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sexta-feira, agosto 31, 2007

torre dos clérigos


simboliza a cidade do porto
obra arquitectónia soberba
fica no caminho dos passantes


Torre da Igreja dos Clérigos, Porto - Portugal

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no pombeiro

Juntaram-se para o repasto
A nobreza e a fidalguia
Chamaram um capitão
Um abade e um capelão
E como a noite prometia
Um físico de saber vasto

Tocam suaves alaúdes
As violas e uma guitarra
Para os lados de Paranhos
Juntam-se quereres tamanhos
Quando canta a cigarra
Malgas para cima, saúdes

Sentados à mesma mesa
Nobres, o clero, a plebe
Carapauzinhos devorados
Arroz d’hortos bem molhados
E mais uma malga se bebe
Verde tinto é realeza

Seguem-se outros desvarios
De comezaina e beberes
Uns enchidos bem fumados
Polvos com arte cozinhados
Vitela assada de prazeres
E os canecos estão vazios

Para o repasto compor
Sai tripas à moda do Porto
Assim quer o presidente
Para gáudio dos presentes
Manjar de deuses conforto
Para alegrar e bem dispor

Aos vivas de malga na mão
Todos quiseram ser primeiro
À Fátima e ao Manel
Brindou o crente e o infiel
Voltaremos ao Pombeiro
Ao jantar ou ao serão

[sextilhas de "pé quebrado" numa noite de comezainas n'O Pombeiro]

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quinta-feira, agosto 30, 2007

vi teu rosto...


olhei a Lua de Agosto
da janela do meu sotão
vi nela reflectido teu rosto
com tamanha emoção


Luar de Agosto visto da janela do meu sótão, Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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busca da canção

Dentro de pouco mais de duas horas e meia, à 1 hora de Portugal, a minha querida amiga Gwendolyn Thompson, do blogue A Cantora, subirá ao palco do Teatro Atheneu, em Aracaju, estado brasileiro do Sergipe com o eu excelente show “Busca da Canção”.

Para ela, inspirada cantora aqui ficam expressos os meus mais sentidos desejos de MUITO ÊXITO!

Gwendolyn Thompson será acompanhada por 6 exímios músicos que apresentarão 9 músicas de compositores sergipanos e 2 instrumentais de músicas nordestinas onde o grande artista César Leite executará lindíssimas danças com os seus bonecos, seis músicas cantadas de grandes ícones brasileiros, como Gonzaguinha, Jorge Bonjor, Renato Russo, Morais Moreira, Ary Barroso e Djavan e mais dois “medleys” contendo músicas de diversas nacionalidades e idiomas falados na Europa, todos com belos arranjos do director musical e teclista Weide Morazzi.


No palco, além do referido Weide Morazzi, director musical e teclista, estarão Júlio (gaita), Tom Toy (percussão), Rômulo (bateria), Mauri (violão) e Júnior no baixo.

Gwendolyn Thompson apresentará as duas primeiras composições de sua autoria que segundo a autora “vieram à minha mente melodias que simplesmente registrei solfejando aqui no meu computador, e depois as letras também”. Uma delas chama-se "Busca na Canção", que dá titulo ao show, e a outra chama-se "O coração é o guia".

Este espectáculo foi idealizado e produzido com o objectivo de ser apresentado em Portugal, o que acontecerá em data oportuna, cujo objectivo é evidenciar a cultura sergipana, dando-lhe uma conotação de universalidade, com ritmos diversos e intensos, alegres... será a Busca da Alegria, a Busca da Canção.

Felicidades querida Gwen!!!

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quarta-feira, agosto 29, 2007

bela rosa regada pelo luar


bela rosa que espelha alegria
sentida, vivida pelos amantes
em tempos de luar de agosto


Rosa bicolor dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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a arte de bem madrugar

Tempos da rádio
O meu amigo Repórter, do Pó de Ser, deu o mote ao publicar um texto intitulado “A minha paixão nunca antes confessada” onde evoca a memória do muito que a “rádio com gente dentro” foi antes do advento da pressão das multinacionais dos média e da forma encapotada de censura que são as designadas “playlists”.

Trouxe-me à memória dos tempos idos a minha breve incursão amadorística por territórios da radiodifusão, da telefonia e da telefonia sem fios, do encantamento da comunicação bidireccional e da interactividade entre o emissor e os ouvintes, os radiouvintes, como há época se dizia.

Aqui vou registando essas memórias ao ritmo das recordações.





8 de Junho de 1984, madrugada, há comunicação bidireccional nos emissores da RDP-Antena 1. Diniz Nazareth há pouco regressado à antena depois de ter conduzido a animação em diversos cruzeiros realizados um pouco por todos os 7 mares lança o seu programa “A Arte de Bem Madrugar” e recebe diversos cebeístas (operadores da Banda do Cidadão – radiocomunicação de todos) em animada cavaqueira.

Microfones abertos e telefones operacionais a interactividade com os ouvintes vai num crescendo noite fora numa grande jornada de divulgação e enaltecimento do impacto social dum meio de comunicação rádio, á época no auge da utilização em Portugal, na Europa e no Mundo.

Diniz Nazareth entrou na onda de solidariedade que foi sendo criada consoante as horas iam passando. Entusiasmou-se com os depoimentos recebidos sobre as informações de trânsito que os cebeístas forneciam, numa época em que pouco existia sobre o assunto. Chegou uma chamada telefónica do Brasil dando testemunho do envio de medicamentos para o país irmão que haviam sido solicitados via éter (com o envolvimento da estação Asa Doirada).

Ainda hoje ouvi o Diniz Nazareth na RDP dando informações de trânsito e pensei se ele ainda se recordaria do entusiasmo com que ouviu falar a esse voluntários das comunicações desse assunto. Não duvido que tenha aí recebido essa noção de serviço público.

Terminado o programa, já raiava a madrugada para os lados do Quelhas e aí seguiu esse grupo que toda a noite estivera em antena na direcção da Ribeira para um reconfortante “Cacau da Ribeira”

Já passaram sobre este acontecimento mais de 23 anos...

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terça-feira, agosto 28, 2007

luar de agosto


o luar de agosto é único
no sentir dos pares enamorados
na cálida chegada da noite


Lua Cheia a 100% às 11 horas e 35 minutos

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caneta de ouro

A minha querida Amiga Claudia Perotti, excelente artista plástica, escritora e fotógrafa de eleição que tem partilhado os seus trabalhos em diversos blogues e que actualmente nos brinda com o Cor de Dentro indicou o poema Nosso Mar, publicado na Oficina das Ideias em 27 de Agosto para o prémio “CANETA DE OURO – POESIAS ‘IN BLOG’ 2007”.




Esta iniciativa foi idealizada por André L. Soares, do blogue Gritos Verticais e por Rita Costa, do blogue Alma de Poesia com o objectivo de dinamizar a escrita criativa e poética no idioma Português.

Sinto-me reconhecido, o mesmo acontecendo com todo o pessoal oficinal, por este afecto da querida amiga Cláudia, não podendo deixar de dedicar esta nomeação:


Ao maravilhoso mar azul com cambiantes esverdeados que acaricia o Grande Areal
À doce Ninfa do “meu”, do “nosso” Mar que nesse dia o perfumou com aromas de jacarandá



Deixo de seguida a indicação para o prémio “CANETA DE OURO – POESIAS ‘IN BLOG’ 2007” de quatro poemas publicados na blogoesfera e que muito me agradaram:

Blogue: Um Silêncio de Paixão, de Ivone ***** Poema: Asas

Blogue: Pedaços d'Alma, de Fly ***** Poema: Simbiose

Blogue: Flor da Palavra, de Gasolina ***** Poema:Agora em Mim

Blogue: Blue Shell, de Blueshell ***** Poema: Longe do Tempo

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segunda-feira, agosto 27, 2007

esplendor do amanhecer


o dia amanheceu esplendoroso
o mar beijou suavemente a areia
o girassol mostrou alegria


Girassol, Terras da Costa, Almada - Portugal

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nosso mar

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento



Mar
Meu mar
Ah nosso mar
Como tens tamanha beleza
Espelhas na tua superfície o azul
Cobalto do firmamento feito marinho
No teu ventre esverdeias no doirado único
Da areia que ondula arrepios pelo teu contacto

Mar
Meu mar
Ah nosso mar
Como estás hoje tranquilo
Recebes com profundo afecto
Mar de seda no dizer dos marinheiros
Embalas as algas o sargaço as anémonas
Vida em ti é alfobre de sublimes sentimentos

Mar
Meu mar
Ah nosso mar
Emanas odores a maresia
Na sensualidade suave ondular
De cada vaga que no vaivém ritmado
Na insistência de uma carícia na doirada areia
Chega ao êxtase que se mostra num sorriso de prata

...................................................................................

