Partilhar
quarta-feira, setembro 30, 2009

olhar de gazela

Etiquetas: , ,


tocadores de concertina

imagem que vale oitocentas palavras
É frequente ouvir dizer-se que uma imagem vale mais do que mil palavras. As imagens do “Olho de Lince” valem somente oitocentas pelo que há que as fazer acompanhar por um texto de duzentas



Individualmente ou em ranchos afinam os sons da concertina pelo ouvido treinado nas modas ancestrais que de geração em geração chegaram aos nossos dias. Os mais novos passam horas a fio no encantamento das melodias a olharem a forma como os pais ou os avós requebram o tronco no abrir e fechar o fole, fonte do ar que virá a ser transformado em maviosas sonoridades.

Um dia, o sonho feito realidade, a oferta de uma concertina, quantas vezes novinha a brilhar, é a oportunidade de se juntarem aos mais velhos, homens se sentem mesmo de tenra idade e toda a aprendizagem feita de contemplação é posta em prática com maestria.



O olhar ganha outro brilho, o tronco ganha os requebros do tocador experiente e os braços, primeiro timidamente, depois afoitos, abrem e fecham o fole e temos a musicalidade no ar. Ficaram pequenos os corações e largos os sorrisos. Depois a concentração exigida pelas novas responsabilidades.

Para as gentes do Minho este é quase um ritual de iniciação dos mais jovens, eles pelo menos sentem já fazer parte do grupo dos homens. Muito em breve tocarão em festivais populares, muitos ganharão o gosto pelas desgarradas tão popularizadas nas terras minhotas.

Etiquetas:


terça-feira, setembro 29, 2009

minha paixão

Etiquetas:


há sempre uma nova oportunidade

segredos guardados no rio
o rio guarda os segredos da profunda paixão do velho Marinheiro, barba branca e cabelo desgrenhado, pela mais bela Ninfa do Tejo, olhos profundos e sorriso doce



O velho Marinheiro aparentava sinais de preocupação, enquanto contemplava o firmamento, a linha do horizonte, onde há pouco o Sol se escondera, no seu aparente movimento resultante do continuado avançar do Mundo.

Mostrava-se apreensivo pela súbita alteração do movimento das nuvens, momentos antes suave e tranquilo e que agora em turbilhão inesperado parecia querer revolver todas as massas de água em cúmulos constituídas.

Mantendo ainda tonalidades avermelhadas do recente pôr-do-sol resultantes, o céu tomava rapidamente cambiantes acinzentadas e, logo depois, de profunda acastanhada negritude. A tempestade ameaçava desabar sobre o mar e quebrar o tranquilo fim de tarde, ainda há pouco vivido.

O mar encapelado e o bru-á-á da rebentação, assustadoramente ouvido no topo da falésia, nas imediações do Convento dos Capuchos, onde o velho Marinheiro se recolhera, eram sinal de borrasca iminente.

Em terra, as avezitas esvoaçavam errantemente, na ausência do equilíbrio de pressão atmosférica tão necessário à suavidade do seu planar. Pressentiam momentos difíceis que a brisa marítima a soprar fortemente já anunciava.

O velho Marinheiro foi invadido por tremenda melancolia. Sabia que não iria ter o afecto da presença da mais bela Ninfa do Tejo, sua companheira de tantas andanças por estas e outras paragens.

A Natureza continuava a ser a sua grande mestra nos ensinamentos da vida, o mar seu confidente... Sabia, aprendia a cada dia de vida, que a luz, a luminosa tranquilidade, é algo fugaz e que a ela sempre se seguem momentos de escuridão, de tristeza, de solidão...

Ainda parecia ouvir o doce murmurar da mais bela Ninfa do Tejo: “_Meu querido”. A tempestade já distorcia estas suaves palavras que agora se tornavam mais nítidas, com sentido tão diverso: “_É imperioso que me afaste! Marinheiro, prendeste-te demasiado a mim, que sou pertença do Rio...“.

Um fugaz brilhar no fundo do olhar do velho Marinheiro poderia significar um grande ensinamento de vida que a sua idade lhe trouxera: “há sempre uma nova oportunidade... esperança!”.

Etiquetas:


segunda-feira, setembro 28, 2009

florir do amor

Etiquetas:


queres conter tua emoção

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras, dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas encontrar o encantamento das coisas simples e das vivências de um ancião


Quando o sol caminhava para poente
Naquela tarde que julgava não existir
A lua iluminou seu sorriso crescente
Indicou-me qual o caminho a seguir

Na vereda da vida encontrei teu olhar
Profundo por ser esse o teu sentir
Mais luminoso no sorrir do que o luar
Na esperança do sonho e do devir

É então que sem palavras me segredas
Por quereres conter tua emoção
Teu ser arde quais intensas labaredas

Na fogueira da despertada paixão
No selar do beijo fascinada te quedas
De luz, de cor, de estrelas uma explosão.

Etiquetas:


domingo, setembro 27, 2009

caminhos de encantar

Etiquetas: ,


lembranças de outros tempos

Sentado no muro que delimita o Miradouro dos Capuchos, o velho Marinheiro olha longamente a linha do horizonte desse mar que sente tão seu. O vento forte que sopra do mar para terra fustiga-lhe o rosto rudemente o que parece não sentir, pensamentos perdidos no tumulto do mar agitado.

À sua direita, bem longe onde a bruma sobe do mar, a Serra de Sintra parece a guardiã de sentimentos profundos que Lord Byron tão poeticamente expressou em seus escritos nascidos da tranquilidade da serra, que não das suas paixões.

Para Sul uma linha marca a plataforma que entra mar dentro até chegar ao mítico Cabo Espichel. Não tarda, que ao sol poente raiem os primeiros fachos luminosos que o farol fará chegar às embarcações, qual guia no mar tormentoso.

À memória do velho Marinheiro ocorre, enquanto cofia a alva barba, tantos anos que já lá vão, a aflição que sentiu ao ver a embarcação em que navegava, seus companheiros e ele próprio quase serem tragados pelo mar alteroso. Terá sido a Senhora dos Navegantes que a todos salvou?

Vem desses longínquos tempos o pacto de fidelidade feito com o mar que hoje sente ser seu. Vem desses tempos passados a sua capacidade de entender o mar, no seu bru-à-à constante, mas também o de ouvir a maviosa voz de mulher que lhe povoa o sentir.

“_Tu és o meu marinheiro, o meu querido marinheiro...”
“_Sinto a Lua no meu ombro, tu marinheiro que és meu Sol...”

O marinheiro sentiu frio. O vento não só lhe fustigava o rosto violentamente, como passava através da sua roupa, arrefecia-lhe o corpo, mesmo a alma... Reparou, então, que o farol, lá longe em terras da Senhora da Pedra da Mu, dourava o firmamento com o seu facho luminoso. Sentiu respiração forte e cálida junto a si mas não viu ninguém...

