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sábado, março 31, 2007

pastorícia serrana


pelas alcantiladas encostas
do Douro vinhateiro já ali tão perto
rebanhos e o seu pastor


Vista da Capela de São Gabriel (alt. 579m), Vila Nova de Foz Côa - Portugal

vénus, aqui tão perto

Lua Cheia observada a caminho do seu esplendor de Abril conduziu nosso olhar para aquele ponto minúsculo mas muito luminoso – Vénus.

Planeta do Sistema Solar cuja órbita é imediatamente interior à da Terra na direcção do Astro-Rei aqui “tão perto” e tão bizarro no seu ambiente relativamente ao do nosso planeta.

Não só este planeta anda de Oeste para Este, em sentido inverso dos restantes planetas do Sistema Solar, como, curiosamente, o dia venusiano é maior do que o seu ano!!!

O movimento de rotação de Vénus é inverso aos restantes planetas com provas científicas do facto. Deve-se esta situação a uma de duas explicações possíveis. Ou o seu eixo se entortou até aos 180 graus, virando-se de “cabeça para baixo”. Ou o eixo tinha uma inclinação de zero graus, tornando-se a sua rotação lenta até parar para, depois, passar a girar ao contrário.

É impossível os seres humanos chegarem ao planeta Vénus. Além de serem queimados pela elevada temperatura à superfície, seriam esmagados pela enorme pressão atmosférica, que é 90 ou 100 vezes superior à da Terra. De Vénus não se vê o Sol devido às nuvens espessas que envolvem o planeta.

Mas se tal fosse possível seria curioso ver o Sol nascer a Oeste e desaparecer do lado de onde na Terra o vemos nascer.

O dia em Vénus é muito longo: o período de rotação de Vénus é de 243,02 dias terrestres, donde a ser visível o Sol só nasceria a cada 243 dias. Por outro lado, o ano venusiano é mais curto do que o dia: somente tem 224 dias terrestres, o tempo em que o planeta completa uma órbita ao Sol.

sexta-feira, março 30, 2007

até ao infinito


p'ra lá dos montes e vales
corre o sonho na procura do sentir
infinito de muito querer


Montes e Vales, Freixo de Numão, Vila Nova de Foz Côa - Portugal

vencer a dor

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento



Porque és ser do meu ser
Não quis deixar-te sozinho
Caminhei contigo no desespero,
A dor e o sofrer
Em rumos de desnorte,
Em tortuoso caminho
Num sentimento de partilha,
Amizade e muito querer.

Conheci vivências dolorosas
De caminhares sem fim
Que conduzem seres humanos
À degradação e à morte
A tua esperança alimentava
A luz dentro de mim
Eu, bússola do teu sentir
Procurei indicar-te o norte.

Foi um longo caminhar
No submundo da dor
Ao cruzar de cada estrada,
Ao voltar de uma esquina
Procurar o rumo certo
Com afecto e amor
Lado a lado, ombro com ombro,
No limite da ravina.

Muito querer, determinação de vencer
Tamanho sofrimento
Transformaram o desígnio
Do caminho de uma vida
Onde a escuridão
E a degradação do sentimento
Deu lugar a uma luminosidade impar
Agora sentida.

quinta-feira, março 29, 2007

bordados em terra lavrados


terra artisticamente bordada
são os socalcos para plantio dos vinhedos
riqueza do Douro e das gentes


Socalcos nas serranias de Numão, Vila Nova de Foz Côa - Portugal

Dizeres sobre...

Inspirado em magníficos textos publicados pela minha querida Amiga Maçã no seu blogue Maçã de Junho


sobre A Lua e o Sol

O Pai Manel, homem de vida vivida, no trabalho, duro trabalho que lhe moldou o sentir, conhecedor da Natureza e dos seus desígnios, disse-me um dia:

“_Já reparaste, filho, na espantosa situação do dia de hoje – vê-se a Lua e o Sol ao mesmo tempo...”
[teria sido um sinal, que na altura não soube ler, de que a sua saúde não iria bem]

Nunca mais esqueci tal observação, embora tenha por certo que o Pai Manel já antes observara milhares de vezes esta situação, misto de poema e devaneio mental.

Tempos mais tarde, senti a importância da conjugação da Lua, o quarto crescente da Lua, com o Sol, o mítico Sol de Gaudi.

E fui feliz...



sobre Po(de) Ser

Desbravar teu corpo
Percorrer cada espaço
De pele
Sentir teu cheiro
Cheiro de ti
Do que és
Sentir-te total
Feliz
Po(de)ser um sonho
Po(de)ser que não



sobre Partir

Suspiro... Suspiro pela falta que me fazem as grandes referências da minha vida... meus pais! Ainda hoje penso que se estivessem entre nós me poderiam dar respostas a algumas das minhas aflições.

Partiram, mas deixaram-me algumas caixinhas mágicas.

Dessas "caixinhas mágicas" que este texto maravilhoso que connosco partilhas refere, guardo unicamente uma... o tempo foi passando e de cada caixinha que eu abria fugia o tempo e o espaço que noutra se iam alojar.

Tenho uma só caixinha, mas nela estão contidos muito espaço e muito tempo. Mas esta, claro, não vou abrir...

Fui entregá-la, como prenda, ao "meu" mar. Ele em troca ofereceu-me a capacidade de sorrir para a "mais bela Ninfa do Tejo". Que maior felicidade poderia eu desejar?

quarta-feira, março 28, 2007

altaneira


no cimo de uma fraga
domina vales e montes
com sua altaneira imagem


Capela de Santa Bárbara, Freixo de Numão, Vila Nova de Foz Côa - Portugal

o pinhal da aroeira

dizedor de estórias
Aqui e acolá pedem-me para contar uma estória a propósito de uma data, de um acontecimento, de um local ou das gentes que aí habitam. Estórias curtas que recordam tempos passados, tal como os mais antigos ainda têm na memória



Comemora-se o 14º Aniversário da Associação de Moradores da Aroeira, dinâmica associação implantada numa zona de grande desenvolvimento demográfico, onde se justifica uma importante intervenção cívica que pode, e deve, congregar-se ao redor do associativismo. [28 de Março de 2007]

Oportunidade para dizer algo que os antigos recordam dessa zona, hoje urbana, outrora mata e pinhal. Contam os mais antigos:

“Na Charneca de Caparica, para sul do Marco Cabaço, as terras eram arenosas e praticamente intransitáveis. A cobertura botânica era constituída por mato e outras plantas arbustivas, como seja a aroeira que deu nome à zona, por pinheiros bravos e mansos e por amplas zonas de juncal.

A Mata dos Medos, também conhecida por Pinhal do Rei, o plantio de pinheiros teria sido mandado fazer pelo Rei D. João V, por forma a “segurar” as areias em movimento, era lugar de difícil acessibilidade onde se acoitavam bandidos e outros foragidos da lei. A própria Guarda tinha dificuldade em entrar nas zonas mais recônditas do pinhal.

Esta mancha verde, autêntico pulmão com que a Natureza brindara a Margem Sul do Tejo, prolongava-se para lá da Lagoa de Albufeira, na direcção de Sesimbra e do Cabo Espichel, pelas Herdades da Aroeira e da Apostiça.

Contam os mais antigos que depois do pôr-do-sol somente entrariam no Pinhal do Rei aqueles que, pela confiança que neles tinham os foragidos, possuíssem o chamado “salvo conduto de palavra”, senha e contra-senha que deveria ser dita a quem interpelasse os forasteiros.

Também havia um dia determinado da semana, a terça-feira, em que era permitido ao Povo, a viver em profunda penúria, colherem lenha da mata nacional, lenha seca sem magoar os pinheiros, para ser utilizada para as lareiras e para o “fogo de cozinhar”.