E á sétima onda surgiu uma bela Ninfa na linha do horizonte!

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domingo, agosto 26, 2007

com o mar a seus pés


neruda apaixonado pelo mar
passou por estes sítios
no imaginário da sua poesia


Memorial a Pablo Neruda, Jardins do Convento dos Capuchos, Almada - Portugal

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o umbigo da oficina

A minha querida amiga Gasolina, do Flor da Palavra, decidiu atribuir à Oficina das Ideias um Certificado Blog de “qualidade”, assim como o fez a uma lista de blogues que se encontram na sua preferência. Deu, assim, sequência a uma iniciativa do blogue Calimera, da autoria de Calimera (Porto).

Julgamos que não merecemos tal distinção, da mesma forma que outras já anteriormente recebidas, pois as modestas partilhas que aqui deixamos nada têm de extraordinário, limitando-se a reflectir a afectividade do pessoal da Oficina pelos seus leitores.

Fazendo este caminho na blogoesfera há mais de quatro anos, mantendo o estatuto editorial dos primeiros dias, temos sentido altos e baixos de inspiração, já temos tido quase um milhar de visitas por dia e noutros pouco mais de uma centena, temos recebido comentários muito enriquecedores e por vezes não recebemos comentários que desejamos.

A Oficina das Ideias tem uma vivência semelhante à de milhares de outros espaços que existem na blogoesfera...

Mas porque somos reconhecidos, agradecemos muito a distinção!!!



Para dar sequência a este agradável “meme” aqui fica a indicação de sete blogues da minha lista de preferências, sem desprimor para os restantes

Cathy, do Bailar das Letras
Claudia P, do Cor de Dentro
Denise, do Sindrome de Estocolmo
Dias José, do Café Portugal
Lua, do Para os Lados de Sintra
Jumento, de O Jumento
Guida, do A Aldraba

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sábado, agosto 25, 2007

flor verde


tem sido uma busca permanente
flores verdes são raridade
esta florinha bonita


Flor da Mata, Pinhal d'El Rei, Almada - Portugal

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trovejou forte em valle do rosal

tradição e cultura popular
A tradição resulta da memória colectiva de um Povo, autêntico património invisível que se transmite entre gerações e representa o mais elevado expoente da cultura popular. Aqui se deseja dar conta desse repositório




Já ia alta a madrugada quando, de súbito, o vento que soprava forte até então, mudou de direcção, passou a soprar de Leste, e desfez-se em acalmia. Notou-se um nítido aumento de temperatura e a passarada que há muito estava silenciosa, agitou-se, ouvindo-se um chilrear colectivo.

Depois, de novo, o silêncio. Silêncio profundo que se fazia “ouvir”, que nos tornava atentos e expectantes. De seguida um “brum-brum” continuado e crescendo. Uma forte trovoada desabava sobre Valle do Rosal. Trovoada seca como tantas vezes acontece no mês de Agosto em Portugal.

Muita gente teme estas trovoadas secas em época de Verão. Muitas vezes são origem de violentos incêndios florestais (agora os serviços oficiais chamam-lhes “ignições”), mas sempre me fazem lembrar um adágio popular:

“Trovoadas em Agosto, abundância de uva e mosto”

Recuando à minha meninice bem me lembro de a minha tia-avó, a Ti Conceição, idosa senhora que vivia em Fernandinho, na região Oeste de Portugal, me tranquilizar quando por lá se abatiam violentas trovoadas secas contando-me histórias e encantar, que sempre tinham um fundo de verdade que a tradição absorvera.

Contava, então, a minha Ti Conceição, que as trovoadas secas eram boas para “rebentar” as nascentes de água que assim garantiam a sua abundância para os tempos vindoiros.

Procurei documentar-me sobre este facto mas somente consegui guardar e partilhar esta memória que me ficou das férias passadas nos anos 40 e 50 do século passado por essas terras saloias.

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sexta-feira, agosto 24, 2007

estruturas


parede construída em tijoleira
estratificada
chaminé de escutar


Edifício e chaminé de escutar, Monsaraz, Reguengos de Monsaraz - Portugal

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encontrei-te

Na outra ponta do celeste arco encontrei tesouro real
Passados que foram mares, montanhas e tormentos
Explosão de maravilhosos quereres e sentimentos
Encontro-te no amplo espaço do doirado areal

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quinta-feira, agosto 23, 2007

batente em duplicado


uma pega e um batente
como é da tradição
um toque para o rés-do-chaão


Batentes de porta na Lourinhã, Lourinhã - Portugal

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caparica vista do miradouro dos capuchos

postais ilustrados com história
À volta de um postal ilustrado vamos tecer alguns comentários que a imagem nos inspirar, nas expectativa de que os nosso amigos visitantes possam acrescentar dados do seu saber



Costa da Caparica

Este miradouro situa-se, segundo nos parece, na estrada que outrora ligava a Costa de Caparica a Vila Nova de Caparica, via Capuchos, quando ainda não existia a chamada Via Rápida da Costa de Caparica. Esta estrada era conhecida por Rampa dos Capuchos e foi palco durante diversos anos de uma prova de automobilismo que fazia parte do Campeonato Nacional de Rampas.

Também por essa estrada seguiam os peregrinos que por terra se dirigiam ao Cabo Espichel integrados nos Círios da Margem Sul à Senhora do Cabo. Dirigiam-se, então, à Boca do Grilo, atravessavam matas e pinhais, chegando ao Cabo com passagem pela Herdade da Apostiça.

Como se pode verificar pela imagem tratava-se de um miradouro, ponto de repouso e momento de apreciar a paisagem pelo que tinha boas sombras para que os caminhantes se refrescassem em tempos de canícula.

É notória a extensão de areia então existente em toda a Praia do Sol e a curta distância a que então se situava a Torre do Bugio em referência à orla marítima. Aliás, era possível em tempo de maré vaza ir a pé até ao Farol do Bugio a partir da Cova do Vapor e da Lisboa Praia, esta última já não existente.


No verso deste postal que circulou com um selo de 50 centavos da série base D. Diniz pode ler-se, datado de 29-9-957 (Torrão):

“Às manas amigas
Agradeço os pa-
rabéns enviados.
Saudades nossas
para todos.
Abraços a amiga
Ofélia”

[Colecção Passaporte (LOTY)] (nº40)

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quarta-feira, agosto 22, 2007

asas do mar no céu


elegantes e esvoaçantes
ligam o mar ao céu
em perfeita harmonia


"Kitesurf" na Praia da Nova Vaga, Grande Areal, Almada - Portugal

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telefonia da marca raymond

Tempos da rádio
O meu amigo Repórter, do Pó de Ser, deu o mote ao publicar um texto intitulado “A minha paixão nunca antes confessada” onde evoca a memória do muito que a “rádio com gente dentro” foi antes do advento da pressão das multinacionais dos média e da forma encapotada de censura que são as designadas “playlists”.

Trouxe-me à memória dos tempos idos a minha breve incursão amadorística por territórios da radiodifusão, da telefonia e da telefonia sem fios, do encantamento da comunicação bidireccional e da interactividade entre o emissor e os ouvintes, os radiouvintes, como há época se dizia.

Aqui vou registando essas memórias ao ritmo das recordações.




Ao fundo do corredor que durante algum tempo serviu de pista ao meu carrinho branco movido a corda de elástico havia uma porta, à esquerda, que dava para a casa de jantar, onde igualmente existia um recanto que poderíamos chamar “sala de estar” e uma janela para a rua mesmo ao nível do passeio, pois a nossa casa era o que então se chamava cave, hoje banida dos projectos de construção que reservam essa zona para garagens subterrâneas.

Nesse recanto da casa de jantar existia uma telefonia, entretenimento familiar, numa época em que a magia(?) da televisão ainda não tinha chegado a Portugal.

A telefonia, da marca Raymond, possuía uma enorme panóplia de comprimentos de onda, desde a onda longa à onda curta, passando pela onda média, somente em amplitude modulada e numa outra forma de recepção que se não conseguia perceber e, que á época, ninguém tinha explicação para tal.

