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quarta-feira, abril 30, 2008

mulher lutadora

no dinamismo das formas
no simbolismo do espaço
a mulher lutadora, a mulher-mãe


Monumento à Mulher, Sobreda, Almada - Portugal

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as andorinhas

O esvoaçar rápido de centenas de andorinhas, em frenética dança, fê-lo parar no cruzamento daquelas duas ruas de tão pouco trânsito e reduzido número de passantes. Olhou à sua volta na procura da razão de tão curiosa situação e deparou-se com a existência de inúmeros ninhos alinhados no rebordo do telhado do velho edifício dos Correios.

As crias já tinham um nível de crescimento significativo, embora os progenitores continuasses em voos de vaivém para lhes levarem alimentos tal como fazem desde que nasceram. Mas agora as pequenas andorinhas já ensaiam os seu primeiros voos, deixando-se “cair” dos ninhos que depois as asas fazem o resto.

É essa mescla de voos com precisão das andorinhas adultas e de atrapalhados voos das mais novas que resulta esta visão de azáfama que não é mais do que cada um a dar os passos que a natureza lhes exige.

Medita então o nosso personagem sobre o equilíbrio natural das vivências, sobre a forma protectoras dos progenitores para com os filhotes, da liberdade de aprender, do crescimento equilibrado... Factores exógenos que a sociedade humana sedenta de poder criar para os seus próprios membros faz com que o mesmo não aconteça com os seres humanos.

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terça-feira, abril 29, 2008

aveludado sentir

ao toque és suave delicada
à vista um encantamento de cor
de rosa é o teu fino odor


Rosa dobrada dos jardins do Pinheirinho, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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rosa do meu jardim

Não tens que invejar as rosas
Que nascem no meu jardim
Tens pétalas belas, formosas
Em teus lábios de carmim

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segunda-feira, abril 28, 2008

mensageiros do sonho

elevam-se nas alturas
levando consigo a mensagem
dos lutadores e perseguidos


Lançamento de balões com mensagem em 25 de Abril de 2008, Almada - Portugal

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o vendedor de alfaias

Chega sempre ao nascer da aurora, quando os primeiros raios de sol aclaram o firmamento lá para os lados da Azoia, a horas em que o amplo arraial ainda se encontra sem viva alma.

Estaciona a velha carrinha, cansada de tanto andar para aqui e para ali, a chapa carcomida pela exposição continuada às intempéries, no local habitual, um ponto onde se cruzam as linha imaginárias que ligam a entrada do Santuário ao mar e a Capela da memória à torre de farol.

Recorda-se que sempre foi esse o local escolhido para instalar a sua venda domingueira, tal como o fazia seu pai e, se a memória não o atraiçoa, o próprio avô paterno.

A razão da escolha deste local não tem não a tem na sua memória. Sempre assim foi, é o hábito, a tradição, um costume enraizado que não ousa, sequer, questionar, quanto mais alterar.

Para a venda leva cópias de antigas alfaias agrícolas construídas em madeira, arados, malhos e pás de eirar, gadanhas, gradadoras... Algumas das peças são quase em tamanho real, muito embora a maior procura seja para aquelas que reduzidas à escala vão servir mais para decoração do que para utilidade. Mas, o que mais vende são as miniaturas colocadas em artefactos e que irão servir como porta-chaves.

Quando os visitantes começam a chegar ao Cabo, em grupos excursionistas ou em carros próprios que em pouco tempo saturam os estacionamentos, já os artigos estão expostos em enormes mantas de trapinho que se houver comprador interessado também elas mudam de mão.

Nessa altura a fazer-lhe companhia já estão as bancas de conchas do mar, na maioria vindas da Indonésia e do Suriname, as “roulottes” dos cachorros quentes e das farturas, e até o vendedor das queijadas de Sintra, que da Caçapa já não são.

Está montado o arraial, a festa está animada, a tradição de visitar o Cabo Espichel, onde o mar da costa portuguesa é mais perigoso, e o Santuário da Senhora do Cabo, ou da Pedra Mu, onde a lenda diz terem-se encontrado “o velho de Alcabideche e a velha da Caparica”, mantém-se, perdida para muitos a memória da razão de ser da peregrinação que para esses lados se realizava.

Também o vendedor de artesanato das alfaias agrícolas que todos os domingos se desloca ao cabo Espichel em negócio perdeu a memória da origem da ida dos seus antepassados com essa mesma venda. Como refere o Professor Victor Manuel Adrião, em “O Giro do Círio dos Saloios”, no final dos três dias do Círio ao Santuário de Nossa Senhora do Cabo “...sucedia-se a entrega das alfaias, lavrando-se acta do sucedido, assinada por todos os presentes”.

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domingo, abril 27, 2008

suave sensualidade

faces rosadas de carmim
pálpebras semicerradas de candura
sensualidade e suavidade


Flor dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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o último lance de vida

No jogo das damas era exímio e temido pelos adversários, implacável quando erravam e muito difícil de “cair”. Era mesmo um campeão no jogo de tabuleiro por que se apaixonara desde muito novo. Movimentava as peças com destreza e precisão fruto de uma prática continuada.

Conhecedor, pela prática de milhares de horas enfrentando-se a si próprio em tabuleiro quadriculado de preto e de branco, dos movimentos possíveis numa estratégia de “fazer dama”, executava-os na certeza de uma vitória rápida, ou em momentos difíceis com algum tempo de espera paciente.

Mas não só na técnica se distinguia dos restantes jogadores. Bom observador, conhecedor das reacções humanas em situações limite, não fora ele durante muitos anos motorista profissional de transportes públicos, “estudava” sempre a intencionalidade de cada jogada dos adversários.

Naquele dia levantara-se mais cedo do que o habitual, aprontara-se, e depois de uma espera por alguns companheiros que formariam o seu grupo, “ala que tarde se faz” com destino à capital de distrito onde importante torneio se iria realizar e onde participaria como era seu costume.

Chegou cedo, com tempo para um café e dois dedos de conversa antes de tomar o seu lugar, tabuleiro à sua frente e tempo de aguardar a chegada do adversário para tirar “às sortes” se lhe tocaria jogar com as brancas ou com as pretas nessa partida inicial.

Num primeiro momento passou despercebido aos presentes, o fechar de olhos, uma ligeira inclinação do tronco. Depois a queda...

Já não teve oportunidade de executar o primeiro movimento dessa inicial partida do torneio de damas.

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sábado, abril 26, 2008

luz da madrugada

a mais bela entre as belas do meu jardim
tens o odor do mar ao sol pôr
e a luz da madrugada ao anoitecer


Rosa "azul" lilás dos jardins do Pinheirinho, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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olhares perdidos

Olhar perdido para lá do infinito de um planalto florido, das cores e dos odores tão esquisitos, que o alquimista dos sentires e dos quereres utiliza magistralmente para construir o amor.

Passados terras e mares, onde o olhar já não alcança, mas onde o pensamento e a imaginação do artista navega o sonho de tonalidades sépia com pinceladas de um verde esperança, voltamos à terra onde as “outonalidades” significam música, música intimista e tranquila.

No palácio, antes casa senhorial, e nos seus primórdios pavilhão de caça, os sons ecoam nos salões, sons de uma musicalidade ímpar, saídos de mãos sensíveis, esguias, ágeis que dedilham suavemente as teclas de um maravilhoso piano de cauda.

O artista queda-se tranquilo agora embalado por suaves sonoridades. E sonha... o seu sonho recorrente. Leve como uma ave, voa voa voa, sem limite e sem cansaço. Passa montes e vales por espaços amplos muito belos. O Mundo um dia será todo assim: doce, tranquilo, solidário.

Lá bem no alto, onde o firmamento é mais azul, o artista ficou na dúvida. Será Outono ou Primavera? Tonalidades de castanho com pinceladas de verde esperança, frutos secos e jeropiga em perfeita harmonia com esvoaçantes beija-flor de flor em flor, doirado sol e jarros de suco de manga, abacaxi e doce de goiaba.

