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quarta-feira, novembro 30, 2005

misterioso espichel

envolto em lendas e mistério o cabo espichel é referência para os pescadores e outros mareantes no mar mais perigoso da costa portuguesa

no british bar...

Com Pessoa tomar “um com gelo”

Fernando Pessoa faleceu faz hoje 70 anos. Nem todo o Fernando Pessoa, pois Ricardo Reis, regressado às pressas do Brasil, chegou a Portugal já depois da morte, tendo tido ainda a possibilidade de visitar a sua própria sepultura.

Tivesse eu nascido alguns anos antes, ainda teria cruzado o espaço geográfico de Portugal com Fernando Pessoa. Por maioria de razão o teria conseguido fazer com Ricardo Reis que se encontrava no Brasil e que no regresso passou pelo Cais do Sodré, na direcção do Hotel Bragança. Talvez tivesse mesmo a sua companhia para tomar “um com gelo” sentados na “mesa dos espiões” no British Bar.

Setenta anos não representam, efectivamente, um número redondo, salvo o zero com que termina, mas vai ser tempo de reconquistar para o saber das gentes a tão diversificada obra de Fernando Pessoa e, mais ainda, o conhecimento real da sua vida. Vamos estar atentos ao que Mega Ferreira escreveu e publicou sobre este milheiro de pessoas numa só... Pessoa.

Homem de muitos saberes e de muitos afazeres terá sido, sem dúvida, tradutor de inglês para português e escrevinhador de correspondência comercial em inglês para a muitas empresas que no início do século passado negociavam intensamente com o Reino Unido. Mas foi igualmente publicitário e editor.

Mas setenta anos significa também que a sua imensa obra entra no “domínio público”. Muitas editoras vão utilizar esta situação para editarem muito da sua obra que vai encantar leitores que têm andado afastados dos seus escritos. Fica sempre a esperança de que nas voltas e reviravoltas das editoras sejam desencantados textos inéditos que vejam, finalmente, a ribalta das salas de leitura.

Fernando Pessoa quantas vezes me fez caminhar Entre o Sono e o Sonho...

terça-feira, novembro 29, 2005

o mistério e a fantasia

Mitos e lendas, ou simplesmente uma curiosidade, a que o Povo dá dimensão de universal sentir e a Ciência procura a explicação que nem sempre é conseguida


A magia da romã

A romã é um fruto envolvido em muita magia, desde os tempos imemoriais, que nos protege e dá felicidade, tendo cada um dos seus componentes um efeito especial. Desde as varas da romãzeira, árvore das romãs, até aos bagos do fruto, passando pelas flores e pela sua casca, todos os elementos representam na tradição popular fontes de magia e de encantamento.

A romãzeira é uma árvore, normalmente, de porte reduzido mas muito vistosa, donde pendem os frutos cuja Natureza lhe concedeu um terminal em formato de coroa real. Não é estranho, pois, que à volta de este fruto muitas lendas e tradições se tenham criado com o passar do tempo.



Conta a tradição que a romã era utilizada pelas bruxas para controlarem os seus fogosos cavalos. Também os druidas queimavam varas da romãzeira nos seus ritos de adivinhação para que os espíritos do saber respondessem às suas perguntas, esclarecessem suas dúvidas.

A romã e a romãzeira são usadas na sua totalidade em benefício do ser humano. O chá preparado com a casca do fruto é usado em gargarejos para curar aftas. As folhas da romãzeira cozidas dão um excelente colírio para lavar os olhos quando inflamados. As flores em infusão usam-se para aliviar cólicas intestinais e para combater inflamações nas gengivas.

Na magia a casca da romã deve ser comida para aumentar a fertilidade. Se for seca, pode ser adicionada ao incenso para atracção de riqueza e de dinheiro. Nas artes da adivinhação os “especialistas” conseguem “ler” nas bagas da romã. O suco da romã substitui o sangue ou a tinta mágica nos rituais de iniciação.



A romã é considerada a fruta mágica da sorte muito utilizada, hoje em dia, nas festividades de final de ano. É costume formular-se um desejo antes de comermos cada uma dessas sete bagas (sempre sete!) para que sejam satisfeitos o ano que se vai iniciar.

Dá fortuna e bem estar guardar de ano para ano um pequeno saco de linho com uma coroa da romã, um pedaço de pão e uma moeda de meio-tostão, agora uma moeda de 1 cêntimo, a mais pequena de todas.


segunda-feira, novembro 28, 2005

o mistério do tempo que passa

mar misterioso de beleza ímpar ouve os meus desabafos...

na blogoesfera eu aprendo

Desde os tempos em que o registo da memória me permite saber que tenho navegado nos mares da comunicação, comunicação bidireccional ou comunicação multidireccional, aquela que proporciona maios interactividade, aquela que não destingue o emissor de receptor.

Os mares por onde tenho andado, umas vezes azul outras não tanto, mais para o acinzentado, têm sido fundamentais para o meu crescimento como ser humano, pois tenho encontrado nessas águas ricas o local ideal para a partilha do saber.

Percorri as rádiocomunicações, populares e livres, que quebraram fronteiras na Europa muito antes da existência da União Europeia, aliás derrubando fronteiras no Mundo inteiro, independentemente da religião, da política, do estatuto social das gentes que comunicavam entre si.

Percorri os caminhos da aprendizagem mais do que do ensino, aprendizagem, quantas vezes feita à distância, com o recurso às tecnologias da informação emergentes, percorrendo as auto-estradas do saber partilhado.

Rejeito ou utilizo com cautela a comunicação em que me “obrigam” a funcionar exclusivamente como receptor, especialmente quando detecto intenções de intoxicação, o que acontece amiúde nos debates televisivos, nos discursos dos políticos, nas conferências de imprensa.

Não quero com isto dizer que numa comunicação dialogante não aprenda mais com o que oiço do que com o que digo, mas não invalida que não aceite ser forçado a ouvir quem nada tem para partilhar, antes pretende impor a sua “verdade” como dogma, logo, sem discussão.

Como há dias dizia um popular entrevistado por uma cadeia de televisão “eles falam muito mas nós não percebemos nada”. E quando o Povo não entende não sou eu suficientemente iluminado para aceitar ouvir.

Revejo na blogoesfera esse mundo maravilhosa da verdadeira comunicação, da partilha do saber, da permuta de afectos, da interactividade enriquecedora do ser humano. Também ela muito azul, muito luminosa em que o cinzento surge como em tudo na vida, mas logo é afastado pela força do muito querer.

domingo, novembro 27, 2005

silhuetas ao sol poente

o encantamento do pôr-do-sol é maior no pinhal sobranceiro ao mar

espaço de poetar

Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento


Deixar fluir o pensamento

Numa alva folha de papel descrevi o meu sentir
Como quem traça uma linha de imaginação desenhada
Na leitura do passado, do presente, do devir
Depois dos medos, mostrar a tranquilidade encontrada.

Neste profundo sentir que vai muito além do horizonte
Procurar a luz que se opõe a tenebroso pensamento
É ânimo tão fecundo como a cristalina água de uma fonte
Em que mergulham raízes de esperança e de alento.

A força do nosso querer tem por limite o infinito
Na procura da verdade, do que neste mundo determina
O caminho a seguir sem tibiezas tal como está escrito
No rumo certo dos afectos que o espírito nos ilumina.

Quando ao virar da curva do caminho ensombrado
Deparamos com a luminosa imagem de encantamento
Atingimos o êxtase, o oásis há muito procurado
Tranquilos deixamos fluir o nosso doce pensamento.

sábado, novembro 26, 2005

a muralha do castelo

envolvendo o casario no fundo de azul celeste, a muralha

sentir o povo que vive

O fotógrafo e a escritora reencontram-se na calçada que percorrem tranquilamente. Ele escreve sentires com cada clique de sua câmera fotográfica. Ela, cria as mais belas imagens com um singelo movimento dos cílios


O Carnaval já está ao virar da esquina

Na realidade, a Primavera tropical que já termina, com o Verão aqui tão perto, é um convite permanente à boa disposição, ao caminhar despreocupado, ao degustar de uma refrescante caipirinha bem saborosa a lima, como só o povo recifense sabe preparar.

_Querido Fotógrafo, sabe que ainda gostaria de o levar até ao Pátio do Carmo, pois realiza-se hoje por lá um “Show da Consciência Negra”...
_Vamos até lá sim! Tema interessante esse....
_Sabe? Hoje mesmo é o Dia da Consciência Negra.

...............

Recife por estes tempos de noites de agradável temperatura é um apelo constante à imaginação, à criatividade, inspiração permanente de fazer e de aprender fazendo. Muitos cursos e concursos decorrem neste Novembro que apela aos sentidos. Só há um caminho a seguir: abrir e rodar o colorido chapéu que é tempo de alegria e o Carnaval já está perto.

O Fotógrafo tem a tez escurecida das manhãs de praia vividas nas areias do transparente Atlântico bordejante da Veneza brasileira. Claro que também não é estranho ao facto a sua origem nas grandes viagens dos seres humanos pelo oriente longínquo e mais próximo e no nomadismo dos amplos espaços europeus.

A Escritora sempre mergulha seus pensamentos nas fartas cãs do Fotógrafo, procurando os saberes e os sentires acumulados por décadas de vivência intensa e participativa. Sempre sente o encantamento de percursos percorridos e por demais conhecidos. Sente-se bem, como na tranquilidade do seu lar se encontrasse.

Conversam sobre o que decorre neste Recife multicultural que já se prepara para o Carnaval que já se encontra ao virar da esquina do tempo que passa. Ali mais abaixo, na Creche Vovô Artur, está a funcionar uma “Oficina de Percussão e Dança” onde se ensina e pratica alongamento corporal, ginástica corpo-natural e se praticam os ritmos Afoxé Oyá Alaxé, com base na tradição e cultura afro-descendente da Nação Nagô.

Na Casa da Cultura, o Professor Valdir Nunes ministra ensinamentos sobre os ritmos do Frevo, do Maracatu e dos Caboclinhos. O Carnaval está já no pé desta gente hospitaleira, muitos dos quais saúdam a passagem da Escritora e do Fotógrafo. Muitos deles foram mesmo alunos da primeira, nas andanças da aprendizagem do saber da sanidade pelas artes.

O Fotógrafo pegou suavemente no cotovelo da Escritora...