No tempo das pinhas, aproveitava o Povo esse dia para colher pinhas que, vendidas para Lisboa, representavam um acrescento aos seus parcos rendimentos.”

terça-feira, março 27, 2007

cheirinho a rosmaninho


respira-se ar puro
impregnado do cheirinho do rosmaninho
e sempre em tonalidades de lilás


Rosmaninho nas serras de Numão, Vila Nova de Foz Côa - Portugal

lenda da capa-rica das acácias em flor

versão ficcionada © Vicktor Reis


Em tempos imemoriais, quando as terras do litoral situadas ao Sul do rio Tejo eram praticamente desertas e inabitadas, casas isoladas e pequenos lugarejos, distantes uns dos outros muitos quilómetros, constituíam a única estrutura habitacional, donde se destacavam dois povoados de maiores dimensões: um no interior, na zona mais elevada, o “monte”, e um outro, junto ao mar, a “costa”.

No interior, a vida era ganha nos trabalhos da lavoura, na produção de vinho e na exploração dos materiais que os vastos pinheirais produziam, especialmente madeiras e resina, enquanto que junto ao mar as populações se empenhavam na faina da pesca, cuja arte foi evoluindo ao correr dos tempos fruto das influências trazidas pelas correntes migratórias humanas, ora da zona dos avieiros de Ílhavo, a Norte, ora da região de Vila Nova de Milfontes, a Sul.

Conta a tradição, que de pais para filhos vem sendo transmitida, que há muitos muitos anos vivia na região interior uma misteriosa mulher idosa de quem não era conhecida família nem origem e que habitava num velho casebre, isolada de toda a restante população da zona.

Também ninguém recordava quando a velha tinha aparecido pelas redondezas e muito menos ao que viera. O mistério era agravado pelo facto de se desconhecer do que se alimentava pois não lhe era conhecido modo de vida nem fonte de rendimento e, muito menos, alguma vez fora vista na loja adquirindo bens alimentares ou outras compras.

Não tinha amizades, poucas palavras eram ouvidas da sua boca e o seu ar estranho e o desconhecimento da sua ocupação criou o mito entre a população de que ela se dedicava à bruxaria e a estranhos e inexplicáveis ritos.

Uma coisa era certa: Efectuava diariamente longas caminhadas, sendo vista em diferentes pontos da região, distantes entre si de muitos quilómetros, sempre envolvida numa longa capa que lhe ocultava as formas do seu corpo, pelo que ninguém sabia se era bonita ou feia, se esbelta ou disforme.

Na época da Primavera as suas ausências eram mais prolongadas do que no restante do ano e constava entre a criançada que nessa época vislumbravam no interior da sua capa vasta riqueza de moedas de oiro sem fim, daí dizer-se que a sua capa era rica, capa-rica.

Nos finais de Março início de Abril daquela era que a memória das gentes não reteve, sentiu a velha mulher que os seus dias do fim se aproximavam, fazendo então constar o seu desejo de que a capa de que nunca se apartava fosse entregue ao rei de Portugal para que ele lhe desse a aplicação que melhor soubesse servir o Povo.

Quando a velha mulher faleceu, poucos dias depois, a população apressou-se a dar cumprimento ao seu desejo, tanto mais que a sua fama de feiticeira não lhes permitia hesitações, fazendo a entrega da referida capa ao rei de Portugal.

Quando a capa foi presente ao rei e este verificou o seu interior encontrou-a profusamente repleta de douradas flores de acácia, colhidas no vasto acacial que ainda hoje existe na zona litoral compreendida entre a Trafaria e a Fonte da Telha.

Impressionado com tamanha sensibilidade mostrada por aquela velha mulher que tanto sofrera em vida, o rei fez constar da riqueza daquela capa, uma capa-rica, daí o topónimo hoje mundialmente conhecido por Caparica, compensando a população com a construção duma igreja, a Igreja de Nossa Senhora do Monte e confirmando toda aquela região com o designativo de Caparica.


segunda-feira, março 26, 2007

tulipa flamejante


tulipa nascida em sítio
de velhos sábios
para dar cor ao seu presente


canteiro de tulipas num Centro de Dia de Vila Nova de Foz Côa, Portugal

quatro anos de "fumaças"

Quatro anos a blogar com muita qualidade e bom gosto é obra!!!

Além de amigo, este amante dos sabores e dos odores requintados incentivou-me a criar a Oficina das Ideias, este espaço de convívio, onde os modestos operários continuam a laborar.

Para o João Carvalho Fernandes, autor do Fumaças, uma saudação amiga do pessoal da Oficina e o desejo que continue a blogar nos amplos espaços da interactividade.


o seu a seu dono

No decorrer de algumas pesquisas documentais que o pessoal da Oficina das Ideias tem andado a efectuar no sentido de recolher documentação sobre a história e vivência das “Caparicas” - Monte, Costa, Vila Nova, Sobreda e Charneca, uma vez mais fomos confrontados com várias versões da “Lenda da Capa-Rica”.

São oito as versões que registámos, umas mais tradicionais, outras resultante de alguns despiques do antigamente entre povoações vizinhas e uma de escrita mais recente, resultante de um devaneio ficcionista deste trabalhador da Oficina das Ideias.

No fundamental, a grande maioria das versões aponta para a ideia tradicional de uma velha muito velha que trajando sempre uma capa andrajosa veio, pela sua morte, a verificar-se que estava cheia de dobrões de ouro, que o rei de então utilizou para mandar construir a vetusta Igreja do Monte.

Enquanto a maioria das lendas tradicionais da Caparica apontam para a vivência da velha em terras e montes da Caparica, uma outra mais a “puxar” para a Costa de Caparica adianta que a velha viveria mais para os lados do litoral.

Finalmente, a versão ficcionada por este modesto escriba, transforma os dobrões de ouro em doiradas flores de acácia que tanto alegram esta região nos meses de Fevereiro e de Março de cada ano. Esta versão foi publicada pela primeira vez no ano de 1997 em “Almada, a Terra e as Gentes”.

Diversas publicações da Câmara Municipal de Almada, da Junta de Freguesia da Caparica e, inclusive, a obra monumental da editora Quidnovi “História das Freguesias e Concelhos de Portugal, publicaram a Lenda da Caparica com recurso à imagem ficcionada das doiradas flores das acácias tendo sempre olvidado a origem da IDEIA.

Bom... assim caminhamos... mas “o seu a seu dono”!

domingo, março 25, 2007

simplesmente lilás


li lila lilás
da paleta do arco-íris retirei
para num quadro de sentires a colocar


Flores silvestres, Pinhal da Aroeira, Seixal-Portugal

hora de verão em portugal

Em Portugal Continental e na Região Autónoma da Madeira foi adiantada de 60 minutos à 1 hora do Tempo Legal (1 hora UTC), em 25 de Março de 2006.

Na Região Autónoma dos Açores foi adiantada de 60 minutos às 0 horas do Tempo Legal (1 hora UTC), em 25 de Março de 2006.

A hora legal pode ser calibrada em HORA LEGAL.

No dia 28 de Outubro deste ano a hora voltará a coincidir com o Tempo Legal.

É evidente que o Tempo Legal não coincide com a Hora Solar Aparente, muito embora tivesse sido esta última que orientou os nossos antepassados na sua vivência diária, marcando o tempo e o ritmo das diversas actividades.

O Horário Solar Aparente baseia-se na premissa de que é meio-dia quando o Sol alcança o ponto mais alto no céu, no decurso do seu movimento aparente, isto é, quando cruza o meridiano do lugar, pelo que varia em relação ao lugar geográfico em que nos encontremos a cada momento.

