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sexta-feira, novembro 30, 2007

sai um petisco...

a chanfana, carne de cabra velha
cozinhada lentamente em caçoila de barro preto
no fogo de lenha de castanho


Degustado no restaurante Ti Lena, em Talasnal, Lousã - Portugal

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serras e desertos que lhes cabiam

Com ele, sim, quer atravessar sem desfalecimentos
as serras e os desertos que lhes caibam.

Judite Jorge, em Afectos de Alma



Nessa noite, já passado o chamado “primeiro sono”, com o espírito tranquilo a usufruir do repouso necessário à recuperação de energias depois de um dia bastante atribulado, o sonho, o sonho recorrente aproximou-se de mansinho e sentiu-se flutuar sem que o mínimo esforço fosse necessário.

Com tamanha sensação de leveza foi fácil atravessar vales e serras, montanhas de grande altitude expostas ao sol e aos ventos, mas também vales aconchegados entre duas encostas onde lá no fundo um fio de água cantarolava harmoniosas cantigas de bem querer.

Por mares sobrevoados seguiu, muitos deles autênticos desertos de água onde a vida já não existe por a temperatura das águas já ter ultrapassado o ponto crítico mas, de igual forma, o mar Atlântico prenhe de sentir, este nosso mar cúmplice de muitas andanças deste andarilho dos sonhos.

Consigo, em amplexo de afecto carregado, seguia seu ente querido, que a leveza valia para os dois e na noite que haviam transformado em dia foram-se aproximando do pôr-do-sol que nas lonjuras já pintava o firmamento de tons de azul, dourado e lilás.

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quinta-feira, novembro 29, 2007

mar e texturas

o azul do céu reflectido
o dourado da areia
textura de sonho do nosso mar


Praia do Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

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sócrates, o pai natal de 2007?

José Gil escreve semanalmente na revista Visão interessantes ensaios versando, de um modo geral, temas da actualidade nacional. Com o título “O dom celibatário” escreveu na edição de hoje da citada revista uma análise ao estilo do discurso político e das suas transformações no tempo.

No discorrer do seu pensamento, apresentado como é seu hábito com muita clareza, contrariamente ao que acontece com os membros do poder político actual, acabou por se centrar na atitude do primeiro-ministro José Sócrates que considerou “mestre na retórica da positividade”.

Com humor, conclui comparando o discurso do primeiro-ministro José Sócrates com o Pai Natal, pois tal como este, “parece dar sem nada pedir, promete sem nada exigir (que o amem através do voto), quebrando a lei da troca recíproca do laço social e político”.

Aqui na Oficina das Ideias encontramos mais uma semelhança entre Sócrates e o Pai Natal – tal como este se vendeu ao grande capital, transformado (transformista?) nas suas vestimentas pela Coca-Cola, também Sócrates se vendeu ao mais desenfreado sistema liberal de especulação financeira, aos “senhores do Mundo”, aos verdadeiros terroristas sociais.

Um dia destes com o Natal próximo vamos ver substituir os pais Natal que tradicionalmente sobem as chaminés por “bonecos” do primeiro-ministro transvestido de Pai Natal. As criancinhas que se cuidem pois em lugar da desejada prenda podem ficar sem as meias.

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quarta-feira, novembro 28, 2007

gato lampeiro

atravessou a rua lampeiro
procurou o habitual sítio
de aquecer com réstea de sol


Gato numa montra da zona histórica da Cidade, Setúbal - Portugal

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in tempus, um blogue do coração

O pessoal da Oficina das Ideias saúda a entrada na blogoesfera de um blogue inteiramente dedicado à música alternativa executada com virtuosidade pelo colectivo almadense “In Tempus” que após ter editado um CD intitulado “Luna Sapiens” trabalha intensamente na sua próxima obra “Druidas do Tempo”.



Transcrevemos a mais recente entrada no blogue “IN TEMPUS – na senda do tempo... nas rotas do lobo... na defesa da Terra”:

A concepção de um espaço, onde músicos e amigos pudessem trocar experiências de vida, era para mim, um sonho a realizar...

Criar um ambiente onde a mística fluísse por si própria e onde o espaço e o tempo não constituíssem uma barreira, é o esforço de anos de dedicação...

Mas “No fundo do Tempo”, descobri um segredo...

“Quando a arte nasce cheia de sentimentos,
Quando os obstáculos são mais que os caminhos abertos,
Quando a luta não morre e continuamos despertos,
Cantaremos mais alto, espantaremos lamentos...

E enquanto sonharmos, voaremos alto...
Nunca cairemos no rio de asfalto
Então enterraremos os nossos tormentos...”


Na Internet In Tempus está em...
Official Website
No MySpace
No Palco Principal

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terça-feira, novembro 27, 2007

argola

faz parte do património imaterial
mantém a memória da tradição
do tempo dos recoveiros


Argola de prender burros e mulas, zona histórica da Cidade, Setúbal - Portugal

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de muito amar e querer

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento




Naquele final de dia, que não de vida
Quando o mar beija docemente a areia
Ele, gentil homem sua bela amada enleia
Angelical doçura, olhos de mel, querida

Quando o sol se põe é o futuro que começa
Merecida felicidade de muito amar e querer
No rumo do esplendor do humano ser
Caminhando caminho que a vida atravessa

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segunda-feira, novembro 26, 2007

castanhas assadas

tardes frias, como gelo
o odor e o sabor das castanhas
o calor que passa através do papel de jornal que as envolve


"Quentes e boas" numa rua de Setúbal, Setúbal - Portugal

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companheiro na alegria

Na verdade nada acontece por acaso. Cheguei ao edifício da Junta de Freguesia, para a sessão inaugural da exposição “Os Primórdios da Rádio”, ao mesmo tempo que esse consagrado gigante da Rádio que é Francisco Igrejas Caeiro.

_ Ó meu grande amigo! Seguiu-se um efusivo abraço, todo o prazer de um encontro.

Igrejas Caeiro, um dos pioneiros da Rádio em Portugal, era o orador convidado para a cerimónia inaugural da referida exposição e ali estava cumprindo o compromisso e o horário, senhor de 88 anos na sua perfeita e total lucidez.

Na apresentação do orador foi-me pedido que pronunciasse algumas palavras, Igrejas Caeiro “exigiu” mesmo que isso acontecesse. Sobrou-me recuar quase 50 anos na minha vida e nas minhas recordações, até aos anos 50 do século passado, para evocar a obra desse verdadeiro operário da Rádio, que durante anos percorreu todo o País, em época em que isso era difícil fazer, para levar ao Povo dos mais recônditos lugarejos o programa Rádio publicitário de maior êxito de sempre: Os Companheiros da Alegria.

Recordei, e como ainda se mantém vivo na minha memória, quando em 1952, com 8 anos de idade e às cavalitas de meu pai, assisti ao espectáculo de Os Companheiros da Alegria realizado no ringue de patinagem dos Recreios Desportivos da Amadora, o mesmo onde nasceu o hóquei em patins em Portugal. Ainda recordo a cara bonita da Bertine Branco uma das muitas descobertas de Igrejas Caeiro e que veio a casar com o novel cantor António Alvarinho e cujo casamento Igrejas Caeiro apadrinhou.

