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domingo, maio 31, 2009

o soar dos tritões


são mitos que o povo sente
soam os búzios lá longe
a tradição não desmente
da aurora a sol-poente
fosse soldado ou monge




Esculturas nos canhões, Fortaleza de Valença, Valença - Portugal/Espanha

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de ti o meu vício

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras, dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas encontrar o encantamento das coisas simples e das vivências de um ancião




Tremem-lhe a voz e os sentidos
Suores frios marcam o rosto
Nos sulcos dos tempos idos
Nas marcas do sol-posto.

Faltam-lhe a voz e o pensar
Na caminhada dos dias
A dor que quer calar
Nas luzes fugidias.

É sentir o fim chegar
A ressaca deste vício
Depois o renovar
Finar do suplício.

Primavera reinício
Doce afago do olhar
Afastar-se do precipício
Todo o tempo recuperar

Palavras são melodias
Frases sentidas de encantar
Despertam sonhos, letargias
Novas forças para caminhar

Uma carícia no rosto
Aroma da pele nos sentidos
Caminhar veredas de a gosto
Seres inteiros seres sorridos.

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sábado, maio 30, 2009

campos de vinha tão belos


até perdermos de vista
até às altas montanhas
numa pintura de artista
num "bouquet" de florista
são vinhas que nos entranhas




Latadas de vinha, Região do Vinho Verde - Portugal/Espanha

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o excepcional "alvarinho"

Licenciada em matemáticas, funcionária de uma companhia de seguros, dança no rancho folclórico da terra, é guia turística do seu amado Minho e, principalmente, é uma jovem mamã… é uma mulher do Norte, carago!

Contou-nos os encantamentos do Minho e do rio que separa, quiçá junta, Portugal a Espanha e levou-nos aos segredos desse néctar único que se produz na região: o vinho Alvarinho.

Muitas pessoas confundem o vinho verde com o vinho Alvarinho, julgam este último tratar-se de um tipo de vinho verde de maior qualidade, mas vinho verde na mesma. A nossa gentil guia tratou de esclarecer, de pôr nos "iis" os pingos, como soe dizer-se, na defesa dos dois tipos de vinho.

Aliás, nem o próprio vinho designado “Alvariño” ou “Albariño” por nuestros hermanos algo tem a ver com o nosso Alvarinho. Embora a constituição intrínseca dos terrenos seja semelhante dos dois lados do rio Minho, na verdade o lado português é soleado da parte da tarde o que dá às uvas uma maior qualidade nos seus constituintes, sem menor a concentração em ácidos málicos, dispensado tratamentos subsequentes que baixam a qualidade dos néctares.




A nossa dilecta guia deu-nos, então, algumas dicas que muito ajudam ao reconhecimento e degustação dos vinhos Alvarinho:

1. É um vinho monocástico (casta Alvarinho)
2. Não tem gás
3. Tem uma graduação de 13,5 / 14 graus
4. Tem uma durabilidade de 5 a 6 anos e se conservado em cascos de carvalho está óptimo mesmo até aos 10 anos
5. Está inserido na Região do Vinho Verde mas não o é
6. É produzido exclusivamente com uvas dos concelhos de Melgaço e de Monção
7. Ao palato deixa vestígios de frutos exóticos, manga e maçã verde
8. Os aromas são de flor de laranjeira

Em resumo “é fiel ao que cheira” é um vinho sério de que se recomenda uma degustação cuidada.



[Obrigado minha querida amiga Argentina, até pelo telefonema mesmo agora estabelecido. Beijinhos.]

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sexta-feira, maio 29, 2009

uma flor para... a lualil


parceira do caminhar
no recife calçada acima
escreveste com teu olhar
imagens de encantar
eu fotografava uma rima




Lualil, é a minha querida amiga Liliana Miranda, animadora do ArteSanear e escritora emérita do Recife

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a carta

um conto de Liliana Miranda




Outra vez não conseguiu reunir palavras que traduzissem tudo que sentia. Mais uma vez manteve fria e branca a folha de papel. Desta vez se impacientou, sentiu alguma angústia, talvez fosse dor. Levantou-se. Precisava de ar. Precisava pensar e reorganizar as idéias. Precisava sentir o vento tocar-lhe o rosto, ouvir o barulho da arrebentação das ondas nas rochas e olhar o infinito por sobre o mar. Ficou assim por um longo tempo ate ser despertada pelos gritos do carteiro, um antigo conhecido, que chamava pelo seu nome e acenava-lhe em frente a sua casa. Era uma casa ampla, arejada, com um alpendre convidativo, ficava no alto de uma pequena montanha e a vista era fantástica. Naquela manhã, mesmo já tendo feito seu passeio diário na praia, sentia-se impaciente e outra vez sentiu vontade de descer e molhar seus pés. Virou-se, acenou para ele e foi ao seu encontro.

Lá estava uma carta. Não tinha sequer visto de quem era muito menos de onde vinha. Mas alguma coisa a fez tremer. Alguma coisa poderia mudar depois que ela lesse a carta. Ela sentia isso. Talvez o mar a tivesse segredado ao ouvido. Entrou. Colocou a carta em cima da mesa de trabalho e não ousou confirmar de quem era. Talvez tivesse algum receio ou talvez apenas precisasse tomar um chá bem quente, pois o vento lá fora estava frio. Era um chá de canela, seu preferido e como ainda faltavam algumas horas antes do almoço resolveu também comer algumas torradas.

Pegou a carta, sentia-se mais tranqüila, mais segura e aquecida. Era dele. Talvez ela até já soubesse disso, o mar lhe trouxe uma saudade distante. Não se viam há algum tempo e desde lá só uma ou duas cartas havia chegado, mesmo assim, apenas com noticias breves, como, aliás, também foram as suas respostas.

Sentia agora, diferente da época da despedida, que o tempo era necessário para compreender muitas coisas, inclusive a distancia entre eles. A carta havia sido escrita há duas semanas atrás e logo de início ela associou a data a sua recente dificuldade em escrever. Desde lá, havia escrito muito pouco e seu editor começava a pressionar. Seu último romance resultou em um sucesso muito grande e os leitores aguardavam certamente o próximo com mais ansiedade. Era assim que seu editor pensava.

Minha querida...

Eram estas as primeiras palavras. Ela parecia ouvir o tom da sua voz, o brilho dos seus olhos, talvez até sentisse o toque das suas mãos. Sentiu uma saudade tão grande que teve o impulso de parar de ler. Não podia se deixar levar por tamanha emoção já que vinha há dias tentando buscar algum equilíbrio e assim escrever com mais facilidade. Voltou a colocar a carta sobre a mesa. Acendeu um cigarro, fechou um pouco os olhos e não resistiu em segurar nas mãos a carta outra vez.

Há alguns dias tenho sonhado contigo, e nos sonhos sempre te vejo presa, sem conseguir se libertar por mais que se esforce. Ao final destes sonhos, a ultima coisa que vejo são os teus olhos. Eles me pedem algo, me dizem alguma coisa que eu não consigo compreender. Sinto-me impotente. Uma saudade enorme tomou conta de mim e sinto vontade de deixar tudo e seguir ao teu encontro.

_ Não. Eu não tenho que continuar a ler isto, pensou ela. Tinha lágrimas nos olhos e sentia seu coração bater num ritmo diferente. Com um leve tremor nas mãos deixou que a carta caísse no chão. Levantou-se e foi até a sua mesa de trabalho, sentou em frente à mesma folha de papel em branco. E num impulso inexplicável se iam soltando todos os sentimentos presos e as palavras começavam a brotar facilmente. Nascia ali seu novo livro e ela não parou de escrever durante um razoável tempo até que o livro estava quase no seu final.

Todas as manhãs fazia o seu habitual passeio na praia, olhava o mar com a mesma misteriosa curiosidade e admiração. Tomava um chá ou um café forte e se deixava entregar pela escrita, pelas emoções como se estivesse em transe.

Ana, uma mulher de seus 65 anos e pele muito clara, era sua companhia de todos os dias. Preparava-lhe as refeições, atendia os telefonemas, lhe ouvia atenta e com a sabedoria de quem já viveu alguns anos a mais lhe dava alguns conselhos. Ultimamente estava se sentindo mais feliz vendo que o ritmo de trabalho naquela casa voltava ao normal.

_ A senhora não quer um pouco de café forte? Acabei de fazer creme e sei que é assim o seu preferido. Então, que me diz?
_ Quero sim Ana, obrigada. Preciso mesmo parar um pouco. Há algo que precisa ser feito e há um tempo deixei pela metade, farei agora. Espero pelo café na varanda está bem?


Havia guardado a carta sem terminar de ler dentro de uma caixinha que permanecia sempre na mesa ao lado da sua cama. Pegou a carta e seguiu para a varanda. Olhou o mar, sentiu o vento e abriu a carta outra vez.

Mas eu sei que não pode ser assim. Sei, sobretudo, que me pediste para que eu me mantivesse distante, que precisavas pensar, precisavas compreender os meus, os teus e os nossos sentimentos. Respeito. E tenho mesmo que respeitar afinal fui eu que decidi ir embora.

Nós dois, temos, sempre tivemos, uma relação muito forte e muitas vezes conseguimos sentir alegrias e dores um do outro. Senti estes dias uma angustia que me apertava o peito, sentia que alguma coisa estava a te acontecer e te via paralisada. Sentia-te presa.