_Está a apetecer-me beber uma Skol bem gelada, que tal?
_Maravilhosa ideia a sua. Vamos!

sexta-feira, novembro 25, 2005

marcas do passado

estas aldrabas contêm em sim um código de chamada, um toque para o rés-do-chão, dois toques para o primeiro andar

minha terra é meu sentir

Caparica mais do que uma terra é um Povo. Gente que construiu vida entre o mar e a floresta em diversificado labor. Da sua vivência aqui se regista testemunho


Usos e Costumes da Charneca

O leite era vendido aos Leiteiros que por sua vez o transportavam em carroças para Lisboa ou vendiam directamente aos cafés.

Indústria de produção de cabazes e canoas fabricados em cana, pelos Cabazeiros, que eram levados para os laboratórios de medicamentos em Lisboa, para embalar medicamentos para exportação.

Os Carvoeiros passavam semanas no mato a queimar lenha para a produção de carvão que depois vendiam à população em sacas de 10 e 20 quilos.

Muitos homens e mulheres trabalhavam nas fábricas de cortiça na Cova da Piedade e no Seixal (Mundet), para onde se deslocavam diariamente a pé.

Bailaricos – no clube recreativo da terra (Charnequense) e nas esplanadas, especialmente, no Verão. Os bailes dos Santos Populares eram famosos e juntavam muitos rapazes e raparigas dos arredores que se deslocavam em carroças, bicicletas e a pé.

Nos bailes das vésperas de S. João que duravam até ao amanhecer era hábito os rapazes e raparigas deslocarem-se ao chafariz mais próximo para lavarem as caras por forma a aliviar o cansaço.

Nas eiras durante as descamisadas havia o costume de quem encontrasse uma maçaroca preta (milho rei) ter direito a uma rodada de beijos, se fosse homem a todas as mulheres presentes; se fosse mulher a todos os homens.

Jogava-se, então, ao carolo, ao peão, saltar o eixo e jogar à semana, que consistia em riscar-se no chão sete quadrados que eram percorridos com uma malhinha sem pisar os riscos; este jogo era jogado mais por raparigas.

Havia famílias grandes na Charneca. Uma que ficou célebre foi a dos Afonsos que teve 22 filhos tendo conseguido juntar à mesa vinte deles.

quinta-feira, novembro 24, 2005

de súbito, um cruzeiro

rua estreita, um arco, logo depois um largo de grande luminosidade e um cruzeiro

deméter, a história de maria

Deméter lança o livro "História de Maria"

Na sexta-feira, 4 de Julho de 2003, no Maciço Central do Brasil, mais concretamente em Goiânia, nasceu o blogue Segredos e Deméter, assinado por Deméter, cujo primeiro post à laia de apresentação teve o título “Tenho um blogue”. Um dia depois, no lado de cá do Oceano Atlântico, bem pertinho da Praia do Sol, com o título “Todos nós somos Lusitanos” é escrito o primeiro post da Oficina das Ideias, no que já é uma caminhada de mais de três anos.

Muito embora possam ter havido leituras cruzadas no tempo que vai até 12 de Setembro de 2003, somente nesta data existe o registo de um comentário feito pelo pessoal desta Oficina a um post do Segredos de Deméter, no texto erótico “Náufraga” assinado por Luana.

Foi este o comentário: “Doce Deméter. Doce Luana. Palavras de sensualidade que agradam aos sentidos e despertam a imaginação: A suavidade de tuas nádegas são ondas de um mar de sonho Onde o corsário navega, senhor de mares e oceanos sem fim No desejo que é embriaguez de dulcíssimo e rubro medronho Da descoberta de maravilhoso tesouro de sedas e cetim Vicktor 12-09-2003”.

Além de uma forte amizade que com o passar do tempo se foi sedimentando, também as parcerias foram surgindo paulatinamente. Um dos textos criado na Oficina das Ideias mais comentado foi “Vestido azul, cor do Mar” quando publicado no Segredos de Deméter. O Comentário de Deméter a essa publicação foi:

“Bom... acho que agora chegou a minha vez... Passei o fim de semana sem acessar o computador, por isso a minha posição demorou. Vicktor, muito obrigada por sua participação, pela elegância e subtileza do seu conto, por ter recebido nossos leitores com a hospitalidade de quem sabe reconhecer afectos. Quanto a beijar meus pés, passando da reverência a uma deusa à sensualidade... bem o que posso dizer? A-DO-REI!!! Um beijo à todos, inclusive àqueles que atraídos pelo talento do Vicktor visitaram esta casa pela primeira vez! “.

Passaram, entretanto, três anos plenos de actividade quer pelas bandas do Maciço Central quer aqui na modesta Oficina. Actividade blogueira e acontecimentos privados de grande intensidade afectiva. A própria actividade profissional de Marley Costa Leite foi sendo alterada com o decorrer do tempo que passa. Os contactos perderam alguma da intensidade inicial mas a amizade continuou forte.

Dos muitos trabalhos que a Deméter foi apresentando no Segredos... um tema teve grande continuidade, tendo sido um dos seus maiores êxitos: “História de Maria”, onde Maria tomou vida própria sobrando sempre a dúvida se se tratava de autobiografia da autora ou de pura ficção. Quiçá, meio caminho entre as duas hipóteses.

Na concretização de todo esse trabalho, daqui a poucas horas, às 20 horas de Goiânia (Brasil)...

"Histórias de Maria" Sai da Internet e vai para o livro. Noite de autógrafos no Jockei Club de Goiânia, hoje 24 de Novembro, pelas 20 horas.

quarta-feira, novembro 23, 2005

uma flor para... a cecília

parabéns minha querida amiga, muitas felicidades por este dia luminoso

a suavidade do erotismo

São eróticos os mais belos textos escritos pelo homem, pois o erotismo faz parte do sentir mais profundo do ser humano. Em prosa, em verso ou em imagem toda a suavidade do sentir e do querer


Pura curiosidade

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É inacreditável como, com a ajuda de uma boa dose de curiosidade, podemos realizar as mais escondidas fantasias que povoam nossos sonhos. Certa vez eu e minha mulher Sally estávamos num barzinho muito conhecido em nossa cidade, acompanhados de alguns amigos comuns. Como chegamos cedo, logo nos sentamos para bebericar umas cervejas e acompanhar a música ao vivo. Em pouco tempo o ambiente começou a ficar lotado com muita gente jovem e bonita. Notei que Sally, com seu corpo escultural, seus 40 aninhos e sua beleza morena radiante, chamava muito a atenção.

Lá pelas tantas, aproximou-se de nós um rapaz de nome Tom, aparentando 30 anos, muito simpático, convidando-se para nos acompanhar à mesa, já que dispúnhamos das últimas cadeiras vagas. Concordei, e ele nos apresentou sua acompanhante, Kim. Meu amigo... A garota deveria ter uns 25 anos, mas era de uma beleza ao mesmo tempo sensual e infantil. Moreníssima de sol, lábios carnudos cor de mel, como que imploravam por chupar um pau. Os olhos eram negros, e o corpo era de adolescente. Trajava um microvestido que deixava à mostra sua barriguinha bem-feita.

Ficamos na mesa conversando, e a simpatia do casal era tão cativante que, por muitos minutos, deixamos as outras pessoas na mesa a sós. Conversamos sobre tudo, nossas vidas, o que fazíamos, e o tema começou a ficar ao mesmo tempo alegre e íntimo. Tom pediu licença para conversar com outros amigos que haviam chegado e se ausentou da mesa por alguns instantes. Nisso, Kim principiou a conversar animadamente com Sally, enquanto eu bebia mais uma cerveja. Após algum tempo, Sally me puxou discretamente, dizendo-me que a sua nova amiga era "superlouca", e lhe havia perguntado se nós gostávamos de sexo em grupo. Meio assustada, minha mulher disse que sim, apesar de nunca havermos praticado tal experiência. Eu sentia que, apesar de ser recatada, Sally se encontrava excitada com a situação inesperada.

Tom voltou à mesa, quando as duas nos falaram que iriam ao toilette. Assim que Sally se levantou da mesa, Kim a agarrou pela cintura, brincando que ambas não precisavam de nós para se divertirem. Meu pau endureceu na hora, ao ver as duas abraçadinhas.

Ao voltarem, minha mulher estava estranhamente excitada. Perguntei o que havia, e ela me disse que Kim nos convidara para conhecermos sua casa. Rapidamente, desvencilhei-me dos meus outros amigos e seguimos o carro de Tom até a casa de Kim, uma vivenda de três andares, muito bonita. A casa estava deserta, pois seus pais se encontravam em viagem de férias.

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terça-feira, novembro 22, 2005

um detalhe...

uma maravilhoso detalhe numa quinta tradicional, escoar a água com arte

coleccionar com doçura

Coleccionar, juntar e encontrar elos de comunhão entre as peças sempre foi aliciante para o ser humano. O coleccionismo de pacotes de açúcar colocou esse anseio ao alcance de toda a gente


Estrelinhas

Está fortemente arreigado nos hábitos dos portugueses o cerimonial de “tomar um café”, nas mais variadas designações: um café, um cafézinho, um cimbalino, uma bica; e nas mais diversas formas de apresentação: normal, curto, italiana, bem cheio, em chávena escaldada, cortado, carioca, garoto, pingado, com cheirinho...

Tomamos café como finalizar de uma refeição, para nos descontrair, para obtermos uma maior concentração, para nos mantermos despertos e atentos ou, então, quando não sabemos o que fazer no momento.

Complemento indispensável para um bom café é o pacote de açúcar, salvo para os auto-designados ”connaisseurs” que tomam o café sem açúcar, para melhor apreciarem o sabor do “ouro negro”.

A questão que hoje aqui apresento é “quantos dos milhares de bebedores diários de café vão além do gesto maquinal de abrir o pacote e açucarar o mesmo e apreciam a pequena peça de papel que contém o dulcíssimo ingrediente?”.

Se o fizessem ter-se-iam apercebido do maravilhoso conjunto de seis pacotes de açúcar fornecidos pelos Cafés Delta e alusivos à “Feira das Estrelinhas”, organização do Associação “Novo Futuro” que tem a seu cargo crianças e jovens que foram privados de um ambiente familiar estável.

Transcrevo aqui o que diz uma das estrelinhas que figuram num dos pacotinhos: “A Inês veio morar com a Associação Novo Futuro quando tinha 8 anos. Veio porque o padrasto abusava sexualmente dela. Aqui, a Inês descobriu uma família que faz tudo para que ela seja feliz. Ajude-nos a por brilho nos olhos de estrelinhas como Inês”

segunda-feira, novembro 21, 2005

uma lágrima

uma lágrima com odor a rosa da sua cor vestida

espaço de poetar

Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento


Encantamento

Naquele fim de tarde de tamanho encantamento
Quando o sol desenhava arabescos no sadino leito
Em terras da romana salatia senti contentamento
P’la visão de esbelta mulher, de corpo tão perfeito.

