Partilhar
quarta-feira, março 31, 2004

tecendo


venham tomar um café connosco

Correspondendo a um gentil convite do amigo Maizum, do Maizumpomonte, passamos a frequentar O CAFÉ recém-inaugurado e um espaço privilegiado de convívio, de cavaqueira, de cumplicidade cultural e blogueira.

A nossa participação inicial, que prevemos possa ser sempre as quartas-feiras, vai ser no espaço Sabores e Odores com Café, onde hoje mesmo partilhamos um delicioso Creme de Café. Além do nosso próprio acervo de receitas, contamos com a boa colaboração de todos os leitores. Aliás, hoje mesmo recebemos uma receita enviada pela nossa querida amiga Xanu, do O Meu Alentejo, que publicaremos na próxima quarta-feira.

Mas a nossa presença em O Café não vai ficar por esta colaboração. Vamos lá estar todas as noites para tomar o nosso cafézinho acompanhado por um delicioso Drambui, e temos muito gosto em partilhar a nossa mesa com todos vós. Venha, pois, até ao O Café.

Oportunamente, naquela mesa ali do canto bem junto à montra, que alguns já chamaram a “mesa dos espiões” coisas doutros tempos e doutras guerras, vamos ter Poesia à mesa de O Café, tertúlia de poetar, de rimar, de versejar.

Venham! O Café já está servido...

terça-feira, março 30, 2004

uma flor para... a suzana


Desejo de um dia de alegria e afectos

dia mundial do teatro

Recordar 27 de Março

Um simples convite de amizade levou-me até às instalações do Clube Recreativo dos Amigos da Quinta da Saudade para assistir a uma revista à portuguesa, intitulada Há Casino em Santo Amaro, da autoria de Miguel Dias. A representação esteve a cargo do Grupo de Teatro da Academia de Santo Amaro.

Todos estes nomes, das pessoas e da Academia, levam o nosso pensamento para o teatro de amadores onde, depois de um dia de trabalho, por vezes bem violento, as pessoas se reúnem no prazer de vestir a pele do personagem que lhes coube representar.

É este o caso. Um punhado de gente, homens e mulheres, jovens e menos jovens, encontram-se com regularidade para darem asas ao seu sonho de fazer arte. E que bem que representam. E que bem que defendem a arte que abraçaram.

As palavras de Almeida Garrett dão bem conta da importância do teatro na vida das sociedades, desde os tempos imemoriais: “O teatro é um enorme meio de civilização, de cultura, de diálogo, é uma forma de lazer e de dar à vida um conteúdo mais estético”.

Deu-se a coincidência feliz de se comemorar nesse dia o Dia Mundial do Teatro, tendo no final da representação, em cena aberta, sido feita a respectiva homenagem.

A mensagem que tradicionalmente é lida nesta data em todos os teatros foi este ano da autoria da dramaturga egípcia Fathia El Assal que termina assim:

Enfim, estou convencida que o teatro é a luz que ilumina o caminho do ser, uma luz que assegura a ligação orgânica com o espectador. Esta comunicação cria um calor entre nós, quer estejamos frente a uma peça escrita ou frente à sua interpretação em cena”.

a banda do cidadão em acção

Vivências reais, contadas ao estilo de contos curtos, onde é posta a evidência a utilidade pública de um meio de comunicação rádio, muito em voga nas décadas de 80 e 90 do século passado. Chegaram a ser constituídas redes internacionais de emergência rádio com muitas acções humanitárias realizadas. Os governos dos diversos países do Mundo nunca viram com "bons olhos" este sistema, pois era um sistema de comunicações para todos, sem quaisquer tipo de fronteiras.


Cebeístas espanhóis atentos às emergências

O pesqueiro espanhol, tendo a bordo sete homens, na sua labuta diária, perdeu a capacidade de manobra com avaria num órgão vital, vagando descontroladamente na direcção da costa rochosa da Andaluzia.

Muito embora os pescadores a bordo fossem homens calejados pela dureza do trabalho no mar, o pânico acabou por se instalar entre a "companha".

O operador de bordo com as mãos crispadas sobre os equipamentos rádio tentava em vão contactar a guarda costeira.

As perigosas rochas estavam cada vez mais perto; Febrilmente, os homens a bordo tentavam remediar a avaria, mas sem êxito.

O operador rádio procurou sucessivamente contacto em várias frequências até que obteve resposta na faixa dos 11 metros do operador Paco, estação de rádio CB "AQUILA" que se ofereceu de imediato para retransmitir o apelo com os meios ao seu dispor por forma a que fosse escutado pelas entidades de segurança e socorro da costa.

No último momento a guarda costeira foi avisada, avançando prestemente para o local onde se encontrava o barco em avaria, o qual foi rebocado para fora da zona de perigo, perante a alegria generalizada de todos os pescadores que "não haviam ganho para o susto".

Paco, o operador de rádio CB que havia contactado a guarda costeira transmitindo lhe o apelo, manteve se no seu posto durante toda a noite acompanhando a operação até esta ser dada por concluída com êxito.

Efectivamente, quando o apelo de emergência foi escutado nos 11 metros decorria naquela frequência um QSO entre diversas estações de CB que de imediato foi suspenso por forma a receber a mensagem do "Isabel Morales", nome de matrícula do pesqueiro em perigo.

Enquanto Paco da estação de CB "AQUILA" telefonava para a guarda costeira um outro cebeísta no QSO telefonava para a polícia e outros dois deslocavam se para a beira mar munidos de "walkie talkies" para acompanharem de perto as acções de salvamento.

segunda-feira, março 29, 2004

boas ideias

Demos a designação de BOAS IDEIAS à lista de indicadores de endereços de blogs que visitamos regularmente e que julgamos ser da máxima coerência recomendar a todos os nossos assíduos visitantes. É mais uma forma de partilha, riqueza em que a blogoesfera é fértil.

Prestes a completar 9 meses de presença na blogoesfera e por uma questão de transparência vamos responder a esta questão: Como constituímos esta lista?

Inicialmente baseada numa lista existente num blog de referência fomos retirando todos os indicadores que apontavam para blogs que não representavam os nossos interesses de visita, que estavam longos períodos sem actualização, que tinham entretanto terminado a sua actividade. Desejamos que esta lista traduza, efectivamente, a NOSSA escolha e a NOSSA recomendação.

No decorrer do tempo fomos acrescentando indicadores para todos os blogs cujos autores enriqueceram o nosso trabalho com comentários. Demos destaque àqueles que também colocaram a Oficina das Ideias nas suas listas de recomendações.

Temos tido um cuidado grande na reciprocidade de tratamento e, da mesma forma na qualidade dos blogs recomendados. Contudo, isso não impede que sejamos amiúde surpreendidos

- o poolman, do Desabafos, lembra-se da Oficina quando se fala de fotografia e colocou lá um indicador de direccionamento;
- o OrCa, do Sete Mares, considera-nos em “correntes de consulta”.

Retribuímos as referências com amizade, tanto mais que se trata de dois excelentes blogs.

a utilidade pública da blogoesfera

E aqui começa o sonho...

Porque não realizamos uma edição reduzida deste foto-poema, por exemplo, 10 exemplares, em formato 12X18, numerados e assinados, ao preço de 10,00 euros cada, e com o resultado da sua venda fazemos uma modesta doação a uma instituição carenciada?

Para esta edição resulta uma verba total de 100,00 euros, modesta verba mas que reverterá na sua totalidade para a referida instituição.

Decisão tomada!


Uma escolha difícil

A escolha da instituição a quem iremos fazer a oferta não foi fácil. Embora a oferta seja de uma importância modesta é, para nós, de grande valor, pelo que havia que encontrar algum critério que correspondesse ao nosso objectivo de Solidariedade.