Não sei por que, mas eu não conseguia terminar esta carta, algo me impedia. Ontem, outra vez, sonhei contigo. Podia tocar as tuas mãos, sentia outra vez o perfume dos teus cabelos, a maciez da tua pele, o gosto da tua boca e tinhas olhos brilhantes que olhavam serenamente nos meus. Acomodei-te em meus braços, sentia-me em paz e então falei ao teu ouvido aquilo que irei repetir ao longo de toda a minha vida: Amo-te! Eternamente. Amo-te com toda a força que o meu coração é capaz de suportar.

Depois de ontem não tive duvida tudo parecia claro pra mim e não eras tu que estavas presa. Era a mim que via como se fosses tu. E percebi que mantinha minhas emoções presas em mim. Prendi a mim próprio tentando ocultar de mim a importância que tens na minha vida, achava que estava me protegendo. Estava enganado. Sei que me mostraste isso em nossos sonhos. Nossos encontros. Obrigado.
Ate breve, muito breve!


Quando lhe trouxe o café com creme e alguma torradas, a Ana pode perceber lágrimas em seus olhos, mas não havia em seu rosto nenhum sinal de tristeza. Talvez fosse apenas saudade. Talvez uma notícia esperada.

Tomou a xícara nas mãos, tomou o delicioso café com creme que a Ana sempre lhe fazia com esmero, comeu torradas e ainda trocaram algumas palavras sobre o tempo e sobre providencias de rotina a serem tomadas na casa.

Depois do café ela ainda permaneceu na varanda por um longo tempo olhando para o mar. A carta em suas mãos. Em seu rosto, além de felicidade, havia uma forte expressão de surpresa. Parecia tentar compreender algo.

Então leu suas ultimas palavras escritas:

Ele insistia em perguntar se ela o amava. Ele sabia que sim. Amavam-se profundamente e como todo sentimento profundo e forte, difícil de ser compreendido. Sentia-se confuso e inseguro, por isso partiu. Ela sabia que apesar de amarem-se precisavam compreender algumas coisas. Precisavam estar distantes, ainda precisavam continuar distantes.

A ela pareceu não haver mais nada a ser dito. Talvez apenas um ponto final. Mas, de repente acrescentou:

Quando ela terminou de ler a carta que havia chegado, sentiu uma enorme vontade de também correr ao encontro dele. Ela o amava tanto. Podia naquele momento ouvir a voz dele. Apesar da saudade estava feliz como se ele estivesse ao seu lado. Tinha um sorriso nos lábios.

Vestiu um casaco, lá fora o vento estava ainda mais forte e as ondas batiam nas rochas fazendo um grande barulho. Ela sentiu vontade de correr. Seus cabelos voavam com o vento e o perfume deles ficava no ar. Diminuiu os passos e percebeu que havia alguém mais adiante, o que não era comum naquela hora mas, devia ser alguém conhecido, sentiu-se tranqüila e continuou e viu que acenava-lhe. Seu coração parecia acelerar de repente e ela sem compreender o porquê repetia sem parar:
_ Até breve, muito breve!... Até breve, muito breve!...
Até estar completamente entregue nos braços dele e seus lábios silenciados nos dele.

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quinta-feira, maio 28, 2009

folhas de hera, amor


estas folhas singulares
verdes com vermelho rebordo
são como meus olhares
que procuram os pomares
de teus frutos que recordo




Folhas de hera, Villa Termal de Arnoia, Galicia - Espanha

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mar tão cúmplice

Não foi fácil ao velho marinheiro percorrer a íngreme vereda que desce quase até ao mar, sempre havia pensado ser mais difícil a descida do que a subida e assim era, mas o apelo forte do mar não lhe deixou outra alternativa do que pôr-se ao caminho. Trôpego, as pernas já não tinham a ligeireza doutros tempos, lá foi fazendo a caminhada, aproveitando a fresquidão da alvorada.

À sua memória, como num filme a que já faltassem pedaços, acorriam tempos dispersos, sentires profundos, de quando essa mesma vereda descia para se ir encontrar com a mais bela mulher que algum dia havia conhecido. De beleza física sem par, mas também com uma aura de cor que sempre a envolvia quase não sendo necessário trocar palavras para entenderem mutuamente seus sentires.

Perdera-a no tempo, que o tempo que passa não se compraz com profundos sentimentos, varre os pensamentos como as ondas quando se espraiam na areia, mas sempre imagina que um dia a encontrará nas doiradas areias, na cumplicidade do mar, do seu mar, que a bela mulher do seu encantamento sempre usava dizer “do nosso mar”.

Quando chegou ao areal o dia que começara tão luminoso pareceu de súbito enevoar-se, uma neblina densa e fria impedia-o de ver o enrolar das ondas que sentia e ouvia ali tão perto. Teve dúvidas se não seria a sua própria vista que o atraiçoara no cansaço da descida da vereda. Passou mais do que uma vez as mãos pelos olhos na tentativa infrutífera de afastar a névoa que lhe tirava a visão.

Pés descalços, calças arregaçadas, abeirou-se do mar que lhe lambia docemente os pés, uma onda mais forte molhou-lhe as calças tornando-as pesadas. Sentiu algo bater-lhe nas pernas, baloiçando, baloiçar de barcaça na dança da ondulação. Segurou a barcaça com a mão firme, esforçou-se por galgar a borda e sentiu-se dentro dela em doce balanceio.

Um cântico suave, um perfume inesquecível convidava-o a navegar, chamava-o como tantas vezes antes lhe acontecera em encontros de tanta luz e cor. Mas agora era a névoa densa que o envolvia. O mar agitou-se, quase não reconhecia naquele ancião de cabelo branco desgrenhado o velho marinheiro cúmplice de tantos sentires. Puxou-o mais para sim, para onde a vista do ser humano já não alcança.

Contam os homens da beira-mar que em noites de Lua Cheia, lá longe onde o mar muda de cor, de azul para verde e até para lilás, vêem forte luminosidade e uma pequena barcaça com os vultos de um velho de brancos cabelos e de uma bela mulher que docemente se abraçam.

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quarta-feira, maio 27, 2009

uma rosa






Rosa bicolor dos jardins do Pinheirinho, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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sobre alterações climatéricas em almada

A AGENEAL e a Câmara Municipal de Almada vão levar a efeito no próximo dia 28 de Maio (amanhã), pelas 21h30m no Auditório Lopes Graça, Fórum Municipal Romeu Correia, o CINECLIMA - mostra de filmes sobre Alterações Climáticas - que decorre paralelamente à Conferência Internacional “Roteiro Local para as Alterações Climáticas” e que inclui a estreia mundial (excepto UK) do muito aclamado documentário "The Age of Stupid" de Franny Armstrong.




Esta exibição engloba ainda uma série de curtas-metragens, entre documentários, filmes de animação e spots publicitários cujo “alinhamento” de apresentação é o seguinte:

Spots Publicitários
(Vários) com a duração total de 9 minutos.

Filmes publicitários - cheios de acção, dramatismo e por vezes forte ironia, que não deixam ninguém indiferente ao problema das Alterações Climáticas.
“Condomínio da Terra”; 1’ – (VERSÃO PORTUGUESA, 2009) - Sílvia Alberto dá a cara pelo “Condomínio da Terra” e apela ao Compromisso de Gaia. Com a chancela da Quercus.
“As Alterações Climáticas”; 3’ – (PORTUGAL, 2006) - Crianças de Almada explicam aos crescidos os problemas das Alterações Climáticas.
“La maison en petit cubes”; 15’ – (JAPÃO, 2008) - Um Homem vai adicionando pisos à sua casa à medida que o nível das águas sobe. Premiado com um Óscar, esta animação de Kunio Katô não deixa ninguém indiferente.

Spots de Animação
“Animals Save the Planet”; 3’ – (REINO UNIDO, 2008) - Pequenos e divertidos filmes de animação onde animais personificam acções que os humanos devem adoptar para combater as alterações climáticas.
Permafrost! Ciência Polar a 62’S; 14’ – (PORTUGAL, 2009) - Uma equipa de cientistas portugueses estuda a camada de solo gelado na Antárctida – o permafrost. Um impressionante testemunho da contribuição da investigação portuguesa para o conhecimento que o Mundo tem das Alterações Climáticas. Em estreia absoluta.

Documentário
“The Age of Stupid”; 92’ – (REINO UNIDO, 2009) - Em 2055, um Homem num Mundo devastado pelas Alterações Climáticas recorda variadas provas que, em 2007, mostravam que algo poderia ter sido feito. Pergunta-se a si próprio, porque é que não se alterou o rumo das coisas quando ainda era possível? Um documentário ficcionado que ainda só foi visto no Reino Unido e que chega a Portugal através do CINECLIMA de Almada.

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o elo mais fraco

A presença na blogosfera é para muitos de nós uma forma de espelharmos publicamente parte do que nos vai na alma, dos nossos gostos e saberes, no prazer da partilha e da convivialidade, no enriquecimento mútuo, no sedimentar de amizades e de cumplicidades.

Com o passar do tempo, tal como acontece com os sentimentos pessoais, cresceu em nós lentamente um grande amor por uma das temáticas que fomos tratando aqui nas páginas da Oficina das Ideias: os relógios de sol.

Respondendo a um oportuno desafio e extravasando o que ia no nosso sentir resolvemos deitar mão a um projecto, que tal como nos projectos de vida nos lançámos de alma e coração. Encetámos no Dia do Sol a publicação de um espaço na blogosfera exclusivamente dedicado aos quadrantes solares: o Quadrante e o Gnómon.

