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sábado, janeiro 31, 2009

musical orgíaco

uma orquestra bem afinada
em homenagem ao deus baco, ou seria nero?
esplendorosa orgia



Grupo escultórico, Feira do Artesanato de Lisboa, FIL, Lisboa - Portugal

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99 anos do centenário

A 31 de janeiro de 1891, era madrugada, “arrancou” na Invicta Cidade um levantamento militar contra as cedências do governo da coroa real ao ultimato inglês por causa do “mapa cor-de-rosa” que definia pertença de Portugal a ligação por terra entre Angola, na costa ocidental, e Moçambique, na costa oriental de África.

Foi o primeiro movimento revolucionário que teve como objectivo a implantação do regime republicano em Portugal. Iria influenciar, a partir daí, toda a acção política e social do nosso País.

O Clube Recreativo Charnequense, de Charneca de Caparica, concelho de Almada, comemora hoje o seu 99º Aniversário. A esse propósito, tivemos a seguinte intervenção pública:

“Festejamos hoje os 99 anos do centenário do clube recreativo charnequense, Dito assim tem algo de muito vago e redutor, Importa concretizar ainda que não até à exaustão, Tal seria obviamente impossível no espaço de dizer algumas palavras, Que festejamos a colectividade e o colectivismo, Que festejamos os associados e os corpos sociais, Que festejamos os atletas e os mestres que aperfeiçoam o seu desempenho, É verdade, Mas festejamos muito mais.

Pensemos da capacidade de iniciativa, Imaginação, Sonho de três jovens, Que nestas terras do longe resolveram colectivizar-se, Colectivizar a vizinhança e os amigos, José pinho, Francisco pinho, João antónio silva, A unidade faz a força, Primeiro há que resistir, Depois lutar pela mudança, Desenvolver e avançar com alegria em festa, Os tempos eram, São difíceis.

31 de janeiro de 1910 calhou a uma segunda-feira, Dia de árdua labuta para quem se habituou a trabalhar desde tenra idade, Até espantalhos humanos foram para afastar a passarada, Ao alvorecer nos campos de lavoura, Antes de irem à escola, No marco cabaço em palhais no botequim, 31 de janeiro de 1910 calhou a uma segunda-feira.

Festejamos aqui a coragem desses três jovens, Que encontraram na data da fundação desta colectividade, Forma de homenagear, Ideias republicanos que anos antes, Em 1891 explodiram no porto, O capitão leitão e alferes malheiro, O tenente coelho e o actor verdial, Da cultura joão chagas e aurélio paz dos reis. O sampaio bruno e o basílio teles, Também estes jovens foram republicanos antes da implantação da república.

Aqui nas terras do longe, charneca árida e seca, Mais além denso matagal, Os lenhadores gente resistente à dureza dos trabalhos, Os verdes pinos, Onde os homens abriram caminhos, Para recoveiros e carreiros percorrerem da sua utilidade, De levarem bens onde eles são escassos, Mas também caminhos de devoção.

Na rota da senhora do cabo, Quinta de monserrate do encontro, uma lástima de perda patrimonial nesta charneca imensa, Azinhaga onde alguém mandou colocar uma placa toponímica chamando-lhe “dos sírios”, Valle de cavala sobranceiro à arriba fóssil, Mata dos medos, Apostiça, Azóia da lendária pernoita do velho de alcabideche, E da velha da caparica, Que da charneca era natural.

Aqui nas terras do longe, Terras do fim do mundo de então, Foram republicanos dos ideais do 31 de janeiro, Festejaram a implantação da república a 4 de outubro, Este lado do tejo na vanguarda dos ideias de, Liberdade e de solidariedade, Este povo que está tão longe da cidade, Mas que virá a ser memória de grandes feitos acometidos, No sofrimento das vivências de quem era, Foi agricultor e pescador, Na permanente luta no ganho do seu sustento.

Festejamos hoje o Clube Recreativo Charnequense, Colectividade, Associados e corpos sociais, atletas e treinadores, Festejamos a memória dos pioneiros e dos que a seguir vieram, Os seguidores, Festejamos nos 99 anos do centenário as gentes de charneca de caparica, as gentes de almada, As gentes da margem esquerda do tejo, As gentes do colectivismo.”

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sexta-feira, janeiro 30, 2009

a benção do sol poente

meditar ao sol poente
sobre a morte e a vida
mais logo será a aurora (dos tempos)



Por-do-sol no Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

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dias de memórias

Saudade é uma palavra, e um sentir, bem próprio dos portugueses pela quantidade de sentimentos, tantas vezes controversos, que envolve, e que estes levam consigo até aos confins do mundo na diáspora, em tempos cíclicos, consoante os condicionamentos sociais e financeiros que a cada momento se verificam n nosso País. Podemos, então, afirmar que mais que um sentir português é um sentir da lusofonia, em toda a sua amplitude não só linguística, como igualmente, social e cultural.

A palavra saudade vem do latim solitate, que na tradução literal quer dizer solidão. Mas na nossa língua adquiriu um significado mais romântico, por vezes eivada de dramatismo, do “amor ausente” mas, igualmente, de todas as ausências que nos levam à nostalgia.

Despejada desses sentires nostálgicos, como mais gosto de fazer, sem as “coisas distantes ou extintas” que não é possível trazer até nós, fica a suavidade das memórias, de tudo o que nos deu prazer, mas também das situações mais dramáticas que nos ajudaram a crescer, enriquecendo o nosso pulsar social e solidário.

Este sentimento sempre foi tema de músicas, poemas, filmes. O fado de determinada época encontrou nos aspectos mais dramáticos fonte de inspiração. Mas verdadeiramente o que nos faz avançar são as memórias e a força que encontramos para as recuperarmos e criarmos novas situações que virão a ser memórias para os tempos vindouros.


No dia 30 de Janeiro comemora-se o dia da saudade. Na Oficina das Ideias muito gostaríamos que este fosso o Dia das Memórias.

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quinta-feira, janeiro 29, 2009

o erotismo da dança

corpos que lutam e se amam
no êxtase de uma dança
o erotismo no sentir



Dançar o Tango, Festa no Solar, Jardins do Solar dos Zagallos, Sobreda, Almada - Portugal

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o verdadeiro almanaque

O verdadeiro almanaque Borda d’Água, reportório útil a toda a gente, faz parte do material de “consulta obrigatória” da Oficina das Ideias, desde a primeira hora da nossa presença na blogoesfera. E porque “contém todos os dados astronómicos e religiosos e muitas indicações úteis de interesse geral” cá está ele de novo em cima da nossa mesa de trabalho.

A edição de 2009 (ano comum) é comemorativa dos 80 anos de publicação e Célia Cadete actual directora deste almanaque aproveita para saudar todos aqueles que antecederam nesta difícil tarefa de “manter continuidade”: Manuel Rodrigues (o fundador), Artur Campos, João Domingues e Teixeira da Mota. Uma elogiosa referência à Editorial Minerva, que desde 1929 é sua proprietária.

Do “Juízo do Ano” da edição de 2009 do Borda d’Água transcrevemos um pensamento que julgamos ser da maior utilidade para o ano em curso...

Procura no outro um fim em si mesmo e nunca um meio para alcançares os teus objectivos. Respeita a dignidade da pessoa humana”.

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quarta-feira, janeiro 28, 2009

trovadores

trovas cantadas
ao som do alaúde
nos jardins do Solar



Painel de Azulejos, Jardins do Solar dos Zagallos, Sobreda, Almada - Portugal

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moscatel de setúbal

O Moscatel de Setúbal é um vinho licoroso, cuja graduação alcoólica varia entre os 18 e 20 graus, sendo preparado na região demarcada de Azeitão, donde têm origem as uvas que lhe servem de base.

Os vinhos mais jovens, engarrafados após permanecerem cerca de cinco anos em cascos de madeira, apresentam uma cor alaranjada raiada de ocre e um sabor com notas adocicadas a moscatel. Com 20 ou mais anos de reserva na madeira ganham em cor, mais profunda e intensa, prevalecendo os aromas a laranja, amêndoas e flores silvestres.

Existem dois tipos de Moscatel de Setúbal, o branco e o roxo, elaborados, respectivamente, a partir das castas Moscatel de Setúbal e Moscatel Roxo.

A área geográfica correspondente à Denominação de Origem "Setúbal" abrange os concelhos de Palmela, Setúbal e parte da freguesia de Nossa Senhora do Castelo, do concelho de Sesimbra.

Consoante o tempo de permanência na madeira, assim o Moscatel de Setúbal se torna mais raro e especial. Em primeiro lugar, situam-se os vinhos jovens, entre 5 e 10 anos de reserva em madeira; depois, com grande qualidade os que têm 20 anos de reserva; finalmente, os mais exclusivos, aqueles que permanecem 50 anos em reserva de envelhecimento.