Uma das formas expeditas de determinar a Hora Solar Aparente é aquela que recorre à utilização de um Relógio Solar.

A adopção de uma referência horária global foi decidida pela primeira vez em 1884, na Convenção de Washington, a que Portugal aderiu em Maio de 1911. Só então foi abandonado o uso da hora solar média do meridiano de Lisboa, que estava 36m44,68s atrasado em relação ao Tempo Médio de Greenwich (TMG), ou Tempo Universal (TU), que a convenção consagrou.

Quanto à Hora de Verão, Portugal adoptou-a em 1917, seguindo o exemplo de outros países europeus, e manteve-a sempre desde então com alterações diversas.

sábado, março 24, 2007

luxúria natural


vereda entre luxuriosa vegetação
caminho dos amantes dos desejos
mitigados em tranquilo sentir


Mata dos Medos, Almada-Portugal

pensar amor

Hoje, manhã cedo, eu diria “ao nascer da aurora”, vento fresco a fustigar meu rosto, uma réstia de Sol a “alevantar-se” a nascente, deu-me para pensar no amor. De amores e desamores é o Mundo construído, a sua face e o verso, mas o que verdadeiramente despertou os meus “profundos” pensamentos foi uma pequena folha de hera colhida no caramanchão sobranceiro à curva da vereda por onde caminho.

O amor se já por si é uma palavra difícil de interpretar, não o é menos o sentir que envolve. “Amor de mãe”, “amor filial”, “amor há só um”, “amor perfeito”, “amor à primeira vista”, “o amor é louco”, “amor à camisola”, “morrer de amores”, “fazer amor” e tantas outras aplicações na linguagem corrente e nos lugares comuns.

Vou consultar o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia de Ciências de Lisboa... ah quanta erudição! Tendo como entrada a palavra amor:

“Predisposição da afectividade e da vontade, orientada para o objecto que a inspira, e é reconhecido como bem” ou então “Afeição profunda de uma pessoa por outra, de carácter passional e que, geralmente, implica atracção sexual” ou ainda “Sentimento intenso de afeição por alguém com quem se tem alguma afinidade ou empatia, podendo haver ou não laços de sangue”.

Na minha opinião, o amor contém e está contido na amizade. Por essa razão, a lógica linear do pensar tem a dificuldade maior de lhe dar uma definição concreta. O amor encontra o seu mais adequado terreno para germinar no muito querer e sentir. Com afecto, carinho e compreensão se alimenta o sentir, se fomenta o muito querer.

sexta-feira, março 23, 2007

alegria no jardim


uma ligeira pincelada de vermelho
da paleta do pintor inspirado
alegria no jardim de Primavera


Flor dos jardins do Pinheirinho, Charneca de Caparica, Almada-Portugal

deixar fluir o pensamento

Numa alva folha de papel descrevi o meu sentir
Como quem traça uma linha de imaginação desenhada
Na leitura do passado, do presente, do devir
Depois dos medos, mostrar a tranquilidade encontrada.

Neste profundo sentir que vai muito além do horizonte
Procurar a luz que se opõe a tenebroso pensamento
É ânimo tão fecundo como a cristalina água de uma fonte
Em que mergulham raízes de esperança e de alento.

A força do nosso querer tem por limite o infinito
Na procura da verdade, do que neste mundo determina
O caminho a seguir sem tibiezas tal como está escrito
No rumo certo dos afectos que o espírito nos ilumina.

Quando ao virar da curva do caminho ensombrado
Deparamos com a luminosa imagem de encantamento
Atingimos o êxtase, o oásis há muito procurado
Tranquilos deixamos fluir o nosso doce pensamento.

quinta-feira, março 22, 2007

a suavidade duma rosa


uma rosa suave como o teu rosto
em carícia sonhada, desejada
na Primavera que desponta luminosa


Rosa dos jardins do Pinheirinho, Charneca de Caparica, Almada-Portugal

pôr-do-sol na arriba fóssil

Quem, ao entardecer, se debruçar num dos diversos miradouros que existem na Arriba Fóssil da Costa de Caparica ou se abeira da arriba que mergulha nas doiradas areias que constituem o grande areal da margem Sul, pode ter a felicidade de observar um inesquecível pôr-do-sol.

Quando o Sol, no seu diário movimento, mergulha com doçura no Oceano, lá bem longe na linha do horizonte, vai criando uma mudança ímpar na paleta das cores da Natureza. Do azul, como só existe no céu da Caparica, passando por vermelhos que são tonalidades diversas do fogo, escurecendo até quase ao negro para depois, numa reviravolta na paleta das cores, fulgir em doirados únicos e maravilhosos.

Os pescadores usam dizer que “os caranguejos puxam o Sol para o mar”.

Sugiro uma ida até à arriba sobranceira à Fonte da Telha, ali para os lados onde se diz terem existido minas do áureo metal, para admirarem a mais bela imagem do pôr-do-sol esplendoroso com os pinheiros mansos em contraluz.

quarta-feira, março 21, 2007

renovar a vida


tempos de Primavera
renovar a vida nos sentires
a alegria da cor


Pinhal do Rei, Mata dos Medos, Almada-Portugal

primavera

o mistério e a fantasia
Mitos e lendas, ou simplesmente uma curiosidade, a que o Povo dá dimensão de universal sentir e a Ciência procura a explicação que nem sempre é conseguida


A Natureza anuncia a chegada da Primavera.

O equinócio da Primavera marca, no hemisfério norte, o momento em que no mês de Março o dia e a noite têm igual duração. Esse “mágico” momento teve lugar às 00 horas e 07 minutos, quando ainda rolando pelas estradas da Caparica pude observar quanto equilíbrio a Natureza mostrava ter. Deu-se nesse momento o início cósmico a Primavera em terras de Portugal.

Em astronomia, o equinócio é definido como um dos momentos em que o Astro-Rei, na sua órbita aparente vista da Terra, cruza o equador celeste, a linha do equador terrestre projectada na abóbada celeste.

A palavra equinócio tem origem no latim e significa "noites iguais". Os equinócios acontecem em Março e em Setembro, as duas ocasiões em que o dia e a noite tem duração igual. No hemisfério Norte o equinócio de Março é o Equinócio da Primavera, também designado de Verão ou Vernal, e o de Setembro é o Equinócio de Outono. No hemisfério Sul é o inverso.

Em termos esotéricos e da tradição este é o início do tempo de procurar a verdade da vida e de nos libertarmos das mentiras acumuladas no ano que passou. É o momento da purificação do corpo e do espírito. É época de recomeçar. É tempo de energia abundante, de intensidade e de persistência para atingirmos os nossos objectivos. É a época da dádiva espiritual e material.

Os antigos gregos, egípcios, sumérios, babilónios e celtas foram povos que agradeciam à "mãe terra" tudo o que ela lhes oferecia: alimentos, curas e riquezas. E agradeciam com festividades e cerimónias que eram realizadas no início e final de cada estação, ou seja, nos equinócios e solstícios. A Primavera, em quase todas as tradições, é tida como a fase de fertilidade e beleza da Natureza, é quando todos os seres, plantas e animais, acordam de seu repouso (inverno) para um novo ciclo de produtividade.

É quando tudo se enfeita e se torna belo e fértil, para garantir a frutificação. Não é sem sentido que a Primavera é considerada a mais bela estação do ano.

A Primavera é tempo de afectos...

terça-feira, março 20, 2007

floral de amarelo


floral amarelo cobre os campos
sinal da Primavera já aí
Tempo de afectos e de alegria


Pinhal do Rei, Mata dos Medos, Almada-Portugal

nocturnos

Aves nocturnas animam o tempo depois do pôr-do-sol e até alta madrugada com os seus piares agudos e frequentes voos de caça.