Curiosamente, essa telefonia, com mais de cinquenta anos de existência, ainda funciona perfeitamente.


Em determinados dias da semana e sempre à mesma hora a família, bom... meu pai, minha mãe e minha avó e eu também porque fazia parte da família mas não percebia o ritual, juntava-se à volta da telefonia com um ouvido bem junto do altifalante para ouvir um homem falar. A voz do homem nem sempre era a mesma e tinha um sotaque diferente do nosso.

O silêncio era imperioso e sempre que alguém tentava dizer algo, era sempre eu, meu pai emitia um imperioso “ssshhheee olhem as escutas!”

Poucos anos mais tarde vim a perceber todo aquele ritual. Meu pai que eu vira sempre a trabalhar trabalhar trabalhar na sua profissão de empregado de balcão ou a servir à mesa ao Domingo num restaurante para ganhar mais uns escudos, nunca ligado a preocupações políticas, não perdia ouvir as emissões em português na onda curta da BBC e da Rádio Moscovo.

Estávamos em plena época da ditadura salazarista, defendida por uma repressão feroz e embora a família não resistisse a ouvir emissões de rádio contra o regime, temiam ser detectados por um pide à época muito activos ou por um carro de escutas rádio que se dizia detectarem quando alguém estava a ouvir emissões consideradas pelo regime clandestinas.

Ainda hoje consigo sintonizar no complicado mostrador a frequência da BBC. A da Rádio Moscovo está calada há muitos anos. O rádio Raymond ainda cumpre a sua função de telefonia.

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terça-feira, agosto 21, 2007

exóticos colares


bagas secas de longínquas paragens
colocadas em fiadas de encanto
embelezam os colos de mulher


Na feira de artesanato, Costa de caparica, Almada - Portugal

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letras inglesa e francesa

ler escrever e contar
Ao ritmo das memórias percorrer caminhos de leitura, de escrita e de contar, recordando métodos e meios desde há 40 anos até à actualidade



Iniciei a minha vida activa, o chamado primeiro emprego, já lá vão mais de 40 anos, como aspirante nos escritórios de uma das maiores empresas portuguesas, à época e ainda hoje, logo após ter interrompido os estudos e por opção própria.

Comecei a trabalhar nos Serviços Gerais da área da Contabilidade e, a partir daí, percorri toda a carreira da área Informática que dava, então, os primeiros passos no nosso País. Foram 40 anos a contactar com actividades de “ler, escrever e contar”. Quanta evolução se verificou em tão curto espaço de tempo. Quantas histórias se escreveram nestes 40 anos de intensa evolução tecnológica.

Recordo-me de nos meus tempos de escola comercial, frequentei a Escola Comercial Veiga Beirão (autor do primeiro Código Comercial português), no Largo do Carmo (o mesmo tão falado aquando do glorioso 25 de Abril), em Lisboa, de ter tido como disciplinas caligrafia, dactilografia e estenografia. Em caligrafia aprendi a escrever em letra inglesa e letra francesa e até em letra gótica.

Conjunto para escrever Letra Inglesa

No meu primeiro dia de trabalho quando fui apresentado aos restantes quatro colegas que constituíam a referida secção fui surpreendido ao verificar que um dos colegas tinha a nobre tarefa de “escriturar” os livros oficiais contabilísticos para o que utilizava a letra francesa para os títulos e a letra inglesa para os descritivos.

Isto passou-se somente há 40 anos. Curta distância no tempo, enorme nas técnicas utilizadas.

Método Caligráfico, de Pinto de Mesquita

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segunda-feira, agosto 20, 2007

transporta sonhos de verão


da praia do sol até às terras da adiça
transporta banhistas ao longo do grande areal
com o mar sempre à vista


Transpraia aproxima-se da paragem 15, Praia da Sereia, Grande Areal, Almada - Portugal

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brasil presente!

Muitas vezes nos interrogamos aqui na Oficina qual a razão de recebermos tantas visitas com origem no Brasil. É verdade que temos a felicidade de pelos nossos portões abertos 24 horas por dia entrarem visitantes vindos das “quatro partidas do Mundo”. Mas que atracção sentem as amigas e os amigos brasileiros nos modestos escritos do pessoal da Oficina das Ideias?

Na verdade houve tempos em que o contador de visitas indicava que as visitas locais na sua totalidade eram bastante inferiores às vindas do outro lado do Atlântico. Passado algum tempo, inverteu-se o volume das visitas, mas em tempos recentes, novamente o Brasil está mais presente.

Há pouco fui consultar o contador disponibilizado por “New Counter” e, além da gratificante surpresa de verificar que a cidade de Maputo, em Moçambique, estava on-line constatei que o volume do número de visitas acumuladas era:

Portugal – 96.918
Brasil – 96.810


Além da componente incontornável de utilidade pública que a blogoesfera em termos gerais contém sentimos um enorme orgulho em contribuir, modestamente que seja, para o desenvolvimento da lusofonia.

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domingo, agosto 19, 2007

miminho da praia


de brancura suave, translúcido
narciso das areias, da praia
que o amante coloca no seio de sua amada


Narciso da Areia, Praia da Sereia, Grande Areal, Almada - Portugal

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cabelos brancos

sentires da praia do sol
Nas caminhadas ou na simples contemplação na Praia do Sol extravasamos todos os nossos sentires no azul do mar, no doirado das areias, nos odores da maresia




O mar chegou de mansinho em lento deslizar, sensual sobre a doirada areia, desfazendo-se em milhões de gotícolas prateadas, para logo se retirar na timidez de quem ousou uma furtiva carícia.

À sétima onda, uma onda de magia que é assim que é natural o ritmo das marés, o mar foi mais forte e sentiu a macieza dos pés de uma mulher que percorria tranquilamente a orla de espuma que ia ficando depositada na areia, em resultado do fluxo e refluxo das águas do oceano.

A mulher sentiu um estranho arrepio reagindo a esse mais forte contacto. Sem dúvida não era alheia a este sentir a frieza da água e o inesperado do contacto. Contudo, manteve-se essa estranha sensação quando viu que o mar havia depositado a seus pés um maravilhoso leque, tampa de uma concha de vieira.

Depois, o mar recuou até uma lonjura nunca antes vista num claro convite a cumplicidades que trouxe ao pensamento da mulher um velho marinheiro que perdido nos sonhos de um mirante que é sótão tanto lhe falara no grande amor sentido por esse mar tão belo.

Na praia, uma pequena multidão usufruía daquela manhã soalheira, e a mulher vislumbrou lá longe uma cabeça de homem coberta de brancos cabelos... é o marinheiro!! E correu, correu... Tropeçou num pedaço de madeira abandonado, desviou-se de muita gente que se atravessava no seu caminho... aproximou-se do ancião. “É o marinheiro!”

Quando lhe viu o rosto foi a desilusão: era outra pessoa. Mais além, mais cabelos brancos... e correu... a mesma nota de tristeza e de desilusão... E mais outro, e mais outro... havia muitos cabelos brancos mas não eram conhecidos...”.

Rolaram lágrimas pelo seu rosto bonito, mas com o olhar triste e ensombrado. Lágrimas de sal? Aqueles olhos somente podem deixar fugir lágrimas de mel... E aquele cheirinho do mar...

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sábado, agosto 18, 2007

a alma do viajante dos sentires


nómada, viajante dos sentires
vê sua imagem reflectiva
no afecto dos entes queridos


Auto-retrato na Feira de Artesanato de Costa de Caparica, Almada - Portugal

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soneto à areia e ao mar

quando o marinheiro se confunde com o mar, a areia é uma ninfa de encantar


Com sensualidade se enrolou na areia o mar
Tamanho no afecto como sente o marinheiro
Que em terra encontra seu amor terno, fagueiro
Quando regressa de viagem de longo navegar

Revolto o mar na areia se torna em doce esteiro
Doçura de olhar profundo do velho lobo do mar
Cabelos brancos que assomam de tanto viajar
Nas memórias dos tempos de jovem aventureiro

Sentiram o encantamento duma ninfa muito bela
O mar e o marinheiro conheceram o dom de amar
Foram vistos como um só admirando bonita tela

Que é a vida sentida querida neste longo caminhar
Do mar que procura na areia o açúcar e a canela
E do marinheiro que muito ama a areia porque é mar.