Conhecedores do enorme esforço que está a ser feito no Brasil e, concretamente, pela Prefeitura do Recife, na luta contra a exclusão, no apoio efectivo aos mais carenciados, na luta pela formação em ambiente e salubridade, por aí seguimos o nosso sonho.

Uma procura local, contactos pessoais com as obras de apoio aos bebés e conversações estabelecidas com as respectivas directorias determinaram a escolha:



no Bairro da Madalena, no Recife.

A missão do Lar de Nenen é assistir integralmente a crianças órfãs ou não, que se encontrem em situação considerada de risco, na faixa etária de 0 a 2 anos, com os objectivos de

• Melhorar a qualidade dos serviços, dotando-se de recursos materiais e humanos especializados para realizar uma proposta pedagógica que potencialize as crianças à vivência em família e à sua reintegração no sociedade, segundo as directrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente;
• Trabalhar, acompanhar e direccionar o desenvolvimento biopsico-social da criança abandonada ou em situação de risco;
• Trabalhar com os familiares, no sentido de promover um convívio e tentar proporcionar um ambiente propício para a criança;
• Proporcionar, quando possível, a reintegração do menor ao seu ambiente familiar.

O Lar do Nenen é uma instituição social beneficente, sem fins lucrativos, com relevantes serviços prestados à sociedade pernambucana. Fundada em 13 de fevereiro de 1978 por um grupo de senhoras voluntárias, o Lar do Nenen tem como objectivo principal o acolhimento de crianças na faixa etária de 0 a 2 anos, órfãs ou não, que se encontrem em situação considerada de risco e cujos processos de medida de protecção ou destituição do pátrio poder, tramitam nos Juizados da Infância e da Juventude da capital ou do interior do estado.

O Lar do Nenen é uma entidade de Utilidade Pública Municipal, Estadual e Federal. Todavia, no momento, não lhe são concedidos recursos públicos capazes de estabelecer um orçamento que garanta o sustento dessas crianças. É uma entidade beneficente e sobrevive graças a doações.

Com o lema Todas as crianças são crianças de todos, este Lar vive fundamentalmente do voluntariado.

Tivemos oportunidade de contactar com a directora Presidente Voluntária, Dona Tuti Moury Fernandes, a quem apresentámos a ideia, referindo a modéstia da nossa potencial contribuição. Mostrou-se encantada com a iniciativa referindo que seria uma atitude muito boa para as cerca de 40 crianças que neste momento têm no Lar do Nenen.

Resultados da Iniciativa

Além do desejo expresso pelo nosso amigo Pedro, do Sintra-Gare de colaborar tal como deixou escrito nos comentários, gerou-se à volta desta iniciativa um movimento amplo de solidariedade donde podemos afirmar que já NÃO existem disponíveis exemplares do foto-poema RENASCER em edição restrita numerada e 1/10 a 10/10.

Nesse sentido, a totalidade da verba obtida, 100,00 Euros, vai ser enviada em correio expresso para o seu destinatário, na certeza de que esta verba irá ser aplicada nos bens alimentares que à data da chegada mais falta façam aos meninos do Lar do Nenen.

Bem hajam todos que deram a sua contribuição!

domingo, março 28, 2004

caminhando se faz caminho

Alguns apontamentos sobre pequenos percursos em que os sentidos são despertos para o Património Natural e Construído através das cores e dos odores, das estórias e das tradições, dos saberes e dos sentires. Venham connosco fazer este caminho...


da Descida das Vacas à Praia do Rei

Estacionámos o carro na entrada para o Caminho das Figueiras, com uma soberba visita para o Oceano Atlântico, e iniciámos a nossa caminhada pela Descida das Vacas sendo, desde logo, surpreendidos por uma bela e doirada acácia que bordeja a estrada.



Este ano as condições climatéricas foram propícias a que somente em finais de março o acacial florescesse em toda a sua plenitude. Anos há em que no mês de Fevereiro já temos esta imensa zona pejada de flores doiradas.



O acacial da Costa de Caparica plantado na sua origem para segurar as areias dunares e para evitar a erosão provocada pelos ventos predominantes, transformou-se num maravilhoso quadro de contraste entre os azuis do mar e do céu e o doirado do acacial em flor.



Aos nossos pés um tapete florido que nos encanta e nos alerta para a importância de protegermos a todo o custo esta dádiva da Natureza. Flores em variados tons de amarelo compõem este quadro digno dos mais inspirados pintores.



Lá mais abaixo, na Praia do Rei, o mar beija docemente a areia numa permanente comunhão de sentires. Uma casinha é abrigo de segredos e de cumplicidades entre seres que se amam. Ah! Este mar que nos une...



Protegida por lei, toda esta magnífica paisagem de campo e de mar, de acacial e de pinhal, está incluído na Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica, incluindo além do acacial, a Mata do Medos e a Arriba Fóssil, propriamente dita.



sábado, março 27, 2004

uma flor para... a giesta


Feliz Aniversário (um pouquinho atrasado mas... )

sentir o povo que vive

O fotógrafo e a escritora percorrem a calçada, vivem o Povo. Ele, escreve ideias e sentimentos com cada clique da sua máquina fotográfica. Ela, obtém as mais belas imagens com um simples pestanejar dos cílios e a leveza da pena na escrita.


Novos locais para apoio aos mais desprotegidos

A natureza tem feito ultimamente algumas partidas aos terráqueos que no decorrer de um dia soalheiro e luminoso são, numa reviravolta climatérica, surpreendidos com fortes bátegas de água. Não podem esperar contemplações de uma Natureza que estão sistematicamente a magoar com os seus actos poluentes a maior parte a troco do engordar dos bolsos de alguns.

Assim foi naquele dia tão luminoso no seu alvorecer e mesmo quando o Fotógrafo se fez à calçada e que agora quando já caminha lado a lado com a Escritora ameaça desabar água que dará para encher uma albufeira. Por isso se recolhem no boteco da esquina mais próxima.

Não são passos perdido pois os surpreende o odor ímpar de umas ostras grelhadas que estão a pedir uns pingos de limão e um pouco de picante para serem degustadas. Bom, são irresistíveis, especialmente, acompanhadas de uma cervejinha bem gelada.

_ Que dia este querida amiga!
_ E eu que tenho tanto trabalho me esperando. Estamos preparando a inauguração de um novo ponto de trabalho para apoio aos meninos da rua.
_ Sim? Mais um? Grande desenvolvimento que essa actividade está a ter.
_ É verdade. Me pergunto porque não terá acontecido este desenvolvimento muito antes...
_ Quer que eu responda?
_ Já sei o que vai dizer...
_ É verdade! Pouco a pouco, com grandes dificuldades, dificuldades esperadas, a esperança vai-se transformando em realidade.
_ Mesmo que isso custe a muita gente reconhecer...

O dever chamava pela Escritora. Tinha ainda que colaborar na montagem de painéis que mostravam o trabalho já realizado no campo da formação dos meninos de rua para o ambiente e para a sanidade e esgotamento. Os painéis vão mostrar o nosso trabalho em educação sanitária e ambiental. Mas, muito em especial, vamos fazer a apresentação dos projectos futuros.

_ Sabe querido amigo? Vamos ter a presença do ministro Olívio Dutra!
_ Isso mostra bem a importância do vosso trabalho e, muito em especial, o reconhecimento que o governo do Brasil lhe dá. Parabéns, querida amiga!

sexta-feira, março 26, 2004

uma flor para... o João


para o João Carvalho Fernandes, mestre da blogoesfera e incentivador da montagem desta Oficina, pela passagem do 1º aniversário do seu Fumaças

sete mágico sete

Como introdução ao tema de “Os Sete Pecados Sociais” escrevi algumas considerações sobre o número Sete e a sua magia. Pelo reflexo que encontrou em alguns dos meus mais atentos leitores e por ser um tema que nunca se esgotará volte a ele.