Os olhos colocados na posição frontal são redondos e amplos e contém em si muito mais células foto-sensíveis do que qualquer outra ave. O desenho característico das faces ajuda a conduzir mais som aos canais auditivos: Têm uma visão e uma audição extraordinárias.

Ligados, desde sempre, ao mistério ao extrasensorial ao sobrenatural estas aves incomparáveis continuam com forte presença no imaginário de todos nós.

Quando as oiço piar nas tranquilas noites de Primavera começada, sinto um desejo profundo de melhor as conhecer, de decifrar o sentido do seu misterioso olhar.

segunda-feira, março 19, 2007

marco zero



no "marco zero" do Cabo Espichel, local mítico
O Fotógrafo olha o mar, o horizonte
Do outro lado o "marco zero" recifense


Cabo Espichel, para Sul, Portugal

os pais, uma referência

Meu pai, o Manel da drogaria, mais conhecido pelo “pau preto”, magrinho e muito escuro, cedo começou a contribuir para o rendimento da casa paterna, primeiro como marçano de drogaria, depois como empregado de balcão. Trabalhador e poupado chegou a ter negócio seu. A sua vida bem justificou o dito e lugar comum “por detrás de um homem realizado ha sempre uma mulher esforçada”.

Minha mãe, a São, moçoila saudável e bonita, vinda lá dos saloios de Torres Vedras. Veio com a mãe servir para casa de patroa nos arrabaldes de Lisboa, na então Porcalhota. Somente deixou a casa da patroa para casar, tendo sido acompanhada por minha avó que com ela foi viver. Justiça seja feita que minha avó foi mais do que minha mãe, pois ajudou na minha criação enquanto minha mãe acompanhava meu pai no trabalho.

Tinham um sonho grande, que pais o não têm?, que eu tirasse um curso superior. A Informática não permitiu que tal acontecesse. Foram casados por mais de cinquenta anos, faleceram com um mês exacto de diferença.

Sempre foram importantes referências no desenvolvimento da minha vida, pela sua honradez e pela seu posicionamento relativamente ao trabalho. Se foram referências de vida representaram, igualmente, uma importante memória dos tempos passados. Se como referência continuam no meu pensar, deixei com a sua partida de dispor do meu fundamental recurso da memória do passado.

domingo, março 18, 2007

promontório barbário


no dizer dos homens do mar
as águas mais perigosas
da costa portuguesa


Cabo Espichel, para Sul, Portugal

conduzir em lisboa e em luanda

a minha opinião
O pessoal da Oficina está atento à actualidade política e social de Portugal e do Mundo. Aqui partilham o seu pensar através da minha análise modesta mas interessada



Na agenda política foi colocado recentemente e, na aparência, “à pressão” o tema das “cartas de condução”. Mais concretamente, após ter sido “caçada” a carta de condução do jogador de futebol angolano Mantorras, a desenvolver a sua actividade no Benfica, por não ter o documento válido em território nacional.

Angola retaliou e apreendeu diversas cartas de condução portuguesas e aplicou coimas a condutores portugueses que em Luanda utilizavam documentos portugueses sem o respectivo averbamento para uso em Luanda.

O governo da Nação está a analisar a situação e, em reunião de ministros de Negócios Estrangeiros, propõe-se resolver o desaguisado. Quando se trata de medidas lesivas dos direitos do Povo português, o governo decide e legisla sem diálogo e em jogadas de plena antecipação dos acontecimentos; Nas situações de interesse para as populações o governo vai atrás dos acontecimentos, somente quando a isso é forçado.

A incúria nesta situação das cartas de condução como em tantas outras somente entrou na agenda política quando as coisas “azedaram” para os lados de Luanda e perante a aproximação da presidência portuguesa da União Europeia e a perspectiva de encontros com a União Africana.

Mas adiante...

A um amigo recém regressado de Luanda coloquei a questão se tinha tido problemas em Luanda para conduzir com uma carta de condução portuguesa. Disse-me que não, pois durante os dois meses que esteve em Angola a dar formação nunca pegou num automóvel. Aliás, considera uma aventura conduzir nas ruas de Luanda.

Sem o cumprimento das normas que possam existir, conduz-se em Luanda a alta velocidade, não respeitando cruzamento, fazendo 5 ou 6 filas de veículos em vias traçadas para 3. É frequente ouvir-se um “tac-tac-tac-tac” dos espelhos retrovisores a baterem uns nos outros.

O espaço é calculado para a dimensão dos veículos sem contar com os centímetros que os espelhos ocupam. Além do mais, existe sempre espaço para que um motociclo possa, igualmente, passar.

“_Conduzir em Luanda, nem pensar!”

Caótico não será, por certo, o transito nas ruas e estradas de Portugal. Mas que a cada esquina nos deparamos com aterradoras faltas de civismo, isso não há a menor dúvida. Muita gente já vai afirmando:

“_Conduzir em Portugal, nem pensar!”

sábado, março 17, 2007

uma florzinha do pinhal do rei


caminhava tranquilamente
na bela Mata dos Medos
que bonita flor! _Bom Dia Margarida


Florzinha do Pinhal do Rei, Almada-Portugal

néctar

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento



Em minhas mãos
Teu íntimo néctar...

Saboreio licor de rosas
Recolhido em tua concha
Que escorre
Em meus dedos viciosos
Dos caminhos devassos

A lascívia do meu querer
Feito alma e sentir
Refresca na tua fonte
O fogo eterno dos amantes

O ondular intenso
Do teu corpo
Rodopio de prazeres
É mar revolto de paixão

No ponto de não voltar
Minha boca beija e é beijada
Pelo teu âmago
Mel e rosas
Alimento dos amantes
Um sorriso

sexta-feira, março 16, 2007

a paleta da natureza


da paleta da natureza
escolhi tonalidades pastel
para dar cor à tua beleza


Estrelícia dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada-Portugal

um café no gerbeaud

o meu caderno de viagens
Pequenos apontamentos rabiscados num caderno de viagem e agora partilhados com os leitores. Os sítios, as gentes, os costumes e as curiosidades observados por quem gosta mais de viajar do que de fazer turismo



Viajar para Budapeste, na minha opinião uma das mais belas e acolhedoras cidades do Mundo, resulta sempre num exercício de afectos, no alimentar do nosso imaginário das grandes viagens de sempre. O Rio Danúbio, que à beira de Budapeste em Duna se transfigura, conduz-nos ao sonho, ao eterno mistério da passagem entre o Ocidente e o Oriente.

Paralela ao Rio Danúbio, na sua margem leste, na zona designada por Peste e que cinco maravilhosas pontes unem a Buda e a Óbuda, a Rua Váci congrega em si desde o início do Século XIX as principais actividades comerciais, não só o comércio tradicional como também as mais modernas e elegantes lojas da cidade.

A tão celebrizada Rua Váci não é somente uma rua de comércio e atractivo para os turistas. É da mesma forma ponte de encontro e espaço de passeio dos habitantes de Budapeste que encontram nas ruas transversais amplas e soalheiras esplanadas que convidam ao descanso, à conversa ou à simples observação da vivência de uma cidade.

No topo da Rua Váci fica a Praça Vorosmarty, espaço de correria despreocupada para a miudagem e de peregrinação para os mais velhos que aí encontram restaurantes e cafés de onde emanam cheiros tradicionais e onde se degustam sabores únicos. Naquela loja à esquerda de quem entra na Praça, com montras coloridas de rótulos de garrafas de vinhos e licores, vou comprar uma garrafa de Unicom, licor de 40 ervas de sabor estranho, esquisito.

