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terça-feira, janeiro 31, 2006

flor de esperança

no frisado das pétalas está o labor
de mãos calejadas no sentir
esperança

uma caldeirada no "guimas"

Desde o passado dia 21 de Janeiro de 2006 está em pleno o 2º Concurso de Caldeiradas da Cidade de Costa de Caparica, prolongando-se até ao dia 19 do corrente mês. Dezenas de restaurantes, situados desde S. João de Caparica até à Fonte da Telha, apresentam todos os sábados e domingos “caldeirada” de esmerada confecção. Não perdi a oportunidade de, no passado Sábado, visitar o meu amigo Guimas que me deu a degustar uma excelente caldeirada que tem a concurso.

Não faltou na soberba caldeirada o peixe fresco vindo directamente da lota: o safio, a raia, o pata roxa, o tamboril e o choco, estando o fundo do tacho bem coberto de berbigão da Lagoa de Albufeira.



O Guimas serve a sua excelente caldeirada no Restaurante “O Ninho”, com gerência da sua esposa Angélica, que com ele partilha a arte de bem receber e de melhor servir. “O Ninho” está implantado em plena Mata Nacional, na Quinta de Santo António.

segunda-feira, janeiro 30, 2006

flores de azul

flores de azul na paleta do artista
estranha tonalidade de encantamento
pincelada da Natureza

nevou em valle do rosal

Ontem nevou em Valle do Rosal, tal já não acontecia há mais de cinquenta anos. Poucos segundos passavam das 15 horas quando miríades de flocos de uma alvura ímpar começaram a cair sobre os verdejantes campos, sem que contudo desse para acumular em camada de brancura.

Ao cair no solo já eram gotícolas de água, gelada sem dúvida mas de transparência cristalina. Os flocos de neve já haviam perdido a sua consistência ganha na passagem por uma camada gélida da atmosfera.

Há cinquenta anos não acontecera o mesmo. Como em tempos relembrei a partir do meu “baú de memórias”:

“Passaram muitos anos, talvez 52.
Por esta altura do ano, com o Verão de S. Martinho à porta, aconteceu algo com a circulação atmosférica de uma raridade muito grande. Uma massa de ar trazida das zonas polares em conjugação com uma grande instabilidade atmosférica provocou a queda de um imenso nevão.
Não foi na Serra da Estrela. Foi na Amadora, às portas de Lisboa, onde não havia notícia da neve ter alguma vez caído.
Nunca ninguém vira nada assim. O Jardim Delfim Guimarães, único à época existente naquela localidade, estava coberto por um alvo manto. Recordo-me da camada de neve que se acumulou no largo muro, mais parecia uma muralha, que o circundava.
Foi uma brincadeira pegada. Bonecos de neve, neve arremessada às mãos cheias entre a miudagem da rua, os oficiais de barbeiro a virem para a rua confundindo as suas batas brancas com a brancura das terras.
Naquele dia não fui à escola. Andava, então, na primeira classe e a directora, a Dona Carolina Simões, dispensou-nos dos deveres.
Curiosamente, só me recordo de ter caído neve à volta de minha casa e no jardim fronteiro, logo ao atravessar da rua. Julgo que o “meu” mundo estaria à época reduzido a esse espaço.
A descoberta ainda não começara.”

domingo, janeiro 29, 2006

sinais das artes

no amplo mar azul um ponto vermelho
sinaliza local de pescaria
são as artes

o mistério e a fantasia

Mitos e lendas, ou simplesmente uma curiosidade, a que o Povo dá dimensão de universal sentir e a Ciência procura a explicação que nem sempre é conseguida


Novo Ano Chinês

Eram 14 horas e 14 minutos deste dia frio da invernia portuguesa quando chegou a segunda Lua Nova após o Solstício de Inverno. Com ela, passados cerca de cinquenta e cinco anos desde o último registo e mais meia hora chegavam também flocos de neve a Valle do Rosal. No rodar da “slot machine” universal, juntavam-se dois 14, na numerologia dois 5 e mais dois dos 55 anos passados.

A Numerologia Cabalística é uma das ciências esotéricas mais antigas de que há conhecimento. Se fosse sabedor sobre o assunto, diria que nesta conjugação de CINCOS, número de fogo e da realização, tinha início o Novo Ano Chinês, o Ano do Cão.



Vai ser um Cão de Fogo, o 5 de novo presente, no cumprimento dos subciclos que os chineses consideram em cada um dos ciclos de 12 anos. O próximo Ano do Cão será em 2018 de pois de passar pelos anos de Porco (2007), Gato (2008), Boi (2009), Tigre (2010), Coelho (2011), Dragão (2012), Serpente (2013), Cavalo (2014), Cabra (2015), Macaco (2016) e Galo (2017).

Os subciclos do Zodíaco Chinês é de cinco, conforme escrevemos antes, Metal, Água, Madeira, Fogo e Terra. Este será um Ano do Cão de Fogo, tal como aconteceu antes em 1946.

sábado, janeiro 28, 2006

grades e correntes

No sentimento do muito querer
Grades são uma barreira
Correntes a nossa prisão

o meu caderno de viagens

Pequenos apontamentos rabiscados num caderno de viagem e agora partilhados com os leitores. Os sítios, as gentes, os costumes e as curiosidades observados por quem gosta mais de viajar do que de fazer turismo


Agostinho, músico de heuriger

Grinzing é a mais famosa aldeia heuriger dos arredores de Viena de Áustria e do mesmo modo a mais genuína e respeitadora dos ritos tradicionais. Aqui se situavam e mantém as estalagens onde além de permitirem pernoitas para os viajantes e os animais que se deslocavam com destino a Viena, forneciam refeições frugais e muito vinho.

Heuriger tanto significa vinho da última colheita da região como os próprios locais onde esse vinho é vendido a copo. Até ao dia de São Martinho, 11 de Novembro de cada ano, o vinho do ano é heuriger. O vinho a copo é, em geral, servido acompanhado de um bom pedaço de carne ou de toucinho grelhado ao momento e à vista do cliente.

Para os mais farristas, uma visita a Grinzing a um dos tradicionais heuriger dos arredores de Viena, é uma ida a não perder. Que o diga o Agostinho...

Agostinho era um músico de Grinzing que além fazer música apanhava tremendas bebedeiras nos heuriger onde tocava. Conta-se que no tempo da peste negra, época em que as pessoas já não conseguiam enterrar os seus mortos, pondo-os às portas para serem recolhidos por uma carroça que os levava para uma vala comum, o Agostinho com uma bebedeira de “caixão à cova” caiu à saída de um heuriger e ali ficou até alta madrugada.


Um Agostinho dos tempos modernos, já não há peste negra mas o vinho continua a ser bom


Quando a carroça de levar os cadáveres passou, considerou-o mais um morto da peste negra e lá o levou para o destino final. O Agostinho ainda esbracejou e esperneou mas já os coveiros se haviam afastado às pressas não fosse caso de serem contagiados por tão terrível doença. O Agostinho lá ficou junto dos cadáveres até ter forças para sair pelos seus próprios meios.

Quando o sol da manhã lhe bateu nos olhos, passado o efeito do vinho bebido fartamente no heuriger, lá se conseguiu levantar afastando-se a toda a pressa.

Consta que nunca foi tocado pela peste negra. Daí que alguém mais esclarecido deduza que quem bebe, e bebe bem, vinho de Grinzing, não apanha doença nem mesmo que seja a peste negra.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

respira-se musicalidade

Respira-se música nas margens do Saltz
Nos parques e nos jardins
No ar ao entardecer

viva mozart

Conheci Viena de Áustria alguns anos antes de ter viajado pela Baviera, viagem que teve o seu início em Salzburgo. Viena impressionou-me pelo sentimento de uma musicalidade permanente que sentimos no ar que respiramos, nas águas que desenham magníficos repuxos nos parques e jardins. Uma sonoridade permanente que mais do que ouvida é sentida.


Jardins do Palácio de Mirabell, Salzburgo, terra natal de Wolfgang Amadeus Mozart


Contudo, a cidade faustosa que em 1762 festejou com pompa e circunstância Wolfgang Amadeus Mozart, esse prodígio das sonoridades e das palavras com apenas 6 anos de idade, renegou-o por despeito e por inveja quando anos mais tarde já adulto nela se instalou. Somente dez anos depois, com o êxito de A Flauta Mágica, o seu virtuosismo foi unanimemente reconhecido. Tardiamente, pois pouco depois dá-se o desenlace desta vida, quando contava apenas 35 anos.

Em Salzburgo nasceu e passou os primeiros anos da sua vida, vida descuidada e feliz influenciada pelo bucolismo do rio Saltz e das suas aprazíveis margens. Não suportava, no entanto, a mediocridade da sociedade instalada pelo que acompanhado pelo seu pai encetou uma longa viagem pelas terras dos músicos e dos poetas mais conceituados da Europa.