Vejamos se não se sentirá a magia no ar quando começamos a meditar sobre o número Sete...


As Sete cores do arco-íris – Vermelho [V]; Alanrajado [A]; Amarelo [A]; Verde [V]; Azul [A]; Anil [A] e Violeta [V], a mnemónica VAAVAAV

As Sete notas musicais – Dó Ré Mi Fa Sol Lá Si Dó, com as quais se escrevem sublimes obras

Os Sete orifícios do rosto – dois olhos, duas narinas, dois ouvidos e uma boca, fazendo parte integrante do dito comum “ver, ouvir e calar”.

Os Sete dias da semana – Segunda-feira (o odiado!), Terça-feira, Quarta-feira (o dia do meio), Quinta-feira, Sexta-feira (o desejado ao fim da tarde!!!), o Sábado e o Domingo.

Os Sete pecados capitais – Orgulho [conceito elevado que alguém faz de si próprio]; Gula [excesso de comida e de bebida e amor pelas iguarias]; Preguiça [propensão para não trabalhar, indolência]; Avareza [desejo intenso e violento de possuir algo, avidez]; Ira [paixão que nos incita contra alguém, raiva, ódio]; Luxúria [sensualidade, libertinagem, lascívia, corrupção] e Inveja [Ódio e desgosto provocados pela prosperidade de outrem].

As Sete maravilhas do mundo antigo – Pirâmides do Egipto, Jardins Suspensos da Babilónia, Templo de Zeus, Mausoléu de Halicarnassus, Templo de Artemis, Colosso de Rhodes e Farol de Alexandria.

Os Sete mares

As Sete colinas de Lisboa

A Cathy, do Despenseiros da Palavra lembrou:

Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prêmio pretendia.”
retirado de um belo soneto de Camões.

O Pedro, do Sintra-Gare referiu:

Faltaram os Sete a 1 de 1986/12/14, penso que terá sido uma estrondosa vitória do Sporting sobre o Benfica.


Depois disso ainda me lembrei de:

A Branca de Neve e os Sete anões

Sete noivas para Sete irmãos

Os Sete magníficos

Outros Setes, muitos mais com certeza se irão juntar a estes...

quinta-feira, março 25, 2004

a utilidade pública da blogoesfera

O Homem chega até onde o sonho o levar


Tudo começou com a publicação de uma simples imagem aqui na Oficina



que mereceu um interessante comentário

"É inspiradora, merece um poema..."


Donde resultou um desafio

"Fico à espera desse poema inspirado..."


A poetisa Liliana Miranda respondeu ao desafio donde resultou este belo poema

A voz do rio vinha-lhe como canção
Em hipnose
De imagens, sons e pensamentos...
Sonhos
Desejos
Seus pés tocaram a água,
A água em todo seu corpo
Sua alma molhou-se inteira..
Mergulhou no rio como se mergulhasse em si mesma
E foi ao fundo... ao silêncio total
Na superfície, folhas..
O vento que desenha ondas na água
O sol quase partindo,
Em raios suaves ilumina o balé
Ainda a tempo de ver surgir do fundo, do silêncio
Uma flor ...
Renascida!


Imagem mais poema e aí está um foto-poema que convosco tivemos oportunidade de partilhar



E aqui começa o sonho...

Porque não realizamos uma edição reduzida deste foto-poema, por exemplo, 10 exemplares, em formato 12X16, numerados e assinados, ao preço de 10,00 euros cada, e com o resultado da sua venda fazemos uma modesta doação a uma instituição carenciada?

Para esta edição resulta uma verba total de 100,00 euros, modesta verba mas que reverterá na sua totalidade para a referida instituição.

Decisão tomada!

Oportunamente daremos conta da instituição escolhida e dos resultados obtidos.


quarta-feira, março 24, 2004

acácias em flor na caparica - 2004


da série "da Descida das Vacas à Praia do Rei" a publicar brevemente

crónicas do tempo presente

Meditar um pouco sobre sobre o "que faz correr o ser humano" neste Mundo em que transformações profundas e urgentes são determinantes para a sobrevivência da nossa Civilização.


Os 7 pecados sociais

Por razões tão diversas do pensar e do sentir o número 7 sempre acompanhou a minha existência, como, aliás, pela sua magia, terá acompanhado a vida de milhões de pessoas deste planeta, que de alguma forma se interessam por estas coisas do sentido e significado dos números.

Particularmente, o meu interesse maior centra-se nas 7 cores do arco-íris, ao ponto de ser a designação de uma estação emissora-receptora da Banda do Cidadão que mantive em grande actividades no decorrer de muitos anos, de ser uma temática para coleccionismo das mais variadas peças, de ser a designação de base de um sítio que mantenho na auto-estrada da a informação há longos anos.

Acontece que a magia do 7 se encontra no facto de um sem número de factos se pautarem pela sua métrica: as 7 cores do arco-íris; as 7 notas musicais; os 7 orifícios do rosto humano; os 7 dias da semana; os 7 pecados capitais; as 7 maravilhas do Mundo; os 7 mares do planeta Terra; as 7 colinas de Lisboa...

Na Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa, de 15 de Setembro de 2003, estão referidos os 7 pecados sociais que afectam a sociedade actual. Sobre cada um deles pensei um pouco, mas muito mais haverá a meditar.

Egoísmo individualista – Eu, o meu bem-estar, a satisfação dos meus desejos constituem o objectivo principal de vida, nem que para isso tenha que espezinhar cruelmente o meu semelhante, mesmo que de familiares se trate. É a cegueira total duma civilização.

Consumismo exagerado – Consumir constitui o ponto alto de um estatuto humano e social, onde devemos sempre ultrapassar os nossos vizinhos e amigos na aquisição de bens de consumo mesmo que supérfluos ou que nunca venham a ser utilizados.

Corrupção – É considerada uma actividade normal a apropriação indevida de propinas ou bens públicos ou alheios dos quais se possa dispor em actos de gestão, sendo mesmo considerados “parvos” os que o não fazem e excluídos em termos sociais e de grupo.

Desarmonia do sistema fiscal – São as pequenas fugas individuais ao pagamento de impostos que irão sobrecarregar o colectivo e são as grandes fugas das entidades bem escoradas num proteccionismo da máquina institucional que tendem a destruir um país.

Irresponsabilidade na estrada – É a irresponsabilidade generalizada de quem pelo facto de conduzir um veículo automóvel se julga dono do mundo, não respeita terceiros nem mesmo os próprios filhos que transporta em total falta de segurança, ignora o meio envolvente.

Comercialização do desporto – O jogo deixou de ser uma actividade de lazer e de entretenimento, de aplicação da destreza e da imaginação, do saber e da inteligência, para movimentar milhões e ser fonte de influências e de corrupção. Já não há verdade no jogo.

Exclusão social – É a resultante da falta de igualdade entre as gentes no acesso à aprendizagem, à saúde e à justiça, agravada pelo facto dos países receberem cada vez mais refugiados sem lhes concederem o mínimo de refúgio, exploram e desprezam de seguida.

terça-feira, março 23, 2004

oásis


a banda do cidadão em acção

Vivências reais, contadas ao estilo de contos curtos, onde é posta a evidência a utilidade pública de um meio de comunicação rádio, muito em voga nas décadas de 80 e 90 do século passado. Chegaram a ser constituídas redes internacionais de emergência rádio com muitas acções humanitárias realizadas. Os governos dos diversos países do Mundo nunca viram com "bons olhos" este sistema, pois era um sistema de comunicações para todos, sem quaisquer tipo de fronteiras.


Tal como em terra o CB é útil no mar

Agosto de 1983 já ia a meio, Verão quente, como habitualmente largos milhares de pessoas encontravam na Costa de Caparica a zona mais acessível para as suas férias anuais. Como em anos anteriores o Caparica CB tinha a funcionar um conjunto de postos de vigilância à orla marítima equipados com rádio CB, dando cobertura às principais praias da Costa.