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sexta-feira, agosto 17, 2007

costa do barril


costa agreste e bela
praias de limos e sargaço
rica em iodo, como antes se dizia


Praia do Norte, Barril, Torres Vedras - Portugal

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caminhei o sonho...

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento




Caminhei para lá do mar d’Adiça
Onde a areia acaricia a base da falésia,
Terras de fantasia e rituais
Que transformam grãos de areia
Em pepitas de fulgente metal.
Áurea magia, alquimia.

Caminhei para lá de terras d’Apostiça
Albufeira onde o mar se recolhe e purifica,
Aves nidificam tranquilas
Enriquecem a fauna com beleza
De seus voos e sons de encantar.
Noite e dia, nostalgia.

Caminhei até ao Promontório
Barbárico pela rudeza do oceano agreste.
Na lenda da Pedra Mu
Converge o homem de Alcabideche
Com a devoção da mulher da Caparica.
Mar meu guia, maresia.

Sonho feito realidade no meu sentir
De caminheiro amante do Grande Areal.
Dádiva maior concedida
De ter o enleio de teu belo corpo
Teus seios que se agitam de emoção.
Depois acalmia, magia.

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quinta-feira, agosto 16, 2007

batente golfinho


o património imaterial quanto
a batentes e aldrabas nesta região
é riquíssimo


Batente golfinho numa porta da Lourinhã, Lourinhã - Portugal

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o pinhal dos receios

minha terra é meu sentir
Caparica mais do que uma terra é um Povo. Gente que construiu vida entre o mar e a floresta em diversificado labor. Da sua vivência aqui se regista testemunho



O povoamento da Charneca de Caparica caracterizou-se sempre pela edificação de casas térreas, usando em geral como material de construção o adobe [1], que se desenvolvia linearmente junto à estrada municipal que vinda de Cacilhas, passava pelo Monte de Caparica, Vila Nova de Caparica e Lazarim, seguindo um traçado sinuoso como era uso na época.

Eram caminhos estreito por onde transitavam burros e cavalos de carga e alguns carros puxados por essas alimárias. Eram usadas mais pelos recoveiros [2] e gentes de posses, pois a população em geral fazia estas ligações de vários quilómetros a pé, seguindo por veredas e atalhos que o uso ia marcando por entre o mato e os pinhais.

Porque esta região era de “puros ares” e as terras de forte potencial agrícola, especialmente árvores de fruto e vinha, muitos foram os nobres que por dádiva real aqui construíram as suas quintas [3], de veraneio ou mesmo de residência principal, o mesmo acontecendo com algumas ordens religiosas [4] que consideravam estas terras vocacionadas para a oração e para a meditação.

Na Charneca de Caparica, para sul do Marco Cabaço, as terras eram arenosas e praticamente intransitáveis. A cobertura botânica era constituída por mato e outras plantas arbustivas, como seja a aroeira que deu nome à zona, por pinheiros bravos e mansos e por amplas zonas de juncal. Aqui e ali despontavam medronheiros [5], cujos frutos deliciavam os passantes.

Esta zona era praticamente inabitada, sendo muito poucas as pessoas com coragem para entrar em zona tão erma, sobre a qual se contavam histórias ou lendas de maus encontros, de lobisomens que apareciam em noites de lua cheia nos cruzamentos [6] ou mesmo de foragidos da lei que aqui se acoitavam protegidos pelo denso matagal.

Contudo, quem se atrevesse a percorrer o pinhal na calada da noite, apercebia-se, aqui e ali, o tremelicar de uma luz, normalmente candeia de azeite ou de petróleo, vinda de algum barraco construído na mata e onde viviam as famílias menos abastadas, muito abaixo do limiar da pobreza. As gentes da Charneca de Caparica conheciam-nos por “toupeiras” [7] pois à aproximação de estranhos fechavam-se dentro de casa e não se deixavam ver.

A Mata dos Medos [8], também conhecida por Pinhal do Rei, o plantio de pinheiros teria sido mandado fazer pelo Rei D. João V, por forma a “segurar” as areias em movimento, era lugar de difícil acessibilidade onde se acoitavam bandidos e outros foragidos da lei. A própria Guarda tinha dificuldade em entrar nas zonas mais recônditas do pinhal.

Esta mancha verde, autêntico pulmão com que a Natureza brindara a Margem Sul do Tejo, prolongava-se para lá da Lagoa de Albufeira, na direcção de Sesimbra e do Cabo Espichel, conhecido pelos antigos como Promontório Barbárico, pelas Herdades da Aroeira e da Apostiça. Para poente chegava ao areal, à época de enorme extensão e de altaneira linha dunar.

Contam os mais antigos que depois do pôr-do-sol somente entrariam no Pinhal do Rei aqueles que, pela confiança que neles tinham os foragidos, possuíssem o chamado “salvo conduto de palavra” [9], código de “honra”, senha e contra-senha que deveria ser dita a quem interpelasse os forasteiros.

Também havia um dia determinado da semana, a terça-feira, em que era permitido ao Povo, a viver em profunda penúria, colher lenha da mata nacional, lenha seca sem magoar os pinheiros, para ser utilizada para as lareiras e para o “fogo de cozinhar”. Famílias inteiras reservavam esse dia para a recolha de lenha, pois o excedente às suas necessidades de utilização sempre representava com a sua venda uns centavos adicionais para o magro orçamento familiar.

No tempo das pinhas, aproveitava o Povo esse dia para colher pinhas que, vendidas para Almada ou para Lisboa, e mesmo nas quintas da região representavam um acréscimo aos seus parcos rendimentos. Somente estavam autorizados a recolher pinhas secas, mas de forma furtiva sempre recolhiam pinhas de pinheiro manso, pois os pinhões já eram, nessa época, pagos a bom preço.




Notas


[1] – Massa de barro, muitas vezes misturada com palha, que depois de seca ao sol, especialmente no formato dos actuais tijolos, era utilizada como material de construção.

[2] – Os recoveiros, ou almocreves, eram peças fundamentais no comércio e transporte de mercadorias, alugavam ou trabalhavam com animais de carga.

[3] – No território que constitui hoje a Charneca de Caparica e no seu termo poderemos encontrar, entre outras, Quinta e Solar de S. Macário, Quinta da Regateira, Quinta de Monserrate, Quinta de Cima, Quinta da Carcereira.

[4] – De acordo com o Dicionário Geográfico escrito pelo padre Luís Cardoso existiram três conventos no termo de Caparica: o Convento dos Religiosos de S. Paulo, e que é orago N. S. da Rosa, fundado em 1410; o Convento dos Religiosos Arrabidos, dedicado a N. S. da Piedade, fundado no ano de 1558; e o Convento dos Religiosos Agostinhos Descalços, de que é padroeira N. S. da Assunção, fundado no ano de 1677.

[5] Ainda hoje fazem parte da mancha arbustiva, sendo um aliciante para quem caminha na mata em tempo de maturação dos frutos, os medronhos.

[6] – Hábito que se não perdeu, antes intensificou com a chegada de muitos imigrantes brasileiros, a prática de macumba deixa evidências para quem percorre a mata pelas manhãs: garrafas de bebidas alcoólica, velas vermelhas e muitos outros elementos característicos da prática de tais ritos.

[7] – Contam os mais antigos da existência de um clube “Os Toupeiras” que realizavam bailes frequentados pelas gentes do lado sul da Charneca de Caparica e por quem vivia em casebres no interior da mata. Quando se chegavam rapazes vindos de Palhais ou do Botequim eram frequentes grandes cenas de pancadaria.

[8] – A designação de Mata dos Medos tem origem no facto de parte da mesma se encontrar implantada em grandes elevações de terreno arenoso junto ao litoral conhecidas por “medo” ou “médão”.

[9] – O “santo e senha” que ainda há pouco uma senhora de Sobreda me referiu que o pai havia sido detentor para poder entrar na Mata dos Medos.

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quarta-feira, agosto 15, 2007

mil cores


pequenas pedras coloridas
formam colares do arco-íris
para alegrarem o colo da mulher


Feira de Artesanato de Costa de Caparica, Almada - Portugal

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sonho... realidade...

Cabeça pousada entre as mãos
Olhos fixos no infinito
Cotovelos sobre a pedra fria da mesa
Pensamento vagueando nas terras do longe

Na busca de uma imagem
Que se nega tornar realidade.

