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domingo, abril 30, 2006

boca do inferno

Nome de tradição, mitológico mesmo
Mar violento
Mar azul cor do céu

sentir o povo que vive

O Fotógrafo e a Escritora reencontram-se na calçada que percorrem tranquilamente. Ele escreve sentires com cada clique de sua câmera fotográfica. Ela, cria as mais belas imagens com um singelo movimento dos cílios


Por onde anda a nossa Pátria?

O Fotógrafo subiu a calçada e dirigiu-se “àquele” boteco de esquina que era muito mais do que o “ponto de encontro” com a Escritora para a caminhada que tanto gostavam de fazer juntos, conversando disto e daquilo numa agradável permuta de saberes e de afectos. Uma sombra de tristeza pairava em seu olhar, o que não passou despercebido à Escritora.

_Que se passa, meu querido amigo, parece-me preocupado?
_Estou, realmente, preocupado com algo que a nós dois muito nos diz...
_??
_A forma como estão a tratar a Língua Portuguesa.
_Essa que no dizer do meu querido Fernando Pessoa “é a Pátria de todos nós”...

O Fotógrafo ainda há pouco tempo havia corroborado o entusiasmo da Escritora quando ela escrevera um interessante artigo sobre a ida do astronauta brasileiro Marcos Pontes ao espaço na Soyuz TMA-8, como resultado de um acordo brasileiro com o governo russo em Outubro do ano passado. Entre muitas outras razões, pelo facto da Língua Portuguesa ter sido falada no espaço, como Marcos Pontes fez questão de fazer.

_Pois é, querida Escritora... Marcos Pontes, os brasileiros, fizeram questão em deixar a pairar no espaço, no éter, onde tão poucos seres humanos têm chegado vocábulos da Língua Portuguesa, esse belo elo de ligação entre mais de 200 milhões de seres humanos em todo o Mundo.
_Isso nos alegra, claro... Então, o porquê desse seu ar tristonho...

O Parlamento Europeu aprovou recentemente, numa mini-sessão plenária em Bruxelas, a adopção de um "indicador europeu de competência linguística" que não contempla a língua portuguesa. É dessa forma que a Europa da cultura trata a Língua Portuguesa.

Aquando da realização do Conselho Europeu de Barcelona em Março de 2002 a vontade expressa pelos chefes de Estado e de Governo foi no sentido da melhoria da aprendizagem das habilitações básicas através do ensino de, pelo menos, duas línguas estrangeiras. Ora no desenvolvimento dessa ideia a Língua Portuguesa foi preterida para uma oportunidade futura.

_Entende agora a minha tristeza, querida Escritora?
_Entendo sim... e partilho, como deve calcular, esse desagrado.

sábado, abril 29, 2006

o meu caderno de viagens

Pequenos apontamentos rabiscados num caderno de viagem e agora partilhados com os leitores. Os sítios, as gentes, os costumes e as curiosidades observados por quem gosta mais de viajar do que de fazer turismo


Caminhar nas palafitas

O Porto Palafita da Carrasqueira é formado por uma imensa rede de passadiços construídos de madeira , em forma precária e labiríntica, enterrada no lodo do sapal que entra pelo Rio Sado adentro. Estas improvisadas construções datam de há cerca de pouco mais de meia centena de anos e resultam da luta do homem contra o assoreamento do rio Sado.

A pesca praticada, quer nas valas do arroz, quer nos esteiros do rio Sado tiveram originalmente o objectivo, de numa base estritamente familiar, complementarem a alimentação com os recursos proporcionados pela pesca local.



Em conjunto com as cabanas, a que os locais dão a depreciativa designação de barracas, são a imagem de uma fixação humana que divide a sua actividade e o seu labor entre as tarefas do campo e as piscatórias. As tarefas eram sempre realizadas no âmbito familiar próprio do estilo de fixação das populações que deram origem à aldeia da Carrasqueira.

Nas terras conquistadas ao sapal, com o esforço árduo dos homens que enchiam lamelas com as lamas retiradas à pazada e das mulheres que as transportavam para construir barreiras de consolidação, cultivaram o feijão e, muito em especial, a batata doce cuja qualidade era muito apreciada.



As águas do rio Sado foram desde sempre exploradas em termos piscatórios, muito embora de início somente com o recurso a embarcações varinas, de forma sazonal, que na época do sável subiam quase até Alcácer do Sal. Os pescadores de Setúbal não tinham por hábito pescar no rio Sado, estando mais voltados para o mar.

Hoje em dia são utilizadas embarcações diversas, havendo sempre o cuidado de na maré baixa procurarem os canais mais fundos, por forma a não encalharem as embarcações no lodo que assoreou o rio.



Durante muitos anos os pescadores dedicaram-se à apanha de moluscos bivalves e de crustáceos que se refugiavam no lodo das margens do rio, mas muito rapidamente, talvez pela forma descontrolada da apanha se esgotaram. Depois foi a ostra e mais tarde o berbigão. A poluição do rio Sado intensificada nos anos 60 de século passado levou a que também esses bivalves desaparecessem do rio.

Actualmente, a pesca está reduzida aos chocos e à minhoca que é exportada para Espanha em grandes quantidades. Quanto ao choco, continua a ser um dos maiores atractivos dos modestos restaurantes da aldeia da Carrasqueira.



A actividade piscatória na Carrasqueira, tal como acontece com as agrícolas, continua a ter um cariz familiar, onde a mulher sempre acompanha o marido, pois os dois são necessários às tarefas a executar e não há qualquer hipótese de constituir companhas, pelo estilo de pesca que se pratica.

O Porto Palafita da Carrasqueira é um interessante sítio a visitar, pelo seu tipicismo e pela história de vida que envolve. Para tanto, chegados à Comporta vindos no barco que de Setúbal atravessa o rio Sado até Tróia, cortamos à esquerda na direcção do rio até chegarmos à Carrasqueira.




Recomendamos a leitura de um excelente trabalho escrito por Fernando Ribeiro Martins e Henrique Souto intitulado “Os Agricultores-Pescadores da Carrasqueira (Estuário do Sado): Um modo de Vida em extinção?”, publicado na revista Encontros (de Divulgação e Debate em Ciências Sociais), Porto

sexta-feira, abril 28, 2006

praia da adraga

Ao virar deste imponente penedo
Maré vaza mar adentro
Praia do Cavalo

recordar a adraga dos anos 60 do século passado

Ao princípio era apenas uma esplanada com tecto de canas, que atraía muita gente desejosa de ver a paisagem e de saborear os petiscos preparados pela avó Maria Libânia...”, é desta forma que na secção dedicada à restauração a revista VISÃO começa o texto de apresentação do restaurante DA ADRAGA.

Estrada abaixo, vindos de Cascais pelo caminho que ladeia o mar tão azul e tão belo, cujo declive se acentua depois de passarmos o Pé da Serra (Serra de Sintra, claro) foi um desenrolar de recordações. Aqui à direita, no Penedo, contactei seres vindos de outros mundos, aqui à esquerda tinha o Carlos Viseu o seu atelier de ceramista, aqui era o restaurante do Zézinho e acolá o quartel dos bombeiros voluntários.

Recordações de quase quarenta anos passados, tempos de despreocupação dos tenros vinte e poucos anos, da companhia sempre presente da avó Esménia, daquele grupo que especialmente no Verão, mas muitos de nós durante todo o ano aqui construíamos amizade, melhor, Amizade. Os nomes tardavam em chegar ao consciente por tantas vidas andadas e sentidas,

O apelo foi fortíssimo. Tão forte que a muita hesitação, o temor das surpresas de modificações produzidas pelo rolar de tantos anos, foram vencidos pela vontade inquebrável de procurar os nomes e as pessoas que esses nomes incorporam. E procurar nos rostos linhas que recordem imagens há muito adormecidas.