Algumas raridades são consideradas entre os melhores vinhos do Mundo:
Vinho Moscatel de Setúbal 1934
Vinho Moscatel de Setúbal 1900
Vinho Moscatel de Setúbal “Trilogia” (1900 + 1934 + 1965)

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terça-feira, janeiro 27, 2009

cheirinhos

na variedade dos cheiros e sabores
no exotismo das especiarias
todo um mundo maravilhoso



Festa no Solar, Solar dos Zagallos, Sobreda, Almada - Portugal

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ano internacional da astronomia

O ano de 2009 foi declarado pela 62ª Assembleia Geral da ONU como Ano Internacional da Astronomia, entregando a liderança das comemorações à UNESCO que considerou vir a “dar uma visão da importância da ciência astronómica para o conhecimento e desenvolvimento”.

No Ano Internacional da Astronomia vamos celebrar o uso astronómico do primeiro telescópio por Galileu Galilei, uma invenção que representou nos últimos 400 anos descobertas astronómicas até então inconcebíveis e inusitadas.

Do texto desta decisão salientamos:
“Sabendo que a Astronomia é uma das ciências mais antigas e que contribuiu e continua contribuindo de modo fundamental para a evolução de outras ciências e aplicações em inúmeras outras;

Reconhecendo que as observações astronómicas têm um profundas implicações na ciência, filosofia, cultura e concepção de universo;

Notando que, embora exista um interesse generalizado pela Astronomia, é difícil para o público em geral ter acesso ao conhecimento da área;

Consciente de que todas as culturas têm desenvolvido lendas, mitos e tradições a respeito do céu, planetas e estrelas, constituindo sua herança cultural.”

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segunda-feira, janeiro 26, 2009

uma flor para... a gwen

na sonoridade da tua bela voz
te desejo mil felicidades
neste dia de encantamento



Gwen, é uma querida amiga brasileira, cantora de muito charme que tem o blogue A Cantora

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novo ano lunar do touro

Hoje é dia de Lua Nova. A primeira lua nova do ano de 2009. Na cultura chinesa e em geral na cultura dos povos orientais é hoje o Dia de Ano Novo Lunar. É o dia da Festa da Primavera, antes da data que é assinalada no calendário ocidental, calendário gregoriano. É o dia em que tradicionalmente, desde a revolução proletária chinesa de 1927, os lideres chineses estão junto do seu povo, festejando mas também com eles sofrendo as dificuldades dos tempos presentes.

Segundo o Calendário Lunar Chinês tem hoje início o Ano Lunar do Touro (que muitos também designam por Ano Lunar do Búfalo).



Cada novo ano chinês está relacionado com um diferente animal, numa alusão clara à mitologia oriental que evoca a chamada feita por Buda aos animais para uma reunião, a que somente terão respondido doze, tendo Buda decidido como agradecimento transformá-los em símbolos dos signos da astrologia chinesa.

O calendário chinês é lunissolar, isto é baseia-se nas lunações, embora seja periodicamente corrigido para manter a sincronia com o tempo solar. Cada ano é composto por doze lunações, ciclos completos de Lua Nova a Lua Nova, num total de 354 dias. A sincronia com o tempo solar, correspondente a 365,25 dias, é conseguida sendo acrescentados noventa dias ao calendário em cada oito anos.

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domingo, janeiro 25, 2009

azulejos em estrela

de azul e doirado
do firmamento do universo
para a beleza do património



Azulejos, Moura - Portugal

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a lenda das vieiras comentada

Nas minhas caminhadas matinais à beira-mar, num trilho imaginário traçado pelo mar na areia dourada da praia, de tempos a tempos, observo a leveza com que as águas depositam na areia ao recuar da maré, bonitas conchas carregadas de simbolismo. São conchas de vieira.

Não muito longe, no alto da arriba, está marcada a passagem de um caminho da rota de Santiago. Que relação terá a existência dessas conchas na praia com o simbolismo que as mesmas têm nos Caminhos de Santiago?


Conta uma lenda da Galiza:

Quando o barco com os restos mortais do apóstolo Tiago chegou à Galiza vindo da Palestina, o mar tempestuoso ameaçava esmagá-lo contra os agrestes rochedos da costa. Um passante que cavalgava junto ao mar ao ver tamanha tragédia avançou com o seu cavalo tentando salvar os navegantes.

Derrubado pelo mar forte que se levantava com muita violência, viu-se perdido tendo evocado os céus para sua salvação. Baixou, então, a calmaria sobre o mar da Galiza, tendo a embarcação e o cavalo sendo empurrados pelo mar para a praia, salvando-se.

Puderam na altura verificar que o cavalo vinha coberto de um tipo de conchas conhecidas por “vieiras”. Quando se começaram a desenvolver as caminhadas das peregrinações a Santiago de Compostela, foi recuperado como símbolo a vieira que a lenda evoca.

Entre as muitas designações que têm sido dadas aos peregrinos, uma muito curiosa relaciona-os com as conchas de vieiras. Os peregrinos que percorriam o Caminho de Santiago designado por “ruta jacobea” eram chamados “Concheros” ou “concheiros” aludindo a um dos principais símbolos da Peregrinação a Santiago de Compostela, a concha da vieira.

No início a concha da vieira era apanhada nas costas galegas pelos peregrinos e levada no regresso às suas terras de origem como prova da concretização da peregrinação e recordação da mesma. Com o tempo e o oportunismo dos comerciantes este símbolo passou a poder ser adquirido logo no início da caminhada, colocando-as os peregrinos durante a caminhada em lugares bem visíveis, como sejam as capas, os chapéus, as mochilas e os bordões.

E aqui estou eu, com uma maravilhosa concha de vieira recolhida nas magníficas águas da Praia do Sol, a centenas de quilómetros da Galiza e de Santiago de Compostela.



O nosso leitor amigo Paulo Renato, da Invicta Cidade deixou-nos este comentário que muito enriquece a nossa pesquisa e, por certo, vai dar lugar oportunamente a uma melhoria do nosso texto.

Sou artista plástico e estou neste momento a trabalhar esta lenda. Acontece que durante a pesquisa para desenvolver uma série de quadros, me deparei com aspectos de profunda complexidade. A vieira parece ser um símbolo mais antigo que o próprio caminho de Santiago na maneira como o conhecemos depois da apropriação por parte das hostes do Vaticano. A VIEIRA simbolizava para os gauleses (sem deixar de ser actual para nós) o caminho Divino. O regresso à casa do Pai celeste.

Todos os raios se dirigem (de baixo para cima) para um ponto que não está exactamente no centro da sua convergência, mas sim acima dele e fora.

Fora, pode significar num universo que não o nosso como o conhecemos. No universo Divino do qual caímos dando origem ao big bang, de modo a criar um universo alternativo para que a Sua criação se não perdesse.

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sábado, janeiro 24, 2009

uma flor para... a sílvia

para ti minha querida amiga
aqui te deixo um beijinho de felicidades
e uma flor



Sílvia é uma amiga querida, de caminhadas feitas pelas terras do frio

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caldeirada caparicana

Decorre desde hoje e até ao próximo dia 22 de Fevereiro o 26º Concurso de Caldeiradas de Costa de Caparica, com a participação de uma vintena de restaurantes, alguns dos quais recentemente inaugurados no âmbito da intervenção do Polis de Costa de Caparica, na zona da Frente Praias. O concurso do ano passado teve como vencedor o restaurante “O Camões”, da Praia da Fonte da Telha, que uma vez mais volta a participar.

Durante o período de um mês, sempre aos fins-de-semana, os restaurantes participantes no concurso servirão, especialmente ao almoço, a tradicional “Caldeirada” caparicana, confeccionadas com os melhores peixes capturados pelas “artes” do Grande Areal.

O poeta Bulhão Pato, que chegou a residir num palacete situado no Largo da Torre, no Monte de Caparica, escreveu num dos poemas que dedicou à Praia do Sol:

Com a sardinha empilhada,
Inda saltando vivaz,
Vem de cestinha avergada;
E lá de baixo, da praia,
E sobe a pino o almaraz;
Mas nem por sombras cansada!


A receita tradicional da caldeirada da Costa de Caparica não é confeccionada com sardinha, embora, pessoalmente muito aprecio uma caldeirada exclusivamente de sardinhas. Na caldeirada tradicional da Praia do Sol, os peixes utilizados são o tamboril, o safio e a tramelga, esta última conhecida pelos pescadores como galinha do mar, atendendo a sua deliciosa maciez.



Para os mais curiosos aqui fica a receita de uma das mais afamadas caldeiradas que podem ser degustadas na Costa de Caparica e homenageia um homem, caparicano de gema, que foi pescador, banheiro e o último dos sobreviventes do naufrágio do "Pensativo", barco meia-lua, dos grandes, de 18 metros, que naufragou quando aproava a terra com nevoeiro cerrado, na crista de um vagalhão, era Dezembro de 1929, tendo feito 11 vítimas. Referimo-nos a Francisco Pinto, também conhecido por "Chico Bóia".


