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sábado, janeiro 14, 2006

ano internacional dos desertos e contra a desertificação

O Ano de 2006 foi considerado pela Organização das Nações Unidas (ONU) o Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação, com o objectivo de sensibilizar as pessoas em geral para o perigo do avanço dos desertos, as formas de salvaguardar a diversidade biológica das terras áridas que cobrem um terço do planeta e a protecção dos conhecimentos e das tradições dos 2 mil milhões de seres humanos afectados.

Estima-se que a desertificação e a seca causem perdas anuais de produção agrícola no valor de 42 mil milhões de dólares. Além disso, contribuem para a insegurança alimentar, a fome e a pobreza e podem gerar tensões sociais, económicas e políticas que, por sua vez, podem causar conflitos, mais pobreza e degradação dos solos, tal como é afirmado por pelo secretariado da Convenção da ONU para combater a desertificação.

É importante reconhecer que, para além dos custos humanos e ambientais da degradação que contribui para o problema, é nas terras áridas que se encontram alguns dos mais extraordinários ecossistemas do mundo: os desertos.

A perda de terras com vegetação e áreas cultiváveis ocorre em velocidade duas vezes maior do que a verificada na década de 70, causando problemas que vão desde a migração de famílias das zonas rurais para cidades superpopulosas até a piora das condições atmosféricas em decorrência da perda de matas, passando pela fome, pobreza e violência. Uma área do tamanho de Portugal (cerca de 92 mil km²) foi transformada em deserto na China desde os anos 50, e pelo menos 31% do território da Espanha está em processo de desertificação.

Além de Bona também Brasília está na rota dos debates sobre tão importante tema. As áreas sob maior risco, segundo as Nações Unidas, são as próximas aos desertos já existentes – muitas regiões da África Sub-Saariana e o entorno do deserto chinês de Gobi, por exemplo. Com o aumento da população, a pressão sobre os recursos naturais cresce e o ambiente fica mais susceptível à expansão do deserto.


Mensagem do Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan

“Este ano, o Dia Mundial de Combate à Desertificação assinala também o décimo aniversário da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, que tem um papel fundamental nos esforços mundiais em prol da erradicação da pobreza, da consecução do desenvolvimento sustentável e da realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

A Convenção é o único instrumento internacionalmente reconhecido e juridicamente vinculativo que trata do problema da degradação dos solos nas zonas rurais áridas. Com os seus 191 Estados Partes, é verdadeiramente universal.. E, graças ao seu mecanismo de financiamento, o Fundo para o Desenvolvimento Mundial, pode canalizar os recursos que tão necessários são para projectos que visam combater o problema, em especial em África.

A desertificação gera riscos evidentes e graves. Reduz a fertilidade dos solos, podendo provocar perdas de produtividade da ordem dos 50%, em algumas regiões. Contribui para a insegurança alimentar, a fome a pobreza e pode dar origem a tensões sociais, económicas e políticas que, por sua vez, agravem a pobreza e a degradação dos solos. Segundo as estimativas actuais, os meios de subsistência de mais de mil milhões de pessoas podem estar comprometidos, devido à desertificação, e, por conseguinte, 135 milhões de pessoas podem estar em perigo de serem obrigadas a abandonar as suas terras. Os pobres das zonas rurais são particularmente vulneráveis, sobretudo nos países em desenvolvimento. Consciente de que é urgente atacar as vastas ramificações deste problema, a Assembleia Geral declarou 2006 Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação.

Neste décimo aniversário da Convenção, felicito todas as partes interessadas pelas suas realizações na última década e incentivo-as a confirmar e reforçar o seu compromisso. Espero poder trabalhar com os Governos, a sociedade civil, o sector privado, as organizações internacionais e outros, tendo em vista a chamar a atenção para esta questão crucial e velar por que cada dia se faça algo para inverter a tendência para a desertificação e para conseguir que o planeta siga uma via de desenvolvimento mais segura e sustentável."


(Dados recolhidos no Centro de Notícias da ONU)

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