A revista VISÃO refere também sobre o restaurante DA ADRAGA: “...recebe muitas pessoas ao longo de todo o ano e mantém a tradição dos petiscos, igualmente bem confeccionados pela neta da fundadora, Suzete Torres...”. Suzete era um nome que faz parte do meu imaginário de frequentador assíduo da Praia da Adraga, com casa posta na então aldeia de Almoçageme.

Sentados numa mesa bem junto à ampla vidraça que dá para a praia ia recordando: Ali quase que me afoguei juntamente com o meu amigo antiquário, não fora a intervenção empenhada do banheiro; deste lado, com a maré baixa, dava para passar para o outro lado, para a Praia do Cavalo, donde deveríamos regressar antes da maré ficar cheia; E por aquelas escadas subíamos até ao topo da falésia para depois caminharmos até à direcção da Praia da Ursa.

O repasto foi do melhor: Amêijoas à Dona Suzete (com camarão), Chocos grelhados (muito frescos) e como sobremesa Leite Creme (queimado ao momento) e um delicioso Bolo de Chocolate. Quando perguntei ao empregado (vim depois a saber ser bisneto da Dona Libânia) se o restaurante ainda era da família do Senhor Lourenço, filho da Dona Libânia, logo me disse que SIM, que o Senhor Lourenço ainda era vivo com oitenta e muitos anos e que me não fosse embora sem falar com a sua mãe, a Suzete.

As linhas do rosto, mesmo quase quarenta anos depois, começaram a suavizar-se deixando ver a imagem do antigamente...

_Estou a reconhecer-te, pela expressão, pelos olhos, pelo sorriso...
_Também eu Suzete... é claro que estão no teu rosto todos os sentires de então...

quinta-feira, abril 27, 2006

a minha luz chega longe

Tu que vens do longe
Navegas em mar tormentoso
Aqui encontras abrigo

o senhor dos vinhos interessantes

Tenho a felicidade de ter como amigo o “Senhor dos Vinhos Interessantes”, que junta aos seus saberes sobre vinhos de qualidade uma prodigiosa capacidade inventiva e uma imaginação sem limites. Resolveu, então, elaborar fichas de prova de diversos vinhos existentes no mercado que se caracterizam por uma fascinante originalidade.

E as grandes amizades são assim... aceitou partilhar esse seu trabalho com a Oficina das Ideias e, consequentemente, com a roda de amigas e amigos que nos honram com as suas visitas. Aqui estaremos todas as quintas-feiras com uma nova proposta de vinho.



Estes vinhos estão disponíveis na Garrafeira do Jumbo Almada Fórum. Aconselhe-se com o Senhor dos Vinhos Interessantes.

quarta-feira, abril 26, 2006

um sol de muitas pétalas

Pétalas de vermelho forte
Tal como a paixão
Que faz caminhar o Mundo

número um

Hábito antigo de guardar os “número um” das revistas, quantas vezes o “número zero”, acaba por fazer história do que é publicado, dos êxitos editoriais e, igualmente, dos fracassos, mas é sempre registo dos tempos


Estampilha e Vintém

Como a própria designação nos indica trata-se de uma revista dedicada ao coleccionismo de selos e de moedas, muito embora os artigos apresentados no seu N.º 1 digam respeito na sua maioria à vertente da Filatelia. No Editorial da autoria do respectivo director Victor Simarro é referido, ainda, que também se irá debruçar sobre temas da Medalhística, do Filumenismo, do Ex-Librismo e da Notafilia.

O N.º 1 da revista “Estampilha e Vintém” foi publicado em 1 de dezembro de 1978, com o preço avulso de 40$00, coincidindo com as comemorações do Dia do Selo, muito embora e de acordo com um dos artigos publicados as “coisas” não andassem muito bem. O artigo referido tinha por título “Mais um dia do selo sem... sê-o” assinado por Philatélicus, um dos colaboradores da revista.

Dois outro artigos despertaram a nossa atenção, pela temática tratada, tão importante há quase trinta anos como o é hoje em dia. “O Associativismo na Filatelia” e “Vamos coleccionar selos... (Página dos Jovens)” são os respectivos títulos.

O N.º 1, volume I, da revista “Estampilha e Vintém” foi, como escrevemos antes, publicada em 1 de Dezembro de 1978, na cidade do Porto, com base na loja 47 do centro Comercial Brasília, que tivemos oportunidade de visitar na época. Aí também poderiam ser adquiridas interessantes peças filatélicas.



Do conteúdo do Número Um da revista ESTAMPILHA E VINTÉM salientamos:

Dia do Selo, dia da união – por Paulo Sá Machado
O Associativismo na Filatelia – por Luís Vicente
Três carimbos de barcos de guerra portugueses – por Armando Vieira
Inteiros Postais – por J. Lêdo
Página dos Jovens – por Victor Simarro
“Guarda-mor” da saúde – por A. Guedes Magalhães
Marcas postais de Angola – por A. Guedes Magalhães
Divagando, di... vagar! – por Américo Mascarenhas Pereira
Novidades Numismáticas

No artigo sobre “O Associativismo na Filatelia” pergunta-se “Onde formar clubes filatélicos” com duas respostas muito curiosas:

Na Escola: a juventude estudantil está voltada para a filatelia tanto por ser complemento dos seus estudos como por ser a via de valorização pessoal pois conhecemos o valor didáctico que o selo encerra”.

Na Fábrica: Segundo inquérito efectuado em 1977, existem mais de 10 mil coleccionadores nos meios fabris. Eis portanto, outro meio onde o associativismo pode fazer algo de útil...

terça-feira, abril 25, 2006

cravos de abril

Cravos de Junho feitos Abril
Que na força colectiva
Simbolizam Liberdade

25 de abril sempre!

Recordar o 25 de Abril de há trinta e dois anos passados não pode nem deverá resumir-se à simples contemplação, à festa... Recordar o 25 de Abril de há trinta e dois anos deve conter em si um acto político da maior relevância e empenhamento.

Foram as políticas de cariz social emergentes do 25 de Abril que há trinta e dois anos decretaram:
- um salário mínimo nacional que na época significou a duplicação de salários para muitos milhares de trabalhadores;
- o aumento geral dos salários e a redução do leque salarial;
- o congelamento dos preços dos bens essenciais e das rendas dos prédios urbanos;
- o aumento do abono de família;
- o aumento das pensões de reforma e invalidez.

Mas, em termos sociais, muitas outras melhorias foram conseguidas para benefício das gentes de Portugal da Liberdade:
- o direito a férias para todos os trabalhadores com o equivalente subsídio;
- o direito à greve;
- a proibição do despedimento sem justa causa;
- a criação do subsídio de desemprego.

Acima de tudo respirava-se o respeito pelos direitos da população portuguesa. Enceta-se a construção colectiva de uma sociedade melhor e mais justa. Portugal liderava, então, o progresso e a modernidade de uma Europa em movimento.

Hoje em dia, o neoliberalismo mais retrógrado, de máscara veneziana disfarçado, pretende desferir golpes mortais no Portugal de Abril.

Portugal que hoje em dia, “vendido” aos grandes interesses multinacionais de uma globalização económica e financeira de ganância desenfreada, se encontra na última fila da Europa em tudo que é positivo e na primeira naquilo que negativo é.

Mas Portugal de Abril resiste como projecto de futuro. Por isso, daqui saúdo, com promessa de activa participação, as mulheres e os homens que há 32 anos deram nova esperança a um Povo.

Viva o 25 de Abril!
25 de Abril Sempre!

segunda-feira, abril 24, 2006

Filigrana


Esplendorosa flor da mata
Mimo da Natureza
Filigrana fina

a minha opinião

O pessoal da Oficina está atento à actualidade política e social de Portugal e do Mundo. Aqui partilham o seu pensar através da minha análise modesta mas interessada


Na defesa de um futuro mais justo

Quando se aproxima mais um aniversário do glorioso dia de 25 de Abril de 1974, sobre o qual teremos oportunidade de falar na data própria, isto é, amanhã, é curioso analisar quanto longe nos encontramos dos ideias então defendidas e, lamentavelmente, em rota de afastamento.