Foi precisamente de um desses postos, instalado no estabelecimento balneário da Praia do Rei, que veio o alerta.

Um veleiro com cerca de cinco metros de comprimento aparentava andar à deriva ao largo da costa, situação agravada pelo facto de o mar na altura se apresentar bastante agitado.

O sistema de "prevenção e alerta" foi de imediato accionado com recurso a diversas estações rádio CB do Caparica CB, em móvel e em fixo, e ainda a colaboração de outras estações: PÉ DESCALÇO, COVA, ÁGUIA DO MONTIJO, SOLMAR.

Estabelecido o contacto com os Bombeiros da Trafaria, via canal 9, frequência de emergência, na impossibilidade de fazerem avançar o seu barco pneumático pois "o mar partia pela cabeça de fora e tinha muito corso", solicitaram a intervenção da Autoridade Marítima que avançou com a respectiva lancha.

Para a costa atlântica, zona compreendida entre a Costa de Caparica e a Fonte da Telha, dirigiram se diversos "moveis" e "portáteis" com a missão de observação em relação ao veleiro em apuros.

Com a chegada da lancha de socorro os ânimos que se encontravam bastante afectados acalmaram, muito embora com o avançar das horas a visibilidade fosse cada vez mais reduzida e as dúvidas do êxito da missão cada vez maiores.

Contando com a importante ajuda dos "pés de sal", barcos de pesca que se encontravam na zona equipados com rádio CB, foi possível determinar a posição do veleiro que para fugir ao nevoeiro tinha descaído para sul, encontrando se perto do Cabo Espichel.

Os cebeístas actuando em conjunto, de forma organizada e coordenada, mostraram ter na verdade grande capacidade de intervenção em situações de emergência e, além do mais, uma grande abnegação passando horas sem fim agarrados aos seus equipamentos de radiocomunicação na banda dos 11 metros.


segunda-feira, março 22, 2004

flores da mata


do fundo do baú das memórias

Relembrar algumas das memórias que se encontram bem lá no fundo do baú onde guardamos recordações de situações vividas há muito ou que nos foram contadas pelos mais velhos


Turismo e tribunais

Aos doze anos ir estudar para uma escola situada no coração da cidade de Lisboa, o sentimento de que a distância à casa da família era maior, o conhecimento com novos colegas e outros estilos de ensino, representou para mim um passo importante no crescimento físico e mental.

Vem dessa época o gosto por viajar, por conhecer novos sítios e gentes e costumes diferentes. Na impossibilidade material de o fazer, a minha família já muito se esforçava para me manter a estudar, sublimava esse meu gosto e desejo, visitando na baixa lisboeta as agências de viagens e de turismo onde obtinha maravilhosos folhetos turísticos que me possibilitavam viajar mundos sem quaisquer fronteiras.

Ainda tenho na memória a Havas, que representava também o Turismo Francês, o Turismo Cruzeiro, o Pinto Basto, o Turismo Espanhol onde obtinha verdadeiras preciosidades ilustradas com fotografias de paisagens profusamente coloridas que me faziam sonhar com viagens maravilhosas.

A grande parte dos tempos livres, por saltos existentes no horário ou devido a faltas dos professores, era utilizada para assistir a julgamentos públicos que aconteciam no Tribunal da Boa Hora situado muito perto do local onde ficava a escola. Tratava-se de julgamentos de crismes menores, de outros mais graves eram realizados “à porta fechada” mas faziam as delícias dos assistentes.

Adorava assistir aos debates do contraditório e admirava a capacidade que os advogados tinham de defender uma determinada atitude e a contrária, se necessário fosse. Ali passava horas a fio, esquecido do tempo, assistindo a um julgamento após o outro bebendo as palavras e os gestos daquela gente.

domingo, março 21, 2004

caminhando se faz caminho

Alguns apontamentos sobre pequenos percursos em que os sentidos são despertos para o Património Natural e Construído através das cores e dos odores, das estórias e das tradições, dos saberes e dos sentires. Venham connosco fazer este caminho...


da Aldeia do Meco ao Cabo Espichel

Partindo da Aldeia do Meco, sobranceira à Praia do Meco, lugar carismático do nudismo em Portugal, rumamos a Sul por uma estrada de terra batida, por forma a acompanharmos o mais possível a orla marítima. Nos campos que bordejam a estrada as aves estão tranquilas, inclusive um trio familiar de corvídeos.



Quando a estrada mais se aproxima do mar, quando as escarpas e falésias de grandes lajes de estratos calcários mergulham nas águas azuis e profundas, surge-nos ao virar de uma curva, como por encanto, a Praia da Fonte da Foz, frequentada por pescadores de linha e pelos amantes do Sol.



Seguindo por caminhos e veredas, por trilhos que sulcam as arribas, temos as melhores vistas de prainhas e pesqueiros de difícil acesso mas de beleza ímpar. Flores dos campos, muitas exclusivas da região, acompanham nossos passos, indicam-nos uma rota.



O promontório do Espichel, áspero e com arribas a caírem abruptamente para o mar, recebe-nos com convite para práticas esotéricas. O ambiente é misterioso e fantástico. O mar um dos mais perigosos da costa portuguesa onde a navegação é muito difícil. O Santuário de Nossa Senhora da Pedra Mua, a Casa dos Círios e o Cruzeiro acolhem-nos na sua grandiosidade.



Fazendo parte integrante deste conjunto arquitectónico, que já foi sítio de peregrinação e de culto, encontramos a Nascente a Casa da Agua, edificação de forma hexagonal, e o aqueduto que transportava água para o local desde Azóia, a uma distância de dois quilómetros.



Junto à arriba, na vertical da Praia do Cavalo, encontramos a Ermida da Memória mandada erigir para celebrar o aparecimento em 1410 de Nossa Senhora do Cabo a um homem de Alcabideche e a uma mulher da Caparica chamados ao local por sonhos coincidentes.

O velho de Alcabideche
E a velha da Caparica
Foram à Rocha do Cabo
Acharam prenda tão rica.




chegou a primavera


sábado, março 20, 2004

"artes" da praia do sol


sentir o povo que vive

O fotógrafo e a escritora percorrem a calçada, vivem o Povo. Ele, escreve ideias e sentimentos com cada clique da sua máquina fotográfica. Ela, obtém as mais belas imagens com um simples pestanejar dos cílios e a leveza da pena na escrita.


A Esperança fez-se presente

O forte odor que os jasmineiros emanavam impregnando o ar até grande distância da sua localização era prenúncio de que algo de extraordinário iria acontecer, assim pensava a Escritora enquanto caminhava a calçada ao encontro do Fotógrafo que já a estaria a aguardar naquele bonito jardim fronteiro ao mar tão azul.

O Fotógrafo já a espera, tinha sido essa a sua suposição, sentado tranquilamente no bando do jardim feito de ripas de madeira colocadas em paralelo e pintadas de verde. Destes encontros semanais, melhor intemporais, o que interessa o tempo realmente?, transparece sempre um grande bem estar muita afectividade.

Conversaram longamente sobre os projectos em curso que desenvolviam em parceria, tanto dos aspectos puramente técnicos, a harmonização de imagens e textos como fortalecimento das mensagens a transmitir, como também, e muito em especial, sobre as acções de solidariedade que desejavam levar a efeito.

_ Já reparou, meu amigo, no doce aroma dos jasmins que parece estar em todo o lado?
_ Na verdade, o ar parece purificado, como se algo de muito importante estivesse para acontecer.
_ A cidade parece estar plena de optimismo e de esperança...

