Partilhar
quinta-feira, julho 24, 2003

alerta numa colonia naturista

"Quando a nossa caravana começou a oscilar, qual embarcação casca de noz apanhada na voracidade de um temporal, todos pensámos estar ébrios, mas quando os nossos pés ficaram molhados pela água que entrava aos borbotões demos conta da situação: toda a Ponderosa estava debaixo de água, o dique de pedras havia cedido".

Assim consta em parte do relato efectuado mais tarde pelo operador da estação de rádio CB "Lúcifer I" sobre os acontecimentos de 11 de Fevereiro de 1980, numa ilha do rio Reno.

Tratava se de um acampamento do "Clube Naturista de Rein Main" constituído por mais de três centenas de casas rolantes estacionadas numa maravilhosa zona natural, cujos proprietários habitualmente utilizavam para férias e fins de semana, vividos num ambiente desinibido e saudável.

Altas horas, quando muitos dos presentes, alguns dos quais cebeístas, confraternizavam alegremente, foram surpreendidos por fantásticas quantidades de água que descendo desde o Lago Constanza haviam feito subir grandemente o leito do rio, galgando as margens em diversas zonas do seu percurso.

Os diques construídos para protecção da ilha não resistiram muito tempo à força incontrolável da água em movimento e o seu aluimento veio agravar a situação já de si desesperada.

"Lúcifer I" conta: "Pegámos de imediato nos nossos emissores receptores da Banda do Cidadão e alertámos todos os colegas ao nosso alcance, quer os que se encontravam acampados connosco na ilha, quer algumas estações em base do outro lado do rio, algumas bem distantes".

Era impossível que lhes fosse prestado auxílio a partir das margens, tendo em conta a forte corrente provocada pela água em turbilhão que arrastava consigo detritos retirados das margens e a escuridão cerrada que a chuva e o vento tornavam ainda mais tenebrosa, muito menos alcançar a margem a partir da ilha, no entanto, a corrente de solidariedade via rádio foi estabelecida.

Para evitar maiores prejuízos os cebeístas munidos dos seus emissores receptores de CB e de lanternas de potentes focos embarcaram em barcos pneumáticos indo de casa em casa. O objectivo era alertar e pôr a salvo as pessoas e os bens mais valiosos.

Mantendo sistematicamente as comunicações através de equipamentos de CB conseguia ter-se uma noção geral da situação em toda a zona, tranquilizar os mais desesperados, dar conta da chegada de meios de socorro, organizado entre os mais voluntariosos e com maior capacidade de mobilidade.

"Fazia frio mas havia bom humor!" Comentaria “Lúcifer I” mais tarde, passados que foram os momentos de grande aflição que haviam vivido. Agora, reunidos à volta de uma caneca de café bem quente faziam o balanço de toda a agitação da noite anterior, seguindo-se uma avaliação dos estragos provocados pelos elementos naturais em fúria.

Quando pôde ser apreciada toda a extensão dos estragos; mesmo os mais afectados estavam de acordo que tudo teria sido mais grave não fora a pronta e abnegada intervenção dos cebeístas e o recurso ao meio de comunicação de que dispunham, a Banda do Cidadão que, uma vez mais, evidenciou a sua importância nas operações de alerta e salvamento.

(da série A Banda do Cidadão - CB em Acção, © Vicktor Reis)


Comments: Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?