Embora a sua publicação não tivesse desde a sua origem publicação diária, o facto de o fazermos três vezes por semana implicou sempre muito trabalho de pesquisa, muito empenhamento, duas horas diárias de dedicação, pelo menos. Sempre o fizemos com a paixão que a esta temática dedicamos.

Não soubemos encontrar a resposta adequada a este nosso labor, como demonstrado fica pelo número reduzido de visitas, média de 7 visitas diárias e a inexistência prática de qualquer comentário que nos ajudasse a encontrar o correcto caminho.

A “paixão é chama que arde sem se ver”. A paixão pelos relógios de sol continua viva no nosso sentir. Não se encontram reunidas condições para continuarmos a alimentar este fogo que não nos aquece.

É com muita amargura que decidimos suspender “sine dia” a publicação de “o Quadrante e o Gnómon”.

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terça-feira, maio 26, 2009

poema para quem o sente


contém em si o poema




Flores brancas, Área de Serviço de Leiria, AE1 - Portugal

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os silêncios que se calam

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras, dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas encontrar o encantamento das coisas simples e das vivências de um ancião




As palavras que se dizem
Aquelas que não são ditas
Os silêncios que se calam
Que são gritos de revolta
A esperança que se realiza
No sonho de que se solta
Um futuro construído
Nas palavras que são escritas.

As palavras que se escrevem
Mais aquelas que são ditas
Formam frases de sentires
Em sentimentos de revolta
Na luta pela igualdade
Que da solidariedade se solta
No rumo certo das verdades
Que no pensar ficam escritas.

A força do nosso âmago
Que se exterioriza em revolta
É solidariedade sentida
Nas palavras que são escritas
É a força de um sonho
Que a esperança liberta e solta

É o querer que vem da alma
Nas palavras que são ditas
É o cavalo alazão liberto
Que em forte galopar se solta
Rumo à justiça e à verdade
Que nas palavras estão escritas.

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segunda-feira, maio 25, 2009

são dons da natureza


da paleta do artista
recolher cores de beleza
músico seria solista
político iberista
são os dons da Natureza




Rio Minho-Rio Miño, da paleta do artista - Portugal/Galícia/España

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rio minho, rio miño

“El Capitan” é um galego de barba cerrada esbranquiçada dos anos que passam que conduz o seu barco “catamaran” rio Minho acima, rio Minho abaixo enquanto vai comentando lentamente em castelhano, para que todos o entendam, as belezas naturais e aquilo que o Homem acrescentou em ambas as margens do leito do rio. Seria mais correcto se a este belo rio lhe chamasse Rio Miño, pois em terras da Galicia nos encontramos.



Basta-lhe uma pequena roda de navegar que acciona o lema para nos levar pelas curvas e contracurvas do Miño, do rio continuamos a falar, que reflecte em suas águas límpidas o verdejante das margens. Este rio é, por isso mesmo, sempre verde e castanho que mais parece ter saído da paleta, dos pincéis e dos óleos de um pintor afamado.



E conta histórias, melhor estórias dos tempos idos, das povoações submersas pelas águas da Barragem de Frieira, dos pescadores das trutas e das lampreias que do rio Miño têm incomparável sabor e contextura e para tudo a sua explicação.

Quem conhece os fundos do rio sabe que o sai de areias e pedras roladas. Na viagem que as trutas e as lampreias fazem rio acima vão encontrando os fundos com calhaus rolados cada vez de maior dimensão… mas continuam a subir. A baixa temperatura dos calhaus rolados e a sua dimensão tornam o peixe mais rijo e saboroso… para os apreciadores as trutas e as lampreias do Rio Miño (Minho no nosso dizer de portugueses) são as melhores do mundo.



Cruzamo-nos com patos bravos, com águias e tantas outras aves que dão mais vida e encantamento a esta paisagem soberba. Logo depois, sem sentirmos o tempo passar, chegamos à Vila Termal de Arnoia e dizemos “Adios!” a El Capitan e à sua bonita assistente, Linda de seu nome.

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domingo, maio 24, 2009

varal da tradição


para a roupa corar
num estendal da tradição
há que deixar flutuar
e na aragem procurar
raios de sol de paixão




Estendal numa casa tradicional do centro histórico, Guimarães - Portugal

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no tempo de dom afonso

“Para lá de uma pequena porta encontra-se um grande restaurante”, comentário que se encontra escrito no livro de honra do restaurante, entre milhares de mensagens que vão sendo deixadas pelos clientes após terem degustado uma original refeição, a darem nota positiva ao serviço e à arte culinária de uma “chef” de cozinha com um longo percurso na gastronomia minhota.

Estamos no coração do centro histórico da cidade que para muitos historiadores e estudiosos é o berço da nacionalidade portuguesa, na Praça de S. Tiago da cidade de Guimarães onde a oferta de restaurantes é profusa. A nossa opção, repetentes, aliás, na escolha, vai para o restaurante El-Rei, de seu nome completo El-Rei D. Afonso, que expõe a ementa, como todos os outros, em escaparate colocado no espaço para onde se prolonga o espaço de restauração que funciona na “loja”, zona térrea dos característicos edifícios que dão à Praça de S. Tiago o enquadramento urbanístico.

Instalados à mesa de esmerada apresentação, inclusive, com guardanapos de pano que tanto conforto propiciam, iniciamos o repasto com uma entrada de “queijo de vaca em azeite aromatizado de alecrim” a preparar a boca para um excelente vinho tinto alvarinho da Casa da Fojeira que dá pelo nome de “Tenente Bernardo”, de 2007.



Os quatro comensais à mesa optaram por rodarem em duas escolhas da lista das carnes, tendo ambas estado à altura do apetite de quem com tanto prazer as degustou:

Alheira no forno com batata a murro



e

Posta à Lagareiro com batata a murro



De pois de terminarmos com um verdadeiro “Vulcão de chocolate” foi tempo de deixarmos o registo da nossa passagem e da nossa satisfação no Livro de Honra e de saudarmos o esmero de Augusto Gonçalves, nas mesas e de Almerinda dos Anjos na cozinha.






Restaurante El-Rei D. Afonso
Praça de S. Tiago, 20ª
4800-445 Guimarães
Telefones 253 419 096 / 962 631 050

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sábado, maio 23, 2009

saber contar, saber ler


o dragão domina a terra
pela força e saber
o fantástico que encerra
a protecção da guerra
saber contar, saber ler




Dragão, Jardim Budha Eden, Quinta dos Loridos, Bombarral - Portugal

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minha paixão de loucura

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras, dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas encontrar o encantamento das coisas simples e das vivências de um ancião




Corre-me fogo nas veias
No sentir da tua ausência
Neste estado de demência
Do vício em que me enleias.

Na paixão, na inclemência
Nos cânticos das sereias
Sinto a prisão das cadeias
Que contam minha vivência

Quando voltares para mim
Com teu olhar de doçura
Vou responder-te que sim

Pois tu és a minha cura
Desta solidão sem ter fim
Minha paixão de loucura.

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sexta-feira, maio 22, 2009

o leão que guarda a vinha


vindo do oriente
em voo de libelinha
aguarda paciente
a visita desta gente
o leão que guarda a vinha




Leões e vinha, Jardim Budha Eden, Quinta dos Loridos, Bombarral - Portugal

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bandeira azul no grande areal – 2009

A Bandeira Azul é atribuída anualmente às praias e aos portos de recreio que cumpram um conjunto de critérios de natureza ambiental, de segurança e conforto dos utentes e de informação e sensibilização ambiental. Este galardão, símbolo de referência da qualidade ambiental que os portugueses reconhecem e valorizam é o resultado de candidaturas voluntárias de cumprimento dos critérios estabelecidos para as zonas balneares.

No que diz respeito às Praias, a Bandeira Azul traduz o respeito pelos critérios da Qualidade da Água, Informação e Educação Ambiental, Gestão Ambiental e Equipamentos e Segurança.

A ABAE é formalmente constituída em 1990, embora tenha iniciado em 1986 um empenhado trabalho em todo o território nacional, pautando-se pela isenção e rigor da informação, tornando-se uma verdadeira referência de qualidade, de voluntarismo e de cidadania, ou seja a verdadeira expressão da sociedade civil. Este seu galardão - Bandeira Azul - assume uma incontornável importância para os portugueses que identificam este símbolo como garantia de qualidade e bem-estar.




A Associação Bandeira Azul da Europa – ABAE – atribuiu este galardão para o ano de 2008 às seguintes praias do Grande Areal, costa atlântica pertencente ao Município de Almada, que se prolonga por mais de vinte quilómetros entre a Trafaria e a Fonte da Telha:


Mata
Cabana do Pescador
Rei
Sereia (Waikiki)


E este ano com as entradas das praias da zona “Frente Praias”:

Tarquínio/Paraíso
CDS



Este ano o Programa Bandeira Azul 2009 elegeu, como tema central das actividades de educação ambiental, as Energias Renováveis aplicadas às Praias e Marinas. Pretende-se, assim, alertar para o aumento das emissões de gases com efeito de estufa e para a necessidade de redução destas emissões. É fundamental a promoção da utilização das energias renováveis, alterando os nossos comportamentos, e, assim, contribuir para um planeta sustentável, o que constitui o principal desafio a nível mundial para o século XXI.