Deixaram a tranquilidade do jardim, atravessaram a pé as ruas mais movimentadas da cidade e, calçada acima, lá foram caminhando ao encontro de uma comunidade de meninos onde havia sido desenvolvido, pela Escritora e seu grupo de trabalho, importante acção de sensibilização para o ambiente e sistemas de drenagem e esgotamento. Hoje comemorava-se aí o final dos trabalhos que tinham decorrido com grande empenhamento dos meninos da rua.

_ O cheiro dos jasmins parece ser aqui mais intenso.
_ É verdade, mais parece que todas as plantas dos jardins e das floreiras das janelas cheiram a jasmim...
_ Está a ver o povão que se juntou nas imediações da comunidade para onde nos dirigimos?
_ Estranho mesmo...
_ As gentes parecem estar animadas e alegres...

Aproximaram-se mais, já bem perto da entrada do edifício o cheiro a jasmim era mais intenso, a animação contagiante, a esperança estava espelhada no rosto das pessoas. A esperança confundia-se com o cheiro dos jasmineiros. Lula tinha acabado de chegar aquele modesto local da cidade onde um grupo grande de meninos havia sido retirado da vadiagem das ruas através do programa de sensibilização ambiental pela arte cuja conclusão ali se festejava.

A Esperança estava ali! Duas lágrimas de grande alegria acariciaram o rosto da Escritora.

sexta-feira, março 19, 2004

uma flor para... os pais


para o Pai Manel, onde quer que ele se encontre

dia de todos os pais

Já lá vão alguns anos, um Amigo, daqueles que sempre se escrevem com A grande, incentivou-me a escrever umas breves notas diárias que traduzissem a vivência do dia-a-dia de um caparicano, embora adoptivo, a trabalhar no bulício de uma cidade como é Lisboa.

Este desafio, melhor o incentivo para esta tarefa que se iria mostrar gigantesca nasceu numa conversa de bar, embora um bar de culto, onde muitos escritores foram juntando palavras umas às outras para criarem belos textos e os espiões conspiraram e transpiraram no decorrer da II Grande Guerra Mundial. Falo do British Bar, no coração do Cais de Sodré, em Lisboa.

Estes modestos escritos foram iniciados a 1 de Dezembro de 2000 e porque nessa data é aniversariante o pai desse meu Amigo, nada mais adequado do que homenagear o progenitor de quem me havia incentivado a escrever.

Então, no dia 1 de Dezembro de 2000 tenho o seguinte registo:

O pai mais do que uma referência, é a nossa memória. Memória do que fomos e do que vivemos mas já não recordamos. Memória do nosso crescimento e formação, memória do tempo e de gentes que permanecem no nosso imaginário mas cujos contornos temos dificuldade em visualizar com nitidez. Quando perdemos o Pai muito do que somos se perde também. A razão de continuarmos a viver está no facto de sermos também, para os nossos filhos, mais do que uma referência, parte importante da sua memória.

Aqui deixo a minha singela homenagem aos pais de todo o mundo, abstraindo-me de quaisquer outras considerações, e só pelo facto de algum dia terem participado no mais importante momento de cada ser humano, a gestação de outro ser humano.

quinta-feira, março 18, 2004

cabo espichel


da série "do Meco ao Espichel", a publicar brevemente

espaço de poetar

O fumo desfez-se na Imaginação

Tirou mais uma fumaça
Do cigarro que já lhe amargava a boca.

Na ténue nuvem cinza
Moldou-se imaginação...
Corpo querido, de muito amado
Que nas mãos quis recolher
Em doce carícia.

Olhou então as mãos
Marcadas do viver.

Crispadas sem génio.

O fumo desfez-se
Na imaginação.

quarta-feira, março 17, 2004

almada, a terra e as gentes

Uma visão, se possível ilustrada, das gentes e do património natural e construído do Concelho de Almada e do seu Termo


A Mata dos Medos

Inserida na Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica, a Mata dos Medos consiste num vasto aglomerado arbóreo que foi mandado semear pelo rei D. João V, com o objectivo de fixar as areias das dunas sujeiras ao efeito de erosão dos ventos e que invadiam os terrenos agrícolas do interior.

A Mata dos Medos está constituída desde 1971 como Reserva Botânica protegida por lei e abrange 338 hectares de floresta, onde predomina o pinheiro-manso, embora se possam observar diversas espécies arbóreas de importante valor.



A Mata dos Medos pode ser percorrida pedonalmente por dois caminhos diferentes que passam junto às principais espécies arbóreas e também de arbustos com passagem obrigatória por um dos miradouros sobranceiros às praia e de onde se desfruta magnífica panorâmica, desde a Serra de Sintra a Norte, até ao Cabo Espichel e Serra da Arrábida a Sul e a Nascente.

O Poente fica reservado para um deslumbrante pôr-do-sol quando o astro-rei mergulha aparentemente nas azuis e amplas águas do Oceano Atlântico.



Neste percurso por tão delicada região todos os nossos sentidos são estimulados de forma única. Debaixo da sombra protectora dos pinheiros-mansos, vários arbustos podem ser identificados nas suas cores e odores ímpares. A sabina das praias, com suas bagas vermelhas, o medronheiro, cujas baga de amarelo a vermelho, consoante a maturação, são comestíveis e possuem um ligeiro teor alcoólico.

Os odores do rosmaninho, do alecrim, do tomilho e da salva inebriam-nos os sentidos e acompanham toda a nossa viagem. Lá mais no alto, pairando no azul do céu, podem ser observadas as águias reais, o peneireiro, o mocho galego ou a coruja do mato. A não perder é a oportunidade de observar a vivência dos corvídeos da Mata dos Medos em agregado familiar de um macho e de duas fêmeas.



terça-feira, março 16, 2004

um pouco de céu


a banda do cidadão em acção

Vivências reais, contadas ao estilo de contos curtos, onde é posta a evidência a utilidade pública de um meio de comunicação rádio, muito em voga nas décadas de 80 e 90 do século passado. Chegaram a ser constituídas redes internacionais de emergência rádio com muitas acções humanitárias realizadas. Os governos dos diversos países do Mundo nunca viram com "bons olhos" este sistema, pois era um sistema de comunicações para todos, sem quaisquer tipo de fronteiras.


A Banda do Cidadão inimiga dos furacões

A ilha Dominicana nas Caraíbas tem a funcionar desde há alguns anos um sistema de radiocomunicações de emergência baseado em equipamentos de rádio CB, em estreita ligação com as entidades de socorro e de segurança da zona.

Para muitos amantes das radiocomunicações as deslocações que fazem à Dominicana não são para férias como a maioria das pessoas. Na sua bagagem em lugar dos calções de banho e da loção bronzeadora levam muitos quilogramas de material electrónico, de equipamentos emissores receptores, de antenas.

Voluntariamente deslocam se à ilha Dominicana para estudarem quais os equipamentos mais adequados por forma a ser possível estabelecer contactos rádio para o exterior da ilha, especialmente em época de crise.

A ideia nasceu em 1979, quando estações de rádio CB da costa americana receberam sinais rádio de fraca intensidade que eram concretamente pedidos de socorro. O furacão David tinha atingido violentamente a ilha Dominicana deixando 60 000, das 80 000 pessoas que constituem a população da ilha, sem casa e provocando 4 000 feridos e 40 mortos.

Só mais tarde, em 1985, foi possível encontrar apoios financeiros numa grande empresa multinacional fabricante de computadores, que permitiram modificar as condições, ficando a ilha Dominicana melhor preparada para enfrentar situações de emergência que viessem a verificar se no futuro.

Trabalhando conjuntamente com os cebeístas locais os seus colegas americanos desenvolveram um sistema de "ajuda rádio" ao qual aderiram muitos amadores das radiocomunicações, constituindo uma comissão de emergências na Dominicana.

A dinâmica introduzida pelos utentes da Banda do Cidadão conduziu a que outras entidades avançassem com propostas complementares absolutamente necessárias à concretização de um projecto global.