O doce olhar encurtou distâncias, doirado caminho
Sonhos nas asas de airosas cegonhas que esvoaçam
Pintando círculos de luz como as velas do moinho
Seguindo o caminho dos sinais que no rio acima passam.

Os rosados lábios calam o que os olhos teimam afirmar
Cúmplices das palavras que não são ditas mas sentidas
Que as esguias mãos num gesto expressivo deixam escapar

Numa tentação de moira encantada que do rio se abeirou
Seguindo o sonho de imagens por tantas vezes repetidas
Na mais afectuosa e doce partilha aqui me ofertou.

domingo, novembro 20, 2005

janela em murfacém

uma janela e uma goteira são imagem de um património cultural ímpar

sentir o povo que vive

O Fotógrafo e a Escritora reencontram-se na calçada que percorrem tranquilamente. Ele escreve sentires com cada clique de sua câmera fotográfica. Ela, cria as mais belas imagens com um singelo movimento dos cílios


Dia da Consciência Negra

Do pensamento histórico rapidamente, a Escritora e o Fotógrafo, desceram à realidade ali presente, no viver das gentes recifenses. Caminharam lado a lado, como tantas vezes faziam, numa comunhão perfeita dos pensares e dos sentires.

_Querida Escritora... hoje é dia de folgar!
_É verdade... que tal irmos até à Praça do Arsenal, viver a maravilha que assistir ao trabalho de mais de centena e meia de artesãos com os seus produtos em exposição...
_Domingo da minha cidade, Domingo na Rua
_Vamos ver o tanto que as cidades do interior têm para nos oferecer...


A Praça do Arsenal estava festivamente engalanada de muita cor e luz, enquadrando mais de uma centena e meia de quiosques, tendas e biombos, onde artesão vindos do interior do Estado Pernambucano expõem o fruto do seu labor, ao mesmo tempo que “ao vivo” dão aso à sua imaginação criando ali mesmo as suas peças de artesanato.

Vende-se, igualmente, produtos da terra que são trazidos dos cultivos de zonas do interior e que ali são apresentados em toda a sua frescura, com colorido exótico e atractivo que leva a um autêntico engarrafamento nas compras em muitos dos quiosques.

Mas também, em pequenas cozinhas improvisadas são preparados estranhos petiscos para o sentir do Fotógrafo, que não da Escritora que a eles está acostumada. Os odores são extremamente aliciantes...

_Só com estes cheiros me sinto inebriado, querida amiga!
_Vamos ter que provar isto tudo, hahahaha
_Sim! Vamos, até porque sinto ânsias de degustar uma refrescante caipirinha...
_Duas...

Na realidade, a Primavera tropical que já termina, com o Verão aqui tão perto, é um convite permanente à boa disposição, ao caminhar despreocupado, ao degustar de uma refrescante caipirinha bem saborosa a lima, como só o povo recifense sabe preparar.

_Querido Fotógrafo, sabe que ainda gostaria de o levar até ao Pátio do Carmo, pois realiza-se hoje por lá um “Show da Consciência Negra”...
_Vamos até lá sim! Tema interessante esse....
_Sabe? Hoje mesmo é o Dia da Consciência Negra.

sábado, novembro 19, 2005

esplendor nocturno

ao crespúsculo e pela noite fora da cor ao pensamento, ilumina o caminho a seguir

a brasileira do chiado – 100 anos

Comemora-se hoje, 19 de Novembro de 2005, o Centésimo Aniversário do café A Brasileira do Chiado, local de culto do cafézinho e de dois dedos de conversa, situado na Rua do Carmo no coração da Baixa lisboeta.

Fundado por Adriano Teles, regressado à época do Brasil onde se transformara no maior exportador de cafés do País Irmão, constituía uma das diversas unidades que constituíam a sua cadeia de cafés, primeiros passos de um negócio de “franchised” já no início do século passado.

Notícia tenho da existência de estabelecimentos similares das cidades do Porto e de Coimbra, mas possivelmente, outros teriam existido.

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A origem do termo tão lisboeta para significar “café em chávena”, isto é, a BICA, é ainda polémica a forma como foi criado, existindo pelo menos três versões: uma que circula como história do anedotário tradicional, outra como conta o seu actual proprietário, o senhor Jaime Silva, e uma terceira versão como ouvi, de mesa para mesa, a um ancião frequentador de A Brasileira, de outros tempos.

A primeira versão reza assim: “Quando apareceram as máquinas de café, uma beberagem amarga e ainda pouco nos costumes dos portugueses era servida na Brasileira do Chiado. Para que os seus clientes se habituassem ao que viria ser, anos mais tarde, um autêntico culto, culto altamente lucrativo, com margens de ganho superiores a 100%, colocou um cartaz que dizia:

BEBA ISTO COM AÇÚCAR, logo surgiria o termo B.I.C.A.


A versão do actual proprietário, senhor Jaime Silva, reza assim: “Um dia os clientes estavam a queixar-se de que o café não estava com o sabor habitual. Adriano Teles virou-se para o empregado de mesa e diz-lhe para trazer uma “bica”, querendo significar que a chávena de café deveria ser cheia a partir da bica do saco e não da cafeteira para onde era normalmente transvasado o café para ser servido. Assim não houve perca de sabor e de aroma pelo que os clientes passaram a pedir uma “BICA”.

Por fim, a conversa que tive oportunidade de escutar, pois quer queiramos quer não, sempre somos levados, numa ou noutra circunstância a ouvir o que se conversa na mesa ao lado no restaurante onde vamos almoçar, especialmente, se ouvimos uma palavra ou uma frase chave de um tema que nos interessa. Foi o caso. E a frase chave “sabes qual a origem do nome bica dado a uma chávena de café?”. Pois fiquei atento. Então ouvi o desenvolver de uma teoria feito por um homem já idoso, talvez nos seus 70 anos. Foi uma explicação quase técnica que vou procurar reproduzir.

“Noutros tempos o café era preparado nas chamadas cafeteiras onde a água fervente dissolvia o café moído, outras vezes a cevada, para o chamado “café de cevada”. Preparava-se, então, uma beberagem onde o café não dissolvido se formava nas chamadas “borras”, tão amargas e tão incómodas. Mais tarde, para resolver esse problema surgiram os “sacos” porosos que serviam para coar o café, evitando, assim as borras. Ainda hoje quem aprecia o designado “café de saco” recorre a esse tipo de aparato, embora, com desenho e funções bem mais avançadas.”

E continuava o senhor idoso...

“Apareceram, depois, uns cilindros dentro dos quais o café era dissolvido, coado e pressionado. Estávamos no tempo dos antepassados do que hoje conhecemos por “café expresso”. Depois do café devidamente preparado era vertido para as chávenas, ou para os tradicionais copos de vidro grosso, através de uma bica. Daí a BICA.”

Aqui fica a minha modesta contribuição no dia em que se comemora o I Centenário de “A Brasileira do Chiado”. Que venham mais cem...


Referências
Carlos Teixeira, coleccionador de pacotes de açúcar
Sandra Cardoso, do Destak
Helena Neves, da Lusa
Beatriz, do Blogue da Batixa
Il Portogallo visto da un italiano

sexta-feira, novembro 18, 2005

janela de encantar

no voltar da esquina somos surpreendidos pelo equilíbrio entre o sentir e o pensar

recordar...

Há dias, num jantar de amigos, como muitas vezes acontece nesta época natalícia, recordei este texto que foi publicado em 2003, dava a Oficina das Ideias os seus primeiros passos nos caminhos da blogoesfera.


Um Desenho Mágico

O Tiago vive feliz nos seus quase quatro anos de idade, despreocupado e sadio. Ocupa os seus tempos diários entre a ida para a ama, ao cuidado de quem fica enquanto os pais vão para o trabalho, e o convívio familiar, muitas das vezes na companhia da sua irmã mais velha.

Bem cedo surpreendeu seus pais e familiares com a destreza com que pegava num lápis de carvão e fazia riscos numa folha de papel. A cor pouco lhe dizia, era mais o contraste dos riscos negros com a alvura do papel. Com o tempo, passou a cruzar os riscos uns com os outros, a dar alguma forma aos desenhos, simples mas que para o Tiago já teriam algum significado, pois ficava tempos infinitos a olhar para eles.

De todas as tarefas escolares era, sem dúvida, “os riscos e os rabiscos” aquela que mais o encantava e atraía, pois embora aplicado nas outras áreas da aprendizagem, algo o chamava para o desenho. Algo procurava nos desenhos. Ficava horas a fio, na companhia da sua irmã mais velha ou dos colegas, a desenhar.

Passado algum tempo descobriu a cor. Foi uma descoberta importante e esplendorosa quando sentiu que além de modificar o aspecto do papel quando nele traçava riscos de carvão, poderia também dar vida às formas embrionárias e muito simples que desenhava.

O azul forte, cor do mar que ele tanto gostava, especialmente, nos dias de Verão para dar mergulhos atrás de mergulhos, passou a ser a cor da sua preferência. Procurava, de igual forma, encontrar lápis de cor que dessem a tonalidade da pele, difícil hem?, com os quais procurava pintar os rostos de pessoas cada vez mais presentes nos seus desenhos.

De descoberta em descoberta, de risco em risco, de lápis de cor em lápis de cor, o Tiago foi desenhando de forma cada vez mais perceptível para os outros. A ama chegou a comentar para seus pais “Tem muito jeito para pintar... e fá-lo sempre tão concentrado!”.

Era uma concentração algo estranha, pois o Tiago, além de desenhar e pintar as figuras humanas que ia criando, ficava horas e horas apreciando o resultado do seu labor, como na procura de encontrar algo mas que ainda não tinha conseguido vislumbrar.

Um dia começou a nomear as figuras que desenhava: “Esta és tu mamã.... e este és tu Papá!”. Depois o tio, a irmã, a avó, enfim toda a família ia sendo retratada. Os olhos de Tiago brilhavam de contentamento sempre que a sua mãe ou seu pai reconheciam num dos desenhos do Tiago um ente familiar.

Uma outra paixão que o Tiago sempre tinha era pelos bebés recém-nascidos. Quando visitavam algum casal amigo, em visita de parabéns pelo feliz acontecimento, o Tiago exultava de alegria e observava atentamente o bebé, como se pretendesse compreender o mistério do nascimento.