Recordei também o terrível despacho do ministro salazarista, Costa Leite Lumbralles proibindo Igrejas Caeiro de trabalhar e impedindo, não só os espectáculos, como toda a actividade que dependesse da Inspecção dos Espectáculos. Tudo isto por ter dito, numa entrevista concedida ao jornalista Rolo Duarte, para o jornal Norte Desportivo, em 11 de Fevereiro, que o pandita Nehru era o maior estadista da nossa geração, provocando revolta e profunda tristeza não apenas de todo o grupo como também, nos milhares de entusiastas dos programas e principalmente das centenas dos que se apresentavam no Trindade para os espectáculos para que haviam adquirido bilhetes.

Muitos recusavam o reembolso do que haviam despendido, em tocantes gestos de solidariedade perante esta prepotência e mesquinhez do regime autoritário e persecutório.

Finalizei solicitando que não batessem palmas à minha intervenção mas que as dedicassem integralmente à figura ímpar de homem bom e humanista de Igrejas Caeiro.

Um abraço forte, sentido e com lágrimas de amizade concluíram este inolvidável momento.

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domingo, novembro 25, 2007

encantamento

por-do-sol é sempre uma promessa
de um dia renovado
quando raiar a aurora


Pôr-do-Sol visto da margem-sul do rio Tejo

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lenda do colibri

Conta a lenda, melhor, a tradição que passa de geração em geração, que no tempo em que os animais falavam havia uma terra muito bonita, coberta de denso arvoredo onde, os animais e as coloridas aves viviam em harmonia.

Um dia, sabe-se lá por que razão, enormes labaredas começaram a devastar o arvoredo, provocando muito fumo e calor, fazendo com que os animais, mesmo os de maiores dimensões, debandassem em fuga.

No meio de tamanha desgraça um pequeno pássaro de mil cores, um colibri, voava rápido desde um charco das redondezas até á zona onde o fogo destruía rapidamente as árvores e arbustos. Levava no longo bico uma gota de água que deixava cair sobre o fogo. E logo regressava ao charco para ir buscar uma outra gota.

Os outros animais olhavam-no com um sorriso irónico enquanto abanavam as cabeças.

_Colibri! Vem cá! O que estás a fazer? Não vês que com essa pequena gota que deitas no fogo nunca o apagarás?

_Eu, estou a fazer a minha parte..., respondeu o colibri.

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sábado, novembro 24, 2007

lua novembrina

brilha com esplendor
raridade nesta época do ano
festejam os apaixonados


Lua Cheia (100%) às 14 horas e 30 minutos

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encostei-me ao balcão

Fim de tarde de Outono
Mas o sol brilha ainda!!!
Entrei no bar
Portas de batente vai-e-vém
Encostei-me ao balcão
Pedi uma cerveja
Guiness como é costume
O Silva piscou o olho
Uma empada de galinha
P’ra fazer “papo” à bebida
Para lhe dar companhia
Duas palavras de amigo
Cumplicidade sem fim
Mais um rissol de camarão
Os sapatos “c’roa-ó-graxa”
Uma aventura vivida
Com javalis e com lobos
Nas terras serranas do norte
Conta o engraxa mil vezes
Sapatos com muito brilho
O estômago aconchegado
Para finalizar o repasto
Uma especial só com gelo
Até logo que se faz tarde
O relógio marca as horas
Mas caminha ao contrário
Ou é o Mundo que o faz?

A solução desta charada
No British Bar pode encontrar
Se muito bem procurar...

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sexta-feira, novembro 23, 2007

sai um petisco...

meloa com presunto
produtos produção da quinta
sabores e odores divinais


Degustado num almoço vínico na Quinta da Aveleda

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a força da ternura

Estendeu a palma da mão sobre a mesa e ela
Pousou a sua na dele, cinco dedos longos
E magros aprisionados com a força da ternura

[Margarida Gonçalves Marques, em Um Dia depois do Outro]



A linguagem das mãos é algo sublime pelo que espelha do estado de alma, do sentir, do momento em que a fragilidade do controlo do cérebro sobre o vibrar do coração é mais evidente. A linguagem das mãos acompanhada do olhar profundo tem mais sentido do que todas as palavras que sejam escritas ou ditas.

Quando ele pousou as mãos sobre a mesa e desviou o olhar furtando-se à carícia que a doçura do olhar da sua amada lhe pretendia transmitir, ela sentiu quão necessário se tornava o contacto físico e pousou a sua mão na dele suavemente.

Dedos esguios, de pianista como soe dizer-se, que tantas vezes no enlevo duma carícia ela sentiu todo o magnetismo, a suavidade, a exigência de cada vez mais se entrelaçarem nos seus, de comunicarem mensagens que as palavras se negavam a formular.

Agora sentiu-os frios, carentes, e quando os aprisionou com a força da ternura ele ouviu perfeitamente as suas “palavras” – amo-te!

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quinta-feira, novembro 22, 2007

brincos de princesa

brincos de princesa dão encanto
na magia dos tons de lilás
na fragância das flores de jacarandá


"Brincos de Princesa" dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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no natal adopte um lobo

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quarta-feira, novembro 21, 2007

lago romântico

quantas românticas promessas
nas suas margens não foram trocadas
na cumplicidade das cores e das sombras


Lago Romântico da Quinta da Aveleda, Quinta da Aveleda - Portugal

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colmeias da charneca

minha terra é meu sentir
Caparica mais do que uma terra é um Povo. Gente que construiu vida entre o mar e a floresta em diversificado labor. Da sua vivência aqui se regista testemunho



Do “Boletim de Fontes Documentais” editado anualmente pela Câmara Municipal de Almada retirei uma “Postura da Camara da villa de Almada”, datada de 1750, e que tem o número de referência 115, mantendo a grafia original:

Postura que nenhuma pessoa não arranque, nem corte matto nem cepa, nem esteva dois tiros de besta ao redor das cilhas em que estiverem colmeyas.

Acordarão os ditos officiais e homens bons e puzeram por postura que por verem o grande dano que se fazem nas colmeyas por cauza de ao redor das cilhas aonde ellas estão se arrancar cepa de esteva, e cortar matto pella qual razão vão as ditas colmeyas em muita diminuição e ha muitas menos das que antigamente havia na Charneca do termo desta villa o que he em grande prejuizo dos moradores, e muito grande dano que se recebe nas ditas colmeyas querendo a isso prover mandarão que daqui em diante nenhuma pessoa corte matto, nem arranque cepa, nem esteva dois tiros e besta, ao redor donde estiverem cilhas que tenhão colmeyas que passe de oito cortiços povoados sob penna do que o contrario fizer e se lhe provar ou for achado cortando, ou arrancando cepa, esteva, ou matto por cada ves mil reis e da cadeya, a metade para o concelho e a outra para quem o accuzar
”.

A Charneca, mais tarde Charneca de Caparica, situava-se no termo geográfico da Vila de Almada e o seu nome tem origem, sem dúvida, no facto de ser um ermo exposto ao sol forte de Verão, onde se situavam dispersas algumas quintas e um ou outro casal.

Do texto também se induz a existência de algumas explorações apícolas na região que era importante preservar e de que ainda existem vestígios, mais de 300 anos passados, especialmente na zona do Cabo da Malha, em plena Mata dos Medos, onde é produzido mel de um paladar esquisito.

