Partilhar
terça-feira, outubro 31, 2006

a tentação do halloween


noite das bruxas, tempo de tentação
beleza e emoção
festa!

fotomontagem executada por "Olho de Lince" utilizando PhotoShop CS2

o mistério e a fantasia

Mitos e lendas, ou simplesmente uma curiosidade, a que o Povo dá dimensão de universal sentir e a Ciência procura a explicação que nem sempre é conseguida


A Noite das Bruxas

Há muitos anos atrás, nas terras verdejantes e húmidas da Irlanda, vivia um camponês, que ganhava a sua vida com um próspero negócio de nabos, de que possuía uma vasta plantação.

O Diabo, sempre atento a quem tinha êxito na vida, perseguia-o com tentações a que o camponês ia resistindo. Usando das suas artimanhas o camponês conseguiu que o Diabo subisse para o alto de uma árvore. De pronto, empunhando um machado esculpiu na árvore um enorme crucifixo aprisionando o Satanás.

Este, velho e sabido, propôs um pacto ao camponês. O camponês limpava o crucifixo da árvore, libertando-o, que este nunca mais o perseguiria com tentações. O camponês aceitou e o pacto se cumpriu.

Um dia o camponês morreu. Como pecados não tinha dirigiu-se ao Céu. Mas aí não foi aceite pois tinha em vida feito um pacto com o Diabo. Sem alternativa, dirigiu-se ao Inferno onde foi, igualmente, rejeitado, pois em vida nunca tinha sido pecador.

Condenado a vaguear eternamente entre os vivos regressou à Terra cheio de vergonha tentando esconder-se à curiosidade e desdém dos que por cá tinham ficado. Condenado a ser visível de 31 de Outubro para 1 de Novembro encontrou como solução disfarçar-se cobrindo a cabeça com um enorme nabo oco e onde abriu uns olhos e uma boca.

E, assim, dessa forma, os irlandeses comemoram a noite de “halloweene” desde os tempos imemoriais.

Quando os irlandeses emigraram em massa para os "states" levando consigo as suas tradições depararam-se com a existência de coloridas abóboras que foram adaptando à tradição, em substituição dos nabos.

Os norte americanos, povo culto e de profundas tradições, logo trataram de exportar esta festividade para a Europa, como sempre entrando pelo norte, p.e. Suécia, estando agora em moda em Portugal. Negócio é negócio!

As nossas crianças, os meus netos, nunca conheceram a magia do "pão por Deus" que fazia andar bandos de crianças no dia 1 de Novembro, dia de Todos os Santos, de porta em porta, de vizinho em vizinho, pedindo figos, nozes e outras guloseimas. Nossa culpa!

Uma outra origem da “Noite das Bruxas” encontra-se no facto de para os Celtas, o dia 31 de Outubro ser o dia fora do tempo, pois o calendário iniciava-se no dia 1 de Novembro e terminava no dia 30 de Outubro. Este dia então era considerado o dia em que o espaço entre os dois mundos deixava de existir, e os mortos vinham nos visitar. Estamos a falar do “Samhain” (que se pronuncia “sou-en”).

A ideia de usar um nabo surgiu com os Celtas, povo que se espalhou pela Europa entre 2 000 e 100 a.C. Um dos símbolos do seu folclore era um grande nabo com uma vela espetada.

Samhain é também o antigo Ano Novo celta / druida, o início da estação da cidra, um rito solene e o festival dos mortos. É o momento em que os espíritos dos seres amados e dos amigos já falecidos devem ser honrados. Houve uma época na história em que muitos acreditavam que era a noite em que os mortos retornavam para passear entre os vivos. A noite de Samhain é o momento ideal para fazer contacto e receber mensagens do mundo dos espíritos.

A versão cristã do Samhain é o Dia de Todos os Santos, 1 de Novembro, que foi introduzido pelo Papa Bonifácio IV, no século VII, para substituir o festival pagão. O Dia dos Fieis Defuntos que se celebra a 2 de Novembro é outra adaptação cristã ao antigo Festival dos Mortos.

Era no Samhain que os druidas marcavam o seu gado e acasalavam as ovelhas para a Primavera seguinte. O excesso da criação era sacrificado às deidades da fertilidade, e queimavam-se efígies de vime de pessoas e cavalos, como oferendas sacrificiais. Diz-se que acender uma vela de cor laranja à meia-noite no Samhain e deixá-la queimar até o nascer do sol traz boa sorte; entretanto, de acordo com uma lenda antiga, a má sorte cairá sobre todo aquele que fizer pão nesse dia ou viajar após o pôr-do-sol.

segunda-feira, outubro 30, 2006

leve rubor que é beleza


maçã de pele fina, suave e sensível
um ligeiro rubor que lhe dá beleza
cheiro e sabor únicos

maça bravo de esmolfe, certificado de origem de Alcongosta (Fundão)

chamaste-me marinheiro

Ouvi esta frase da boca de uma amiga muito querida: “_Sabes? Tu és um Marinheiro...”

O meu espírito somente se tranquilizou quando no papel escrevi:


Chamaste-me marinheiro!
Naveguei mares sem fim
Na busca do querer primeiro
De te ter junto a mim.

Ondas de prata beijaram
A frágil embarcação.
Como partiram chegaram
Em suave louvação.

Chamaste-me marinheiro!
Por olhar o infinito
O peito é meu celeiro
Senti-me um ser bendito.

Serras e montes caminhei
Na procura da esperança.
Mas foi no mar que encontrei
Teus braços, a bonança.

Chamaste-me marinheiro!
Pelos meus olhos castanhos
Ofereço-te um jasmineiro
Cheirinho encantos tamanhos.

Do jardim das mil cores
Recolhi cravo vermelho.
Flor de singelos amores
De muito querer é o espelho.

O mar é meu confidente
Esse mar que me é fagueiro
Olhaste-me profundamente.
Chamaste-me marinheiro!

domingo, outubro 29, 2006

revolta dos contadores de tempo

Aguardei a chegada do tempo de mudança da hora legal viajando um pouco pela blogoesfera sentindo que o tempo que passa decorria da forma habitual. As 2 horas da madrugada estavam já aí e nessa ocasião havia que atrasar a hora legal uma hora. Significava que por artes mágicas de manipulação do contador de tempo me preparava para viver mais uma hora.

Lembrei-me, então, o que acontecera três anos antes quando aqui na Oficina das Ideias registámos uma manifestação de protesto dos relógios de Valle do Rosal. Os contadores de tempo de Valle do Rosal reuniram-se numa manifestação de protesto exigindo o abandono da HORA LEGAL e a sua substituição pela HORA DO SOL.

Este protesto foi promovido por um vetusto relógio de sol esculpido em calcário, tendo contado com a participação de relógios de corda e de quartzo, ampulhetas e até de um metrónomo. Também participaram, sem se deixarem fotografar, um relógio de sala estilo inglês, diversos relógios de parede e muitos swatch.



A minha boa amiga Quinita fez-me chegar a este propósito um texto muito curioso que quero convosco partilhar...

