sublime?
Ah! Se amar como eu a amo é um delito,
Lília formosa aformoseia o crime.

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quinta-feira, abril 08, 2010

suave profecia



com suavidade deslizas
no azul que é fronteira
no teu voo profetisas
tempos de luz que poetisas
primaveril mensageira




voo de gaivota no Grande Areal



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caminhar pelo tempo

Olho o relógio que escorre pela parede
Para trás a marca do tempo já passado
Algo de tão diferente, de inusitado
Acontece perante o meu olhar de sede

Os ponteiros rodam no sentido do sol
Contudo o tempo avança firmemente
A luz intermitente que chega do farol
Indica o rumo de um sonho recorrente

Cinzelo a escultura do meu pensamento
No mais puro mármore branco e rosa
Elevo o meu olhar para o firmamento
Vejo nele desenhada imagem caprichosa

Nem o relógio que as horas desmarca
Nem o sonho que repetimos sem parar
Nem a escultura que uma prece abarca
Nada

É assim quando o tempo por nós passa
Destruindo o que sonhamos com alento
Detenhamos então semelhante devassa
Nós é que iremos caminhar pelo tempo

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quarta-feira, abril 07, 2010

brincar na areia



a terra regressam as artes
o mar hoje não estava cão
baixaram os barco estandartes
pois vamos lá por partes
os canitos na areia estão



regresso das "artes" na Fonte da Telha, Grande Areal



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as margens do rio

Fui encontrar o tejo a correr entre fráguas, Em terras do muito longe onde vivia um gitano. que um dia de amores morreu quando saltou, Para o tejo que entre rochedos é tajo. vem das altas serranias, Em veloz e agreste caminhar. quando chega à nossa beira vem suave, É espelho luminoso quando mergulha no mar. e porque o tejo também é nosso, O tejo tem duas margens. quis o destino e os homens que a nossa margem, Seja a esquerda do tejo no caminho para a foz. voltando o olhar para o sul não fosse industrializada, Amplas charnecas montados de sobreiros, frondosos e verdejantes pinhais e uma orla marítima infinita de limpidez e cor sem igual. a margem esquerda do Tejo, É um longo percurso para descobrir. surpreendente a cada passo a cada virar de folha, A cada subida a um morro a cada olhar na profundidade de um declive. a mata dos medos e o pinhal d’el rei, O doirado acacial e o manto muito azul deste mar tão belo.

as gentes e as terras, Os usos e os costumes.

almada beija com ternura o tejo amante, Com quem desde há milhões de anos mantém uma doce cumplicidade. aqui o contacto é mais íntimo, Almada permite que as águas se espraiem nas suas entranhas. ali almada torna-se altaneira mira o tejo de cima, Mas vai-lhe piscando o olho. em conversas que somente aos dois dizem respeito, Que somente os dois entendem. a aproximação a almada vindos de Lisboa, Num cacilheiro que acaricia as águas do rio é um momento inolvidável. calma tranquilidade transparência, Apetece respirar fundo encher o peito de um ar puro que almada oferece a quem a visita. cacilhas ginjal boca do vento, O passeio ribeirinho elevador panorâmico e muito em especial gente afável e hospitaleira. que de forma incomparável souberam acolher reis, E princesas nos momentos em que lisboa lhes foi agreste.

a tasca do cão, A casa da cerca de dom João Portugal.

o pátio do prior, Do crato teria que ser. sobranceiro ao rio a olhar o cristo-rei de construção mais recente, Está a casa da cerca senhorial de joão de Portugal. quem és tu?, Ninguém. E caminhando para o interior, Depois do pragal e do monte onde viveu bulhão pato. lembram-se dos contos do monte?, E do digressões e novellas?. vem a charneca imensa das quintas da realeza, E doutros nobres menos reais que aí encontraram espaço de tranquilo estar. caçarias e cavalhadas, Caminhos abertos no mato para mais tarde ser serventia de recoveiros e carreiros em montadas de muares. na rota dos recoveiros, De sesimbra à charneca correria de muares. por aqui também ficaram por longas temporadas, Os monges e os noviços em espaço de meditação. mais perto dos seus deuses que os vinham inspirar, Missionários viveram estudaram aprenderam saberes de evangelização para no brasil irem pregar. daqui saíram os que seriam “40 mártires”, Que deram nome a uma quinta que era um vale rosal. e depois o mar, Esse eterno e cúmplice companheiro de quem o sabe amar.