É nesse espaço imaginário que os olhares perdidos se encontram, que as almas se entrelaçam num profundo e esplendoroso abraço. A fascinação deste encontro é como um poema, é luz, é sedução. Apenas olhares e o som universal do piano.

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sexta-feira, abril 25, 2008

cravo de abril

cravo símbolo de revolução
mas também de alegria, de festa, de luta
legado para as gerações vindouras


Cravo sobre desenho das crianças das escolas básicas de Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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25 de abril, sempre!

Muitos haviam deixado de acreditar. Outros tantos baixaram os braços no desespero de uma luta sem quartel onde se consideravam vencidos. A maioria vivia submersa num terror permanente de expressar o seu sentir, pois no virar da esquina ou mesmo ali um “bufo” acusá-lo-ia até do que não havia dito, levando-o a uma prisão em resultado de um julgamento sumário onde nem sequer defesa lhe era garantida.

Falava-se em voz baixa, cochichava-se mesmo, entre família e amigos seguros se alguma crítica ou algo em desabono do estado constituído se pretendia fazer. Nem “Viva a Portugal” era permitido gritar. Três amigos a conversarem na via pública ficavam de imediato sujeitos a uma “vigilância” mais cuidada pelos “olhos e ouvidos” do Estado Novo.

Um casal beijar-se na via pública era uma grave ofensa à moral. Nas escolas, turmas mistas nem pensar. Para proteger as fosforeiras usar isqueiro pagava imposto. Os livros mais “revolucionários” eram apreendidos mal chegavam ás livrarias e alguns nem lá chegavam. E se em casa de um cidadão eram encontrados havia problemas pela certa.

A mulher era altamente discriminada. Para se casar com um elemento das forças armadas tinha que apresentar documentação de bom comportamento moral e cívico. Para se ausentar do país tinha que ter autorização do marido. Para um cidadão ser admitido numa empresa onde o estado tivesse influência tinha que apresentar uma declaração em como não era comunista....

A esperança de vida nos homens situava-se nos 65,3 e nas mulheres nos 72 anos; A mortalidade infantil tinha a taxa espantosa e dramática de 37,9 por mil; Os lares sem electricidade rondavam os 36% e sem água canalizada os 53%. Ainda assisti à inauguração de luz eléctrica numa povoação a pouco mais de 30 quilómetros de Lisboa.

Estas e milhares de situações semelhantes somente encontraram solução depois do glorioso 25 de Abril de 1974. Valeu a pena existir um punhado de homens que nunca baixaram os braços que nunca deixaram de acreditar.

Nós, os que vivemos intensa e duramente esse tempos de escuridão temos a obrigação humana e solidária de transmitir aos nossos filhos, aos nossos netos, às gerações vindouras esse legado de esperança e de luta, a importância que teve para todos nós, mas especialmente para o futuro todos esses acontecimentos inolvidáveis.

Ontem senti-me tranquilo ao ver como largas dezenas de crianças leram, falaram, escrevera e desenharam sobre o 25 de Abril de 1974, acompanhados pelas suas professoras e educadoras, pelos seus familiares.

Ontem senti-me feliz a ver o empenho com que a filha do Adriano (sim, do Adriano Correia de Oliveira) leva as suas filhas de tenra idade a conhecerem quem foi o avô e a importância que os seus poemas, as suas cantigas, a sua intervenção cívica e política teve em relação às profundas mudanças verificadas com o Portugal de Abril.

Ontem emocionei-me ao ouvir na viva voz de dois lutadores antifascistas, o Pombo e o Bação, as agruras porque passaram por lutarem pela nossa Liberdade. As perseguições, a prisão, a perca dos direitos cívicos, o desemprego, a incompreensão... Mas resistiram!!! E ainda ontem falaram num futuro melhor, com maior justiça social com os olhos brilhantes de esperança.

Viva o 25 de Abril! SEMPRE!

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quinta-feira, abril 24, 2008

raminho de rosas

a natureza assim o quis
mesclou no mesmo pé de roseira
rosa e amarelo com ternura


Roseira de amarelo e rosa dos jardins do Pinheirinho, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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quis

Quis escrever um poema,
Palavras
Com rima certa,
Tempo e compasso
De música,
Na nota que se liberta.

Quis pintar um quadro,
Tintas,
De cerda pincéis,
No espaço esbocei
Desenho,
No trote de meus corcéis.

Quis compor uma sinfonia,
Pauta
De linhas estreitas,
Clave de Sol,
Solfejo,
Com os sons que me deleitas.

Quis dizer-te o que sinto,
Teu olhar,
Desassossego dá,
Meus lábios sorriram
Flores,
Da cor do jacarandá.

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quarta-feira, abril 23, 2008

a rosa e o livro

ofereci-te uma rosa vermelha
ofereceste-me um livro
amizade para a vida


Rosa "Principe Negro" dos jardins de Valle do Rosal e livro da autoria de Faíza Hayat

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sant jordi dos namorados

Desço as Ramblas de Barcelona perdido no sonho imaginado de que poderei cruzar-me com a Faíza, a menina dos escritos do meu encantamento, com a Montse, corpo belo e cara angelical ou com a Marisa, uma mulher que me fez adorar as barcelonesas. Caminho sem pressas, a Diagonal que sempre cruzou a minha vida já ficou para trás e a estátua de Colón já ali de seguida com o Mediterrâneo à vista. Inalo o perfume único das buganvílias e das lindas mulheres com que me cruzo.

Imagino que me encontrarei com Gaudí tantas são as marcas que deixou na capital da Catalunya. Na verdade, cada marca é um sinal, um signo que ajudará a desvendar o mistério que envolve toda a sua obra. Sinto no meu corpo a marca de um dos seus “sete sóis” perpetuada numa tatuagem em lugar recôndito.

Hoje é um dia muito especial. Celebra-se Sant Jordi, o nosso São Jorge do castelo e dos dragões, que da Catalunha é o patrono e dos enamorados o protector. O dia em que os homens oferecem à sua mulher amada uma rosa. Tradição entre os namorados, o tempo tornou-a extensiva às filhas, às avós e às colegas. E, muito em especial, às amigas de verdade.As mulheres, contempladas com tão bela e ternurenta oferta, elas próprias maravilhosas rosas de um jardim imaginário, retribuem a flor recebida com a oferta de um livro. Sensibilidade e cultura de mãos dadas.

Hoje é o verdadeiro Dia dos Namorados, no seu mais sentido significado de “todos que se querem bem”, que se gostam, que se respeitam e que juntos caminham a vida, muitas vezes a milhares de quilómetros de distância.

Aqui deixo uma rosa para a Teresa, minha mulher, para a minha comadre Mikah, para as queridas Montse, Marisa e Faíza , meus sentires na Catalunha, para o outro lado do mar, a Lualil, a Claudia, a Cathy, a Lígia, a Gwen e a Yonara, para a Alfonsina e a Lile, lá para os lados do Caribe, para a Lila que adora o lilás e para TODAS as minhas amigas, para TODAS as mulheres do Mundo, especialmente para as que sofrem as agruras das “civilizações”.
E como diriam os catalãos "Feliç dia de Sant Jordi per a tots"!


Em 1995 a UNESCO por proposta da Generalitat de Catalunya instituiu o dia 23 de Abril como Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor.

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terça-feira, abril 22, 2008

uma flor para o... ricardo

orgulho de pai
pelo filho digno e sabedor
mil felicidades na tua vida


Rosa "Principe Negro" dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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o ar que respiramos

A “coisa” passou-se de forma tão sub-reptícia que nem eu próprio me apercebi do acontecido na altura, embora se um modo geral costume andar atento a movimentos fora do comum. Os próprios órgãos da comunicação social sempre tão atentos a movimentos suspeitos de gente suspeita nada registaram. Mas não há qualquer dúvida de que o funesto acontecimento teve lugar.