Lembrou-se da “velha” rica de saberes e de eterna capa posta sobre os ombros que a lenda das gentes das redondezas regista. Lembrou-se do eterno Camões que de forma única cantou as Ninfas do Tejo. Lembrou-se da Senhora dos Navegantes.

E deixou-se dormitar na noite fria...

Etiquetas:


sábado, setembro 26, 2009

mensagem de ternura

Etiquetas: ,


tocadores de concertina na barrenta

É uma atracção que vem do fundo dos tempos, é telúrica porque intensa, a partir de vales e serras, de maciços graníticos e calcários, e das gentes. Pouco mais de uma quarentena de pessoas são os habitantes da aldeia de Barrenta, no concelho de Porto de Mós. Anualmente aqui se encontram multidões ao som de um instrumento tão antigo como a própria aldeia: a concertina.

Barrenta, a aldeia com tamanho poder de atracção, situa-se num vale cavado entre serranias, donde se destacam pela sua grandeza e encantamento as serras D’Aires e dos Candeeiros que no seu interior profundo escondem maravilhosas grutas onde enormes estalagmites e estalactites marcam o caminhar dos tempos, milhões de anos de mistérios e de segredos.

Chegados à aldeia por volta da hora do jantar, almoço como os citadinos usam dizer, que isto do tempo medido pelo relógio de sol e da vida não é coisa de entender por entender, é mais de sentir, tratámos de o estômago aconchegar com febras de porco assado no espeto ali à vista de todos, uma sopa da terra, qual refeição por si mesma, e umas moelas servidas à concha de um panelão onde foram devidamente estufadas.



Depois das saudações apresentadas ao grande impulsionados dos Encontros Nacionais de Tocadores de Concertina da Barrenta, já na oitava edição, que é Hermano Carreira, e que nos saudou com um “estes homens são os grandes divulgadores deste Encontro através da Internet”, entrámos nas músicas e danças que já decorriam no Largo do Centro Cultural de Barrenta.

Por referência do nosso amigo Valdemar Moreira, de Valença, chegámos à conversa com Carlos Pedrosa, talvez o maior fabricante de concertinas português, da marca Petrosini, que com cerca de trinta elementos do seu grupo, entre tocadores de concertina e bailadores à Barrenta se haviam deslocado.



Presentes mais de uma centena de tocadores de concertina, instrumento musical de grande tradição em Portugal, especialmente na região do Minho, mas que hoje em dia tem grande aceitação na totalidade do nosso País, adaptando-se em termos musicais às características de cada região. Ultrapassa mesmo as fronteiras de Portugal, na senda da lusofonia (a língua, as tradições, o respeito pelo património intangível).

A Concertina é o nome porque é conhecido o acordeão diatónico, isto é, aquele que diferenciadas notas musicais emite pressionando uma mesma tecla consoante se abra ou feche o respectivo fole.



E a função não pára. São os mais novos, alguns tocadores já de muito mérito que procuram obter novas sonoridades dos instrumentos e os mais velhos, tradicionais no tocar e que vão “passando” ensinamentos aos que avidamente querem dar continuidade ao saber dos seus antepassados.

O improviso, a espontaneidade, a desgarrada entre tocadores acompanham-nos na nossa presença neste espaço de tradição e de cultura, mas também um interessante grupo de tocadores de concertina que pela primeira vez vemos actuar, vindos da bela vila da Lousã.



E mais um tempo de bailar e de encantamento onde reconhecemos o vira do Minho mas, igualmente, a chula minhotas.




E sempre, sempre… ao som das concertinas.



os blogueiros na aldeia da Barrenta:
Lilá(s), do Perfume de Jacarandá
Victor, do Des-Encantos
Vicktor, da Oficina das Ideias.

Etiquetas: , ,


sexta-feira, setembro 25, 2009

ousadia do nómada




garganta do rio Ocreza, em Foz do Cobrão, Vila Velha de Ródão

Etiquetas: ,


sinos e chocalhos

imagem que vale oitocentas palavras
É frequente ouvir dizer-se que uma imagem vale mais do que mil palavras. As imagens do “Olho de Lince” valem somente oitocentas pelo que há que as fazer acompanhar por um texto de duzentas



Sinos e chocalhos que um pastor serrano, dos montes de Unhais da Serra, traz colocados à cintura e que para sinalizar a localização dos rebanhos são usados. Sinos para as ovelhas e chocalhos para as cabras. Sabe-o os pastores e é sentido pelos cães da serra que protegem e ajudam à consução do gado.

Durante os tempos de pastorícia, quando as serranias estão cobertas de verde ouve-se o tilintar das campainhas e o chocalhar dos chocalhos de forma contínua e quase a raiar o nível sonoro do murmúrio. Os movimentos dos rebanhos são lentos e o tempo de pasto longo. A calmaria permanece nos rebanhos.



A partir de meados do mês de Agosto, princípios de Setembro, o gado que passa o tempo de estio a pastar nas zonas frescas e verdejantes das serras, da Gardunha, de Montemuro e da Estrela, regressa ao povoado onde se acolhe em tempo de invernia.

Este movimento conhecido desde tempos imemorias por transumância foi de tal forma respeitado pelos Visigodos e Romanos que construiram para o efeito caminhos para os rebanhos percorrerem até e da serra, caminhos que ainda hoje existem e são utilizados. Foi na Idade Média que a transumância assuniu maior importância.

Etiquetas:


quinta-feira, setembro 24, 2009

sinos da aldeia




torre sineira da Igreja Matriz de Sobral do Campo, Castelo Branco

Etiquetas: ,


meu vício de ti

Alta madrugada, estado de estranha vigília. O sono que tarda em chegar cruza-se com o sonho da leveza do voo por montanhas e mares, o tempo de “entre o sono e o sonho” [Fernando Pessoa].

É nesse tempo difícil distinguir entre a realidade e a ficção, entre a dor do sentir e a dormência da imaginação.

Chegou de mansinho
Entrou sem bater na aldraba da porta
Silenciosamente
Instalou-se
Percorreu as veias e os vasos capilares
Conquistou todo o corpo
E o sentir

É o meu vício de Ti!

Passado tempo
A falta
A ressaca
As ressacas

Todas elas serão sublimadas
Mas sobra uma
Difícil de suportar
Insuportável
Terrível
Tão inverosímil como a morte
Como o afastamento
Desmediável!

A dor profunda do silêncio da ausência

O silêncio
Mais ruidoso
Do que a única coincidência
Em que passei a acreditar
O início do Universo

Etiquetas:


quarta-feira, setembro 23, 2009

uma flor para... a sara




a Sara é uma querida Amiga que tem o blogue Carpe Diem onde sinto prazer ficar...