Palácio de Schobrunn, Viena, onde com apenas 6 anos de idade Mozart deslumbrou a Corte


Na sua infância as principais cidades da Europa Central da cultura adularam-no: Londres, Paris, Munique e Milão. Mais tarde em Manheim, perde-se de amores por uma cantora lírica que lhe criou sérios problemas afectivos somente compensados pelas grandes amizades que se lhe dedicaram.

Na sua infância e juventude é celebrado em toda a Europa Central, mas quando atinge a maturidade é ignorado, quiçá pela inveja e pelo despeito. Mozart é um contestatário da situação política, social e artística da Europa de então. Não lhe é perdoado tal afronta.

Somente depois de morto a sua virtuosidade é, efectivamente, reconhecida.

quinta-feira, janeiro 26, 2006

a espera

No regresso da companha vem alento
Para novos voos
Asas brancas

senhor dos vinhos interessantes

Tenho a felicidade de ter como amigo o “Senhor dos Vinhos Interessantes”, que junta aos seus saberes sobre vinhos de qualidade uma prodigiosa capacidade inventiva e uma imaginação sem limites. Resolveu, então, elaborar fichas de prova de diversos vinhos existentes no mercado que se caracterizam por uma fascinante originalidade.

E as grandes amizades são assim... aceitou partilhar esse seu trabalho com a Oficina das Ideias e, consequentemente, com a roda de amigas e amigos que nos honram com as suas visitas. Aqui estaremos todas as quintas-feiras com uma nova proposta de vinho.



Estes vinhos estão disponíveis na Garrafeira do Jumbo Almada Fórum. Aconselhe-se com o Senhor dos Vinhos Interessantes.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

regresso da faina

Mar agitado no regresso no adeus
Faina de peixe farta
Mar amante

espaço de poetar

Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento


Olhos Verdes Esmeraldas de Água Fina

Olhos verdes, esmeraldas de água fina
Que envolvem o sentir de doce querer
Na ondulação dos cílios que o mar ensina
E que as pálpebras tanto lutam por esconder.

Lábios sensuais e dados no beijar
A quem por muito amar deles se abeirou
Quais pétalas que só a Primavera ousa tocar
Cobertas de gotícolas que o Inverno lhes deixou.

E quando acaricio a loira cabeleira
Sentindo que se cumpriu então a sina
Penso ser esta a vez primeira
Em que o coração a mente me domina.

E se para sentir o doce arfar dos seios de menina
Junto a mim em forte abraço o corpo lhe enleio
Invade-me felicidade que jamais termina
No íntimo contacto das coxas, do ventre, do seio.

terça-feira, janeiro 24, 2006

uma flor para... a sylviah

Parabéns minha querida Amiga
Caminha veredas de Esperança
E de Felicidade

o "tempus" que passa

A minha querida amiga Lenore, do Verdades Cruéis, escreveu um comentário muito bonito a um post que publiquei em resposta a um desafio de uma outra doce amiga, a Jacky, do Amorizade. Julgo que não sou merecedor de alguns elogios que nesse comentário me são feitos. Uma observação que é feita considero eu muito pertinente, a importância da partilha.

“Será que tu tens consciência de quanto a tua vida é bonita? De quanto tu podes ensinar a uma pessoa? Da tua cultura e diversidade de aprendiz? A tua vida é bela e muito bem aproveitada, parabéns...”

No percurso da minha vida procurei fazer da aprendizagem o meu principal objectivo e assim permaneço. Mas uma aprendizagem que tenha como paradigma a continuada permuta de saberes e, muito em especial, de afectos.

É assim neste caminhar, longo caminhar de mais de sessenta anos, com os sentidos bem atentos para todos e tudo que me envolve, que sinto em mim próprio a riqueza de ter amigos, muitos amigos.

É gratificante, quando um neto me fala numa nova descoberta, num novo sentir, numa actividade diferente, ter o sentimento do “dejà vue”, o “também passei por isso”, o “também já sentir esse entusiasmo”. Mas o curioso, é que muitas experiências ainda estão para acontecer. Que muito tenho, então, para aprender e para partilhar.

E reparo agora... simplifiquei muito as respostas que deixei no “Tempus...”. Perdoa-me por isso minha querida Jacky.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

encontro...

Encontros na beira-mar
Ajuda necessária
Pescaria

tempus...

Fui buscar a ideia ao blogue Amorizade, da minha querida Amiga Jacky. Achei uma ideia muito interessante, mas tive que lhe introduzir algumas alterações fruto da minha condição de ancião. Assim dos 20 anos, aqui tão perto, saltei até aos 60 anos, logo ali ao virar da esquina...


Há 60 anos (1946)
Olhava para a rua através da vidraça da janela na expectativa de ver o meu pai chegar do trabalho
Quando me perguntavam: “_Em que pensas?”, eu respondia: “Ah pa!” [no pai]
Ficava surpreendido com o movimento em minha casa para ouvirem a telefonia [os meus pais ouviam clandestinamente a Rádio Moscovo]

Há 50 anos (1956)
Viajava de combóio, puxado por uma máquina a carvão, para a Escola Preparatória Pedro de Santarém, na Cruz da Pedra
2. Andava na “pendura” do carro eléctrico quando fazia a meia-lua defronte do Jardim Zoológico
Na disciplina de “Trabalhos Oficinais” construía um “stick” de madeira (aileu) para jogar hóquei “sem patins”

Há 40 anos (1966)
Participava no ciclo “A Luta contra a Fome” proibido pela polícia política da época
Comecei a ler as obras de Jorge Amado, especialmente, a trilogia “Subterrâneos da Liberdade”
Conversei sobre a “Reforma Agrária” (1966) com o Professor Castro Caldas, do Centro de Estudos Agrícolas da Fundação Gulbenkian

Há 30 anos (1976)
Ainda vivia com intensidade os tempos de Revolução, já com alguma desilusão
Em fevereiro, dias quente, já fazia nudismo na Praia da Bela Vista
Desenvolvia com empenho as minhas duas paixões: as radiocomunicações e a Informática

Há 15 anos (1981/1982)
Fazia rádio: Programa “Contacto” na RDP Internacional e “A CB nas Ondas da Baía” , na Rádio Baía (Seixal)
Fazia a minha 18ª Dádiva Benévola de Sangue
Comecei a interessar-me pelo tema “Gestão da Qualidade”

Há 10 anos (1995/1996)
Acompanhei com grande envolvimento a “explosão” da micro-informática em Portugal
Trabalhava empenhadamente na elaboração da Norma Europeia para as Telecomunicações
Visitei Budapeste e o Largo Balaton (Hungria) como viajante não como turista

Há 5 anos (1999/2001)
Coordenava um projecto informático “paper zero”, talvez o mais aliciante de toda a minha vida profissional
Acabava de desenvolver um interessante projecto informático “Y2K” com reconhecimento nacional e ibérico
Preparava-me para a minha vida de reformado

Há 2 anos (2004)
Festejava os 6 meses da presença da Oficina das Ideias na blogoesfera
Cantava as “Janeiras” recuperando a tradição da minha terra “Ainda agora aqui cheguei /
Já pus o pé na escada / Logo o meu coração disse / Aqui mora gente honrada”.
Tomei um café servido por uma pianista, coisas da imigração, foi a Vicktoria vinda da Moldávia

Há 1 ano (2005)
As voltas que a vida dá pregou-me um susto forte. Desafio superado com a ajuda de uma corrente intensa de amizade (de AMORIZADE)!
Fui conversar com o mar azul e profundo, queria saber dele próprio, o porquê dos trágicos acontecimentos na Ásia...
_Agora tão belo, tranquilo, azul de verde esperança, como foi possível participares em tão tremenda devastação em terras do tão longe?
_Eu sou energia, sou fonte de bem estar, existo para servir o ser humano, para lhe dar vida, mas repara à tua volta, aqui bem perto, nas doiradas areias da Caparica... repara quanto predador é o ser humano!