Caldeirada Chico Bóia, para 4 pessoas

Ingredientes
1,2 Kg. de tamboril, safio e tramelga; 8 batatas médias; 4 cebolas grandes; 4 tomates grandes; 1 pimento; i ramo de salsa; 1,5 dl. de azeite; 1 copo de vinho branco; sal e piri-piri.

Preparação
Corte o peixe em pedaços grandes e lave-os. Descasque as cebolas e as batatas. Unte o fundo de um tacho com azeite. Por cima disponha as cebolas em rodelas. Cubra com uma camada de batatas e, a seguir, com uma de tomate, ambas às rodelas. Se necessário forme várias camadas. Disponha o peixe e cubra-o com rodelas de tomate e pimento às tiras. Tempere com sal. Regue com o restante azeite, o vinho branco e junte o piri-piri. Leve a lume forte para levantar fervura. Com o lume brando, deixe cozer, com o tacho tapado. Vá sacudindo o tacho para não pegar. Logo que o pimento esteja macio, junte a salsa picada, retire do lume e sirva.

Receita divulgada, não deixem, contudo, de visitar num destes fins-de-semana a Costa de Caparica, maravilhem-se com o mar e degustem uma deliciosa caldeirada acompanhada com um bom vinho tinto das Terras do Sado, por exemplo, Periquita Clássico, de José Maria da Fonseca.

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sexta-feira, janeiro 23, 2009

receptor de energia

acompanha os movimentos do astro-rei
dele recebe vital energia
tem a beleza ímpar do doirado colorido



Girassol. Terras da Costa, Costa de Caparica, Almada - Portugal

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teus lábios de carmim

Com pétalas da mais bela rosa do jardim
Desenhei teus lábios em sonho de encantar
Em teu angelical rosto este toque de carmim
Enamorou meus olhos, deu-lhes o brilho do luar.

Teu doce sorriso aos lábios aflorou com ternura
Iluminou os caminhos de afectividade sem fim
Sensualidade que é néctar de uva cheia e madura
Que atrai o sentir e o querer que tenho em mim.

Tua língua deslizou entre os lábios numa carícia
Convite a caminhadas por veredas de contentamento
Olhar brilhante de desejo, sensualidade e malícia
Convite e sim para um mais audaz cometimento.

Coloquei meus lábios sobre os teus num beijo desejado
Minha língua abriu caminho em procura íntima sensual
Neste sonho caminhámos rumo ao destino almejado
Deixando um rasto de pétalas de rosas sem igual.

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quinta-feira, janeiro 22, 2009

mar da caparica

mar forte, quatro a cinco metros
mar macho no dizer dos pescadores
mar sempre de ímpar beleza



mar da Caparica, Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

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no pavilhão chinês

Jardim amplo, com frondosas árvores e recantos acolhedores, que também em tempos passados foi coito de celerados, mandado construir pela rainha Dona Maria II no espaço da antiga patriarcal de Lisboa em honra do seu filho D. Pedro tomou o nome de nobreza do homenageado – Jardim do Príncipe Real.

Perto desse nobre jardim, no caminho da Rua Dom Pedro V em direcção a São Pedro de Alcântara situa-se um dos mais míticos bares da capital de princípios do século XX, o “Pavilhão Chinês, instalado numa antiga mercearia da época que integra na sua plenitude a ideia romântica da cidade de Lisboa.

A decoração baseia-se em colecções de objectos variados, com alguma organização para que não pareça um caos, mas não tanta que nos faça sentir num museu. A organização temática desenvolve-se com o percorrer das salas cheias de recantos acolhedores onde cumplicidades mil criam um ambiente especial e único.

Sítio ideal para um princípio de “noitada” ou para conversas tranquilas e longas, está na tradição dos “cafés-bar” dos anos 20 do século passado, mas com o modernismo de ser sempre moda e lugar de cruzamentos de culturas, sentires e quereres, em 1901 vendia especiarias, cafés e chás.



Uma sanduíche e um pouco de vinho tinto de qualidade servido a copo, são companhias indicadas para outras tantas especialidades que os apreciadores aí procuram e encontra. “Cocktails” de fama já conseguida: o “Pavilhão Chinês” ou o “Vaca Gorda” ou um chá escolhido de uma panóplia de algumas dezenas de sabores, alguns exclusivos e estranhos.

Percorri atentamente as salas das cerâmicas de Bordalo Pinheiro, dos soldadinhos de chumbo, dos aviões de brincar e dos artigos militares, com destaque para a excelente colecção de capacetes militares da I e II Grandes Guerras Mundiais.

A última sala a que chegamos de pois de passarmos um bar cheio de charme chegamos ao salão do “snoocker” onde sempre se pode ensaiar as habilidades bilharistas.

Bebi um chá de cerejas silvestres...



Pavilhão Chinês – Bar
Rua Dom Pedro V, 89 – Lisboa-Portugal

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quarta-feira, janeiro 21, 2009

reflexos de mar

efeito curioso de luz e cor
o mar agitado reflecte-se nas vidraças
do restaurante à beira-mar



no "O Barbas", Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

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um manjar dos deuses

É agora a época ideal para degustarem o...


Queijo de Azeitão

O fabrico do Queijo de Azeitão implantou-se na região nos anos 30 do século XIX, sob influência de um proprietário de Azeitão com raízes na região da Serra da Estrela. Segundo consta, por essa época, Gaspar Henriques de Paiva, um lavrador da Beira Baixa, terá mandado vir da sua terra natal um pastor acompanhado por um rebanho de ovelhas. Inicialmente, semelhante àquele queijo da Beira, o Queijo de Azeitão foi reduzindo gradualmente as suas dimensões, até chegar, já neste século, aos actuais 100 a 250 gramas.

O Queijo de Azeitão deve muito da sua singularidade às características dos solos da região e ao clima da Serra da Arrábida, factores de influência decisiva nas pastagens e, obviamente, no leite fornecido pelos rebanhos. A flor de cardo com que é feita a coalhada, nas queijarias tradicionais, e que só se encontra na região, marca igualmente este queijo de sabor distinto.



O Queijo de Azeitão apresenta pasta semi-mole amanteigada com poucos olhos, possui uma crosta maleável, inteira e lisa, amarelada ou avermelhada, ligeiramente mais espessa que o seu homólogo serrano. A sua área de produção abrange os concelhos de Palmela, Sesimbra e Setúbal e o controlo e a certificação são feitos pela Associação Regional de Criadores de Ovinos Leiteiros da Serra da Arrábida. É frequentemente servido como aperitivo, pois alguns dos compostos do cardo utilizado na sua confecção contribuem para estimular o apetite.

Também pode ser servido no final da refeição, tendo sempre o cuidado de o saborear depois do último prato de substância e antes da sobremesa. A melhor época para o Queijo de Azeitão é a que vai do Natal ao Carnaval, devido ao frio e à humidade que se faz sentir nessa época do ano e com as quais o queijo adquire as melhores condições de cura, ficando com o sabor mais apurado.

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terça-feira, janeiro 20, 2009

lugar vazio

daqui a pouco será ocupado, companhia
neste dia invernoso e frio
o calor de uma conversa à beira-mar



no "O Barbas", Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

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tranquilidade

Tal como no caminho da vida já antes me acontecera
Acolhi-me em teu corpo, de teus braços doce enleio
Doirado esteio, longos cabelos me conduzem à quimera
Olhos de mar com afecto indicam rumo certo sem receio.

No sonho, alado por esbelta figura de longas asas
Atravesso mares e montanhas de rumos infinitos
Percorro miríades cintilantes partículas de marés vasas
Repouso tranquilo em espaços até então interditos.

Numa espiral de sentires há muito em amizade construída
Atinjo aquele ponto “lá muito acima” no Universo querido
Cadeias de energia são sinal de amizade plenamente vivida
Nos muitos anos de uma vida de um só sentido.

Espaço de tamanha luminosidade que nunca julguei existir
Donde emana o suave odor dos jasmineiros em flor
Me acolhe para me mostrar determinação do sentir
Onde os afectos tomam sua verdadeira dimensão, seu valor.

No regresso tranquilo, de felicidade sorriso aberto
Imaginei teus lábios asas de sonho de vermelho carmim
Imagem de querer universal que eu senti ali tão perto
E deles recolhi pétalas para as belas rosas de meu jardim.

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segunda-feira, janeiro 19, 2009

tanto mar...

"solitude" mais do que solidão
porque o mar é cúmplice, companheiro
e os pensamentos mais parecem um turbilhão




Mar da Caparica, Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

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fonte de duas bicas

Em pleno coração do Baixo Alentejo esta é uma fonte de “água de beber”.