Um número ainda hoje por determinar de perigosos ladrões, com cadastro suficientemente sujo para intimidarem a segurança de qualquer país, evadiu-se de um estabelecimento prisional de alta segurança sem deixar rasto. Na calada da noite ou em plena luz do Sol, quem sabe?, puseram-se a monte acoitados por protecção do exterior.

Transformaram o seu visual recorrendo aos melhores cabeleireiros e institutos de beleza e modificaram a forma de falar, que de gutural e bruta passou a ser suave e melodiosa. Ganharam maneiras e passaram a ser citados nas revistas cor-de-rosa sempre ávidas de gente emergente no “soçaiti”. Aprenderam a linguagem do Povo e com este se misturaram nas praças e nos mercados.

Ganharam a confiança das crianças, das mães e dos pais, do Povo português e ganharam muito mais coisas. Mantiveram-se tranquilamente nos postos e posições onde foram sendo colocados e onde, eles próprios, se colocaram. Colocaram muitos amigos em posições importantes e o tempo foi passando, esbatendo as arestas mais vivas dos acontecimentos.

Um dia o Povo, absorto em tantos acontecimentos estranhos que aconteciam à sua volta, privatizações, desemprego, falências, pedofilia, apercebeu-se que haviam desaparecido dois ou três euros que tinha no fundo do bolso. Havia sido roubado. Os órgãos da comunicação social eram ufanos em diariamente anunciarem que a segurança das pessoas aumentava a olhos vistos, que o crime diminuía neste Pais já de si de brandos costumes.

Daí para a frente os euros do Povo desapareciam mal ele se distraía. Até mesmo quando julgava estar atento. Os ladrões andavam à solta de novo, bem vestidos e bem falantes, mas ladrões. Roubaram o emprego ao Povo. Roubaram a saúde ao Povo. Roubaram a escola ao Povo. Segurança quanto menos melhor para que os ladrões actuassem sem entraves. É fartar a vilanagem.

Senhores bem vestidos, de fatos de alpaca, a maioria de tons cinzento, aplaudiam. Aplaudiam freneticamente. Felicitavam-se uns aos outros por terem salvo o País. Os lucros chorudos das suas empresas eram prova disso. Bancos, seguradoras, mas também as empresas das águas privadas que um dia já haviam sido públicas...

O próximo negócio que já foi aprovado pelos senhores do poder, para o qual se prepara a regulamentação provoca algumas disputas entre os grandes grupos financeiros. Mas eles ir-se-ão entender para bem da Nação. O ar que respiramos vai entrar na concorrência liberal... Vamos pagar o ar que respiramos, na certeza de que terá muito melhor qualidade.

[O Povo tomou consciência da sua própria força. Voltou a aprisionar os perigosos ladrões que se haviam evadido da prisão de alta segurança]

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segunda-feira, abril 21, 2008

lilás e azul

frágeis e muito belas
procuram chegar ao azul do céu
para mostrar toda a sua lilás beleza


Flor de tons lilás das areias do Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

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o elefante

Quando eu era menino tinha um grande encantamento pelo circo que de tempos a tempos passava pela localidade em que vivia, muito em especial, pelos animais que levavam consigo, particularmente, os enormes elefantes. Ainda me recordo da alegria que sentia quando chegava o Circo Mariano.

O elefante fazia sensação pelo seu tamanho, pelo peso e força descomunal que demonstrava durante a sua actuação... Contudo, depois de actuar e enquanto não voltava à pista do circo o elefante ficava preso unicamente com uma corrente ligada a uma pequena estaca cravada no solo.

Estranhava que uma pequena estaca e uma frágil corrente mantivessem preso um animal capaz de derrubar uma frondosa árvore somente com a sua força. Qual a razão que essa força não era utilizada para arrancar a corrente e fugir?

Perguntei a muitas pessoas mas sempre me davam justificações pouco convincentes. Diziam-me muitas vezes que não fugia por estar amestrado. Mas se estava amestrado qual a razão para o prenderem? Nunca me deram uma resposta coerente e esta dúvida acabou por ficar submersa no baú das memórias.

Um dia a vida vivida deu-me a resposta a esta questão. “O elefante do circo não fugia pois havia estado preso a uma estaca semelhante desde muito jovem”. Cerrei os olhos e imaginei o pequeno elefante preso por uma corrente e um estaca. Por certo, nessa altura, o elefante esforçou-se, tentou soltar-se e não conseguiu. No dia seguinte nova tentativa sem êxito. E no dia seguinte. E no outro... A estaca era nessa época muito forte para ele.

Até que um dia, um terrível dia na sua vida, o animal aceitou a sua impotência e resignou-se ao destino.

O elefante agora enorme não foge porque pensa que NÃO PODE. Tem registada na memória a recordação da sua impotência e jamais voltou a questionar esta situação. Jamais voltou a tentar por à prova a sua força para se libertar da prisão da corrente e da estaca.

Cada um de nós somos um pouco como este elefante. Percorremos a vida com estacas (preconceitos) que nos limitam a liberdade. Vivemos crendo numa série de coisas que “não podemos”, simplesmente porque alguma vez tentámos e não pudemos. Gravamos nas nossas recordações: “Não posso!”. “Não posso e nunca poderei!”.

A única forma de saber a verdade, é tentar de novo...

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domingo, abril 20, 2008

luar de abril

uma e tal da madrugada
olhei a lua, Lua Cheia de Abril
sorri para ela porque eras tu que estavas ali


Lua Cheia (a 100%) às 10 horas 24 minutos (UTC)

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o homem da bicicleta

Começara a trabalhar muito menino. A aprender um ofício. Esse facto não iria impedir de continuar a ter que trabalhar nos campos, na ajuda ao pai e ao avô, pelo que o sol-a-sol estava marcado no seu destino de vida.

Exímio que já era a tratar dos animais de capoeira, das galinhas e dos coelhos, igualmente a conduzir a burrita com a qual ia até ao pinhal apanhar lenha e “pico” quando para tal tinha autorização, aprendia agora a arte de pedreiro.

A sua tenra idade pouco mais dava ainda do que para ser aguadeiro do mestre, dos pedreiros e dos serventes, mas a sua esperteza tornava-se cada vez mais aguçada no contacto com os mais velhos, homens calejados pelas agruras do trabalho diário.

Não sabia o que era um fim-de-semana, mas quem o saberia nessa época em que se trabalhava de sol-a-sol e os dias todos da semana? Nem o domingo, dia santo e de resguardo era tempo menos sobrecarregado de tarefas.

Não tinha muito a noção do tempo que passa, além do sol que marcava o dia e do escuro que a noite traçava e que era tempo de repouso. Mas na sua nascente esperteza ia apercebendo-se de algumas repetições, de alguns acontecimentos que pareciam verificar-se sempre em tempo certo.

Havia um tempo em que o mestre o mandava à fonte encher a bilha de água, independentemente da quantidade que ainda contivesse e que se apercebeu coincidir com o aparecimento lá longe de um homem de aspecto austero, boina na cabeça, que caminhava a ritmo certo levando à mão uma bicicleta de aspecto muito usado.

Além da coincidência desse homem passar naqueles dias que o mestre o mandava à fonte encher a bilha deu por si a pensar o que faria ali um homem com uma bicicleta em lugar tão ermo onde nem caminho havia para passantes.

A verdade é que quando regressava com a bilha da água, do homem da bicicleta nem sinal e o mestre parecia indiferente a qualquer acontecimento continuando no trabalho de assentar paredes da casa que estava a construir.

A curiosidade era tanta que um dia deixou a bilha na fonte e em correria por entre o mato e a coberto dos pinheiros existentes se aproximou furtivamente a tempo de ver o homem da bicicleta colocar algo debaixo de uma pedra e de se afastar rapidamente.

Não resistiu à tentação. Depois de ter voltado à fonte buscar a bilha da água e encontrando um momento de menos atenção do mestre foi a ver debaixo da pedra o que o homem da bicicleta lá tinha colocado.