Ontem (22 de Janeiro de 2006)
Fui votar, como sempre o fiz desde o 25 de Abril, e com a mesma certeza de sempre no meu sentido de voto
Concluí que por deficiência própria por certo, não consigo entender o Povo português na sua generalidade
Treinei, como faço quase diariamente, a capacidade de fazer contas sem p uso da máquina de calcular

Hoje (23 de Janeiro de 2006)
Leitura de “As Intermitências da Morte”, de José Saramago e escrita para completar este modesto texto
Um café e um Claudino que outrora era conhecido nas pastelarias de Lisboa por “Caparica” cai sempre bem numa manhã pardacenta

Amanhã (24 de Janeiro de 2006)
É dia da aula de pintura, talvez a conclusão de um pastel seco, talvez o começar de um óleo
Dar os parabéns e oferecer uma flor do jardim de Valle do Rosal à minha querida amiga Sylviah que é aniversariante
Pensar colectivo sobre o caminho que este País irá prosseguir

Três coisas sem as quais não consigo viver
Amorizade
Fraternidade
Solidariedade

O que compraria com 1000 euros
Não sei o preço de nada, desejaria conhecer o valor de tudo

Cinco maus hábitos que tenho (ou bons, que sei eu)
Beber café sem açúcar, para aproveitar os pacotinhos para a colecção
Gostar de uma boa comezaina, dieta Mediterrânea claro, “fast food” não dá comezaina
Caminhar sempre com a máquina fotográfica ao ombro, por isso tenho um ombro descaído
Deitar tarde e cedo erguer, mesmo assim o tempo é curto
Uma imagem vale mais que mil palavras, especialmente um belo nu de mulher

Três coisas que me metem medo
A doença e o sofrimento dos entes queridos
A loucura dos senhores da guerra e do grande capital (são os mesmos)
O egoísmo e o umbiguismo das pessoas, que me acompanham neste Mundo

Três coisas que tenho vestidas
De cima para baixo – Casaco de malha, camisola, calças
De baixo para cima – Meias, tanga, t-shirt

Três coisas que quero mesmo muito neste instante
Sai um café com uma água com gás
O almoço já a seguir
Enviar este texto para a minha querida amiga Jacky, antes do o publicar na Oficina das Ideias

Dois lugares que gostava de visitar
A magnífica cidade de Praga com a minha companheira de 35 anos passados
São Salvador da Bahia com o meu orixá Jorge Amado

domingo, janeiro 22, 2006

do areal ao mar azul

Vai para o mar a companha
No areal olhos postos
Regresso

sentir o povo que vive

O fotógrafo e a escritora reencontram-se na calçada que percorrem tranquilamente. Ele escreve sentires com cada clique de sua câmera fotográfica. Ela, cria as mais belas imagens com um singelo movimento dos cílios


Manuel Maria regressa ao Brasil

A neblina matinal, tão densa como nunca fora vista na Veneza Brasileira, ocultava os transeuntes que se não deixavam ver a mais de um metro de distância. Os automóveis e outros veículos praticamente não circulavam e as pessoas saiam a medo das suas casas. Nunca antes o nevoeiro fora tão intenso nas margens do Rio Capibaribe.

Duas pessoas, eram não mais do que dois fantasmagóricos vultos, dirigiam-se em passos firmes na direcção da calçada. Traziam consigo uma missão bem definida. O Fotógrafo fora receber este seu companheiro de caminhada à zona portuária. O forasteiro parecia trajar farda de Guarda Marinha dos finais do século XVIII e talvez tenha desembarcado da nau Nossa Senhora da Vida.

O Fotógrafo no meio desse intenso nevoeiro tinha a preocupação de encontrar a Escritora. A força do muito querer fez com que tal de pronto se verificasse. Mesmo a meio da calçada o encontro teve lugar para contentamento de todos. O objectivo de tão longa viagem no espaço e no tempo por parte do forasteiro ia atingir os seus fins.

_Querida Escritora, quero apresentar-lhe pessoalmente o meu amigo Manuel Maria...
_Que surpresa... Não o poderia fazer aqui e agora...
_Parti em 1 de Abril de 1786 de Lisboa com destino a Goa... mas aqui no Brasil fizemos escala...


Manuel Maria por ternos amores se encantou no Brasil. Deixou por lá fama de fura-vidas espertalhão. Contudo Manuel Maria foi muito mais do que isso. Foi poeta “transgressor, que se atrevia a tocar em temas tabu”. Esgrimia palavras nos sonetos como nenhum outro poeta, mas lidava bem com todos os géneros de poesia. É igualmente um importante tradutor do francês e do latim.

_Querida Escritora, o meu amigo Manuel Maria, du Bocage quer uma vez por todas limpar a má imagem que por estas terras deixou quando da sua passagem por cá nos finais do Século XVIII. Temos que considerar que tinha então pouco mais de vinte anos.

O nevoeiro que estranhamente se abatera sobre a parte ribeirinha da cidade do recife dissipava-se lentamente. O Fotógrafo sorriu levemente para a Escritora e seguiram seu caminhar calçada acima.

sábado, janeiro 21, 2006

vozes vindas do mar

A voz do mar, gutural e agreste
Passa para além das arribas
Melodia no meu sentir

a suavidade do erotismo

São eróticos os mais belos textos escritos pelo homem, pois o erotismo faz parte do sentir mais profundo do ser humano. Em prosa, em verso ou em imagem toda a suavidade do sentir e do querer


Vestido Azul

Vestido bonito azul cor do mar, curto e ondulante, atrevido e sensual. De verdade, a sensualidade está no corpo de mulher que envolve, rosto e corpo angelicais, mas que resplandecem de beleza. Corpo que é doirada areia que deseja ser ternamente beijado pelo rolar do mar profundo, ali tão perto.

A cálida brisa mediterrânea, o lento espraiar do mar salgado exacerbam os sentidos e aumentam o erotismo. Meus olhos deliciam-se com umas belas pernas de mulher, imagem fugaz mas inesquecível.

Num requebro atrevido das ancas e num puxar da saia bem para cima, vi a maravilhosa curvatura de suas nádegas. Um afastar e aproximar constante, em passos reservados aos mais conceituados modelos, num tapa e destapa provocador, seu belo corpo desperta a minha imaginação para paraísos que pensava não existirem.

Pequena praia recanto do paraíso, mar muito azul e doiradas areias onde aquele belo corpo de mulher coberto somente por um vestido azul executa passos de dança carregadas de sensualidade e erotismo. Desejo tocar-lhe, desejo aproximar-me, desejo falar-lhe mas estou completamente paralisado com tamanho encantamento.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

as "artes" da caparica

As "artes" são formas de pesca tradicional
No desafio diário com o mar
Caparicana

o fenómeno "google"

O “tempo que passa” é algo extraordinário, especialmente, quando se tem em conta a evolução das tecnologias emergentes. Muitos acontecimentos pela sua dimensão e pelo impacto que têm na nossa vida diária, parecem ter-se desenvolvido no curso de largas dezenas de anos. Quando fazemos uma análise mais cuidada e de maior pormenor verificamos que tudo se passou no lapso de tempo inferior a uma década.

Faz agora 40 anos a informática dava os primeiros passos em Portugal. Saíamos da geração da mecanografia e davam-se passos muito hesitantes no campo do tratamento electrónico de dados. Fita perfurada, cartões perfurados, arrumação sequencial dos dados de base foram dos primeiros instrumentos utilizados no armazenamento da informação. Equipamentos gigantescos para um desempenho muito reduzido mas que representava revolução tecnológica.

Nos finais dos anos 80 do século passada, são idos pouco mais de 20 anos, falava-se de micro-computadores, de sistemas pessoais (PS), de computadores pessoais (PC), dos primeiros passos de Bill Gates. Difícil de romper a barreira do conservadorismo, não tanto nos executantes, muito mais nos decisores. Muitos dos “notáveis” que hoje em dia defendem ser lideres da evolução tecnológica, em tempos idos, muitos entraves colocaram à evolução e desenvolvimento.

Passaram somente 7 anos desde que surgiu a génese de um conjunto de “ferramentas” tecnológicas que hoje são usadas como se algo seja que já faz parte da cultura das gentes desde tempos imemoriais. Estou a falar das ferramentas “Google”. Donde a mais conhecida é o célebre “motor de busca”.

Algumas dessas ferramenta Google são usadas frequentemente na Oficina das Ideias:

Google (motor de busca)
Blogger (anfitrião de blogues)
Picasa (foto digital
Google earth (mapa global)
Google talk (conversas online)

quinta-feira, janeiro 19, 2006

mar da praia do sol

Mar chão em tempo de invernia
Promessas lidas e sentidas
De uma boa pescaria

"claudinha"

Nas minhas divagações fotográficas, com um permanente chamamento desse mar imenso, desci até à Fonte da Telha, praia de pescadores e também de banhos pertencente à orla doirada da Costa de Caparica, lá bem para Sul, já no rumo da Lagoa de Albufeira com o mítico Cabo Espichel ao fundo, na linha do horizonte.

A meio da manhã começaram a chegar as frágeis embarcações da arte xávega que horas antes haviam saído a lançar as redes. A pescaria foi boa traziam as embarcações carregadas de sargos à mistura com um ou outro robalo. Tudo peixe muito vivo. “vivinho da Costa”. Deambulando pela praia deparei com esta embarcação...