Agora que se vive a magia do Natal, a magia do nascimento do Menino Jesus, uma centelha luminosa parece ter dado novos entendimentos ao Tiago. Um dia, encheu-se de coragem e questionou a mãe que tanto o acarinha e compreende sobre algo em que há muito meditava: “Mamã... foste tu e o papá que fizeram o meu desenho? Foste tu e o pai que me pintaram? Pintaram as minhas orelhas? O meu nariz? A minha boca?”. Perante o espanto de sua mãe ainda acrescentou: “Fizeram o desenho e, depois, eu saí do papel...”. “Foi assim, também, que aconteceu com o Menino Jesus?”.

O Tiago com imaginação e fantasia tinha encontrado a “sua” solução para o mistério da procriação. Para ele, está perfeitamente explicada a forma como os bebés vêem ao Mundo.

quinta-feira, novembro 17, 2005

mar da caparica

mar maravilhoso onde o nosso olhar se espraia na procura da tranquilidade

minha terra é meu sentir

Caparica mais do que uma terra é um Povo. Gente que construiu vida entre o mar e a floresta em diversificado labor. Da sua vivência aqui se regista testemunho


Uma postura para proteger o colmeal

Do “Boletim de Fontes Documentais” editado anualmente pela Câmara Municipal de Almada retirei uma “Postura da Camara da villa de Almada”, datada de 1750, e que tem o número de referência 115, mantendo a grafia original:

“Postura que nenhuma pessoa não arranque, nem corte matto nem cepa, nem esteva dois tiros de besta ao redor das cilhas em que estiverem colmeyas.

Acordarão os ditos officiais e homens bons e puzeram por postura que por verem o grande dano que se fazem nas colmeyas por cauza de ao redor das cilhas aonde ellas estão se arrancar cepa de esteva, e cortar matto pella qual razão vão as ditas colmeyas em muita diminuição e ha muitas menos das que antigamente havia na Charneca do termo desta villa o que he em grande prejuizo dos moradores, e muito grande dano que se recebe nas ditas colmeyas querendo a isso prover mandarão que daqui em diante nenhuma pessoa corte matto, nem arranque cepa, nem esteva dois tiros e besta, ao redor donde estiverem cilhas que tenhão colmeyas que passe de oito cortiços povoados sob penna do que o contrario fizer e se lhe provar ou for achado cortando, ou arrancando cepa, esteva, ou matto por cada ves mil reis e da cadeya, a metade para o concelho e a outra para quem o accuzar”.


A Charneca, mais tarde Charneca de Caparica, situava-se no termo geográfico da Vila de Almada e o seu nome tem origem, sem dúvida, no facto de ser um ermo exposto ao sol forte de Verão, onde se situavam dispersas algumas quintas e um ou outro casal.

Do texto também se induz a existência de algumas explorações apícolas na região que era importante preservar e de que ainda existem vestígios, mais de 300 anos passados, especialmente na zona do Cabo da Malha, em plena Mata dos Medos, onde é produzido mel de um paladar esquisito.

A referência às cepas indica, igualmente, a existência de uma produção tradicional na região, de que ainda existiam vestígios há cerca de 20 anos. Trata-se da produção vinícola, a partir de uvas de vinhas locais, que pela sua qualidade e grau alcoólico era muito apreciado em Almada, onde uma taberna de estilo anunciava todos os anos: “Vinho Novo da Charneca”. E esgotava em pouco tempo.

Uma última referência, esta generalizada a todo o Portugal de então, o elevado hábito delator da população por mor do qual obteria alguns rendimentos suplementares.

quarta-feira, novembro 16, 2005

diligência em chocolate

a arte dos chocolateiros em concurso internacional, a arte da doçura

a suavidade do erotismo

São eróticos os mais belos textos escritos pelo homem, pois o erotismo faz parte do sentir mais profundo do ser humano. Em prosa, em verso ou em imagem toda a suavidade do sentir e do querer


A tábua de queijos

A Sally havia preparado uma apetitosa tábua de queijos, óptima para ser acompanhada com um vinhinho branco seco, de origem muito especial, que um amigo nos oferecera recentemente.

Sendo muito mais agradável este tipo de repasto feito com companhia, convidámos a Katty e o Tim, amigos de longa data, que chegaram à nossa casa por volta das 22 horas.

Bem dispostos como sempre, o Tim desportivo, blusa leve e calça de linho muito justa e a Katty, vestidinho curto que ao rodar deixava ver um palmo de coxa bem feita e que no quebra luz permitia vislumbrar a tanguinha que vestia por baixo ali estavam para passarmos um pedaço da noite de forma descontraída e desinibida.

A tarde estivera abrasadora, pelo que logo que chegara a casa havia tomado um duche reconfortante e envergara, tal como o Tim, uma simples blusa e calças claras igualmente justas e reveladoras da protuberância do meu sexo.

Aliás, o comentário da Katty, sempre brejeira, não se fez esperar: " Vocês hoje parecem gémeos... pelo menos no enchumaço que têm aí à frente...".

Por seu lado a Sally vestira um cai cai e calça de ganga elástica branca que, não só punha em evidência o seu corpo bem torneado e o umbigo bem redondinho, como deixava antever a marca das cuequinhas muito reduzidas.

Música agradável que fui seleccionando acompanhava a refeição que decorria na maior boa disposição, tagarelando se um pouco sobre todos os assuntos, a actualidade, o Mundo, a praia, o bom tempo que fazia.

A determinada altura, ao regressar à sala, a Sally tinha envergado um avental muito bonito e colorido, que pôs à consideração dos presentes: " Digam lá se este avental não é tão bonito?!"

Todos concordaram, pois era realmente bonito, fora do vulgar nas suas cores e nos desenhos.

Evidentemente ninguém mudou de opinião quando a Sally, retirando se, virou as costas, deixando à vista de todos que por baixo do avental estava completamente nuazinha, não tendo sequer qualquer marca mais clara do biquini no rabinho, visto muitas vezes na praia não o usar.

Ainda fui a tempo de lhe aplicar uma palmada no dito sítio, enquanto a Sally fugia, deixando no ar espanto e excitação pelo insólito da situação.

Katty com a voz ligeiramente rouca comentou: " Hoje estão todos muito atrevidos... A mim o vinhinho já está a fazer efeito... Daqui a pouco perco a cabeça e a culpa é vossa..."

terça-feira, novembro 15, 2005

lua de novembro

na ausência da nebulosidade à época respeitante a Lua brilha no seu esplendor máximo

coleccionar com doçura

Coleccionar, juntar e encontrar elos de comunhão entre as peças sempre foi aliciante para o ser humano. O coleccionismo de pacotes de açúcar colocou esse anseio ao alcance de toda a gente


O Menino Esperança

Nariz e mãos espalmadas na vidraça da montra da loja, olhos extasiados de encantamento, o menino deslumbrava-se com tamanha luminária como os seus olhos muito negros jamais haviam visto.Dera alguns passos na direcção do desconhecido, saiu de onde nunca tinha saído, chegou onde jamais houvera chegado. O menino do bairro negro tomara coragem para vencer os seus próprios limites e ali estava vivendo uma aventura que nunca pensara lhe acontecesse.No bairro negro, nome que lhe fora dado pelos populares porque a luz nunca lá entrara e, agora, em plena invernia ainda menos, nem a televisão alguma vez fora vista pelos olhos muito grandes do menino.O que os seus olhos já viram foram terríveis armas que quando utilizadas deixavam marcas nos corpos e nas almas. Viram ambulâncias com luzes azuis horríveis que iam buscar algum dos seus vizinhos mais velhos. Viram sofrimento, tanto sofrimento que o menino sempre pensou ser essa a forma normal de viver.Agora ali na montra da loja viu muita luz e muita cor, viu figuras ternas em barro esculpidas, viu o menino Jesus, e recordou que há tempos que agora lhe pareciam uma eternidade a sua mãe assim lhe chamara num momento de maior carinho.

Muitos doces em embalagens festivas. Muitos chocolates de que já ouvira falar mas nunca havia provado. De dentro da loja vinha um ar quentinho daquela bebida fumegante que via os mais velhos a beberem. Entrou...

O senhor que estava por detrás do balcão estendeu-lhe a mão e ofereceu-lhe um pequeno pacote, um pacote de açúcar. O menino encantou-se com a imagem que via. Um anjo, estrelas, os Reis Magos e um menino como ele. E viu a Esperança...O Mundo pode ser muito melhor se tivermos a coragem de dar um passo curto que seja mas na direcção certa.

segunda-feira, novembro 14, 2005

mar de outono meado

mar "macho" no dizer dos pescadores é belo e inspirador de poetas e de artistas

espaço de poetar

Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento


A Rota do Andarilho

Rosto marcado no sofrer de um sonho destruído
Olhos cavados, baços, lágrimas secas desde há muito
Em vigílias passadas com a mente agitada e febril
Tentando fugir da realidade implacável e cruel.

Vivendo o sonho, imagens perfeitas e harmoniosas
Julgando infindável a capacidade de amar e o ser amado
Caminhando tortuosos rumos, evitando a desilusão
Atinge o infinito onde a clarividência é soberana.

Onde olhando para trás não destingue o caminho percorrido
O andarilho vê-se descalço, nu e sem imaginação
A realidade é, então, fria, crua, verdade simplesmente
Não lhe sendo dada possibilidade de corrigir os erros cometidos.

Iniciada a fase de destruição do pensamento
Os sonhos são desfeitos para dar corpo à realidade
A mente tenta fixar o pormenor da felicidade que se dilui
O rosto apresenta sinais de fadiga e de desespero.

domingo, novembro 13, 2005

gravatas há muitas...

mas jantar no "gravatas" é algo de extraordinário, digno dos apreciadores da cozinha das antigas tascas

sentir o povo que vive

O Fotógrafo e a Escritora reencontram-se na calçada que percorrem tranquilamente. Ele escreve sentires com cada clique de sua câmera fotográfica. Ela, cria as mais belas imagens com um singelo movimento dos cílios


Domingo na Rua

O tempo passou sem sentirem. O sol já se pusera há muito. A iluminação pública deu um ar festivo à calçada que se animou com gente que parava a apreciar um espectáculo de rua aqui, um homem de andas ali mais adiante. A Escritora e o Fotógrafo dirigiram-se tranquilamente até a parque de São Pedro. A cada momento esperavam ver surgir um animado grupo de “forró-pé-de-serra”.

_Que tranquilo fim de tarde!
_Que tranquila é a tua companhia...