A surpresa foi grande. Encontrou por lá somente uma folha de papel muito fino, dobrada várias vezes até formar um pequeno embrulho. Desdobrou-o cuidadosamente não pensando sequer como reporia tudo para que o mestre não se apercebesse da sua curiosidade.

As duas folhas de papel estavam completamente escritas, mais pareciam um jornal como os que estavam na taberna do sogro do Zé da Burra mas em ponto mais pequeno e em papel mais fino. Nada conseguiu ler, pois se ainda nem à escola tinha ido. Somente reconheceu num cantinho das folhas uma foice como a que a mãe usava para cortar o feno e um martelo igual aquele com que o pai martelava os pregos.

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sábado, abril 19, 2008

flores de cor dobrada

olhei-te nos olhos, sorri
com as pontas dos dedos te enviei um beijo
e as flores dobraram a cor


Aquilegia dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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insubmisso marinheiro

Dedicado aos marinheiros da Armada Portuguesa que em 8 de Setembro de 1936 se revoltaram contra o regime, descontentes e indignados pelas perseguições e prisões arbitrárias e expulsão daqueles que no seio da Marinha lutavam contra o Estado Novo.



Ergue-te insubmisso marinheiro!
De teu corpo temperado pela vida
Nasceu ânimo, força desmedida
Na revolta do sentir foste primeiro.

Intrépido em arrojada acometida
Contra a tirania de um sendeiro
Ofereceste teu ser de corpo inteiro
Na defesa de tormentosa investida.

Preso e degredado, e ofendido
Homem livre na tua dignidade
Foste solidário quando perseguido

E no Povo encontraste a igualdade
De quem sempre se sentiu oprimido.
As sementes germinaram Liberdade!

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sexta-feira, abril 18, 2008

uma flor para... a montse

na candura de teu sentir, de teu olhar
deixo desejos de mil felicidades
neste dia em que o sol mais brilha na catalunya


Montse é uma querida amiga catalã, "sol de Gaudi" a quem quero como a uma filha

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uma burra como dote

Contam os mais antigos que quando nascia na Charneca de Caparica um filho varão a melhor prenda ou dote que lhe era oferecido, de um modo geral, pelos pais ou padrinhos era uma burrita de tenra idade.

Ia crescendo conforme acontecia ao mancebo e ser-lhe-ia muito útil para conseguir “fugir” um pouco à dura labuta dos campos. A melhoria de vida que os seus pais lhe tentavam dar estava em deixar de trabalhar os campos sol-a-sol o poderem dedicar-se às tarefas de almocreve.

A burra era de grande utilidade para dos pinhais circundantes à Charneca de Caparica transportarem lenha e pinhas secas e, nos dias em que tal era autorizado, trazer o “pico” para com ele fazerem as camas para o gado.

No Pinhal do Rei pagava-se uma licença às terças-feiras para colher as ramadas secas dos pinheiros e às quintas-feiras para a apanha do “pico”, designação dada à caruma seca dos pinheiros.

Em pleno mundo rural, ensaiavam-se os primeiros passos para um sector terciário, onde os jovens mancebos que tinham tido a benesse de receber uma burra à nascença, depois de cumprido o serviço militar, passavam a trabalhar, furtando-se às agruras dos trabalhos do campo.

Eram os almocreves, os carreiros e os recoveiros que se tornaram famosos pelas suas viagens até Sesimbra e para Cacilhas.

Almocreves = homens que alugavam e conduziam animais de carga utilizados para o transporte de mercadorias.

Carreiros = Homens que dirigiam um carro de bois

Recoveiros = Homens que transportavam mercadorias, bagagens, mediante pagamento, utilizando animais de carga.

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quinta-feira, abril 17, 2008

a força da natureza

cor forte como a natureza o é
vitalidade de promessa para o futuro
mais luminoso e belo


Flores dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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a chuva voltou a cair

A chuva voltou a cair, primeiro miudinha, “chuva de molha tolos”, depois em bátegas mais fortes, empurrada pelo vento que sopra de Sul, contra a vidraça num matraquear por vezes irritante de repetitivo que é.

Sempre que chove fico tristonho. Gosto de ver a chuva cair em dança ritmada ao sabor do vento. Gosto do cheiro da terra, telúrica transpiração, quando as primeiras chuvas caiem de mansinho. Mas, contudo, quando chove fico tristonho.

Lembro-me o tempo que passava quando criança a espera que o meu pai chegasse do trabalho. Parecia-me uma eternidade e ainda era mais dolorosa a espera em tempo de invernia. E eu ali de rosto esborrachado contra a vidraça da janela a esperar.

Os vultos a meios tons delineados pela chuva que caia pareciam-me fantasmagóricos. Amedrontavam-me, ficava tristonho e o meu pai tardava em chegar.

A minha mãe sempre me perguntava: “_Porque estás triste?” e a resposta era invariavelmente “_Á pá!” (como eu pretendia que me entendessem no “estou à espera do meu pai).

Por isso sempre fico tristonho quando chove vestindo os dias de primavera de trajes pardacentos, invernosos. Não é que eu desgoste de ver chover, mas que fico tristonho, lá isso fico.

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quarta-feira, abril 16, 2008

candura e singeleza

na candura do teu rosto ficam bem
singelos brincos destinados a ti princesa
que fazes brilhar os olhos de teu amado


Brincos de Princesa, dobrados branco e rosa pálido dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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poesia vadia

A Charneca de Caparica é um poema...



Poesia Vadia a comemorar o glorioso 25 de Abrl

Traz contigo um@ Amig@

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terça-feira, abril 15, 2008

segredo meu

a paixão que uma bela mulher me inspira
no querer e no sentir de uma pétala
esse é o meu segredo...


Rosa "Deep Secret" dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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marinheiro insubmisso

A 8 de Setembro de 1936 os marinheiros da Armada portuguesa revoltaram-se contra o regime que os perseguia, prendia e expulsava sempre que se manifestavam contra a prepotência do Estado Novo. Como protesto contra prisões arbitrárias, muitas delas traduzidas em degredo para o “campo da morte lenta” do Tarrafal cerca de 200 marinheiros e grumetes apoderaram-se, então, dos navios de guerra Bartolomeu Dias. Afonso de Albuquerque e Dão que se encontravam fundeados no rio Tejo.

Embora a ocupação dos navios tenha sido feita pacificamente, sem qualquer acto bélico por parte dos revoltosos, o regime respondeu com extrema violência com forte carga de artilharia a partir dos fortes de Almada e do Alto do Duque. Numa tentativa de fugir a carga de artilharia muitos marinheiros atiraram-se borda fora, nadando para terra, para a margem Sul.

Nas localidades ribeirinhas de Cacilhas, Pragal, Porto Brandão e Trafaria os populares abrigaram solidariamente os marinheiros em fuga, protegendo-os das forças policiais ao serviço do Estado Novo.

Em homenagem a estes marinheiros, 5 mortos, 92 julgados e 82 condenados a penas entre os 2 e os 16 anos de prisão, muitos deles desterrados para o campo de concentração do Tarrafal que o Município de Almada vai mandar erigir na Freguesia do Feijó um

Monumento ao Marinheiro Insubmisso


O programa do respectivo concurso público pode ser consultado em Município de Almada

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segunda-feira, abril 14, 2008

beleza ímpar

enchem de cor os jardins
na Primavera florescem
para encanto de que passa


Callistemon Citrinus "Splendes", popular Escova Garrafas ou Penacheiro dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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rezas e benzeduras

À conversa com a Dona Inês de Jesus no Largo da Igreja, no coração da aldeia alentejana de Peroguarda, era impossível não se falar do Professor Joaquim Roque, filho adoptivo da terra, saudosamente recordado e que deu lugar a toponímia no largo em que viveu.

A casa onde habitou, de piso térreo bem ao estilo alentejano, forma ângulo no largo hoje designado Largo Professor Joaquim Roque, donde nasce a Rua Jean Marie Jacometi, figura de destaque nas recolhas etnográficas do Portugal profundo e que muito conviveu com o Professor Joaquim Roque.