A Agência Internacional para o Desenvolvimento custeou um programa de treinamento em primeiros socorros o que na época teve efeitos altamente positivos, pois os bombeiros, que também são responsáveis pelo serviço de ambulâncias, nunca tinham tido cursos sobre técnicas de primeiros socorros.

Numa fase seguinte foi possível equipar os quartéis de Bombeiros, assim como algumas viaturas, com rádio CB dando lhes uma maior operacionalidade, pois até aí só poderiam ser informados, por exemplo, onde era o outro fogo, após terem regressado ao aquartelamento depois da resolução de um primeiro.

A própria Cruz Vermelha viu aumentada em muito a sua operacionalidade, tendo, inclusive criado um corpo de voluntários para condução de ambulâncias e com preparação em socorrismo.

Hoje em dia, fruto da sua situação geográfica, os ciclones e os tufões continuam a verificar se, mas a ilha Dominicana e as sua gentes encontram se muito melhor preparados para deles se defenderem.

segunda-feira, março 15, 2004

flores da mata


do fundo do baú das memórias

Relembrar algumas das memórias que se encontram bem lá no fundo do baú onde guardamos recordações de situações vividas há muito ou que nos foram contadas pelos mais velhos


Lisboa parecia-me ficar tão longe

Quando ao doze anos mudei de escola, fui frequentar o então designado Curso Comercial na Escola Comercial Veiga Beirão em Lisboa, essa mudança representou uma profunda modificação na minha vida de criança a caminho da adolescência, especialmente, por uma alteração profunda no ambiente escolar.

A escola situava-se numa zona histórica da cidade, paredes meias com a Baixa Pombalina, a dois passos do Chiado dos grandes armazéns e da Brasileira, café de culto, e mesmo ao lado do Convento do Carmo e do quartel da Guarda Nacional Republicana.

O portão principal da escola, em cujo edifício funcionou séculos antes a primeira Universidade de Lisboa, dava directamente para o Largo do Carmo, onde dezoito anos depois se situaria o cenário principal do glorioso e libertador 25 de Abril.

Uma viagem de trem de caminho e ferro mais longa, o ir estudar para a cidade de Lisboa, acompanhado de poucos colegas do percurso escolar anterior, um espaço físico e pessoas totalmente desconhecidas provocaram-me algumas apreensões que o passar do tempo tratou de desvanecer.

Uma disciplina, que de há muito deixou de ser curricular, me marcou profundamente pelas suas características específicas e pelo facto dos conhecimentos que nela adquiri me terem acompanhado até hoje. Trata-se da disciplina de Caligrafia, onde no decorrer de um ano lectivo aprendemos a escrever com letra francesa e letra inglesa, utilizando canetas e aparos apropriados. Ainda hoje me delicio a pôr em pratica saberes adquiridos já lá vão mais de quarenta e cinco anos.

domingo, março 14, 2004

uma flor para... a micá


Com o desejo de Feliz Aniversário


caminhando se faz caminho

Alguns apontamentos sobre pequenos percursos em que os sentidos são despertos para o Património Natural e Construído através das cores e dos odores, das estórias e das tradições, dos saberes e dos sentires. Venham connosco fazer este caminho...


...dos Capuchos, o Miradouro e o Convento

Estacionar o carro no largo fronteiro ao Miradouro dos Capuchos e no topo da Arriba Fóssil sobranceira às Terras da Costa encher o peito de ar puro lavado pela brisa marítima.



Para Sul o Cabo Espichel e todo o cordão dunar das praias do acacial e dos medos dão-nos uma sensação de pequenez perante tão imponente paisagem. Para Norte, a quebra do mar, “ali onde o Tejo amante mergulha nos braços do Atlântico”. Vigilante a Torre do Bugio.



Envolvente do Miradouro uma frondosa mata, pinheiros mansos e tantas outras espécie de árvores proporcionam um lugar de tranquilo descanso, o lanche aí sabe bem melhor. Aos nossos pés pequenas flores silvestres dão cor a este maravilhoso quadro.



Duzentos metros para Nascente, a poente deixamos o mar azul e profundo, encontramos o Convento dos Capuchos, recentemente recuperado pela Câmara Municipal, com aprazíveis jardins e onde a música parece estar sempre no ar que se respira.



Por aqui passa um caminho ou uma vereda, marcada para os caminhantes que desta região do País querem percorrer a Rota de Santiago. Todos os caminhos vão dar a Santiago de Compostela, especialmente em ano de Xacobeo, como é o ano de 2004.




sábado, março 13, 2004

sentir o povo que vive

O fotógrafo e a escritora percorrem a calçada, vivem o Povo. Ele, escreve ideias e sentimentos com cada clique da sua máquina fotográfica. Ela, obtém as mais belas imagens com um simples pestanejar dos cílios e a leveza da pena na escrita.


Foto-poema de Solidariedade

_ Cada vez as tuas fotografias estão mais próximas de poemas. Sinto-me encantada quando as vejo e estou sempre ansiosa de ver uma nova imagem por si obtida nessas longas caminhadas.
_ São seus olhos que assim a vêem minha querida amiga.
_ Olhe aquela fotografia do nenúfar... bem mereceu o escrito que sua amiga poetisa escreveu.
_Sabe que tenho um projecto para aquele foto-poema?
_ Me conte, sempre me surpreende!


Nesta conversa lá foram calçada acima, o Fotógrafo que tanto gosta de juntar palavras e dar-lhes algum sentido na companhia da Escritora cujos olhos têm a capacidade de reter as mais belas imagens.

Pena foi que se tivesse perdido o registo da sequência da conversa. Pois dali viria, por certo, uma ideia altruísta, quem sabe, se através da venda de um número restrito daquele foto-poema, só para coleccionadores e gente solidária não se obteria alguma verba destinada a minorar carências de gente mais desprotegida.

_ Com isso minha querida Escritora, a blogoesfera ganharia um estatuto de verdadeira utilidade pública. Deixaria de ser, exclusivamente, um meio para cada qual se expressar com inteira liberdade sobre os assuntos do seu interesse e saber e passaria a ser um local gerador de Solidariedade.
_ Você consegue entusiasmar-me com essa sua ideia. Desejo tanto que encontre o apoio que deseja!


A Escritora ainda tem pela sua frente, neste dia que agora começava a clarear uma longa tarefa. Irá dar formação a um grupo de técnicos de saúde sobre esgotamento sanitário, com o objectivo de que aqueles na sua acção junto das famílias do bairro deixem lá esse saber, tão importante para a melhoria das condições de vida.

_ O projecto em que ando agora envolvida a tempo inteiro chama-se “Artesanear”!
_ Que interessante designação, de facto...
_ Os meninos da rua são muito sensíveis às artes mais simples, e logo aproveitamos para lhes transmitir conhecimentos básicos de saúde e de saneamento. É um trabalho muito gratificante.


O dia mostrava-se límpido. Os jasmineiros lançavam no ambiente todo o seu delicioso aroma. No ar parecia ouvir-se música de Mozart.

Chegou a hora de o Fotógrafo e de a Escritora se despedirem, com um habitual
_ Até já!!

roteiros da blogoesfera

Duas amantes das flores, de dimensão infinita, que nos encantam os sentidos com suas palavras e imagens resolveram desenhar e publicar nos seus blogs roteiros de afectos que traduzem o seu regular percurso pelos caminhos da blogoesfera.

Com imaginação, humor e muito afecto quiseram, dessa forma, reconhecer e acarinhar o trabalho e desvelo com que outros blogueiros partilham quereres e sentires neste maravilhoso espaço de comunicação e de interactividade.

Estas palavras singelas pretendem homenagear as iniciativas originais de

Giesta, do Flores do Campo – post “Passeio pelos Blogs”, em 9 de Março

Jacky, dos Linguagem das Flores e Palavras em Férias – post “Devaneios...”, em 10 de Março

Esta Oficina sente-se deveras honrada por fazer parte de tais percursos de afectos.