Ainda traziam na memória a monumentalidade do Recife de tal modo ficaram impressionados com a vista aérea de toda a cidade do Recife que cobre integralmente uma das paredes do Café Cantral, donde haviam saído. Seus pensamentos ficaram entregues a maravilha que é construir e acreditar em um novo mundo, fraterno e justo!

Recife cidade de encantos, conhecida como “Veneza Brasileira”, também o será da América do Sul, devido aos muitos canais que a cruzam, poder-se-ia chamar também “Amsterdão do Brasil” pela influência de Maurício Nassau, comandante das tropas holandesas e governador-geral da então Nova Holanda.

Decidido a tornar a capital pernambucana numa urbe moderna e bela mandou drenar terrenos, construir canais, diques, pontes, palácios, jardins, um museu natural e um observatório astronómico. O traçado urbanístico da cidade, especialmente, os bairros de Santo António e de São José, muito deve a este holandês que permitiu a liberdade religiosa na região.

Do pensamento histórico rapidamente, a Escritora e o Fotógrafo, desceram à realidade ali presente, no viver das gentes recifenses. Caminharam lado a lado, como tantas vezes faziam, numa comunhão perfeita dos pensares e dos sentires.

_Querida Escritora... hoje é dia de folgar!
_É verdade... que tal irmos até à Praça do Arsenal, viver a maravilha que assistir ao trabalho de mais de centena e meia de artesãos com os seus produtos em exposição...
_Domingo da minha cidade, Domingo na Rua
_Vamos ver o tanto que as cidades do interior têm para nos oferecer...

sábado, novembro 12, 2005

ginjinha e chocolate

beba a ginja em chávena de chocolate e no fim coma a chávena

o mistério e a fantasia

Mitos e lendas, ou simplesmente uma curiosidade, a que o Povo dá dimensão de universal sentir e a Ciência procura a explicação que nem sempre é conseguida


Símbolos
O ser humano sempre se interessou, desde os tempos imemoriais, pelo significado dos símbolos e o pelo modo como influenciam a sua vivência. Transcrevemos aqui uma dessas sistematizações.

- PUNHAL (21/03 a 20/04)
- COROA (21/04 a 20/05)
- CANDEIA (21/05 a 20/06)
- RODA (21/06 a 21/07)
- ESTRELA (22/07 a 22/08)
- SINO (23/08 a 22/09)
- MOEDA (23/09 a 22/10)
- ADAGA (23/10 a 21/11)
- MACHADO (22/11 a 21/12)
- FERRADURA (22/12 a 20/01)
- TAÇA (21/01 a 19/02)
- CAPELA (20/02 a 20/03)

PUNHAL (21/03 a 20/04)
O Punhal é a imagem da luta e vontade de vencer. Representa honra, vitória e êxitos. Os ciganos também usavam o punhal para abrir matas, sendo então, símbolo de superação e pioneirismo. A pessoa sob esta influência é uma pessoa irrequieta, firme e dona de si. Ousada, tem uma personalidade forte e odeia ser subestimada. Quando isso ocorre, torna-se agressiva. Ama demais, é fiel e adora sexo. Não é económica, mas sabe controlar o dinheiro. Sai-se bem em desportos, artes marciais e cargos de chefia e liderança.

COROA (21/04 a 20/05)
Relaciona-se ao ouro e a nobreza. É símbolo de amor puro, força, poder e elegância, o que torna a pessoa desse elemento valorizada e importante. A pessoa sob esta influência luta pelo que quer, pois a estabilidade financeira lhe é fundamental. Nasceu para administrar e querer ser dona do seu próprio trabalho. É fiel no amor, sensível e não suporta que brinquem com os seus sentimentos. Gosta das artes e tem grande criatividade para trabalhar nesse sector.


CANDEIAS (21/05 a 20/06)
Representa as luzes e a verdade, portanto a sabedoria e a clareza de ideias. As candeias eram usadas para iluminar os acampamentos. Também simbolizam a esperteza e a vivacidade. A pessoa sob esta influência é comunicativa e tem uma inteligência brilhante fazendo muitos amigos. Adora estudar e pesquisar, principalmente o que se relaciona com ela mesma. É romântica e nunca desiste de uma conquista, mesmo que não se envolva por completo. Quando quer algo, consegue.


RODA (21/06 a 21/07)
Por representar o ir e vir e estar relacionada à Lua, pela sua forma arredondada, as pessoas regidas por este signo tem uma forte ligação com as mulheres e gestantes em geral. A emoção é a palavra que traduz a sua maneira de ser. A Roda move a sua vida na alegria e na tristeza. É dócil e tranquila, mas, quando se irrita, "sai de baixo!". É um pouco insegura e tem uma certa tendência à nostalgia. Ama com intensidade e sente muito ciúme.

ESTRELA (22/07 a 22/08)
A estrela cigana possui seis pontas, formando dois triângulos iguais, que indicam a igualdade entre o que está acima e o que está abaixo. Representa sucesso e evolução interior. A pessoa que nasce sob esta influência é optimista e "alto astral", nasceu para brilhar. Vive a vida intensamente e tem um talento especial para atrair as pessoas. Vive rodeada de amigos, mas tem a mania de querer que tudo seja como deseja. Conseguirá óptimas oportunidades como actriz, dançarina, modelo, cantora, etc.

SINO (23/08 a 22/09)
Exactidão e perfeição. Nos séculos passados, o sino era usado como relógio, e os ciganos associaram-no à pontualidade, à disciplina e à firmeza. A pessoa sob esta influência é bastante organizada, ambiciosa, e supera sempre as suas próprias expectativas. Acha que a vida é para ser aproveitada nos mínimos detalhes, porém, com consciência e sem exageros. Muito inteligente, analisa e critica tudo o que está ao seu redor. Dá-se bem a trabalhar em administração.


MOEDA (23/09 a 22/10)
A moeda é associada ao equilíbrio e à justiça e relacionada à riqueza material e espiritual, que é representada pela cara e coroa. Para os ciganos, cara é o ouro físico, e coroa, o espiritual. A pessoa sob esta influência é sensível, charmosa, vive de amores e sentimentos. Tem de estar apaixonada sempre. As atenções voltam-se para si facilmente. Tem talentos artísticos e decorativos. Adora ajudar as pessoas e vive para isso. Razão pela qual está sempre cercada de amigos e companheiros.


ADAGA (23/10 a 21/11)
A adaga é entregue ao cigano quando ele sai da adolescência e ingressa na vida adulta. Por isso, é associada também à morte, ou seja, às mudanças necessárias que a vida nos oferece para crescermos. A pessoa sob esta influência tem um temperamento forte e enigmático, torna-se irresistível e respeitada. Possui uma mente analítica, percebendo tudo o que está ao seu redor. Procura sempre aprofundar-se no que está à sua volta, seja no amor ou no trabalho. Ama de maneira sensual e arrebatadora.

MACHADO (22/11 a 21/12)
O machado é o destruidor de bloqueios e barreiras. Ele simboliza a liberdade pois rompe com todas os obstáculos que a natureza impõe. A pessoa sob esta influência tem a liberdade como preferida. Aventureira, jamais permanece parada num só lugar. É como o vento, que tudo toca, em tudo está, mas em nada fica. Optimista, até as dores para si são sinais de alegria. Apaixona-se e desapaixona-se facilmente. Dá-se bem com trabalhos sem rotinas em que possa aprender sempre.

FERRADURA (22/12 a 20/01)
A ferradura representa o esforço e o trabalho. Os ciganos têm a ferradura como um poderoso talismã, que atrai a boa sorte e a fortuna, e afasta o azar. A pessoa sob esta influência tem bom senso, às vezes até se torna séria demais. Tem, então, de se soltar um pouco mais. Raramente, confia em alguém. Procura amores estáveis e concretos.. Pretende casar e ter filhos. É completamente familiar, ama os poucos amigos que tem e dedica-se à profissão.

TAÇA (21/01 a 19/02)
É união e receptividade, pois qualquer líquido cabe nela e adquire a sua forma. Tanto que, no casamento cigano, os noivos tomam vinho numa única taça que representa valor e comunhão. A pessoa sob esta influência sente uma grande preocupação com os assuntos à sua volta. Inteligente, humana, inquieta, tem vários amigos sinceros. Original, está sempre a inovar. Vive
em busca da felicidade. No amor, aprecia a sinceridade e a fidelidade.


CAPELA(20/02 a 20/03)
Representa o grande Deus. É sinal de religiosidade e fé. É o local onde todos entram em contacto com o seu Deus interior e onde desperta a força e o amor. A pessoa sob esta influência é emotiva, sensível, leal, justa, espiritualizada e sonhadora. É o próprio amor encarnado. Tem muita força espiritual e dons para a clarividência. Ama cegamente e, às vezes, desilude-se. É romântica e carinhosa. Quanto ao trabalho, gosta de tudo o que se relaciona com ajudar o próximo.

sexta-feira, novembro 11, 2005

castanhas assadas

bem quentinhas a sairem do assador são agradáveis e reconfortantes

tradição e cultura popular

A tradição resulta da memória colectiva de um Povo, autêntico património invisível que se transmite entre gerações e representa o mais elevado expoente da cultura popular. Aqui se deseja dar conta desse repositório


“No Dia de S. Martinho vai à adega e prova o vinho”

No falar do nosso Povo é neste dia, 11 de Novembro de cada ano, que as famílias se juntam para saudar a chegada do tempo frio, da invernia, da época de recolhimento. As vindimas já lá vão e o vinho mais temporão já poderá ser provado. Contudo, muito caminho deverá ainda ser percorrido para que o maravilhoso néctar das uvas pisadas possa ser degustado na sua total plenitude.

Nos meios rurais terminaram os trabalhos agrícolas, sendo tempo de aproveitar das colheitas, dos frutos e do vinho, sendo época de exuberância familiar e comunitária, época de folgar, com uma ajuda a propósito do delicioso néctar.

Se já fez frio, nas terras mais serranas, então a água-pé, elaborada com o destino do S. Martinho festejar já poderá ser devidamente apreciada. Caso contrário, há sempre o recurso à jeropiga e ao abafadinho. As vitualhas da tradição são as sardinhas, que já não pingam no pão, e quantas vezes não são das de conserva em barrica, e as castanhas, assadas, cozidas com erva doce e as “quentes e boas”, assadas no forno sem qualquer corte.

A lenda de S. Martinho tem mais a ver com as condições climatéricas da época, o chamado Verão de S. Martinho, do que com as comezainas que lhe estão associadas. Conta a lenda...