Na verdade, além se pretender, então, cortar cerce com o regime ditatorial do Estado Novo, eram factores mobilizadores para os militares o terminar a guerra nas colónias e para a população em geral a melhoria de condições de vida.

Na realidade existem acontecimentos irreversíveis, o caso da guerra colonial e a quase impossibilidade do regresso de um regime ditatorial. Contudo, grandes conquistas de âmbito social estão a sofrer sérios reveses com o avanço do capitalismo internacional desenfreado e com a preponderância da globalização financeira sobre a globalização social e da solidariedade.

No ano em que se comemora os 30 anos da Constituição da República Portuguesa nunca é demais salientar que, apesar das 7 revisões que já sofreu, a nossa Constituição continua a consagrar Direitos, Liberdades e Garantias do Povo e dos Trabalhadores que estabelecem os princípios fundamentais de uma democracia política, económica, cultural e social que assegura o primado do Estado de Direito Democrático.

Define a subordinação do poder económico ao poder político democrático e afirma a soberania e a independência nacional, a Paz e a Cooperação entre os povos de todo o Mundo com o objectivo da emancipação e progresso da Humanidade.

É uma Constituição que urge defender dos mais traiçoeiros ataques pois se encontra profundamente ligada à realidade e aos desejos e aspirações de um Povo que audazmente ambiciona um futuro transparente e belo.

domingo, abril 23, 2006

em dia de sant jordi, te ofereço uma rosa

Celebra-se Sant Jordi
Uma rosa para uma mulher querida
É afecto é tradição
Com pétalas de rosa desenhei tua bela boca

Se celebra Sant Jordi
Una rosa per a una dona desitjada
Ell ès afecte i tradició
Amb els pétals de rosa vaig dibuixar la teva boca bella


dia de sant jordi, uma rosa e um livro

Nas Ramblas de Barcelona perco meus passos na direcção do mar, com a estátua de Colón já à vista, tendo deixado para trás a Diagonal que sempre cruzou a minha alma. Caminho sem pressas, inalo o perfume das buganvílias e sonho... sempre o recorrente pensamento de que me poderei cruzar com a Faíza, a menina dos escritos do meu encantamento.

Hoje é um dia muito especial. Celebra-se o dia de Sant Jordi, o nosso São Jorge do castelo e dos dragões, que na Catalunya é tradicionalmente o dia em que os homens oferecem à sua mulher amada uma rosa. Tradição entre os namorados, o tempo tornou-a extensiva às filhas, às avós e às colegas e as amigas. E, muito em especial, às amigas de verdade.

As mulheres, contempladas com tão bela e ternurenta oferta, elas próprias maravilhosas rosas de um jardim imaginário, retribuem a rosa recebida com a oferta de um livro. Sensibilidade e cultura de mãos dadas. A minha querida amiga Montse, uma mistura explosiva de candura e formosura já tem a sua rosa junto aos seios de encantar.

Hoje é o verdadeiro Dia dos Namorados, no seu mais sentido significado de “todos que se querem bem”, que se gostam, que se respeitam e que juntos caminham a vida, muitas vezes a milhares de quilómetros de distância.

Aqui deixo uma rosa para a Teresa, minha mulher, para a minha comadre Mikah, amizade feita cumplicidade, para o meu sentir na Catalunya, a Montse, (Monsinha, Montserrat), para o outro lado do mar, a Lualil, a Claudia, a Cathy, a Yonara, para TODAS as minhas amigas, para TODAS as mulheres do Mundo, especialmente para as que sofrem as agruras das “civilizações”.

sábado, abril 22, 2006

uma flor para... o ricardo nuno

É bom ver um filho crescer
Progredir na Vida
Sem nunca "pisar" terceiros

sexta-feira, abril 21, 2006

o evangelho segundo a serpente

Finalmente!

O tão desejado momento, por mim e por milhares de outros leitores da Revista Xis, chegou com a notícia de que iremos ser obsequiados com um livro em que Faíza Hayat reúne, não só, crónicas suas desenhadas semanalmente nas páginas da XIX, como também, outros textos de igual encantamento.

Que melhor prenda poderíamos ter, nós os amantes das palavras, dos conceitos, dos quereres e dos sentires de Faíza, nesta época de recomeço, de germinar e de recomeço cíclico da roda da vida, do que o olhar profundo e misterioso de Faíza feito palavras para guardar junto ao coração?

Finalmente! Vamos poder ter Faíza mais junto ao sentir de todos nós!


Em 2 de Setembro de 2003 escrevia eu na Oficina das Ideias:

Sangue muçulmano e coração levantino

Desde há muito que leio deliciado as crónicas semanais de Faíza Hayat onde expressa toda a sua sensibilidade e vivência, publicadas no suplemento Xis do jornal Público dos sábados. Creio que o não faço desde o início da publicação pois só mais tarde descobri o encanto destas crónicas, mas desde então espero ansiosamente a sua chegada.

Semana após semana tenho acompanhado os sentires da Faíza, de sangue muçulmano e coração levantino, nas suas viagens por estranhos e esquisitos lugares ou na sua casa em Barcelona.

Pelas palavras de Faíza conheci os sóis de Gaudi que tanto me impressionaram e os odores do deserto, cuja magia me deslumbrou. Conheci o seu pensamento riquíssimo e universalista, viajei até ao Cairo e desci o lendário rio Nilo.

Um dia quando caminhava solitariamente pelas ramblas de Barcelona prendi-me para sempre a um olhar com que me cruzei. Premonição ou resultado da minha imaginação, anos mais tarde vim a conhecer esse doce olhar no expressivo rosto de Faíza.

Partilho com Faíza o seu sentir quanto ao terrorismo. Não podemos pactuar com a violência num mundo civilizado. Devemos exigir a punição exemplar dos responsáveis. Mas...

Não podemos admitir que os senhores pertencentes à civilização a usam para aumentar, ainda mais, a violência. Os senhores do Mundo põem, acima de tudo, o engrandecimento do seu poder, humilhando os povos que pretendem dominar.

Não se pode esperar que a humilhação não seja retaliada com violência.



Mais tarde, a 19 de Dezembro de 2005, a Oficina das Ideias voltava a amar Faíza:

“Faíza do meu encantamento

Desde há muitos anos que não adquiro regularmente peças de informação escrita, quer diária, quer periódica, salvo, eventualmente, uma revista de informação genérica e semanal. Razões encontro-as no facto de, na minha opinião, faltar em Portugal informação independente e fazer-se manchete de notícias que depois no desenvolvimento nos deixam desiludidos.

A informação que considero pessoalmente mais enriquecedora é a transmitida pela rádio, pois é concisa, abrangente e, por essa razão, furta-se a desenvolvimentos muitas vezes repetitivos e eivados da visão pessoal e parcial do jornalista.

É excepção a tudo o que fica escrito antes o facto de adquirir “sempre” o Jornal Público de sábado. Curiosamente, na maioria das vezes somente o levanto no local onde o tenho reservado na quinta-feira seguinte. Não serão pois as notícias que me mobilizam para esta aquisição.

Na realidade, toda a minha atenção vai para as crónicas semanais publicadas na revista Xis, que aos sábados acompanha o Público, “esta revista faz parte do jornal Público”, da autoria de Faíza Hayat. Aliás são textos de excepção que guardo cuidadosamente num arquivo que tenho para o efeito.

Tenho feito o retrato imaginado de Faíza através do que ela escreve com uma sensibilidade extraordinária. Quando ela escreve “Amanhã retomarei a rotina. Amanhã serei de novo Faíza Hayat, darei aulas, assistirei a aulas, três vezes por semana irei à piscina, e entretanto tentarei ignorar o inverno, o rumor da chuva lá fora, o vazio no meu coração” quanto de si própria nos transmite...