A Giesta escreveu: “...Estava lá a Jacky a cuidar das flores, como sempre, enquanto dava ideias ao Vicktor sobre quais as flores para se oferecer a uma mulher numa data especial...

A Jacky, por seu lado, referiu: “...As palavras são como as cerejas, depois de uma vem outra. Os blogues são como as palavras. Sozinhos são pequenas missangas isoladas, juntos formam lindos colares. Guardam-se em Baús? em Blog-Notas? Ou fazem-se Bloguices? Inscrevem-se em Oficinas das Palavras? As palavras são como as cerejas, depois de uma vem outra. Os blogues são como as palavras. Sozinhos são pequenas missangas isoladas, juntos formam lindos colares. Guardam-se em Baús? em Blog-Notas? Ou fazem-se Bloguices? Inscrevem-se em Oficinas das Palavras?...”

Os operários desta Oficina ficaram sem palavras perante tão afectuoso reconhecimento, mas tiveram uma IDEIA:

Vamos criar a CONFRARIA DOS AMANTES DAS FLORES?

sexta-feira, março 12, 2004

não ao terrorismo


uma flor para... a jennifer


Parabéns pelos teus 9 aninhos

sabores de valle do rosal

Dos sabores caparicanos, a terra e a mar. A gastronomia, os vinhos e outros paladares e odores que encantam os sentidos e aprofundam as amizades. A arte da gastronomia, com recurso a receitas tradicionais, de preferência da região da Costa de Caparica, com o toque pessoal da Maria Teresa. Bom apetite!


Almôndegas em Molho de Cebola

Ingredientes
800 gr de carne de porco picada
1 gema de ovo
3 colheres de sopa de vinho do Porto
2 colheres de sopa de pão ralado
Sal, pimenta e noz moscada
Farinha de trigo
1 cebola grande picada
3 dentes de alho picados
1 folha de loureiro (louro)
1,5 dl de vinho branco
1 cubo de caldo de carne
3 colheres de sopa de molho de soja
½ limão
Salsa picada



Confecção
Junte a carne de porco picada duas vezes com a gema de ovo, o vinho do Porto e o pão ralado e, ainda, sal, pimenta e noz moscada raspada ao gosto. Obtenha uma pasta homogénea. Molde as bolas de carne (almôndegas) envolva-as em farinha e reserve.

Numa caçarola, pique a cebola, o alho, junte uma folha de louro e leve a refogar. Quando a cebola estiver ligeiramente aloirada junte 1,5 dl de vinho branco e leve de novo ao lume durante 1 a 2 minutos até evaporar. Acrescente água suficiente para cozinhar as almôndegas.
Colocar a caçarola no lume. Quando levantar fervura juntar as almôndegas, 1 cubo de caldo de carne e 3 colheres de sopa de molho de soja. Deixar cozinhar até o molho ficar grosso e apurado. Juntar sumo de meio limão e salsa picada.



Servir as almôndegas acompanhadas de Bolinhas Cremosas de Batata (receita publicada em 5 de Março de 2004) e de legumes salteados.

quinta-feira, março 11, 2004

uma lágrima pelos madrilenos mortos


o mundo está de luto

Onze de Março

Seres ignóbeis
Tentando destruir a Liberdade
Destruir o Povo
Lançam sobre os homens libertos
Mortíferos engenhos, ferocidade
No engano de atitudes e conceitos.

Traidores do Povo
Que de povo não merecem nome
Melhor são
Seres repelentes e sem escrúpulos
Para quem o poder e a exploração
São a árvore, os frutos, a vida.

Larvares entes
De espírito tortuoso e doentio
Na sombra
Seu lar, sua família, seu mundo
Imaginam cínicas atitudes
De reacção pela destruição e morte.

Répteis mortíferos
Que lançam a morte contra o Povo
Que mentem
Que cínica e cobardemente traem
Para que o sangue corra nas valetas
E turve a alegria da Liberdade.

Mas o Povo
Trabalhadores, intelectuais, gente
De mãos dadas
Na verdade, no querer, no ser
Desmascaram mentes pútridas
E erguem bem alto a liberdade, a Vida.

quarta-feira, março 10, 2004

cores de valle do rosal


1.º concurso de literatura para blogs

A Oficina não poderia deixar de participar em mais esta iniciativa do nosso amigo Luís Ene, do Ene Coisas. Único objectivo: participar! Incentivar todos os que têm ideias originais e as põem em prática.

A Oficina participa com duas histórias, escritas a quatro mãos, pela LuaLil, do Entre o Sono e o Sonho e pelo próprio operário aqui de serviço.

Desejamos a vossa leitura, assim como, a dos restantes contos que estão publicados no Ene Coisas.

Na categoria "mini histórias":
Fotografia Poema

Na categoria "pequenas histórias":
Terminou o tempo de folgar

espaço de poetar

Ao Mundo que já não entende o Amor

Cabeça pousada entre as mãos
Olhos fixos no infinito
Cotovelos sobre a pedra fria da mesa
Pensamento vagueando nas terras do longe
Ma busca de uma imagem
Que se nega tornar realidade.

Os dedos tamborilam no tampo de pedra
De tantos sonhos reflexo
Marcando ritmo de descontrolada emoção
Enquanto vai bebendo o negro café
Companheiro fiel dos momentos de tristeza
Dos momentos de solidão.

O fumo torna-lhe os olhos brilhante
Não de lágrimas
Justificação fácil para ocultar sentimentos
Ao Mundo que já não entende o amor
Ao Mundo que o amor nunca aceitou
Pelo que de sonho contém.

terça-feira, março 09, 2004

uma gota ou uma lágrima?


a banda do cidadão em acção

Vivências reais, contadas ao estilo de contos curtos, onde é posta a evidência a utilidade pública de um meio de comunicação rádio, muito em voga nas décadas de 80 e 90 do século passado. Chegaram a ser constituídas redes internacionais de emergência rádio com muitas acções humanitárias realizadas. Os governos dos diversos países do Mundo nunca viram com "bons olhos" este sistema, pois era um sistema de comunicações para todos, sem quaisquer tipo de fronteiras.


"Raio de Luz" apela em Canal 9

Na noite fora os barcos de pesca, os "barras náuticos" ou "pés de sal" deslocam-se mar dentro numa labuta diária, tantas vezes enfrentando um mar perigoso e violento.

Ao largo da costa portuguesa surgem então pequenas luzes assinalando as suas presenças, dando a imagem de um céu muito estrelado, maravilhoso.

O "Raio de Luz" saíra do porto de abrigo ao cair da tarde, tinha navegado muitas milhas no oceano na procura do reflexo prateado dos cardumes.

Já havia mesmo tirado para bordo quantidade significativa de peixe que na manhã seguinte seria transaccionada na lota de Setúbal.

A navegação continuava; a noite calma e o mar chão era um aliciante, era o chamamento da própria natureza.

Os "mestres das pescarias" utilizando o rádio CB trocavam entre si informações não só sobre a navegação como também sobre a posição dos cardumes naquele mar sem fim.

O tempo, assim, passava mais depressa e sentiam se mais seguros.

Foi então que se deu o acidente.

Num balançar inesperado, o desequilíbrio e um dos homens da companha em queda ficou gravemente ferido.

Os primeiros socorros são desde logo ministrados pelos colegas a quem a dureza do trabalho muito ensinou em matéria de sobrevivência.

O "mestre" recorrendo, então, ao rádio CB põe em funcionamento o sistema de "ajuda rádio" apelando em canal 9 para a situação de emergência.

Tendo dificuldade em entrar em contacto directo com os Bombeiros Voluntárias recebe de imediato ajuda de uma outra estação de CB em terra que escutara o apelo e que consegue estabelecer o contacto com a entidade de socorro.