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terça-feira, agosto 14, 2007

cálices do amor


cálices onde as pétalas já encantaram
o olhar dos amantes em seu enleio
ciclo eterno da natureza


Jardins da Lourinhã, Lourinhã - Portugal

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largo do jardim

postais ilustrados com história
À volta de um postal ilustrado vamos tecer alguns comentários que a imagem nos inspirar, nas expectativa de que os nosso amigos visitantes possam acrescentar dados do seu saber



Costa da Caparica

É o centro da Vila, hoje Cidade, e por aí passam os habitantes locais e os veraneante para onde quer que se encaminhem, dando acesso à rua desde sempre estruturante da localidade: a Rua dos Pescadores.

À volta deste Largo onde à época já existia um chafariz ladeado de bancos de pedra para um refrescante descanso situam-se o mercado do peixe e das hortaliças, alguns restaurantes e cafés e outrora o Copacabana, esplanada e cinema ao ar livre de tantas memórias.

Para este Largo davam também os duas pastelarias que mais nome tiveram a partir dos anos 50 do século passado: o Papo Seco e o Costa Nova. O Costa Nova além de pastelaria, contam os mais antigos que aí de começaram a fabricar os célebres “Claudinos”, tinha também um excelente serviço de restaurante e uma enorme sala de bilhares.

Na parte nascente deste Largo situava-se o posto fixo da então Brigada de Trânsito da GNR equipado com báscula e que controlava o movimento dos transportes dos mimos das hortas da Costa com destino a Almada e a Lisboa, via “ferry-boats” a partir de Cacilhas.


No verso deste postal donde foi “arrancado” o selo por algum coleccionador menos esclarecido, datado de “Costa da Caparica, 6-7-1953” podemos ler:

“Querida amiguinha
Desejo que esta minha carta
te vá encontrar da saúde
assim como teus Pais.
A morada cá na Costa é:
Rua 2, Bairro da Escola
Porta A
Costa da Caparica
És capaz de dizer às nº 15
88 e 39 da nossa turma
a minha morada de cá
Eu já tenho tomado muitos
Banhos! Nado que nem um
carapau!
Saudades à Luisa e tu
recebe um beijo da colega amiga
Maria Isabel
Qualquer dia escrevo-te uma
cartinha mais “comprida”. Até à vista."



[sem indicação do editor do postal, 138X85 mm]

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segunda-feira, agosto 13, 2007

uma flor para... a cathy


cúmplice nas leituras e nas escritas
nos delírios de bocage e de pedro & inês
muitas felicidades doce amiga


Rosa Vermelha dos jardins do Pinheirinho, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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a sedução da medusa

Quando em 11 de Julho último publicámos na Oficina das Ideias um singelo poema, de inspiração instantânea, intitulado “O Oleiro e o Modelo” fomos agradavelmente surpreendidos por um comentário, feito poema, da querida amiga Medusa, do blogue Jardim da Medusa.

Escreveu-nos, assim, a Medusa:

Sedução

Brotam rimas num tom real
E mais olhares se encantam
Nessa beleza musical
Outras rimas se levantam.

Doçura assim é vital
E as linhas até cantam
Num prazer especial
De mais versos se alimentam.

Unem-se mãos junto aos olhos
E na harmonia de folhos
Nasce a obra sensação:

És oleiro de palavras
Que em vez de talhar lavras
Obra maior: Sedução.


Obrigado, querida Medusa.


Quem desejar recordar o poema “O Oleiro e o Modelo”

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domingo, agosto 12, 2007

mar do oeste


costa oeste rochosa
mar batido rico em pescado
paraíso dos pescadores à linha


Mar da Praia do Barril, Torres Vedras - Portugal

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chuva de estrelas

o mistério e a fantasia
Mitos e lendas, ou simplesmente uma curiosidade, a que o Povo dá dimensão de universal sentir e a Ciência procura a explicação que nem sempre é conseguida



Na noite de hoje para amanhã, com mais intensidade cerca das 3 horas de 13 de Agosto, será visível nos céus do hemisfério Norte um fenómeno astronómico, designado muitas vezes por “chuva de estrelas cadentes”. Embora a visibilidade deste fenómeno tenha lugar entre 23 de Julho e 22 de Agosto, é esta noite em que a intensidade será maior, com cerca de 120 meteoros por hora.

Perseides é uma das chuvas de meteoros mais conhecida, é a que tem lugar nesta época do ano no hemisfério Norte, e resulta da intercepção do planeta Terra com a órbita do cometa Swift-Tuttle que deixa na sua passagem milhões de partículas na sua trajectória que ao entrarem na atmosfera terrestre se tornam encandescentes.


Ainda me recordo nos meus tempos de meninice o medo que existia perante tal fenómeno pois mais parecia que o céu iria cair nas nossas cabeças. As referidas partículas de dimensões muito reduzidas pulverizam-se ao entrar na atmosfera terrestre com a emissão fugaz de forte intensidade luminosa resultante do atrito provocado na massa atmosférica onde as partículas entram a velocidades da ordem dos 200 mil quilómetros por hora.

Por vezes, alguns blocos de maiores dimensões ultrapassam a massa gasosa chocando com a superfície terrestre, são os meteoritos, alguns dos quais têm deixado marcas assinaláveis na crosta terrestre.

Durante muito tempo as "estrelas cadentes" foram interpretadas como corpos atmosféricos misteriosos e atribuía-se-lhes o prenúncio de eventos maléficos. Os gregos sabiam já que este fenómeno não correspondia à mudança ou queda de estrelas reais, pois estas eram fixas e distantes, mas não encontraram uma explicação para os rastos luminosos do firmamento.

Sabe-se hoje que o conhecido fenómeno das "estrelas cadentes" ou meteoros, como correctamente deve ser designado, é produzido por pequenos corpos, não maiores que uma ervilha, que, gravitando em torno do Sol, ao atingirem em grande velocidade a atmosfera terrestre, tornam-se incandescentes pelo choque com as moléculas de ar, reduzindo-se na maioria a pó antes de alcançarem o solo.

As "chuvas de estrelas" ou enxames de meteoros são geralmente designadas pelo nome da constelação na qual se situa a sua radiante, ou também pelo nome da estrela brilhante próxima da radiante. Mais raramente emprega-se o nome do cometa com o qual o enxame está relacionado. A "chuva de meteoros" só ocorre quando a órbita do enxame intersecta, ou passa próximo da órbita da Terra e, além disso, o enxame e a Terra chegam ao mesmo tempo à intersecção. A posição deste ponto na órbita da Terra determina a data da "chuva de meteoros".

Hoje serão vistas com intensidade as Perseídes que parecem provir da constelação Perseu.

Este fenómeno é conhecido também por “Lágrimas de S. Lourenço” por coincidir e servirem de homenagem a este santo festejado a 10 de Agosto, tal como vem referido n’O Verdadeiro Almanaque Borda d’Água.

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sábado, agosto 11, 2007

milho-rei


depois da descamisada
o milho é posto a eirar
milho-rei foi beijo entre namorados


Eira com espigas de milho, Barril, Torres Vedras - Portugal

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olhar o firmamento

Quando para o firmamento meu olhar ergui
Entre os milhares de estrelas tão brilhantes
Vislumbrei teu lindo rosto e só então sorri
Com a felicidade que só sentem os amantes

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sexta-feira, agosto 10, 2007

paraíso em flor


árvores florida um encanto
aos olhos dos mais atentos
beleza ímpar


Jardim público de Lourinhã, Lourinhã - Portugal

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a galena do pai do meu tio armando

tempos da rádio
O meu amigo Repórter, do Pó de Ser, deu o mote ao publicar um texto intitulado “A minha paixão nunca antes confessada” onde evoca a memória do muito que a “rádio com gente dentro” foi antes do advento da pressão das multinacionais dos média e da forma encapotada de censura que são as designadas “playlists”

Trouxe-me à memória dos tempos idos a minha breve incursão amadorística por territórios da radiodifusão, da telefonia e da telefonia sem fios, do encantamento da comunicação bidireccional e da interactividade entre o emissor e os ouvintes, os radiouvintes, como há época se dizia.

Aqui vou registando essas memórias ao ritmo das recordações.




Decorriam os anos 50 do século passado, talvez já iniciada a segunda metade da década, as férias de Verão, pelo menos parte significativa das mesmas, eram passadas numa aldeia da região Oeste de Portugal, terra de origem do meu ramo familiar materno: Fernandinho.