Mas é ali também nas imediações que o meu amigo Ali, no tempo em que a moeda do País fazia parte integrante da sua identidade tinha “banca” montada para a compra e venda de “shilings” a preços convenientes.

Num dos gavetos da Praça Vorosmarty situa-se o legendário Café Gerbeaud, que já se chamou Café Kugler, nome do seu fundador, em 1858, e Café Vorosmarty, alusivo ao nome da Praça onde se encontra instalado desde 1870. Inicialmente teve porta aberta na hoje Praça József Nádor.

Recebeu, durante a sua longa existência, alguns designativos elogiosos tias como “os melhores gelados de Peste” ou “ponto de encontro dos seis elegantes Mundos”. Na realidade por ali se cruzaram espiões e aventureiros, viajantes compulsivos e membros das casas reais europeias, em momentos de repouso (ou de trabalho) nas paragens prolongadas na cidade do célebre Expresso Oriente.

Quando visitei o Café Gerbeaud em 1992, antes de profundas obras realizadas em 1997, respirava-se ainda o ambiente desse ponto de encontro de gentes que de diversos mundos se dirigiam ou regressavam do Oriente. Toda esta azáfama de encontros e desencontros vividos com um café saboroso servido requintadamente numa chávena única de três peças, o pires, a chávena e um pequeno prato/tampa que continha o creme.

Quando pretendi obter esta autêntica peça de colecção solicitei-o à “chefe” que me pergunto de onde era eu oriundo. Quando lhe respondi reagiu com a nostalgia do longe “Ah Portugália, Portugália...”.

quinta-feira, março 15, 2007

barco rio acima


barco navega rio acima
leva consigo o emblema do "glorioso"
e pescado?


barco no Rio Tejo, visto de Porto Brandão, Almada-Portugal

areias

Um dia, já lá vão muitos anos [que nestas coisas do tempo que passa um ano pode parecer uma chispa, como um segundo uma eternidade] numa das muitas conversas que sempre tenho com o “meu” mar falei-lhe numa Ninfa do Tejo que amava guardar areias de todas as praias, de todos os rios e ribeiros.

O “meu” mar apaixonou-se pela tal Ninfa que tanto amava as areias, as mesmas que o mar acariciava desde tempos imemoriais, no seu continuado e doce espraiar, desígnio marcado para todo o sempre, ao sabor da influência da força das marés e dos ciclos lunares [Luna] que acompanham a vida e as vivências, o sentir e os sentimentos.

O “meu” mar sabia, contudo, que ali por cerca da Trafaria existia uma barreira natural intransponível, a chamada “quebra do mar” pelo Povo, ali “onde o Tejo beija o Mar”... e os namorados procuram imitar quando a Primavera dá os seus primeiros sinais.

Então, segredou-me o meu “mar”: “Pede à Ninfa do Tejo que guarde sempre junto das areias que tanto me confortam ao ritmo das marés, algumas palavras, mesmo sentires que eu um dia possa conhecer no Grande Areal da Caparica”.

Lá no alto da arriba, no limite dos jardins do Convento dos Capuchos, sobranceiros ao mar azul, os “Olhares” do poeta Neruda acompanham com compreensão este diálogo que é paixão como o poeta tão bem entendia.

quarta-feira, março 14, 2007

uma flor para... a micá


uma amizade que é uma vida
caminhares de sentires e de quereres
o desejo forte de mil venturas


rosa "Príncipe Negro", dos jardins de Valle de Rosal, Almada-Portugal

história do "tonino antonieta"

banda do cidadão em acção
estórias de heroicidade via éter, utilizando a banda do cidadão, as radiocomunicações de todos, de grande importância social, em época que se conhecia e reconhecia o valor do real voluntariado



D. José Pérez G., cura pároco duma aldeia da província de Palência é um grande amante das radiocomunicações. Amante de tal ordem que possui um transceptor da Banda do Cidadão.

Uma noite, faz algum tempo, há hora em que a frequência está cheia de "chamadas gerais", monsenhor José fez a sua por diversas vezes. Não obteve qualquer resposta. O Mundo, pelos vistos, parecia dormir calmamente à sombra da pomba da Paz.

Quando monsenhor José se preparava para descansar em paz com Deus, o seu equipamento de CB captou uma chamada de socorro.

A chamada de socorro SOS. Era um SOS angustiado da embarcação italiana "Tonino Antonieta" da praça de Génova: "Estamos à deriva na direcção da ilha de Ponza!".

O SOS era emitido em italiano, mas também em espanhol e em francês. O caso de "Tonino Antonieta" poderia ser uma tragédia como tantas e tantas embarcações desaparecidas misteriosamente no mar. Velhas tragédias de barcos que se não fora a preciosa ajuda de um rádio tinham empreendido a sua última viagem.

Monsenhor José escutou o apelo primeiro com surpresa, pois nunca havia sido posto perante problema semelhante. Depois reagiu e respondeu à chamada pedindo o indicativo e a confirmação do apelo. Tudo confirmado pediram lhe que retransmitisse a mensagem para as estações italianas.

Muito embora a chamada de socorro não tivesse clarificado a situação geográfica em que a embarcação se encontrava, nosso homem passou a retransmitir a mesma. Responderam lhe diversas estações italianas, prontificando se a comunicar o apelo às autoridades marítimas.

Pouco depois as comunicações com o "Tonino Antonieta" foram cortadas, na altura em que chegava a confirmação de que as autoridades militares italianas tinham dado ordem de saída a um rebocador da Capitania de Gaeta e de um horizonte da estação de socorro da Vagan di Valle. Também recebeu o aviso o vapor Sorrento, que fazia a travessia de Génova para Nápoles, informando que desviaria a rota para observar tudo o que fosse possível.

Depois de tudo isto, silêncio! Eram três horas da madrugada.

Alguns dias depois, Monsenhor José recebia os periódicos italianos "Il Tempo" e "Laboro", os quais davam conta da chamada de socorro recebida pelo cebeísta de Palência.

Explicavam igualmente como as autoridades marítimas italianas haviam mandado explorar durante três dias a latitude onde, aproximadamente, se poderia encontrar a embarcação italiana "Tonino Antonieta", com resultados negativos. Não obstante, enviavam os mais profundos agradecimentos, em nome da Itália, a Don José Perez G. que de tal maneira havia sabido cumprir o seu dever utilizando o seu pequeno emissor/receptor da Banda do Cidadão.

Todavia, hoje continua a ser um mistério o que se passou com a embarcação "Tonino Antonieta".

Foi um "barco fantasma" e a bordo ouviu se a ária "O Inferno", da Divina Comédia de Dante Alighieri? Iria o "Tonino" sem tripulação e governado pelo holandês errante com a sua alma no purgatório? Existiu realmente uma tragédia que hoje se encontra sepultada no fundo do oceano? Que algo de extraordinário aconteceu naquela noite o deixam adivinhar as notícias veladas da imprensa italiana.

Em todo o caso, o mistério do "Tonino Antonieta" ficará para sempre nas águas genovesas e nas ondas recolhidas por aquele pequeno transceptor duma aldeia de Palência.

terça-feira, março 13, 2007

altíssima tensão


baixa tensão
alta tensão
altíssima tensão!!!!


Postes para cabos de altíssima tensão, Quinta de Valle do Rosal, Almada-Portugal

globalização solidária

O culto da personalidade, levado aos mais elevados níveis de paranóia, diria mesmo, de uma forma doentiamente exacerbada, tem caracterizado a nossa sociedade nas últimas décadas, situação que se tem vindo a agravar nos últimos anos.

A tão propagada e elogiada globalização económica e financeira, que não é nem social nem solidária, tem criado um fosso ainda mais profundo entre as pessoas, pois exige cada vez mais competitividade individual, muitas das vezes cega aos interesses colectivos, com efeitos, obviamente, perversos.