Quanto deixará à nossa imaginação?

Faíza como ela própria escreve é uma mulher “em trânsito”. Vive na magnífica cidade de Gaudi, mas tem seus afectos divididos por Parati, no Brasil, por uma pequena praia de Moçambique, e também pelo lisboeta Bairro da Graça.

Vivo o encantamento das crónicas semanais que são poemas de Faíza Hayat...”



E agora... FINALMENTE!!!


quinta-feira, abril 20, 2006

do alto da arriba...

Do alto da arriba olhei o infinito
Para lá do horizonte
Vi teu sorriso

o senhor dos vinhos interessantes

Tenho a felicidade de ter como amigo o “Senhor dos Vinhos Interessantes”, que junta aos seus saberes sobre vinhos de qualidade uma prodigiosa capacidade inventiva e uma imaginação sem limites. Resolveu, então, elaborar fichas de prova de diversos vinhos existentes no mercado que se caracterizam por uma fascinante originalidade.

E as grandes amizades são assim... aceitou partilhar esse seu trabalho com a Oficina das Ideias e, consequentemente, com a roda de amigas e amigos que nos honram com as suas visitas. Aqui estaremos todas as quintas-feiras com uma nova proposta de vinho.



Estes vinhos estão disponíveis na Garrafeira do Jumbo Almada Fórum. Aconselhe-se com o Senhor dos Vinhos Interessantes.

quarta-feira, abril 19, 2006

uma flor para... a ana beatriz

Neste dia de afectos
Os teus amigos te querem muito
O Sérgio quem te quer mais

número um

Hábito antigo de guardar os “número um” das revistas, quantas vezes o “número zero”, acaba por fazer história do que é publicado, dos êxitos editoriais e, igualmente, dos fracassos, mas é sempre registo dos tempos


BIT, Informática para todos

Nos anos 90 do século passado, especialmente a partir da segunda metade dessa década, proliferaram as revistas dedicadas à Informática, fundamentalmente devido à grande divulgação dos computadores pessoais. Verificavam-se as previsões, deveríamos dizer “visões”?, de Bill Gates: um computador pessoal na casa de cada um.

Este facto foi explorado em todas as suas vertentes por aqueles que estão sempre atentos a obter alguns rendimentos com o aproveitamento das “modas”. Surgiram inúmeros “especialistas” nas tecnologias emergentes, abriram as portas comercias muitos estabelecimentos dedicados a estas actividades, muitos que não passavam de “vãos de escada” e começaram a ser publicadas dezenas de revistas da especialidade.

Uma das que mais se afirmou no mercado das revistas técnicas, embora de cariz popular e de acesso à generalidade das pessoas foi a revista BIT, Informática para todos. O Número Um foi publicado em Outubro de 1998, com o preço de capa de 50$00, embora como número de lançamento tivesse sido oferecido. O director desta revista, António Eduardo Marques, traz consigo a experiência de 3 anos à frente da revista Exame Informática.



A capa dava destaque a um assunto de interesse generalizado, especialmente nessa época em que os processadores ainda apresentavam algumas limitações: “Porque ‘crasha’ o seu PC”. E sublinhava, ainda, assuntos como o “IRScalc 98” e a “Diciopédia”.

Como curiosidade, o facto de se começar a falar em equipamentos fotográficos de nível amador com muito reduzida qualidade técnica e a preços exorbitantes. Iniciava-se, então, uma caminhada para a actual vulgarização de equipamentos digitais de elevada capacidade e a custos relativamente reduzidos.

Anunciava-se, então, o lançamento do Windows 2000 e do Office “100 por 100” Internet. Tema que também entrava na “agenda” como hoje se diz, que não nos anos 90 de século passado, a Gestão Documental que dava os seus primeiros passos numa parceria entre a INATEL e a Médis para a redução do movimento de milhares de papeis entre as duas entidades.

Como escrevia o directos da BIT neste primeiro número: “Lançar um novo projecto em Portugal é um risco, mas lançar um projecto de comunicação social é um risco redobrado”.

terça-feira, abril 18, 2006

uma flor para... a monsiña

Para te mi "sol de Gaudy" te deseo
Muchas felicidades
Te beso
Per a et el meu "sol de Gaudy" et desitjo
Moltes felicitats
Et beso

espaço de poetar

Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento


Olhos de Mel, "Sol de Gaudy"

Teus belos olhos de mel
Duma tonalidade tão pura
São do Universo o anel
Do muito querer que perdura

Tua boca sem ter par
Qual amora já madura
A doçura no beijar
Num momento de ternura

Teus seios são frutos de ouro
Duas jóias preciosas
Fazem parte do tesouro
Das sensações valiosas

Teu umbigo sensual
Com um brilhante de sonho
Como ele não há outro igual
No Mundo que fazes risonho

No centro de teu lindo ser
Fulge o mais belo tosão
É sonho de enlouquecer
O mais nobre coração

De tão bonita mulher
A concluir o que penso
Feliz de quem merecer
Seu sorriso tão intenso

segunda-feira, abril 17, 2006

flores cor de pérola

Serão flores, serão pérolas?
Encantam nosso sentir
Suavidade e afecto

velo 2006

Realizou-se recentemente na África do Sul uma grande conferência internacional designada Velo 2006, que reuniu cerca de um quarto de milhar de delegados de 41 países. Objectivo deste encontro é o de promover a utilização sustentada da bicicleta como meio de locomoção individual.

O congresso deste ano teve as suas preocupações centradas na importância de considerar a bicicleta como um meio de transporte e não só como um objecto de lazer, pois contribuirá determinantemente para a saúde e o bem-estar das populações pela redução da emissão de dióxido de carbono.

Transcrevemos aqui a Declaração da Cimeira com base nos dados publicados pela Câmara Municipal de Almada que teve participação activa no Velo 2006.

Os governos, a sociedade civil e o sector económico devem mobilizar-se para aumentar os níveis de segurança no uso da bicicleta e ampliar de forma veloz as práticas existentes através do seguinte:

- Apelar a um espaço público que se assuma como tal, permitindo uma melhor qualidade de vida;

- Melhorar a integração da bicicleta com outros domínios, designadamente: saúde, transportes públicos, ambiente e crescimento económico;

- Investir na consultoria e assessoria técnica e qualificada relativamente à bicicleta, ciclovias e afins;

- Assegurar um compromisso político para um papel acrescido do transporte não motorizado no desenvolvimento económico;

- Planear e reforçar acções concertadas entre comunidades locais e autarquias, promovendo a utilização da bicicleta;

- Desenvolver as capacidades de organizações de base local e ONGs na promoção do transporte não motorizado;

- Envolver a comunidade empresarial para a existência de locais de trabalho saudáveis;

- Encorajar o Velo Mundial a desenvolver estratégias e a trabalhar com todas as agências no terreno, assegurando a promoção da bicicleta em programas internacionais.

domingo, abril 16, 2006

feliz páscoa

Tradicionais amêndoas de açúcar cobertas
Mesmo na agitação do mar
Veio o coelhinho e comeu-as

páscoa

Tempo de Páscoa é na liturgia cristã e de muitos outros credos religiosos, actuais e de tempos passados, a ressurreição, o nascimento, a nova vida, um começar de novo. Algo que é cíclico na vida das gentes de todas as regiões do Mundo, em todos os tempos.

A Páscoa é simbolizada pelo OVO que em si contém todas as noções de um recomeço, a partir “sabe-se lá de onde”. O que nasceu primeiro? O ovo ou a galinha? Questão filosófica que se encontra arreigada no imaginário popular.