O fontanário é de construção inteligente, não houve necessidade de choque tecnológico para lhe dar essa importante característica, com um aproveitamento total da água . Tão somente o saber acumulado na luta contra o tempo de sequeiro serviu de base à sua construção.

A água que jorra de duas bicas sem cessar, noite e dia, é água de excelente qualidade, muito leve, e bacteriologicamente pura, como a chapa colocada pelas entidades oficiais tem o cuidado de indicar. Aliás, nas saída das duas bicas somente é autorizada a utilização da água pelos seres humanos.

A água que não é directamente utilizada na saída das bicas acumula-se num pequeno tanque, donde por um tubo de fuga e por efeito dos “vasos comunicantes” transvasa para um tanque maior situado na retaguarda do fontanário e destinado a ser utilizado para dessedentar os amimais.

A sua transvasa far-se-á pelo mesmo sistema de vasos comunicantes e tubos de fuga para um enorme tanque de rega já no interior da quinta que muito útil se tem mostrado em épocas em que a água é mais necessária. Tanque situado sob a sombra de uma árvore de copa imensa.



Na época recente de secas que assolaram todo o País e, em especial, o Alentejo nunca faltou a água nestas bicas com origem em nascente. De muitas aldeias vizinhas aqui vieram buscar água utilizando os mais diversos meios de transporte. Por nada diminuiu o caudal destas bicas.

Estamos em Peroguarda, no coração do Baixo Alentejo.

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domingo, janeiro 18, 2009

estames preciosos

em tons de pastel esbatidos
sobressaiem os doirados da vida
promessa de perenidade




Flores dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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os segredos que o mar guarda

É nesta época de invernia, quando as equipas de limpeza das praias do Grande Areal ainda não entraram em acção que nos apercebemos da imensidade de objectos feitos lixo que o mar vem depositar nas doiradas areias.

Vêm de longe, por certo, esta “gandaia” que a areia vai cobrindo e que tempos depois a maquinaria de “arrasto” para a limpeza das praias põe de novo à vista e recolhe para depositar em aterros sanitários. Mas quanta desta “gandaia” não é trazida pelo mar para os areais e continua a sua negativa missão de poluição dos mares e oceanos, até à eternidade.

Estaremos nós isentos de responsabilidade quanto a estas situações?

Quando chega o Verão os seres humanos sentem-se atraídos pelo mar. Multidões concentram-se nas praias na procura das ondas do mar que lhes dão prazer e tranquilidade. O ser humano é naturalmente ingrato e em paga de tamanho bem estar deixa nas areias doiradas milhões de sacos de plástico e outros artefacto do mesmo material que o vento e as marés se encarregam de levar para o mar.

Um saco de plástico pode navegar dezenas de anos sem se degradar. As tartarugas do mar confundem-nos com as medusas e tentam comê-los, afogando-se no acto de os tragar. O mesmo acontece com milhares de golfinhos que não têm capacidade de distinguir o que são desperdícios humanos e tentam comer tudo o que flutua.

Uma rolha de plástico, mais dura do que um saco do mesmo material, pode permanecer inalterada no mar mais de um século. O Dr. James Ludwing, que estudava o albatroz na Ilha de Midway, no Pacífico, muito longe dos centros populacionais fez uma descoberta fantástica: Quando recolheu o conteúdo dos buchos de oito filhotes da albatroz que encontrou mortos deparou-se com 42 tampas de plástico, 18 isqueiros e restos flutuantes na maioria pequenos pedaços de plástico. Estes filhotes haviam sido alimentados pelos seus progenitores que no momento de os alimentar não tinham tido capacidade de reconhecer os desperdícios.

Da próxima vez que visitares a tua praia preferida é possível que encontres algum lixo que não deitaste na areia. Outra pessoa o fez. Mas não encolhas os ombros. O lixo não é teu, mas...

É a TUA PRAIA, é o TEU MAR, é o TEU MUNDO

Muitos pais brincam com seus filhos ao jogo de... ver quem consegue juntar maior quantidade de plásticos, uma verdadeira lição de ecologia.

Outros, em silêncio, apanham um saco de plástico e levam para suas casas longe do mar. Vão com um sorriso nos lábios, pois sabem que acabaram de salvar um golfinho.

As praias da Costa de Caparica, a Praia do Sol, com uma extensão superior a 15 quilómetros dispõem de receptores de lixo de vinte em vinte metros ao longo de toda a orla marítima.

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sábado, janeiro 17, 2009

campos coloridos

quando chega a primavera em terras de montado
os campos cobrem-se de mil coloridas flores
em magníficas pincelada de cor



Campos do Alentejo na Primavera - Portugal

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um perfume especial

A minha querida amiga Lilás depois de anos a caminhar pelas veredas da blogoesfera, onde sempre deixou comentários afectuosos e inspiradores, resolveu encetar aquilo que há muito era desejado na Oficina das Ideias – publicar!

Com afecto aqui lhe dedicamos um modesto poema...



Do jacarandá

Do jacarandá, as flores
São como estrelas fulgentes
Cintilam em seus amores
Por sentires confidentes.

Do jacarandá, o lilás
É cor do sonho sonhado
Luz intensa mas fugaz
De quem se sente amado.

Do jacarandá, a doçura
Que o diga o beija-flor
Essa ave que é ternura
Mensageiro do amor.

Do jacarandá, o perfume
Que embriaga os sentidos
Amor que arde sem lume
No peito dos entes queridos.



Não percam
Perfume de Jacarandá, de Lilás

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sexta-feira, janeiro 16, 2009

suavidade

pintura em tons de branco
curiosa a sensibilidade
da natureza artista



Estames duma flor de jardim, Jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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mil olhos

Falar do poeta chileno Pablo Neruda na Oficina das Ideias é quase um imperativo inspirador de todo um trabalho que desejamos realizar mas que fica sempre aquém da dimensão imensa de um poeta que une terras e mares, povos e sentires.

Na linha nascente/poente do magnífico jardim do Convento dos Capuchos foi erigido um memorial ao poeta da luta e do amor. “Mil Olhos” foi designado. Aqui registo e partilho a respectiva memória descritiva.

O memorial é constituído por dois elementos verticais, paralelos e separados, simbolizando um livro aberto, através do qual se pode admirar o mar, esse elemento que tanto inspirou o poeta e que aqui se apresenta em tons de azul únicos.

Suspensos entre as duas folhas do livro estão centenas de olhos, “mil olhos”, que fitam o observador, numa clara alusão à importância que as gentes tem na obra de Pablo Neruda. Dalguns dos “olhos” escorrem lágrimas, representadas escultoricamente por correntes.

O escultor José Aurélio. Autor desta obra comenta: “A inspiração do mar, que se avista entre as colunas da escultura, a ternura dos olhos que fitam o observador, a permanência das lágrimas que caiem destes e de outros olhos, porque alguns dos problemas contra os quais lutou Neruda ainda persistem, são muitas as mensagens que nos ligam ao poeta chileno”.

Do lado esquerdo do monumento destaca-se uma peça de cobre com a cara do Nobel da Literatura de 1971. No lado direito do memorial lê-se uma frase construída a partir de enxertos de Pablo Neruda: “Quem fui? O que somos? Não há respostas. Passámos, não fomos. Éramos. Outros pés, outras mãos, outros olhos. Mas aprendi muito mais com a maré das vidas, com a ternura vista em milhares de olhos que me viam ao mesmo tempo”.

Mil olhos!

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quinta-feira, janeiro 15, 2009

cores vivas

cores vivas, desenho firme
atrai os insectos na primavera
desde os imemoriais tempos



Flor silvestre, Mata dos Medos, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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o frevo ao virar da esquina

O Brasil mais do que um País, mais do que um Continente, é um Mundo. A sua extensão geográfica, a multiracialidade das suas gentes, a diversidade climática e, muito em especial, a sua abrangência cultural fazem do Brasil um mais único, um autêntico repositório de sentires e de saberes.

Não espanta pois a existência de um amplo leque de estilos de música tradicional, com as mais diversas influências com grande relevância para os sentires africanos, esses também de uma grande riqueza.

Não são estranhas ao nosso ouvido designações e sonoridades tal como as do internacionalizado samba, do forró, do axê, da música sertaneja. Há, contudo, um estilo que provoca em mim uma vibração muito especial. É o pernambucano FREVO. Estilo único somente vivido no Estado de Pernambuco, com relevo para o Carnaval Recifense.

O FREVO que pela manhã, quando as gentes e os “passistas” descem à rua, é lento e dengoso vai “aquecendo” com lento escorrer do tempo, tornando-se frenético e muito vivo, já nas proximidades do ritmo dos maracatus. Os guarda-chuvas coloridos não param de se agitar na execução de coreografias individuais, singularizadas pelo por ágil movimento de pernas que se dobram e estiram freneticamente.