Voltando à conversa com a Dona Inês de Jesus, que mantém no seu coração a mágoa do espólio do Professor estar a ser cuidado pelo Município de Portel e não pelo de Ferreira de onde Peroguarda é Freguesia, é de grande reconhecimento a forma como a ele se refere.

“Rezas e benzeduras Populares”, obra datada de 1946, foi um dos trabalhos mais emblemáticos do professor Joaquim Roque, a que o sábio brasileiro Mestre Basílio de Magalhães se refere com desvelo e que mereceu muitas referências na época, quer em Portugal quer no Brasil.

A essa obra de recolha popular encontra-se na memória de Dona Inês e na da cultura brasileira, pois na portuguesa parece ter caído no esquecimento. Apresentamos de seguida duas referências recolhidas na revista Jangada Brasil.

Na Jangada Brasil n.º 9 Maio de 1999 pode ler-se:

“....

Oração contra a espinhela caída
Espinhela caída
Portas ao mar
Arcas, espinhelas
Em teu lugar
Assim como Cristo
Senhor nosso, andou
Pelo mundo, arcas
Espinhelas levantou
Todas as orações rimadas ou rítmicas, ensalmos tradicionais, de força sugestiva pelo emprego dos nomes sagrados ou sucessão de algarismos, ascendentes ou descendentes, são vindos de Portugal, diferenciados pelo mestiço brasileiro, o grande transformador, como notou Sílvio Romero. A espinhela caída é a moléstia incaracterizada pelo povo. Espinhela é o apêndice xifóide. O professor doutor Fernando São Paulo estudou magnificamente o assunto, evidenciando a confusão de síndroma; Linguagem popular médica no Brasil, I, 353-364, Rio de Janeiro, com abundante documentação. Em Portugal, entre outros, Jaime Lopes Dias, Etnografia da Beira, VII, 233, Espinha (coluna vertebral) encostada, Lisboa, 1948; Joaquim Roque, Rezas e benzeduras populares, etnografia alentejana, 13-17, Beja, 1946. A variante brasileira que o comandante A. Boiteux encontrou em Santa Catarina, Poranduba catarinense, 36:

Espinhela caída
Portas para o mar…
Arcas, espinhela
Em teu lugar…
Assim como Jesus Cristo
Pelo mundo andou
Arcas, espinhela
Levantou

...”

Da mesma forma na edição da revista Jangada Brasil, n.º 35 de Julho de 2001 recolhe-se esta interessante referência:

“...

Numa obra interessantíssima do professor Joaquim Roque que tivemos a súbita honra de prefaciar há um curioso capítulo a respeito de "Benzedura de olhados, fitos e fitados."

Pode ler-se neste livro: "Os olhados - segundo se crê - atacam com preferência e de preferência, as criancinhas de tenra idade... E logo solícitas as mãezinhas, para as livrarem de tão terrível moléstia, que em poucos dias lhes pode levar, correm a benzê-las contra os maus olhados, fitos e fitados, olhares de inveja, de lua etc. Como de costume, verifica-se primeiramente a existência da doença deitando alguns pingos de azeite num pires com água, sobre o qual se faz o sinal da cruz, ao mesmo tempo que rezam o credo (credo em cruz). Se o azeite desaparecer, diluindo-se completamente na água, a criança ou adulto, sofre de olhado:

Vamos citar um ensalmo curiosíssimo para tratamento do mau olhado. Não há má olhadura que resista a esta benzedura cheia de pitoresco:

Eu te benzo Fulano
de lua e d’olhado
de fito e fitado...
a lua, aqui’ passou
a cor de Fulano levou
e a del’aqui deixou
Quando aqui tornar a passar
A cor de Fulano deixará
e a dela levará...
Jesus é verbo
Verb'é Deus
S’é olhado
Benza-te Deus!
dois olhos t’olharam mal
três t’hão de olhar bem;
que é Deus Pai, Deus Filho,
Deus Espírito Santo Amém.
Fulano, se te dói a cabeça,
Valha-te Senhora Santa Teresa,
se te doem os olhos
Valha-te Senhora Santa Luzia!
se te dói o peito,
valha-te o Senhor dos Aflitos
se te doem os braços,
valha-te o Senhor Jesus dos Passos!
se te dói a cintura,
valha-te a Senhora Virgem Pura!
se te dói a barriga,
valha-te a Senhora Santa Margarida!
se te doem as pernas
valha-te o Senhor Santo Amora!
se te dói o corpo todo
valha-te o Senhor Todo Poderoso!
em louvor de Deus e da Virgem Maria,
Padre Nosso e Ave Maria.

Adeus mau olhado e sua má olhadura que te somes nas profundas do Inferno mal esta benzedura é pronunciada.

O povo acredita no poder mágico dos olhos, e crê piamente nesse fluido estranho.

Não é difícil encontrar-se frases bem características, que definem bem essa força invisível. "Quem tem olho é rei"! E assim é de fato. O homem, que tem grande visão das coisas domina o seu meio e comanda o seu semelhante. Fulano tem "olho vivo", sicrano tem "olho bem aberto".

Ouçamos uma benzedura recolhida pelo professor Joaquim Roque:

Jesus é verbo,
Verbo é Deus,
Fulano tem um quebranto,
Benza-o Deus.
Deus te benza, e benza-te Deus:
De lua e d’ar e d’olhadela;
De dores nervosas e de sol no miolo;
De lua nas tripas e d’azar;
E de mal d’inveja e de tod’o mal
Dois olhos te viram mal.
E três te viram bem;
E Deus Pai, Deus Filho,
E Deus Espírito Santo Amém
Em louvor de Deus e da Virgem Maria
Um Padre Nosso e uma Ave Maria.

A oração pode ser rezada três vezes fazendo cruzes sobre a água. Verificado o mal benze-se a criança rezando a oração nove vezes: Três enquanto se fazem cruzes sobre a cabeça, outras três sobre o peito e as restantes sobre as costas.

...“

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domingo, abril 13, 2008

de vermelho

quiz festejar a Primavera
vestiu bonito traje de sair
em tons de vermelho forte


Rosinha Vermelha dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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ano novo

Os contadores de tempo marcavam 19 horas e 12 minutos no continente português quando no meu computador pessoal se abriu a janela das mensagens imediatas do Google Talk sinalizando a entrada de um amigo.

“_Feliz Ano Novo de 1415!!!!!”

O meu amigo Rui C enviava-me esta mensagens a partir de Dhaka, no Bangladesh, onde doze minutos antes havia começado o Ano Novo. Está aí em toda a sua pujança o ano de 1415 do calendário Bangali.

Não poderia ter sido maior a minha estupefacção. Seguiu-se a confirmação deste contacto de tão longa distância:

“_Daqui a um bocadinho começa a festa do Ano Novo, com o nascer do Sol. Vou vestido a rigor passear na cidade.”

E vai ser festa animada e colorida como somente as gentes do Oriente sabem viver. Carros engalanados, muita música, dança e espectáculos de todos os tipos. O Povo vai estar todo na rua a festejar a boa nova.

E o convite não tardou:

“_Não queres aparecer? Vamos ter almoço de festa em casa de uma grande família local e és muito bem vindo!”

Num curto lapso de alguns minutos o Mundo tomou a sua real dimensão. De uma pequenez extrema ao nível do Universo. De tamanho sem limite ao sentir das amizades.

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sábado, abril 12, 2008

diamante

lapidado como um diamante de muitos quilates
que o excelso pintor coloriu de lilás
é jóia preciosa que nos apraz


Redodendro "Diamante Azul" dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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viajar para saber mais

Participei hoje, como com muita frequência acontece, na festa de aniversário com sessão solene e tudo de uma associação local que comemora o 14º ano de existência legal. Um ano antes da fundação havia sido inaugurado um espaço polidesportivo sobre cujas estruturas físicas a Associação foi criada.