Etiquetas: , ,


com vista para as pepitas de oiro

sentados à mesa... gostámos
viajar pela rota dos saberes, feitos de aromas e sabores, numa partilha da degustação de comidas e de bebidas em casas de pasto, em tascas ou em restaurantes de bairro ou do “michelin” ao ritmo do coração



Calçada íngreme de subida difícil leva-nos até ao local da região mais perto do céu, onde é impressionante e soberba a vista que daí se alcança, montanhas que se sobrepõem a outras ainda maiores, numa paleta de tonalidades esbatidas que na hora do pôr-do-sol ganham nuances de doirado e castanho, mas que à hora a que chegamos ainda estaca nos matinais tons de azul.

Lá muito no fundo, talvez uns quatrocentos metros mais abaixo, entre alcantiladas serranias, corre um fiozinho de água, agora que são tempos de sequeiro e as chuvas do Outono ainda tardam em chegar, do rio Ocreza que mais logo tem encontro marcado com o rio Tejo.

Não descemos a tentar encontrar pepitas de oiro, onde muitos ainda continuam a peneirar o areão do rio, a esperança é a última coisa a fugir, a um local que os populares designam como Vale do Almourão, quedando-nos antes num moderno edifício panorâmico que desde há dois anos alberga um recomendado “lugar de comeres”.

Cerca de quarenta lugares de mesa posta, muitos deles já ocupados, pois havia chegado um grupo de caminheiros e amigos da Natureza de um passeio organizado pela Naturtejo, que funciona no âmbito do Geopark da Meseta Meridional, sediado em Castelo Branco.

A gentileza e simpatia da Liliana rapidamente nos sentou numa mesa com excelente vista para todo o vale do rio Ocreza, mesmo até à Foz do Cobrão… e daí vimos aproximar-se uma clareira de azul no céu que transformou uma tarde de ameaçar “raios e coriscos” numa soalheira caminhada até ao pôr-do-sol.

Serviço de mesas agradável, de salientar as toalhas de pano e os guardanapos de papel encorpado que de pano pareciam confeccionados, em tons de “bordeux”, a convidar a uns preparos de boca com enchidos da região, queijo em azeite de orégãos e queijo em rodelas de laranja com canela. A acompanhar um cálice de Porto branco (oferta na primeira visita a este espaço).



O repasto foi constituído por “posta de bacalhau recheada de presunto coberta de broa de milho desfeita, no forno, com couve branca e cebola às rodas”. A acompanhar “batatas a murro”. O bacalhau apresentou macio e de lasca pelo que foi efusivamente saudado.



Havia que saber da qualidade das sobremesas e elegemos uma “Mousse de chocolate servida em forma de bolacha, polvilhada com um pouco de coco”. Uma delícia, pelo que não pedimos o costumado “cheirinho” de Rum.



Estes manjares foram servidos aos “Reis” por cerca de 30 Euros, para duas pessoas com vinho da casa (muito bom) incluído.


Vale Mourão – restaurante
Foz do Cobrão – Vila Velha de Ródão
Telef. 966 504 149
e-Mail: valemourao@gmail.com
Encerra: domingos ao jantar e às segundas-feiras


Apreciação global da refeição: bom/muito bom

Originalidade do prato - 4
Sabor e apresentação - 4
Carta de vinhos - 3
Apresentação e atendimento - 5
Higiene da mesa e das loiças - 4
Higiene dos serviços - 4
Ambiente e decoração – 5

Etiquetas:


terça-feira, setembro 22, 2009

melodia do alerta

Etiquetas: ,


o cair da folha é o renovar da vida

Às 21 horas e 19 minutos (UTC), 22 horas e 19 minutos na hora legal de Portugal continental de hoje, tal como está lavrado n’O Verdadeiro Almanaque BORDA D’ÁGUA, “reportório útil a toda a gente” e confirmado no sítio do Observatório Astronómico de Lisboa, inicia-se o Outono no hemisfério Norte, quando a noite tem a mesma duração do dia e em que faltam 99 dias a recolher até ao final do ano. Esta passagem é vigiada pela Lua em crescente levantino, fascinante no seu brilho. É tempo de cumplicidade com o mar imenso de azul esverdeado vestido, a versejar na espuma criada no beijar da areia doirada.

Por lá estivemos junto ao espraiar das ondas no Grande Areal, este ano de 2009 em marcação de dia regular, tal como o ano que decorre, sempre com o mesmo encantamento.

Estamos a viver o Equinócio de Outono, tempo de consolidação para o crescimento e o esquema natural das coisas. Armazenamos os frutos do esforço realizado e procuramos compreender que novas mudanças são necessárias progredir, quando o tempo de renovação chegar. Tempo de vindima que a uva do ano promete vinho de cariz muito especial, como foi confirmado no mosto resultante da pisa das Festas das Vindimas, em Palmela e, por certo, destinado a uma excelente “reserva”, pois o Sol deu o seu toque mágico nos últimos dias de maturação. Menos quantidade é certo, mas de excelsa qualidade.

Mas é, igualmente, tempo de mesa farta em marmelos (ah a doirada marmelada!), em romãs (as maçãs de Roma!), nas uvas e nas azeitonas, nas maças maduras e não tarda muito no vinho novo. A “Dama da Noite” aromatiza a noite cálida por aqui e por ali e, em especial, na Aldeia.

Assim como as árvores se libertam das folhas cobrindo o solo de tonalidades castanho e doirado também nós deveremos esquecer comportamentos e atitudes sem utilidade, para nos prepararmos para a Primavera da esperança que logo estará a bater à porta. Aproveitemos momentos de recolhimento no Outono e Inverno e teremos mais luz e alegria nos primeiros dias primaveris.

Nesta terra lusitana, vão imperar as tonalidades de castanho e de doirado, mas não o ocaso da vida e muito menos a morte da esperança. O Atlântico será estreito para a vontade indomável de povos que se querem bem. No Brasil festejam-se as searas, as flores, o eterno renascer. “Deméter reencontra Perséfone e volta a ser fértil”. Há esperança renovada, porque o “Cavaleiro da Esperança”, contra ventos e marés, continua a encaminhar o Brasil e os brasileiros para o oásis do tempo. E nós irmãos portugueses, os que se não venderam aos dólares das armas e da contaminação do Planeta, sentimos o orgulho do Pai amado.

Hoje é tempo de Equinócio de Outono que marca o início do afastamento do Sol rumo ao Inverno. O dia e a noite são exactamente iguais, com 12 horas cada. Com ele se dá o início astronómico do Outono. O Sol nasceu precisamente a Leste e o ocaso verifica-se a Oeste. Despertei ainda o sol não dera os primeiros passos, caminhei a madrugada tranquila e vivi a luminosidade do amanhecer Verão. Depois, senti a chegada do Outono nas águas ora tranquilas, ora agitadas do mar do Grande Areal, essa Praia do Sol que regimes e governos sucessivos têm prejudicado em defesa das praias do “outro lado” como se a Natureza os não queira juntos na “quebra” do mar Atlântico.