A referência às cepas indica, igualmente, a existência de uma produção tradicional na região, de que ainda existiam vestígios há cerca de 20 anos. Trata-se da produção vinícola, a partir de uvas de vinhas locais, que pela sua qualidade e grau alcoólico era muito apreciado em Almada, onde uma taberna de estilo anunciava todos os anos: “Vinho Novo da Charneca”. E esgotava em pouco tempo.

Uma última referência, esta generalizada a todo o Portugal de então, o elevado hábito delator da população por mor do qual obteria alguns rendimentos suplementares.

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terça-feira, novembro 20, 2007

cabeça de sereia

talhada em mil espelhos
bela sereia do tejo
que reflecte o azul celeste


Sereia na entrada principal do Almada Fórum, Almada - Portugal

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o segredo de gaudí

Os amigos mais chegados e os leitores assíduos da Oficina das Ideias conhecem a paixão que temos pela vida e pela obra do arquitecto catalão Gaudí, de seu nome completo Antoni Gaudí i Cornet, nascido em Reus, província de Tarragona, em 25 de Junho de 1852, tendo falecido tragicamente atropelado por um carro eléctrico quando da Sagrada Família em Barcelona se dirigia para sua casa no ano de 1926.

Não ousamos dissertar neste espaço sobre a sua obra, primeiro porque não temos saber para tal e, em segundo lugar, porque seria tarefa desadequada ao objectivo deste espaço em que versamos assuntos diversos ao correr do que a inspiração nos permite.

Numa prateleira da estante da Oficina alinham-se diversos livros, alguns de aspecto “monumental”, que versam a obra de Gaudí, profusamente ilustrados como faz sentido num caso destes e vamos coligindo os textos que vamos encontrando sobre este grande mestre das ideias feitas monumentos.

Mas também ousamos deixar desenhar no nosso corpo uma tatuagem que reproduz o “Sol de Gaudí”, como designamos uma imagem recolhida de um azulejo da autoria de Gaudí e que se encontra num edifício de sua traça que hoje acolhe uma entidade bancária de Barcelona.

A mais recente aquisição da Oficina das Ideias relacionada com Antoni Gaudí é uma tradução vertida em português a partir do original em castelhano do romance “A Chave de Gaudí” da autoria de Esteban Martín e Andreu Carranza, editado pela “Saída de Emergência”.

Da contracapa do referido livro transcrevemos:

Barcelona, 1926
A cidade cresce e a corrente modernista exerce uma irresistível influência sobre os amantes do obscuro. Lojas e sociedades secretas convertem Barcelona na capital do esotérico e o arquitecto Antoni Gaudí na peça chave de uma profecia milenar.
No meio desta confusão social e sabendo os perigos que corre a sua própria vida, Gaudí, um homem humilde e modesto, esconde uma relíquia no coração da sua obra. Uma relíquia desenhada à imagem e semelhança do grande projecto divino: a Natureza.


Barcelona, Actualidade
O aprendiz de Gaudí que era uma criança, tem hoje quase noventa anos e passa os dias lutando para que a doença não o faça perder a pouca memória que lhe resta. Maria, a sua única descendente, deve cumprir com os desígnios da profecia. Mas o tempo corre contra ela. Todas as respostas estão no simbolismo mágico do arquitecto e da sua obra, e a grande questão oculta-se nas constelações celestiais.




A Chave de Gaudí, de Esteban Martín e Andreu Carranza, Editorial Saída de Emergência, 336pp., 1ª Edição Outubro de 2007

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segunda-feira, novembro 19, 2007

mar da tranquilidade

navegar no mar azul
com terra à vista
tempo de calmaria


Barco de pesca do Grande Areal, Praia da Fonte da Telha, Almada - Portugal

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chamamento do mar agreste

O chamamento chegou de mansinho. Primeiro, um longínquo “arrulhar de rola”, suave e tranquilo. Logo depois, num crescendo veloz e acentuado, um bru-á-á cada vez mais intenso. Os sentidos despertos por um ruído imenso vindo do fundo dos tempos entenderam o chamamento do mar de Outono na vivência da enorme amplitude das marés.

Vencida a falésia, arriba fossilizada de milhões de anos, encontramos o mar cinzento que em ondas agrestes e vivas se transformava no caminho do areal numa sinfonia de prata. Argêntea brancura pois a gandaia há muito fora deixada cá bem acima, aquando da preia-mar.

Rebentação forte, ruidosa, que o mar é macho no dizer dos pescadores das artes que nestes tempos invernosos, no Outono vividos, não se podem fazer à faina na procura do sustento diário. É tempo de recuarem às hortas, pescadores feitos agricultores, que a filharada tem que se alimentar.

Levantando o olhar para o topo da arriba, onde o pinhal vem beijar a beira da falésia, somos surpreendidos por uma verdadeira dança nupcial executada de forma espantosa pelos corvídeos do pinhal em época de acasalamento. Várias dezenas de corvos executam o seu acasalamento em pleno voo, emitindo os seus vocálicos até à exaustão.

Entre os corvos acontece uma relação triangular, pois quando se verifica a carência de macho, as fêmeas ritualizam entre si o acto do amor, cortejando-se e seduzindo-se mutuamente até que uma das fêmeas passa a exercer o papel masculino. Fruto desse amor a outra fêmea choca os ovos, que por serem estéreis não resultam.

Mas o romance não termina aí. Quando surge o macho, mesmo que atrasado, e começa a namorar uma das fêmeas já em estado de acasalamento “homossexual”, não conseguirá desligar as duas amadas. Terá que compor com elas um “menage à trois”, tendo que cuidar de duas ninhadas dessa relação resultantes.

É irresistível o chamamento do mar agreste na invernia da Praia do Sol.

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domingo, novembro 18, 2007

chaminés do grande lago

na sua característica forma cilíndrica
dá vida aos vermelhos telhados
da imensa planura alentejana


Chaminés do lugar de Juromenha, nas margens do Grande Lago (Alqueva), Alandroal - Portugal

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bulhão pato, poeta do monte

Quem parar a caminhada, no chamado lugar da Torre da freguesia de Caparica, no concelho de Almada, voltado para poente, encontra à sua esquerda um edifício algo degradado onde figura uma placa onde está escrito “aqui faleceu o poeta Bulhão Pato em 24 de Agosto de 1912”. Estamos junto ao edifício onde viveu e faleceu o último dos poetas românticos portugueses.

No conjunto da sua obra é notória a influência do local em que viveu, então designado Monte de Caparica, especialmente da sua profunda vivência histórica e monográfica do sítio. No seu “Livro do Monte” escreveu Bulhão Pato em 1883 sobre as mulheres da praia:

Com a sardinha, empilhada,
Inda saltando vivaz
Vem de cestinha avergada;
E lá em baixo, da praia,
E sobe a pino o almaraz;
Mas nem por sombra cansada

Faz vista de nova a saia,
Corada ao Sol e puxada!
Descalça o pé regular
E branido pela areia
D’essas arribas do mar.

Não se pode chamar feia.
Descaída e longa a trança;
Afrontada de calor,
O lencito desatado;
E os beiços com tanta cor
Como a d’um cravo encarnado
A mocidade é uma flor!