A temporização do corpo humano

Despertar – das 7 às 8:00 horas
Quem gosta de acordar tarde já começa o dia em desvantagem. A partir das 6:00 horas, o corpo produz um hormona que faz acordar, o cortisol. Entre 7 e as 8:00 horas a taxa de cortisol no corpo atinge a concentração máxima. Esta faixa de horário é ideal para acordar com facilidade e com boa disposição.
Atenção: Voltar a dormir é um erro; por volta das 9:00 horas o corpo começa a produzir endorfinas (analgésicos naturais) que encorajam um sono pesado do qual será difícil sair sem dor de cabeça ou mau-humor.

Prazer – das 9 às 10:00 horas
A hora certa para as folias amorosas, já que a taxa de serotonina (neuro-transmissor ligado ao prazer) está no seu apogeu. Por outro lado, também é a hora de marcar uma consulta para o dentista: as endorfinas, que também estão em alta nesse horário, funcionam como anestésicos naturais.

Trabalho – das 10 às 12:00 horas
O estado de vigilância atinge o seu pico e a memória de curto prazo (que guarda coisas como um número de telefone que se olha na lista, é retido por alguns segundos e esquecido de seguida) está mais activa. Depois que as endorfinas presentes entre 9 e 10:00 horas desaparecem, o organismo atinge a sua velocidade ideal. É o momento certo para reflectir, discutir ideias e encontrar inspiração.

Descanso – das 13 às 14:00 horas
A moleza que dá depois do almoço não se deve unicamente à digestão, mas também a uma queda de adrenalina que acelera o ritmo cardíaco. Para retomar a disposição, basta uma sesta de 20 minutos.

Movimento – das 15 às 16:00 horas
A forma física encontra o seu apogeu no meio da tarde, ao mesmo tempo em que a capacidade intelectual diminui. Como não há produção de hormonas específicos nesse horário, os cronobiologistas ainda não encontraram uma explicação para o fato.

Passeio a pé – das 18 às 19:00 horas
A partir das 18:00 horas o organismo fica particularmente vulnerável à poluição e ao monóxido de carbono. Convém então limitar o consumo de cigarros e evitar se possível, os engarrafamentos. Também é nesse horário que a actividade intelectual e o estado de vigilância atingem um novo pico - hora certa de mandar as crianças fazerem os trabalhos de casa.

Um bom copo – das 20 às 21:00 horas
Se esse horário costuma coincidir com o aperitivo de antes do jantar é bom saber que é também o momento em que as enzimas do fígado estão menos activas, o que faz com que se fique bêbado bem mais rápido.

Sono – a partir das 20:00 horas
A melatonina (hormona do sono) invade progressivamente o corpo a partir das 18:00 horas. Mas é às 20:00 horas que aparece o primeiro momento ideal para dormir, sucedido por outros iguais a cada duas horas. Para ajudar a cair no sono, fazer amor é uma excelente ideia: o prazer sexual desencadeia a secreção de endorfinas no cérebro, favorecendo o adormecimento.

Regeneração – das 21 à 1:00 hora
Esta fase do sono é muito importante porque coincide com o pico da produção da hormona do crescimento, indispensável para a renovação das células e a recuperação física. Essa hormona permite que os conhecimentos adquiridos na véspera sejam armazenados no cérebro.


A propósito desta “mudança” de hora, que os actuais computadores pessoais têm artes de o fazer automaticamente, sobra-me sempre uma dúvida:

Será que vou atrasar este relógio



Adiantado-o?

sábado, outubro 28, 2006

dança nupcial

em dança a euforia do acasalamento
mais tarde viverão em trio
são coisas da natureza

corvídeos em dança nupcial, Pinhal d'El Rei, Caparica, Portugal


madrugar em valle do rosal

Manhã cedo, o Sol ainda fazia grande esforço para subir na linha do horizonte, a limpidez do dia anunciava a visita de tempo de veraneio ao Outono já meado. Apetecia respirar fundo, encher os pulmões do ar puro lavado pela brisa marítima que, entretanto, já acalmara.

Os morcegos que ao pôr-do-sol e noite fora voam com azáfama na busca dos pequenos insectos, seu preferido alimento, há muito que recolheram aos pequenos buracos das árvores ou aos lugares esconsos desta ou daquela casa que se encontra abandonada.

As gaivotas vindas do mar, sem que a tempestade fosse assinalada, ensaiam danças emocionantes ao sabor das isobárica, voo sem esforço, somente pelo prazer de planar e lá bem se cima observarem o amanhecer das gentes laboriosas.

Um casal de rolas turcas voam bem alto que o tem a isso é propício. De um pinhal situado na beira da arriba fóssil dirigem-se agora com decisão mais para o interior, na certeza que nas redondezas vão encontrar o alimento necessário.

Toda a Natureza se agita com esta visita te bom tempo em época outonal, talvez o anuncio do São Martinho dos seres humanos que aquece os corpos e faz desejar a degustação do tradicional magusto, a água pé recém aberta e as excelentes castanhas assadas, outras vezes cozidas com erva doce, tantas ocasiões “quentes e boas”.

sexta-feira, outubro 27, 2006

uma lanterna que ajuda

no mar mais agreste e tormentoso
da costa portuguesa
este sinal que nos ajuda

lanterna do farol do Cabo Espichel, Cabo Espichel, Portugal


uma frase inspiradora

A minha querida amiga Maçã, do Maçã de Junho, escreveu esta bonita e inspirada frase:

“As brasas vermelhas crepitam, queimo as cascas de tangerina que tornam o ambiente calmo e firme, o vinho tinto limpa a boca e as brasas ficam a aguardar... Que um sopro breve as avive.”

Tive a nítida sensação de estar perante a beleza de um “iceberg”. Por baixo de tão bonitas palavras muito mais deveria existir. Seria necessário raspar a ténue película que sempre dissimula as obras de arte.

Raspei e encontrei este poeminha que não sendo uma obra de arte, é algo muito sentido:

Brasas vermelhas crepitam em pequenas labaredas
Que fazem brilhar os olhos de luxúria e de paixão
Nas malhas do sentir meu corpo enleias e enredas
Em prazeres infinitos em eterno querer e devoção

Queimo cascas de tangerina em minhas rudes mãos
Com fogo que transmite teu profundo e doce olhar
Em passos de sensualidade, música e ritos pagãos
Caminho veredas caminhos tortuosos sem hesitar

O vinho tinto limpa a boca e amacia meus lábios
Sedentos de beijos mil, carícias, erotismo sentido
Meu corpo recebe a vibração de movimentos sábios
Agora encontrado caminhar logo depois perdido

Que um sopro breve o crepitar das brasas (re)avive
Sejam farol que conduzam caminhos de felicidade
Muito querer aos escolhos encontrados sobrevive
Traçando o desejado sentir e querer da Liberdade

A ti o dedico, minha querida Maçã de Junho!

quinta-feira, outubro 26, 2006

janela para o oceano

do esotérico Espichel para o oceano profundo
a vista chega até ao infinito
na procura de espaços de maravilhar

Oceano Atlântico visto de uma janela da Mãe de Água, Cabo Espichel, Portugal


entardecer mágico

Foi um dia de chover “cães e gatos”, quando caía uma bátega de água mais pareciam “picaretas”, contudo, aqui no Vale do Rosal surgiam de vez em quando amplos espaços de céu azul com o sol luminoso do costume.

Com o entardecer, o sol a pôr-se lá para os lados da costa Atlântica, para lá da Arriba Fóssil, o ar tornou-se cálido, de uma calmaria excepcional, mesmo um outonal entardecer, com o céu a tomar uma coloração vermelho forte, depois tonalidades de doirado.