No momento do atravessamento iluminou-se o meu sentir de tonalidades de lilás que por estranho que pareça é a mudança do azul esverdeado da luz intensa para o doirado do pôr-do-sol. Não é estranho, pois, que a tradição ocidental associe este momento com o pôr-do-sol. As civilizações solares antigas acreditavam que o Sol morria no entardecer e era ressuscitado no dia seguinte. Durante a Noite, ele cruzava o Reino dos Mortos, levado, segundo os egípcios, em uma barca. Mas a tradição ocidental liga o Equinócio igualmente à água, em especial, à água do mar.

Etiquetas: , ,


segunda-feira, setembro 21, 2009

renovar da vida

Etiquetas: ,


novos indicadores de leitura

De acordo com os critérios editoriais da Oficina das Ideias criamos, frequentemente, novos apontadores de leitura. Três razões fundamentais nos levam a essa decisão:

1 – Pela qualidade extraordinária que encontramos em determinado blogue, de acordo com a nossa avaliação pessoal;
2 – Como reconhecimento aos comentários que são deixados nos posts da Oficina das Ideias;
3 – Em resultado da permuta de indicadores de leitura.

Esta permuta desinteressada de indicadores de leitura é uma das características mais positivas da blogoesfera e de quem a utiliza com espírito construtivo e solidário que coloca acima dos seus pessoais interesses a satisfação dos leitores.

Damos conta, de seguida, de alguns dos mais recentes, solicitando a todos os companheiros da blogoesfera que estando abrangidos pelos critérios referidos não tenham o respectivo indicador de leitura na Oficina das Ideias que nos façam chegar essa informação.


Novos indicadores:

Sexta-Feira, de Elvira de Carvalho (Portugal) – “Um blog que pretende ser o espelho de mim mesma

By.xinha, de Véra Rk (Brasil) –

Retalhos e Rabiscos, de Fa Menor (Portugal) – “Um Mundo dentro de outro Mundo”

Minutos na Noite, de Uminuto (Portugal) –

Nutextu, de Tchi (Portugal) –

Etiquetas:


domingo, setembro 20, 2009

firmeza





[batente "mão de fátima" com espelho floral, em doirado, Castelo Branco]

Etiquetas: ,


Entre o Tejo e a Adiça

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras, dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas encontrar o encantamento das coisas simples e das vivências de um ancião



Naquele tão belo e amplo areal
Que fica entre o Tejo e a Adiça
Aroma de maresia que enfeitiça
No cântico de uma ondina irreal.

Barbárico promontório espreguiça
No mar tormentoso, mas leal
Procura o equilíbrio e o ideal
No Monte da Lua encontra justiça

Foi neste espaço de sol, nesta praia
Que gentes de norte a sul arribaram
Encontrando colo e o bem-querer

Transformaram em barco a alfaia
Amantes do mar lavrá-lo ousaram
E com ele erigiram o amar e o viver.

Etiquetas: ,


sábado, setembro 19, 2009

musicais sonoridades

Etiquetas: ,


o ouro da foz do cobrão

lendas das terras visitadas
de medos e fantasias, de desejos e imaginação, criaram-se em tempos imemoriais estórias que a razão desconhece. No aconchego da lareira ou na árdua labuta diária, quantas vezes de sol a sol, foram percorrendo os saberes de gerações. O viajante andarilho recolhe e partilha as “lendas das terras visitadas” ouvidas às suas gentes.





Quando do alto dos penhascos que rodeiam a aldeia de Foz do Cobrão deixamos o nosso olhar vaguear pela magnífica paisagem de serranias sem fim, acabamos por nos fixar bem lá no fundo, onde o rio Ocreza passa apertado numa garganta formada por imponentes aflorações quartzíticas e é impossível não imaginar homens atarefados na labuta de procurarem pepitas de ouro que o rio poderá transportar.

Do imaginário popular conta-se até que nos tempos do muito longe, uns homens encontraram um carrinho cheio de ouro num poço muito fundo do rio Ocreza, num local chamado Vale Mourão. Felizes com o achado, subiram ravinas acima em direcção do povoado. A meio caminho já o cansaço era grande quando um exclamou: “Queira Deus ou não, este carrinho de ouro já é nosso!”. Palavras não eram ditas, qual castigo divino, o carrinho soltou-se e o ouro caiu ravina abaixo, indo depositar-se nas funduras de um poço do rio.

Há quem diga que ainda hoje se lá encontra, pelo que é frequente encontrarmos gente a peneirar as areias do rio na procura das doiradas pepitas. O povo conta como verdade, mas é a lenda que indica, que o tesouro deverá encontrar-se junto a uma nascente de água e para o encontrar é necessário sonhar três vezes seguidas com um mesmo local.

São os cabritos pretos que pastam livremente na penedia que indicações certas poderão dar sobre a localização do ouro que por decisão divina ao fundo de um poço do rio foi parar. Mas o pior é que se encontra uma serpente de guarda ao tesouro e a lenda alerta de que se a serpente não vir a gente devemos matá-la, mas se ela nos vir devemos fugir a toda a pressa.

Já de regresso da Foz do Cobrão passei a uma aldeia de nome Chão das Servas de onde se conta partir um túnel na direcção do tesouro, contudo, com muitas armadilhas no seu percurso. Mas que por ali há muito ouro não devemos duvidar. Quem sabe ver de uma forma especial conta que a certas horas do dia aparece uma moura (encantada?) que penteia seus cabelos com um pente feito do áureo metal.



[a aldeia de Foz do Cobrão pertence ao Concelho de Vila Velha de Ródão]

Créditos: Na elaboração deste texto, além do contacto com o lugar, utilizámos a leitura dos contos “O carrinho de ouro”, “Mina de ouro” e “A buraca da moura”, da autoria do estudioso José Carlos Duarte Moura.

Etiquetas: ,


sexta-feira, setembro 18, 2009

confidente flor

Etiquetas: ,


por caminhos da serpente

Quando deixamos as vias principais que actualmente rasgam o nosso País, sem beleza alguma somente com a utilidade de rápidas viagens, e nos embrenhamos por estradas que de vizinho em vizinho, de aldeia em aldeia, criam malhas de amizade, então sim, estamos realmente a viajar.

Serpenteando entre verdejantes pinheirais e agrestes maciços de xisto e de granito, aqui e ali coroados de poderosas cristas quartzíticas, sentimos os aromas da Beira Interior em toda a sua pujança e ficamos siderados com a imponência da paisagem que nos envolve. Serpenteamos como o faz o Ribeiro do Cobrão, afluente do Rio Ocresa que mais tarde irá engrossar o caudal do Rio Tejo de dois países e de muitas cidades, vilas e aldeias.



A aldeia da Foz do Cobrão está enquadrada por um majestoso anfiteatro rochoso, donde sobressai o brilho flamejante do Sol a reflectir-se nas cristas de quartzo e cuja inclinação é amansada por uma gigantesca escadaria de oliveiras.