É acordada a forma de se efectuar o socorro, estabelecido o local onde o barco acostará por forma a que quando tal se verificar já lá se encontre uma ambulância para que com a mínima perda de tempo seja realizado o transporte para a unidade hospitalar.

Todas as comunicações estabelecidas, a traineira pôde avançar afoitamente para o porto de abrigo na certeza de que os meios de socorro aguardarão a sua chegada com a ajuda necessária.

Durante o tempo de regresso o "mestre das pescarias" manteve contacto via rádio CB com terra, facto que lhe deu tranquilidade de espírito necessária a que tudo corresse bem daí para a frente.

O rádio CB acabava de prestar, uma vez mais, um bom serviço, mostrando a amplitude da sua utilidade.

segunda-feira, março 08, 2004

uma flor para... a Ana Bela


Felicidades pelo dia de ontem


renascer



Mulher-mãe, Mulher-companheira

Naquele doce ventre arredondado
Germinou durante os meses da tradição
Um ente querido e muito desejado
Sonho de muito amor e tamanha paixão

No início foi um acto de amor sentido
Partilhado no ardor de sensual refrega
Na concretização de um desejo, um pedido
No doce enleio de uma total entrega

Depois a emoção da espera, expectativa
Saber que a vida desenvolvia seu caminho
A geração de um ser é sempre emotiva
A vinda ao mundo um acto de carinho.

Acolher em seus braços o fruto do amor
Compensa preocupações e afãs vividos
Sentir pulsar vida e transmitir calor
Anima a alma e alimenta os sentidos.

Agora bem junto ao doce seio materno
Um pouco do seu ser no sentir da verdade
Cresce e se forma no desejo eterno
De um dia vir a ser a bandeira: Liberdade.

Nossas Mães, mulheres de corpo inteiro
Companheiras, lado a lado nas caminhadas
São exemplo de vida, farol, timoneiro
Na senda da igualdade e da justiça desejadas.

domingo, março 07, 2004

hoje a lua brilhou em valle do rosal


venham à caparica ver as acácias em flor

Este ano chegaram mais tarde pois as condições climatéricas lhes foram adversas e teimaram em prolongar a invernia. Toda a zona compreendida entre as designadas "terras da Costa" e o Mar Atlântico está a cobrir-se profusamente de um manto amarelo dourado, com o florescer do acacial.

Esta zona de vegetação, ímpar no nosso País, além da função primordial de fixação do longo areal que vai da Trafaria à Fonte da Telha, protege as fecundas "terras da Costa" da brisa do mar e serve de tampão aos fogos florestais, tendo em conta a sua fraca capacidade combustível.



Designada "Mata das Dunas da Trafaria e da Costa de Caparica", integrada na Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica, foi instalada entre os finais do século passado e os anos 60, com a finalidade de fixar as areias de dunas móveis, estendendo-se pela zona fronteira à arriba, sendo constituída essencialmente por várias espécies de acácias (Acácia sp.), predominando a Acácia cianophyla.

Se a instalação cuidada e sistemática do acacial data de anos recentes, com existência entre os trinta e os cem anos, a sua florescência espontânea perde-se na bruma dos tempos imemoriais, encontrando-se referências lendárias dispersas, sem marco nem era determinados.

Na época da floração do acacial, quem percorre a Descida das Vacas, vindo da Charneca de Caparica na direcção da entrada para a Praia do Rei, ao virar na curva sobranceira ao mar, é agradavelmente surpreendido por uma paisagem sem igual, onde um vasto manto verde se apresenta profusamente salpicado de vários cambiantes de amarelo, dependendo do estado de maturação das suas flores.

O amarelo, contrastando com o azul do mar e do céu, com o verde da vegetação, reflectindo a luminosidade ímpar do Sol da Caparica, emana fulgores dourados que estão, por certo, ligados ao imaginário popular do ouro amoedado que enriquecia a capa da velha, uma "Capa-Rica", segundo a lenda, na origem do topónimo de Caparica.

Não é difícil de crer que a velha mulher que a lenda refere, descesse do interior onde vivia num pobre casebre até à borda d’água, até ao acacial onde colhia muitas flores douradas que transportava no interior da sua capa. Os vizinhos e outras pessoas com que se cruzava vislumbravam laivos dourados consoante a misteriosa mulher se deslocava, imaginando que transportava consigo ouro amoedado de não menos misteriosa origem. Daí à lenda foi um passo, não muito longo, por certo.

O Gabinete da Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica tem instalado nesta zona, à beira da Praia da Rainha, um Centro de Informações que proporciona aos visitantes passeios guiados por esta maravilhosa zona, percorrendo trilhos e caminhos onde a observação do acacial é mais interessante.

sábado, março 06, 2004

arvoredo


sentir o povo que vive

O fotógrafo e a escritora percorrem a calçada, vivem o Povo. Ele, escreve ideias e sentimentos com cada clique da sua máquina fotográfica. Ela, obtém as mais belas imagens com um simples pestanejar dos cílios e a leveza da pena na escrita.


Terminou o tempo de folgar

O tempo de folgar já lá vai, ainda que tenham questionado o Fotógrafo porque não entrou ele nos folguedos de carnaval onde a Escritora deu asas ao seu sonho de divertimento tendo preferido refugiar-se no seu quarto do hotel, embora feliz por a saber prenhe de felicidade.

Mas assim foi e assim se passou esta época de retorno ao passado, ao início da miscegenação das raças, que enriqueceu o Mundo de culturas novas, de novos saberes e, muito em especial, de gentes sofridas mas belas, lutadoras com a alegria de quem tem a certeza de que o Mundo lhes sorrirá, em agradecimento do traçado de um destino mais justo para todos.

O Fotógrafo revê ainda as muitas imagens que são poemas dos muitos registos que a Escritora foi com afã guardando em sua alma, em seu coração. Com afã sim, mas também com afabilidade e ternura que só a vida vivida concede aos eleitos que escolheram o caminho dos sentidos, deixando em segundo plano, sem o perderem de vista, o rumo do racional.

O Fotógrafo interroga-se a si próprio, dando primazia ao racional:
_ Como seria interessante ter conhecido a Escritora vinte anos atrás... Teríamos conseguido mudar o rumo do Mundo?
_ Vinte anos atrás era eu uma jovem despreocupada, imatura, desejosa de viver cada dia intensamente...

O Fotógrafo ficou na dúvida donde lhe havia surgido este pensar. Do seu próprio raciocínio? Ou seria já a afectividade a comandar o seu sentir? Ou teria sido uma mensagem telepática vinda da Escritora, como já outras vezes acontecera?

_ Hoje, tens de mim o meu melhor, a minha maturidade, o meu amor pela vida, os meus sentimentos mais amadurecidos e conscientes...
_ Tens razão, na verdade. Continuas bela como há vinte anos. Estás madura, mulher feita, como nunca antes...


Quando algum tempo depois se encontraram na calçada, tudo o que antes está descrito, parecia fazer parte da vivência do Fotógrafo e da Escritora. Nada mais havia a acrescentar, pois a sintonia era total. Assunto encerrado.

O Fotógrafo retirou de um pequeno bolso do seu casaco todo-o-terreno uma folha de papel dobrada em quatro e deu a ler à Escritora.
_ Este texto destina-se a um “concurso literário para blogs” que se está a realizar do outro lado do Atlântico, ou será deste lado?
A Escritora leu-o atentamente, tendo-lhe aflorado um ligeiro sorriso aos lábios enquanto seu olhar ganhava um brilho mais intenso.
_ Está óptimo. Vais enviá-lo?
_ Somente se o fizer em nome dos dois, pois embora materialmente tenha sido eu a passá-lo para a folha de papel, o seu conteúdo não é somente de minha autoria.

sexta-feira, março 05, 2004

sorrisos e olhares


This page is powered by Blogger. Isn't yours?