...............

Era um afamado caçador e amante das artes culinárias, donde a receita célebre de “Amêijoas à Bulhão Pato” que tem conhecido imensas versões. Apresentamos uma das mais simples...

Ingredientes
2 Kg de Amêijoas
2 dl de azeite
4 dentes de alho
1 molho de coentros
1 limão grande
Sal e pimenta q.b.

Confecção
Deixe as amêijoas de molho em água com sal durante duas ou três horas.
Escorra-as e passe-as por várias águas para lavar, antes de as cozinhar.
Corte os alhos às rodelas e pique os coentros.
Ponha um tacho ao lume com o azeite e os alhos e quando estiver quente junte os coentros até estalarem.
Junte então as amêijoas e tape.
Tenha o cuidado de ir virando as amêijoas para que todas passem por baixo.
Quando estiverem todas abertas retire-as do lume e tempere com pimenta e sumo de limão a gosto.

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sábado, novembro 17, 2007

telhados

por uma vigia, por uma nesga
quando sitiados observavam
o movimento das tropas invasoras


Telhados vistos duama vigia do Castelo de Alandroal, Alandroal - Portugal

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lengalenga

Imaginação
Angústia
Esquecimento,
Ausência
Solidão
Muito sofrer,
Olhar profundo
Sorriso
Bem-querer,
Amor eterno
Alegria
Sentimento.

Regresso
Presença
Abraço apertado,
Ilusão
Alegria de viver
Amor,
Cruel verdade
Sofrimento
Dor,
Um beijo
Ternura
Caminho desejado.

Realidade
Tristeza
Desengano
Uma lágrima
Um adeus
Infinito.

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sexta-feira, novembro 16, 2007

sai um petisco...

lapas grelhadas na chapa
com um pouco de manteiga, limão e coentros
degustar pura maresia


a não perder no Café MODESTO, em Sesimbra; Sant'Ana sugere que seja acompanhado com João Pires JMF branco, gelado

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outono de aves

Outono do amor outono de aves
E de vozes caladas e de folhas
Molhadas de temor e surdo pranto

[Gastão Cruz, Poemas Reunidos]


Percorreu só, caminhos que lhe pareciam estranhos e desconhecidos, mas que tantas vezes por eles passara antes, numa viagem em sonhos desejada, na procura do amor, outonal amor, que o verão das praias já é passado e as marcas na areia do mar já desapareceram por acção das marés vivas.

Agora são as folhas castanho amarelo avermelhado que formam o tapete fofo e húmido piso do caminhar ao som do cantar das cotovias que em breve demandarão lugares mais amenos e luminosos. Ficam o melros com seus piares que são ora lamento ora alertas que a invernia não tarda em chegar.

Engole um soluço que é choro envergonhado é nó que aperta a garganta que dificulta o respirar cansaço de passada estugada caminhar só para o destino que não está determinado caminhar somente para não recuar que o caminho passado não é por isso mais conhecido do que o que virá a seguir.

Outono, outono dos tempos, outono da vida... vida vivida!

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quinta-feira, novembro 15, 2007

tranquilo recanto

dia de outono tranquilo
num recanto maravilhoso
da costa portuguesa


Praia de São Lourenço, Ericeira - Portugal

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areias

Deixa-me contar-te um segredo...

Um dia, já lá vão muitos anos [que nestas coisas do tempo que passa um ano pode parecer uma chispa, como um segundo uma eternidade] numa das muitas conversas que sempre tenho com o “nosso” mar falei-lhe numa Ninfa do Tejo que amava guardar areias de todas as praias, de todos os rios e ribeiros.

O “nosso” mar apaixonou-se pela tal Ninfa que tanto amava as areias, as mesmas que o mar acariciava desde tempos imemoriais, no seu continuado e doce espraiar, desígnio marcado para todo o sempre, ao sabor da influência da força das marés e dos ciclos lunares que acompanham a vida e as vivências, o sentir e os sentimentos.

O “nosso” mar sabia, contudo, que ali por cerca da Trafaria, perto de Alma(da) ou de A(l)mada, existia uma barreira natural intransponível, pelo Povo chamada “quebra do mar”, “onde o Tejo beija o Mar”... e os namorados procuram imitar quando a Primavera dá os seus primeiros sinais.

Então, segredou-me o “nosso” mar: “Pede à Ninfa do Tejo que guarde sempre junto das areias que tanto me confortam ao ritmo das marés, algumas palavras, mesmo sentires que eu um dia possa conhecer no Grande Areal da Caparica”.

Muitas vezes, no passar dos tempos, escritos de amor foram vistos gravados nos amplos areais e que somente o espraiar das ondas em espuma prateada tinha capacidade de apagar.

Lá no alto da arriba, no limite dos jardins do Convento dos Capuchos, sobranceiros ao mar azul, os “Olhares” do poeta Neruda acompanham com compreensão este diálogo que é paixão, como o poeta tão bem entendia lá pelas lonjuras do Pacífico.

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quarta-feira, novembro 14, 2007

surfar um tubo

as ondas de ribeira d'ilhas são únicas
o surf transformou a praia num atrativo internacional
a autarquia homenageou


Elegia ao Surf numa rotunda de Ribeira d'Ilhas, Ericeira - Portugal

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do leão a sua origem

Na noite de hoje para amanhã, e em todas as noites que se seguirão até ao próximo Domingo, 18 de Novembro, será visível nos céus do hemisfério Norte um fenómeno astronómico por muitos designado “chuva de estrelas cadentes”. Este ano, o facto de o firmamento apresentar nebulosidade nula torna a observação muito mais aliciante.

São conhecidas por Leónidas, por a sua origem aparente se situar na constelação de Leão, embora esta chuva de meteoros resulte na realidade da intercepção do planeta Terra com o rasto do cometa Temple-Tuttle que consiste em pequenas partículas sólidas.

As Leónidas são famosas devido à espectaculosidade do fenómeno. A sua recorrência tende a ser de 33 em 33 anos, associada à órbita de 33 anos do Tempel-Tuttle à volta do Sol, tendo sido o mais recente ano do ciclo o ano de 1999, pelo que visíveis no ano em curso ganharão muito mais intensidade no ano de 2032.

Ainda me recordo nos meus tempos de meninice o medo que existia perante tal fenómeno pois mais parecia que o céu iria cair nas nossas cabeças. As referidas partículas de dimensões muito reduzidas pulverizam-se ao entrar na atmosfera terrestre com a emissão fugaz de forte intensidade luminosa resultante do atrito provocado na massa atmosférica onde as partículas entram a velocidades da ordem dos 200 mil quilómetros por hora.

Por vezes, alguns blocos de maiores dimensões ultrapassam a massa gasosa chocando com a superfície terrestre, são os meteoritos, alguns dos quais têm deixado marcas assinaláveis na crosta terrestre.

Durante muito tempo as "estrelas cadentes" foram interpretadas como corpos atmosféricos misteriosos e atribuía-se-lhes o prenúncio de eventos maléficos. Os gregos sabiam já que este fenómeno não correspondia à mudança ou queda de estrelas reais, pois estas eram fixas e distantes, mas não encontraram uma explicação para os rastos luminosos do firmamento.