A sombrinha usada pelos pernambucanos durante o frevo, era usada pelos escravos, que utilizavam bengalas de madeira, para atacarem e se defenderem das provocações a que eram sujeitos. As pernadas, o giro, a tesoura e outros movimentos usados na capoeira, são-no aqui em ritmo acelerado.

No jantar de uma destas noites no restaurante Sabor Mineiro fui surpreendido pelo meu amigo e cantor sertanejo Tau Brasil quando em certo momento disse:

_Sô Vitô! Esta música é para si... é um frevo recifense!

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quarta-feira, janeiro 14, 2009

falta a filarmónica

no coreto da aldeia
vai tocar a filarmónica
quando a primavera chegar



Coreto, Terrugem, Sintra - Portugal

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é tempo de dizer "basta!"

Um grande movimento popular em todo o mundo se levanta contra as atrocidades praticadas pelas tropas israelitas na prática de um verdadeiro genocídio contra as populações palestinianas, trucidando mulheres e crianças com a justificação de que se estão a defender dos ataques do “hamas” quando invadem cegamente territórios que nunca foram seus e aos quais não têm o mínimo direito.

E se não bastasse o elevado poderio bélico que estão a utilizar, com o beneplácito dos Estados Unidos, esses guardiões da paz mundial, e dos países da União Europeia que dizendo-se “contra” tomam posições frouxas e sem clareza, apoiando dizendo-se contra, estão agora os israelitas a recorrer ao armamento com enxofre branco, como já foi detectado por cientistas noruegueses.

Os olhos do mundo estão postos no novo presidente dos Estados Unidos, que deixou muitas promessas de lutar por um mundo melhor durante a sua campanha eleitoral, mas esquecemo-nos de que os governos dos Estados Unidos e da Europa estão reféns do poderio económico e financeiro acumulado pelos judeus na diáspora e que agora utilizam como jogo forte e viciado.

Os israelitas tem usurpado, ano após ano, territórios palestinianos, desde que a partir de 1891 os sionistas começaram a comprar terrenos pertença de agricultores, mas que por manigâncias legais haviam passado à posse de absentistas que agora os vendiam. Havia o deliberado querer de expulsar os palestinianos do seu próprio território ficando para os sionistas as terras mais ricas da região. Recomendavam à época “…tanto processo de expropriação ou remoção dos pobres deve ser empreendido de forma discreta e circunspecta”.

O povo palestiniano está a ser cruelmente massacrado, com uma violência nunca antes observada e os governos do mundo dito civilizado assistem impávidos, como se de algo muito longínquo e desinteressante se tratasse. Mas os judeus, os governantes e os militares que não o seu povo, jamais conseguirão despir a pele de predadores que são.

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terça-feira, janeiro 13, 2009

matar a sede

em tempo de canícula
uma gota de água é oásis
para estes eternos nómadas



Pombos do jardim de Belas, Sintra - Portugal

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ser idoso é ser sábio

O mês de Janeiro de cada ano é mesmo assim para quem quer assumir compromissos de envolvimento social, de dar um pouco de si próprio para benefício do seu semelhante, sem nada esperar em troca, a não ser um sorriso e o reconhecimento próprio de se sentir útil, solidário e empenhado na melhoria da sociedade em que nasceu e em que vive.

Muito se escreve e ainda mais se fala no que é necessário realizar para melhorar a sociedade em que vivemos, para deixar aos nossos vindouros algo melhor do que os nossos antepassados nos deixaram. É o sentimento humano de nos superarmos “metendo a mão na massa”, com sói dizer-se. Mas muito se fala... e tão pouco se realiza, tantas vezes não dando um curto mas importante passo, somente por comodismo.

Olhando o tempo passado, numa breve paragem para observar e meditar nos envolvimentos em que temos estado, concluímos que muito fizemos em mais de 20 anos de trabalho autárquico, em quase 30 de associativismo, em 40 de vida profissional... Curiosamente, sempre com muita satisfação mas com o sentimento de que muito mais poderíamos ter feito. E de que muito mais teremos ainda para fazer...

Mão amiga, diria mesmo mão “Amigona”, trouxe-nos para uma realidade, da qual não andávamos muito afastados, mas à qual iremos dar o nosso modesto contributo, aquele de que formos capazes, na certeza de que é o comungar de pequenos gestos que consegue os grandes feitos.

Assumimos na dimensão das nossas disponibilidades o compromisso de contribuirmos para melhorar o bem estar das dezenas de idosos aqui do burgo, e são cada vez mais os que carecem de ajuda, que “encurralados” pela pressão de uma desgovernação cada vez mais preocupada com a globalização financeira e tão menos com a solidariedade, vai criando um fosso cada vez mais profundo entre os que muito têm e os que nada possuem.

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segunda-feira, janeiro 12, 2009

cor e exotismo

cores vivas, intensas
como forte é a paixão o sentir
em terras do longe, voltar



Exotismo, Feira de Artesanato, Costa de Caparica, Almada - Portugal

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o tesouro dos sentires

Naquele fim de tarde a Lua já minguante
Piscou o olho, malandra, em cumplicidade
Convite ao passeio pelo areal deslumbrante
Lado a lado com o sonho caminha a realidade.

Teus olhos reflectem do mar o encantamento
Cantam segredos que a boca teima em ocultar
Brilham em cálido mistério de profundo sentimento
Enquanto caminhamos lentamente à beira-mar.

Teus pés desenham na areia singela caligrafia
Que dura o refluxo de uma onda e de outra mais
São fulgores que da alma emanam com alegria
Que o mar recolhe no tesouro dos eternos sinais.

A Lua que todo este trama construiu com seu saber
Foi testemunha do afecto que uniu estes dois entes
Onde a dádiva vale muito mais do que o receber
A amizade que é sentir faz germinar as sementes.

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domingo, janeiro 11, 2009

luar primeiro

lua primeira do ano
brilhante plena de energia
confidente dos amantes que bem se querem



Lua Cheia às 3 horas e 28 minutos (100%)

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esta margem tão diferente

Porque o Tejo também é nosso, O Tejo tem duas margens, Quis o destino e os homens que a nossa margem esquerda do Tejo no caminho para sul não fosse industrializada, Amplas charnecas, montados de sobreiros, frondosos e verdejantes pinhais e uma orla marítima infinita de limpidez e cor sem igual, A margem esquerda do Tejo é um longo percurso para descobrir, Surpreendente a cada passo a cada virar de folha a cada subida a um morro a cada olhar na profundidade de um declive, A Mata dos Medos e o Pinhal d’El Rei, O doirado acacial e o manto muito azul deste mar tão belo, As terras e as gentes os usos e os costumes.

Almada beija com ternura o Tejo com quem desde há milhões de anos mantém uma doce cumplicidade, Aqui o contacto é mais íntimo, Almada permite que as águas se espraiem nas suas entranhas, Ali Almada torna-se altaneira mira o Tejo de cima mas vai-lhe piscando o olho em conversas que somente aos dois diz respeito, Que somente os dois entendem, A aproximação a Almada vindos de Lisboa num cacilheiro que acaricia as águas do Tejo é um momento inolvidável, Calma tranquilidade transparência apetece respirar fundo encher o peito de um ar puro que Almada oferece a quem a visita, Cacilhas Ginjal Boca do Vento O Passeio Ribeirinho Elevador Panorâmico e muito em especial gente afável e hospitaleira que de forma incomparável souberam acolher reis e princesas nos momentos em que Lisboa lhes foi agreste.

O Pátio do Prior, Do Crato teria que ser, Sobranceiro ao rio a olhar o Cristo-Rei de construção mais recente está a Casa da Cerca senhorial de João de Portugal, E caminhando para o interior depois do Pragal e do Monte onde viveu Bulhão Pato, Lembram-se dos Contos do Monte?, Vem a charneca imensa das quintas da realeza e doutros nobres menos reais que aí encontraram espaço de tranquilo estar, Caçarias e cavalhadas caminhos abertos no mato para mais tarde ser serventia de recoveiros e carreiros em montadas de muares, Por aqui também ficaram por longas temporadas os monges e os noviços em espaço de meditação, Mais perto dos seu deus que os vinha inspirar, Missionários viveram estudaram aprenderam saberes de evangelização para no Brasil irem pregar, Daqui saíram os que seriam “40 Mártires” que deu nome a quinta que era um vale rosal, E depois o mar esse eterno companheiro de quem o sabe amar.

É diferente o respirar do ar puro e o beber da água cristalina que na sua maior parte quase não careceria de tratamento, poderia ser directamente bebida da nascente, como se estivéssemos perante as águas alpinas que dos gelos eternos vêem junto das gentes para nelas se dessedentarem, E aqui mais para o interior a mancha imensa de verde colorida, a Mata dos Medos, o Pinhal do Rei, por merecimento dado o nome pelo monarca em cavalgadas de caça, mantilhas de cães a sentirem a real liberdade das loucas correrias pelos matos que acoitam a caça desejada, E as gentes laboriosas, sofredoras mas resistentes que na primeira linha souberam estar ao alvor dos sentires republicanos, Republicanos antes mesmo da Implantação da República, Lutadores pela solidariedade e igualdade entre os seres humanos.