Não resisti a oferecê-la à minha querida amiga Claudia Perotti, do Meias Intimidades, que com afecto a publicou no seu blog acompanhada deste belíssimo poema que ouso aqui publicar para convosco o poder partilhar...

“Os sonhos
singram
mar adentro
e enquanto
percorrem
os espaços
vadios,
com as velas
içadas
e brancas,
meus olhos,
presos
no horizonte,
esperam e
anseiam
por teus sinais.”


Um beijo minha querida Amiga Claudia P.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

voo da gaivota

Gaivota voa baixinho
Tranquila à borda d'água
Calmaria

minha terra é meu sentir

Caparica mais do que uma terra é um Povo. Gente que construiu vida entre o mar e a floresta em diversificado labor. Da sua vivência aqui se regista testemunho


Costa de Caparica – Festas da Cidade

Vão decorrer, de 21 de Janeiro a 19 de Fevereiro, as Festas Anuais da Cidade de Costa de Caparica, uma tradição de há muitos anos que anima as gentes do mar e das hortas, as pessoas que escolheram a Costa para viverem, muito embora trabalhem em Almada ou em Lisboa e, igualmente, os forasteiros. Esta é a primeira festividade depois que Costa de Caparica foi elevada a Cidade.

As pessoas que deram origem à povoação da Costa de Caparica, pescadores vindos do norte de Portugal, da região de Ílhavo, ou do sul, do Algarve e também do sudoeste alentejano, cedo ficaram encantados pelas condições climatéricas e de pesca fixando-se nesta zona para onde depois chamaram as famílias.

A Costa de Caparica foi fadada para ser terra de acolhimento de imigrantes. Depois das migrações internas dos pescadores de Ílhavo e do Sudoeste Alentejano, no princípio do século passado, foram os cabo-verdianos e guineenses, nos anos setenta do mesmo século. Mais recentemente muitos emigrantes vindos das estepes dos países eslavos e nos últimos anos homens e mulheres do Brasil.

A Costa de Caparica recebeu a maior comunidade brasileira que escolheu Portugal para viver.

É neste ambiente multirracial que irá decorrer o 2º Concurso das Caldeiradas, sentindo eu a mágoa pessoal de que a maioria desta gente, chegados dos quatro cantos do Mundo, por dificuldades financeiras, não a irá degustar.

Os autóctones da Costa de Caparica foram sempre gente de poucos remedeios. Confeccionavam a sua alimentação com o que do mar recolhiam e com o que nas hortas cultivavam. De ingredientes modestos mas com uma confecção apurada assim se foi construindo a gastronomia caparicana.

São diversas as receitas de caldeirada que tem sido possível recolher junto dos pescadores, mas contém, invariavelmente pescado como a xaputa, as lulas, o carapau, as amêijoas e a tramelga, esta última por ser aveludada e paladar celestial conhecida entre os pescadores da Costa por “galinha do mar”.

terça-feira, janeiro 17, 2006

trilhos no areal

Trilhos de tractores ontem braços humanos
Homens e mulhers juntos
Na labuta

minha terra é meu sentir

Caparica mais do que uma terra é um Povo. Gente que construiu vida entre o mar e a floresta em diversificado labor. Da sua vivência aqui se regista testemunho


As rolas turcas

São minhas companheiras todas as madrugadas, quando na caminhada diária de passeio da minha cadelinha percorro pouco mais de um quilómetro pelas ruas e veredas de Valle do Rosal. Estou a falar das rolas, rolas turcas como lhes chamam por cá, por ser a partir da Turquia que iniciaram há anos a migração para terras de Portugal, particularmente para esta zona da Caparica, desde a orla marítima até aos arvoredos da Mata dos Medos.

Embora nos primeiros tempos seguissem os caminhos normais das migrações de aves, com a vinda para cá e o regresso aos lugares de origem meses mais tarde, estou em crer que tal como acontece com o ser humano quando se sente bem numa terra de acolhimento, também as rolas, as rolas turcas, acabaram por se fixar definitivamente.

Relativamente às rolas autóctones, são de maior dimensão e distinguem-se, especialmente, pelo arrolhar muito característico, muito mais forte e musical, com fortes requebros que dão musicalidade ao ambiente quando iniciam o seu voo.

São aves bastante afoitas no relacionamento com o ser humano, voando normalmente em casais, em voo alegre embora sublinhado com um cantar algo nostálgico, a recordar quão longe estão da sua terra de origem.

A cada ano que passa, procriando num ambiente natural que lhes é propício, as rolas turcas aumentam a dimensão da sua colónia, poisando nos fios de transporte de electricidade e no alto dos pinheiros bravos dando um novo encantamento aos locais que elegeram para viver.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

só com tanta doirada areia

Já somente sobra a casca
Odor da maresia

leituras e audições

Procuraremos neste espaço dar nota semanalmente de um livro e de um CD que de alguma forma nos tenha sensibilizado. Poderá não ser uma novidade editorial, mas será com certeza ao nosso gosto


Livro
O Amor Infinito de Pedro e Inês
Autor: Luis Rosa
Editora: Presença, 3ª Edição, Dezembro de 2005

Para os apreciadores de romances históricos e, especialmente, com a temática inesiana, este é um livro de leitura incontornável. O autor é senhor de uma narrativa muito inspirada, que nos transmite todos os afectos que esta estória/lenda contém em si própria. Com grande rigor histórico, fruto, por certo, de empenhada investigação, o autor coloca-nos no ambiente da época e no centro da própria intriga. O “Amor Infinito de Pedro e Inês” é de leitura fácil mas de elevado conteúdo. A não perder.


CD
Ancora
Autores: Il divo
Editora: Octagon Music e Sony/BMG

Quatro vozes masculinas: Carlos, David, Sebastian e Urs, com uma sonoridade muito especial interpretam diversos temas do nosso imaginário musical. Heroe, Isabel, I Believe You, esta com a participação de Celine Dion, e muitos outros temas fazem parte deste CD que igualmente tem versão em DVD.


domingo, janeiro 15, 2006

pérolas dunares

Colar de pérolas dunares
Ilumina o colo de mulher
Maravilha

sentir o povo que vive

O fotógrafo e a escritora reencontram-se na calçada que percorrem tranquilamente. Ele escreve sentires com cada clique de sua câmera fotográfica. Ela, cria as mais belas imagens com um singelo movimento dos cílios


Nas margens do Capibaribe

Ao virar a esquina da rua que da calçada desce até às margens do Rio Capibaribe, e ao chegar junto a este, a Escritora e o Fotógrafo foram surpreendidos pela visão do ri de encantar que banha a cidade do Recife no seu destino próximo que é o Oceano Atlântico. Termina aqui a sua longa viagem de cerca de 240 quilómetros desde a nascente no alto da Serra do Jacarará.

A uma altitude de cerca de 1.100 metros acima do nível do mar, no alto da Serra do Jacarará, município de Poção, nasce o maior rio totalmente pernambucano, que embeleza e dá encantamento às suas margens no seu percurso rumo ao Oceano.

_Durante muitos anos o Recife tem virado as costas a este maravilhoso curso de água, desejo muito que esta situação se modifique...
_O mesmo aconteceu em Lisboa, julgo que desde a época dos Descobrimentos...
_E agora como está?
_Bom... houve realmente um presidente de Câmara que se bateu por inverter esta situação, aproveitando as obras da Expo98.
_É isso que desejo para o Recife... a despoluição do Rio Capibaribe... deixar que o Povo veja e usufrua o Rio na sua plenitude...
do Rio deixaram-se

O crescimento urbano desordenado das últimas décadas foi o responsável pela deterioração dos recursos ambientais que circundavam o rio, comprometendo a qualidade de vida das populações ribeirinhas. As mesmas águas que sugeriram o título de Veneza Brasileira ao Recife, hoje, assemelham-se a qualquer canal de esgoto existente nas metrópoles do País.

O Rio Capibaribe está com suas margens destruídas. As raízes dos manguezais, que incrivelmente ainda sobrevivem, funcionam como uma verdadeira peneira, separando o lixo sólido do esgoto que flui. Da fauna local, os únicos crustáceos que conseguiram adaptar-se à degradação do meio foram o chié e o aratu.

_Tenho a certeza que esta situação se irá modificar...
_Vai com certeza, querida Escritora. No Brasil, como em nenhuma época, se está a dar valor às pessoas e aos afectos!

sábado, janeiro 14, 2006

lua primeira

Lua primeira diurna nascente
Luminosidade única
Hoje presente

ano internacional dos desertos e contra a desertificação

O Ano de 2006 foi considerado pela Organização das Nações Unidas (ONU) o Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação, com o objectivo de sensibilizar as pessoas em geral para o perigo do avanço dos desertos, as formas de salvaguardar a diversidade biológica das terras áridas que cobrem um terço do planeta e a protecção dos conhecimentos e das tradições dos 2 mil milhões de seres humanos afectados.