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quinta-feira, maio 21, 2009

olhares das moçoilas


caminhei pelos trigais
pelos campos de papoilas
malmequeres florais
da tradição olivais
os olhares das moçoilas




Ramos de espiga, mercado de Monte de Caparica, Almada - Portugal

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dia da espiga

Quarenta dias depois da Páscoa comemora-se, no calendário cristão, a Ascensão de Cristo, quinta-feira da Ascensão, no dizer popular Quinta-feira da Espiga. Na tradição, é tempo de ir aos campos colher um ramo, em que a espiga de trigo é o elemento principal e que maior simbolismo contém.

Os ramos constituídos pelas espigas de trigo e por diversas flores silvestres e, em certas regiões, por um raminho de oliveira, simbolizam a fecundidade da terra e por ampliação do simbolismo, a abundância, a beleza, a paz, entre as pessoas e nos lares. O raminho do ano perdura dentro de casa até ser substituído pela “espiga” do ano seguinte.

Há quem atribua a sua origem a rituais do cristianismo antigo, relacionados com a benção dos primeiros frutos do ano, mas como acontece em tantas situações semelhantes o mais provável é tratar-se da apropriação cristã de antigas tradições pagãs associadas às festas em honra da deusa Flora que ocorriam nesta época do ano.

Representou, desde os tempos mais remotos, um momento mágico da vivência das gentes, pelo que tem de desabrochar da vida, da revitalização vegetativa. Do desejo da concretização de boas colheitas dos frutos resultado do eclodir primaveril.

Em tempos passados as populações dependiam totalmente das condições atmosféricas, para as quais poucas defesas possuíam, pelo que era com ansiedade que aguardavam os resultados das novas colheitas. Quando eram boas havia lugar a uma autêntica explosão de sentires, era a festa.

Este é tempo de transição que teve o seu início no Equinócio da Primavera, e como todos os tempos de transição é tempo sagrado, pelo que é cheio de cerimoniais, de rituais, de festividades com as quais pretendiam os nossos antepassados remotos expulsar “definitivamente” o Inverno.

Durante séculos em todo o mundo mediterrâneo realizaram-se grandiosos festivais florais em que os jovens em idade casadoira se espalhavam pelos campos e, em alegre convívio cantavam e dançavam, e se enfeitavam com verduras e flores, num ritual ancestral de que o Dia da Espiga constitui, por certo, o seu herdeiro dilecto.

Poder-se-á dizer, então, que fazendo parte deste ciclo festivo da Primavera, a Quinta Feira da Ascensão, ou Quinta-feira da Espiga, corresponde à cristianização de uma sequência de festividades pagãs ligadas à celebração e consagração da natureza.

Em muitas regiões do País, especialmente no Sul, é festejado com tradição o “Dia da Espiga” com especial destaque para a Freguesia de Salir, no Concelho de Loulé, onde a festividade ganha foros de feriado local. Também em Mafra, na "região saloia", alundindo ao facto de ser feriado municipal e ao tradicional "pão de Mafra" é uso dizer-se: "No Dia da Espiga não há pão em Mafra!".

Simbologia do ramo da “espiga”:

Espiga de trigo – pão
Malmequer – oiro e prata
Papoila – Amor e vida
Oliveira – Azeite e Paz
Videira – Vinho e alegria
Alecrim – Saúde e força

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quarta-feira, maio 20, 2009

diluviana paixão


rosa vermelha, paixão
profundo sentir e querer
como o tempo de monção
é diluviana emoção
é a razão do viver




Rosa dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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comentários na ribalta

Diversos comentários são feitos que trazem muito enriquecimento aos nossos textos originais. Sentimos, então, ser uma injustiça não os trazer até à ribalta da Oficina das Ideias para que um maior número dos nossos leitores tenha deles conhecimento. É também uma forma que temos de reconhecer e agradecer esses mesmos comentários.

A nossa querida amiga Milu, do Miluzinha – Blog, deixou-nos estas pérolas que convosco partilhamos:


Sobre o “silêncio”

Como eu gosto do silêncio! É como se tudo deixasse de existir, o bom, é certo, mas também deixaria de existir o mau! No silêncio mais profundo, interrompido ao longe por um fraco latido de um solitário cão, ou mesmo o súbito cantar de um galo na madrugada, são sensações que me atiram docemente para as recordações da minha infância, na aldeia natal dos meus pais, que ainda hoje exerce um estranho fascínio sobre a minha sensibilidade, ou melhor, sobre minha capacidade de sentir deleite nas coisas mais simples da vida.

Sobre o “sentir-se livre”

Cada um de nós bem sabe o que lhe vai lá dentro! Quem teve bem cedo de encarar a vida cara a cara, não gosta de "arreios"! Bem bastam os que bastam, ou seja, aqueles que temos de usar para ganhar a vida, ainda que por vezes, nos apeteça sacudi-los! Afora isso nada de grilhões, mas a vida, por vezes prega-nos partidas, ainda assim, viver é maravilhoso!

Sobre o “pão por Deus”

Nos meus tempos de meninice, o dia 1 de Novembro, dia de todos os Santos, para mim, nessa altura, dia do pão por Deus, era um acontecimento importante na minha vida. Era o dia em que chegava a casa com uma saca de pano cheiinha de tudo quanto eu não tinha nos outros dias do ano! Bolos, merendeiras, rebuçados, chocolates, nozes, figos secos, chupas, enfim, tudo aquilo que perfaz o delírio de uma criança que pouco tinha! E dinheiro! Claro! Dinheiro, com o qual comprava depois ainda mais guloseimas! Além de tudo isto, havia a camaradagem, o grupo que se unia com o mesmo fim. Encher a saca o mais que fosse possível! Lá íamos proferindo rua fora e em uníssono: "Ó tia dá bolinho?" E se alguém má cara fazia, retorquíamos: "Se não leva com uma cavaca no focinho!" Parece mal, mas fazia-me rir!... Criança é mesmo assim - irreverente...”

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terça-feira, maio 19, 2009

banham-se as ninfas


na água límpida da fonte
em tempos de calmaria
com o sol no horizonte
à espera que a lua desponte
banham-se as ninfas magia




Conjunto escultórico, Quinta dos Loridos, Jardim Budha Eden, Bombarral - Portugal

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saca-rolhas em exposição

O Museu do Vinho Bairrada em Anadia irá apresentar pela 1ª vez a público aquela que é a maior e mais importante colecção de saca-rolhas Portuguesa. Esta colecção pertencente aos herdeiros do Comendador Adolfo Roque encontra-se entre as maiores do mundo pertencendo ao clube estrito de coleccionadores a que estatutariamente somente podem pertencer os 50 melhores.

Esta valiosíssima colecção reunida pelo saudoso Comendador Eng. Adolfo Roque e cumprindo uma vontade sua, estará agora exposta no Museu por acordo entre os herdeiros da família e a Autarquia de Anadia. Esta exposição passará a integrar o espólio permanente do Museu o que constitui um enriquecimento do património material e imaterial da Anadia e de Portugal.

Entre as inúmeras capacidades, como empresário e cidadão activo, o Engenheiro Adolfo Roque (1934-2008) teve a de criar esta magnífica colecção de saca-rolhas, considerada mundialmente como uma das melhores e, conferindo ao seu autor, a condição de membro de um dos mais exclusivos clubes existentes, o ICCA, International Correspondence of Corkscrew Addicts, que reúne, entre os seus cinquenta associados criteriosamente seleccionados, os maiores coleccionadores de saca-rolhas do mundo.



um dos saca-rolhas em exposição


O Engenheiro Adolfo Roque tinha todas as características de um bom coleccionador, a começar por não indicar uma data para o início da sua colecção. De facto, as raízes de uma colecção estão nas próprias e insondáveis raízes da pessoa, e o seu valor consiste, não na quantidade ou na riqueza, mas no tesouro emocional que ela proporciona.

No seu caso, a vida de seu pai, consagrada à vinicultura de qualidade, nesta rica região da Bairrada, terá sido um berço significativo. Sempre convivendo com as operações do vinho, Adolfo Roque ganhou um carinho especial por aqueles pequeninos objectos, tão simples mas tão brilhantes, tão elegantes, tão engenhosos.

Mas não teria sido feita esta colecção se não tivesse existido um espírito viajado, sedento de conhecimento e vivência, tão paciente e meticuloso na recolha destes saca-rolhas, cada um possuidor de uma história e de um percurso próprio.

Uns foram adquiridos no local mais simples e acessível, outros vieram de grandes cidades, arrematados em riquíssimos leilões. Não interessa! O que importa é que, para o coração do seu justamente orgulhoso coleccionador, todos eles eram filhos de uma enorme paixão que, agora, pode ser partilhada com os visitantes que a desejem sinceramente desfrutar.

A cerimónia de inauguração das exposições será feita no dia 23de Maio (Sábado) pelas 15:30 e terá a participação pessoal da família Roque e dos próprios artistas plásticos que apresentam exposições temáticas.

Exposição de Paco Pestana : IVA INCLUIDO: AMÉN (de 23 de Maio a 31 de Outubro de 2009)


Exposição de Rico Sequeira: ILUMINAÇÔES E SOMBRAS EM HONRA DO VINHO (de 23 de Maio a 31 de Outubro de 2009)


APRESENTAÇÂO DA COLECÇÃO ADOLFO ROQUE - MAIOR COLECÇÂO PORTUGUESA (exposições de longa duração)


Museu Vinho Bairrada
Av. Eng. Tavares da Silva 3780 - 203 Anadia
Telefone: 231 519 780




A Oficina das Ideias agradece sensibilizada o convite do nosso amigo e companheiro de tantos passeios e degustações vínicas, Pedro Dias.