Tempos descuidados e sem preocupações passados nas correrias e brincadeiras próprias da miudagem de pouco mais de 10 anos de idade. Férias quase sempre acompanhado do meu primo Carlos, filho da irmã de minha mãe, em correrias de bicicletas e jogos do pião, do berlinde e tantos outros.

Sossegávamos e ficávamos embevecidos a olhar quando o avô do meu primo Carlos, antigo regedor da aldeia, se dispunha a mostrar-nos o seu baú de memórias e de saberes. Tocava banjo como ninguém e ficávamos horas a ouvi-lo tocar.

No entanto, aquilo que mais prendia a nossa atenção era uma aparelhómetro estranho a que ele chamava galena [*] ligado a um enorme fio de cobre esticado e com o qual depois de devidamente manipulado (sintonizado) nos possibilitava ouvir vozes e músicas, vindos sei lá de onde.

Apercebíamo-nos, contudo, que ele tinha algum cuidado para que do exterior da casa os passantes não se apercebessem do que estávamos a ouvir. Soube mais tarde, quando fui tendo consciência das coisas, que o Estado Novo punha muitas restrições à utilização destes equipamentos e que, mesmo naquela aldeia recôndita, os “escutas”, os bufos andavam sempre atentos.



[*] A galena foi inventada em 1906, quando um coronel do exército norte-americano, H. H. C. Dunwoody, patenteou o detector de cristal de sulfeto de chumbo natural (galena) que ligado a uma antena de fio de arame fino (bigode de gato) se transformava num receptor de emissões radiofónicas. Todo o som emitido pelo transmissor e captado pela antena, passava pelo cristal e era ouvido através de um par de auscultadores. As frequências emitidas eram sintonizadas no cristal ou pedra de galena, bastando para isso uma pequena variação na agulha.

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quinta-feira, agosto 09, 2007

cabeça de cavalo


cabeça de cavalo
simbolismo
património imaterial


Batente numa porta de Lourinhã, Lourinhã - Portugal

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o regresso

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento


O regresso
É o culminar da partida
Tal como o sussurro
Que afaga
Doce enleio do querer
A suavidade do mar cúmplice

O regresso
É a frescura da aragem
Penetra nosso peito
Aconchega
No arfar da emoção
Turbilhão de mui alva espuma

O regresso
Reencontro de olhares
Uma luz que alumia
Brilhante
O faiscar das pupilas
Sinais e segredos em partilha

O regresso
É o viver das memórias
Procura de novo alento
Confidências
Contidas no baú do tempo
Libertas, carícias dos sentidos

Sim!
Porque o regresso
É o desejo
É o Verão
Doce
Fruta madura.

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quarta-feira, agosto 08, 2007

gira gira girassol


procura sempre a luz do sol
energia de vida e sentir
fundamental


Girassol num jardim de Atalaia, Lourinhã - Portugal

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juros da nossa preocupação

a minha opinião
O pessoal da Oficina das Ideias está atento à actualidade política e social de Portugal e do Mundo. Aqui partilham o seu pensar através da minha análise modesta mas interessada



O mecanismo macro-económico da taxa de juro é utilizado pelos bancos centrais como um dos instrumentos de controlo da inflação, devendo-o ser feito em períodos relativamente curtos e bem determinados para evitar o risco de se transformarem num antídoto absorvido pelo sistema económico, criando uma espiral inflacionista sobre a qual deixa, então, de ter quaisquer efeitos.

O que numa época anterior à vigência da moeda Euro era determinado e aplicado pelo banco central de cada país, no nosso caso, pelo Banco de Portugal, embora sob influência dos movimentos monetários internacionais, no nosso caso, com relevância para o Dólar, passou a sê-lo pelo Banco Central Europeu após o advento do Euro.

Acresce que a luta política económica de liderança do sistema financeiro entre o Euro e o Dólar tem vindo a tornar a situação do controlo monetário muito mais sensível e melindrosa.

Mas o que provoca o surto inflacionista europeu e mundial que os aumentos da taxa de juro nos bancos centrais se propõe resolver (???) e que afecta fortemente a generalidade das populações, especialmente, as mais desfavorecidas?

O surto inflacionista que se verifica em todos os países que seguem o sistema político económico do designado “liberalismo” baseado nas teorias e mercado, especialmente, na “oferta e na procura”, resulta em grande parte de desequilibro entre a procura (disponibilidade financeira) e a oferta (produção de bens e de serviços).

Quer isto dizer que o poder financeiro é em muito resultante da especulação, bolsista, imobiliária, financeira, sem a correspondente produção de bens e de serviços no sentido de manterem o equilíbrio entre procura e oferta, o que impediria grande parte do surto inflacionista.

Esta situação é própria de uma “economia” desenfreada de acumulação do capital que coloca em última prioridade a componente social do desenvolvimento económico.

Acontece que os grandes desequilíbrios de desenvolvimento económico verificados no seio da União Europeia resultam num maior sacrifício sobre os países menos desenvolvidos, como é o caso de Portugal, onde se acumulam erros governamentais de sucessivos Governos e onde o aumento das taxas de juro se tornam, por isso, mais sensíveis para as populações.

Que o digam os jovens casais portugueses, da geração dos 500 euros, com as grandes dificuldades em que se encontram para satisfazerem os seus compromissos para com os bancos, especialmente, no que diz respeito aos empréstimos para habitação própria.

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terça-feira, agosto 07, 2007

uma flor para... a maçãzinha


dia bonito, luminoso
sentir forte de amigo
que te deseja mil venturas


Rosa branca dos jardins do Pinheirinho, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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costa, caparica

postais ilustrados com história
À volta de um postal ilustrado vamos tecer alguns comentários que a imagem nos inspirar, nas expectativa de que os nosso amigos visitantes possam acrescentar dados do seu saber

A Praia do Sol


Deslocar-se até à beira-mar fazia parte do ritual dos veraneantes que para o efeito vestiam trajes domingueiros, de sair, como o faziam quando faziam “picadeiro” Rua dos Pescadores abaixo e acima. Fato completo e chapéu a condizer. As damas de vestidos rodados de chita confeccionados.

Constituíam a parte da população menos abastada mas, ainda assim, com capacidade para alugar casa na zona balnear. A maioria da população portuguesa nos anos 40 do século passado nem sequer usufruía de período de férias. Os mais abastados deslocavam-se para os Estoris.

Os “dandies” vestidos nos trinques trajavam de branco dos pés à cabeça e as damas protegiam a sua sensível tez que mantinham muito branca com amplos chapéus de sol que faziam girar lentamente num gesto coquete.

Os homens mais afoitos trajavam calção de banho não prescindindo nunca duma camiseta interior de manga à cava. Tempos idos bem distantes do biquini, e do fio dental e da sunga, à boa maneira brasileira.


No verso deste postal enviado sem selo, eventualmente dentro de sobrescrito, com curiosa datação “Tá-Mar, 13-8-47” podemos ler:

“Mãezinha
Desejamos a tua saúde,
que nós felizmente bem.
Fizemos optima viagem.
A Branquinha está boa.
Eu muito melhor. Para
a semana vens passar
um dia connosco. Queres?
Qualquer dia torno a
escrever, sim? Saudades
do Aurélio. Beijinho da
Branquinha. Um xi-coração
da filha muito amiga. M. Luiza.”


[edição da Aliança Bíblica – Lisboa / 142X90 mm]

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segunda-feira, agosto 06, 2007

tons suaves


tons suaves como a pele de mulher
rosa tão bela de sentir
saudades que são sempre memórias


Rosa dos jardins do Pinheirinho, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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novos indicadores de leitura

De acordo com os critérios editoriais da Oficina das Ideias criamos, frequentemente, novos apontadores e leitura. Três razões fundamentais nos levam a essa decisão:

1 – Pela qualidade extraordinária que encontramos em determinado blogue, de acordo com a nossa avaliação pessoal;
2 – Como reconhecimento aos comentários que são deixados nos posts da Oficina das Ideias;
3 – Em resultado da permuta de indicadores de leitura.

Damos conta, de seguida, de alguns dos mais recentes, solicitando a todos os companheiros da blogoesfera que estando abrangidos pelos critérios referidos não tenham o respectivo indicador de leitura na Oficina das Ideias que nos façam chegar essa informação.

Whispers, do My Secret Whispers (Canada) – Life isn’t just about what you can have: it’s about what you have to give.

Astrid, do Astrid no País das Maravilhas (Portugal) – O prazer de ler e comentar os comentadores e as imagens...