Vivi intensamente esses tempos dos anos de 1993 e 1994 do século passado e acompanhei no decorrer dos tempos os êxitos e as dificuldades que esta associação atravessou. Refiro-me concretamente à Associação de Moradores da Aroeira, nas Charneca de Caparica do Concelho de Almada.

Foi bom rever amigos que dedicados as suas tarefas do quotidiano nem sempre os encontro. Solicitaram que dissesse umas “palavrinhas” a propósito do evento e assim o fiz.

Referi um pouco do historial, nos aspectos que vivi e senti, aludi ao ambicioso plano de actividades para o ano em curso e fiz uma referência concreta a um aspecto sublinhado nesse programa - os passeios organizados para os associados com fins culturais. Recordo-me de ter salientado a importância de viajar para ver e conhecer sítios e pessoas e como acessório o almoço. Nunca o contrário...

No final, já aos brindes e na conversa solta, abeirou-se de mim um dos presentes, pelo aspecto com alguns, poucos, anos de idade mais do que eu e comentou:

“_Gostei de o ouvir referir o interesse de viajar para conhecer... sou campista há muitos anos e tenho corrido todo o País e muitos países do Mundo e tem, realmente, sido uma fonte de aprendizagem...”

Claro que conversa puxa conversa, “campista”, “viajar”, “Portugal e estrangeiro”... veio a baila como seria inevitável o célebre Rally FICC da Ericeira (designação dada aos acampamentos internacionais da Federação Internacional de Campismo e Caravanismo), realizado nos anos 80 do século passado e onde eu e uma equipa de radioamadores da Banda do Cidadão tínhamos participado activamente com a organização.

E os nomes de conhecidos comuns começaram a surgir, alguns infelizmente já não se encontram entre nós pois é assim o tempo que passa, pessoas e situações tão intensamente vividas nessa época e que foi um encanto recordar.

O mundo é, realmente, minúsculo e menor fica ainda quando se encontram duas pessoas que privilegiam a conversa e não cessam de desfiar recordações não com saudosismo mas com orgulho do tempo vivido.

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sexta-feira, abril 11, 2008

de doirado me vesti

em doirado da energia do astro-rei
dou cor e nobreza ao jardim
matizado nas cores do arco-íris


Flor dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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doçura

No doce balançar da tua loira cabeleira
Navego sonhos sentidos em seara doirada
Na procura constante da imagem primeira
Que noites a fio me acompanha enamorada

Uma imagem que para o meu muito querer
É duma bela mulher das terras da fantasia
Olhos de mel, profundos, doçura do seu ser
Onde me perco de sentires e nostalgia

Lábios sensuais em rosto belo e angelical
Dizem palavras de encanto e sensibilidade
Seduzem-me a caminhar no rumo do ideal
Ao encontro da beleza e da verdade

Seios de mulher túrgidos de vida e sensíveis
Que candidamente uma túnica tenta disfarçar
Mas que o êxtase de momentos indescritíveis
Mais evidencia todo seu desejo de ofertar

Tua beleza ilumina o caminho dos eleitos
Inspira poetas, fotógrafos e pintores
Imaginação e sonho de realidade feitos
Quereres e sentires, enfim... amores

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quinta-feira, abril 10, 2008

flor do amor

num dia de grande inspiração
a natureza num acto criador
desenhou esta flor, que é ave, borboleta, ou amor?


"Aquilegia" dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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novos indicadores de leitura

De acordo com os critérios editoriais da Oficina das Ideias criamos, frequentemente, novos apontadores de leitura. Três razões fundamentais nos levam a essa decisão:

1 – Pela qualidade extraordinária que encontramos em determinado blogue, de acordo com a nossa avaliação pessoal;
2 – Como reconhecimento aos comentários que são deixados nos posts da Oficina das Ideias;
3 – Em resultado da permuta de indicadores de leitura.

Esta permuta desinteressada de indicadores de leitura é uma das características mais positivas da blogoesfera e de quem a utiliza com espírito construtivo e solidário que coloca acima dos seus pessoais interesses a satisfação dos leitores.

Damos conta, de seguida, de alguns dos mais recentes, solicitando a todos os companheiros da blogoesfera que estando abrangidos pelos critérios referidos não tenham o respectivo indicador de leitura na Oficina das Ideias que nos façam chegar essa informação.


Novos indicadores:

Occultvs, de Marco S (Portugal) – “Dentro e sobre os homens, somos o medo”

Ao Sabor do Olhar, de Victor Nogueira (Portugal) – “Este blog destina-se aos meus amigos e conhecidos assim como aos visitantes que nele queiram colaborar.....”

O sensitivo abraça o poético, de Collybry (Portugal) – “Sou Collybry... esvoaçando por estes espaços”

Vermelho Pitanga, de Pitanga Doce (Brasil) – “Pequena, insolúvel e nativa de Aquário que, segundo ‘Memórias de uma picarota’ tem tendência à marginalidade...”

Menina de Cristal, de Giulia P (Brasil) – “Sem mais, nem menos... Não sou menina, não sou mulher... Sou pequena, porém gigante... Eu sou vida... Sou uma estrela cintilante!”

Um milhão de histórias por te contar, de Sant’Ana (Portugal) -

Filhos de um Deus menor, de Paulo S (Portugal) – ““Nunca deves esquecer que a ética Kantiana é uma teoria impraticável e que são o poder e a ambição que ditam as acções dos homens...”

Escrito a Quente, de Filoxera (Portugal) – “Como tudo deveria ser vivido”

Estrela no Céu, de Belisa (Portugal) -

Experiências, de Malmequer (Portugal) -

Segredos de Deméter, de Marley (Brasil) – “Um espaço para desabafar”

Além Tejo, de Portela (Portugal) – “azul azul azul azul azul”

São, de São Banza (Portugal) -

Runbook de um gajo que mudou de vida, de PP (Portugal) – “Tudo o que você nunca quis saber acerca do correr mas que eu quero deixar escrito”

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quarta-feira, abril 09, 2008

branco e amarelo

em tons de branco e amarelo o caminho
que percorremos na senda do horizonte
para lá da terra, o mar, o sonho


Mata dos Medos, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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o carro vermelho

A noite fora de tormenta. O vento molhado pela maresia fustigou a costa deixando profundas marcas da sua força. Deixou também no ar aquele tão característico aroma que a invernia usa trazer das profundezas do mar e que tantos marinheiros já confundiram com o hálito das sereias encantadas.

O amanhecer, contudo, ofereceu-se ameno e tranquilo nas voltas e reviravoltas que o vento sempre dá e que de um instante para o outro afasta o negrume das nuvens de água carregadas e mostra o azul que é o céu e a luz que é a energia que os corpos esperam ansiosamente para despertarem do torpor da escuridão.

O ocupante do carro vermelho que pareceu ganhar mais fulgor quando a luz do sol o iluminou pareceu, do mesmo modo, despertar de um sono de invernia que vira chegar a hora de partir. Com a mão direita accionou o botão de comando e a capota do carro deslizou suavemente desaparecendo no interior do cofre das bagagens.

Inspirou profundamente duas ou três vezes sentindo o ar húmido com aroma a maresia inundar-lhe os pulmões, percorrer mesmo todo o corpo que sentiu tonificado. Um sorriso aflorou-lhe os lábios quando lhe pareceu vislumbrar muito perto da linha do infinito uma silhueta que lhe era familiar.

Era tempo de partir. A viagem iria ser longa. Mas o regresso seria sempre a horas de ver o doirado pôr-do-sol.

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terça-feira, abril 08, 2008

alegria, alegria

hoje é dia de alegria partilhada
a musa inspiradora brilha no céu azul
indica o caminho da felicidade


Flores dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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meio milhão

Estalaram os foguetes e o fogo de artifício do nosso contentamento iluminou o firmamento com milhares de estrelas de todas as cores.