Fontes: Nota de imprensa da organização e pesquisa da Oficina das Ideias

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segunda-feira, maio 18, 2009

âncora, querer cimeiro


de tanto ter navegado
está exausto o marinheiro
a porto seguro chegado
procura o ente amado
sua âncora querer cimeiro




Ãncora nos jardins da Aroeira, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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novos indicadores de leitura

De acordo com os critérios editoriais da Oficina das Ideias criamos, frequentemente, novos apontadores de leitura. Três razões fundamentais nos levam a essa decisão:

1 – Pela qualidade extraordinária que encontramos em determinado blogue, de acordo com a nossa avaliação pessoal;
2 – Como reconhecimento aos comentários que são deixados nos posts da Oficina das Ideias;
3 – Em resultado da permuta de indicadores de leitura.

Esta permuta desinteressada de indicadores de leitura é uma das características mais positivas da blogoesfera e de quem a utiliza com espírito construtivo e solidário que coloca acima dos seus pessoais interesses a satisfação dos leitores.

Damos conta, de seguida, de alguns dos mais recentes, solicitando a todos os companheiros da blogoesfera que estando abrangidos pelos critérios referidos não tenham o respectivo indicador de leitura na Oficina das Ideias que nos façam chegar essa informação.


Novos indicadores:

Desnuda, de Desnuda (Brasil) – “Tão bom que aqui eu sonho, que venho e me levanto até de estranho. ( Mariana Freitas Costa Lima) - Que importam as coisas e os seres a não ser no momento infinito e raro em que elas sem caricaturas despem-se de todo o artifício e frias e loucas são elas mesmas nuas? ( Nudez/Tanussi Cardoso)

Porque a vaidade nos alimenta, de Humildevaidade (Portugal) – “aqui vou partilhar tudo o que me envaidece, até porque "A vaidade alheia só nos é antipática quando vai de encontro à nossa." ( Friedrich Nietzsche)

A Single Season, de Dyanna (Roménia) – “If we had no winter, the spring would not be so pleasant; if we did sometimes taste of adversity, prosperity would not be so welcome

Novo Capítulo, de Roqquinha (Portugal) –

Eternamente Menina, de Menina Marota (Portugal) – “Serei eternamente menina, nas minhas memórias, nos meus amores, nos meus sorrisos…”

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domingo, maio 17, 2009

luz de muito amar


é um toucado de mulher
tão belo como o olhar
não é desejo qualquer
nem sonho que aprouver
é a luz de muito amar




Floral dos jardins da Aroeira, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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sentir-se livre

Foi sempre um pássaro sem gaiola, desde que de si próprio tem sentir e conhecimento. Começou a trabalhar para ajudar ao sustento da casa ainda menino, contribuindo para reduzir as carências do seu lar, o que lhe deu bem cedo um elevado grau de independência que o seu progenitor aceitava, desde que os parcos escudos que ganhava entrassem para o orçamento familiar.

À escola pouco foi, pois primeiro estava o ofício, e os incentivos para aceitar estar “preso” entre quatro paredes da sala de aulas não existiam. Aprendeu a ler e a escrever, a fazer contas também, mas quedou-se pela designada “4ª classe” que a isso a lei dos homens obrigava.

Não tinha horas de entrar em casa, ele que tão menino era, nem sequer dava satisfações à família. O importante era de manhã bem cedo estar pronto a fazer a caminhada, por vezes de seis ou sete quilómetros que o levava até ao local de trabalho, caminhando sozinho por carreiros e atalhos para as pernas poupar.

Aquela prisão do horário de trabalho incomodava a sua maneira de ser e de viver a vida. Logo que a idade o permitiu e quando de aprendiz já tinha passado começou a trabalhar por conta própria. O rendimento não era tão certo e seguro, mas sentia-se livre como sempre desejava continuar a ser.

Nem o casamento, por amor o foi certamente, lhe refreou o desejo de liberdade. Horas de chegar a casa não existiam e a companheira logo se habituou à situação. Na verdade não haviam maus tratos como tantas mulheres à época em surdina se lamentavam e sempre entravam a horas os rendimentos do trabalho.

O vinte e cinco de Abril veio trazer-lhe liberdade a forma de verbalizar o que desde sempre sentia – uma enorme repulsa à “longa noite fascista” – e dedicado ao associativismo pouca atenção dava ao lar, pouco parava junto dos seus, vivia a “sua” liberdade, desde menino construída. Os anos foram passando, o cabelo branco cobriu-lhe a cabeça e o cansaço da vida dele foi tomando conta.

Nos alcatruzes da vida, que tanto nos leva ao topo como logo nos empurra para as profundezas do poço, a doença chegou-se à sua companheira de sempre, agarrando-a a uma cadeira de rodas totalmente dependente. Viu-se a sós com tamanho problema, sentiu que a liberdade era desta forma atroz cerceada para sempre.

O corpo pedia-lhe liberdade, não ter horas de regressar a casa, não aceitar condicionalismos de ninguém. Mas as preocupações falavam mais alto, o espírito não mais teve sossego, nunca mais sentiu a liberdade.

Um dia confessou-me que até pensamentos estranhos lhe passavam pelo sentir.

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sábado, maio 16, 2009

sininhos em lilás


são sinos tão delicados
de lilás a tonalidade
contêm em si mil recados
para os seres afortunados
sinais de felicidade




Sininhos, dos jardins da Aroeira, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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portugal e brasil, tradição comum

Em 1 de Novembro de 2005, já lá vão quase quatro anos publicámos na Oficina das Ideias um texto alusivo à tradição do Dia de Todos-os-Santos em Portugal que começava assim:

O Pão-por-Deus
As nossas crianças, os meus netos, os miúdos da cidade nunca conheceram a magia do "Pão-por-Deus" que fazia andar bandos de crianças no dia 1 de Novembro, dia de Todos-os-Santos, de porta em porta, de vizinho em vizinho, pedindo figos, nozes e outras guloseimas.
_Ó Vizinha, dê o “Pão-por-Deus!


Ler o restante…


Qual não foi a surpresa [e satisfação confesso] quando recentemente recebemos este comentário da querida Amiga Angelina, professora em Santa Catarina, no Brasil:

Aqui no Brasil esta tradição cultural, trazida pelos imigrantes açorianos, passou a ser utilizada entre os enamorados para pedir amor.
A pureza destes costumes dava a vida simples do nosso povo, o mais belo dos encantos, com o envio do Pão-por-Deus. Esta comunicação singela e romântica em forma de mensagens de amor, simpatia e amizade era escritas em lindos papéis rendilhados, coloridos, em forma de coração, ou de acordo com a sensibilidade artística de cada um.
Hoje, como professora de Língua Portuguesa, busco resgatar junto aos meus alunos um pouco desta cultura.

Respondemos assim:

Querida Angelina
Belo trabalho que estás a realizar na defesa do património imaterial das gentes dos nossos países.
Gostaria muito de ter acesso a um desses lindos papéis rendilhados, nem que fosse uma imagem.
Espero receber mais saberes sobre a tua actividade.

E aí está a resposta da nossa querida Amiga Angelina que muito vem enriquecer o nosso saber sobre tão interessante tema do nosso património imaterial comum:

“Em uma pesquisa feita por meus alunos eles gravaram as seguintes frases, que ouviram das pessoas que viveram esta tradição:

“Primeiro eu chegava até a pessoa fazia um versinho com o nome dela e pedia (de boca mesmo). Esperava uma semana, se ela não correspondesse eu fazia o coração e mandava pedir novamente”. (moradora de Imaruí, 76 anos).

“O pão por Deus tinha formato de coração. O coração era rendado e no papel de seda, colorido. Dentro tinha quadrinhas amorosas que mandavam para os namorados, padrinhos.” (moradora de Laguna, 65 anos)

Também conseguimos resgatar alguns versos:

"Lá vai meu coração
Que agora não posso ir
Neste rendilhado papel
Pão-por-Deus mando pedir".

"Lá vai meu coração
No carro do tio Silvério
Vai encontrar com Renato
O meu amor eterno".

"Lá vai meu Pão-por-Deus
Nas asas de uma andorinha
Vai pedir o Pão-por-Deus
A minha amada Belinha".

"Eu mando este Pão-por-Deus
Me lembrei da tradição
Está gravado o teu nome
No fundo do meu coração".

Obrigado querida Angelina por tão interessante partilha.

CONTINUEMOS….

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sexta-feira, maio 15, 2009

singela beleza


no meio do mato agreste
sobressai rara beleza
suave de branco se veste
é uma imagem celeste
de tão grande riqueza




Flor silvestre, Jardim Budha Eden, Quinta dos Loridos, Bombarral - Portugal

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o silêncio do frio

Nada do que a seguir irei escrever parece fazer sentido, nem tão pouco tem fundamento científico, nem mesmo do saber da vida. Contudo, o cérebro parece que “empurra” a mão para que com a caneta, logo depois, com o teclado do computador desenhe as letras do texto.

A madrugada está silenciosa como há muito a não sentia. É o silêncio do frio. É o silêncio do branco.

O branco, na realidade, não deveria ser silencioso, pelo menos com tamanha profundidade como hoje aparenta, pois sendo o resultado da fusão de todas as cores, também o seu equivalente sonoro deveria sê-lo em relação à totalidade das notas musicais. O branco não deveria ser este profundo silêncio.