Um pouco mais adiante uma garganta, qual rochosa garganta funda, escavada no Rio Ocresa há mais de dois milhões de anos a que foi há muito dada a designação de Vale Mourão.

Etiquetas: ,


quinta-feira, setembro 17, 2009

pele aveludada

Etiquetas: ,


a ponte da solidariedade

Chegado à Terra contactei os homens bons que ainda por cá existem e que continuam a lutar por um Mundo melhor, sem oprimidos, sem humilhados, sem discriminados, sem refugiados. Um deles abriu-me o coração e ofereceu-me um pote tapado, recomendando-me que na próxima alvorada numa planície doirada de espigas de trigo lhe retirasse a tampa e deixasse o tempo fluir.

Quando realizei esta tarefa que um homem bom me havia recomendado logo se desprendeu um Arco-Íris que fluiu na direcção do espaço, na direcção de Marte sem dúvida, donde das suas sete cores se destacava uma lista azul luminosa. Do lado de cá do Arco-Íris estava na realidade um pote, não cheio de moedas de oiro, como é da tradição, mas cheio de muito querer por um Mundo melhor.

E na ponta de lá? Aquela que chegou a Marte? Uma porta, melhor, um portão maravilhosamente trabalhado e um convite à comunhão do melhor que cada uma das civilizações continha. A partir desse momento, por uma ponte onde somente a Solidariedade podia passar uma permuta constante de bem-estar veio engrandecer o Universo.

Tempos mais tarde os resultados estavam bem visíveis. Marte continuava a ser o que sempre fora mas com todas as cores que a Natureza lhe proporcionou. Na Terra os senhores do Mundo, os senhores do poder e da guerra não resistiram a tanta solidariedade e as pessoas voltaram a sorrir e cada terráqueo passou a ser responsável por todos os terráqueos.

Etiquetas:


quarta-feira, setembro 16, 2009

ícaro das gaivotas

Etiquetas: , ,


chegada das “artes”

imagem que vale oitocentas palavras
É frequente ouvir dizer-se que uma imagem vale mais do que mil palavras. As imagens do “Olho de Lince” valem somente oitocentas pelo que há que as fazer acompanhar por um texto de duzentas




Horas antes a embarcação das “artes”, após ter vencido a forte rebentação da beira-mar, partira mar adentro para o lance da tarde das redes de cerco. Lá bem longe, onde vista do areal a embarcação uma gaivota a balançar na ondulação forte, havia sido sinalizada a presença de um cardume.

Quando chegaram à zona de “lançar” já lá se encontravam o “Fúria do Mar” e o “Cláudia”, todos “fontelhanos” e vindo do areal da Nova Praia o “Menina Encantada”. No areal haviam ficado a aguardar o regresso da companha as mulheres e os putos, na esperança de que a pescaria fosse boa.



Na hora da azáfama da chegada a terra todos ajudam a puxar as redes desta “arte” milenar. O saco do peixe vem cheio de cavalinha, embora o resultado da venda seja pouco interessante pois os preços andam pelas ruas da amargura.

É agora a altura da escolha do peixe. Separar o caranguejo da cavala e fazer as contas da companha, sendo logo ali é atribuído a cada um o seu respectivo quinhão. Também os populares que ajudaram a puxar as redes aguardam a retribuição de algum peixe que virá a constituir a base da ceia do dia.

Etiquetas: ,


terça-feira, setembro 15, 2009

o sol é bom

Etiquetas: ,


bocage faz hoje 244 anos, viva!

Faz hoje 244 anos, a 15 de Setembro de 1765, nasce em Setúbal, na rua de Bartissol, aquele que viria a ser a figura mais controversa da sociedade da época. Irreverente e satírico, todos estavam sujeitos à sua escrita rija e contundente, mesmo as figuras mais gradas do reino onde o clero estava incluído.

Devasso mas sofredor, marginalizado por uma sociedade relativamente à qual se encontrava com décadas de avanço, nunca deixou de escrever o seu sentir com o gosto e a antena de escândalos que desde muito jovem o acompanharam.

Representa o expoente máximo pré-romantismo literário em Portugal, que há época vivia ainda a plenitude do classicismo quando há muito na Europa sopravam ventos do romantismo.

Os seus sonetos são sublimes...

“Chorosos versos meus desentoados,
Sem arte, sem beleza, e sem brandura,
Urdidos pela mão da desventura,
Pela baça tristeza envenenados:

Vede a luz, não busqueis, desesperados,
No mundo esquecimento e sepultura:
Se os ditosos vos lerem sem ternura,
Ler-vos-ão com ternura os desgraçados.

Não vos inspire, ó versos, cobardia,
Da sátira mordaz o furor louco,
De maldizente voz a tirania:

Desculpa tendes, se valeis tão pouco,
Que não pode cantar com melodia
Um peito, de gemer cansado, e rouco.”



Nem para ele próprio a sátira foi mais leve...

“Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão n’altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno;

Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura,
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno;

Devoto incensador de mil deidades,
(Digo de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades;

Eis Bocage, em quem luz algum talento:
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento.”



Muito menos para os seus versos magníficos:[uma interessante adenda da minha querida amiga Sara, do Carpe Diem]

Chorosos versos meus desentoados,
Sem arte, sem beleza e sem brandura,
Urdidos pela mão da Desventura,
Pela baça Tristeza envenenados:

Vede a luz, não busqueis, desesperados,
No mudo esquecimento a sepultura;
Se os ditosos vos lerem sem ternura,
Ler-vos-ão com ternura os desgraçados:

Não vos inspire, ó versos, cobardia
Da sátira mordaz o furor louco,
Da maldizente voz e tirania:

Desculpa tendes, se valeis tão pouco,
Que não pode cantar com melodia
Um peito de gemer cansado e rouco.




Alguma bibliografia bocagiana (da biblioteca da Oficina das Ideias)


Bocage
Hernani Cidade
Lello & Irmão, Porto, 1936 – 104pp

Sonetos
Bocage, introdução selecção e notas de Vitorino Nemésio
Livraria Clássica Editora, Lisboa, 1961 – 88pp

Poesias Eróticas, Burlescas e Satíricas
M. M. De Barbosa du Bocage, baseada na publicação de Paris de 1911
Editora Escriba, São Paulo, 1969 – 178pp

Bocage, Obra Completa, Volume I – Sonetos
Edição de Daniel Pires
Edições Caixotim, 2004 – 411pp

Bocage, Obra Completa, Volume VII – Poesias Eróticas, Burlescas e Satíricas
Edição de Daniel Pires
Edições Caixotim, 2004 – 185pp

Bocage, Obra Completa, Volume II – Cantatas, Canções, Idílios, Epístolas, Odes e Cantos
Edição de Daniel Pires
Edições Caixotim, 2005 – 332pp

À descoberta de... Bocage
Sector de produção editorial
Texto Editores, 2006 – 44pp

Bocage, a vida apaixonada de um genial libertino (romance)
Luis Rosa
Editorial Presença, 2006 – 219pp