Estima-se que a desertificação e a seca causem perdas anuais de produção agrícola no valor de 42 mil milhões de dólares. Além disso, contribuem para a insegurança alimentar, a fome e a pobreza e podem gerar tensões sociais, económicas e políticas que, por sua vez, podem causar conflitos, mais pobreza e degradação dos solos, tal como é afirmado por pelo secretariado da Convenção da ONU para combater a desertificação.

É importante reconhecer que, para além dos custos humanos e ambientais da degradação que contribui para o problema, é nas terras áridas que se encontram alguns dos mais extraordinários ecossistemas do mundo: os desertos.

A perda de terras com vegetação e áreas cultiváveis ocorre em velocidade duas vezes maior do que a verificada na década de 70, causando problemas que vão desde a migração de famílias das zonas rurais para cidades superpopulosas até a piora das condições atmosféricas em decorrência da perda de matas, passando pela fome, pobreza e violência. Uma área do tamanho de Portugal (cerca de 92 mil km²) foi transformada em deserto na China desde os anos 50, e pelo menos 31% do território da Espanha está em processo de desertificação.

Além de Bona também Brasília está na rota dos debates sobre tão importante tema. As áreas sob maior risco, segundo as Nações Unidas, são as próximas aos desertos já existentes – muitas regiões da África Sub-Saariana e o entorno do deserto chinês de Gobi, por exemplo. Com o aumento da população, a pressão sobre os recursos naturais cresce e o ambiente fica mais susceptível à expansão do deserto.


Mensagem do Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan

“Este ano, o Dia Mundial de Combate à Desertificação assinala também o décimo aniversário da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, que tem um papel fundamental nos esforços mundiais em prol da erradicação da pobreza, da consecução do desenvolvimento sustentável e da realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

A Convenção é o único instrumento internacionalmente reconhecido e juridicamente vinculativo que trata do problema da degradação dos solos nas zonas rurais áridas. Com os seus 191 Estados Partes, é verdadeiramente universal.. E, graças ao seu mecanismo de financiamento, o Fundo para o Desenvolvimento Mundial, pode canalizar os recursos que tão necessários são para projectos que visam combater o problema, em especial em África.

A desertificação gera riscos evidentes e graves. Reduz a fertilidade dos solos, podendo provocar perdas de produtividade da ordem dos 50%, em algumas regiões. Contribui para a insegurança alimentar, a fome a pobreza e pode dar origem a tensões sociais, económicas e políticas que, por sua vez, agravem a pobreza e a degradação dos solos. Segundo as estimativas actuais, os meios de subsistência de mais de mil milhões de pessoas podem estar comprometidos, devido à desertificação, e, por conseguinte, 135 milhões de pessoas podem estar em perigo de serem obrigadas a abandonar as suas terras. Os pobres das zonas rurais são particularmente vulneráveis, sobretudo nos países em desenvolvimento. Consciente de que é urgente atacar as vastas ramificações deste problema, a Assembleia Geral declarou 2006 Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação.

Neste décimo aniversário da Convenção, felicito todas as partes interessadas pelas suas realizações na última década e incentivo-as a confirmar e reforçar o seu compromisso. Espero poder trabalhar com os Governos, a sociedade civil, o sector privado, as organizações internacionais e outros, tendo em vista a chamar a atenção para esta questão crucial e velar por que cada dia se faça algo para inverter a tendência para a desertificação e para conseguir que o planeta siga uma via de desenvolvimento mais segura e sustentável."


(Dados recolhidos no Centro de Notícias da ONU)

sexta-feira, janeiro 13, 2006

rumo ao infinito

Para lá da tempestade
Caminhar afectos
Rumo ao infinito

simplesmente azul

Quando depois de atravessar a mata, colorida com diversificadas tonalidades de verde, dos pinheiros mansos e bravos, das aroeiras, dos medronheiros e das acácias, cheguei à ampla clareira cá bem no alto da falésia fui completamente inundado pelo azul que me deixou extasiado no sentir de tamanha exuberância.

Na linha do horizonte, numa combinação só possível com a artística sensibilidade da Natureza, justapõem-se perfeitamente o azul do mar de laivos esverdeados com o azul em tons doirados do pôr-do-sol já próximo que nos leva para o dia que se segue na sequência do tempo que passa.

O artista foi pródigo na utilização da paleta das tonalidades de azul para pintar tão maravilhoso quadro. O céu recebe aqui uma pincelada de azul muito claro de uma limpidez total e, mais além, tonalidades de chumbo em resultado da nebulosidade que para o quadrante Sul se vai acumulando. Entre os dois uma miríade de cambiantes, inesgotáveis como a imaginação.

O mar não é menos beneficiado pelas cores da Natureza. Desde o azul profundo até ao esverdeado, nos diversos graus de transparência está lá todo o saber e toda a técnica desse pintor único que nos transporta ao sonho, ao infinito através de um olhar para o céu e de outro para o mar.

A tentação de descer, de tocar esse azul profundo é irresistível.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

uma flor para... a sonyah

Parabéns querida amiga
na luminosidade azul
de teu olhar

a minha opinião

O pessoal da Oficina está atento à actualidade política e social de Portugal e do Mundo. Aqui partilham o seu pensar através da minha análise modesta mas interessada


O Brasil a caminho das Eleições Presidenciais

A revista Visão do passado dia 12 de Janeiro publicou uma entrevista com João Pedro Stédile, um dos principais dirigentes e pertencente ao núcleo fundador do Movimento dos Sem-Terra (MST) que ganhou notoriedade pública e internacional devido às marchas e invasões de terra que promove no Brasil. Dessa entrevista, cuja leitura na íntegra recomendamos que seja feita na referida revista, salientamos duas importantes ideias de fundo.

A primeira, refere-se ao facto de que “a corrupção no Brasil não é de esquerda, mas de direita!”. Aliás, concordamos com a opinião de João Pedro de que a corrupção é e direita, é conservadora, é para manter privilégios. Não está em causa a sigla da força política a que pertence o corrupto, nem tão pouco o próprio corrupto. Se há corrupção no Brasil ela é conservadora, contra o desejo do Povo brasileiro de caminhar para uma sociedade justa e igualitária.

A segunda, “se ele (Lula) for o melhor candidato e apresentar um programa antineoliberal sim (sim, apoiará a recandidatura de Lula da Silva). João Pedro considera que “a luta política não se resume às promessas de presidente”. “O Povo deve acreditar apenas na sua capacidade de organização, para ter força e exigir mudanças que melhorem as suas condições de vida”.

Alguns dias atrás o jornalista Pedro Bial entrevistou o Presidente Lula acerca do momento político actual no Brasil e acerca das eleições presidenciais que se irão realizar em 1 de Outubro deste ano.

Nesta entrevista o Presidente Lula assumiu a existência de erros de governação mas, referiu do mesmo modo que sempre que os erros foram detectados foram corrigidos e quem errou devidamente punido. É algo que nunca antes tinha acontecido no Brasil. A crise que teve lugar no Brasil foi útil e importante para o crescimento da democracia no Brasil.

Lula da Silva garante que, contra tudo e contra todos os que pretendem manter o conservadorismo brasileiro, a economia brasileira vai crescer em 2006, que a distribuição da renda vai melhora e que o Brasil vai ser muito melhor do que nos anos anteriores. O Brasil está a conquistar a hipótese de ter um ciclo de desenvolvimento duradouro, de 10 a 15 anos, que retire o Brasil da sua situação crónica de país emergente para o colocar no rol dos países desenvolvidos.

Esta crise serviu, fundamentalmente, nas palavras de Lula da Silva para “alertar a gente de que é preciso tomar mais cuidado”, “é preciso fiscalizar mais”, “é preciso fortalecer as instituições”, “é preciso exercer mais democracia” e “que a sociedade possa ter mais controle das acções do Poder Executivo, do Poder Legislativo”.

Da revista “O Brasileirinho”, com distribuição gratuita em Portugal transcrevo: “O governo brasileiro antecipou no final de 2005 o pagamento de 15,5 bilhões de dólares em dívida ao Fundo Monetário Internacional que venceriam até final de 2007. Segundo a assessoria de imprensa de Banco Central esse dinheiro será suficiente para pagar todas as dívidas do país com o Fundo. A proposta de antecipação do pagamento foi feita pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central e aprovada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

ondulação de esperança

Ondas de Esperança no Inverno
que caminha veredas
de Primavera

espaço de poetar

Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento


Demência

Cabelos esbranquiçados em desalinho
De noites mal dormidas
De vida mal vivida

Cruel foi a vivência que de tal forma lhe afectou o pensamento.

E o sentir?