Nesta madrugada é isto que sinto: Silêncio, profundo silêncio. O movimento de automóveis na direcção da cidade é já intenso, mas o ruído dos rodados no asfalto não se faz ouvir.

O mar bate forte no rebentar das ondas agora que a maré está cheia, mas o tremendo bru-á-á que se deveria ouvir, som quantas vezes aterrador, não consegue ultrapassar o topo da fóssil arriba.

As avezitas que esvoaçam ao alvorecer, agitadas aos primeiros tempos da manhã, e que usam colorir os ares com os seus trinados, estão em silêncio. Nem o próprio ar que circula das terras do extremo norte, cortante como lâminas afiadas, provoca qualquer ruído.

É o silêncio do branco.
É o silêncio do frio.

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quinta-feira, maio 14, 2009

nau dos corvos


dá às aves guarida
onde tranquilas nidificam
recordo a voz querida
nas ondas atrevidas
que os meus pés me salpicam




Nau dos Corvos, Cabo Carvoeiro, Peniche - Portugal

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o fumo desfez-se na Imaginação

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras, dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas encontrar o encantamento das coisas simples e das vivências de um ancião




Tirou mais uma fumaça
Do cigarro que já lhe amargava a boca.

Na ténue nuvem cinza
Moldou-se imaginação...
Corpo querido, de muito amado
Que nas mãos quis recolher
Em doce carícia.

Olhou então as mãos
Marcadas do viver.

Crispadas sem génio.

O fumo desfez-se
Na imaginação.

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quarta-feira, maio 13, 2009

texturas rochosas


parecem inertes mortas
mas à nossa costa dão vida
escrever direito em linhas tortas
é o abrir das comportas
à imaginação desmedida




Campos de lapiás, Cabo Carvoeiro, Peniche - Portugal

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minhas mãos

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras, dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas encontrar o encantamento das coisas simples e das vivências de um ancião





Olhei as mãos como há muito o não fazia
Tempo marcado nas rugas, muita tremura
Do sentir que na memória ainda perdura
Serem expressão da caminhada de magia.

Mãos que falaram mil vezes em ternura
Numa carícia o corpo de mulher a harmonia
Cumplicidade vivida como se escreve poesia
Na rima no sentido do querer uma procura

Mãos carentes em dádiva total de amor sentido
Em carícia tão leve como o toque duma flor
Francas no afago ao rosto suave do ente querido

São agora ásperas secas e baças sem esplendor
Perderam há muito a agilidade o viço atrevido
São hoje a memória de um beijo inspirador.

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terça-feira, maio 12, 2009

meu mar, nosso mar


da caparica este mar
é único no meu sentir
em ti posso confiar
meus quereres de amar
minha paixão no devir




Mar do Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

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do mar

Deitara-se tarde, no tempo em que a noite já caminha afoitamente para o madrugar, cansado das andanças da vida, percorrendo veredas de cor na procura do sonho, o sonho que outros dormires lhe tirara, por esquivo mais desejado ainda.

O corpo dorido a pedir repouso disputava o seu sentir ao espírito que teimava em manter-se desperto e que num turbilhão de desencontrados pensamentos, o lançava. Encontrava-se naquele estado de vigília em que o corpo já parecia ter-se ausentado mas a alma teimava para as pálpebras não cerrarem.

No meio de tamanha tormenta que lhe trazia à memória o mar tumultuoso que tantas vezes procurara amainar, pareceu-lhe ouvir um fio de voz que murmurava nos lugares mais recônditos do seu cérebro: “meu mar… mar… ai o mar...”, uma voz maviosa, talvez mesmo, somente a musicalidade de um cântico de uma misteriosa sereia.

Sobressaltou-se, não sabendo mesmo distinguir o sonho da realidade, pois as palavras sentidas continuaram a pairar no seu ouvido, agora completamente desperto, o sono que não chegara sequer a tomar-lhe o corpo e o espírito e agora tudo a parecer-lhe mais confuso, acelerando-lhe as batidas cardíacas.

O sossego já o deixara e levara consigo o cansaço, procurou agasalhar-se que sabia estar fria a noite aclarada pelos primeiros raios da aurora e caminhou na direcção do areal onde se projectava a sua sombra dando mais mistério ao momento, verificou então quanto curvado estava seu corpo sofrido pelo tempo que passa.

Sentiu-se só, muito só no vasto areal e quando olhou para sul na direcção das minas de ouro onde as pepitas já não fulgem e mais além o barbárico promontório vislumbrou que o cacimbo matinal melhor não deixa ver uma silhueta que reconheceu por tanto a ter no pensamento.

Estugou a passada difícil de no areal caminhar mas tem a perfeita noção de que a distância se mantém, a imagem tão etérea como antes, o sentimento de quem nunca conseguirá atingir o que procura, na impossibilidade de realizar a utopia. Mas caminhou, caminhou cada vez mais depressa.

Tudo lhe pareceu irreal, mesmo os sítios por si tão conhecidos de tanto os ter calcorreado, temeu mesmo já ter perdido o sentido de orientação, quando de súbito numa mudança abrupta do cenário se viu junto ao vulto que ainda há pouco tão distante lhe parecia.

Não reconheceu aquela mulher tão bela mas teve a certeza de que tinha sido a sua maviosa voz que pronunciara as doces palavras que o haviam despertado, tão pouco ela reagiu mais do que com um leve sorriso e continuou o caminho, mas com espanto verificou, na direcção do norte, do monte da lua, esfumando-se no seu sentir.

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segunda-feira, maio 11, 2009

perfeito amor


amor perfeito
mas existe perfeito amor
a entrega ao seu eleito
do sentir satisfeito
com verdadeiro ardor?




Amor Perfeito, dos jardins da Aroeira, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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uma lágrima de jasmim

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras, dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas encontrar o encantamento das coisas simples e das vivências de um ancião



Intenso aroma
Dos dias de Primavera
Envolvia os sentidos
Naqueles tempos perdidos
Do que fora uma quimera
No voo de uma paloma.

Como o tempo sensual
Que dura uma carícia
Penetrou no coração
Acendeu tal paixão
Em momento de impudícia
Foi a chama ritual.

Mas voltou ao seu jardim
Recolhida e modesta
De quem tem muito valor
Símbolo do muito amor
Aquilo que no fim resta
Uma lágrima de jasmim.

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domingo, maio 10, 2009

mão de oiro


ela é sempre doirada
quando apoia um amigo
caminhamos de mão dada
nesta mui doce jornada
tu que és o meu abrigo




Mão doirada, Jardim Budha Eden, Quinta dos Lorigos, Bombarral - Portugal

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o meu amigo arnaldo

O meu amigo Arnaldo dizia comovido para os muitos que o estavam a ouvir, com a voz apanhada pela emoção que não pela falta de convicção do seu pensamento: “Não sou doutor mas como eles falo com o que aprendi no associativismo”. Foi operário metalúrgico, pouco andou na escola, mas muito aprendeu nessas autênticas universidades que são as colectividades.

Universidades da vida, do sentir colectivo, da camaradagem e da solidariedade, onde se “formaram” homens de sentir democrático, lutadores contra a ditadura pela defesa colectiva de uma vida melhor. Não são políticos carreiristas que procuram o seu bem-estar pessoal, os benefícios do poder. São homens de corpo inteiro que completos se entregam à melhoria do bem comum.

O meu amigo Arnaldo foi operário metalúrgico, quase duas dezenas de anos emigrado em alpinas terras, que assim a penúria de um País adiado o obrigou a fazer. Depois das horas de árduo trabalho sempre encontrou tempo para o colectivismo e com o seu amor clubista ajudar a fundar uma “Casa do Benfica” em terras do longe e do frio.

Não se limitou, por certo, a sua actividade a tão nobre objectivo de reunir e ocupar os tempos livres dos portugueses distantes. Com ele conviveram e procuraram apoio e ajuda muitos portugueses obrigados a emigrarem, exilados numa terra agreste, perseguidos na sai própria terra por lutarem contra uma ditadura opressora, lutarem pela melhoria de vida sua e dos seus.

Logo após a gloriosa alvorada do vinte e cinco de Abril de 1974, quando as notícias das certezas a terras distantes chegaram, reuniu ao seu redor gente de pensar e de sentir futuro e esperança e criou uma “Associação Democrática” que agora à luz do dia pudesse defender os interesses dos portugueses perdidos e, agora, encontrados.

Passaram mais trinta e cinco anos, amadureceu na vida mas não no ímpeto criativo de colectivamente defender os justos desejos de um Povo que em construção continua, na esperança de um dia haver obra acabada e quando falarmos em globalização todos entenderem que se trata de globalização social e de solidariedade. Por isso mesmo, hoje e agora, o ouvimos afirmar de viva voz, emocionada, contudo, que “Sou doutor formado na universidade do colectivismo e do associativismo”.

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sábado, maio 09, 2009

lua de maio plena


lua de maio plena
tem a cor dos jardins
tem o cheiro da açucena
a música duma verbena
a brancura dos jasmins




Lua Cheia de Maio às 4 horas e 1 minuto

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no café

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras, dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas encontrar o encantamento das coisas simples e das vivências de um ancião



Sentado à mesa do café,
A do fundo,
A do costume...

Deixo espraiar o meu olhar
Ausente
Mergulhado na vida já vivida...