A Medusa, do Jardim da Medusa (Portugal) – Sensualidade em flor.

Ponto Verde, do a_Sul (Portugal) – Blogue ambiental da Margem Sul, Pense Global, Aja Local, Salve a floresta portuguesa.

Anne, do Retalhos d’Alma (Brasil) - O vento sopra com força sobre as árvores jovens, não para lhes fazer mal, mas para ensinar suas raízes a sustentarem-se firmemente ao solo.

Silêncio Culpado, de O Silêncio Culpado (Portugal) – A verdade nunca é injusta; pode magoar mas não deixa ferida, Eduardo Girão.

Vieira Calado, do O Cão Merdock (Portugal) – Merdock era um cão singular e deu origem, em Faro, a uma extraordinária manifestação de solidariedade que culminou na sua libertação. Aqui se relembram os factos e as personagens envolvidas.

Ninho de Cuco, do Moendo CaféNão há nada de nobre em sermos superiores ao próximo. A verdadeira nobreza consiste em sermos superiores ao que éramos antes (autor desconhecido).

Quique, do Un Simple? Por qué? (Costa Rica) – La mente es... nada.

Mulher Aspirina, do Mulher Aspirina (Brasil) – Não mata mas alivia.

Gasolina, do Flor da Palavra (Portugal)

Vladimir, do Vladimir da Lapa (Portugal) – O grande pensador que decidiu partilhar a sua visão muito própria do mundo.

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domingo, agosto 05, 2007

defesa de costa


de reduzidas dimensões perante a Natureza
agreste, imponente, bela
defendeu outrora a linha de costa


Forte de defesa da costa, Ribamar, Mafra - Portugal

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49 meses na blogoesfera

Já passou mais um mês depois dos quatro anos de caminhada pelas veredas da amizade e dos afectos que a participação na Blogoesfera proporciona. Cumprimos o estatuto editorial da primeira hora “textos e imagens próprios e originais, a temática da cultura de um Povo e da defesa da região da Praia do Sol e desenvolvimento dos afectos e do muito querer”.

A cada mês que passa novos desafios surgem, novas amizades ganham raízes, dimensionam-se excelentes parcerias. São infindáveis as hipóteses de inovação, de renovação, do lançamento de novas ideias. As dificuldades pontuais são compensadas por interessantes projectos a médio prazo.

O tempo de veraneio, as merecidas férias de muitos dos leitores, reflectem-se no número de visitantes diário, que em Maio deste ano esteve mesmo à beira de um milhar. Por razões para as quais ainda não encontrámos explicação é cada vez maior o número de países que se fazem presentes na Oficina das Ideias.

O espaço de comentários foi para o Oficina das Ideias, desde a primeira hora, um espaço de diálogo, nunca de polémica e muito menos de monólogo. Nesse sentido nunca deixámos nenhum comentário sem resposta, tendo sido a partir deste diálogo desenvolvidos fortes laços de amizade.

No último mês, o número de comentários foi de 117, a partir de 32 comentadores, valores que nos deram bastante satisfação. É de grande importância para o enriquecimento da Oficina das Ideias esta contribuição dos dedicados e amigos leitores.

Quanto a visitas atingimos a cifra de 226.412 com origem em 136 países diferentes, valores facultados pelo SiteMeter e pelo NeoWORX. De Portugal 94.465 visitas; do Brasil 93.531 visitas e de Espanha 6.755 garantem um lugar no pódio.

Total de postagens – 3.026, onde cerca de metade são fotografias da autoria do nosso amigo Olho de Lince.

Um agradecimento especial a Blogger.com e a Blogspot.com onde editamos e alojamos a Oficina das Ideias desde a primeira hora.


Quadro de Honra (a ordem não segue qualquer classificação, antes é ordem de registo)

Ivone, do Um Silêncio de Paixão (Portugal)
Repórter, do Pó de Ser (Portugal)
Sónia, do Imagens (Itália)
Rafael, do Buda Verde (Brasil)
James, do Reflexões (Brasil)
Claudia P, do Cor de Dentro (Brasil)
Whispers, do My Secret Whispers (Canada) [*]
Astrid, do Astrid no País das Maravilhas (Portugal) [*]
A Medusa, do Jardim da Medusa (Portugal) [*]
Bailarina, do Bailar das Letras (Brasil)
Ery Roberto, do Infinito Positivo (Brasil)
Ponto Verde, do a_Sul (Portugal) [*]
Anne, do Retalhos d’Alma (Brasil) [*]
C Valente, do C Valente (Portugal)
São, do EspectacológicaS (Portugal)
Silêncio Culpado, de O Silêncio Culpado (Portugal) [*]
Eduardo P. L., do Varal das Ideias (Brasil)
Lígia (Brasil)
Vieira Calado, do O Cão Merdock (Portugal) [*]
Ninho de Cuco, do Moendo Café (Portugal) [*]
Quique, do Un Simple? Por qué? (Costa Rica) [*]
James Stuart, do Szerinting (Hungria)
Lualil, do Traduzir-se... (Brasil)
Mulher Aspirina, do Mulher Aspirina (Brasil) [*]
Luísa Margarida, do Cantábile (Brasil)
Gwendolyn, do A Cantora (Brasil)
Rui Manhente, do Viandante (Portugal)
Lila (Portugal)
Mila, do Horta da Mila (Portugal)
Sandra, do Gata por um Fio (Brasil)
Gasolina, do Flor da Palavra (Portugal) [*]
Vladimir, do Vladimir da Lapa (Portugal) [*]
A TODOS o nosso MUITO OBRIGADO!

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sábado, agosto 04, 2007

na minha memória


na minha memória mantem-se
esta rosa de beleza ímpar
no sonho do arco-íris


Rosa lilás dos jardins do Pinheirinho, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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mares convergentes

sentires da praia do sol
Nas caminhadas ou na simples contemplação na Praia do Sol extravasamos todos os nossos sentires no azul do mar, no doirado das areias, nos odores da maresia




Já passou tempo que o sol deixou de dardejar a Terra com a intensidade que tem feito nos últimos dias. É a sua vital energia que chega até, imprescindível mas para a qual é necessários cuidados e precauções adicionados, agora que surgem efeitos do vandalismo que o ser humano tem cometido sobre a Natureza.

Mas nesta altura já o sol diminuiu a sua intensidade e aquece os corpos por ele beijados com a doçura do fim de tarde quando as gaivotas à beira-mar se reúnem em colónias que muito em breve decidirão do destino colectivo. Hoje, por certo, permanecerão no Grande Areal pois a noite prevê-se seja tranquila e cálida.

Não aprazaram o encontro, mas sempre acontece, não por casualidade, mas porque os acontecimentos anteriores a ambos induzem este convergir para o mar quando a acalmia se chega à orla marítima, no momento em que o vento húmido da maresia roda para a brisa que passa a correr de terra para o mar.

Nesse mágico momento olhares carregados de sentir cruzam em mensagens de código estranho a que somente os iniciados na partilha e na permuta de afectos podem ter acesso. Um ligeiro sorriso, um cerrar quase imperceptível das pálpebras, um respirar ligeiramente mais agitado. Emoção.

Depois foi o caminhar lado a lado. Passo lento para a conversa ter mais sabor e o próprio odor do mar impregnar o corpo e o sentir. Cumplicidade no aproximar dos corpos, do tocar das ancas, do afastar ligeiramente... Sensualidade à flor da pele.

Se fosse possível um mesmo observador encontrar-se no mesmo momento em dois pontos muito distantes do globo ficaria, por certo, surpreendido com o que lhe era dado observar...

Uma mulher jovem, airosa no caminhar descalça sobre uma areia escura e grada, quase pequenos calhaus rolados, olhava sonhadora para o mar imenso, talvez mesmo um enorme lago pois não tinha ondulação e sonhava com a magia do âmbar. Seu olhos fulgiam em tonalidades que o observador não conseguia definir e embora caminhando só, mais parecia acompanhada pelos requebros que dava ao corpo e pela conversa que parecia manter.

Muito longe, quase do outro lado da Terra, as distâncias nem sempre se medem em quilómetros, um ancião de cabelo prata arregaçara as calças e pés mergulhados no espraiar das ondas caminhava para Sul sobre um manto de areia fina e doirada. Os olhos castanho, cansados, pareceram mudar de cor e ganhar mais brilho quando o mar rolou mais forte e a água lhe chegou aos joelhos, molhando a dobra das calças. Curvou-se e apanhou uma pequenina concha que o mar havia depositado na areia.