É tradição oferecer ovos na China. Há muitos séculos atrás os orientais embrulhavam os ovos em casca de cebola e cozinhavam-nos juntamente com beterraba. A cor dada pela beterraba entrava pelos interstícios das cascas de cebola criando desenhos suaves e estranhos. Os ovos eram oferecidos como presente na Festa da Primavera.

Este costume chegou ao Egipto. Tal como faziam os chineses, também os egípcios passaram a oferecer ovos no início da nova estação, no início da Primavera, onde começava um novo ciclo de vida.

Após a morte de Jesus Cristo, aquando da expansão do Cristianismo, deu-se a absorção natural dos usos e costumes populares, conde os cristãos passaram a consagrar esse hábito como lembrança da ressurreição e no século XVIII a Igreja adoptou-o oficialmente, como símbolo da Páscoa.

A evolução dos tempos, a “mão dura” da Igreja Católica que proibia, durante a Quaresma, a alimentação que incluísse ovos, carne e derivados de leite, o início do desenvolvimento da indústria de chocolate, por volta de 1828e o avanço do mercantilismo explicam, no seu conjunto, a substituição de ovos naturais pelos de chocolate.

O dia de Páscoa é o primeiro Domingo depois da Lua Cheia que ocorre no dia ou depois de 21 de Março, mais correctamente, depois do equinócio da Primavera Boreal que este ano foi no dia 20 de Março. No ano de 2006 a Lua Cheia considerada teve lugar a 13 de Abril.

sábado, abril 15, 2006

festejar a páscoa

O Folar e a Bôla de Páscoa

O repasto desta noite que antecede o Domingo de Páscoa foi uma verdadeira comunhão de sabores luso-brasileiros, dentro da tradição da degustação de um folar. Na verdade, à mesa apresentaram-se para serem apreciados o tradicional folar de Páscoa português e a bôla originária do Brasil, quem sabe de qual Estado ou Região.

O folar de Páscoa confeccionado de forma tradicional com ingredientes por certo não muito afastados desta lista
100 gr de manteiga
1 colher de café de erva doce em pó
15 gr de fermento de padeiro
3 colheres de sopa de açúcar
1 colher de café de sal fino
2,5 dl de leite
2 ovos cozidos e descascados
500 gr de farinha


A preparação e confecção é algo elaborada e realizada com o tempo de tranquilidade e repouso à moda da vida de antigamente... a passar ao ritmo do Sol.



Quanto à bôla da tradição brasileira, pão leve recheado de enchidos variados fica mais a imagem do que a receita. A degustação essa foi divinal.




A acompanhar tão deliciosos manjares um vinho tinto Fonte do Beco, Vinho Regional das Terras do Sado, de monocasta Castelão, do ano de 2000. Bela degustação.

sexta-feira, abril 14, 2006

uma flor para... a paulinha

Tonalidade suave
Paraíso num jardim encantado
Uma flor para a Paulinha

espaço de poetar

Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento


Tulipa Negra

Mulher de muito querer, Shirin se apaixonou.
Seu príncipe de encantamento, seu eleito,
Ferhad rejeitou tamanho enleio. Desgostou
Mulher desamada no deserto procurou seu leito.

Chorou copiosamente sua saudade, com tristeza
As lágrimas rolaram por seu belo rosto em sofrimento
Cada uma tocou a escaldante areia de profunda pureza
Transformando-se em linda tulipa de negro pigmento.

Das terras do crescente viajou no sonho de um amante
Até à Europa, à Holanda a terra dos “polders” e dos canais,
Onde inspirou artistas e simbolizou o amor eterno e galante
Depois no Brasil, símbolo do muito querer e sentires reais.

quinta-feira, abril 13, 2006

lua de abril

Abril das águas mil?
Com Lua tão luminosa
É primaveril

a minha opinião

O pessoal da Oficina está atento à actualidade política e social de Portugal e do Mundo. Aqui partilham o seu pensar através da minha análise modesta mas interessada


Museu Colecção Berardo

Conheço algumas peças, das cerca de 4 mil, que constituem actualmente o espólio da Colecção Berardo de Arte Contemporânea. Tenho conversado com diversas pessoas sobre Joe Berardo como homem de negócios, como homem apreciador do belo, como ser humano de um modo geral.

Julgo saber da sua vontade firme de que a sua colecção não saia de Portugal. Pese as muitas e tentadoras propostas que tem recebido de governos de diversos países.

Terminaram, com a assinatura de um protocolo no passado dia 2 de Abril, as negociações entre o Governo Português e Joe Berardo com a decisão de criar a Fundação de Arte Moderna e Contemporânea – Colecção Berardo onde serão integradas 862 das 4 mil peças da colecção do Comendador. Estas peças serão cedidas em regime de comodato por 10 anos.

Nestas coisas da cultura, das negociações de protocolos, não deveremos medir os resultados em termos de “vencedores” e de “vencidos”. Embora a Ministra da Cultura, do alto da sua proverbial arrogância o não reconheça, foi total a inépcia do Governos nestas negociações. Quiçá, tenha sido melhor para o Povo português.

Contudo, não foi precavido o destino de mais de 3 mil peças e, nem sequer, ficou minimamente acordado o que virá a acontecer com as novas aquisições de peças de arte que o Comendador Joe Berardo, por certo, continuará a fazer.

Nas negociações agora concluídas o estado Português cedeu em toda a linha às pretensões de Joe Berardo. Para demonstrar o contrário a Ministra da Cultura somente encontra dois aspecto que afirma o Governo não ter cedido (?):
- ao facto de Joe Beardo pretender que este protocolo abrangesse não somente as 862, mas a totalidade (cerca de 4 mil)
- a fixação da colecção no módulo 3 do Centro Cultural de Belém.


A não perder: qualquer exposição de obras da colecção de Joe Berardo; uma visita ao Palácio da Bacalhôa, em Azeitão e outra aos jardins da JP Vinhos, em Brejos de Azeitão.

quarta-feira, abril 12, 2006

oh mar eterno

Oh mar eterno como te amo
Em tuas nuances de azul
Que são mais do que o próprio infinito

minha terra é meu sentir

Caparica mais do que uma terra é um Povo. Gente que construiu vida entre o mar e a floresta em diversificado labor. Da sua vivência aqui se regista testemunho


Quinta de Monserrate

Charneca de Caparica não é região de grande monumentalidade edificada. Terra de camponeses e lenhadores que em certas épocas do ano eram igualmente pescadores, a população dividia a sua actividade produtiva entre os vastos campos da “charneca” e as águas do mar da Fonte da Telha.

Gentes modestas e de poucos haveres, trabalhavam sol-a-sol nas quintas da região a soldo dos donos das quintas, absenteístas grande parte do ano, utilizando-as unicamente em tempo de veraneio. Excepções existiam, especialmente em quintas que tinham amplas áreas de plantio de vinhedos e se dedicavam à produção de vinho.

O património construído com algum interesse histórico resumia-se, então, às capelas existentes nas quintas, algumas delas abertas à devoção da população vizinha. Destacava-se a Capela de Nossa Senhora de Monserrate, situada no pátio da Quinta de Monserrate, no acesso Norte à povoação de Charneca de Caparica. Além da Padroeira, venerava-se aqui com especial devoção, a imagem de São Luís, Rei de França.

Na primeira metade do século XIX, pertencia esta Quinta de Monserrate a Francisco António Ferreira, conhecido por "Sola", por herança de seus avós; depois foi pertença do General Manuel António de Araújo Veiga, a quem chamavam "o Capitão Rico", tendo passado por herança para o seu neto o empresário teatral Vasco Morgado.

Vicissitudes de diversa ordem conduziram a que nos tempos actuais (2006) se encontre totalmente degradada, quer a Quinta de Monserrate, quer a capela de Nossa Senhora de Monserrate.

Há notícia de que no início dos anos 40 do século passado, nas cálidas noites de Verão, realizavam-se no pátio da Quinta de Monserrate animados bailes que em tempo de santos populares, com destaque de São João, no querer das gentes de Almada, se prolongavam até o raiar do sol.