Encontro olhos de mar,
Boca de carmim,
Que me disse: _Dá-me lume?

Encontrei abrigo,
Afecto,
Cumplicidade
Que julgava há muito perdida.

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sexta-feira, maio 08, 2009

a cor do sol


cabelos brancos em espiral
pela luz do sol iluminados
tomaram aspecto irreal
de uma tonalidade sem igual
lilás, de um lilás divinal




Cabeça de Deusa oriental, Jardins Budha Eden, Quinta dos Loridos, Bombarral - Portugal

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muito só e a multidão

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras, dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas encontrar o encantamento das coisas simples e das vivências de um ancião




Multidão
Gente que passa
Apressada
Agitada
Escada rolante
Duas sobem
Uma desce
Sem destino
Sem parar
Movimento
Em espiral.

Solidão
Estático e ausente
Espera
Melancolia
O movimento é cortina
Que encobre
O pensamento
O sentir
Desespero
Da espera
Ausência.

Desencontro?
Afastamento?
Dúvida presente
No caminho
Da vida
Desmente
Depois da bonança
A tempestade
Depois da vida
A morte
Inexistente.

Um dia
No navegar
Mar adentro
O velho Marinheiro
Enfrentou
A tempestade
A borrasca
O mar
Foi seu amigo
Sobreviveu
“Meu Marinheiro!”

A mais bela
Ninfa do Tejo
Deu-lhe a mão e sorriu
“Meu querido!”
O tempo fugiu
O mar recuou
Veio a bonança
Tranquilidade
Bonança
Bem estar
Bem querer
Luminosidade

Mas no refluxo
Do tempo
E da vida
A mais bela Ninfa
Pertença do Rio
Se afastou
Mergulhou
Nas profundas
Águas do sentir
Deixou imagem
De luz e de cor

Ali se queda solitário
Com tanta luz
Tanta cor
Tanta gente
Multidão
Na procura
Da imagem
Da bela Ninfa do Tejo
Duas sobem
Uma desce
Onde estás? Minha querida...

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quinta-feira, maio 07, 2009

vinhedos do oeste


de verde se cobrem na Primavera
promessas de néctar sem igual
a garganta sequiosa que o espera
o coração que vive a quimera
físico sentir e espiritual




Vinhedos da Quinta dos Loridos, Bombarral - Portugal

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o “zé cagão”

Em 25 de Maio de 2005, já lá vão quase cinco anos, publicámos na Oficina das Ideias um breve apontamento sobre uma peça de olaria, à boa tradição de Bordalo Pinheiro, que intitulámos “Zé Cagão” e que dizia assim:

O humor, especialmente, o humor político é hoje em dia muito diferente do que foi meio século atrás. Quando actualmente se pretende ridicularizar os aspectos mais caricatos de uma “figura” política ou se baixa à ofensa pessoal, à vida íntima de cada um ou, ao contrário, critica-se deixando a figura envolta numa aura de simpatia.

Noutros tempos a crítica era cáustica como Bordalo Pinheiro muito bem caracterizou no seu Zé Povinho. Zé também é este... mas é o Zé Cagão. Introduzindo-se um minúsculo cartucho de um misterioso produto químico o Zé abundantemente se cagava para...




Passados quase cinco anos, como antes referimos, um atento leitor da Oficina das Ideias escreveu-nos:

De onde veio este Zé Cagão? É português? Pergunto porque na Catalunha existe uma figura igual (com diferenças na roupa e no barrete, que é vermelho), que se costuma pôr nos presépios. Chamam-lhe o «caganer» (lê-se como cágáné), e pelo que percebi em conversas com catalães, é para eles o que mais semelhante têm ao nosso Zé Povinho... Esclareça-me a este respeito, pois julgava que fosse uma figura típica da Catalunha.

Só mais uma coisa que me esqueci de comentar: hoje em dia, para além do caganer típico, existem dezenas de outros caganers, desde políticos locais, a jogadores do Barça, passando inclusive pelo Papa!


As nossas respostas às questões apresentadas:

Pelo que julgo saber, e o barrete verde para aí aponta, este "zé cagão" é português. Aliás, posso adiantar-lhe que se trata de uma peça com mais de 70 anos... não têm qualquer marca que possa identificar o fabricante...
Uma curiosidade... este pequeno boneco com cerca de 63 milímetros de altura era acompanhado por umas minúsculas pastilhas que uma vez colocadas num pequeno furo localizado no ânus e aquecidas que fossem com a chama de um fósforo davam origem a uma enorme poia.

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quarta-feira, maio 06, 2009

o dia de hoje é um dia bonito

A minha querida amiga Lilás, do blogue Perfume de Jacarandá quis mimar-me com uma linda prenda...



Profile Calendar by Crazyprofile.com


Muito obrigado pelo teu afecto

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de flores desenhada

Caminhei por mares e por montanhas
Ouvi soprar o vento forte, tenebroso
Resisti aos medos, traições tamanhas
Que vinham da terra das entranhas
Que eu transformei em tempo radioso.

Lutei pelo bem-querer de minha amada
Implorei aos deuses do Olimpo mil feitos
Lá dos imemoriais tempos proclamada
Às mil vozes, coro de amores-perfeitos
Sentir, imaginação de flores desenhada.

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terça-feira, maio 05, 2009

à moda antiga


o prazer de degustar
os sabores do alentejo
é uma forma de amar
que para tal tenha ensejo




Ementa antiga, Torrão, Alcácer do Sal - Portugal

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70 meses na blogosfera

Setenta meses, quase a totalizarmos seis anos, de presença continuada da Oficina das Ideias na blogosfera é, temos que confessar desgastante, compensado é verdade pelo afecto e carinho de quem connosco partilha este espaço. Mas fez-nos meditar na situação de que, com a nossa habitual transparência, demos conta a todos os leitores no adequado momento.

A nossa querida amiga Mariazita, do blogue A Casa da Mariquinhas, atribuiu-nos o mimo de nos considerar um “blogue que promove a Amizade e a Informação”, oferecendo-nos, como tal, o respectivo selo que orgulhosamente mantemos nas nossas páginas fixas.

Já no final deste período em análise, mais concretamente a 3 de Maio, festejando o DIA DO SOL, a Oficina das Ideias encetou a produção regular de um blogue exclusivamente dedicado aos Relógios de Sol, o blogue “o Quadrante e o Gnómon”. A todos aqui dirigimos o convite para que nos visitem, com amizade serão recebidos.

Como mensalmente fazemos questão de reafirmar, sublinhamos do nosso estatuto editorial da primeira hora: “textos e imagens próprios e originais, a temática da cultura de um Povo e da defesa da região da Praia do Sol e desenvolvimento dos afectos e do muito querer”.

Continuamos a contar com o empenhamento do nosso “irmão fotógrafo” Olho de Lince que com as suas imagens anima os nossos textos, muitas das vezes bem modestos.

As visitas atingiram a cifra de 642.750 (segundo o “SiteMeter”) e de 814.182 (de acordo com o “NeoCounter”), com origem em 154 países dos 199 existentes. A média de visitas na última semana deste período foi de 310/dia.

No âmbito da interactividade foram feitos na Oficina das Ideias cerca de 114 comentários com a contribuição de 32 dos nossos leitores e amigos.

Um agradecimento especial a Blogger.com/Blogspot.com onde editamos e alojamos a Oficina das Ideias desde a primeira hora.


Quadro de Honra

Paulo Vieira (Portugal)
Rui Manhente, do Viandante (Portugal)
Mdsol, do Branco no Branco (Portugal)
Lilás, do Perfume de Jacarandá (Portugal)
MagyMay, do Trivialidades e Croquetes (Portugal)
Otília M., do Menina Marota (Portugal)
Sara Lima, do A Escriba (Portugal)
Isamar, do Cata-Vento (Portugal)
Victor, do Des-Encantos (Portugal)
Mariazita, do A Casa da Mariquinhas (Portugal)
Observador, do Reflexos (Portugal)
Paulo Tadeu (Portugal)
James Emanuel, do Reflexões (Brasil)
Maria João, do My Travel Secrets (Portugal)
Ana P. C., do Médio Tejo (Portugal)
Menina do Rio, do Momentos de Vida (Brasil)
Greenie, do Animaleza (Portugal)
Desnuda, do Desnuda (Brasil) [*]
Dyanna, do A Single Season (Roménia) [*]
Humildevaidade, do Porque a vaidade nos alimenta (Portugal) [*]
Cathy, do Bailar das Letras (Brasil)
Alves Fernandes, de PreDatado (Portugal)
J.A. Aldeia (Portugal)
Eduardo P.L., do Varal de Ideias (Brasil)
Zé Eduardo (Portugal)
Gasolina, do Árvore das Palavras (Portugal)
Campusdelide (Portugal)
MFC, do Pé de Meia (Portugal)
Amigona, do Instantes da Vida (Portugal)
Angelina (Brasil)
Milu, do Miluzinha-Blog (Portugal)
Lígia (Brasil)


A TODOS o nosso MUITO OBRIGADO
[*] em breve nos indicadores de leitura

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segunda-feira, maio 04, 2009

flor da esteva


a lua e o sol se juntaram
em perfeita conjunção
suas chamas incendiaram
dos amantes o coração




Flor da esteva nos campos da Charneca, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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junto ventos

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras, dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas encontrar o encantamento das coisas simples e das vivências de um ancião




Como o menino da história
Gostava de capturar o vento
Guardá-lo em frasco de vidro
Bem rolhado, junto ao peito...