Etiquetas: ,


segunda-feira, setembro 14, 2009

sonho de pintor

Etiquetas: ,


perdido no tempo (*)

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras, dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas encontrar o encantamento das coisas simples e das vivências de um ancião



O homem olhou em seu redor
Não reconheceu o sítio a gente
Perdido nos pensamentos na dor
Insano sentir memória demente
Vasculhou o baú de palavras vazio
Conteúdo peganhento e balofo
Nauseabundo odor do bafio
Humidade musgo e mofo
Memórias para sempre perdidas
Na voracidade do tempo que passa
Palavras ditas e não sentidas
Que importância tem esta devassa
E no seu caminhar para o infinito
Passadas contadas a mais de mil
Encontrou luz e dando o dito por não dito
Quedou-se preso para sempre no redil




(*) criadoramente titulado por Fatyly, do Uma Nova Cubata

Etiquetas:


domingo, setembro 13, 2009

gaivotas em sua sanha





"arte do cerco" no Grande Areal, Praia da Fonte da Telha

Etiquetas: , , , ,


na senda do "tempo que passa" 28

na senda do “Tempo de Pedra”
O adro da igreja é o centro do universo nas pequenas aldeias. Lugar de conversa, de passar notícias e de aumentar um ponto a um conto, é sítio de mercar a jorna e de adquirir alguns pertences. É no adro da igreja que o tempo passa. Para contar o tempo que passa e para marcar o ritmo da vida existe o relógio de sol à vista de todo o Povo.



em casa particular, Charneca de Caparica - Almada


É uma vivenda, de arquitectura térrea e moderna, habitação permanente, situada na esquina da rua do Mário Casimiro com a rua do Miradouro, tendo porta de entrada pela última das ruas citadas.



Tem um relógio de sol implantado na parede voltada a sul, correctamente orientado, embora com objectivos fundamentalmente decorativos.



É um relógio de sol vertical meridional (mostrador orientado a sul) com mostrador construído em cerâmica, de data recente, sendo o gnómon metálico. As marcações horárias são em numeração romana. Tem como elemento decorativo um Sol e a frase em latim “Tempus Fugit” (=o tempo foge, vulgarmente citado como “o tempo voa”).





Para saber mais:
As Sombras do Tempo
Wikipédia
Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa
Relógios de Sol, de Nuno Crato, Suzana Metello de Nápoles e Fernando Correia de Oliveira – edição CTTCorreios


“Tempo de Pedra” anteriores:
na Igreja de S. João Degolado, Terrugem, Sintra
na Igreja de S. João Baptista, S. João das Lampas, Sintra
na Capela de Santo António, Carvoeira, Mafra
na Ermida de Nª Sª do Ó, Carvoeira, Mafra
na Igreja de Santo Isidoro, Santo Isidoro, Mafra
na Casa de Sanzim, Sto. Amaro, Guimarães
no Posto de Turismo, Tomar
na Igreja de S. João Baptista, Tomar
na Igreja de Nª Sª do Bom Sucesso, Cacilhas, Almada
na antiga Casa de José Dias, Olho Marinho, Óbidos
na Quinta das Torres, Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal
na Igreja de Nª Sª da Conceição (antiga Ermida de S. Sebastião das Areias), Conceição, Peniche
na Igreja Paroquial de São Sebastião, Serra d'El Rei, Óbidos
no Jardim Doutor Santiago, Moura
na Igreja de Nossa Senhora da Purificação, Montelavar, Sintra
na Igreja de Nossa Senhora de Rocamador, Cheleiros, Mafra
na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Igreja Nova, Mafra
na Capela de São Julião, São Julião, Carvoeira, Mafra
na Praça D. Lourenço Vicente, Lourinhã
na Casa Senhorial da família Catanho Menezes, Toxofal de Baixo, Lourinhã
na Quinta da Moita Longa, Toxofal de Cima, Lourinhã
na Igreja de S. Domingos, Reguengo Grande, Lourinhã
em Casa Particular, Reguengo Grande, Lourinhã
na Igreja de Nossa Senhora da Consolação, Arrentela, Seixal
na Praça da Europa, junto ao Porto de Pesca – Figueira da Foz
no Marco da Légua do sítio de Casal de Canha, Bemposta, Alenquer
no Marco da Légua, na entrada de Azambuja (antiga estrada real) na EN3, Azambuja

Etiquetas:


sábado, setembro 12, 2009

contrastes da vida

Etiquetas:


uma “francesinha” caparicana

sentados à mesa... gostámos
Viajar pela rota dos saberes, feitos de aromas e sabores, numa partilha da degustação de comidas e de bebidas em casas de pasto, em tascas ou em restaurantes de bairro ou do “Michelin” ao ritmo do coração



Tradição nortenha, com fortes pergaminhos na cidade do Porto, ir “comer uma francesinha” fez, desde sempre, parte do roteiro da boémia portuense, quando as pessoas ainda não haviam trocado os tempos de convívio nos tascos da tradição pelo ambiente fechado, asséptico e impessoal das grandes áreas comerciais.

Hábito mantido durante longos anos no Norte do País, raro era o alfacinha que ao Porto se deslocasse que resistia ao apelo e à tentação de “comer a francesinha”, a maioria das vezes à chamada “moda do Porto”.

Coisas da globalização... e das modas também, surgiram há tempos em diversas zonas do País diversos espaços de restauração onde é possível a degustação de uma “francesinha”, variando nos ingredientes e, muito em especial, na qualidade desses ingredientes.

Fácil de confeccionar, o segredo está no molho, raramente se encontra na região de Lisboa uma “francesinha” com o sabor especial que as do Norte apresentam. Nas deambulações do espírito boémio que o corpo teima em acompanhar encontrei a promessa da excepção. Havia que confirmar...

“Aqui as francesinhas são mesmo à moda do Porto!”, foi esta afirmação feita por voz amiga que me levou até à Praia do Sol, nas tabuletas rodoviárias pode ler-se “Costa de Caparica”, par degustas, melhor, “comer uma francesinha”. Não dei o atrevimento por mal empregue, estava deliciosa.



Entre duas fatias de pão de forma, talvez com dois centímetros de espessura cada, são colocados já cozinhados:
Um bife de carne de vaca frito
Uma fatia de fiambre
Pedaços de salsicha fresca grelhados
Pedaços de linguiça grelhados

A cobertura é feita com duas ou três fatias de queijo “mozarella” macio e pouco forte no sabor.

A “francesinha” coroada por um camarão e uma azeitona recheada de pimentão vermelho mergulha, melhor, é afogada num delicioso molho, o tal do segredo, e que segredo...

Coube-me a mim o privilégio de a salvar do afogamento e depois... comê-la!!!