É nesta realidade, indiscutível à luz duma observação concreta, que os estudiosos da evolução e desenvolvimento mundial põem a sílaba tónica na importância das pessoas, no valor do trabalho de equipa, no interesse da partilha do saber. São temas da moda e como tal os governantes, os gestores das empresas e outros mandantes deste mundo afirmam-se, publicamente, seguidores destas novas (?) teorias de gestão.

A realidade, para o observador atento, quão longe está das palavras que são ditas e escritas todos os dias…

Continuo, evidentemente, a defender que o mais importante das instituições, públicas ou privadas, são as pessoas, pese o facto de ser algo incómodo para quem o defende mas não pratica, tal como continua a acontecer na sociedade do século XXI.

Para que isso aconteça julgo, na minha modesta opinião, de que o Homem Novo deverá ser mais compreensivo e solidário, com capacidade de trabalho colectivo mais do que procurar o individualismo e que o Mundo deverá ser devolvido ao seu verdadeiro dono: o Povo Universal.

segunda-feira, março 12, 2007

uma flor para... a jennifer


uma neta vale um mundo
neste dia de festa e alegria
te desejo mil felicidades


Orquídea,dos jardins de Valle de Rosal, Almada-Portugal

os frutos do alentejo

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento



Soprava o vento Suão
Dos confins do Alentejo
Com ele aumenta o pão
E exacerba o desejo.

Nas planuras sem fim
Onde o olhar não alcança
Julguei ver-te junto a mim
Em estranho passo de dança.

Teus cabelos esvoaçavam
Mais pareciam espigas raras
Eram espigas que deixavam
Doce aroma nas searas.

Teus olhos da cor do mar
Cintilavam vida e querer
Na luta de ver crescer
Os frutos do muito amar.

A tua boca brejeira
Suave, da alma o espelho
Na planície bandeira
Bandeira de cor vermelho.

Os teus seios baloiçavam
Danças da fecundação
Docemente aparentavam
As espigas prenhes de pão.

O teu corpo, Liberdade
Nos campos do Alentejo
Trabalho, frutos, verdade
Vitória que em ti revejo.

domingo, março 11, 2007

aqui tomei um chá


chá de frutos vermelhos
com sabor ao mar Báltico
em ambiente de museu tomado


Pavilhão Chinês, Lisboa-Portugal

o pinhal do rei de outros tempos

Contam os mais antigos que na Mata dos Medos que outrora foi lugar de acoitar criminosos, ladrões e outros foragidos da lei, ninguém se atrevia a entrar após o pôr-do-sol. Somente algumas pessoas possuíam um “salvo conduto de palavra”, uma espécie de senha e contra-senha que lhes permitia atravessar o Pinhal do Rei sem serem incomodados e a salvo.

O Pinhal do Rei, designação pela qual é muitas vezes referida a mata dos Medos, desde sempre mata nacional era, principalmente, zona de pinheiros mansos e bravos e de diversos arbustos autóctones, como é o caso da aroeira. Vastas zonas de juncal tornavam perigosa a sua utilização por quem não conhecesse bem os trilhos e os caminhos.

Era no Pinhal do Rei que o Povo se abastecia de lenha para cozinhar e para se aquecer em tempos de invernia, encontrando-se o seu acesso restrito às terças-feiras, cuja transgressão estava sujeita a uma de coima de cinco tostões, valor elevado para a época e para a penúria das gentes. Eram conhecidos, ao tempo, os guardas florestais Ti Manel Guarda e o Francisco Papa-Léguas. O primeiro, filho da Charneca (sogro do Alvarez) sempre fechava os olhos a alguma transgressão, o que já não acontecia com o último sempre pronto a aplicar as coimas.

Às terças-feiras toda a família ia para o pinhal apanhar lenha para a semana, somente os troncos e pernadas secas. Na época das pinhas (de pinheiro manso) a azáfama era redobrada, pois encontravam nos pinhões que delas retiravam um complemento importante no rendimento familiar com a sua venda no Mercado da Ribeira, em Lisboa, juntamente com os mimos que obtinham da terra.

sábado, março 10, 2007

o grande areal


mais de uma vintena de quilómetros
areia fina e doirada
é o grande areal da Praia do Sol


O Grande Areal, Praia da Fonte da Telha, Almada-Portugal

o marinheiro e a andorinha

O velho marinheiro mantinha-se apoiado no cordame da proa da embarcação, olhar perdido para lá da linha do horizonte, pensamentos soltos como o vento a flutuarem ao sabor das linhas imaginárias das isobáricas.

O fim-de-tarde estava cálido, tranquilo... Uma andorinha de bico vermelho vinda das terras do muito longe poisara no mastro da embarcação, repouso breve para retemperar forças que a levariam ao ninho que deixara tempos atrás na procura sazonal de maior bem-estar, na realidade, da sua sobrevivência.

O casco da embarcação na fragilidade que o amplo mar lhe parecia atribuir, balançava docemente ao ritmo da ondulação que partilhava a tranquilidade do fim-de-tarde, quase de sol poente, quando os “caranguejos começam a puxar o Astro-Rei para dentro do mar azul”, como é dizer dos pescadores da borda-d’água.

Quantas vezes sentiu o marinheiro de que após o pôr-do-sol vinha a alvorada, que depois do rude Inverno vinha a doce Primavera... de que a morte, é perca que significa renovar...

De súbito, um piar forte da andorinha, um sinal de que a partida estava eminente, uma despedida. Silenciosamente o velho marinheiro desejou-lhe leveza no regresso a terra firme. Sabia que tempo passado ela estaria junto da sua Ninfa do Tejo. A saudade seguiu numa pérola de sal.

sexta-feira, março 09, 2007

apetrechos das "artes"


bandeiras, âncoras, bóias
sinais de alerta, segurança
procura de boas pescarias


Artes do Grande Areal, Praia da Fonte da Telha, Almada-Portugal

novos indicadores de leitura

Um dos maiores aliciantes que o pessoal da Oficina das Ideias encontrou na blogoesfera foi a possibilidade de cruzar visitas sobre temas do seu agrado, com blogues preocupados com a partilha do saber, com a defesa dos patrimónios natural e construído, muito em especial, o património imaterial.

Por outro lado existe sempre a preocupação de visitar e recomendar a visita a todos os blogues que além de nos visitarem nos dão a honra de deixar um comentário construtivo, que muito ajuda a nossa inspiração e o enriquecimento do nosso trabalho.

Vamos acrescentar à nossa lista de “indicadores de leitura” os seguintes blogues companheiros desta viagem:

Sex Appeal, de Raquel – A Doce Sedutora em todo o seu esplendor

Pó de Ser, de Reporter – “O Reporter mantém-se, firme, em defesa do que pretende ser uma constante. A escrita descomplicada, a crítica atempada e firme, a guarda dos princípios que devem nortear o respeito mútuo.”