Guardar o suão doirado
Que em tempo de remoinhos
Das terras do Sul é soprado
Solto em voo de estorninhos

Guardar a brisa do mar
Com salpicos de água pura
Que as ondas vem espraiar
Maré vazia, doçura

Guardar o odor dos pinheiros
No pôr-do-sol, no devir
O cheiro dos jasmineiros
Da terra prenhe o sentir

Abro o frasco lentamente
Junto ventos,
brisas,
aragens
A magia dos odores
Os estranhos sabores do deserto
O enleio do mar tão nosso
A esperança do pôr-do-sol

Chegam moiras encantadas
Ninfas de duas margens
Tágides do rio mais belo
Musas dos vates poetas
Que dançam, dançam de roda.

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domingo, maio 03, 2009

já vem do tempo dos neveiros


este prazer em degustar os gelados
coisa de adultos e de criança
já vem dos tempo dos neveiros celebrados
que pela realeza era usança




Cartaz da Geladaria Pintado, Costa de Caparica, Almada - Portugal

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um mau acordar

Um destes dias atrás acordei ainda a madrugada ia alta, a aurora somente começaria a despontar duas ou três horas depois. O silêncio entre as quatro paredes do meu quarto era absoluto. Na rua, contudo, já os melros lançavam os estridentes chilros de alvorada, numa comunicação regular de dezenas, largas dezenas de quilómetros ao redor.

Acordei vindo das profundezas do meu subconsciente com uma preocupação que já há dias me acompanhava e que dizia respeito à minha presença, presença continuada de quase setenta meses, neste espaço de comunicação e partilha que é a blogosfera. Interrogo-me sempre: É normal ter preocupações com algo que nasceu e existe para ocupar os tempos livres? Ou será que já se transformou em ocupação principal?

A questão que sempre se coloca a quem com regularidade mantém um blogue durante longo tempo é o da justificação da sua existência, do cumprimento dos objectivos iniciais, do respeito pelo estatuto editorial. A Oficina das Ideias sempre se apresentou como um espaço de afectos, na defesa dos patrimónios natural, construído e imaterial, baseado na partilha e na interactividade.

Poderíamos, sem falsas modéstias, afirmar que a grande maioria dos objectivos foram atingidos e que o elevado número de visitas diárias, ainda o ano passado estivemos à beira de um milhar de visita, nos incentivam a continuar “até que as forças o permitam”. Mas, para verdadeiros sermos, há um aspecto em que estamos muito aquém das expectativas iniciais: a interactividade.

Não nos podemos queixar da qualidade dos comentários, pois por cá já ficaram registadas importantes achegas, ensinamentos de quem sabe, sobre diversos temas tratados na Oficina das Ideias, que nos acrescenta saber diariamente a par com a muita pesquisa que realizamos e da quantidade de comentadores também não: mais de um milhar de leitores diferentes já deixaram a sua marca eterna nas páginas da Oficina.

Mas confessamos humildemente de que a interactividade está muito aquém do que tínhamos idealizado! Contudo, uma “fada madrinha”, todos temos uma e a nossa é tão bela que um dia dela publicaremos a imagem, já nos segredou palavras de tanto afecto que nos quedamos com este “mau acordar” pois já a Primavera está aí em toda a sua pujança.

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sábado, maio 02, 2009

nas ondas de prata


parecem gaivotas a esvoaçar
na espuma das ondas prateada
com elegância, postura, estar
dão movimento à bela enseada




Surf nas praias do Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

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amanhã há um novo blogue

Com origem no Programa das Nações Unidas para o Ambiente foi o dia 3 de Maio de cada ano considerado o DIA DO SOL.

O SOL é, praticamente, a única fonte de energia para o planeta Terra que gira na sua órbita a uma distância média de cerca de 150 milhões de quilómetros, sendo a estrela mais próxima do nosso planeta. A segunda mais próxima é a estrela Centauri, situada a cerca de 40 triliões de quilómetros de distância de nós!!!!!

Sem o SOL não haveria vida no planeta Terra. Todos os combustíveis fósseis, como o petróleo, o carvão e o gás natural, embora sejam consideradas fontes de energia, também são produtos da captação e armazenamento da luz solar em plantas, algas e animais há milhões de anos atrás. O SOL é igualmente responsável pelo processo de evaporação, o qual dá origem ao reabastecimento dos rios e dos lagos que desaguam nos mares.

O raiar diário do SOL provoca nos seres humanos sentires positivos, o renovar da vida, a esperança e o optimismo… O movimento do SOL (aparente que seja), sempre despertou a curiosidade do ser humano, levando-o a ter a noção de movimento, de espaço e de tempo.

Festejando o DIA DO SOL com a inspiração da cor, da luz e do perfume LILÁS (Perfume de Jacarandá), a Oficina das Ideias inicia amanhã a publicação do blogue "o Quadrante e o Gnómon" dedicado exclusivamente aos RELÓGIOS DE SOL. Contamos com o interesse, a crítica e a contribuição de todos vós.

BEM HAJAM!!!

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sexta-feira, maio 01, 2009

mulher companheira


heróica no perigo e na resistência
meiga na Paz e na consolidação
amparo forte, ânimo, persistência
amor eterno, ternura, compreensão

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dia mundial do trabalhador

A história do Primeiro de Maio mostra, portanto, que se trata de um dia de luto e de luta, mas não só pela redução da jornada de trabalho, mai também pela conquista de todas as outras reivindicações de quem produz a riqueza da sociedade.” – Perseu Abramo

O Dia Mundial do Trabalho foi instituído em 1989 como homenagem à Greve Geral realizada em 1 de Maio de 1886, em Chicago, em que milhares de trabalhadores vieram para a rua em protesto contra as condições de trabalho desumanas a que eram sujeitos e exigindo a redução da jornada de trabalho de 12 para 8 horas.

Não foi, contudo, uma manifestação tranquila, pois a repressão ao movimento foi dura tendo resultado prisões, feridos e mesmo mortos nos confrontos entre a polícia e os operários.
Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade decorreram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos o dia 1º de Maio foi declarado Dia Mundial do Trabalho.

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em abril de 2009 a oficina :

Textos
Dia 1 – Dia das Mentiras [a nossa opinião]
Dia 2 – Em Março de 2008 a Oficina publicou [oficina]
Dia 3 – Deixa fluir o pensamento [poesia]
Dia 4 – Na senda do “Tempo de Pedra” 21 [relógios de sol]
Dia 5 – 69 meses na blogosfera [oficina]
Dia 6 – Relógios de Sol georreferenciados [relógios de sol]
Dia 7 – Na noite, saber ouvir [fado]
Dia 8 – Novos indicadores de leitura [oficina]
Dia 9 – Quem eu sou… [perfil]
Dia 10 – Pelos caminhos de Cayo Carpo [eventos]
Dia 11 – Na senda do “Tempo de Pedra” 22 [relógios de sol]
Dia 12 – Páscoa, tempo de mudança e de esperança [oficina]
Dia 13 – O arco-íris numa lágrima [poesia]
Dia 14 – José Franco, o barrista [gente e factos]
Dia 15 – Vinte e sete versos… vezes três [poesia]
Dia 16 – Simplesmente Luísa [gente e factos]
Dia 17 – Lágrimas de sal [poesia]
Dia 18 – Na senda do “Tempo de Pedra” 23 [relógios de sol]
Dia 19 – Em tons de lilás [poesia]
Dia 20 – Navego no teu sorriso [poesia]
Dia 21 – Memórias [textos para meditar]
Dia 22 – Dia do Achamento do Brasil [meu brasil]
Dia 23 – Sant Jordi dos namorados [datas]
Dia 24 – Há trinta e cinco anos [baú de memórias]
Dia 25 – Na senda do “Tempo de Pedra” 24 [relógios de sol]
Dia 26 – Os relógios do British Bar [poesia]
Dia 27 – Amizade e informação [oficina]
Dia 28 – A força do querer [corrente]
Dia 29 – Cravos de Abril na Oficina [25 de abril]
Dia 30 – As Maias pagãs e a Beltane druida [tradição]


Imagens
Dia 1 – A arriba e o acacial
Dia 2 – A beleza singela
Dia 3 – Costa maravilhosa
Dia 4 – Em azul celeste
Dia 5 – Mimos da Natureza
Dia 6 – O “tal” carro vermelho
Dia 7 – Magnífico floral
Dia 8 – Viva da Costa
Dia 9 – lua de Primavera
Dia 10 – E logo a seguir… o mar
Dia 11 – Partida para a faina
Dia 12 – Páscoa Feliz
Dia 13 – Lilás, uma cor divina
Dia 14 – Iluminar a vida
Dia 15 – Pentagrama floral
Dia 16 – Duplo esplendor
Dia 17 – Belas estevas
Dia 19 – Viva da Costa
Dia 20 – Rosinhas do meu encantamento
Dia 21 – Texturas dos sentidos
Dia 23 – Uma rosa para teu seio
Dia 24 – A força que os braços têm
Dia 25 – 25 de Abril, Sempre
Dia 26 – Vivaz beleza
Dia 27 – Olhar felino
Dia 28 – Sopra vento de feição
Dia 29 – Pirilampos de paixão
Dia 30 – Perfeita harmonia


Uma flor para...
Dia 18 - ...a Montse
Dia 22 - ...o Ricardo

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