Gestos largos poéticos... patéticos
Mitológicos até
Gestos bruscos com um não sei quê de simiescos

Atenciosos e deferente para os outros entes
Que lhe são superiores?

Ameaçador, tenebroso, horrível...

Desalento, submissão, indiferença
Brusquidão, ameaçadora brusquidão.

terça-feira, janeiro 10, 2006

bóias vermelhas

Agitação do mar azul belo profundo
no dizer dos pescadores
"macho"

a suavidade do erotismo

São eróticos os mais belos textos escritos pelo homem, pois o erotismo faz parte do sentir mais profundo do ser humano. Em prosa, em verso ou em imagem toda a suavidade do sentir e do querer


Jogar com erotismo

Numa roda de casais amigos, verdadeiramente amigos bem dispostos e desinibidos, é fácil surgir a ideia de jogar uma partida de “strip pocker” ou de qualquer outro jogo de cartas cujo objectivo seja pagar as jogadas perdidas com peças da própria roupa que têm vestida.

No fundamento quem perde o jogo paga... com uma peça de roupa. Os limites deverão ser estabelecidos antes de o jogo ter início para evitar situações incómodas para os participantes, sendo importante definir, acordar, cumplicemente estabelecer quando é que o jogo termina.

Para os mais recatados termina quando a roupa estiver reduzida ao mínimo dos mínimos, mas mesmo assim sem chegar à nudez total, que seja dissimulada por um bíblico tosão de oiro.

Para os mais atrevidos, mais desinibidos, termina quando um ou mais dos intervenientes fiquem completamente despojados das vestes com que iniciaram o jogo. A emoção sentida quando se perde a primeira peça de roupa atinge o seu auge quando a última se vai...

Para os muito muito desinibidos ainda se poderão jogar umas prendas extra: uma carícia aqui, um beijo ali...

Bom jogo!

segunda-feira, janeiro 09, 2006

rosas no inverno

Rosas no Inverno rosa branco rosa
saudades da Primavera
já está tão perto

trinta meses na blogoesfera

Tempo redondo no começar do ano de 2006, este que agora se comemora na Oficina das Ideias e que, no fundamental, se partilha com os nossos amigos, com os nossos leitores e com aqueles que reservam algum do seu tempo que passa para por cá deixarem um comentário a propósito.

Muitos comentários nos chegam por outras veredas da comunicação que não o espaço para isso reservado no corpo de texto publicado para a blogoesfera pela Oficina das Ideias. Muito deles com o sabor especial dos afectos e com o odor ímpar dos jasmineiros. Cumplicidades que se criam e se ampliam à dimensão da alma, espaço infinito por certo.

Aos trinta meses de presença na blogoesfera corresponde, igualmente, a transição de ano, sendo que 2006 vai ser um ano de muitas eleições por esse Mundo fora, Portugal incluído, decisões de políticas e de poderes com muito pouca esperança para a Humanidade que dela tanto necessita.

Passado 2005, tempo de cultura e de saber, chega 2006 tempo da procura do poder pelo poder. Que a cultura, que o humanismo, que a solidariedade não sejam esquecidos. Que Mozart e a sua musicalidade, eternamente se ouve no ar de Salzburgo sejam festejados. Que as cores da paleta de Rembrandt e a sua magnífica obra sejam festejadas.

A Oficina das Ideias recebeu até à data deste balanço cerca de 65.300 visitas, a uma média de 120 visitas por dia, mais cerca de 20% que no mês anterior, tendo sido já postados cerca de 1.880 textos e imagens, na grande maioria originais.

Cerca de 55 comentários deixados por 20 visitante diferentes continuam a demonstrar reduzida interactividade, pouca afluência de leitores, fruto de eventual saturação do estatuto editorial que pretendemos seguir. Mantemos a esperança que o futuro seja mais risonho em termos da interactividade por nós desejada.


QUADRO DE HONRA

Riquita, do Contra Capa
São, do EspectacológicaS
BB, do O Meu Anel
Sara [Amiga Teatro], do O Mundo à Janela
Cláudio, do Meia Livraria
LuaLil, do Traduzir-se...
ADias [Reporter], do EmDirectoEACores
Nélio
Yonara, do Templo de Hecate
Claudia Perotti, do Meias Intimidades
Pedro, do Sintra-Gare
Jacky, do Amorizade
Lila, do Des-Encantos
Lenore, do Verdades Cruéis
Fernando B., do Fraternidade
SaNunes, do Des-Encantos
Sónia, do ao_Sul
TheOldMan, do The Old Man
Caterina, do Passe Combinado
Cathy [Bailarina], do Bailar das Letras

A TODOS o muito obrigado do pessoal da Oficina das Ideias.

domingo, janeiro 08, 2006

minha terra é meu sentir

Caparica mais do que uma terra é um Povo. Gente que construiu vida entre o mar e a floresta em diversificado labor. Da sua vivência aqui se regista testemunho


As Janeiras da Charneca

As Janeiras são cantadas, de porta a porta, entre o primeiro dia do Ano e o Dia de Reis, que se comemora a 6 de Janeiro de cada ano. Em muitas localidades, contudo, estes cantares prolongam-se até finais do mês de Janeiro.

Numa quadra festiva marcada principalmente por eventos religiosos, Cantar as Janeiras dá um cunho pagão e de intervenção social onde o Povo tem a palavra. As Janeiras são cantadas, de porta a porta, especialmente para os ricos e os senhores do poder a quem são dirigidos, em tom festivo, críticas e pedidos que procuram encontrar bom eco e respostas adequadas.

Supõe-se que as Janeiras estejam relacionadas com os cultos pagãos, desenrolando-se no mês do deus romano Jano, de Janua que significa porta, entrada. Esta figura da mitologia romana, representada com duas caras, encontra-se fortemente ligada à ideia de entrada mas, muito em especial, à noção de transição, de conhecimento do passado e do futuro.



A origem da tradição de cantar as Janeiras não se pode, contudo, dissociar da penúria em que as pessoas, de um modo geral, viviam, encontrando nesta e noutras manifestações semelhantes um meio de obterem alguma dádiva, principalmente, vinho e alimentos, dos senhores abastados, sem que, com isso, se sentissem humilhadas.

Para isso, cantavam as Janeiras, num misto de religiosidade, atendendo à época em que são cantadas, e de ironia e mordacidade sempre com um apelo à dádiva de comes e bebes.

No decorrer das cantorias são evocados, normalmente, o dono e a dona da casa e alguma outra figura que tenha preponderância familiar.

A tradição de cantar as Janeiras na Charneca de Caparica perde-se nos fumos dos tempos e da memória, mas estabelece sempre uma estreita ligação entre o mar, ali tão perto, e a actividade das pessoas, mais ligada aos campos, actividade rural, pois o mar era difícil de domar, era mar macho, na grande maioria dos meses do ano, facto agravado pela fragilidade das embarcações de então.



Durante muitos anos caiu esta tradição no esquecimento dos charnequenses, tal como aconteceu com outros “usos e costumes”. Em boa hora, faz agora 13 anos, António Bizarro, musicólogo há muito radicado na Charneca de Caparica, recolheu da tradição e adaptou à realidade contemporânea este singelo cantar que ainda hoje se fez ouvir em diversos locais desta povoação.

Ainda agora aqui cheguei
Já pus o pé na escada
Logo o meu coração disse
Aqui mora gente honrada.

Boas Festas, Boas Festas
Boas Festas de alegria
Que as manda o Rei do Céu
Filho da Virgem Maria.

Viva lá senhor ...
Sua cara é de sol
Coberta de diamantes
Com safiras ao redol.

Levante-se lá senhora ...
Do seu banco de cortiça
Venha-nos dar as Janeiras
Ou de carne ou de chouriça.

Viva lá senhor ...
Raminho de bem querer
Se a sua pipa tem vinho
Venha nos dar de beber.

Acabadas estão as festas
Embora venham os Reis
Vede lá por vossas casas
As Janeiras que nos deis.

Tradição à parte, hoje em dia, são visitadas igualmente entidades associativas e de apoio social, numa perspectiva de prestar homenagem ao seu trabalho e, igualmente, animar os mais velhos que se encontram em lares, nesta fase da vida com grandes dificuldades de se deslocarem. Assim, os Cantares vão até eles dar-lhes um pouco de animação.



As cantorias deste ano foram entoadas pelo grupo do “Cantar as Janeiras”, pertencente ao Clube Recreativo Amigos da Quinta da Saudade, a que este ano se juntaram as vozes únicas de Luisa Bastos e de Isabel e a sensibilidade do poeta e músico João Fernando. Aqui fica a letra de um cantar que foi dedicado no decorrer do “Cantar as Janeiras” à povoação de Charneca de Caparica:

Charneca, linda Charneca
Charneca de Caparica
Um jardim em cada casa
Mas que bem que te fica.
Charneca, linda Charneca
Charneca de Caparica
Tens p’ra todos um abraço
De amizade muito rica.