Sabe-se hoje que o conhecido fenómeno das "estrelas cadentes" ou meteoros, como correctamente deve ser designado, é produzido por pequenos corpos, não maiores que uma ervilha, que, gravitando em torno do Sol, ao atingirem em grande velocidade a atmosfera terrestre, tornam-se incandescentes pelo choque com as moléculas de ar, reduzindo-se na maioria a pó antes de alcançarem o solo.

As "chuvas de estrelas" ou enxames de meteoros são geralmente designadas pelo nome da constelação na qual se situa a sua radiante, ou também pelo nome da estrela brilhante próxima da radiante. Mais raramente emprega-se o nome do cometa com o qual o enxame está relacionado. A "chuva de meteoros" só ocorre quando a órbita do enxame intersecta, ou passa próximo da órbita da Terra e, além disso, o enxame e a Terra chegam ao mesmo tempo à intersecção. A posição deste ponto na órbita da Terra determina a data da "chuva de meteoros".

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terça-feira, novembro 13, 2007

boas ondas...

ondas fortes e ritmadas
atraentes para a prática do surf
em todo o mundo conhecidas


Praia de Ribeira d'Ilhas, Ericeira - Portugal

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eles estão aí de novo

Olho atentamente o relógio que tenho colocado no meu pulso direito. Um “velhinho” Omega Speedmaster Professional, de corda mecânica, adquirido com a retribuição dos meus dois primeiros meses de trabalho.

Sempre se atrasou ligeiramente. Tal facto já faz parte da sua história de relógio. Um relógio, em tudo semelhante a este, encontrava-se no pulso de Neil Amstrong, quando às 19 horas 56 minutos e 31 segundos, do dia 29 de Julho de 1969, ele foi o primeiro homem a pisar solo lunar.

Recordo-me de estar a ver esse momento único da civilização humana em directo pela televisão e quando Neil comentou: _O que é isto? Estou a ver... a emissão ter sido abruptamente interrompida.

Este insólito facto e situação nunca foram claramente explicados pela NASA, entidade responsável pelo programa espacial dos Estados Unidos e que, igualmente, garantia a transmissão em directo deste histórico momento.

Nunca mais houve transmissões destes acontecimentos em directo e os Estados Unidos criaram e mantém em funcionamento uma área secreta de investigações espaciais, designada “Zone 51” e situada nos vastos desertos do Nevada. Zona de acesso extremamente restrito e que tem dado origem a muitas especulações no campo do fenómeno OVNI.

Estas recordações, agora avivadas por factos recentes e igualmente pelo “chamamento” do meu relógio relíquia, talvez objecto fetish, levaram-me a meditar sobre acontecimentos e datas.

1967 – a minha relação sexual cósmica na povoação do Penedo, Serra de Sintra
1980 – avistamento e registo de um fenómeno estranho na zona da Fonte da Telha
1996 – fenómeno luminoso avistado na Caparica sem explicação plausível
2004 – visita de extraterrestres a Portugal que a comunidade científica tende a aceitar

As diferenças de anos a partir de 1967 foram de 13, 29 e 37. Sempre números primos.

O número primo que se segue a 37 é o número 41. Se a 1967 somarmos 41, concluímos que será no ano de 2008 (resultante da soma efectuada) que uma nova vaga de contactos com seres extraterrestres se poderá a vir a realizar. A presença de seres tem sido muitas vezes atribuída à necessidade de uma intervenção para evitar cataclismos que provoquem o desequilíbrio cósmico.

O tempo de escrita deste texto resultou num atraso de cerca de 2 segundos no meu Omega Speedmaster Professional, “colheita” de 1968.

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segunda-feira, novembro 12, 2007

via láctea

traça no mar reflexo do céu azul
vias lácteas de prateada espuma
caminhos sensuais e de prazer


Prática de surf em Ribeira d'Ilhas, Ericeira - Portugal

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a lenda das vieiras do mar

Nas minhas caminhadas matinais à beira-mar, num trilho imaginário traçado pelo mar na areia dourada da praia, de tempos a tempos, observo a leveza com que as águas depositam na areia ao recuar da maré, bonitas conchas carregadas de simbolismo. São conchas de vieira.

Não muito longe, no alto da arriba, está marcada a passagem de um caminho da rota de Santiago. Que relação terá a existência dessas conchas na praia com o simbolismo que as mesmas têm nos Caminhos de Santiago?

Conta uma lenda da Galiza:

Quando o barco com os restos mortais do apóstolo Tiago chegou à Galiza vindo da Palestina, o mar tempestuoso ameaçava esmagá-lo contra os agrestes rochedos da costa. Um passante que cavalgava junto ao mar ao ver tamanha tragédia avançou com o seu cavalo tentando salvar os navegantes.

Derrubado pelo mar forte que se levantava com muita violência, viu-se perdido tendo evocado os céus para sua salvação. Baixou, então, a calmaria sobre o mar da Galiza, tendo a embarcação e o cavalo sendo empurrados pelo mar para a praia, salvando-se.

Puderam na altura verificar que o cavalo vinha coberto de um tipo de conchas conhecidas por “vieiras”. Quando se começaram a desenvolver as caminhadas das peregrinações a Santiago de Compostela, foi recuperado como símbolo a vieira que a lenda evoca.

Entre as muitas designações que têm sido dadas aos peregrinos, uma muito curiosa relaciona-os com as conchas de vieiras. Os peregrinos que percorriam o Caminho de Santiago designado por “ruta jacobea” eram chamados “Concheros” ou “concheiros” aludindo a um dos principais símbolos da Peregrinação a Santiago de Compostela, a concha da vieira.

No início a concha da vieira era apanhada nas costas galegas pelos peregrinos e levada no regresso às suas terras de origem como prova da concretização da peregrinação e recordação da mesma. Com o tempo e o oportunismo dos comerciantes este símbolo passou a poder ser adquirido logo no início da caminhada, colocando-as os peregrinos durante a caminhada em lugares bem visíveis, como sejam as capas, os chapéus, as mochilas e os bordões.

E aqui estou eu, com uma maravilhosa concha de vieira recolhida nas magníficas águas da Praia do Sol, a centenas de quilómetros da Galiza e de Santiago de Compostela.


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domingo, novembro 11, 2007

fagulhas douradas

assar castanhas como manda a tradição
estalam no ar, lançam fagulhas
magia e encantamento


Assar castanhas na Aldeia Lar, Sobreda, Almada - Portugal

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em louvor a são martinho

Em louvor a São Martinho, juntaram-se os aldeões e os seus amigos em franca confraternização à volta do vinho novo e das castanhas assadas como manda a tradição, num Magusto memorável, na Cooperativa Aldeia Mar, logo a seguir ao pôr-do-sol.

Celebrou-se a alegria, o prazer e a festa, como noutros tempos se saudava a chegada do vinho novo e a vizinhança se juntava em festança noite dentro. A fogueira ardia forte e o crepitar das castanhas a serem assadas na bela tradição transmontana iluminava o imaginária da criançada com mil fagulhas no ar.