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sexta-feira, agosto 03, 2007

embarcação centenária


o "canope" vem do século XIX
foi pertença do mestre José Efigénio
outrora de laranja pintado, hoje como se vê


Embarcação "Canope" na Frente Praias, Praia do Sol, Almada - Portugal

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ao "kontrastes" dissémos...

O nosso amigo João Ferreira Dias apresentou-nos, em tempos, um questionário para recolher a nossa opinião sobre blogues e a Blogoesfera. Daqui resultou um texto que foi publicado no blogue Kontrastes. Para quem não teve oportunidade de ler na altura aqui fica a nossa opinião, então expressa.


1. Sabendo que a blogoesfera é uma janela para a vida cibernética, como vê o fenómeno «blogue»?
R1. O fenómeno “blogue” é o concretizar da necessidade natural que o ser humano tem em comunicar, em interagir, em partilhar ideias e afectos. Além do mais, é um dos mais democráticos meios de comunicação. Não tem a tutela dos governos. Não pergunta qual a religião, a cor, a raça do blogueiro. Está ao alcance de todos, independentemente da sua condição social, da sua idade. É muitas vezes o escape de pessoas que fruto das suas incapacidades físicas têm na blogoesfera o único espaço de comunicação. É um verdadeiro meio de comunicação de todos.

2. Quando acede à blogoesfera que tipo de blogues procura?
R2. Tenho uma lista de indicadores de leitura referenciados na coluna da direita da Oficina das Ideias, onde vou colocando um conjunto de blogues que me agradam, não forçosamente de uma temática fixa. Contudo, de um modo geral, agradam-me mais os blogues que procuram partilhar afectos, nas suas mais diversas formas de expressão: imagens, poemas, prosa.

3. O que o levou a criar um blogue?
R3. Resultou de um desafio de um colega e amigo que tinha iniciado a sua actividade blogueira algum tempo antes: o Fumaças, do João Carvalho Fernandes. No entanto, o “vício” da escrita já vinha de muitos anos antes, tendo tomado a forma de pequenas crónicas escritas em cadernos de capa preta por sugestão de um outro amigo que viria também a criar o seu blogue nesta leva de desafios: o Pedro Gomes, do Sintra Gare.

4. Que balanço faz da sua estadia na blogoesfera e da blogoesfera actual?
R4. Iniciámos a nossa actividade na blogoesfera em 5 de Julho de 2003 quando ainda estava no seu início a grande explosão blogoesférica. Julgo que teve grande importância na época o lançamento do livro “Blogs”, de Luís Ene e ...., mas estava já “em andamento” a grande vaga de blogues nacionais. Apareceram muitos blogues novos, outros, alguns de referência desapareceram, a temática foi-se diversificando com o passar do tempo. De resto, não noto outras diferenças significativas...

5. Acha que os blogues podem substituir a imprensa on-line?
R5. Cada estilo de presença na Internet tem o seu espaço. Donde, penso que a imprensa “on-line” tem o seu espaço próprio, a utilidade que a actualização rápida lhe dá. No entanto, considero que a blogoesfera esta muito além da imprensa electrónica embora, cada vez mais, sejam os jornalistas a fazerem as suas incursões neste espaço blogueiro. O jornalismo é uma actividade que deveria ter muito mais investigação, o que por vezes não acontece; a blogoesfera é um espaço mais intimista onde cada um vai até onde as suas capacidades e imaginação o permitam.

6. Em que medida os blogues influenciam ou influenciaram a sua vida e/ou actividade profissional?
R6. A minha vida profissional não foi em nada influenciada pelos blogues, tanto mais que me iniciei na blogoesfera após ter obtido o estatuto de “Reformado”. O contrário já será verdade, na medida em que estive profissionalmente ligado durante cerca de 40 anos à Informática, participei nas primeiras acções de informatização em Portugal e contribuí tecnicamente para a aquisição dos primeiros computadores pessoais que vieram para o nosso País. Quanto à influência na minha vida privada, isso sim, pois dedico algumas horas do meu tempo a esta actividade, nas vertentes escrita (com bastante investigação) e das imagens (calcorreando muitos quilómetros na procura de boas imagens que se deixem fotografar).

7. O que faz um bom blogue?
R7. A simplicidade e o positivismo. Textos de qualidade com ilustrações adequadas. A originalidade...

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quinta-feira, agosto 02, 2007

pensar terras do longe


a magia do pôr-do-sol à beira-mar
um pensamento forte para as terras do longe
o desejo da tua doce companhia


Pôr-do-sol na Praia do Primoroso, Praia do Sol, Almada - Portugal

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desafio da condessa

A minha querida Condessa do Barral teve o afecto de me oferecer no seu blogue Cantábile esta sensual imagem...


Não resisti a escrever a propósito este singelo poema, que a Condessa teve a gentileza de publicar...



"Nos contornos do teu corpo espraiei minha carícia
Percorri cada curva, cada doce concavidade
Esta foi tão somente a primícia
Do prazer até à saciedade


Seio atrevido, intimidade
Desejo de afagos e de malícia
Mamilos túrgidos de excitação e de vontade
Sedentos de beijos de uma boca ávida sem pudicícia ."

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quarta-feira, agosto 01, 2007

amor de verão, a___gosto


_gostas de amoras?
_sim!
_vou dizer ao teu pai que namoras!


Amoras silvestres de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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em julho de 2007 a oficina das ideias publicou:

Textos
Dia 1 – Em Junho a Oficina das Ideias publicou
Dia 2 – Navego [espaço de poetar]
Dia 3 – Que triste este País... [a minha opinião]
Dia 4 – Henrique Viana vivo! [gente e factos]
Dia 5 – Quatro anos na blogoesfera
Dia 6 – Festas Populares
Dia 7 – 07 - 07 - 07
Dia 8 – As 7 Maravilhas
Dia 9 – Estatística e Honra
Dia 10 – Novos Indicadores de Leitura
Dia 11 – O Oleiro e o Modelo [espaço de poetar]
Dia 12 – Chamamento das Runas
Dia 13 – O Palhaço
Dia 14 – A jóia do passado britânico
Dia 15 – A arte de Hermes Dell’Iccio
Dia 16 – Um CD e um Livro
Dia 17 – O fumo desfez-se na imaginação [espaço de poetar]
Dia 18 – Choupana de Pescadores [postais ilustrados com história]
Dia 19 – Flores dos Alpes
Dia 20 – Os Amigos encontram-se
Dia 21 – Caminhar na Areia [sentires da praia do sol]
Dia 22 – O mel da Arriba Fóssil
Dia 23 – “Piercings” para o umbigo da Oficina
Dia 24 – Passadeira Vermelha
Dia 25 – Partida para a Pesca [postais ilustrados com história]
Dia 26 – A partida [espaço de poetar]
Dia 27 – Singeleza
Dia 28 – Delicada Flor [sentires da praia do sol]
Dia 29 – Tempo despudorado
Dia 30 – Passadeira Vermelha 2
Dia 31 – Caminhar no Arco-Íris [espaço de poetar]

Imagens
Dia 1 – De Cinza e Azul
Dia 2 – Mãos que conversam
Dia 3 – Fonte dos Algares
Dia 4 – Tanta Música...
Dia 5 – “Caribeño”
Dia 6 – Chapéus há muitos...
Dia 8 – Coroa de Sol
Dia 9 – Marcas da História
Dia 10 – O Homem das Colheres
Dia 11 – Portas de Azul
Dia 12 – Agreste Serrania
Dia 13 – Capela da tradição
Dia 14 – Fim do dia, Dia novo
Dia 15 – Pétalas de rosa
Dia 16 – Recordar
Dia 17 – Carícia do Mar
Dia 18 – Flores da Areia
Dia 19 – Estranha combinação
Dia 20 – Esplendor da simplicidade
Dia 21 – Perigos mil
Dia 22 – Florinha de Vermelho
Dia 23 – Que azul...
Dia 24 – Maravilha...
Dia 25 – Corre Mundo
Dia 26 – Sonhar Alegria
Dia 27 – Jardins floridos
Dia 28 – Gémeas de Vermelho
Dia 29 – Galeria de beleza
Dia 30 – Luar de Verão
Dia 31 – Mar da tranquilidade

Uma flor para...
Dia 7 - ...a São (EspectacológicaS)

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