Fim de dia mágico, pensei enquanto inspirava fundo toda a força telúrica que emanava do solo e que enriquecia todos os seres vivos que se animaram com esta incomparável força da Natureza.

De cada sebe de jardim, dos pinheiros mansos baixos e de copas redondas, dos bravos da mesma família que se elevam nas alturas, do topo dos telhados e das chaminés iniciou-se uma autêntica sinfonia, onde a melodia não seria a melhor mas a força do som era espantosa.

Dezenas, centenas até, de melros de bico amarelo encetaram estridentes cânticos do entardecer. É a ordem de recolher transmitida por vezes para dezenas de quilómetros de distância. É uma verdadeira euforia de vida impossível de reproduzir por palavras.

Vale do Rosal foi tocado pela magia do entardecer. Pouco depois, o silêncio. O cântico do entardecer terminara. Mas em fundo, a sonoridade única do enrolar do mar, lá para os lados do poente.

quarta-feira, outubro 25, 2006

temporal luminoso


noite escura como breu
faíscas traçam o firmamento quais lâminas
luminoso encantamento

Relâmpagos de uma trovoada seca sobre o mar


espaço de poetar

Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento


Os Seios

Cachos de uva branca, doirada, de tão grande doçura,
Que nascem em teus ombros tão suaves e macios,
São frutos maduros que uma paixão sincera e pura
Deseja colher apreciar amar em lascivos desvarios.

A magia da Natureza esculpiu tamanha obra de arte,
Que representa as mais belas colinas do Universo,
Nelas se espraia a luminosidade do sol de Gaudi que parte
Com destino à sensualidade da mulher que eu verso.

Se flores houvesse que tanta beleza nos oferecessem,
Rosas negras, mamilos de tons que na paleta estão perdidos,
Que o desejo e o muito querer animam e florescem
Para delírio de nossos olhos e de todos os sentidos.

Na praia seriam doiradas dunas, sensuais no sentir,
Onde o mar se espraia e vem beijar com ternura sem fim,
Excitando os amantes que encontram aí o devir
Mesmo quando o pensar diz não, o coração diz sim..

Seios, belos seios de mulher apontam o infinito,
Magníficos de desejo, sensualidade e delicioso sabor,
Que de tão perfeitos, esculpidos por artista que é um mito
Criado pela alegria de viver que nos enchem de amor.


terça-feira, outubro 24, 2006

aldraba em porta vermelha

aldraba artisticamente trabalhada
em moldura de porta lacada de vermelho
espaço de mistério e de fé

Aldraba da porta lateral do Santuário de Nossa Senhora da Pedra Mua, Cabo Espichel, Portugal


artes e artífices

na fronteira entre o artesanato e a arte clássica, entre a tradição e as correntes artísticas, muitos artífices dão aso à sua imaginação e ao seu sentir criativo para nos oferecerem peças de encantamento que aqui recebem as luzes da ribalta da blogoesfera.


Os madeiros de António Aleixo

O grande amor pela poesia, especialmente, pela poesia de António Aleixo, “poesia que é profunda e que nos leva a pensar de como funcionava e funciona a sociedade”, levou Mário Albano a recolher cuidadosamente madeiros, pedaços de madeira “forte e frágil, tal como o poeta era forte na sua poesia e frágil no seu corpo” e neles gravar quadras desse poeta repentista único no nosso País.

No seu íntimo repousa o desejo grande de que as pessoas sejam levadas a ler poesia, encontrando no seu trabalho um meio para que isso aconteça. “Não sou artista!, limito-me a divulgar a obra ímpar do Poeta Aleixo, tendo imaginado fazê-lo através dos meus madeiros”.



Mário Albano é natural de Celorico de Basto e as voltas da vida trouxe-o para a capital, como aconteceu à época com tantos jovens da sua idade. Reformado, dedica muito da sua vida a caminhar País fora com a sua exposição pelo prazer da partilha, da conversa, do convívio, sem qualquer objectivo financeiro.

Gostaria de ressalvar o facto de ao realizar este trabalho não busco a glória ou o reconhecimento das pessoas, mas antes tento divulgar o pensamento do Poeta...”. Nós acrescentamos que à glória merecida pelo Poeta Aleixo se deverá juntar quem tão bem interpreta nos “madeiros” os seus poemas.



António Aleixo em madeiros, exposição de Mário Albano
A Oficina das Ideias está disponível para promover a ida desta exposição onde for desejada

segunda-feira, outubro 23, 2006

tempo de repouso

voam em bando que encobre o sol
misterioso entendimento do mundo
depois... o repouso

estorninhos pousados nos fios telefónicos, Cabo Espichel, Portugal


número um

Hábito antigo de guardar os “número um” das revistas, quantas vezes o “número zero”, acaba por fazer história do que é publicado, dos êxitos editoriais e, igualmente, dos fracassos, mas é sempre registo dos tempos


Stuff

Edição portuguesa da designada “revista de gadgets mais vendida do mundo” segue a rota do consumismo desenfreado que sempre resulta em tempos de crise. Quando nada mais há a perder gasta-se o dinheiro, mesmo não existindo, pois o crédito apresenta-se mesmo à mão de semear.

A revista Stuff é de origem inglesa e tem versões em 20 países, Portugal incluído, cobrindo praticamente todos os continentes. Disponibiliza testes a equipamentos e faz recomendações de compras adequadas aos diferentes perfis dos seus leitores.

O N.º 1 da revista Stuff foi publicado em Março de 2006, publicação recente para a qual se desconhece ainda a estabilidade e continuidade de publicação, tem como director Pedro Miguel Oliveira e pertence ao grupo Edimpresa (Pinto Balsemão e outros) e tem o preço de capa de Euros 3,95.



Do conteúdo do Número Um da revista Stuff salientamos:

Hot Stuff, os mais recentes produtos
Ao pormenor, teste aprofundado
Pura adrenalina
Culto
Protecção de gadgets
Consola de jogos
Centrino Duo
Servidores de música
Jukeboxes
Raio X
Stuff Top5

Existe um aspecto que não podemos deixar de realçar: É uma revista que, talvez devido à sua temática específica, não dá qualquer protecção à língua portuguesa. Usa e abusa de termos anglo-saxónicos sem qualquer preocupação de adequação à língua portuguesa.

Bom... parece não haver alternativa nestas coisas das tecnologias emergentes!

domingo, outubro 22, 2006

chaminé na serra algarvia

é quase o bilhete de identidade da casa
esta é uma chaminé serrana
de escutar, de fumeiro, de lareira, de chupão

em terras de Amendoeira (Mértola), Baixo Alentejo Interior, Portugal


recordar uma parceria

No Outono de 2003 dois olhares diferentes debruçaram-se sobre o mesmo tema. Vicktor, em Portugal e Deméter, no Brasil. Aqui recordamos o resultado desses olhares cúmplices:


Chuva de Outono

Cai a primeira chuva de Outono em Vale do Rosal. Chuva miudinha, persistente, a chamada “chuva de molha tolos”. O céu toda a manhã encoberto mas com muito de azul à mistura, torna-se cinzento, uniformemente cinzento, dando a sensação que nunca mais deixará de ser assim.