Depois juntou-se a acção com palavras, palavras simples e com graça num vocabulário reduzido e rústico, em quadras de sabor campestre e telúrico como é próprio do sentir do Povo:

Quem quiser que eu cante bem
Dê-me uma pinga de vinho
Que o vinho é boa coisa
Faz o cantar delgadinho.
” [Paredes, Porto]

Meu amor, vinho, vinho
Eu água não sei beber
A água tem sanguessugas
Tenho medo de morrer.
” [Moncorvo]

Ó meu rico vinho tinto
Criado nas verdes latas
Teu cautelinha comigo
Não m’faças andar de gatas.
” [Salsas, Bragança]

E assim a noite foi passando, sem que do tempo déssemos conta, pois quando estamos com amigos as horas são segundos, na magia do tempo que passa.

No falar e no sentir do nosso Povo é neste dia, 11 de Novembro de cada ano, que as famílias se juntam para saudar a chegada do tempo frio, da invernia, da época de recolhimento. As vindimas já lá vão e o vinho mais temporão já poderá ser provado, são muitas as adegas que esperam este dia para fazerem a “abertura do vinho novo”. Contudo, muito caminho deverá ainda ser percorrido para que o maravilhoso néctar das uvas pisadas possa ser degustado na sua total plenitude.
A plenitude dos sentires, da confraternização e amizade transformaram tempos de Outono em Primavera chegada...

Castanhas
Nozes
Figos
Avelãs
Magusto como manda a tradição
Vinho tinto
Provado na adega
Bebido com fartura em comunhão

E vai mais um copo...
Bota abaixo!!!!

Coscorões
Filhós
Erva-doce
Uma romã
Cheiros e sabores muita afeição
Água-pé
Toucinho assado
Cantigas ao desafio, inspiração

E vai mais um copo...
Bota abaixo!!!!

Castanhada
Assadas
Cozidas
Quentes
E boas
Vamos à adega com devoção
Bebe um copo
E mais um
São Martinho grogue e fanfarrão.

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sábado, novembro 10, 2007

florzinha tão só

florzinha tão só na mata
ilumina e dá cor, muita cor
beleza pura da natureza


Florzinha da Mata dos Medos, Almada - Portugal

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de ma de ti de se

A artista Ivone Louro apresenta a sua exposição “de ma de ti de se” na galeria da Cooperativa Aldeia Lar, na Freguesia da Sobreda



Conheci a autora desta exposição na escrita, melhor numa arte mutante que poema sobre imagens ou que “imagina” sobre poemas? Encontrei-a em divagações na paleta dos cinzentos que muitos designam de paleta entre os extremos do preto e do branco como se estes de cores se tratassem.

Senti neste conhecimento que existia uma aberta e declarada confrontação entre as imagens e as palavras que parecia digladiar-se a cada momento. Então qual a razão do fluir destes foto-poemas ou destes poemas com imagens uma sensação de harmonia?

Havia que percorrer longo caminho para esclarecer, melhor para clarificar o desassossego que a audácia da Ivone em mim provocava.

Depois, conheci as suas palavras, em prosas feitas poemas, com que a Ivone ia exteriorizando os seus mais profundos sentimentos. Mas igualmente sonhos, ou seriam mesmo fantasmas (fantasias)?

Os conceitos de vida, de amores e de desamores, de quedas e de alevantamentos, que regista nos seus textos, diário sem dia nem ano, antes repertórios de memórias, são sublimes. Utiliza uma sequência de traços de sublinhar para unir (ou afastar?) pequenos pedaços de palavras. Utiliza o ponto final para dar continuidade ao discurso.

A linguagem é escorreita, simples, os conceitos emaranhados num novelo que quando se desembaraçam logo voltam a ficar presos numa teia que insiste em permanecer. Também na escrita tal como nas imagens poetadas sempre termina num vazio, comparado ao degustar de um vinho de excelência onde falta um “final de boca”.

Este vazio que sabia não poder existir, sentia-o, contudo, sem encontrar explicação para tal. O tempo que passa é um grande mestre. Continuei a ler os escritos que a Ivone decidia partilhar com os seus leitores. Continuei a maravilhar-me com os poemas “imaginados”.

A quatro dias da realização do evento que hoje aqui nos reúne a Ivone publicou um bonito texto onde se pode ler “...há um sentido subjacente em tudo o que escrevo. aquele que não é escrito. que se não lê. que fica sempre comigo porque fica por dizer...”.

Mas como só é verdadeiramente nosso aquilo que damos aos outros...

A Ivone brindou-nos com o “final de boca”...
Dos seus excelentes trabalhos em tons de cinza... com uma explosão de cor!
Dos seus textos belos e intimistas... com palavras simples que intitulam os quadros!

A Ivone escreveu também: “...quando termino de me desenlaçar dou por mim com outro fio preso na alma...”

Da mesma forma, quando julguei ter encontrado a explicação para as minhas interrogações, concluí que a cronologia que segui no conhecimento da Ivone como pessoa e como artista, das palavras e das imagens, não coincidia com a realidade e agora tenho que refazer este texto que convosco partilho para vos ler numa próxima oportunidade em que a Ivone nos volte a surpreender.

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sexta-feira, novembro 09, 2007

embriaguez

da cor do sol de outono
de sabor "esquisito", mediterrânico
embriaga o passante

Medronheiro da Mata dos Medos, Almada - Portugal

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foi pelo outono

Foi pelo Outono que comecei a arder
Nas tardes do teu corpo

[João Rui de Sousa, Obra Poética]


As folhas avermelharam com laivos de castanho e de doirado, caíram no chão formando um tapete fofo que pareceu cobrir todos os cantos do planeta. Os cheiros da terra húmida tornaram-se mais intensos, sentimos a acalmia do prometido tempo de recolhimento e meditação.

Mas pouco depois, sob o manto espesso da folhanga um fogo lento mas persistente despertou em mim sentimentos nunca antes navegantes do meu íntimo que anunciavam mudanças profundas próprias dos tempos de renascer.

Pouco a pouco o fogo foi ganhando ânimo e aflorou à superfície do manto de folhas caídas num crepitar intenso quão intensa é a vibração do teu corpo nos fins-de-tarde à beira-mar do nosso poema.

As tardes do teu corpo são sublimes no caminhar as pequenas elevações de terreno suave e doirado, nos profundos vales onde corre um cristalino riacho de prazer, na frondosa mata onde as abelhas colhem o néctar vital pata a felicidade.

O fogo do meu ser é prenhe do fertilizante de um recomeçar do eterno ciclo dos tempos e da vida ao compasso do esvoaçar de uma andorinha nas suas longas migrações sem origem e sem fim.

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quinta-feira, novembro 08, 2007

de verde vestido

verde a perder de vista
purifica o ar que urge preservar
mata de reis e do Povo


Vegetação da Mata dos Medos, Almada - Portugal

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hoje degustei um...