Esta “francesinha” foi comida, melhor, degustada no Tony’s Pizza Burger, Avenida do Movimento das Forças Armadas, 9 – Costa de Caparica e custou Euros 6,50

Etiquetas: , ,


sexta-feira, setembro 11, 2009

fragância do hibisco




Hibisco Vermelho ["Hibiscus rosa-sinensis"], no Parque da Paz, Almada

Etiquetas: ,


de muito amar e querer

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras, dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas encontrar o encantamento das coisas simples e das vivências de um ancião




Naquele final de dia, que não de vida
Quando o mar beija docemente a areia
Ele, gentil homem sua bela amada enleia
Angelical doçura, olhos de mel, querida

O sol do ocaso sobre os amantes ateia
Desejos profundos de paixão sentida
Faz neles fluir tamanha energia vertida
Do pote mágico eleva-se suave melopeia

Quando o sol se põe é o futuro que começa
Merecida felicidade de muito amar e querer
Percorrendo o caminho que a vida atravessa

No rumo do esplendor do humano ser
A melodia ecoa no espaço qual promessa
E assim será porque assim tinha que ser.

Etiquetas: ,


quinta-feira, setembro 10, 2009

frutos da pimenteira




"Pimenteira", no Parque da Paz, Almada

Etiquetas:


o barco fantasma

imagem que vale oitocentas palavras
É frequente ouvir dizer-se que uma imagem vale mais do que mil palavras. As imagens do “Olho de Lince” valem somente oitocentas pelo que há que as fazer acompanhar por um texto de duzentas palavras



Mais parecia um barco fantasma. Mesmo quem à beira-mar o olhava atentamente durante largos minutos não concluía da razão do seu navegar sem rumo certo. Primeiro navegava para poente quase até à “quebra do mar” para, pouco depois, inverter o sentido de marcha, navegando rio acima, no sentido do nascente.

A manobra era repetida vezes sem conta. Parecia andar à deriva, não fosse o fumo negro que saía da chaminé, especialmente no decorrer da manobra da inversão de marcha, quando os motores a diesel eram acelerados ao máximo das rotações possível.



Em terra ninguém entendia o que se estava a passar, nem tão-pouco o agente da Polícia Marítima que mais de uma vez tentou infrutiferamente ligar o rádio à central para recolher alguma informação esclarecedora. Tarefa sempre com resultados negativos pois do outro lado não obtinha qualquer resposta. Nem o próprio eco da sua chamada era ouvido. Somente o silêncio.

Neblina forte caíra sobre a linha onde “o rio se encontra com o mar” agravando mais a visibilidade de terra, criando uma imagem mais fantasmagórica do que antes. Já não se ouvia entre os passantes murmúrios que antes significavam as dúvidas sentidas. Agora uma certeza: era um barco fantasma.

Etiquetas: ,


quarta-feira, setembro 09, 2009

luneta de galileu




catavento "luneta de Galileu", em Condeixa

Etiquetas: ,


madrugar

Quando a noite chegou ao fim
E foi madrugada,
Pousei meus olhos em teus lábios
De carmim.
E da minha mente cansada
Brotaram sábios pensamentos.

Sem palavras entendi teu ser,
Beijei teu rosto docemente
E com a loucura que nos dá
O muito querer,
Beijei teus olhos, tua boca,
Teu corpo meigo e fremente.

Nossos seres se uniram
Em doce enleio.
Senti teu peito ardente
Em profundo respirar.
Desejámos estar assim eternamente,
Mas logo findou o madrugar.

Foi alvorada.
O sol alevantou o seu esplendor.
Sentimos a força de estar juntos
Perante o mundo hostil,
Máquinas, ruído, poluição,
Que já não entende o amor.

Lado a lado caminhamos o futuro.

E com sol a pino
Do dia meado,
Amadurecemos ideais na noite concebidos.

Etiquetas:


terça-feira, setembro 08, 2009

ânimo de alma

Etiquetas: ,


é uma honra… ter este “quadro de honra”

Nos 74 meses de presença continuada na blogosfera, a Oficina das Ideias sente orgulho imenso em poder contar no seu “quadro de honra” mensal um vasto número de blogues de excelente qualidade e conteúdo.

As visitas atingiram a cifra de 679.502 (segundo o “SiteMeter”) e de 922.230 (de acordo com o “NeoCounter”), com origem em 157 países dos 199 existentes. A média de visitas na última semana deste período foi de 296/dia.

No âmbito da interactividade na Oficina das Ideias foram feitos 345 comentários com a contribuição de 32 dos nossos leitores e amigos.

Um agradecimento especial a Blogger.com/Blogspot.com onde editamos e alojamos a Oficina das Ideias desde a primeira hora.


Quadro de Honra

MFC, do Pé de Meia… (Portugal)
Fatyly, do Uma Nova Cubata (Portugal)
Lis, do Flor de Lis (Brasil)
Isabel, do Cata-Vento (Portugal)
Gaivota, do MarETerra (Portugal)
Margarida, do Maçã de Junho (Portugal)
Sara, do Carpe Diem (Portugal)
Paula Raposo, do As Minha Romãs (Portugal)
Amigona, do Instantes da Vida (Portugal)
São, do São (Portugal)
MagyMay, do Trivialidades e Croquetes (Portugal)
Lilá(s), do Perfume de Jacarandá (Portugal)
Alcides de Souza (Brasil)
Rita do Reino (Portugal)
Elvira Carvalho, do Sexta-Feira (Portugal) [*]
Campusdelide (Portugal)
Milu, do Miluzinha-Blog (Portugal)
Victor, do Des-Encantos (Portugal)
Mila, do Rio de Prata (Portugal)
Maria Clarinda, do Sombras de Mim (Portugal)
Vieira Calado, do Poesia de Vieira Calado (Portugal)
Rui Manhente, do Viandante (Portugal)
Carla, do Chocolates de Carla (Portugal)
Greenie, do Animaleza (Portugal)
David, do Intempus (Portugal)
Véra Rk, do By.xinha (Brasil) [*]
Jorge Bernardo (Portugal)
Dyanna, do A Single Season (Roménia)
Verônica, do Momentos de Vida (Brasil)
Cathy, do Bailar das Letras (Brasil)
Ismael, do Café Alexandrino (Brasil)



A TODOS o nosso MUITO OBRIGADO

Etiquetas:


segunda-feira, setembro 07, 2009

espiral do tempo

Etiquetas: ,


o grito do ipiranga

O Príncipe Regente D. Pedro que se havia instalado no Brasil de forma a manter intacta a corte portuguesa ameaçada pela invasão de tropas estrangeiras havia por aí ganho raízes profundas. Corria o ano 22 depois de 1800 e D. Pedro negava-se a regressar a Portugal, contrariando as insistências da corte de Lisboa.

Logo no início do ano, a 9 de Janeiro, na varanda do paço do Rio de Janeiro, D. Pedro recebeu o manifesto com alguns milhares de assinaturas pedindo que ele se mantivesse no Brasil. O pedido foi-lhe feito de viva voz pelo presidente do senado da câmara, José Clemente Pereira.