Do solo emana um forte odor a terra, odor que invade os pulmões e, curiosamente, chega ao coração, ou será ao cérebro?, onde vai despertar uma série de sentimentos de bem-estar e de força, força telúrica e criadora.

As aves mais jovens, muitas delas nunca viveram antes esta época do ano, ensaiam voos mais baixos na procura dos insectos que se encontram mais junto ao solo. Apresentam sinais de alguma desorientação, mas muito em breve se adaptarão às novas condições climatéricas e voltarão a dominar o espaço como antes.

Os dias também já são mais curtos. O Sol tem um pouco mais de preguiça em se levantar no horizonte nascente, mas os melros não alteram o seu relógio biológico. Noite escura já lançam os seus piares estridentes, comunicando com os seus semelhantes a hora da alvorada.

Do outro lado do Oceano, um olhar perdido, procura encontrar na primavera que inicia, indícios de fertilidade. A natureza parece estar em festa. O canto das cigarras se mistura ao ruído dos carros na rua. Não é uma disputa, mas elas conseguem cantar mais alto anunciando que é tempo de flores, de borboletas, de revoadas de periquitos.

Nesta época as chuvas não são constantes e, por mais incrível que possa parecer, na primavera faz mais calor que no verão. Também esta estação afasta os pássaros que buscam alimento no meio urbano durante o inverno. Alguns voltam para as matas próximas. Outros, aguardam a independência dos seus filhotes. Fizeram ninhos na cidade.

No ar o cheiro de flores toma conta do ambiente. A cidade se veste inteira de flamboyants e bougainvilles de coloridos vivos. Os canteiros das avenidas readquirem seu verde intenso e se enfeitam de sempre-vivas, margaridas, azaléias, campânulas, petúnias e flores típicas do cerrado. Um brinde aos olhos do caminhante desatento. Não é possível ignorar tanta beleza.

As manhãs são sempre barulhentas. Gorjeios de pássaros e cigarras começam muito cedo e, do outro lado da rua, um papagaio imita todos os sons que ouve. Enfim uma verdadeira alvorada festiva celebrando a vida, o renascimento, o Sol se levanta mais cedo para participar da alegria e sente uma dificuldade enorme de ir embora. O por do sol é uma explosão de cores colhidas durante o dia. Em cada praça, em meio a edifícios, há sempre um artista com pincéis ou câmaras querendo eternizar aquele momento.

Mas aquele olhar perdido...

Olhar perdido para lá do infinito de um planalto florido, das cores e dos odores tão esquisitos, que o alquimista dos sentires e dos quereres utiliza magistralmente para construir o amor.

Passados terras e mares, onde o olhar já não alcança, mas onde o pensamento e a imaginação do artista navega o sonho de tonalidades sépia com pinceladas de um verde esperança, voltamos à terra onde as “outonalidades” significam música, música intimista e tranquila.

No palácio, antes casa senhorial, e nos seus primórdios pavilhão de caça, os sons ecoam nos salões, sons de uma musicalidade ímpar, saídos de mãos sensíveis, esguias, ágeis que dedilham suavemente as teclas de um maravilhoso piano de cauda.

O artista queda-se tranquilo agora embalado por suaves sonoridades. E sonha... o seu sonho recorrente. Leve como uma ave, voa voa voa, sem limite e sem cansaço. Passa montes e vales por espaços amplos muito belos. O Mundo um dia será todo assim: doce, tranquilo, solidário.

Lá bem no alto, onde o firmamento é mais azul, o artista ficou na dúvida. Será Outono ou Primavera? Tonalidades de castanho com pinceladas de verde esperança, frutos secos e jeropiga em perfeita harmonia com esvoaçantes beija-flor de flor em flor, doirado sol e jarros de suco de manga, abacaxi e doce de goiaba.

sábado, outubro 21, 2006

porta azul com umbrais em amarelo

porta e umbrais de cores vivas
espelham a alegria das gentes
em terras de moiras encantadas

Porta característica do Algarve, fotografada em Castro Marim, a Vila Museu


corpo de mulher

O Umbigo

Maravilhoso corpo, uma planície de trigo em tom doirado
Acolhe preciosa jóia de valor incalculável e tão bela
Que é convergência de quereres e sentires do ser amado
Sensual imagem de esplendor admirável, qual aguarela.

Uma gota de suor escorre lentamente pelo liso ventre
Acolhe-se no umbigo desenhado por excelente artista
Transforma-se em diamante de brilho que é luz do sol
E refulge laivos de beleza que delicia nossa vista.

O umbigo centro do mundo dos seres solitários e egoístas
É da mesma forma, um êxtase de luxúria e sensualidade
Quando desenhado no ventre aveludado que os artistas
Pintam com esbatidas tonalidades de avelã e de jade.

O olhar perde-se por caminhos misteriosos e secretos
Que se cruzam com vegetação luxuriante, ora sépia ora doirada
Que no Outono serve de leito dos amores furtivos ou dilectos
Fulgor dos sentires e dos quereres da nossa dulcíssima amada.

As promessas do umbigo para quem desliza rumo ao Sul
Por planícies doiradas de searas prenhes de cereal maduro
São certezas de encontrar paisagem em verde e azul
É o esplendor da concretização de amor profundo e puro.


sexta-feira, outubro 20, 2006

gémeas solitárias

nos amplos campos do Alentejo
silhuetas de força e de resistência
a força que um Povo tem

em terras de Amendoeira (Mértola), Baixo Alentejo Interior, Portugal


figura rara de sábio

A notícia chegou à Oficina das Ideias através de um comentário feito por uma aluna do Professor Dragomir Knapic (comentário de 18 de Outubro):

“O professor Knapic infelizmente morreu na semana passada. O funeral foi na segunda feira, se não estou em erro. Só soube ontem também. Fui aluna dele no INP em 2000, 2001 e 2003. É difícil de aceitar a morte de uma pessoa tão grandiosa, bem humorada, critica e sábia como o GRANDE professor Knapic. Raras as pessoas como ele. Que descanse em paz.”

O Professor Dragomir Knapic era já uma referência pedagógica quando nos princípios dos anos 60 do século passado leccionava Geografia Geral e Económica no Instituto Comercial de Lisboa, na Rua das Chagas, em Lisboa.

Cientista da mais elevada estirpe, nunca foi uma figura mediática, embora muitas vezes os seus escritos tenham sido citados aquando da verificação de certos fenómenos, especialmente, relacionados com a sismologia. Tenho na memória a citação numa notícia sobre um sismo verificado em Portugal que se referia: “Foram verificados fenómenos luminosos, como refere Dragomir Knapik nos seus apontamentos sobre Geografia geral”.

Estão na minha memória dos 18 anos de idade viagens de estudo de grande interesse pedagógico à Serra de Montejunto e à Herdade de Rio Frio, então propriedade do cavaleiro tauromáquico José Samuel Lupi.



Capa do livro de apontamentos “Geografia Geral e Económica – 1ª parte”, apontamentos coordenados pelo professor da cadeira Dr. Dragomir Knapik, Lisboa 1962

quinta-feira, outubro 19, 2006

maçã romana

"maçã romana" na origem do seu nome
fruto das princesas do nosso imaginário
fonte de felicidade e amor

Romãzeira de um pomar situado na Estrada Marginal entre Alcoutim e a Foz do Rio Odeleite


tradição e cultura popular

A tradição resulta da memória colectiva de um Povo, autêntico património invisível que se transmite entre gerações e representa o mais elevado expoente da cultura popular. Aqui se deseja dar conta desse repositório


Vai realizar-se em Vinhais (Trás-os-Montes), de 20 a 22 de Outubro de 2006, a Rural Castanea, Festa da Castanha e da Gastronomia, com um aliciante programa tendo como base o delicioso fruto de Outono que lhe dá o nome.