Num dia tempestuoso regressava Martinho, valoroso soldado romano, à sua terra natal, montado a cavalo e agasalhado com uma pesada capa usada pelo exército de Roma. Na curva de um caminho deparou-se com um mendigo quase nu, tremendo de frio, enregelado, que lhe estendia a mão suplicante. Martinho sem hesitar parou o cavalo, e não tendo qualquer outro recurso disponível, rasgou a sua própria capa de militar, cedendo parte ao mendigo para que se cobrisse e protegesse. Subitamente, a tempestade desfez-se, o céu ficou límpido e um sol de Verão inundou a terra de luz e calor, e para que para sempre se recorde esta atitude do soldado Martinho, todos os anos, nessa mesma época, cessa por alguns dias o tempo frio e o céu e a terra sorriem com a benção dum sol quente e miraculoso. O soldado foi mais tarde canonizado como S. Martinho.

Festejar o S. Martinho na boa companhia do Baco e do Agostinho (o de Viena de Áustria pois claro) resulta sempre numa degustação ímpar.Aqui ficam algumas quadras de "pé quebrado", inéditas e populares, que o pessoal da Oficina das Ideias deseja convosco partilhar:

(de Thereza)

S. Martinho não se cansa
De alegrar o Zé Povinho
Quando Baco entra na dança
E prova um copo de vinho

É dia de S. Martinho
Almada vai festejar
Abre a adega e prova o vinho
Que aroma! Que paladar!

Com tantos anos vividos
S. Martinho ao acordar
Desperta os cinco sentidos
E vem o vinho provar


(do Vicktor)

No dia de S. Martinho
A tradição em Almada
Na adega prova o vinho
E castanha bem assada

No dia de S. Martinho
P’ra celebrar com amigos
Da adega vem o vinho
Castanhas, nozes e figos.

E agora... o Natal está à porta. Como diz o nosso Povo: "dos Santos até ao Natal, é um saltinho de pardal!"

quinta-feira, novembro 10, 2005

estrelícia de saudade

trazida da Madeira nos anos 80 do século passado sempre nos brinda com novos "rebentos"

novos apontadores de leitura (links)

De acordo com os critérios editoriais desta Oficina criamos, frequentemente, novos apontadores e leitura. Três razões fundamentais nos levam a essa decisão:
1 – Pela qualidade extraordinária que encontramos em determinado blogue, de acordo com a nossa avaliação pessoal;
2 – Como reconhecimento aos comentários que são deixados nos posts da Oficina das Ideias;
3 – Em resultado da permuta de indicadores de leitura.

Damos conta, de seguida, de alguns dos mais recentes, solicitando a todos os companheiros da blogoesfera que estando abrangidos pelos critérios referidos não tenham o respectivo indicador de leitura na Oficina que nos façam chegar essa informação.

Amante da Poesia, de Amante da Poesia - "A desígnio deste humilde blog é divulgar a poesia dos poetas lusófonos. Sejam muito bem-vindos..."

Linguagem das Flores, de Jacky e outros

Portugal Rádio CB, de Luís Forra

Devaneios da Dada, de Pat - "Um pouco da minha loucura"

quarta-feira, novembro 09, 2005

fragmento

um fragmento que serve de cortina a um pensamento erótico

a suavidade do erotismo

São eróticos os mais belos textos escritos pelo homem, pois o erotismo faz parte do sentir mais profundo do ser humano. Em prosa, em verso ou em imagem toda a suavidade do sentir e do querer


Noite de Fim de Ano

...............

Sempre no desejo da chegada do Sam, que sabiam, contudo, que não se verificaria antes das 23 horas, sentaram‑se comodamente defronte do aparelho de TV vendo a programação especial que a emissora ia debitando.

O calorífero ligado, tornava o ambiente mais cálido, a que o vinhinho branco da refeição e o doce licor digestivo dava ajuda para afoguear os rostos e toldar ligeiramente o pensamento introduzindo mais uma pitada de desinibição.

A Sally já com muito calor propõe‑se despir os "collants" para o que levanta a saia descontraída e despudoradamente, efectuando a operação.

Do que se não livrou foi do comentário jocoso da Katty: "‑ Tens umas cuequinhas muito reduzidas... isso deve pôr o Sam completamente louco!" "‑ Podes crer que sim e hoje vai ficar mais do que nunca... apetece‑me muito!"
"‑Já vejo que estou a mais..." comentou Katty com voz rouca e com muito pouca vontade de abandonar o local onde se encontrava.

"‑ Nem penses querida, nunca senti isso em relação a ti... o que pode acontecer é teres um inesperado "show" erótico em início de novo ano, o que não é um mau começo..."

A tagarelice continuou, intervalada com alguns silêncios para prestarem atenção às partes mais interessantes do programa de fim‑de‑ano, bem regada com o licor que aquecia cada vez mais os corpos.

Sugestionadas pelo espectáculo que a televisão ia transmitindo e que continha elevada carga erótica, propuseram despir algumas peças de roupa o que veio deixar ambas somente envergando minúsculas cuequinhas e os "soutiens" a condizer em tamanho e transparência.

Quase que num desafio às artistas que iam passando pelo pequeno "écran" ensaiaram alguns passos de dança ao som da música ambiente, com longos requebros de ancas, com eróticos trejeitos dos rabinhos mal cobertos pelas cuequinhas que com todo este movimento se introduziam atrevidamente nos reguinhos.

A excitação era cada vez maior e a Sally não resistiu à tentação de passar as suas mãos carinhosamente pelas costas nuas de Katty, deixando‑as descair até à doce curvatura das nádegas.

Katty não pode deixar de retribuir tamanha ternura, o que faz de forma quente e excitada deixando pousar seus lábios nas maminhas de Sally, donde o "soutien" já fora retirado.

...............

terça-feira, novembro 08, 2005

marcas do passado

fontes de riqueza e de alimento estão hoje abandonados e degradados

coleccionar com doçura

Coleccionar, juntar e encontrar elos de comunhão entre as peças sempre foi aliciante para o ser humano. O coleccionismo de pacotes de açúcar colocou esse anseio ao alcance de toda a gente


O Associativismo e o CLUPAC

Desde tempos imemoriais, desde que existe rasto histórico da existência do ser humano no planeta Terra, encontram-se referências a formas de associativismo entre os homens, primeiro num modo extremamente insípido, depois, gradualmente, segundo métodos cada vez mais estruturados e organizados.

É o antiquíssimo lema “a união faz a força” na sua expressão mais conseguida.

Esta é uma questão recorrente que sempre se apresenta quando o objectivo de discussão ou de simples conversa é a razão, qual a necessidade, que faz juntar os homens para a defesa ou para o desenvolvimento e dignificação de uma actividade comum que os une.O que nos primórdios da vida humana era a própria preservação dessa vida, na luta contra a agressão de predadores e das próprias forças descontroladas da Natureza passou, com o decorrer dos tempos, a ter objectivos económicos e sociais. Podemos recuar nos tempos, à época das mutualistas do século XIX, ou até a épocas mais remotas, há mesmo quem defenda à origem do ser humano, para encontrar a génese do associativismo. Sempre que o Homem sentiu que isolado não conseguiria resolver uma dificuldade, juntou-se a outros homens desejosos de resolverem problemas idênticos.

Em fases mais avançadas da Civilização foi no associativismo que o Homem agregou forças para acções tão violentas e penosas como foram as grandes aventuras marítimas dos séculos XV e XVI. Mais recentemente, aquando dos importantes surtos migratórios especialmente para o Brasil, para os Estados Unidos e para França, foi nas associações regionalistas que os portugueses encontraram o conforto para a enorme saudade provocada pela ausência das suas terras natais.

Mais recentemente, foi nas associações, nas colectividades e cooperativas, que se procurou refúgio para o desenvolvimento cultural e social a que o Estado Novo se opunha com toda a violência ditatorial. Foi o grande desenvolvimento do movimento associativo que ainda hoje é de grande intensidade nas regiões mais perseguidas pelo Estado Novo.

O associativismo é, hoje em dia, um importante movimento a nível planetário. Desde que se encontre algo que una as pessoas nos seus interesses de cariz cultural, desportivo e recreativo, existem condições para numa forma superior de organização, o associativismo, onde as pessoas conjugam os seus esforços e anseios para melhor conseguirem atingir os objectivos comuns.

Na sua expressão mais perfeita, cada um coloca as suas capacidades e saberes individuais ao serviço da colectividade, onde vai, em contrapartida, usufruir de resultados de uma mais elevada qualidade que de outra forma não conseguiria.

O espírito associativo contraria de forma determinante os aspectos mais degradantes da condição humana que se consubstanciam no egoísmo. Uma contribuição importante para a melhoria do ser humano integral. Mas... e a tão falada “crise do associativismo”? Há quem defenda que o associativismo atravessa ciclicamente épocas de dificuldades. Outros, que a crise não se situa no associativismo mas no dirigismo associativo nos termos em que hoje se apresenta. A maioria defende que o associativismo, propriamente dito, não está em crise.É complexa, realmente, a situação. Não se deverá tomar uma posição de forma leviana sem pesar todos os condicionalismos e envolventes. Para isso, continuam a realizar-se amiúde debates e colóquios sobre o tema na procura de objectividade nas conclusões.Uma das razões que historicamente levou o Homem a unir esforços, a congregar o seu saber e a sua acção à volta de objectivos comuns, foi o espírito de solidariedade. Donde, a questão para a qual urge encontrar uma resposta é: Hoje em dia, o Homem é um ser solidário ou um ser solitário?Como uma letrinha apenas faz toda uma diferença...

Também no campo do coleccionismo p associativismo é uma realidade. Desde a colecção tão bizarra como a de amostras de areia das mais diversas praias do Universo, até às históricas colecções de selos, moedas ou medalhas existem em todo o Mundo milhares de associações. O mesmo acontece com a colecção que nos une, a colecção de pacotes de açúcar.

Em Portugal, o CLUPAC, Clube Português de Coleccionadores de Pacotes de Açúcar, foi fundado há cerca de três anos com o objectivo de congregar no seu espaço todos os coleccionadores de pacotes de açúcar que pretendessem integrar uma estrutura organizada que não só os pudesse representar junto de outras entidades congéneres em todo o Mundo, como também criar representatividade junto das entidades oficiais em Portugal.

Hoje, com mais de 200 associados, o CLUPAC é o espaço privilegiado de defesa do coleccionismo de pacotes de açúcar em Portugal, como também um fórum de discussão e de permuta de opiniões e saberes que muito virá a enriquecer esta forma de coleccionismo.