Ainda o “cucu” da Oficina das Ideias não tinha cantado as 22 horas, mais concretamente às 21:57 horas, um amigo chegado de Portimão fazia com que o contador de visitas atingisse o meio milhão, quinhentas mil visitas, desde 5 de Julho de 2003.

A felicidade que sentimos ao atingir este redondo número partilhamos com todos aqueles que têm contribuído para que a Oficina das Ideias se tenha mantido, contra ventos e marés, no espaço de comunicação de todos que é a blogoesfera.

Nunca imaginámos, quando respondemos ao desafio do João Carvalho Fernandes, do Fumaças, chegar até aqui: em tempo de permanência e em número de visitas.

Bem hajam a todos por fazerem da Oficina das Ideias aquilo que ela hoje é.

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segunda-feira, abril 07, 2008

ao correr das ondas

na onda e contra-onda avançam
no mar são coragem
traçam marcas de audácia e destemor


Surf nas praias do Grande Areal, Costa de Caparica, Almada - Portugal

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indigne-se... pela sua saúde

Passada a tenebrosa noite dos medos e do terror...

Cuidados de saúde de todos um direito
Gritou o Povo bem alto em seu sentir
Quando falar pôde e em suas mãos conduzir
O destino, a vida, de um futuro escorreito.

Afastados os medos, as incertezas do devir
Arregaçar as mangas no construir do respeito
Pelos seres que connosco abrem o peito
Na defesa de ideais de esperança, no sorrir.

Direito fundamental, como a própria vida
Garantido a mil vozes e amiúde
Defendido como causa nobre, de vencida

Deu ao Povo glória em sua plenitude
Permitiu-lhe avançar de forma decidida
Segurança garantida pelos cuidados de saúde.



Quando o preço se tornou mais importante do que o valor...

Num fim de tarde frio e tormentoso
Andava o Povo ocupado em seu labor
“Quem quer saúde paga!” assim soou a dor
De mordida traiçoeira de cão raivoso

A ganância, esse sentir tão odioso
Falou alto e retirou à saúde o seu valor
Transformou um direito em simples forjador
Do caminhar sem sentido e desditoso

Novos rumos das gentes em seu prosar
“Medicamentos a tomar só em metades”
“Cuidados de Saúde cada vez mais a pagar”

“Exames poucos, são novas as realidades”
“Para suas feridas sarar tem que esperar”
Quem tem posses é curado noutras cidades.



O Povo tem a Esperança do querer em seu sentir...

Um dia ao raiar da aurora transparente
Na Esperança traçou o Povo novos caminhos
Conversou com amigos e vizinhos
Sentiu a força do querer como antigamente

Exigiu ser tratado como gente
Voou alto, voou longe qual estorninho
E na leveza da branca flor de linho
Sentiu no peito a Esperança renascente

A saúde não é negócio, é um direito
Assim quis o Povo e assim será
Na defesa do ideal e do respeito

Na senda do caminho que o Povo tecerá
No tear do saber e a preceito
Uma vereda que o Sol percorrerá.



Comemora-se hoje o DIA MUNDIAL DA SAÚDE

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domingo, abril 06, 2008

estrela de mil pontas

nasce espontânea por aqui e por ali
pinta a mata de tonalidade ímpar
céu verde com estrelas em lilás


Flor espontânea da Mata dos Medos, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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austrália presente na oficina

Às 9:25 horas (UTC) de hoje registava-se a presença de duas visitas na Oficina das Ideias. Uma, era o próprio pessoal da Oficina; a outra, registada a partir de Adelaide, na Austrália, onde os contadores de tempo indicariam ser 17:55 horas.

É este um dos encantamentos da blogoesfera. O que procuraria o nosso amigo de Adelaide (Austrália), nos antípodas da nossa posição geográfica, encontrar na Oficina das Ideias? Qual será o seu perfil? Homem ou Mulher? Jovem ou Idoso? Será um emigrante português residente “do outro lado do Mundo”?

Quantas questões se levantam relativamente a uma singela visita. Na realidade, a Oficina das Ideias tem a honra de ser visitada por pessoas de todo o Mundo, neste momento já totalizam 148 os países registados, mas uma visita de tão longínquas paragens deixa-nos, obviamente, surpreendidos.

A imaginação não tem limites....

Há mais de 30 anos atrás, em amena cavaqueira telefónica com uma amiga do coração comentávamos o quanto interessante seria o telefone ter um dispositivo que permitisse transmitir a imagem de quem estava do outro lado da linha. No decorrer dos anos fomos assistindo e participando activamente no desenvolvimento do que hoje é trivial nos contactos via Internet: transmissão simultânea de voz e de imagem... O imaginado realizou-se.

Questionava-me a mim próprio, minutos atrás, o interessante que seria neste registo de visitas, além da indicação do País e da Cidade, ser transmitida a própria imagem do visitante....

Como a imaginação não tem limites, o recado segue de imediato para a Google e para a Microsoft.

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sábado, abril 05, 2008

alegria primaveril

são cores alegres da primavera
como são alegres os corações em sintonia
na procura da felicidade que sempre espera


Rosa dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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57 meses na blogoesfera

O mês que agora se completa representa um período pleno de surpresas para a Oficina das Ideias, especialmente pela quantidade de imagens da autoria de Olho de Lince que fomos solicitados a partilhar com outros blogues, e não só. Algumas publicações regulares recorreram, igualmente, a imagens que haviam sido publicadas neste espaço. É honra demasiada que de todo era por nós expectável que acontecesse.

Continuamos a fazer questão em cumprir o estatuto editorial da primeira hora “textos e imagens próprios e originais, a temática da cultura de um Povo e da defesa da região da Praia do Sol e desenvolvimento dos afectos e do muito querer”. Continuamos a contar com o empenhamento do nosso “irmão fotógrafo” Olho de Lince que sempre vai animando os nossos textos muitas das vezes bem modestos.

No último mês, o número de comentários foi de 81, a partir de 31 comentadores, valores que continuam a dar-nos bastante satisfação. É de grande importância para o enriquecimento da Oficina das Ideias esta contribuição dedicada que nos têm trazido importantes ensinamentos.

Quanto a visitas atingimos a cifra de 498.236, a uma média de 509/dia, com origem em 148 países diferentes, valores facultados pelo SiteMeter e pelo NeoWORX. Do Brasil 214.398 visitas, de Portugal 194.509 e de Espanha 9.414 encontram-se no topo dos visitantes. Salientamos o facto de a cada mês que passa novos países nos visitam, assim como, o facto de que nos últimos cinco dias o número de visitas ter ultrapassado as 500.

Total de postagens – 3.517, onde cerca de metade são fotografias da autoria do nosso amigo Olho de Lince.

Um agradecimento especial a Blogger.com e a Blogspot.com onde editamos e alojamos a Oficina das Ideias desde a primeira hora.


Quadro de Honra

Odele Souza, do Oficina das Palavras (Brasil)
Medusa, do Jardim da Medusa (Portugal)
Lapa, do Podium Scriptae (Portugal)
Sophiamar, do A Ver o Mar (Portugal)
Amigona Avó e...., do Instantes da Vida (Portugal)
António Nabais, do Nabisk (Portugal)
Gasolina, do Árvore das Palavra (Portugal)
Pitonga Doce, do Vermelho Pitanga (Portugal)
Belisa, do Estrela no Céu (Portugal [*]
João S, do Espaço do João (Portugal)
Claudia P, do Cor de Dentro (Brasil)
Avelaneiraflorida, do Cantares de Amigo (Portugal)
Malmequer, do Experiências (Portugal) [*]
Giulia P, do Menina de Cristal (Brasil)
Laurici (Brasil)
Observador, do Reflexos (Portugal)
Marley, do Segredos de Deméter (Brasil) [*]
Portela, do Além Tejo (Portugal) [*]
Micá (Portugal)
Jacinta, do Florescer (Brasil)
Carlos Gomes (Portugal)
Vasco Riobom (Portugal)
Zeca (Brasil)
Acordomar, do A Cor do Mar (Portugal)
Gwendolyn, do A Cantora (Brasil)
Lígia (Brasil)
Eva (Brasil)
Fátima, do Mar Azul (Portugal)
Lila (Portugal)
São Banza, do São (Portugal) [*]
PP, do Runbook.... (Portugal) [*]



A TODOS o nosso MUITO OBRIGADO!