Do respectivo programa salientamos:

Permanentemente no recinto
Magustos e Provas de Vinho
Tasquinhas, Restaurantes e Venda de Castanhas
Exposição “A Criança e o Castanheiro”

E ainda:

Dia 20 - Sexta – Feira
Degustação de castanha assada e da gastronomia de castanha
Fados à desgarrada Maria Celeste e Acompanhantes

Dia 21 - Sábado
Circuito Turístico de autocarro “Rota do Castanheiro”
Degustação de castanha assada e da gastronomia de castanha

Dia 22 - Domingo
Concursos da Castanha e da Doçaria de Castanha
Degustação de castanha assada e da gastronomia de castanha



Para informações mais completas sobre o evento consultar Rural Castanea


A propósito da Rural Castanea não resistimos a transcrever um jogo tradicional da região de Vinhais que utiliza castanhas como peças de jogo:

Arrebiana

Jogado essencialmente nos longos serões de Inverno, na arrebiana participam dois jogadores. Um deles, sem que o outro veja, coloca um determinado número de castanhas assadas entre as duas mãos fechadas em forma de concha e dirige-se ao outro jogador dizendo:

- “Arrebiana”.
- “Sobressaltanha” - Responde o interlocutor.
- “Sobre quantas?” - Pergunta o primeiro.
- “Sobre x” (sendo x o número de castanhas que o outro supõe estarem nas mãos fechadas do primeiro).

Terminado este diálogo, contam-se as castanhas que estavam na concha da mão e, inevitavelmente, pode acontecer uma das seguintes coisas: se o jogador que adivinhou acertar, fica com todas as castanhas que o outro participante tinha nas mãos; se não, é obrigado a dar a diferença ao outro. Por exemplo, se o palpite era 10 castanhas e na concha da mão estavam apenas 4, então, o outro jogador teria direito a receber 6 castanhas.


quarta-feira, outubro 18, 2006

luminosidade

o sol matinal dá luz e esplendor
caminho de mistério
magia para os passantes

Cúpula da Igreja de Nossa Senhora dos Mártires, em Castro Marim, Portugal


mar da caparica

Mar de equinócio chega forte às praias da Caparica
Em explosões de prata, fantásticos sonhos, magia
Azul profundo fulge de luar e de esperança matizado
Molda em submersos continentes, palácios e castelos.

À sétima onda o mar ganha novas energias e saberes
Pulveriza o ar com milhões de salgadas gotículas de cristal
Por instantes, a calmaria de afectos seculares forjada
O espraiar das ondas no doirado areal que aguarda tal ternura.

No embalar das águas em ondulação suave e sincopada
As gaivotas há pouco chegadas à beira-mar se deliciam
Baloiçam quais folhas de nenúfar em lago plantadas
Despertam, saltitam, esvoaçam ao sobressalto da rebentação.

Este namoro antigo do mar com a doirada areia da Caparica
É cumplicidade alimentada pelo desejo do muito querer vivido
Em que o mar oferece conchas e milhões de grãos de areia
Recebe o afago de quem sempre prazenteiramente o acolhe.

terça-feira, outubro 17, 2006

águas-furtadas

Telhado de 4 águas, duplas
Onde o arquitecto as furtou
Para deleite do nosso olhar

Telhado de águas-furtadas, frequente em Vila Real de Santo António, Algarve, Portugal


chamamento do mar agreste

O chamamento chegou de mansinho. Primeiro, um longínquo “arrulhar de rola”, suave e tranquilo. Logo depois, num crescendo veloz e acentuado, um bru-á-á cada vez mais intenso. Os sentidos despertos por um ruído imenso vindo do fundo dos tempos entenderam o chamamento do mar de Outono na vivência da enorme amplitude das marés.

Vencida a falésia, arriba fossilizada de milhões de anos, encontramos o mar cinzento que em ondas agrestes e vivas se transformava no caminho do areal numa sinfonia de prata. Argêntea brancura pois a gandaia há muito fora deixada cá bem acima, aquando da preia-mar.

Rebentação forte, ruidosa, que o mar é macho no dizer dos pescadores das artes que nestes tempos invernosos, no Outono vividos, não se podem fazer à faina na procura do sustento diário. É tempo de recuarem às hortas, pescadores feitos agricultores, que a filharada tem que se alimentar.

Levantando o olhar para o topo da arriba, onde o pinhal vem beijar a beira da falésia, somos surpreendidos por uma verdadeira dança nupcial executada de forma espantosa pelos corvídeos do pinhal em época de acasalamento. Várias dezenas de corvos executam o seu acasalamento em pleno voo, emitindo os seus vocálicos até à exaustão.

Entre os corvos acontece uma relação triangular, pois quando se verifica a carência de macho, as fêmeas ritualizam entre si o acto do amor, cortejando-se e seduzindo-se mutuamente até que uma das fêmeas passa a exercer o papel masculino. Fruto desse amor a outra fêmea choca os ovos, que por serem estéreis não resultam.

Mas o romance não termina aí. Quando surge o macho, mesmo que atrasado, e começa a namorar uma das fêmeas já em estado de acasalamento “homossexual”, não conseguirá desligar as duas amadas. Terá que compor com elas um “menage à trois”, tendo que cuidar de duas ninhadas dessa relação resultantes.

É irresistível o chamamento do mar agreste na invernia da Praia do Sol.

segunda-feira, outubro 16, 2006

o misterioso espichel

O promontório do Espichel, áspero, agreste e com arribas a caírem abruptamente para o mar, recebe-nos com convite para práticas esotéricas. O ambiente é misterioso e fantástico. O mar, um dos mais perigosos da costa portuguesa onde a navegação é muito difícil.



O Santuário de Nossa Senhora da Pedra Mua, a Casa dos Círios e o Cruzeiro acolhem-nos na sua grandiosidade.



Fazendo parte integrante deste conjunto arquitectónico, que já foi sítio de peregrinação e de culto, encontramos a Nascente a Casa da Agua, edificação de forma hexagonal, e o aqueduto que transportava água para o local desde Azóia, a uma distância de dois quilómetros.



Junto à arriba, na vertical da Praia do Cavalo, encontramos a Ermida da Memória mandada erigir para celebrar o aparecimento em 1410 de Nossa Senhora do Cabo a um homem de Alcabideche e a uma mulher da Caparica chamados ao local por sonhos coincidentes.



O velho de Alcabideche
E a velha da Caparica
Foram à Rocha do Cabo
Acharam prenda tão rica.



domingo, outubro 15, 2006

pequena filipa... um caminho de luz te desejo

Hoje que viste a luz do Sol
Querida Filipa te desejo
Um caminho de vida cheia de luz

Pequeninas flores autóctones existentes junto ao Rio Guadiana


romã com sumo de laranja

Voltemos ao tema das deliciosas romãs com "Romã com Sumo de Laranja":

Ingredientes
2 romãs
2 laranjas
4 colheres de açúcar
1 cálice de Marie Brizzar

Preparação
Pelar as romãs separando bagos. Dividir por quatro taças de sobremesa. Misturar o sumo das laranjas com o licor Marie Brizzar e verter a mistura para as taças. Açucarar ao gosto.