Também na Quinta de Monserrate por benesse dos seus proprietários se realizavam as Festas Populares da Charneca de Caparica. A Comissão de Festas organizava anualmente as Festas Tradicionais que começaram por se realizar na Quinta de Monserrate, então da propriedade do empresário teatral Vasco Morgado.

Era este senhor muito ligado às artes cénicas, especialmente ao teatro musical e de revista, estando a seu cargo a exploração do saudoso Teatro Monumental, em Lisboa. Esse facto, e por ele ser a maioria das vezes o mordomo das Festas da Charneca, trazia até esta aldeia rural da margem sul do Tejo muitos forasteiros.

Nessa época, e estamos a falar entre os anos 40 e 70 do século passado, organizavam-se também os círios de peregrinação anual ao santuário da Nossa Senhora do Cabo, no Cabo Espichel, que seguia um percurso ainda hoje referenciado por um marco quilométrico existente na Charneca de Caparica, junto ao Mário Casimiro, mas cujo traçado por muito deteriorado é praticamente desconhecido das gentes que hoje aqui vivem.

Conta-se, recordam os mais velhos da terra, que o círio vindo de Alcabideche com destino ao Cabo Espichel se encontrava com o da Charneca nas imediações da Quinta de Monserrate seguindo o restante percurso em conjunto.

Da tradição popular encontrámos esta quadra dispersa em documentação avulso:
O Velho de Alcabideche
E a Velha da Caparica
Foram à Rocha do Cabo
Acharam prenda tão rica

terça-feira, abril 11, 2006

tão longe chega o meu olhar

Do topo deste meu castelo
Vejo o azul do mar
Que para lá do "infinito" tem uma faixa de esperança

número um

Hábito antigo de guardar os “número um” das revistas, quantas vezes o “número zero”, acaba por fazer história do que é publicado, dos êxitos editoriais e, igualmente, dos fracassos, mas é sempre registo dos tempos


Manifesto

Nos anos 70 do século passado, muito em especial depois do glorioso dia 25 de Abril de 1974 que permitiu o lançamento de revistas sobre temas dificilmente tratados antes, surgiram algumas revistas de cariz político que se propunham constituir em amplo espaço de debate.

De periodicidade mensal, assumindo-se independente das forças económicas e partidárias, tendo como objectivo primordial criar um espaço de análise crítica global dos problemas do mundo de hoje (de então), representando um esforço colectivo de intervenção política e cultural.

Estamos a falar da revista MANIFESTO que publicou o seu Número Um em Agosto de 1974 indicando na sua ficha técnica o Director Reinaldo Guerra Madaleno. O preço de capa era 12$50.



Do conteúdo do Número Um da revista MANIFESTO salientamos:

Portugal Hoje – A crise política e as grandes tarefas nacionais
Colonialismo português, que futuro?
Mesa-redonda com o Movimento da Esquerda Socialista
Manifesto – Escola e Capitalismo, para uma perspectiva “movimento estudantil”
Greve: sim ou não?
Internacional – América latina, reformismo ou revolução
Sociedade – Divórcio, um direito cerceado
Civilização – Rádio: ondas muito curtas

Tempos muito diversos da actualidade em que temas hoje do domínio público começavam, então, a ser discutidos. Transcrevemos:

Um clima de franca efervescência, propício a iniciativas de base, mas também, e já, a manobras de cúpula masca o actual momento político português”.

segunda-feira, abril 10, 2006

perfume de jasmineiro

O jasmim é o seu inebriante perfume

Durante uma semana acompanhámos o florir do jasmineiro, sentindo intensificar-se o seu perfume. Na plenitude da brancura de suas pequenas flores o perfume sentia-se no ar, subia docemente até à janela furtada que dá para esta Oficina das Ideias.

Aqui fica a sequência que perfumou Valle de Rosal...



domingo, abril 09, 2006

perfume mágico

Do rosmaninho a magia do perfume
Atrai as doiradas abelhas
Alimenta com doçura o amor

sentir o povo que vive

O fotógrafo e a escritora reencontram-se na calçada que percorrem tranquilamente. Ele escreve sentires com cada clique de sua câmera fotográfica. Ela, cria as mais belas imagens com um singelo movimento dos cílios


Um café sem açúcar

Lá pelo Portugal o clima já está no plano inclinado na direcção do Verão, passado que foi o 20 de Março, tempo de equinócio, tempo de esperança e de sementeira. Aqui em terra de canais que fazem lembrar a europeia Veneza o caminho é para o Inverno. Claro, que este Inverno não é o que sentimos em terras lusas.

Os 30 graus que por aqui ainda aquecem os corpos deixam a vontade permanente de um mergulho neste Atlântico que junta dois continentes em fraterno abraço de amizade e de muito querer. As nuvens, essas prometem uma bátega forte de chuva, lá mais para o fim da tarde.

Calçada acima o Fotógrafo ia observando as gentes atarefadas nos seus afazeres diários, manhã cedo caminhando para os empregos, os funcionários públicos, dos diferentes departamentos da Prefeitura, os empregados de escritório e os trabalhadores do comércio.

Atarefadas as mulheres que para os mercados se dirigiam para as compras do víveres, dando dois dedos de conversa com a vizinha da “vila” ou do prédio de moradia. A criançada, essa despreocupadamente brincava na calçada em tempos de Páscoas e de férias escolares.

O encontro com a Escritora foi fugaz, já que o trabalho de organização de novas jornadas de educação ambiental pela arte esperava a sua presença e a sua experiência de temporadas anteriores. Mas fugaz que fosse o encontro, mesmo somente troca de olhares já seria para ambos inspirador.

Mas sempre haveria tempo do “cafézinho”, troca de algumas palavras, incentivo de sentires partilhados:

_Bom dia, minha querida Amiga. É sempre reconfortante este encontro matinal...
_Não poderias dizer melhor o meu sentir.
_Com o cafézinho também se faz “tchim tchim”!
_Continuas a não pôr açúcar no café?
_Claro. Para manter a minha imagem de docinho...
(risos) (muitos risos)

sábado, abril 08, 2006

visão sobre o mar azul

Na tranquilidade da arriba escarpada
O olhar espraia-se
Sobre o mar tão azul e tão belo

cuidados de saúde, tempo dois

A propósito da temática “Cuidados de Saúde em Portugal” escrevemos três sonetos correspondendo a três tempos poéticos desta problemática :

Passada a tenebrosa dos medos e do terror...
Quando o preço se tornou mais importante do que o valor...
O Povo tem a Esperança do querer em seu sentir...

Estes poemas tiveram a sua apresentação pública no decorrer da “I Feira da Saúde” organizada pela Junta de Freguesia de Charneca de Caparica. Publicamos hoje os segundo e terceiro desses sonetos:


Quando o preço se tornou mais importante do que o valor...

Num fim de tarde frio e tormentoso
Andava o Povo ocupado em seu labor
“Quem quer saúde paga!” assim soou a dor
De mordida traiçoeira de cão raivoso

A ganância, esse sentir tão odioso
Falou alto e retirou à saúde o seu valor
Transformou um direito em simples forjador
Do caminhar sem sentido e desditoso

Novos rumos das gentes em seu prosar
“Medicamentos a tomar só em metades”
“Cuidados de Saúde cada vez mais a pagar”

“Exames poucos, são novas as realidades”
“Para suas feridas sarar tem que esperar”
Quem tem posses é curado noutras cidades.



O Povo tem a Esperança do querer em seu sentir...