[*] muito em breve nos nossos indicadores de leitura

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sexta-feira, abril 04, 2008

o repouso das andorinhas

são breves segundos de repouso
da agitada tarefa de reconstruir
ninhos necessários para muito breve


Andorinhas de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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na procura

Caminhar no arco-íris para as terras de Gaudi
Na procura do ente querido, mulher bela e sensual
Meu vício, na ausência mais sentido, doçura angelical
Olhos cor de mel por quem um dia me perdi

Na outra ponta do celeste arco encontrei tesouro real
Passados que foram mares, montanhas e tormentos
Explosão de maravilhosos quereres e sentimentos
Encontro-te no amplo espaço do doirado areal

Qual pérola ofertada pelo mar azul e profundo
Rolou entre os meus dedos, aninhou-se em meus braços
Empolgou meu sentir em tão amplos espaços
Maior felicidade sentida nas passagens deste mundo

Tua melodiosa voz me encanta, qual sereia
Murmuras ternas palavras de muito querer
Fico maravilhado com a beleza total do teu ser
Entrego-me em teu corpo que com carinho me enleia

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quinta-feira, abril 03, 2008

bom observador

olhar atento, observador
no mar agitam-se os surfistas
nos seus malabarismos sobre as ondas


Frente Praias da Praia do Sol, Costa de Caparica, Almada - Portugal

mais uma surpresa

Ao desfolharmos a Agenda (agenda cultural do Município de Almada) do mês de Abril de 2008, recém-chegada ás nossas mão fomos agradavelmente surpreendidos pela publicação, na página 59, de uma fotografia da autoria do nosso amigo Olho de Lince e que tínhamos publicado na Oficina das Ideias no dia 25 de Abril de 2005.

Ficamos sempre satisfeitos pelo reconhecimento dado aos nossos modestos trabalhos tanto mais pela área cultural e de “agenda” do Município onde vivemos e no qual gostamos de viver e de trabalhar.

Eis a imagem da referida publicação:



Como “não há bela sem senão” notamos que não havia sido referida a autoria da fotografia.

O seu a seu dono!


“Cravo de Abril” – imagem obtida na manhã do dia 25 de Abril de 2005 – cravo vermelho natural tendo como fundo um poster alusivo ao glorioso 25 de Abril de 1974, em exposição no Auditório da Junta de Freguesia de Charneca de Caparica. Autor: Olho de Lince

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quarta-feira, abril 02, 2008

mar azul com flores douradas

pintam de dourado o azul mar
do encantamento dos amantes
no fluir da natureza primaveril


Flores na areia junto à Praia do Sol, Costa de Caparica, Almada - Portugal

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em março de 2008 a oficina das ideias publicou:

Textos
Dia 1 – Em Fevereiro de 2008 a Oficina publicou [oficina]
Dia 2 – Quinta de Monserrate [minha terra]
Dia 3 – Pétalas [poesia]
Dia 4 – Sonhar a Realidade, a Realidade Sonhada [pequenos textos]
Dia 5 – 56 meses na blogoesfera [oficina]
Dia 6 – Marinheiro que é Mar [poesia]
Dia 7 – Televisão, 51 anos em Portugal [baú de memórias]
Dia 8 – Sua paixão é ser Oleiro [tradição]
Dia 9 – Migas muito especiais [gastronomia]
Dia 10 – Tens o nome de Flor [poesia]
Dia 11 – Mulher [partilhas]
Dia 12 – Em Ascot [caderno de viagens]
Dia 13 – Este tempo [poesia]
Dia 14 – Hoje é Dia do Pi [datas]
Dia 15 – Arte Xávega na Praia do Sol [artes]
Dia 16 – As rolas turcas [minha terra]
Dia 17 – A poesia que escrevemos [oficina]
Dia 18 – Pétalas [poesia]
Dia 19 – Dia do Pai Manel [baú de memórias]
Dia 20 – Tempos de mudança e de progresso [tempo]
Dia 21 – Lua de Primavera [poesia]
Dia 22 – Águas há muitas [curiosidades]
Dia 23 – Uma Páscoa muito especial [datas]
Dia 24 – Os Amigos são assim [poesia]
Dia 25 – Bailarina [poesia]
Dia 26 – Gwen, a Paixão da Música [música]
Dia 27 – Debruçado sobre o Mar [património]
Dia 28 – Degustar na meia tarde [degustar]; Curiosidade [oficina]
Dia 29 – O Romeiro [poesia]
Dia 30 – A noite chega mais tarde [tempo]
Dia 31 – Há sempre tempo para sonhar [curiosidades]


Imagens
Dia 1 – Bordadeira de Flores
Dia 2 – Rebanho
Dia 3 – Espichel
Dia 5 – Labor Matinal
Dia 6 – Pedra de Mu
Dia 7 – Promontório Barbárico
Dia 8 – Oleiro trabalha na Roda
Dia 9 – O tempo passa
Dia 10 – Santuário
Dia 11 – Janela com parapeito
Dia 12 – Água livre
Dia 13 – Pôr-do-Sol
Dia 15 – Por aqui andou a velha da “capa-rica”
Dia 16 – Flores de Ternura
Dia 17 – A Primavera já espreita
Dia 18 – Pétalas vermelhas
Dia 19 – A ternura de um olhar
Dia 20 – Primavera, Primavera
Dia 21 – Luar de Março
Dia 22 – Simples e tão bela
Dia 23 – Páscoa Feliz
Dia 24 – Flor do meu sentir
Dia 25 – Ilumina a Esperança
Dia 26 – Mil cata-ventos
Dia 27 – Convento dos Capuchos
Dia 28 – Rosmaninho da Mata
Dia 29 – das princesas é flor
Dia 30 – Caminhos de Paixão
Dia 31 - Sensualidade


Uma flor para...
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terça-feira, abril 01, 2008

beleza ímpar

em tonalidades de amarelo eu pintei
flor muito bela junto ao mar
sonho de pintor feito poeta


Flor na areia junto à Praia do Sol, Costa de Caparica, Almada - Portugal

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de mentira em mentira

Será que tal como em relação a outras temáticas deveremos considerar “todos os dias do ano são Dia das Mentiras”? Pelo constante logro em que os cidadãos são induzidos nas palavras e actos dos governantes deste País tal não estaria muito fora da razão.

Muitas são as origens apontadas para que o dia 1 de Abril há muito seja considerado o Dia das Mentiras. Uma delas tem origem em França onde desde o século XVI o Ano Novo era festejado entre os dias 25 de Março e 1 de Abril, coincidindo com a chegada da Primavera.

Quando em 1564 o rei Carlos IX de França adoptou o Calendário Gregoriano determinou que o Ano Novo passasse a ter início no dia 1 de Janeiro o que desagradou a muitos franceses que continuaram a seguir o calendário antigo. A partir daí passaram a ridicularizar este facto tendo o costume de enviar presentes estranhos nessa data, que mais tarde veio a descambar em mentiras.

Durante muito tempo os jornais diários e as emissoras de radiodifusão, criaram o hábito de dissimuladamente publicarem uma notícia falsa, mentira essa que viria a ser desmentida no dia seguinte. Com o advento da televisão, também este meio de comunicação social passou a usar do mesmo costume.

Nos tempos correntes a mentira e a meia verdade entraram nos hábitos correntes dos políticos, dos órgãos de comunicação social, da sociedade em geral. E se alguma vez o desmentido chega é sempre na forma de uma mentira ainda maior.

Hoje, dia 1 de Abril, é na tradição popular o Dia das Mentiras

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