Servir imediatamente a seguir à preparação.


sábado, outubro 14, 2006

palafita no sapal

Outros tempos, outras Eras
Gentes usaram a ponte que aqui existiu
Para servir as populações

Restos de uma ponte palafita no Sapal de Castro Marim


espaço de poetar

Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento


As Coxas

O cinzel do artista em suave afago batido com o maço
Retira da pedra pedaços que a Natureza a mais tinha deixado
Nossos olhos são surpreendidos, quiçá de profundo embaraço
Pela beleza ímpar de esbeltas coxas, sonho em mármore talhado.

O sopro mágico do artista deu forma, deu cor e tanta vida
Em magníficas variações de luminosidade e de sombra
Que o Mundo se agitou, bateu mais o coração, doce batida
Que o amante, eterno amante, se encanta e assombra.

No cruzar e descruzar das coxas com tamanha sensualidade
Nascem promessas de carícias, loucos sentires, suaves devaneios
Sonhos sonhados em noites de vigília tornados realidade
Esplendor ímpar de bonitas coxas, tais como teu ventre e seios.

Caminhar doces coxas num percurso lento rumo ao Sul
É certeza de encontrar a deliciosa beleza de mimosos pés
Num beijo eterno que vai muito para lá do amplo mar azul
Êxtase de amantes, saciedade de sentires, no Mundo de lés-a-lés.

No rumo certo, para Norte caminhando, na busca do tesoiro
O querer sempre mais na procura do total encantamento
O repouso de guerreiro ou novas liças em suave tosão de oiro
Doces carícias, sentir profundo, a carícia de um profundo sentimento.

sexta-feira, outubro 13, 2006

o rumo da gaivota

Voo com rumo, com destino
Céu azul, infinito
Leva esperança em suas asas

Gaivotas nos céus da Praia do Sol, Portugal


comentário trazido para a ribalta

Há comentários deixados nas modestas contribuições da Oficina das Ideias para a partilha do saber que pelas suas características didácticas ou pelo seu conteúdo humanista bem merecem ser trazidos para a ribalta deste blogue para maior divulgação da sua qualidade e conteúdo.

Acontece esta situação com o comentário deixado pela minha querida Maçã de Junho do blogue do mesmo nome a propósito da imagem seguinte obtida no Rio Guadiana, no sítio chamado Pulo do Lobo



Eis o enriquecedor comentário:

“Em termos geológicos aflora aqui a secção tipo da Formação do Pulo do Lobo (Pfefferkorn,1968), magnificamente exposta ao longo do leito do rio, constituída por filitos escuros e quartzitos muito deformados e com abundante quartzo de exsudação. Estas litologias apresentam-se metamorfizadas na fácies dos xistos verdes (Munhá, 1983).

As rochas da Formação do Pulo do Lobo apresentam-se afectadas por três episódios de deformação compressiva, associados á génese da Cadeia Orogénica Varisca."
In: (http://www.dct.uminho.pt/pogp/pulo_lobo/pulo.html)

Esta formação é estudada pelos alunos de Geologia como sendo uma das mais representativas da Cadeia Orogénica Varisca, em Portugal...

Foi bom recordar com esta foto os tempos de estudante!”

quinta-feira, outubro 12, 2006

textura mágica

O passar do tempo traçou texturas
Que a água do Guadiana coloriu
Para nosso deleite

Formações rochosas no Pulo do Lobo, rio Guadiana, Portugal


sentados à mesa... gostámos

Viajar pela rota dos saberes, feitos de odores e sabores, numa partilha da degustação de comidas e de bebidas em casas de pasto, ao ritmo do coração


A Oficina das Ideias recomenda:

No Sítio da Fábrica, em Cancela-Velha, ir ao Restaurante Costa comer Arroz de Lingueirão. Telefone 281.951.467

Junto à praia fluvial, bem perto do Castelo de Arouce, ir ao Restaurante O Burgo comer Cozido na Broa.

Na estrada da Comporta para Alcácer, no sítio de Cachopo, ir ao Restaurante A Escola comer Batatas de Rebolão. Telefone 265.612.816

A seguir a Seia, já no caminho da Serra da Estrela, ir ao Restaurante do Museu Nacional do Pão comer Açorda de Bacalhau. Telefone 238.310.760

Na Rua 1º de Maio, em Alcoutim, junto ao Rio Guadiana ir ao Restaurante Ti Afonso comer Burras de Porco Preto Estufadas.

Logo depois da Barragem de Odeleite, à direita, ir ao Restaurante O Camponês comer Papas de Milho com Conquilhas (xerém de codelipes). Telefone 281.495.826

Entre a capela e o mar, na Ericeira, ir ao Restaurante Flor de Santa Marta comer Croquetes de Lavagante.


Bom apetite!

quarta-feira, outubro 11, 2006

uma flor para... a catarina

Nos momentos de aflição sentida
Estou contigo no pensamento
Força, querida amiga!

Flor do Jardim de Valle do Rosal


uma maçã nunca o é apenas...

A minha querida Amiga “Maçã de Junho”, do blogue do mesmo nome, terminou um excelente post intitulado “Maçã de Amor” com esta frase muito simples...

"Sou apenas uma Maçã..."


Não resisti a responde-lhe…

Querida Maçã de Junho. Uma maçã nunca o é "apenas"... Quando trinco uma maçã, sinto na boca a suavidade da casca, um momento antes de o seu suco agridoce escorrer na minha língua, centro nervoso de sensibilidade e paladar, deixando-me inebriado do prazer sentido. Quando a totalidade da minha cavidade bocal é inundada por esse néctar de deuses é todo o meu corpo que reage num querer cada vez mais intenso. Não resisto a dar uma segunda, uma terceira trinca. A partir daí é tamanho o prazer que já não destingo o sabor do suco da maçã já mesclado com a minha própria saliva. Uma maçã nunca o é "apenas"... Beijinho.

novos indicadores de leitura

Um dos maiores aliciantes que o pessoal da Oficina das Ideias encontrou na blogoesfera foi a possibilidade de cruzar visitas sobre temas do seu agrado, com blogues preocupados com a partilha do saber, com a defesa dos patrimónios natural e construído, muito em especial, o património imaterial.

Por outro lado existe sempre a preocupação de visitar e recomendar a visita a todos os blogues que além de nos visitarem nos dão a honra de deixar um comentário construtivo, que muito ajuda a nossa inspiração e o enriquecimento do nosso trabalho.