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sábado, janeiro 10, 2009

coberto de branco

mais pareciam memórias de tempos idos
saberes juntos com o tempo a passar
era uma madrugada em que geara fortemente



Geada em Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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trava-língua

Mais do que um “trava-língua” este simples diálogo é um “trava-raciocínio”. Aliás, esta mais parece um daqueles diálogos entre políticos da nossa praça quando querem confundir os ouvintes com uma cumplicidade que não existe realmente.

_A Maria disse-me que você lhe tinha dito que eu lhe disse a você que não lhe dissesse!...
_Como?... Mas eu disse-lhe a ela que não lhe dissesse a você o que eu lhe tinha dito...
_Bem!... Eu também lhe disse a ela que não lhe dizia nada a você. De forma que você não lhe diga que eu lho disse...


A curiosidade maior é que este diálogo foi publicado em Janeiro de 1930, na rubrica Bom Humor, do Magazine Bertrand.

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sexta-feira, janeiro 09, 2009

o lilás do meu encantamento

tonalidades de lilás que a natureza cria
com os reflexos do doirado sol
são todo o meu encantamento



Flor lilás nos jardins de Esposende, Esposende - Portugal

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o salvador e o tarzan

Entrei naquele pequeno espaço comercial situado no mercado de Costa de Caparica, papelaria, tabacaria, quiosque, com o querer de desejar “Festas Felizes” ao seu proprietário, o meu amigo Salvador.

Salvador, Salvador Martins, é natural da Costa onde foi criado no embalo suave das ondas do mar da Caparica, viveu e cresceu entre a faina do mar e a tradicional lavoura das Terras da Costa. Foi registando na sua memória privilegiada acontecimentos e vivências que mais tarde transcreveu para o papel, tendo já publicadas as obras “Lanços no Mar que Arde” e “Caparica doutros Tempos”.

Naquele pequeno espaço, onde se respira cultura e se sente no ar o grande amor à Costa encontrava-se também outro “enorme” caparicano, hoje já falecido. “Tarzan” de alcunha que já faz parte do nome.

Pela vida fora até ao final dos seus dias, mais de trinta anos a cuidar dos mais pequenos e dos maiores também, o “Tarzan”, alcunha do banheiro António Ribeiro, foi um verdadeiro gigante, tendo salvo mais de duzentas vidas e orgulhava-se, cheio de razão, de nunca ter deixado ninguém morrer afogado.

Com 85 anos o “Tarzan” já não ia a banhos mas havia sido convidado para consultor dos banheiros, pois conhecia o mar da Costa como ninguém, quer o mar seja um “mar de senhoras” quer esteja embravecido com os erros dos seres humanos.

A saudação foi feita, tendo tido, assim, a felicidade de o fazer a dois gigantes do saber regional de Costa de Caparica.

O “Tarzan” poeta repentista que é não resistiu a “atirar-me” quando lhe disse que os anos pareciam por ele não passar:

Esse teu cante, desvelos
Com que me vens aqui mimar
São os teus brancos cabelos
Que lembram a espuma do mar


Que alegria que profundo sentir natalino, a AMIZADE. Que memórias belas nos deixou o Tarzan.

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quinta-feira, janeiro 08, 2009

janela e cruzeiro

simbolismo em granito talhado
perene com o passar dos séculos
no imaginário de todo um povo



Sé Catedral, Centro Histórico, Guimarães - Portugal

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rota dos saberes

Recomendamos esta “viagem” pela rota dos saberes, feitos de odores e sabores, numa partilha da degustação de comidas e de bebidas em casas de pasto, ao ritmo do coração e das viagens de conhecer sítios e gentes.


No Sítio da Fábrica, em Cancela-Velha, sentir os cheiros do Algarve profundo e ir ao Restaurante Costa comer Arroz de Lingueirão. Reservas pelo Telefone 281951467

Junto à praia fluvial, bem perto do Castelo de Arouce, na Lousã, ouvir a água da ribeira cantarolar e ir ao Restaurante O Burgo comer Cozido servido na Côdea da Broa.

Na estrada da Comporta para Alcácer, no sítio de Cachopos, apreciar o voo tranquilo das cegonhas e ir ao Restaurante A Escola comer Batatas de Rebolão. [carne de porco no alguidar em massa de pimentão com batatinhas]. Reservas pelo Telefone 265612816 Encerramento 2ª feira.

A seguir a Seia, já no caminho da Serra da Estrela, aprender como se fabricou o pão em tempos passados e ir ao Restaurante do Museu Nacional do Pão comer Açorda de Bacalhau. Reservas pelo Telefone 238310760

Na Rua 1º de Maio, em Alcoutim, junto ao Rio Guadiana, recordar os tempos heróicos dos contrabandistas e ir ao Restaurante Ti Afonso comer Burras de Porco Preto Estufadas.

Logo depois da Barragem de Odeleite, na E.N. 122 à direita, apreciar as aves do sapal e ir ao Restaurante O Camponês comer Xerém de Codelipes [papas de milho com conquilhas]. Reservas pelo Telefone 281495826

Entre a capela e o mar, na Ericeira, sentir o forte bater das águas e ir ao Restaurante Flor de Santa Marta comer Croquetes de Lavagante. Reservas pelo Telefone 261862368 Encerramento 5ª feira.

Na saída da A23 para Castelo Branco (Sul), fazer uma pausa na viagem e ir ao Restaurante As Violetas comer um Rolo de Lulas com Camarão. Reservas pelo Telefone 272347907

No centro da Vila de Sesimbra, na Rua Marquês de Pombal, passear nas pelas vielas estreitas e típicas e ir à Marisqueira Rodinhas comer uma Casco de Sapateira Gratinada. Reservas pelo Telefone 212231557 Encerramento à 4ª feira.

Na mítica Avenida Luísa Todi em Setúbal, apreciar a Fonte Luminosa com o Golfinhos e ir à Adega do Zé comer Choco Frito. Reservas pelo Telefone 265238970 Encerramento à 2ª feira.

Na Aldeia Serrana de Xisto de Talasnal, deixar que a paisagem nos envolva e ir ao Restaurante Ti Lena comer Cabrito Serrano com Batatas e Castanhas no Forno. Reservas pelo Telefone 933832624. Só serve com marcação.

Na Invicta Cidade, lá para os lados da Constituição, sentir o falar do Norte e ir ao Restaurante Pombeiro comer Tripas à Moda do Porto. Reservas pelo Telefone 225097446.

Em Peniche, na Rua do Lapalusso, à beira do Bairro dos Pescadores, respirar o ar puro do Cabo Carvoeiro e ir à Tasca do Joel comer Pato Estufado com Castanhas. Reservas pelo Telefone 262782235. Encerramento à 2ª feira.

No Calhariz de Benfica, às portas de Lisboa, viver memórias dos piqueniques nas hortas e ir Restaurante Galé dos Manos comer Cabidela de Galinha do Campo [à 3ª feira]. Reservas pelo Telefone 217743817.


Bom apetite!

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quarta-feira, janeiro 07, 2009

bailado de inverno

a brisa os leva e conduz
num bailado ao ritmo da invernia
num desejo permanente de liberdade



kite-surf, Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

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o silêncio do frio

Nada do que a seguir irei escrever parece fazer sentido, nem tão pouco tem fundamento científico, nem mesmo do saber da vida. Contudo, o cérebro parece que “empurra” a mão para que com a caneta, logo depois, com o teclado do computador desenhe as letras do texto.

A madrugada está silenciosa como há muito a não sentia. É o silêncio do frio. É o silêncio do branco.

O branco, na realidade, não deveria ser silencioso, pelo menos com tamanha profundidade como hoje aparenta, pois sendo o resultado da fusão de todas as cores, também o seu equivalente sonoro deveria sê-lo em relação à totalidade das notas musicais. O branco não deveria ser este profundo silêncio.

Nesta madrugada é isto que sinto: Silêncio, profundo silêncio. O movimento de automóveis na direcção da cidade é já intenso, mas o ruído dos rodados no asfalto não se faz ouvir.

O mar bate forte no rebentar das ondas agora que a maré está cheia, mas o tremendo bru-á-á que se deveria ouvir, som quantas vezes aterrador, não consegue ultrapassar o topo da fóssil arriba.

As avezitas que esvoaçam ao alvorecer, agitadas aos primeiros tempos da manhã, e que usam colorir os ares com os seus trinados, estão em silêncio. Nem o próprio ar que circula das terras do extremo norte, cortante como lâminas afiadas, provoca qualquer ruído.

É o silêncio do branco.
É o silêncio do frio.