Quem passar p’ra outra margem
Seguindo a via do Monte
Tendo atenção à rodagem
Há-de encontrar uma ponte.
Se virar p’ro lado esquerdo
Não tem nada que enganar
O caminho é sempre em frente
E vai mesmo lá parar.

Charneca, linda Charneca
Charneca de Caparica
Um jardim em cada casa
Mas que bem que te fica.
Charneca, linda Charneca
Charneca de Caparica
Tens p’ra todos um abraço
De amizade muito rica.

Há quem chame a esta Vila
O lugar da felicidade
Porque o ar que cá se inspira
Tem sabor a liberdade.
Mesmo juntinho à praia
Continua a ser rural
Conserva em toda a raia
Um belo e extenso pinhal.

sábado, janeiro 07, 2006

radical

Libertar o corpo rumo ao infinito
sentir a leveza do ser
cor azul

sentir o povo que vive

O Fotógrafo e a Escritora reencontram-se na calçada que percorrem tranquilamente. Ele escreve sentires com cada clique de sua câmera fotográfica. Ela, cria as mais belas imagens com um singelo movimento dos cílios


Dia Sete

O Fotógrafo caminhava lentamente desfrutando na sua plenitude o ar límpida da manhã, envolto em odores dos jasmineiros floridos, sentindo no éter uma musicalidade “esquisita” que impregnava os sentires do alvorecer recifense. Uma mulher de virtude com quem se cruzara ocasionalmente lhe havia segredado que.

Talvez nesse segredar que nunca mais esqueceu estivesse o seu optimismo matinal, que lhe soava melodia sinfonia de novo ano o chilrear dos passarinhos multicoloridos que saltitando de árvore em árvore pareciam querer acompanhar os passos do Fotógrafo. Caminhar lento calçada acima mas bem determinado no encontro que se anunciava para breve. A determinação do tempo impõe-se sempre ao espaço da vivência.

Quando a calçada se faz praça, alarga e é mostruário do artístico trabalho dos calceteiros, o espaço é dos encontros, outras vezes de desencontros, de conversa solta, de folgar da criançada que sente no amplo espaço a protecção necessária para as correrias e os jogos de esconder e de apanhada.

Foi aí mesmo, que a manhã se tornou mais radiosa com o sorriso aberto, com o rir cristalino, da Escritora que lá do outro lado da praça já vislumbrava a chegada do Fotógrafo acompanhado por uma onda de cor e, igualmente, por um bando de estorninhos, os das boas-novas para as pessoas de muito querer.

_Que bom o ter encontrado... queria muito dar-lhe uma boa notícia!

A mulher de virtude não o enganara, “o 7 primeiro do Novo Ano seria dia de boas novas”. O Fotógrafo já adivinhara que elas chegariam pela boca da Escritora.

_Conte-me, minha querida Amiga... estava determinado que assim aconteceria...
_Sabe que dia 9 tomo posse de um novo cargo no meu trabalho?
_Verdade? Que bom....
_Fui nomeada para um cargo de gerência na “Sanear”, autarquia de saneamento, recentemente criada...
_Que óptima notícia... Te desejo, realmente, muitas felicidades.

O segredado pela mulher de virtude havia tido alguma razão de ser... A luminosidade do alvorecer havia sido o presságio mais chegado da notícia que o Fotógrafo acabara de receber.

_Temos que ir festejar o acontecimento...
_ Claro! Que melhor tchim tchim do que o feito com uma Skol bem gelada nesta manhã calorenta do Recife?

sexta-feira, janeiro 06, 2006

amor é...

Dois corpos numa só peça, um poema de amor e muito querer

dia dos reis da família

Não há somente uma família com este apelido, por ele ser de natureza religiosa e, portanto, ter várias origens. No Século XVII foram largamente usados os nomes dos Reis Magos que já se empregavam na centúria anterior e continuaram a usar-se profusamente na seguinte.

De qualquer dos nomes dos Reis Magos derivaram famílias com o apelido Reis.



Houve, ao que parece, umas armas de Reis que seriam: de azul, uma moleta de ouro de oito raios, contudo, particulares à descendência de João José dos Reis, nascido a 11 de Maio de 1820 foi Conselho de Sua Majestade, fidalgo cavaleiro da casa Real, primeiro Visconde e Conde de São Salvador de Matosinhos, visto que para ele foram criadas

Claro, que a rapaziada aqui da Oficina não tem origens nobres, antes da plebe nascidos e pela cor da tez por certo de origem nómada. Fixados em Portugal há quatro ou cinco gerações, ali pelas zonas de Campus de Lide, migraram depois para a zona das hortas nos arrabaldes de Lisboa, que em tempos idos se designava por Porcalhota, hoje cidade de Amadora e agora por aqui molham os pés percorrendo as doiradas areias da Caparica, com o mar azul aqui tão perto.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

uma flor para... a gracinha

Parabéns minha querida Amiga, que mantenhas sempre a poesia em teu olhar

tradição e cultura popular

A tradição resulta da memória colectiva de um Povo, autêntico património invisível que se transmite entre gerações e representa o mais elevado expoente da cultura popular. Aqui se deseja dar conta desse repositório


Do Natal aos Reis

Do Natal aos Reis marca um percurso de tradição de que fazem parte festividades religiosas e pagãs e cujas origens se perdem nas brumas do tempo que passa. Na verdade, muitas das tradições religiosas cristãs já as encontramos nos usos e costumes dos romanos, quando festejavam de forma única a chegada do Solstício de Inverno.

Primeiro, são as festas natalinas tão ligadas à família, a Missa do Galo, a Consoada, a magia do Menino Jesus, comercializada recentemente com o “cocacoleiro” Pai Natal, adaptação americana do São Nicolau, cultura e tradição feitos à pressa por quem tem dinheiro mas não tem verdadeiramente passado, ou o destruiu com o renegar da cultura índia.

Depois, a Passagem do Ano, feito festa de fartas comezainas e não menores beberagens, o Revevillon. Para muitos momento de meditação, de paragem para continuar com mais força. Para o comércio tradicional, o momento de balanço, o saber instantâneo dos teres e haveres.

De seguida, caminha-se para o Dia de Reis. Bolo-Rei, rabanadas e a romã de que se guarda para o ano a respectiva coroa acompanhada de meio-tostão, agora 10 cêntimos do Euro, na perspectiva de um ano feliz e afortunado, um Ano Novo cheio de prosperidade, muitos diziam noutros tempos “cheio de propriedades”.

A Festa de Reis ou a festividade do Dia de Reis tem origem no culto católico e destina-se a comemorar a chegada dos Reis Magos ao presépio. Na gruta em que nasceu o Menino Jesus festeja-se, dessa forma, a oferta das prendas de nascimento por parte dos Reis poderosos. Isto passa-se no tempo do Rei Herodes.

Os três Reis Magos chegaram do Oriente a Jerusalém guiados por uma estrela que os conduziu até o berço onde estava o Menino Jesus com sua mãe Maria e seu pai José, o carpinteiro. Os Reis Magos eram o Melchior, um respeitável ancião, Gaspar, um jovem branco, e Baltazar, um homem de raça negra e barba esbranquiçada. Com a sua chegada, os Reis Magos anunciaram ao povo de Jerusalém que havia nascido o rei dos judeus em Belém. Ainda que todo o povo tenha ficado alarmado, Herodes lhes deu permissão de viajar até Belém na busca do menino.

Os três Reis ficaram alegres ao vê-lo e ofereceram seus presentes: ouro, incenso e mirra. Depois disso, regressaram a sua terra por outro caminho, com medo da reacção de Herodes. Desde então, o dia 6 de Janeiro é celebrado em muitos países pela chegada dos Reis Magos. Neste dia, é considerada uma tradição dar presentes às crianças em alternativa ao Dia de Natal.

A chegada dos Reis Magos tem lugar na noite de 5 de Janeiro, em Espanha assinalada com a chamada “Cavalgada dos Reis Magos” que traz às “calles” multidões, especialmente, a criançada que festejam, assim, aqueles que durante a noite irão colocar as prendas nas suas chaminés, nos seus sapatinhos, nas suas meias.

Neste dia, em Portugal, come-se o Bolo Rei e, igualmente, algumas bagas de romã, com o significado de desejar felicidade.

Este é, igualmente o percurso do Presépio: o nascimento de Jesus, do Menino Jesus; a Boa Nova ao Mundo; e a chegada dos reis magos, Belchior, Gaspar e Baltazar com as oferendas simbólicas de ouro, incenso e mirra, representando a realeza, a divindade e a imortalidade do Menino Jesus, para muitos o Rei dos reis.