é diferente o respirar do ar puro, E o beber da água cristalina tal como corre das fontes. ou que que se encontra nas minas, Poderia ser directamente bebida da nascente. como se perante as águas alpinas estivéssemos, Que dos gelos eternos vêem junto das gentes que nelas se dessedentam, e aqui mais para o interior a mancha imensa de verde colorida, A mata dos medos. o pinhal d’el rei, Por merecimento dado o nome pelo monarca em cavalgadas de caça. mantilhas de cães, A sentirem a real liberdade das loucas correrias pelos matos que acoitam a caça desejada. e as gentes laboriosas, Sofredoras mas resistentes que na primeira linha souberam estar ao alvor dos sentires republicanos. republicanos antes mesmo da implantação da república, Lutadores pela solidariedade e igualdade entre os seres humanos.

pelos caminhos e carreiros, Pelas veredas de silvados ladeadas. convergiam gentes crentes no pagamento duma promessa, Que as colheitas fossem fartas em campos férteis de húmus. que os homens do campo que à faina da pesca iam em tempo de mais calmaria, Feitos pescadores. voltassem escorreitos desse mar, Ora mar de seda de damas. logo depois mar macho, Como dizem os homens da borda d’água. nos caminhos da devoção senhora do cabo, Lá nas terras do longe espichel barbárico promontório.

vinham da margem esquerda do tejo, Terras da Trafaria. vinham da brisa do oceano, Da costa do pescado mais tarde de Caparica. que caparica era nos montes, E pela charneca fora árida e seca. das quintas da nobreza, De outras de padres missionários. ou somente à meditação e ao estudo dedicados, Juntavam-se na quinta de monserrate das anuais festividades charnequeiras. ou charnequenses, E caminhavam pela azinhaga onde alguém colocou uma placa toponímica “dos sírios”. rumo ao pinhal de valle de cavala, Mata dos medos e apostiça. a azóia, Local da lendária pernoita do homem de alcabideche e da mulher da Caparica. da charneca, Que a imagem da devoção por eles aguardava no cabo.

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terça-feira, abril 06, 2010

acacial em flor



na capa da velha mulher do monte
encontrei estes dobrões de ouro
na primavera atravessava a ponte
a água trazia-a da fonte
do acacial seu tesouro



acacial em flor na Caparica



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o ontem

*

*

O ontem foi assim um estalar de dedos

No caminho desde há muito percorrido

Foi esquecer as nuvens e tantos medos

Foi viver um bonito sonho tão sentido



O ontem foi assim o caminhar do desejo

Pelas veredas dos sonhos mais profundos

Foi atingir a plenitude e num lampejo

Transformar o simples em muito mundos



O ontem foi assim a realização o construir

Uma ímpar obra transbordante de ternura

Foi trabalho de operária na luta pelo devir

Um esteiro de felicidade e de ventura

*

*

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segunda-feira, abril 05, 2010

boa pescaria para todos



chegou do mar a companha
a bordo boa pescaria
vejam bem quanta manha
têm as gaivotas no arrebanha
é para todos um bom dia



chegada das "artes" na Fonte da Telha - Nautilus



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flora da mata dos medos

A flora da Mata dos Medos tem características atlânticas, mediterrânicas e continentais o que lhe dá um conteúdo muito próprio e exclusivo, onde sobressaem as cores variadas das flores silvestres.

O conjunto florístico engloba um amplo leque de cores e de aromas que nesta altura do ano se apresentam em toda a vivacidade e pujança.

Partilhamos hoje três espécies bem representativas da globalidade da flora desta maravilhosa mata:

Papoila Branca
Flocos de Neve
Rosmaninho



Papoila Braca [Papaver sp.]




Flocos de Neve [Leucojum tricophyllum]




Rosmaninho [Lavandula stoechas]

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domingo, abril 04, 2010

tempo de festejar



festejar as sementeiras
na força do renovar
vem das eras primeiras
quando todas as ribeiras
caminhavam para o mar





Desejamos uma Feliz Páscoa a tod@s @s noss@s amig@s



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ovos ou chocolate

O dia de Páscoa festeja-se no primeiro Domingo depois da Lua Cheia que ocorre no ou após o equinócio da Primavera Boreal que este ano foi no dia 20 de Março, pelas dezassete horas e trinta e dois minutos. No ano corrente a Lua Cheia considerada teve lugar a 30 de Março, com os cem por cento do disco luminoso às duas horas e vinte e cinco minutos.

Tempo de Páscoa é na liturgia cristã e de muitos outros credos religiosos, actuais e de tempos passados, a ressurreição, o nascimento, a nova vida, um começar de novo. Algo que é cíclico na vida das gentes de todas as regiões do Mundo, em todos os tempos.

A Páscoa é simbolizada pelo ovo que em si contém todas as noções de um recomeço, a partir “sabe-se lá de onde”. O que nasceu primeiro? O ovo ou a galinha? Questão filosófica que se encontra arreigada no imaginário popular.

É tradição oferecer ovos na China. Há muitos séculos atrás os orientais embrulhavam os ovos em casca de cebola e cozinhavam-nos juntamente com beterraba. A cor dada pela beterraba entrava pelos interstícios das cascas de cebola criando desenhos suaves e estranhos. Os ovos eram oferecidos como presente na Festa da Primavera.

Este costume chegou ao Egipto. Tal como faziam os chineses, também os egípcios passaram a oferecer ovos no início da nova estação, no início da Primavera, onde começava um novo ciclo de vida.

Entretanto, os egípcios davam grande simbolismo aos animais, especialmente aos que viviam em comunhão nas suas casas, donde associavam o coelho ao símbolo da fertilidade. No antigo Egipto, o coelho simbolizava o nascimento e a nova vida. O mais importante é que a origem da imagem do coelho na Páscoa está na fertilidade que os coelhos possuem. E a Páscoa é reprodução, ressurreição, vida nova.