Bella du Sud



Caffe di Roma

Café
Aguardente Amareto
Natas



Bella du Sud

Café
Licor de Maçã
Natas



Cafe de Paris

Café
Cointreau
Natas




Disponíveis no "Il Caffe di Roma", do Almada Fórum

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quarta-feira, novembro 07, 2007

frutos da mata

singelo, espontâneo
na renovação cíclica da mata
são sementes, são alimento, são perenidade


Vegetação da Mata dos Medos, Almada - Portugal

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novos indicadores de leitura

De acordo com os critérios editoriais da Oficina das Ideias criamos, frequentemente, novos apontadores e leitura. Três razões fundamentais nos levam a essa decisão:

1 – Pela qualidade extraordinária que encontramos em determinado blogue, de acordo com a nossa avaliação pessoal;
2 – Como reconhecimento aos comentários que são deixados nos posts da Oficina das Ideias;
3 – Em resultado da permuta de indicadores de leitura.

Esta permuta desinteressada de indicadores de leitura é uma das características mais positivas da blogoesfera e de quem a utiliza com espírito construtivo e solidário que coloca acima dos seus pessoais interesses a satisfação dos leitores.

Damos conta, de seguida, de alguns dos mais recentes, solicitando a todos os companheiros da blogoesfera que estando abrangidos pelos critérios referidos não tenham o respectivo indicador de leitura na Oficina das Ideias que nos façam chegar essa informação.

Zorba o Buda, de Zorba – “Uma nova visão da Humanidade...”

Am’Art, de Sant’Ana – “Escrever é poder amar-te”

A Seiva, de Miguel Barroso – “Choques com tinta”

Árvore da Palavra, de Gasolina – “...Uma flor que se transformou em árvore”

Mar Arável, de Eufrázio Filipe – “Este blog pretende colocar pauzinhos nas engrenagens e respirar por guelras”

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terça-feira, novembro 06, 2007

vigilante

vigilante sobre a enseada
onde impera a tranquilidade
gaivotas junto à suavidade do mar


Praia do Espadarte, Sesimbra - Portugal

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eu sou saloio!

Esta designação que muito me honra pois está relacionada com a minha própria origem e com a dos meus antepassados, nem sempre trás consigo uma imagem muito positiva, sendo até muitas vezes usada com intenção depreciativa.

“_És um saloio!” – és um palerma, que te deixas enganar facilmente, pacóvio....

O Saloio tem origem numa etnia arábica vinda de Saleh, na fronteira do Egipto, nos finais do século VIII, para o ocidente da Europa, com muita incidência para um território que faz hoje parte de Portugal.

Estes povos imigrantes miscigenaram-se aos cristãos, à época submetidos ao jugo dos árabes ocupantes, pelo que em breve eles próprios se tornaram moçárabes. Por serem considerados inferiores pelos árabes foram remetidos ao desprezo e relegados para as faixas mais humildes que se dedicavam ao cultivo dos campos dos arredores das grandes urbes estremenhas, particularmente de Lisboa.

É assim que ao natural de Saleh, imigrado nos arredores de Lisboa, chamam “homem do campo”, o Saloio.

A cultura saloia expande-se por toda a Estremadura Portuguesa, mormente, nas regiões de Sintra, Mafra e Cascais, indo até Torres Vedras e mesmo até Óbidos. Para sul abrange a zona sadina de Setúbal, Arrábida, Sesimbra e Cabo Espichel.

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segunda-feira, novembro 05, 2007

uma flor para... a lígia

amiga das terras do longe
com o mar que serve para nos unir
desejo-te no dia de hoje, mil felicidades

Rosa dos jardins do Pinheirinho, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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52 meses na blogoesfera

A Oficina das Ideias atingiu, no período em análise, os 250 mil visitantes, valor que nunca esteve nas nossas melhores perspectivas quando há mais de quatro anos iniciámos esta caminhada no espaço de partilha que é a blogoesfera.

Continuamos a fazer questão em cumprir o estatuto editorial da primeira hora “textos e imagens próprios e originais, a temática da cultura de um Povo e da defesa da região da Praia do Sol e desenvolvimento dos afectos e do muito querer”.

No último mês, o número de comentários foi de 63, a partir de 19 comentadores, valores continuam a dar-nos bastante satisfação. É de grande importância para o enriquecimento da Oficina das Ideias esta contribuição dos dedicados e amigos leitores.

Quanto a visitas atingimos a cifra de 251.936, a uma média de 384/dia, com origem em 143 países diferentes, valores facultados pelo SiteMeter e pelo NeoWORX. Do Brasil 151.400 visitas, de Portugal 134.845 e de Espanha 7.842 encontram-se no topo dos visitantes.

Total de postagens – 3.211, onde cerca de metade são fotografias da autoria do nosso amigo Olho de Lince.

Um agradecimento especial a Blogger.com e a Blogspot.com onde editamos e alojamos a Oficina das Ideias desde a primeira hora.


Quadro de Honra

Alguém de Lisboa (Portugal)
Gwendolyn, do A Cantora (Brasil)
Ivone, do Um Silêncio de Paixão (Portugal)
Paula M (Portugal)
Zorba, de Zorba o Buda (Portugal) [*]
Maçã, do Maçã de Junho (Portugal)
Gonçalo Marques, do GomaNociva (Portugal)
Lualil, do Traduzir-se... (Brasil)
Lila (Portugal)
Lígia (Brasil)
Sandra Santos, do A Gata por um Fio (Brasil)
Victor Nunes, do Des-Encantos (Portugal)
Sant’Ana, do Am’Art (Portugal) [*]
James Stuart, do Szerinting (Hungria)
Luísa Margarida, do Cantábile (Brasil)
Miguel Barroso, do A Seiva (Portugal) [*]
Gasolina, do Árvore da Palavra (Portugal) [*]
Repórter, do Pó de Ser (Portugal)
Claudia P, do Cor de Dentro (Brasil)


A TODOS o nosso MUITO OBRIGADO!



[*] muito em breve nos nossos indicadores de leitura

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domingo, novembro 04, 2007

misterioso promontório

no dizer dos velhos marinheiros
mar perigoso para quem o afronta
esconde segredos seculares


Cabo Espichel, Sesimbra - Portugal

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meu olhar

Quando para o firmamento meu olhar ergui
Entre os milhares de estrelas tão brilhantes
Vislumbrei teu lindo rosto e só então sorri
Com a felicidade que só sentem os amantes

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sábado, novembro 03, 2007

solitud...

altaneira e solitária
olha o mar até ao horizonte
espera o marinheiro tão idoso como ela


Pinheiro Bravo na Mata dos Medos, Almada - Portugal

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mar cúmplice do meu sentir

Mar chão, ondulação suave e compassada, “mar de senhoras” no dizer dos pescadores que da praia fazem porto de abrigo e que estão habituados a enfrentar nas suas “artes” as maresias mais agrestes. Azul com tonalidades de verde forte, a espraiar prateada espuma, é uma tentação a que nele mergulhemos sem hesitar.

Quem alguma vez consegue resistir ao apelo do mar, ao melodioso cantarolar das sereias, feitas Tágides com o rio ali tão perto? A própria temperatura da água parecia contribuir para essa tentação, pois permitia uma entrada sem recuos para equilíbrio térmico. Logo depois, o mergulho...

Passados os primeiros prazeres do contacto de ondas de sal na água diluído, o relaxamento natural, a contemplação de um imenso plano de água, levemente ondulado, que se prolonga até á linha do horizonte sem mácula no espelhado azul que somente altera ligeiramente a tonalidade ao convergir com a mesma cor da abóbada celeste.