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terça-feira, janeiro 06, 2009

coroa de romã

a maçã de roma coroada
tal como manda a tradição guardar
dá felicidade, saúde e pão



coroa de romã, "estudio" Olho de Lince, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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do natal aos reis

Do Natal aos Reis marca um percurso de tradição de que fazem parte festividades religiosas e pagãs e cujas origens se perdem nas brumas do tempo que passa. Na verdade, muitas das tradições religiosas cristãs já as encontramos nos usos e costumes dos romanos, quando festejavam de forma única a chegada do Solstício de Inverno.

Primeiro, são as festas natalinas tão ligadas à família, a Missa do Galo, a Consoada, a magia do Menino Jesus, comercializada recentemente com o “cocacoleiro” Pai Natal, adaptação americana do São Nicolau, cultura e tradição feitos à pressa por quem tem dinheiro mas não tem verdadeiramente passado, ou o destruiu com o renegar da cultura índia.

Depois, a Passagem do Ano, feito festa de fartas comezainas e não menores beberagens, o Revevillon. Para muitos momento de meditação, de paragem para continuar com mais força. Para o comércio tradicional, o momento de balanço, o saber instantâneo dos teres e haveres.

De seguida, caminha-se para o Dia de Reis. Bolo-Rei, rabanadas e a romã de que se guarda para o ano a respectiva coroa acompanhada de meio-tostão, agora 10 cêntimos do Euro, na perspectiva de um ano feliz e afortunado, um Ano Novo cheio de prosperidade, muitos diziam noutros tempos “cheio de propriedades”.

A Festa de Reis ou a festividade do Dia de Reis tem origem no culto católico e destina-se a comemorar a chegada dos Reis Magos ao presépio. Na gruta em que nasceu o Menino Jesus festeja-se, dessa forma, a oferta das prendas de nascimento por parte dos Reis poderosos. Isto passa-se no tempo do Rei Herodes.

Os três Reis Magos chegaram do Oriente a Jerusalém guiados por uma estrela que os conduziu até o berço onde estava o Menino Jesus com sua mãe Maria e seu pai José, o carpinteiro. Os Reis Magos eram o Melchior, um respeitável ancião, Gaspar, um jovem branco, e Baltazar, um homem de raça negra e barba esbranquiçada. Com a sua chegada, os Reis Magos anunciaram ao povo de Jerusalém que havia nascido o rei dos judeus em Belém. Ainda que todo o povo tenha ficado alarmado, Herodes lhes deu permissão de viajar até Belém na busca do menino.

Os três Reis ficaram alegres ao vê-lo e ofereceram seus presentes: ouro, incenso e mirra. Depois disso, regressaram a sua terra por outro caminho, com medo da reacção de Herodes. Desde então, o dia 6 de Janeiro é celebrado em muitos países pela chegada dos Reis Magos. Neste dia, é considerada uma tradição dar presentes às crianças em alternativa ao Dia de Natal.

A chegada dos Reis Magos tem lugar na noite de 5 de Janeiro, em Espanha assinalada com a chamada “Cavalgada dos Reis Magos” que traz às “calles” multidões, especialmente, a criançada que festejam, assim, aqueles que durante a noite irão colocar as prendas nas suas chaminés, nos seus sapatinhos, nas suas meias.

Neste dia, em Portugal, come-se o Bolo-Rei e, igualmente, algumas bagas de romã, com o significado de desejar felicidade.

Este é, igualmente o percurso do Presépio: o nascimento de Jesus, do Menino Jesus; a Boa Nova ao Mundo; e a chegada dos reis magos, Belchior, Gaspar e Baltazar com as oferendas simbólicas de ouro, incenso e mirra, representando a realeza, a divindade e a imortalidade do Menino Jesus, para muitos o Rei dos reis.

Entretanto, o Povo aproveita a época para dar aso à sua versatilidade, muitas vezes ao seu dizer irónico e à necessidade de dizer algumas verdades, e Canta as Janeiras e os Cânticos dos Reis, de tamanha riqueza e conteúdo social que bem merecem um estudo profundo por quem para isso tem saberes.

Numa destas noites de invernia, sentados à mesa do café, caturrávamos disto e daquilo, dos usos e costumes das gentes do Povo, da tradição das nossas aldeias, mesmo daquelas mais recônditas, quando “saltou” para cima da mesa esta questão: “Seria Jesus aquela criança do Povo, filha de carpinteiro e de Maria, sem teres nem haveres familiares?”.

Se nos abstrairmos dos contos e das lendas, da imaginação e do crer, das grandes construções literárias e das traduções com origem em fontes diversas, das interpretações ao sabor da dominante temporal seria lógico que os reis do Universo, simbolizados pelos três Reis Magos, viessem de longínquas terras homenagear um menino do Povo?

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segunda-feira, janeiro 05, 2009

bagas vermelhas

atraem com sua cor os insectos
que nelas procuram alimento
são faróis de orientação no verde da mata



bagas vermelhas, Mata dos Medos, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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66 meses na blogoesfera

Atingimos os 66 meses de publicação contínua da Oficina das Ideias quando o ano bissexto de 2008 nos deixa e chegamos à alvorada gélida do ano de 2009, com os termómetros a “ameaçarem” temperaturas mais baixas pois a frente polar não pediu licença para atravessar o nosso território.

Como mensalmente fazemos questão de reafirmar, sublinhamos do nosso estatuto editorial da primeira hora: “textos e imagens próprios e originais, a temática da cultura de um Povo e da defesa da região da Praia do Sol e desenvolvimento dos afectos e do muito querer”.

Continuamos a contar com o empenhamento do nosso “irmão fotógrafo” Olho de Lince que com as suas imagens anima os nossos textos, muitas das vezes bem modestos.

As visitas atingiram a cifra de 602.572 (segundo o “SiteMeter”) e de 699.083 (de acordo com o “NeoCounter”), sem a correcção resultante dos dados dos registos anteriores, com origem em 154 países dos 199 existentes, mais dois do que no mês anterior – Haiti e Malawi. A média de visitas na última semana foi de 272/dia.

Um agradecimento especial a Blogger.com/Blogspot.com onde editamos e alojamos a Oficina das Ideias desde a primeira hora.


Quadro de Honra

Menina Marota, do Menina Marota (Portugal)
MFC, do Pé de Meia (Portugal)
Greenie, do Animaleza (Portugal)
Eduardo (Portugal)
Ibag, do Ibagitnemitnes (Portugal)
Zélia Nicolodi, do Mundo Azul (Brasil)
Amigona, do Instantes da Vida (Portugal)
Lila (Portugal)
Raquel, do Sex-Appeal (Brasil)
Gasolina, do Árvore das Palavras (Portugal)
Mdsol, do Branco no Branco (Portugal)
Nec, do Forunclosis Animica (Argentina)
Alves Fernandes, de O PreDatado (Portugal)
Ana, do Médio Tejo (Portugal)
Carla, do Palavras em Desalinho (Portugal)
James Emanuel, do Reflexões (Brasil)
Ligia (Brasil)
Mariazita, do A Casa da Mariquinhas (Portugal)
Faustino (Portugal)
Gwen, do A Cantora (Brasil)
Menina do Rio, do Momentos de Vida (Brasil)
Clara Luz, do Luz e Sensibilidade (Brasil)
Odele, do Oficina das Palavras (Brasil)
Observador, do Reflexos (Portugal)
Méon, do Ao Rodar do Tempo (Portugal)
Ery Roberto, do Infinito Positivo (Brasil)
Cláudia P, do Cor de Dentro (Brasil)


A TODOS o nosso MUITO OBRIGADO

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domingo, janeiro 04, 2009

voo solitário, solidário

ergue-se nos ares solitária a gaivota
lá do cimo observa onde há alimentos
depois, um guincho SOLIDÁRIO avisa todo o bando



gaivotas no Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

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estamos mais ricos

A Câmara Municipal de Almada publica regularmente desde o ano de 2001 um Boletim de Fontes Documentais, designado ALMADA NA HISTÓRIA, com o objectivo de divulgar documentos históricos sobre o concelho de Almada, de diferentes épocas.

Prossegue, desta forma, a divulgação de documentos importantes que fazem parte dos fundos e colecções do Arquivo de Almada e de outras instituições do país, instrumentos importantes para o desenvolvimento de pesquisas e investigações por quem se interessa pela história local.

Também para a Oficina das Ideias tem tido grande utilidade, especialmente, quando realizamos projectos sobre o saber local e onde temos encontrado informação muito aliciante.

Com a publicação recente do número duplo 13-14, correspondente aos primeiro e segundo semestres do ano de 2007, teve o seu director Professor Alexandre M. Flores a gentileza de nos obsequiar com uma colecção completa de ALMADA NA HISTÓRIA e, igualmente, de um volume da IMPRENSA PERIÓDICA DE ALMADA (guia bibliográfico) também de edição recente.