Após a morte de Jesus Cristo, aquando da expansão do Cristianismo, deu-se a absorção natural dos usos e costumes populares, donde os cristãos passaram a consagrar o hábito de oferecer ovos como lembrança da ressurreição e no século XVIII a Igreja adoptou-o oficialmente, como símbolo da Páscoa.

A evolução dos tempos, a “mão dura” da Igreja Católica que proibia, durante a Quaresma, a alimentação que incluísse ovos, carne e derivados de leite, o início do desenvolvimento da indústria de chocolate, por volta de 1828 e o avanço do mercantilismo explicam, no seu conjunto, a substituição de ovos naturais pelos de chocolate.

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sábado, abril 03, 2010

permanente caminhar



vida de permanente caminhar
desígnio do nómada do sentir
na procura do oásis, do lugar
vereda de afectos por encontrar
no passado no presente no devir



nos caminhos do Além-Tejo



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catamarã das artes

A minha querida amiga Sayonara Oliveira, a artista plástica Sayonara Brasil, vai organizar um ano mais a realização de eventos integrados no projecto Catamarã das Artes, este ano com o tema “ Soberania Azul “e decorrerá entre 16 de Dezembro de 2010 e 30 de Janeiro de 2011.

[Os grandes navegadores do passado levavam em sua tripulação artistas que faziam parte, hora como contribuintes em seu cotidiano, hora como agentes de registro dotados de vocação às artes gráficas, trabalhos manuais. Hoje a tecnologia forneceu outras formas de vermos as imagens, de convivermos com o mar, entretanto, a arte inevitável fonte de vitalização quer seja terapêutica ou filosófica, continua a buscar e/ou a reeditar novos parâmetros, trazendo a tona o homem em sua essência, soberano descobridor, metafísico, instigador, artista simplesmente]

O Projeto Internacional Catamarã das Artes propõem a integração de vários cidadãos com o objetivo comum de valorizar a zona costeira e fluvial através de ações artísticas, culturais e científicas, integrando profissionais de áreas afins através da troca de experiência relacionada com o mar e terá lugar na Estação Cabo Branco - Ciência Cultura e Artes, em João Pessoa, no Brasil.

Tem diversas áreas de apresentação, donde salientamos:

Literatura: exposição em mesa, havendo necessidade da presença do autor ou responsável

Música, Dança, Teatro: Apresentação na abertura com possibilidade trabalho ser ao ar livre e informalmente no dia do passeio náutico.

Passeio Náutico: O Primeiro contato com um ecossistema de manguezal pode deixar muitas pessoas desapontadas, porém, com o conhecimento desse local tão cheio de vida pode-se ter uma visão completamente diferente e assim perceber o quanto é importante preservar.

Mais informações poderão ser obtidas no blogue SAYONARA BRASIL

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sexta-feira, abril 02, 2010

um sonho soletrado



até onde a vista alcança
do alto da fortaleza
corre um rio de esperança
em tempos de luz e bonança
p’ra quem trabalha a riqueza





castelo de Monsaraz com o rio Guadiana ao fundo



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o soldadinho de chumbo

Faz hoje 205 anos que nasceu em Odense, na Dinamarca, Hans Christian Andersen. Filho de família modesta, o pai era sapateiro, veio a celebrizar-se como escritor de contos de fadas, muito embora tivesse escrito excelentes peças de teatro, canções patrióticas e muitos outros contos e histórias.



Imagem “Google” alusiva à comemoração do aniversário


Faz parte do nosso imaginário de sonhos contos como “O Patinho Feio”, “A Caixinha de Surpresas”, “O Soldadinho de Chumbo”, “A Pequena Sereia” e tantos outros.

Uma das facetas menos conhecidas entre nós da vida de Hans Christian Andersen é o facto de ter sido um dos maiores viajantes do século XIX. A convite dos irmãos José e Jorge O’Neill viajou para Portugal onde permaneceu de 6 de Maio a 14 de Agosto de 1866. Visitou, além da cidade de Lisboa, Setúbal e a Arrábida, Aveiro, Coimbra e Sintra.

No espólio de Hans Christian Andersen existem diversas peças referentes a essa passagem por Portugal, como sejam um pedaço de cortiça levado de Setúbal, a conta das despesas da viagem e o passaporte com o carimbo da vinda a Portugal. Além disso, diversas cartas foram escritas para amigos seus com as impressões da viagem e enviadas de Portugal.

Hans Christian Andersen deixou o relato da viagem na sua obra “Uma Visita em Portugal em 1866” de onde extraiu um resumo que consta no seu livro autobiográfico “História da Minha Vida”.

Escreveu Hans Christian Andersen: “As janelas do meu quarto dão precisamente para […] uma parte do Vale de Alcântara, sobre o qual, de construção arrojada e grandiosa, com arcos de altura vertiginosa, se estende o grande aqueduto: “Os Arcos das Águas Livres”. […]”



O Aqueduto das Águas Livres e o Vale de Alcântara





Para saber mais:
Wikipedia
Andersen em Portugal, por Silva Duarte

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