Pela sua organização e visibilidade o CLUPAC é, hoje em dia, considerado por muitas associações de coleccionadores de outros tipos de peças em Portugal e por congéneres na Europa, como exemplar e merecedor de grande aceitação.

Ser associado do CLUPAC é contribuir de forma activa e empenhada para um cada vez maior reconhecimento que a todos orgulhará.

segunda-feira, novembro 07, 2005

chaminé e torre sineira

lado a lado, são símbolos dum Povo que sente, marcos de uma cultura

a minha opinião

O pessoal da Oficina está atento à actualidade política e social de Portugal e do Mundo. Aqui partilham o seu pensar através da minha análise modesta mas interessada


O Povo deve estar alerta

Os nossos governantes estão caducos de iiniciativa, são caducos de ideias. Com a capa de um “déficit” orçamental que urge recuperar, como não tivessem culpa na situação a que o desenvolvimento económico de Portugal chegou, lançam medidas sobre medidas altamente lesivas dos interesses de um Povo.

Contudo, os escândalos, os cambalachos, a apropriação indevida do património, as fraudes financeiras sucedem-se em catadupa sem que sejam tomadas medidas adequadas. O presumível envolvimento de personagens ligados ao actual governo e a governos anteriores levam a que seja mantida uma postura discreta, não dando os órgãos de informação o destaque apropriado.

Perante questões de gravidade que são apresentadas a ministros e secretários de Estado a resposta parece ter sido acordada por repetitiva: “Isso é assunto sem interesse....”. Relativamente à grave situação social que afecta a França, independentemente da sua origem que merece um estudo mais profundo, a posição oficial portuguesa tem sido de que as condições sociais de França nada têm a ver com as existentes em Portugal.

Um jornalista mais atento já estabeleceu a comparação entre as zonas de risco existentes nos arredores de Paris e as zonas problemáticas nos arrabaldes de Lisboa. As similitudes são preocupantes. Os “sinais” começam a poder ser lidos. Mas os nossos governantes não sabem ler.

Entretanto, começam a surgir no caminho de todos nós as “amostras exteriores de riqueza” com os inúmeros “outdoors” gigantes dos candidatos presidenciais, que custam fortunas e cujo efeito não poderá ter outra classificação a não ser de “intoxicantes”. Na verdade o Povo tem carência de ouvir dizer palavras que entenda e não sonidos de conteúdo vago ou sem sentido.

Portugal tem solução. Não há país algum no Mundo que não tenha solução, basta o Povo querer. Não esperar um “salvador” mas tomar em suas mãos a solução dos problemas. Votar é importante. É muito importante. Mas nunca deve ter o significado de um voto em branco.

Nem podemos esperar para novas eleições para “castigar” que mente e quem atraiçoa.

O Povo com razão tem direito à indignação!

domingo, novembro 06, 2005

flor de outono

em pleno Outono uma flor mensageira da Pimavera aviva os nossos desejos

vinte e oito meses na blogoesfera

Foi um mês de emoções fortes este que agora termina e que marca os 28 meses de presença da Oficina das Ideias na blogoesfera. Curiosamente, emoções fortes que optámos por não reflectir neste contacto diário com os nossos leitores.

Empenhados de corpo inteiro nas eleições autárquicas que se concretizaram no passado dia 9 de Outubro com o respectivo acto eleitoral, não quisemos, por respeito ao nosso estatuto editorial, utilizar este espaço oficinal para publicitar tal facto.

Resolvemos, entretanto, estruturar de alguma forma a apresentação dos textos diários voltando à organização temática dos mesmos. Para o bem e para o mal. Retira alguma espontaneidade, que sempre pode ser conseguida, mas permite organizar melhor o pensamento.

A Oficina das Ideias recebeu até à data deste balanço cerca de 58.570 visitas, a uma média de 120 visitas por dia, mais trinta por cento do que em períodos anteriores, tendo sido já postados cerca de 1.750 textos e imagens, sempre que possível, originais.

Cerca de 50 comentários deixados por 23 visitante demonstra uma reduzida interactividade, facto que deve merecer a nossa atenção para eventuais correcções, se for caso disso.


QUADRO DE HONRA

Riquita, do Contra Capa
Daniel Malafaia, do Tudo sobre Nada
Claudia Perotti, do Meias Intimidades
Fernando B., do Fraternidade
LuaLil, do Traduzir-se...
João C. Fernandes, do Democracia Liberal
Adias/Reporter, do EmDirectoEACores
Lila
Luís Forra, do Portugal Rádio CB
Francisco Nunes, do Planície Heróica
GNM, do Extranumerário
Pat, do Devaneios da Dada
Amante da Poesia, do Amante da Poesia
MFC, do Pé de Meia
Rogério, do Poemas de Amor e Dor
Gotinha, do Blogotinha
André Henrique
Jacky, do Amorizade
SaNunes, do Des-Encantos
Yonara, do Templo de Hencate
Nikonman, do Praça da República em Beja
Nuno, do Arte de Opinar
Alves Fernandes, do O Predatado

A TODOS o muito obrigado do pessoal da Oficina das Ideias.

sábado, novembro 05, 2005

verdadeiro tribuno

o verdadeiro tribuno é um defensor dos anseios das populações e não das benesses pessoais

sentir o povo que vive

O Fotógrafo e a Escritora reencontram-se na calçada que percorrem tranquilamente. Ele escreve sentires com cada clique de sua câmera fotográfica. Ela, cria as mais belas imagens com um singelo movimento dos cílios


A força da palavra

O Fotógrafo continuava a deixar-se embalar no sonho de um Mundo melhor, fotografando os pôr-do-sol, sempre prenúncio de uma nova alvorada, um raiar de luz e de esperança que há que preservar e defender.

_Senti muito a tua ausência!
_Realizo o meu sonho com a tua presença!

Caminharam, lado a lado, até à beira do rio Capibaribe onde naquele edifício de cunhal, mesmo junto a uma bonita e frondosa árvore, durante a manhã houve sonho e esperança que agora está visível num bonito mural feito com o recurso a pedaços de mosaico. A arte desceu à calçada pela mão de muitos meninos da rua que puseram em prática toda a sua imaginação.

Os velhos casarões de traça lusitana e alguns de influência holandesa, recuperados nas cores fortes tradicionais, azul e amarelo fortes e salmão, são uma atracção permanente pela oferta cultural que apresentam no seu interior. Salões de exposição de obras de arte e outros centros de cultura estão à distância de um passo.

Entraram no bar instalado, de igual forma, num edifício recuperado em que a traça original foi mantida. Optaram por se sentarem numa mesinha redonda que é alternativa a um magnífico balcão. A Escritora emocionou-se ao contar da extraordinária experiência que havia sido aquele trabalho de arte na rua que algum tempo antes puderam apreciar.

Novos projectos estão já em estudo. Vale bem investir na formação global da criançada, futuros cidadãos de corpo inteiro, alguns deles virão a ocupar cargos importantes na estrutura governamental do Brasil. E nunca sentirão necessidade de usar armas para defesa pessoal. A garotada com a arte a correr-lhe nas veias nunca virão a ser agressivos.... vão entender a verdadeira força da palavra.

O tempo passou sem sentirem. O sol já se pusera há muito. A iluminação pública deu um ar festivo à calçada que se animou com gente que parava a apreciar um espectáculo de rua aqui, um homem de andas ali mais adiante. A Escritora e o Fotógrafo dirigiram-se tranquilamente até a parque de São Pedro. A cada momento esperavam ver surgir um animado grupo de “forró-pé-de-serra”.

_Que tranquilo fim de tarde!
_Que tranquila é a tua companhia...

sexta-feira, novembro 04, 2005

a cor do mercado

nos mercados tradicionais a abóboras multicoloridas são um encantamento para a vista

minha terra é meu sentir

Caparica mais do que uma terra é um Povo. Gente que construiu vida entre o mar e a floresta em diversificado labor. Da sua vivência aqui se regista testemunho


Sabores Caparicanos

No povoamento de grande parte do nosso litoral, arenoso, de acesso fácil e de mar amigo tiveram papel fundamental os habitantes de Ílhavo e seus descendentes que, numa primeira fase, para aí se deslocavam de forma sazonal para, posteriormente e com o decorrer do tempo, se irem fixando definitivamente. O litoral da Caparica foi zona incluída nessas migrações sazonais, que tinham lugar nos meses chamados da "safra", isto é Outubro, Novembro e Dezembro, onde além dos povos de Ílhavo também para aí se deslocavam outras gentes vindas do sul, especialmente, do Algarve.

Estas migrações deram origem à constituição de pequenos aglomerados populacionais, construídos inicialmente de forma precária e utilizando materiais existentes no local. Daí terem surgidos no litoral da Caparica, especialmente nas zonas hoje conhecidas por Costa de Caparica, Fonte da Telha e Trafaria construções precárias feitas com junco e colmo pelos próprios pescadores e a que largavam fogo quando, terminada a época da campanha, se retiravam para as suas terras.

Só a partir de 1770 há notícia de fixarem domicílio, com moradas de um pouco melhor qualidade, os mestres e suas companhas: José Gonçalves Bexiga, algarvio; Joaquim Pedro, de Ílhavo; Romualdo dos Santos, algarvio e José Rapaz, de Ílhavo. Anos mais tarde, fixaram-se, igualmente, os mestres José dos Santos, Jerónimo Dias, João Lopes e Manuel Toucinho.

Com o decorrer dos anos, em consequência do povoamento híbrido de gentes vindas de Ílhavo e do Algarve, foi-se criando uma cultura própria e, de igual forma, nasceu uma culinária genuína, especialmente baseada nas dádivas do mar e nos mimos das hortas da Costa e com o recurso a ingredientes simples e fáceis de conseguir, visto a população em causa ser, na generalidade, de parcos recursos financeiros.


A Caldeirada Caparicana

A Costa de Caparica é uma terra de caldeiradas. Embora as que ficaram famosas, para o grande público, tenham sido as do Ginjal, na ribeirinha Cacilhas, não há como uma boa caldeirada feita em casa de pescador. Falar de caldeirada é falar de vários peixes. Mas há muitas e boas confeccionadas de um só. As de xaputa são muito apreciadas pelos autóctones. Outros preferem as de lulas e os mais antigos as de carapau. Uma delícia é a de tramelga, peixe fino como não há outro e, por isso, conhecido pelos pescadores caparicanos como "galinha do mar".

A receita que aqui fica registada homenageia um homem, caparicano de gema, que foi pescador, banheiro e o último dos sobreviventes do naufrágio do "Pensativo", barco meia-lua, dos grandes, de 18 metros, que naufragou quando aproava a terra com nevoeiro cerrado, na crista de um vagalhão, era Dezembro de 1929, tendo feito 11 vítimas. Referimo-nos a Francisco Pinto, também conhecido por "Chico Bóia".

