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sexta-feira, novembro 30, 2007

serras e desertos que lhes cabiam

Com ele, sim, quer atravessar sem desfalecimentos
as serras e os desertos que lhes caibam.

Judite Jorge, em Afectos de Alma



Nessa noite, já passado o chamado “primeiro sono”, com o espírito tranquilo a usufruir do repouso necessário à recuperação de energias depois de um dia bastante atribulado, o sonho, o sonho recorrente aproximou-se de mansinho e sentiu-se flutuar sem que o mínimo esforço fosse necessário.

Com tamanha sensação de leveza foi fácil atravessar vales e serras, montanhas de grande altitude expostas ao sol e aos ventos, mas também vales aconchegados entre duas encostas onde lá no fundo um fio de água cantarolava harmoniosas cantigas de bem querer.

Por mares sobrevoados seguiu, muitos deles autênticos desertos de água onde a vida já não existe por a temperatura das águas já ter ultrapassado o ponto crítico mas, de igual forma, o mar Atlântico prenhe de sentir, este nosso mar cúmplice de muitas andanças deste andarilho dos sonhos.

Consigo, em amplexo de afecto carregado, seguia seu ente querido, que a leveza valia para os dois e na noite que haviam transformado em dia foram-se aproximando do pôr-do-sol que nas lonjuras já pintava o firmamento de tons de azul, dourado e lilás.

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