Para os Lados de Sintra, de Lua - "Sempre gostara muito de Sintra! Logo ao entrar, os arvoredos escuros e murmurosos do Ramalhão lhe davam uma melancolia feliz!" Eça de Queiroz in “O Primo Basílio”

O Farol“Uma forma de estarmos juntos para defender e preservar o património cultural, histórico, desportivo, arquitectónico e turístico de Cacilhas”

quinta-feira, março 08, 2007

caminhar lado-a-lado


uma flor, um mimo
para as Mulheres do Universo
Caminhemos lado-a-lado a Vida


Estrelícia dos jardins de Valle Rosal, Charneca de Caparica, Almada-Portugal

mulher

Mulher força da Natureza
Ânimo do homem na luta pela Liberdade
Liberdade tu própria
Que lutas e sofres
Numa sociedade burguesa que te destrói
Dizendo amar-te

Mas tu Mulher
Que sempre soubeste erguer bem alto a tua vontade
E o teu querer
Que na adversidade de uma sociedade machista
Lutaste pelo ideal de seres considerada Mulher
És agora justamente projectada
Para a vanguarda das forças progressistas

Tu
Mulher-mãe
Mulher-mulher
Mulher-lutadora
Mulher-companheira
Mulher-trabalhadora
Bendita sejas!

quarta-feira, março 07, 2007

voo rasante


voo rasante de gaivota
no Grande Areal
espelha sua sombra e seu reflexo


Gaivota no Grande Areal, Praia da Fonte da Telha, Almada-Portugal

o dia da televisão

do meu baú de memórias
Relembrar algumas das memórias que se encontram bem lá no fundo do baú onde guardamos recordações de situações vividas há muito ou que nos foram contadas pelos mais velhos



Uma profunda mudança na minha vida, no sentir dessa época de adolescente, teve lugar quando, com apenas 12 anos, meus pais mudaram de residência, não para uma distância significativa, mas por conveniência da actividade profissional do meu progenitor.

Vivera esse tempo passado na casa em que havia nascido e aí tinha o círculo de amizades com a miudagem cem quem fora crescendo nessa liberdade de rua, sem perigos nem ameaças, uma crescer saudável, pesem as dificuldades de vida em tempos de penúria económica em que p País se encontrava mergulhado.

Depois de longos anos exercendo a profissão de empregado de balcão de drogaria, encontrara condições para se estabelecer por conta própria. Fora empregado quando muito jovem do Senhor Viegas (avô do saudoso actor Mário Viegas); depois, esteve longos anos, atravessou o período da II Grande Guerra, e assistiu ao nascimento do seu único filho, quando empregado dos Estabelecimentos Ferreiras & Varanda; nos últimos anos fora ainda empregado de uma pequena drogaria com “sociedade” prometida que nunca se concretizou.

Finalmente, conseguira a sua independência, abriu um negócio “por conta própria”.

A área de trabalho do meu Pai sempre fora a drogaria, uma evolução das passadas lojas em que já se verificava a separação dos bens de alimentação. Agregado ao negócio tinha o meu Pai a distribuição de gás, o GazCidla, único na época e a venda de alguns electrodomésticos. Quando a partir de 7 de Julho de 1957 a televisão iniciou as emissões regulares passou, igualmente, a vender receptores das emissões de televisão, os televisores.

Recordo-me de que nessa época quando se iniciavam as emissões, ao princípio da noite, o meu Pai colocava um televisor na loja, a família senta-se no chão a assistir a essa emergente maravilha da tecnologia, enquanto os passantes se deixavam ficar a ver para lá das vidraças da porta e das montras que ficavam franqueadas para o efeito.

terça-feira, março 06, 2007

sinfonia a duas cores


neste contraste que a Natureza nos oferece
perde-se nosso olhar nosso sentir
na beleza dos campos e veredas


Vegetação espontânea, Charneca de Caparica, Almada-Portugal

dois mares

Um texto maravilhoso da minha querida amiga Maçã de Junho inspirou este singelo comentário


Um dia, já lá vão tantos anos que muitas recordações se esfumam nas brumas dos tempos, numa era em que se diz que os animais falavam, mas falavam também as forças da Natureza, dois mares, vindos sei lá de onde, encontraram-se no Grande Areal doirado.

Um deles, de “infinita brancura”, feito de “espuma de óleos essenciais e sais perfumados, decorado com cheiros serenos e actos pacatos” espraiou-se docemente no areal...

O outro, cor de azul verde mar, espraiando espuma de prata, trazia o odor a maresia misturado com o cheiro acre do suor do marinheiro que nele navegava noite e dia sem descanso na busca de um sonho desejado.

Uma bela Tágide respirava forte, cada vez mais forte, ouvindo o eco da própria respiração ao sentir na sua suavidade que os dois mares iriam embater violentamente... ouve momentos de silêncio profundo.

Os mares deslizaram um sobre o outro como nunca a Natureza tinha visto. Somente duas cristas de onda “cheiro sereno e maresia” se encontraram em explosão de luz e cor, elevando no espaço uma garrafa mensageira que voltou a mergulhar no mar.

No areal da Praia do Sol, num poente esplendoroso, dois jovens namorados aguardavam que desse à praia uma pequena garrafa mensageira que ambos haviam sonhado chegar nesses fim-de-tarde.

segunda-feira, março 05, 2007

flor do jasmineiro


alva flor entre teus pares
que encantas com tua suavidade
odor que beija os sentidos


Flor do Jasmineiros dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada-Portugal

44 meses na blogoesfera

Aos quarenta e quatro meses de publicação contínua a Oficina das Ideias foi surpreendida com um aumento significativo de visitas diárias o que fez elevar a respectiva média para as 432. Entretanto, foi, igualmente, atingido o número recorde de visitas diárias com o registo de 581.

Em contrapartida, tem sido verificada uma marcante diminuição na interactividade, reduzindo-se os comentários no último mês ao modesto número de 32, a partir de 15 comentadores. Para eles o nosso reconhecimento.

Visitas – 150.200 (desde 5 de Julho de 2003), a uma média de 432/dia e com origem em 114 países diferentes, valores facultados pelo SiteMeter e pelo NeoWORX
Comentários no mês - 32, de 15 comentadores
Total de posts – 2.710, onde cerca de 1.350 fotografias da autoria do nosso amigo Olho de Lince
Um agradecimento especial a Blogger.com e a Blogspot.com onde editamos e alojamos a Oficina das Ideias desde a primeira hora.


Quadro de Honra

Lualil, do Traduzir-se... (Brasil)
Lígia (Brasil)
Maçã, do Maçã de Junho (Portugal)
Raquel, do Sex Appeal (Brasil)
Rui Manhente, do Viandante (Portugal)
Ismael, do Café Alexandrino (Brasil)
Lila (Portugal)
Lady, do YourLady (Brasil)
Luísa Margarida, do Contabile (Brasil)
Reporter, do Pó de Ser (Portugal)
Lua, do Para os Lados de Sintra (Portugal)
Lenore, do Verdades Cruéis (Portugal)
Jacky, do Amorizade (Portugal)
CláudiaP, do Tudo ou Nada (Brasil)
Yonara, do Templo de Hécate (Brasil)


A TODOS o nosso Muito Obrigado

domingo, março 04, 2007

uma flor para... a yonara


parabéns minha querida amiga
que avanças na senda da felicidade
que o sol sempre para ti brilhe


Flor dos jardins do Pinheirinho, Charneca de Caparica, Almada-Portugal

passarinhos, passarinhos

do baú de memórias
relembrar algumas das memórias que se encontram bem lá no fundo do baú onde guardamos recordações de situações vividas há muito ou que nos foram contadas pelos mais velhos



Do lado de minha mãe eram sete irmãos. Mais concretamente, duas irmãs e cinco irmãos. Como sempre acontece em todas as famílias numerosas, de entre os irmãos de minha mãe, um tio tinha a minha preferência.

Era o irmão mais novo, logo a seguir à minha mãe, chamava-se Ventura, e desde sempre o conheci como caseiro da quinta de um dos homens mais abastados da região Oeste, uma quinta situada em Enxara do Bispo. Eu ficava encantado de passar alguns dias das minhas férias na liberdade e no contacto com a Natureza que a estadia nessa quinta me proporcionava.