Será este mar o mesmo que há dez, vinte, trinta, quarenta, cinquenta anos aqui foi cumprindo este encontro de afectos, quanta inspiração e conselhos, quanta ajuda nos momentos mais difíceis da vida? Com certeza que foi acompanhando o evoluir dos tempos e dos sentires das pessoas que sempre o procuraram, mas é o mesmo com a sabedoria do tempo que passa.

Estranha, por certo, que os meninos e as meninas não construam mais castelos de sonho, efémeros quanto a duração de uma maré a encher, mas tão belos fruto de imaginação e de querer dos mais pequenitos, que tanta dificuldade tinham em talhar na areia as ameias dos castelos. Mas que sempre acabavam por conseguir.

Poucos meninos, hoje em dia, dão valor aquelas peças de plástico fabricadas que fez o encantamento de tantas gerações, baldes, pás, ancinhos. Brinquedos fundamentais para a construção de sonhos plantados à beira do mar, num desafio permanente à imaginação e à criatividade.

Regressados aos afazeres escolares passado que fora o tempo de veraneio, essas mesmas construções na areia serviam de tema aos desenhos que relembravam tempos vividos sem o risco da maré os levar docemente. Para o ano seguinte ficara, desde logo, aprazado novo encontro com esse mar que tranquilamente aguardava o regressos dos meninos a que sempre encantava.

Anos mais tarde voltariam para com ele desabafar as suas dores de amores nascentes, uma ou outra desilusão da vida. Um pedido de conselho uma lágrima que ajudava a que se mantivesse salgado e acolhedor a quem nele deseje mergulhar.

Agora, tantos anos passados sobre o nosso primeiro encontro, o mar azul e tão belo, mais do que confidente é cúmplice dos meus sentires de tal forma que logo à minha aproximação reconhece, de imediato, o que a ele me leva.

Hoje sinto-me tranquilo com o seu amplexo amigo.

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sexta-feira, novembro 02, 2007

ameias

forte cortina de ameias
resistente ao ataque dos sitiantes
em tempos de lutas castelejas


Ameias do Castelo, Alandroal - Portugal

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nuvens rendilhadas

"Se a minha amada um longo olhar me desse
Dos seus olhos que ferem como espadas
Eu domaria o mar que se enfurece
E escalaria as nuvens rendilhadas"

[Cesário Verde, Poesia Completa]


A minha amada caminhou na areia doirada do Grande Areal, mas eram tão leves as marcas dos pés que deixava na sua passagem que mais parecia flutuar envolvida no odor da matinal maresia. Não me olhou, antes lançou seu longo olhar, de tantas cambiantes de cor como a paleta de um pintor, para o mar azul que se agitou em laivos de verde e prata.

Não conhecem a dimensão do seu coração aqueles que afirmam que os seus olhos mais parecem lâminas de espada. A doçura que emana do seu olhar faz que o mar se agite e procure urgente lançar uma vaga prateada sobre a orla da areia seca por forma a lhe beijar os pés. Homenagem.

Mas não o faz de forma encapelada, antes com suavidade espraia sua espuma como um “mar de damas” como lhe chamam os pescadores endurecidos pela faina das artes e de tez crestada pelo sol e pelo sal dos tempos a fio passados a navegar.

O rendilhado das nuvens é como o prateado da rebentação das ondas que num instante se transformam em pequenas gotícolas que o Sol intenso logo evapora. São assim os amores à beira praia, sobra o sonho que continua a fazer avançar os sentires como avança com o mundo rumo à esperança.

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quinta-feira, novembro 01, 2007

alandroal

dom diniz o mandou construir
para defesa da linha do guadiana
pérola das planuras sem fim


Castelo e Igreja de Nª Sª da Conceição, Alandroal - Portugal

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em outubro de 2007 a oficina das ideias publicou:

Textos
Dia 1 – Em Setembro a Oficina das Ideias publicou
Dia 2 – Concertinas em Barrenta [tradição e cultura popular]
Dia 3 – Inspiração de Fotógrafo
Dia 4 – Chuvas e Inundações [a minha opinião]
Dia 5 – Narciso da Praia
Dia 6 – 51 Meses na Blogoesfera [oficina]
Dia 7 – A Garrafa trazida pelo Mar [sentires da praia do sol]
Dia 8 – O Triângulo [espaço de poetar]
Dia 9 – Viva Che!
Dia 10 – Mares da Comunicação
Dia 11 – Tal como em 2003...
Dia 12 – O Vinho que honra a Natureza
Dia 13 – Bernardes-Silva Poeta
Dia 14 – De Muito Amar e Querer [espaço de poetar]
Dia 15 – O Outono
Dia 16 – Na dúvida... Sai mais um!
Dia 17 – Jantar no Apotek [o meu caderno de viagens]
Dia 18 – A CB inimiga dos Furacões [cb em acção]
Dia 19 – Museu da Escrita do Sudoeste
Dia 20 – Rota das Capelas
Dia 21 – Só é Meu o que dou a Outrem
Dia 22 – Outubro
Dia 23 – A Ponte da Solidariedade
Dia 24 – O Panteão Nacional [nos caminhos do património]
Dia 25 – O Meu Relógio
Dia 26 – Entrelinhas
Dia 27 – Três Castelos [nos caminhos do património]
Dia 28 – A Revolta dos Contadores de Tempo
Dia 29 – Castelo do Alandroal [videoclip]
Dia 30 – Rota dos Sabores [sentados à mesa... gostámos]

Imagens
Dia 1 – Barcos da Tradição
Dia 2 – Chaminé de Fumeiro
Dia 3 – Concertina em Miniatura
Dia 4 – Janela com Âncoras
Dia 5 – Descanso do Guerreiro
Dia 6 – Aldeia Serrana
Dia 7 – Janelas de Azul
Dia 8 – Voltados para o Céu
Dia 9 – Desgarrada
Dia 10 – Sorriso de Flor
Dia 11 – Mar tão Nosso
Dia 12 – Luz e Formas
Dia 13 – Espera...
Dia 14 – Barco a Arribar
Dia 16 – Bandeirolas
Dia 17 – Agitação...
Dia 18 – Ao Desafio...
Dia 19 – Altaneiro e Agreste
Dia 20 – Ilha do Amor
Dia 21 – Concertinas
Dia 22 – Batentes Gémeos
Dia 23 – Por uma Nesga
Dia 24 – Geometria
Dia 25 – Luz e Sombras
Dia 26 – Lua de Outubro
Dia 27 – Sonho Sonhado
Dia 28 – Chaminé de Chupão
Dia 29 – Perfeição
Dia 30 – Chaminé da Tradição
Dia 31 - Simplicidade

Uma Flor para...
Dia 15 - ...a Filipa

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oficina das ideias, 250 mil visitantes

Cerca da 14 horas e 50 minutos de hoje a Oficina das Ideias recebeu o visitante número 250 mil, muito perto dos 52 meses de publicação contínua. O “sitemeter” regista uma média de visitas diárias de 398. Ultrapassa de longe as perspectivas relativamente à nossa modesta presença na blogoesfera.

O nosso amigo Repórter, do Pó de Ser, deu-nos a honra de assinar a visita 250 mil. Para ele, uma presença habitual na Oficina das Ideias, os nosso Muito Obrigado!

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