Vamos acrescentar à nossa lista de “indicadores de leitura” os seguintes blogues companheiros desta viagem:

Planície Heróica, de Francisco Nunes – “O País e o Mundo vistos do Alentejo”
Extranumerário, de Gonçalo Nuno Martins – “O meu nascimento aconteceu às primeiras horas de um dia gelado de Dezembro, e, desde aí, jamais consegui libertar-me do frio que se fazia sentir naquele dia”
Pantalassa, de Miguel Oliveira e outros – “O mar que une os continentes, sólido, sobre placas, dizem que à deriva, sobre a astenosfera, plástica (desde Julho de 2003)”
MaisQueLagosta, de Português Suave e outros - “Clube dos que gostam mais de... do que de lagosta”
Teresa e Eu, de Teresa e Eu
Viagens na Minha Terra, de J. – “Nos passos que conduzem ao acaso, a certeza das memórias que ficam nas imagens colhidas”

terça-feira, outubro 10, 2006

florinhas que são marcas

Estas flores, singelas e brancas
São sinais de um carreiro
Para "saltar" o Guadiana

Flor autóctone nas margens do rio Guadiana, Pulo do Lobo, Portugal


coleccionar com doçura

Coleccionar, juntar e encontrar elos de comunhão entre as peças sempre foi aliciante para o ser humano. O coleccionismo de pacotes de açúcar colocou esse anseio ao alcance de toda a gente. Os pacotes de açúcar dão rosto a pessoas e acontecimentos exemplares na solidariedade, no saber, na afectividade


Castro Marim, Vila Museu, Vila da Doçura

O coleccionismo de pacotes de açúcar está a colocar-se de forma incontestável, a cada dia que passa, na posição de dignidade que sempre lhe foi destinada, quer assumindo-se num espaço de real permuta de afectos, quer potenciando as características de utilidade pública que lhe são próprias.

Este desígnio tem sido atingido em resultado da persistência de todos aqueles que em defesa do colectivismo, da união de esforços, têm prescindido de alguns interesses pessoais em prol dos interesses associativos, como ficou bem claro aquando da realização do grande encontro de trocas, o PortSugar 2006.

Aliás, são muitos os comentários positivos à realização do evento o que fica claro nas transcrições que se seguem:

“Foi um encontro para recordar...”, Luís Rainho

“...penso que o importante foi mesmo o são convívio que se gerou entre todos os participantes!“, Cláudia Cascalho

“...pelos excelentes momentos de intercâmbio e de convívio que nos proporcionaram.”, Paulo Rodrigues

“...foi o primeiro ano que estive presente como participante e, só poderei dizer que peço a Deus que me dê ainda uns anos de vida para que em muitos mais possa participar.”, Rogério Reis

“Pena é, como disse um amigo que comigo viajou, que fiquemos nalguns casos, um ano sem nos voltarmos a ver.”, Valdemar Freitas

“Á medida que tudo ia acontecendo, sentia que tudo estava no local certo e no momento certo.”, Isa Mendes

“...o sucesso da festa e da confraternização do convívio é nossa... logo penso que estamos todos de parabéns.”, Carlos Lopes

“O espaço, as pessoas, o jantar e o circuito da manhã de Domingo, são coisas que vou relembrar durante muito tempo.”, Fernando Conde

“Acima de tudo... esse convívio salutar de onde começam a surgir algumas amizades...”, Luísa Filipe

“...pelo modo despretensioso como mais uma vez mostrou o quão emocionante e atractivo é coleccionar pacotes de açúcar, através dos quadros da sua exposição.”, António Carmo

“É realmente agradável o convívio e o conhecimento de outras pessoas que partilham a mesma paixão.”, Alcino Santos


Estes são alguns dos comentários que recolhemos, onde a amizade, a solidariedade, o colectivismo superam a vã ilusão de coleccionar pacotes de açúcar para ter maior quantidade do que os companheiros da mesma paixão.



O Clupac comemorou o 4º Aniversário da sua constituição como associação.
O Clupac realizou o 6º Grande Encontro de Trocas, PortSugar2006, em Castro Marim

segunda-feira, outubro 09, 2006

a um pulo de lobo

Atravessar o rio Guadiana com um pulo
Lobos e contrabandistas
Assim conta a tradição

Rio Guadiana, Pulo do Lobo, Portugal


número um

Hábito antigo de guardar os “número um” das revistas, quantas vezes o “número zero”, acaba por fazer história do que é publicado, dos êxitos editoriais e, igualmente, dos fracassos, mas é sempre registo dos tempos


Grande Reportagem

Revista trimestral de grande informação propõe-se tratar com profundidade um tema de actualidade em cada número, recorrendo para esse efeito à análise das múltiplas facetas do mesmo. Contudo, o seu conteúdo não se confinará simplesmente a esse tema, antes percorrendo toda a actualidade nacional e estrangeira.

Propõe-se não recorrer ao facilitismo das notícias e acontecimentos “cor de rosa” tão ao gosto da “high society” nem, tão pouco, dos temas que utilizam a violência pela violência.

O N.º 1 da revista Grande Reportagem, 2ª série, foi publicado em Dezembro de 1989, tendo como director José Manuel Barata-Feyo, uma edição das Publicações Dom Quixote e com o preço de capa de 500$00.



Do conteúdo do Número Um da revista Grande Reportagem salientamos:

Dez anos e quatro homens
Soares cansado (1989): Não ocuparei outro cargo político
Comunicação Social: O grande “boom”
Mundo – Nova Inquietação
América Latina – Esboço de transição
África Austral – Os ventos de mudança sopram de novo
Afeganistão – A guerra da indiferença
Cabul – Dez anos de guerra, Cem anos de ódios
Da fronteira às portas de Cabul
Sida – A doença dos anos 90
Agostinho da Silva – A década de 80? Foi tudo a correr pelo futuro
Droga – O combate
Álbum dos anos 80

domingo, outubro 08, 2006

romã, rubis para o teu corpo

A minha querida amiga Gotinha, do Blogotinha, deu a deixa, colocou a questão, e o pessoal da Oficina das Ideias aqui deixa a resposta...

Como comer uma ROMÃ sem manchar os dedos?


1. Escolham uma ROMÃ no seu correcto estado de maturação. A casca amarelada significa que os bagos estão bem vermelhos.

2. Retirem a “coroa” com uma faca afiada. Guardar a “coroa” pois a tradição diz que é presságio de felicidade.

3. Partir a ROMÃ em quartos.



4. Com um martelinho de madeira bater suavemente na casca enquanto os bagos vermelhos vão caindo intactas para um recipiente.



Já está! Uma taça cheia de bagos vermelhos de ROMÃ e os dedos impecavelmente limpos.


sábado, outubro 07, 2006

lua de outubro

Numa cálida noite de Outono
Na tranquilidade do Algarve serrano
A Lua

Lua Cheia (100%) fotografada em Castro Marim, Algarve, Portugal


espaço de poetar

Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento


As Nádegas

O escultor trabalhou o róseo mármore com desvelo,
Burilou com o cinzel superfícies doces e arredondadas,
Mágico sopro divino deu vida, harmonia sem paralelo,
Às mais belas e sensuais nádegas alguma vez imaginadas.

Nádegas perfeitas, esculturais, obra de arte acabada,
Que encantam o olhar dos amantes do desejo sensual,
Maravilham o espírito, animam a mente. É a alvorada
De um dia esplendoroso, como outro por certo não há igual.

Dunas de fulgurante brilho que a mãe Natureza talhou,
No constante e sensível trabalho de sonhar e criar beleza,
Areais beijados por mares transparentes de que o poeta falou
Onde se espraiam corpos ao sol quente, dádiva da Natureza

Na doirada seara de trigo, no suave ondular das espigas,
Sonho ver nádegas de princesa, belas, perfeitas, sensuais,
A magia de uma dupla elegante e muito juntas como amigas,
Que encantam os príncipes e tantas outras figuras reais.