Um dia ao raiar da aurora transparente
Na Esperança traçou o Povo novos caminhos
Conversou com amigos e vizinhos
Sentiu a força do querer como antigamente

Exigiu ser tratado como gente
Voou alto, voou longe qual estorninho
E na leveza da branca flor de linho
Sentiu no peito a Esperança renascente

A saúde não é negócio, é um direito
Assim quis o Povo e assim será
Na defesa do ideal e do respeito

Na senda do caminho que o Povo tecerá
No tear do saber e a preceito
Uma vereda que o Sol percorrerá.

sexta-feira, abril 07, 2006

do pinhal...

Cores do pinhal
Da paleta da Natureza
Eterno outonal

cuidados de saúde, primeiro tempo

A propósito da temática “Cuidados de Saúde em Portugal” escrevemos três sonetos correspondendo a três tempos poéticos desta problemática:

Passada a tenebrosa dos medos e do terror...
Quando o preço se tornou mais importante do que o valor...
O Povo tem a Esperança do querer em seu sentir...


Publicamos hoje o primeiro desses sonetos:


Cuidados de saúde de todos um direito
Gritou o Povo bem alto em seu sentir
Quando falar pôde e em suas mãos conduzir
O destino, a vida, de um futuro escorreito.

Afastados os medos, as incertezas do devir
Arregaçar as mangas no construir do respeito
Pelos seres que connosco abrem o peito
Na defesa de ideais de esperança, no sorrir.

Direito fundamental, como a própria vida
Garantido a mil vozes e amiúde
Defendido como causa nobre, de vencida

Deu ao Povo glória em sua plenitude
Permitiu-lhe avançar de forma decidida
Segurança garantida pelos cuidados de saúde.


A Organização Mundial da Saúde declarou o dia 7 de Abril “Dia Mundial da Saúde”

quinta-feira, abril 06, 2006

botão de orquídia

Linhas suaves cores de pastel
Harmonia
Flor em botão

o senhor dos vinhos interessantes

Tenho a felicidade de ter como amigo o “Senhor dos Vinhos Interessantes”, que junta aos seus saberes sobre vinhos de qualidade uma prodigiosa capacidade inventiva e uma imaginação sem limites. Resolveu, então, elaborar fichas de prova de diversos vinhos existentes no mercado que se caracterizam por uma fascinante originalidade.

E as grandes amizades são assim... aceitou partilhar esse seu trabalho com a Oficina das Ideias e, consequentemente, com a roda de amigas e amigos que nos honram com as suas visitas. Aqui estaremos todas as quintas-feiras com uma nova proposta de vinho.



Estes vinhos estão disponíveis na Garrafeira do Jumbo Almada Fórum. Aconselhe-se com o Senhor dos Vinhos Interessantes.

quarta-feira, abril 05, 2006

perfume de jasmim

Flor de imaculada pureza
Um perfume especial
Que exalta nossos sentires

espaço de poetar

Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento


Corpo Angelical

Noites a fio sem cessar
Sonhei teus olhos de mel
Em viagem de encantar
Pela terra e pelo mar
Viajavas num corcel

Me prende pra todo o tempo
Teu rosto angelical
Foi o meu encantamento
Foi a luz do sentimento
Teu sorriso divinal

Perdi-me no teu sorriso
Naveguei em teu olhar
Não são falta de juízo
São dádivas do Paraíso
O sentir e o beijar

Colorida de carmim
Tua boca sensual
Sinal de dizer sim
Sinal de amor sem fim
É do querer um sinal

Espigas de trigo maduro
Teus cabelos muito loiros
De sentimento tão puro
Corpo formoso e seguro
São para a alma tesoiro

Em ombros cor de pimenta
Teu pescoço elegante
Seios em carícia lenta
De minha boca sedenta
Do teu corpo tão vibrante

Coroam seios doces formosos
Teus mamilos muito escuros
Pedindo sentires fogosos
De um beijo desejosos
São tentação de tão duros

Uma pérola um brilhante
Teu umbigo celestial
Tão bonito elegante
Sensual e intrigante
Como ele não há igual

Monumento de beleza
Nádegas a cinzel talhadas
Dádiva da Natureza
Dignas de elevada nobreza
Tão belas e delicadas

No cruzar de lindas pernas
Escondes um belo tesouro
Imagens que são eternas
Luminosas quais lanternas
Para o prazer duradouro

terça-feira, abril 04, 2006

diamantes para a gotinha

Gotas de cristal muito fino
Ou serão diamantes?
São gotinhas!

coleccionar com doçura

Coleccionar, juntar e encontrar elos de comunhão entre as peças sempre foi aliciante para o ser humano. O coleccionismo de pacotes de açúcar colocou esse anseio ao alcance de toda a gente


Pacotes de Açúcar uma referência no Coleccionismo

A acção desenvolvida pelo Clube Português de Coleccionadores de Pacotes de Açúcar, Clupac, além de reflectir os aspectos associativos estatutariamente definidos e expressos nos planos de actividades que as assembleias gerais têm aprovado, tem tido importante impacto na intervenção de cariz social.

É importante salientar três aspectos em que a acção do Clupac tem tido reconhecimento generalizado pelos resultados obtidos: A divulgação do coleccionismo de pacotes de açúcar junto das camadas mais jovens da população; A dinamização do coleccionismo de pacotes de açúcar em todas as regiões do Continente e Ilhas; A sensibilização para a importância deste tipo de coleccionismo junto das entidades envolvidas.

Em resultado dos espaços em que se realiza a exposição “A Viagem do Açúcar”, espaços escolhidos criteriosamente, e das parcerias encontradas para a sua efectivação, envolvendo de um modo geral agentes culturais dos municípios, é visitada de forma organizada por inúmeras turmas escolares, especialmente, do ensino básico, tendo incentivado muitas crianças e jovens a dar os primeiros passos no coleccionismo, actividade muito salutar na ocupação de tempos livres. Daqui resulta a divulgação do coleccionismo de pacotes de açúcar junto das camadas mais jovens da população.

O coleccionador de pacotes de açúcar sentia-se um ser isolado neste seu meio de ocupação de tempos livres, pois durante muitos anos considerou-se o “único” capaz da “loucura” de coleccionar estas pequenas peças de papel que a quase totalidade das pessoas descartavam após dar-lhe a utilização respectiva. Desconhecia, pois, a existência de outros coleccionadores de pacotes de açúcar. Com o surgimento do Clupac e o recurso às tecnologias emergentes desde a primeira hora da sua existência, com um sítio na Internet e com a criação de uma “mailling list”, essa fronteira do desconhecimento foi sendo paulatinamente derrubada. Assim, se conseguiu a dinamização do coleccionismo de pacotes de açúcar em todas as regiões do Continente e Ilhas.

O conhecimento da existência de coleccionadores de pacotes de açúcar em todas as regiões do Continente e Ilhas, de norte a sul, do litoral ao interior foi acompanhada pela tomada de consciência por parte das empresas cafeeiras e embaladoras de pacotes de açúcar da realidade deste fenómeno de coleccionismo. Para tal situação foi determinante a contribuição dada pelo Clupac nas conversações e no estabelecimento de protocolos com essas empresas, assim como a dinâmica criada pelos próprios coleccionadores junto das mesmas. Daí resultou a sensibilização para a importância deste tipo de coleccionismo junto das entidades envolvidas.

Todas estas acções realizadas ou dinamizadas pelo Clube Português de Coleccionadores de Pacotes de Açúcar alterou completamente o paradigma do coleccionismo. Uma colecção de peças relativamente acessíveis na sua obtenção, considerada mesmo “a colecção de todos” pelos custos reduzidos envolvidos, passou a ser considerada uma “colecção de referência” pela dinâmica e organização que introduziu na arte de coleccionar.

segunda-feira, abril 03, 2006

acacial de oiro vestido

Na tradição das gentes de Caparica
Oiro amoedado, flores do acacial
Capa-Rica

o meu caderno de viagens

Pequenos apontamentos rabiscados num caderno de viagem e agora partilhados com os leitores. Os sítios, as gentes, os costumes e as curiosidades observados por quem gosta mais de viajar do que de fazer turismo


Um jantar no Apotek

A viagem de autocarro, entre Budapeste e Keszthely, junto às margens do Lago Balaton, realizou-se ao fim da tarde, após a chegada dos restantes companheiros da jornada, vindos dos mais diversos países da Europa. O percurso feito na sua quase totalidade em auto-estrada decorreu de forma agradável, com uma paragem para café e desentorpecimento de pernas numa área de serviço perto de Siófok.