Caldeirada Chico Bóia, para 4 pessoas
Ingredientes
1,2 Kg. de tamboril, safio e tramelga; 8 batatas médias; 4 cebolas grandes; 4 tomates grandes; 1 pimento; i ramo de salsa; 1,5 dl. de azeite; 1 copo de vinho branco; sal e piri-piri.

Preparação
Corte o peixe em pedaços grandes e lave-os. Descasque as cebolas e as batatas. Unte o fundo de um tacho com azeite. Por cima disponha as cebolas em rodelas. Cubra com uma camada de batatas e, a seguir, com uma de tomate, ambas às rodelas. Se necessário forme várias camadas. Disponha o peixe e cubra-o com rodelas de tomate e pimento às tiras. Tempere com sal. Regue com o restante azeite, o vinho branco e junte o piri-piri. Leve a lume forte para levantar fervura. Com o lume brando, deixe cozer, com o tacho tapado. Vá sacudindo o tacho para não pegar. Logo que o pimento esteja macio, junte a salsa picada, retire do lume e sirva.

quinta-feira, novembro 03, 2005

antenas para a energia

verdes folhas muito agredidas pelos fogos de Verão são fundamentais na captação da vital energia solar

a suavidade do erotismo

São eróticos os mais belos textos escritos pelo homem, pois o erotismo faz parte do sentir mais profundo do ser humano. Em prosa, em verso ou em imagem toda a suavidade do sentir e do querer


Tarde de Verão

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Na sala onde nos sentámos, conversámos sobre os mais diversos assuntos, pois desde há muito que não nos encontrávamos. Obviamente também se falou de praia, de mar, de banhos de mar e de sol que tantas vezes havíamos compartilhado juntos.

Lembrei me, então, que tinha comprado recentemente um biquini que gostaria de mostrar à Katty e ao Tim pelo que o fui buscar ao armário da roupa de praia.

O corte do biquini algo fora do vulgar, bastante cavado e com um laçarote à frente, provocou uma série de comentários cheios de malandrice o que aumentou a nossa boa disposição e bem estar de estarmos juntos.

"Também tenho um biquini novo vestido que vocês ainda não viram" comentou a Katty a quem os comentários brejeiros anteriormente feitos não havia deixado indiferente. E acrescentou "mas olhem que é muito atrevido!" E acto contínuo, deitou as mãos à barra da saia que levantou, rodopiando sobre si própria.

"Ah isso não dá para ver nada..." Comentámos em uníssono, perante o facto de que mais do que ver, tinha sido somente possível vislumbrar lá no topo das bem torneadas pernas da Katty um reduzido biquini, mais tanga do que outra coisa, que a mim me tinha deixado "água na boca"; faço ideia o que se passaria com o Sam a avaliar pelo enchumaço que apresentava sob os calções.

Indo nas nossas palavras e incentivada pelo acentimento do Tim, a Katty desabotoou os quatro botões do colete, abrindo o totalmente, deixando ver aos nossos olhos curiosos um soutien reduzido como a tanguinha, com as conchas ligadas por uma fita branca coroada por um laço.

No acto do faz e desfaz do laço, que também serve para prender o soutien ao pescoço, os biquinhos das maminhas afloraram, espreitando para nosso deleite.

Após tão maravilhosa exibição, a Katty tornou a compor o colete, muito embora a temperatura tivesse de tal forma elevada que me apetecia despir o quimono e ficar toda nua, passando as mãos com lentidão deliberada pelo elástico da cintura da saia que fez descer até aos pés, retirando a depois.

Em requebros atrevidos do corpo, foi passando pelos nossos olhos deslumbrados o corpo bem feito, coberto apenas, da cintura para baixo, por uma minúscula tanga azul mar, a mesma cor do soutien, que na frente não era mais do que um pequeno triângulo, deixando antever um tufo de cabelinhos aloirados, e na parte de trás um pedaço de pano que atrevidamente se introduzia entre as nádegas e que em lugar de tapar o traseiro arrebitado, mais evidenciava a sua agradável curvatura.
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quarta-feira, novembro 02, 2005

pura adrenalina

águas agitadas e aceleradores a fundo, um turbilhão de fortes emoções

em outubro de 2005 a oficina das ideias publicou:

Textos
Dia 1 – Em Setembro de 2005 a Oficina das Ideias publicou
Dia 2 – Flor Amarela
Dia 3 – Um eclipse muito especial
Dia 4 – O Mundo já não entende o Amor [espaço de poetar]
Dia 5 – Vinte e Sete meses na Blogoesfera
Dia 6 – Moscatel de Setúbal
Dia 7 – Agostinho
Dia 8 – Che Guevara morreu faz 38 anos
Dia 9 – A pesca do Grande Areal
Dia 10 – O Povo é quem mais ordena
Dia 11 – En la busqueda [espaço de poetar]
Dia 12 – Gastronomia húngara [caderno de viagens]
Dia 13 – Um castelo no imaginário popular
Dia 14 – Arrumações na Oficina
Dia 15 – Autarquias, recordar 2001/2002
Dia 16 – Pedras Parideiras [o mistério e a fantasia]
Dia 17 – O pessoal da Oficina está atento... [a nossa opinião]
Dia 18 – [coleccionar com doçura]
Dia 19 – Palavras [espaço de poetar]
Dia 20 – Pés sensuais [a suavidade do erotismo]
Dia 21 – Devoção religiosa [a minha terra é meu sentir]
Dia 22 – O Fotógrafo regressa ao Recife [sentir o povo que vive]
Dia 23 – Respirar magia em Stonehenge [o mistério e a fantasia]
Dia 24 – Armas à solta no Brasil [a nossa opinião]
Dia 25 – O pacote de açúcar de afecto [coleccionar com doçura]
Dia 26 – No Outono floriu uma rosa [espaço de poetar]
Dia 27 – À beira da piscina [a suavidade do erotismo]
Dia 28 – Bulhão Pato, poeta do Monte [a minha terra é meu sentir]
Dia 29 – Uma ausência sentida [sentir o povo que vive]
Dia 30 – Hora de Inverno [o mistério e a fantasia]
Dia 31 - Noite das bruxas [tradição e cultura popular]

Imagens
Dia 1 – Actividade geracional
Dia 2 – Água pura cristalina
Dia 3 – Posto de observação
Dia 4 – Táxi da Ria
Dia 5 – Belo palacete do tecido urbano de Aveiro
Dia 6 – Porto ou ginjinha
Dia 7 – Fonte da vida
Dia 8 – Vermelho, resistência
Dia 9 – Com Abril no pensamento
Dia 10 – Jardim das Caldas
Dia 11 – Esvoaçar beleza
Dia 12 – No horizonte a linha de esperança
Dia 13 – Cores e texturas
Dia 14 – A promessa de uma castanha
Dia 15 – Tonalidades outonais
Dia 16 – Pedra parideira
Dia 17 – Lua de Outubro
Dia 18 – Goleo 06 Portugal
Dia 19 – Pétalas de encantamento
Dia 20 – Magnífico granito
Dia 21 – Explosão de cor
Dia 22 - Paleta em tons pastel
Dia 23 – Stonehenge mágico
Dia 24 – Ouriço com castanhas
Dia 25 – Outono com céu azul
Dia 26 – Rosa de Outono
Dia 27 – Fotografar Óbidos
Dia 28 – Flores silvestres
Dia 29 – Repouso e vigilância
Dia 30 – Lanterna numa rua de Óbidos
Dia 31 – Animam o pôr-do-sol

terça-feira, novembro 01, 2005

um homem exemplar

"Tarzan", banheiro da Costa de Caparica nos anos 60 e 70, conta mais de 200 salvamentos no seu sentir

tradição e cultura popular

A tradição resulta da memória colectiva de um Povo, autêntico património invisível que se transmite entre gerações e representa o mais elevado expoente da cultura popular. Aqui se deseja dar conta desse repositório


O Pão por Deus

As nossas crianças, os meus netos, os miúdos da cidade nunca conheceram a magia do "pão por Deus" que fazia andar bandos de crianças no dia 1 de Novembro, dia de Todos os Santos, de porta em porta, de vizinho em vizinho, pedindo figos, nozes e outras guloseimas.

_Ó Vizinha, dê o “Pão por Deus”!

O consumo desenfreado e a globalização económica geram o esquecimento das coisas simples e da nossa tradição. Mas valerá sempre a pena, apesar de tudo, pedir o “pão por Deus” numa cabeça de abóbora ou num chapéu de bruxa.

Mas na tradição portuguesa o “pão por Deus” era guardado num saquinho de pano que tempos antes a nossa mão ou a nossa avó preparavam com todo o cuidado com uma sobra de chita de algum trabalho de costura.

Ainda hoje nas aldeias mais recônditas, de manhã bem cedinho, no dia de Todos os Santos, as crianças saem à rua em pequenos grupos para pedir o "Pão por Deus". Caminham assim por toda a povoação e ao fim da manhã voltam a casa com os sacos de pano cheios de romãs, maçãs, bolachas, rebuçados, castanhas, nozes e, por vezes, até dinheiro.

Esta prática era realizada por miúdos de famílias mais modestas e procuravam sempre visitar os mais ricos da terra para poderem trazer algumas guloseimas que noutras épocas do ano nunca conseguiam obter. Recordo-me que havia o costume de confeccionar para oferecer nesta época uns bolos em formato de ferradura e com um agradável sabor a erva-doce.

Estas andanças de porta em porta eram sempre acompanhadas com cantilenas que continuam na memória colectiva

"Pão por Deus,
Fiel de Deus,
Bolinho no saco,
Andai com Deus."


Ou então, como me recordou a minha boa amiga Sonyah:

"Bolinhos e bolinhós
Para mim e para vós
Para dar aos finados
Qu'estão mortos, enterrados
À porta daquela cruz

Truz! Truz! Truz!
A senhora que está lá dentro
Assentada num banquinho
Faz favor de s'alevantar
P´ra vir dar um tostãozinho."


(quando os donos da casa dão alguma coisa, vem a resposta...)
"Esta casa cheira a broa
Aqui mora gente boa.
Esta casa cheira a vinho
Aqui mora algum santinho."


(quando os donos da casa não dão nada, é a ira da miudagem...)
"Esta casa cheira a alho
Aqui mora um espantalho
Esta casa cheira a unto
Aqui mora algum defunto."

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