Partilhar
terça-feira, março 06, 2007

dois mares

Um texto maravilhoso da minha querida amiga Maçã de Junho inspirou este singelo comentário


Um dia, já lá vão tantos anos que muitas recordações se esfumam nas brumas dos tempos, numa era em que se diz que os animais falavam, mas falavam também as forças da Natureza, dois mares, vindos sei lá de onde, encontraram-se no Grande Areal doirado.

Um deles, de “infinita brancura”, feito de “espuma de óleos essenciais e sais perfumados, decorado com cheiros serenos e actos pacatos” espraiou-se docemente no areal...

O outro, cor de azul verde mar, espraiando espuma de prata, trazia o odor a maresia misturado com o cheiro acre do suor do marinheiro que nele navegava noite e dia sem descanso na busca de um sonho desejado.

Uma bela Tágide respirava forte, cada vez mais forte, ouvindo o eco da própria respiração ao sentir na sua suavidade que os dois mares iriam embater violentamente... ouve momentos de silêncio profundo.

Os mares deslizaram um sobre o outro como nunca a Natureza tinha visto. Somente duas cristas de onda “cheiro sereno e maresia” se encontraram em explosão de luz e cor, elevando no espaço uma garrafa mensageira que voltou a mergulhar no mar.

No areal da Praia do Sol, num poente esplendoroso, dois jovens namorados aguardavam que desse à praia uma pequena garrafa mensageira que ambos haviam sonhado chegar nesses fim-de-tarde.

Comments: Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?