De Portugal continuavam a insistir para que D. Pedro regressasse e desse continuidade à situação de o Brasil ser uma colónia portuguesa e não se mantivesse como capital do Reino.

A 7 de Setembro de 1822, o Príncipe Regente respondeu a um novo pedido para que ficasse, este entregue por José Bonifácio, que recolheu as assinaturas em toda a capitania de São Paulo. O príncipe D. Pedro encontrava-se naquele momento nas margens do rio Ipiranga.

Um grito dado numa sacada de uma janela, outro que respondeu desde as margens de um riacho que ecoaram pelo Povo. O Brasil tornara-se independente.

A independência de um povo é entregar em suas mãos o destino da sua terra, do seu país. O Brasil avançou! Cento e oitenta e sete anos de luta contra obstáculos e escolhos colocados para evitar esse caminho da independência e da liberdade.

Neste dia festivo aqui deixo expressos os meus parabéns pelo lugar ímpar que atingiu em todo o Mundo sendo percursor indesmentível do avanço de uma sociedade mais solidária, embora lutando contra todos os obstáculos que os “senhores do mundo” lhe tentam colocar.

Ao Povo do Brasil aqui deixo a minha Esperança de que venham a ser o farol do Mundo no caminho da globalização da solidariedade.


[A Oficina das Ideias sente um imenso orgulho pelo facto de ter sido convidada a estar presente na recepção oferecida pela Embaixada do Brasil a propósito deste acontecimento]

Etiquetas:


domingo, setembro 06, 2009

aguarela poente

Etiquetas: ,


na senda do “tempo de pedra” 27

na senda do “Tempo de Pedra”
O adro da igreja é o centro do universo nas pequenas aldeias. Lugar de conversa, de passar notícias e de aumentar um ponto a um conto, é sítio de mercar a jorna e de adquirir alguns pertences. É no adro da igreja que o tempo passa. Para contar o tempo que passa e para marcar o ritmo da vida existe o relógio de sol à vista de todo o Povo.


No Marco da Légua, na entrada de Azambuja (antiga estrada real) na EN3 - Azambuja


No governo de Marquês de Pombal, ainda durante o reinado de D. José I, tinha sido lançado o projecto de equipar toda a rede rodoviária reconstruída apor o terramoto de 1755 com os designados “marcos da légua” com o objectivo de indicar as distâncias aos viajantes. Os “marcos da légua” seriam, igualmente, equipados com um Relógio de Sol.



Este é um relógio de sol esférico, que coroa uma base piramidal assente num maciço paralelepipédico com base saliente e duplo friso, sendo datado de 1844. Está implantado na VIII LEGOA.



É um relógio de sol vertical com o mostrador esférico, orientado a Sul, construído em calcário. As marcações horárias são em numeração romana (VII VIII IX X XI XII I II III IV V), correspondendo ao período das 7 horas às 17 horas (tempo solar). O gnómon é em ferro de forma triangular.




Para saber mais:
As Sombras do Tempo
Wikipédia
Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa
Relógios de Sol, de Nuno Crato, Suzana Metello de Nápoles e Fernando Correia de Oliveira – edição CTTCorreios


“Tempo de Pedra” anteriores:
na Igreja de S. João Degolado, Terrugem, Sintra
na Igreja de S. João Baptista, S. João das Lampas, Sintra
na Capela de Santo António, Carvoeira, Mafra
na Ermida de Nª Sª do Ó, Carvoeira, Mafra
na Igreja de Santo Isidoro, Santo Isidoro, Mafra
na Casa de Sanzim, Sto. Amaro, Guimarães
no Posto de Turismo, Tomar
na Igreja de S. João Baptista, Tomar
na Igreja de Nª Sª do Bom Sucesso, Cacilhas, Almada
na antiga Casa de José Dias, Olho Marinho, Óbidos
na Quinta das Torres, Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal
na Igreja de Nª Sª da Conceição (antiga Ermida de S. Sebastião das Areias), Conceição, Peniche
na Igreja Paroquial de São Sebastião, Serra d'El Rei, Óbidos
no Jardim Doutor Santiago, Moura
na Igreja de Nossa Senhora da Purificação, Montelavar, Sintra
na Igreja de Nossa Senhora de Rocamador, Cheleiros, Mafra
na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Igreja Nova, Mafra
na Capela de São Julião, São Julião, Carvoeira, Mafra
na Praça D. Lourenço Vicente, Lourinhã
na Casa Senhorial da família Catanho Menezes, Toxofal de Baixo, Lourinhã
na Quinta da Moita Longa, Toxofal de Cima, Lourinhã
na Igreja de S. Domingos, Reguengo Grande, Lourinhã
em Casa Particular, Reguengo Grande, Lourinhã
na Igreja de Nossa Senhora da Consolação, Arrentela, Seixal
na Praça da Europa, junto ao Porto de Pesca – Figueira da Foz
no Marco da Légua do sítio de Casal de Canha, Bemposta, Alenquer

Etiquetas:


sábado, setembro 05, 2009

coroa de princesa

Etiquetas: ,


canta o galo no solar

Melancólica aurora outonal
Que o sol tinge de doirado
Anuncia tempos de Natal
Ilumina o ribeiro encantado

Oiço cantar o galo no solar
Sinal de abundância e amores
Dá luz ao dia a começar
Orgia de aroma e de sabores

E quando chegar a ocasião
Das filhós e azevias partilhar
Também as nozes e pinhão

À mesa como reis têm lugar
Juntos com o azeite molha-pão
E a música, essa música de encantar.

Etiquetas:


sexta-feira, setembro 04, 2009

luz da lua cheia





Lua Cheia de Setembro, às 16horas 03minutos

Etiquetas: ,


sonhos de einstein

“…as pessoas passam pelo tempo ou o tempo passa pelas pessoas?”, uma eterna questão que muito tem a ver com “o tempo que passa” no sentir dos seres humanos e que de forma magnífica Einstein respondeu… ou não?



Integrado na Mostra Internacional de Teatro de Oeiras, o grupo brasileiro Intrépida Trupe apresentou no pavilhão da Fundição de Oeiras um espectáculo que “é a leitura de um grupo de actores-acrobatas que fala da física através da acção física” da obra de Alan Lightman “Sonhos de Einstein”.

Pêndulos, giros, elásticos gigantescos e espirais foram o ponto de partida dos movimentos executados no espectáculo onde os integrantes da Trupe “actuam sem serem actores, dançam, mas não são dançarinos, fazem circo sem que nada se pareça com um espectáculo circense”.



Na verdade está sempre presente a procura do tempo… e do espaço, a Relatividade em espaços fictícios criados por Einstein na sua vida obcecada pelas questões do tempo.


o tempo pergunta ao tempo
quanto tempo o tempo tem
o tempo responde ao tempo
que o tempo tem tanto tempo
quanto tempo o tempo tem

[popular]

Etiquetas:


This page is powered by Blogger. Isn't yours?