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sábado, janeiro 03, 2009

até perder de vista

este areal doirado tão belo
até perder de vista, onde a vista alcança
na invernia que está ora entre nós



areal da Costa de Caparica, Praia do Sol, Almada - Portugal

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por onde andamos

Temos sempre curiosidade em saber as referências que terceiros fazem às publicações na Oficina, de elogio ou criticando aspectos menos bons, de saber as nossas imagens que são seleccionadas para ilustrar textos alheios, umas vezes referindo a origem outras não. É a curiosidade própria de quem se “expõe” neste espaço aberto, prosseguindo o objectivo de que pelo menos mereçamos uma leitura.

Para este efeito, utilizamos algumas ferramentas informáticas de busca e algumas palavras que pensamos poderem levar-nos ao que pretendemos. Foi o que aconteceu na noite de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro, enquanto fazíamos horas para o “tchim tchim” de Bom Ano Novo.

Fomos surpreendidos, agradavelmente surpreendidos, ao chegarmos a um espaço brasileiro “CyberArtes”, da autoria de Ronaldo Carneiro Leão, caminhante bisbilhotador de blogs e de Rê Rodrigues, assistente de bisbilhotador de blogs caminhando pouco.

CyberArtes é um site dedicado às artes plásticas. Em seu conteúdo, actualizado sempre às sextas-feiras, você encontrará sempre: Aprenda Mais, que com temas interessantes e variados, onde você o conhecimento surge sempre de forma simples e descontraída; Artista da Semana, uma personagem do mundo artístico, conhecida ou não, mas sempre com talento e uma história para contar; Dicas, com preciosas informações para quem quer obter resultados cada vez melhores; e, por fim, Curiosidades.

Foi o Curiosidades n.º 300 que nos trouxe a surpresa e que a seguir reconhecidamente transcrevemos, muito embora consideremos que o Ronaldo e o Rê foram demasiado benevolentes para com a Oficina das Ideias.

Fotos de Victor Reis
Encontrei o blog de Victor Reis por acaso. Uma daquelas pesquisas que você faz pelos buscadores e tropeça no que não estava procurando. Estava buscando pelo Google, imagens voltadas para a cor azul e vi uma foto no blog do Victor Reis. Achei interessante e cliquei. Surpresa super agradável. O blog é inteligente, bonito e tem fotos fantásticas, do próprio Victor, que se confessa com um ombro mais baixo do que o outro de andar sempre com uma máquina fotográfica pendurada. Seleccionei algumas que estou apresentando aqui.

Gaivotas e mexilhões – diferentes formas de voar (fotos)
São fotos simples, que podem ser feitas com qualquer câmera de boa qualidade e sem equipamento especial. O diferencial é o ângulo escolhido, o momento capturado, o contexto de tudo, incluindo aí o cuidado da moldura e todos os detalhes. O Victor Reis é cuidadoso com o que faz e isso se aplica tanto as imagens como aos textos que publica. E tem talento. Muito.

Para a maior parte das pessoas, apenas pedaços de pano – olhos de artista (fotos)
Victor vive em Portugal e superou a marca dos 60 anos, idade que lhe da a tranquilidade de saber mais do que meia dúzia de coisas e ainda não lhe roubou o prazer da caminhada, do novo conhecimento e da curtição da vida. Pelo que escreve e pelo que fotografa, deve ser uma pessoa boa de se conhecer e convidar para um café no final da tarde, dependendo da época do ano, aqui no Brasil ou em Portugal. Victor Reis é de Charneca de Caparica e isso fica perto de Lisboa, mais ao sul, eu acho mas não sei bem. Depois vou no mapa conferir. De qualquer forma, aos padrões brasileiros, cem ou duzentos quilómetros é igual a quase nada. Já fiz a pé, três vezes, pela praia e pela estrada, o trajecto João Pessoa a Recife e isso da mais de 100 quilómetros. Uma boa caminhada.

Fascínio pelo mar – a gloriosa costa de Portugal (fotos)

Tentei entrar em contacto para uma autorização das fotos mas não consegui. Como não havia qualquer tentativa de protecção, aqui estão algumas delas e a recomendação para uma visita no blog. Mas seria bom conhecer o Victor Reis. Como CyberArtes é muito lido em Portugal, talvez alguém o conheça e possa fazer um link.

Victor Reis Charneca de Caparica – Almada – Portugal

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sexta-feira, janeiro 02, 2009

rainha dos mares

és a rainha dos mares
transportas a companha nas artes
a rainha das marés é a ninfa das duas margens



embarcação "Rainha dos Mares", Praia do Sol, Almada - Portugal

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em dezembro de 2008 a oficina publicou:

Textos
Dia 1 – Destaque no “Menina Marota” [oficina]
Dia 2 – Em Novembro a Oficina publicou [oficina]
Dia 3 – Canta o galo no solar [poesia]
Dia 4 – Captcha [curiosidades]
Dia 5 – 65 meses na blogoesfera [oficina]
Dia 6 – Na senda do “Tempo de Pedra” 13 [relógios de sol]
Dia 7 – Capa-rica das acácias em flor [lendas]
Dia 8 – Assim vai este mundo [a nossa opinião]
Dia 9 – Da sabedoria oriental [pequenas estórias]
Dia 10 – Novos indicadores de leitura [oficina]
Dia 11 – O olhar único de um lobo [lobo ibérico]
Dia 12 – Lua décima segunda [luar]
Dia 13 – Na senda do “Tempo de Pedra” 14 [relógios de sol]
Dia 14 – Textos dispersos [pequenos textos]
Dia 15 – Tsunami, não – Aguagem, sim [curiosidades]
Dia 16 – O último fado de Fernando Maurício [fado]
Dia 17 – A razão de ser de um blogue [oficina]
Dia 18 – Reféns de si próprios [a nossa opinião]
Dia 19 – Chá quente, saboroso [pequenos textos]
Dia 20 – Azul, somente azul [mata dos medos]
Dia 21 – A noite mais longa do ano [o tempo que passa]
Dia 22 – Países que visitam a Oficina [oficina]
Dia 23 – Recolher pinhas [mata dos medos]
Dia 24 – Natalis [natal]
Dia 25 – Dia do sol invencível [natal]
Dia 26 – Pelos trilhos da mata [mata dos medos]
Dia 27 – Companheira de um ano inteiro [oficina]
Dia 28 – A sabedoria do tempo [a nossa opinião]
Dia 29 – Onde o Tejo namora o mar [poesia]
Dia 30 – Minha terra é meu sentir [minha terra]
Dia 31 – 5, 4, 3, 2, 1, 1,... viva 2009 [o tempo que passa]


Imagens
Dia 1 – Um trio de respeito
Dia 2 – Sino das ave-marias
Dia 3 – Bica de trintão
Dia 5 – Memória da bela moura
Dia 6 – O poder da tradição
Dia 7 – O dragão do oriente
Dia 8 – O mar que nos encanta
Dia 9 – Simples pedras?
Dia 10 – Da paleta do artista
Dia 13 – Batente em pêra
Dia 14 – Vaso com carranca
Dia 15 – Doirados vinhedos
Dia 16 – Árvore da vida
Dia 17 – Cesta de romãs
Dia 18 – Monumental aqueduto
Dia 19 – A perfeição do círculo
Dia 22 – Texturas
Dia 23 – Altivo e vigilante
Dia 24 – Um Natal com muita luz
Dia 26 – Doirado da Adiça
Dia 27 – Aquecer a alma
Dia 29 – Alameda ribeirinha
Dia 30 – Uma flor no cabelo


Uma flor para...
Dia 4 - ...a Jacky
Dia 11 - ...a Menina do Rio
Dia 12 - ...a Teresa
Dia 20 - ...a Lile
Dia 21 – ...a Ivone
Dia 25 - ...a Adosinda
Dia 28 - ...a Alay
Dia 31 - ...a Cláudia

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quinta-feira, janeiro 01, 2009

feliz ano novo

o ano novo sempre é esperança
de tempos melhores para as gentes
mas temos que continuar a luta



na minha terra a água, água pura, as pinhas, que o povo colhia como acrescento de rendimento, os vimes, a tradição... o futuro somos todos nós

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construir o futuro

Ano Novo é renascer
É ir mais além no pensar
Acender luz do devir
Esquecer o anterior
Minha runa é o ansur

O renascer duma vida
O pensar que é esperança
O devir está ao alcance
O anterior é passado
O ansur é meu caminho

A vida para viver
Na esperança que é força
Ao alcance de quem luta
Passado, presente, futuro
O caminho construído

Viver o Ano Novo
Na força do seguir é ir
Luta pela chama acender
O futuro a não esquecer
Construído com minha runa

Ano Novo é renascer
É ir mais além no pensar
Acender luz do devir
Esquecer o anterior
Minha runa é o ansur

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