Chegados a Keszthely já noite cerrada houve que proceder à nossa instalação no hotel, um autêntico palácio que havia sido adaptado à indústria hoteleira e à realização de grandes eventos, de um modo geral com o patrocínio governamental. Depois... procurar onde jantar que a hora já se fazia tardia e nada conhecíamos desta pacata cidade, especialmente, na época outonal, que era o caso.

O nosso grupo, nove pessoas, nós próprios, mais três casais vindos da Catalunha e o sempre solteiro e bem disposto Vicent, lá partiu à descoberta de um local onde jantar. Algo típico, foi a opinião da maioria. O restaurante Apoteke (farmácia) foi o escolhido.

Entrámos, no que mais parecia uma caverna talhada em bruto na pedra. Excelente decoração e ambiente. Éramos os únicos clientes, pata um único empregado, mais as gentes da cozinha.

Nós constituíamos uma equipa poliglota. Falávamos português, castelhano, catalão, francês, inglês e, até, alemão. O empregado somente húngaro. A lista estava escrita unicamente em húngaro. Por sinais nos entendíamos. Mas nada mais. Que escolher para a tão desejada refeição.

Uma ideia peregrina. Vamos encomendar “um de cada da lista”. E assim foi. Devem calcular as surpresas que tivemos. O quanto a nossa experiência gastronómica aumentou. Foi um jantar inesquecível.

Uma nota final. No meio de tantas especialidades húngaras, de tantos molhos e condimentos esquisitos, paprikas e outras especiarias, a diversos milhares de quilómetros de Portugal, o meu olhar foi atraído para um pequeno frasco amarelo de tampa vermelha: mostarda Savora, fabricado em Loures, Portugal.

domingo, abril 02, 2006

variações numa tonalidade

Da paleta de cores da Natureza
Retirei esta suave tonalidade
Para pintar a Oficina

em março de 2006 a oficina das ideias publicou:

Textos
Dia 1 – Protecção Civil
Dia 2 – Em Fevereiro de 2006 a Oficina das Ideias publicou
Dia 3 – O Senhor dos Vinhos Interessantes
Dia 4 – Espelho de Sentires
Dia 5 – Tempo de ressaca [sentir o povo que vive]
Dia 6 – Trinta e dois meses na blogoesfera
Dia 7 – Sabe quem é a Microsoft [Número Um]
Dia 8 – Dia Internacional da Mulher
Dia 9 – O Senhor dos Vinhos Interessantes
Dia 10 – Raio de Luz apela em Canal 9
Dia 11 – O brilho no olhar
Dia 12 – Um livro especial [sentir o povo que vive]
Dia 13 – Coisas de Amor
Dia 14 – Fotografia é Cultura [Número Um]
Dia 15 – Que País é este? [a minha opinião]
Dia 16 – O Senhor dos Vinhos Interessantes
Dia 17 – As cores da Primavera
Dia 18 – O Tesouro dos Sentires [espaço de poetar]
Dia 19 – Aos Pais de todo o Mundo
Dia 20 – Primavera
Dia 21 – Viver é um Poema; 21 de Março
Dia 22 – Água um bem colectivo
Dia 23 – O Senhor dos Vinhos Interessantes
Dia 24 – Pastéis de Belém [doces pensamentos]
Dia 25 – Cuidados de Saúde [espaço de poetar]
Dia 26 – Um minuto que vale uma hora; Encontro com o Ministro [sentir o povo que vive]
Dia 27 – Tatiana, uma bonita mulher
Dia 28 – O Clupac em Assembleia Geral [coleccionar com doçura]
Dia 29 – Que mágico alvorecer o de hoje!
Dia 30 - O Senhor dos Vinhos Interessantes
Dia 31 – Tortas de Azeitão [doces pensamentos]

Imagens
Dia 1 – Poente na Mata dos Medos
Dia 2 – Longo Areal
Dia 3 – Os caminhos da Mata dos Medos
Dia 5 – Nos caminhos da mata
Dia 6 – Uma visão da costa
Dia 9 – Amarelo
Dia 10 – Recortes
Dia 11 – Florinha de lilás vestida
Dia 13 – Almada, cidade da fusão
Dia 15 – lua de ontem, Lua de Março
Dia 17 – Orquídea de Valle do Rosal
Dia 18 – Pesca de arrasto
Dia 19 – Dia do Pai Manel
Dia 20 – Pétalas verdes
Dia 22 – Gota de água
Dia 23 – Nuvens de algodão
Dia 24 – Aqui se assinala epopeia
Dia 25 – Odor especial do jasmineiro
Dia 26 – Cores da Primavera
Dia 28 – Campos de branco cobertos
Dia 29 – Um segredo
Dia 31 - Solidão

Uma Flor para...
Dia 04 - ...a Yonara, parabéns minha querida Amiga neste dia de felicidade
Dia 07 - ...a Ana Bela, parabéns minha querida Amiga que és o Sol
Dia 12 - ...a Jenny, parabéns netinha querida
Dia 14 - ...a Mikah, parabéns minha querida comadre
Dia 27 - ...a Deméter, uma flor é um sinal felicidades eu te desejo
Dia 30 - ...a Suzana, viva muito querida Suzana

sábado, abril 01, 2006

duplicidade

A mentira para convencer
Duas faces deve apresentar
E o olhar penetrante

tradição e cultura popular

A tradição resulta da memória colectiva de um Povo, autêntico património invisível que se transmite entre gerações e representa o mais elevado expoente da cultura popular. Aqui se deseja dar conta desse repositório


Dia das Mentiras

Internacional: Chirac assina lei do CPE e propõe logo alterações
Internacional: Teerão exclui usar petróleo como arma nas negociações do nuclear
Sociedade: Tribunal condena 81 militares e 15 empresários por corrupção
Desporto: Leão quer liderar por um dia com vitória em Guimarães
Nacional: Sampaio defende referendos europeus no mesmo dia


Estes são os títulos de capa do Diário de Notícias do dia 1 de Abril de 2006, e atendendo ao dia em questão sobra-nos a dúvida: Qual destas notícias será falsa, para justificar o facto de neste dia se “festejar” o Dia das Mentiras?

E será que tal como em relação a outras temáticas deveremos considerar “todos os dias do ano são Dia das Mentiras”? Pelo constante logro em que os cidadãos são induzidos sistematicamente tal não estaria muito fora da razão.

Muitas são as razões apontadas para que o dia 1 de Abril desde há muito seja considerado o Dia das mentiras. Uma delas tem origem em França onde desde o século XVI o Ano Novo era festejado desde o dia 25 de Março até 1 de Abril, coincidindo com a chegada da Primavera.

Quando em 1564 o rei Carlos IX de França adoptou o Calendário Gregoriano determinou que o Ano Novo passasse a ter início no dia 1 de Janeiro o que desagradou a muitos franceses que continuaram a seguir o calendário antigo. A partir daí passaram a ridicularizar este facto usando enviar presentes estranhos nessa data, que mais tarde veio a descambar em mentiras.

Numa primeira fase, os jornais diários e as emissoras de radiodifusão, criaram o hábito de dissimuladamente publicarem uma mentira que viria a ser desmentida no dia seguinte. Com o advento da televisão, também este meio de comunicação social passou a usar do mesmo costume.

Nos tempos correntes a mentira, a meia verdade entraram nos hábitos correntes dos políticos, dos órgãos de comunicação social, da sociedade em geral.

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