Entretanto, o Povo aproveita a época para dar aso à sua versatilidade, muitas vezes ao seu dizer irónico e à necessidade de dizer algumas verdades, e Canta as Janeiras e os Cânticos dos Reis, de tamanha riqueza e conteúdo social que bem merecem um estudo profundo por quem para isso tem saberes.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

no british bar

conta as horas ao invés
o mundo ao contrário?
talvez

prenda de ano novo

A minha querida amiga Jacky, do Amorizade, quis brindar a Oficina das Ideias com esta prenda de Ano Novo que muito agradecemos:



Como Amorizade com Amorizade se paga aqui fica uma singela lembrança para a querida Jacky

No caminhar da tranquilidade
No muito sentir e querer
Amorizade

terça-feira, janeiro 03, 2006

dom josé primeiro

a pata direita é a esquerda
que tamanho mistério este
futilidades

"cartões" de boas-festas

Chegaram aqui à Oficina muitas mensagens de Boas Festas que sensibilizados muito agradecemos. Tomámos a liberdade de trazer para a ribalta deste blogue algumas delas na lembrança de todas as recebidas. Bem hajam!


”Victor, passo aqui para te deixar um beijinho e desejar-te um bom ano!
E que entres com o pé direito, em 2006! Hehe”
Sara (AmigaTeatro), do O Mundo à Janela

“Hoje, ultimo dia de 2005, não comento textos, somente quero expressar a todas as minhas Amigas e a todos os meus Amigos, os meus desejos de um 2006, pleno de Paz e Amor. E que juntos trabalhemos para uma sociedade mais justa e mais Fraterna. Fraternos Abraços e Beijos”
Fernando, do Fraternidade

“As melhores saudações.
Óptimo 2006”
SaNunes, do Des-Encantos

“Vim deixar um abraço e desejos de um grande 2006.
Beijocas
RQT”
Riquita, do Contra Capa

“Um ano de 2006 muito feliz.
Tens um presente no Amorizade!”
Jacky, do Amorizade

“Um bom ano para ti Vicktor com muito carinho e cheio de coisas boas!”
Lenore, do Verdades Cruéis

“Querido Amigo,
Saúde! Com saúde a coisa vai e o "Feliz Isso e Tal" até faz sentido, já que amor todos temos para dar, certo?
Até aqueles pobres coitados que nem se apercebem que nós já nos apercebemos e só estamos à espera que com o barulho dos foguetes, eles fujam para bem longe e nos deixem a nós, pobres cidadãos votadores, viver em paz...
Um brinde à cumplicidade de sentimentos recíprocos, no meio de tantos sentires.
Beijinhos”
Espectacologica, do EspectacológicaS

“Um feliz 2006 para si também! Obrigada pela referência! Beijinhos!”
Sónia, do Ao_Sul

“Você é TUDOOOOOOOOOOO de bom!
Agradeço-lhe a lembrança e saiba que esteve presente em minhas vibrações de felicidade para 2006!
Beijossssssssssssss”
Claudia Perotti, do Meias Intimidades

“Um grande abraço e votos de um ALEGRE e feliz 2006, meu querido amigo.”
Pedro, do Sintra Gare

“Bom Ano, caro Vicktor.
Abraço”
Reporter, do EmDirectoEACores

“Beijoca Muito Grande!!!
Que seja um ano cheio de ideias...
BeijoBeijo”
BB, do O Meu Anel

“Um grande abraço, Victor. E feliz 2006, se possível.”
TheOldMan, do The Old Man

“Victor, Que imagem linda. Desejo a você e os seus as mais preciosas dádivas. Muita saúde e paz. Com carinho,”
Cathy, Bailar das Letras

“Victor e Teresa
É assim que junto a vocês queremos saudar o novo ano que se aproxima!... Beijos
Champanhe, lembranças e desejos
Sempre muita gente na sala.. grande animação. A casa decorada com flores brancas, uma mesa posta com comidas tão bonitas quanto deliciosas. Música, conversas animadas, lembranças revividas.”
Liliana, Diogo e Isabel, do Traduzir-se...

segunda-feira, janeiro 02, 2006

castanhas assadas, quentinhas

aquecem as mãos e a alma
fazem brilhar teus olhos
enamorados

em dezembro de 2005 a oficina das ideias publicou:

Textos
Dia 1 – Em Novembro de 2005 a Oficina das Ideias publicou
Dia 2 – Feira do Montado em Portel
Dia 3 – “Convoquem a Alma” Tarde de Verão [sentir o povo que vive]
Dia 4 – Mar Eterno [espaço de poetar]
Dia 5 – Por terras de Pero Guarda [tradição e cultura popular]
Dia 6 – Vinte e nove meses na Blogoesfera
Dia 7 – Rezas e benzeduras [tradição e cultura popular]
Dia 8 – Um café sem açúcar [coleccionar com doçura]
Dia 9 – A Dança [sentir o povo que vive]
Dia 10 – Novos apontadores de leitura (links)
Dia 11 – A Oração [sentir o povo que vive]
Dia 12 – E Portugal tão distante... [o meu caderno de viagens]
Dia 13 – A fonte das duas bicas
Dia 14 – Para Ti [espaço de poetar]
Dia 15 – Os palitos nossos amigos [tradição e cultura popular]
Dia 16 – A razão de ser de um blogue
Dia 17 – Almada com desempenho ambiental sustentado [a minha opinião]
Dia 18 – Caminhar na quadra natalina [sentir o povo que vive]
Dia 19 – Faiza do meu encantamento
Dia 20 – O Tesouro dos Sentires [espaço de poetar]
Dia 21 – Os duzentos anos da morte de Bocage
Dia 22 – Solstício de Inverno [o mistério e a fantasia]
Dia 23 – Dançar em Charneca de Caparica [a minha terra é meu sentir]
Dia 24 – O Salvador e o Tarzan [a minha terra é meu sentir]
Dia 25 – Uma hipótese da origem do Natal [o mistério e a fantasia]
Dia 26 – Ontem foi Dia de Natal [conto]
Dia 27 – O Arco-Íris visitou Valle de Rosal [o mistério e a fantasia]
Dia 28 – A importância dos afectos
Dia 29 – Na quadra natalícia – Mensagens de Natal
Dia 30 – Querida Montse
Dia 31 – No mítico British Bar

Imagens
Dia 1 – Castelo de Portel
Dia 3 – Uma flor de ternura
Dia 4 – Fantasia colorida
Dia 5 – Janela Azul
Dia 6 – A chegada da tempestade
Dia 8 – Igreja de Santa Margarida
Dia 9 – Janela Senhorial
Dia 10 – Chaminés de chupão e de fumeiro
Dia 11 – Tradição e modernidade
Dia 13 – Receptores de energia
Dia 14 – Entardecer à beira-mar
Dia 15 – Lua Natalina
Dia 16 – Gaivotas em retirada
Dia 17 – A Lua e a geometria
Dia 18 – Flor de Inverno
Dia 19 – Cristo-Rei de Almada
Dia 21 – Minguante diurno
Dia 22 – Catavento
Dia 23 - Natureza engalanada
Dia 24 – Festas Felizes
Dia 26 – Sonhos de Natal
Dia 27 – Arco-Íris em Valle do Rosal
Dia 29 – À beira rio
Dia 30 – O encantamento da geometria
Dia 31 – Final de Ano


Uma Flor para...
Dia 07 - ...a Dora, parabéns minha querida Amiga que nos continues a encantar
Dia 12 - ...a Teresinha, parabéns querida companheira da longa caminhada duma vida
Dia 20 - ...a Lile, mi querida amiga: que lo dia de hoy se repita con felicidad
Dia 25 - ...a Zinda, neste dia de encantamento, festivo e de parabéns
Dia 28 - ...a Alfonsina, muchas felicidades para mi querida amiga

domingo, janeiro 01, 2006

feliz ano novo

Para todos os meus entes queridos onde se incluem os meus amigos da blogoesfera: Catarina Margarida Traje Micas Rui São João Tata Machede Mad Masson Gonçalo Jacky Sónia Sue Victor Cathy Gotinha Finúrias Eduardo BlueShell Ismael Fernando Carlos Riquita SaNunes Lila António Zoomancer Encanescente Fernando FernandoE Wilson São MeninaMarota GNM FernandoB JoãoCF CarlosAA Jotakapa Jorge Joaquim Ana Maizum MarcaDor Cláudio CláudiaP Moonie Jerico Manuel Sara Predatado Caterina MFC Ftancisco Rogério Júlio Luís ZéEspinho Deméter PedroG Jorge Monalisa Yonara TheOldMan Lualil Patrícia Lenore Ivan Carlos

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