A suavidade de tuas nádegas são ondas de um mar de sonho
Onde o corsário navega, senhor de mares e oceanos sem fim
No desejo que é embriaguez de dulcíssimo e rubro medronho
Da descoberta de maravilhoso tesouro de sedas e cetim.

sexta-feira, outubro 06, 2006

monsanto, terra serrana

As pequenas casas de granito construídas
Parecem ser esmagadas
Por enormes pedras serranas

Pedras e Casas em Monsanto, Beira Interior, Portugal


tradição e cultura popular

A tradição resulta da memória colectiva de um Povo, autêntico património invisível que se transmite entre gerações e representa o mais elevado expoente da cultura popular. Aqui se deseja dar conta desse repositório


Contrabandistas de Afectos

Em tempos idos, os lobos e os contrabandistas atravessavam o rio Guadiana de um só pulo.

Percorriam veredas e carreiros, quantas vezes com a ajuda de um jerico, para “passarem” de um lado da fronteira para o outro os géneros alimentícios e outros bens que faziam falta no destino.

Mas ajudaram, do mesmo modo, homens solidários que pretendiam ajudar as populações em defesa da sua Liberdade, contra ditadores que pretendiam impor grilhetas ao Povo em luta pela sobrevivência. Outros homens que pretendiam fugir à ditadura, a guerras sem sentido, na procura de melhores condições de vida.

Ainda hoje se confundem as origens das gentes de ambos os lados da raia, por exemplo na região de Alcoutim, no Baixo Alentejo raiano, onde se desenvolveram e consolidaram intensos laços de amizade e de solidariedade, por conta do contrabando, que se intensificou a partir da década de 30, dos trabalhos agrícolas nos campos da raia e das constantes debandadas para o lado português, ao longo dos três duros anos da Guerra Civil Espanhola, entre 1936 e 1939.

Nas rotas dos contrabandistas, trocavam-se cumplicidades e afectos, para Espanha seguiam o café e o açúcar. De Espanha vinham os perfumes e os tecidos. Mas, mais do que tudo, a afectividade que levava a muitos “casamentos” trans-fronteiriços.

O anedotário popular registou uma curiosa estória, já ouvida noutros contextos sociais e laborais: “Todos os dias, o velho Joaquim (ou seria o velho Paco?) atravessava de bote o rio Guadiana em direcção a San Lucar, aldeia em frente a Alcoutim. E todos os dias, o velho Joaquim trazia a sua inseparável bicicleta pasteleira consigo. Todos os dias também o velho Joaquim era revistado pela Guarda Fiscal (do lado de cá) e pelos “guardiñas” (do lado de lá), para todos os dias nada de ilegal ser encontrado. O velho Joaquim (ou seria o velho Paco?) contrabandeava bicicletas!”

Retivemos esta quadra que acompanha a estátua que homenageia os contrabandistas e que se encontra implantada em Alcoutim à beira do rio Guadiana:

“Viva a malta, trema a terra
Daqui ninguém arredou.
Quem há-de tremer na guerra
Sendo homem como eu sou.”




Agradecimentos:
Diário do Alentejo
El Periodico Extremadura
Mértola

quinta-feira, outubro 05, 2006

5 (cinco): símbolo religioso ou pagão?

Cinco pregos de ferro forjado
Outros tantos de madeira embutidos
Cinco pedrinhas da criançada, que se não vêem

Porta da Igreja da Misericórdia de Alpedrinha, Beira Interior, Portugal


trinta e nove meses na blogoesfera

A presença diária na blogoesfera durante 39 meses resulta, além da preocupação do pessoal da Oficina das Ideias, de um apoio técnico muito equilibrado por parte dos gestores dos sistemas Blogspot e Blogger onde, respectivamente, se alojam os posts e se concretiza a respectiva edição.

No final deste período de permanência que já ultrapassa os três anos obtivemos:

Visitas – 108.500, a uma média de 213/dia, com origem em 89 países
Comentários no mês – 103, de 22 comentadores
Total de posts – 2.420, cerca de metade são fotografias originais

Porque nos merecem um destaque especial os comentadores que dão um verdadeiro espírito de interactividade à Oficina das Ideias, aqui fica o


QUADRO DE HONRA

Mónica, do Summertime
Carlos José, do Campusdelide
Lígia
Fernanda Guadalupe, do Lazuli
Padeira de Aljubarrota
Margarida, do Maçã de Junho
São, do EspectacológicaS
Reporter, do EmDirectoEACores
CláudiaP, do Tudo ou Nada
Cathy, do Bailar das Letras
João Ferreira Dias, do Kontrastes
PortuguêsSuave do MaisQueLagosta *
Marília
Teresa e Eu *
GingerSilver *
Ana Amorosa
J., do Viagens na Minha Terra *
Lualil, do Traduzir-se...
Gotinha, do Blogotinha
Yonara, do Templo de Hécate
João Tunes, do Água Lisa
Lenore, do Verdades Cruéis


A TODOS o nosso Muito Obrigado

quarta-feira, outubro 04, 2006

uma rosa de outono

Teima a roseira em florir
Nestes tempos outonais e serenos
Magnificas pétalas que são teus lábios

Rosa salmão e laranja do Jardim de Valle do Rosal


número um

Hábito antigo de guardar os “número um” das revistas, quantas vezes o “número zero”, acaba por fazer história do que é publicado, dos êxitos editoriais e, igualmente, dos fracassos, mas é sempre registo dos tempos

@Net

A grande divulgação na utilização da Internet havia começado, em Portugal, algum tempo antes mas, na verdade, o grande fornecedor de acessos era a Netpac, fruto da sua estreita ligação empresarial e técnica à Telepac, pertencente ao Grupo Portugal Telecom. Estávamos no ano de 1996.

Com o objectivo de apoiar os seus clientes, quer no aspecto de formação técnica, quer no de informação e divulgação desse meio de comunicação então emergente, a Telepac lançou uma revista com o título “@Net”, cujo primeiro número viu a luz do sol em Setembro de 1996.

O seu director, José Silva Lopes escreveu no editorial do n.º 1 da revista: “... é dado relevo a um assunto tão actual como o do comércio na “net”, bem como a presença, cada vez mais forte, das empresas na Internet”.



Do conteúdo do Número Um da revista “@Net” salientamos:

e-Cash
Cidade Virtual
Ligação dedicada à Internet
Netpac+modem
Mirrors de FTP
Sites & Bits
Navegações
Vídeo “on-line”
Segunda Linha Telefónica


Com o sistema de cabo ainda inexistente em Portugal era então utilizada para acesso à Internet a linha telefónica de cobre pelo que as ligações eram forçosamente morosas e lentas. Do mesmo modo, usando numa primeira fase a mesma linha do serviço telefónico de voz inibia este de funcionar (interrompido) nos tempos de acesso à Internet. Daí o anúncio e a publicidade a uma “segunda linha” exclusivamente para dados.

terça-feira, outubro 03, 2006

no fundo da escada a luz

Vou descer esta escada vazia de gente
No regresso de uma missa onde o pároco
Celebrava isolado, sem crentes

Escada na Igreja da Misericórdia de Alpedrinha, Beira Interior, Portugal


This page is powered by Blogger. Isn't yours?