Alguns anos mais tarde, fruto de algum desaguisado com o patrão, o meu tio deixou a quinta onde havia trabalhado longos anos, onde casara e fora pai, tendo ido viver para um casal que tomou de renda, o Casal do Mariola. Nesse casal , bem mais perto na terra natal de minha mãe, alguns anos passei minhas férias de Verão.

Em Lisboa, acompanhando o meu pai quando ele ia às compras à baixa lisboeta, sempre me deliciava com o cheirinho a passarinhos fritos, petisco tradicional das velhas tascas alfacinhas. Era um “repasto de reis” quando o meu pai me comprava um passarinho frito dentro de uma carcaça de pão.

O meu tio, sabendo desse meu gosto gastronómico, numa das minhas idas ao casal propôs-me fazer uma caçada de passarinhos que minha tia confeccionaria o petisco. Tamanho entusiasmo e expectativa com que fiquei, mal dormi a noite que antecedeu a madrugada marcada para a caçada.

Manhã muito cedo lá fui com o meu tio lançar uma rede na boca de um poço onde centenas de passarinhos pernoitavam. Depois, foi enxotá-los, que na sua aflição de fuga se emaranharam na rede e aí estava uma caçada grande e frutuosa. Os passarinhos bem tentavam fugir mas estavam condenados a serem mortos, depenados e fritos em saborosa banha de porco.

Perante aquele espectáculo de vida e para espanto do meu tio só tive uma reacção: _ Tio não quero os passarinhos. Ponha-os em liberdade que eu gosto muito de os ver voar.

Nunca mais comi passarinhos fritos na minha vida. E as únicas caçadas que faço é com a utilização da minha máquina fotográfica, com que procuro escrever algo sobre passarinhos.

sábado, março 03, 2007

lua de março marçagão


disco de prata brilhante
no imaginário dos amantes
a primavera está já aí


Lua de Março, 100% às 23 horas e 17 minutos

eclipse total da lua

Pouco passaria das 20 horas quando o pessoal aqui da Oficina das Ideias instalou, calmamente, num terraço de Valle do Rosal, um tripé e uma simples câmara fotográfica, numa tentativa de registar um dos “acontecimentos astronómicos de 2007”: o eclipse total da Lua.

Já nessa altura a Lua em noite de enorme luminosidade parecia ir lentamente caminhando para a penumbra. Na realidade, de acordo com dados fornecidos pelo Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), o fenómeno teria início às 20 horas e 16 minutos (hora de Lisboa), quando a Lua entrasse em penumbra, seguindo-se a sua entrada na sombra, às 21 horas e 30 minutos. Só às 22 horas e 44minutos o eclipse total seria visível como tal, terminando 23 horas e 58 minutos.

Este é o primeiro dos dois eclipses totais da Lua de 2007, com o segundo a ocorrer a 28 de Agosto, mas dessa vez não será visível na Europa. O último ocorreu na madrugada de 28 de Outubro de 2004, uma quinta-feira, pelo que terá sido observado por um número reduzido de pessoas.

Registo fotográfico das 21.34 horas


Registo fotográfico das 22.04 horas


Registo fotográfico das 22.23 horas


Registo fotográfico das 22.30 horas


Catorze minutos depois (22.44 horas) verificou-se o eclipse total e às 23.17 minutos quando a Lua Cheia estava na sua plenitude (100%) ainda não tinha saído completamente do cone de sombra.

sexta-feira, março 02, 2007

no recanto do bar


locais de longas conversas
os bares de lisboa encantam
no convívio da luz cálida


Sala de "snooker", Pavilhão Chinês, Lisboa-Portugal

ouvem-se já os tambores

A minha querida Amiga “Maçã” homenageou Zeca Afonso, na passagem dos 20 anos da sua partida, com a publicação no blogue Maçã de Junho de um belo poema deste autor-cantor, deste andarilho das palavras de profundo sentido social intitulado “Coro da Primavera”

Desse maravilhoso poema retirámos

“Ergue-te ó Sol de Verão
Somos nós os teus cantores
Da matinal canção
Ouvem-se já os rumores
Ouvem-se já os clamores
Ouvem-se já os tambores”


Não resistimos a comentar a querida Maçã de Junho assim:

Tinha saído havia pouco dos meus 20 anos de idade. Às voltas com a problemática de "A Fome no Mundo" foi possível editar um livrinho que tenho agora em minhas mãos: "Humanidade, Fome e Subsistências".
Para o lançamento do livrinho, ali para as bandas do Quelhas, iríamos ter a participação do Zeca. Mais do que para cantar, para falar, para nos ensinar, para agitar as nossas mentes para a realidade social de Portugal e do Mundo.
Sabida da prevista presença do Zeca entre centenas de estudantes, a Pide tratou de o prender.
Zeca não esteve presente mas nós cantámos os seus cantares.
"Sempre a nossa fome nos consome, dá-me a tua mão". Já então... "Ouvem-se já os tambores".


quinta-feira, março 01, 2007

as cores do meu jardim


o despertar da vida, da alegria
a cada Primavera que chega
um hino de esperança e querer


Borboleta nos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada-Portugal

em fevereiro a oficina das ideias publicou

Textos
Dia 1 – Em Janeiro de 2007 a Oficina das Ideias publicou
Dia 2 – Transparência [espaço de poetar]
Dia 3 – Coragem
Dia 4 – Sabor de Portugal em Keszthley [o meu caderno de viagens]
Dia 5 – O elefante
Dia 6 – História Incompleta [a suavidade do erotismo]
Dia 7 – Comunicar é preciso
Dia 8 – Demência [espaço de poetar]
Dia 9 – Frevo, hoje 100 anos
Dia 10 – Frevo, 100 anos (2)
Dia 11 – Gato e Romãs
Dia 12 – 43 meses na blogoesfera
Dia 13 – Um belo sonho [espaço de poetar]
Dia 14 – Partilha de comentários
Dia 15 – O ovo ou a galinha?
Dia 16 – Venham ver as acácias em flor
Dia 17 – Bañas tu cuerpo...
Dia 18 – Santuário de Nossa Senhora do Cabo
Dia 19 – “Raio de Luz” apela em canal 9
Dia 20 – ...à Bulhão Pato
Dia 21 – Reviver
Dia 22 – Costa de Caparica [minha terra é meu sentir]
Dia 23 – Mata dos Medos
Dia 24 – Tertúlia em Cacilhas
Dia 25 – Tulipa Negra
Dia 26 – Doces Sabores da Praia do Sol
Dia 27 – Entra... agarra... entra... agarra-te...
Dia 28 – Pavilhão Chinês [sítios de conversas longas]

Imagens
Dia 1 – Conchas do Grande Areal
Dia 2 – Lua de Fevereiro
Dia 3 – Conviver tranquilamente
Dia 4 – Artes no Grande Areal
Dia 5 – Espera
Dia 7 – Poente tranquilo
Dia 8 – Claudinha
Dia 9 – Gaivinas
Dia 11 – Paraíso Verde
Dia 12 – “Coelhinho” silvestre
Dia 13 – Emissor-receptor de poesia
Dia 15 – A aguardar a Primavera
Dia 16 – Rosa tão singela
Dia 17 – Botões da flor do jasmineiro
Dia 18 – Espelho... Ah mar magnífico
Dia 19 – Vereda do Mistério
Dia 20 – Anúncio de Primavera
Dia 21 – Doirado acacial
Dia 22 – Espraiar o olhar
Dia 23 – Sombras de mistério
Dia 24 – Marcas do passado
Dia 25 – Bandeiras que são lembranças
Dia 26 – Simetria
Dia 27 – Com vista para o mar azul
Dia 28 – Luta desigual

Uma flor para...
Dia 06 - ...a BB
Dia 10 - ...a Mariazinha
Dia 14 - ...a Bel

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