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sexta-feira, fevereiro 29, 2008

guardar água

águas da chuva guardadas para as faltas
nesses tempos austeros de antanho
cada gota um cristal da maior pureza


Cisternas do Mosteiro de São Vicente de Fora (século XII), Lisboa - Portugal

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dia extraordinário

Gosto de pensar que o dia de hoje é um dia especial, não somente no calendário mas também na vida de muitas pessoas. O dia de hoje tem lugar unicamente nos anos bissextos, o que não é o mesmo que dizer simplesmente, de quatro em quatro anos.

Na realidade e de acordo com as definições do calendário gregoriano excluem-se dos anos bissextos, como regra geral os divisíveis por quatro, aqueles que sendo seculares não são divisíveis por 400.

É evidente que tal não acontecia antes de 15 de Outubro de 1582 quando em vigor estava ainda o designado calendário juliano.

Mas realmente o dia 29 de Fevereiro é um dia extraordinário, especialmente para as pessoas nele nascidas que comemoram o seu aniversário de quatro em quatro anos, sendo que os que atravessa a vida por um ano centenário não divisível por 400 também nesse ano festejam o seu nascimento.

Mas se o dia de hoje é o “tal dia especial” o que dizer do dia 24 de Fevereiro. Foi esse o dia que entrando “em cunha” entre o 23 e 24 normais fez com que o calendário de Fevereiro bissexto deslizasse mais um dia até atingir o 29.

A objectivo da existência cíclica do ano bissexto é o de corrigir a diferença existente entre o designado “ano calendário” considerado com 365 dias do “ano solar” correspondente ao tempo de translação da Terra em volta do Sol e que é de aproximadamente 365,25 dias solares. As seis horas “excedentes” de cada ano solar provocam a cada 4 anos a criação de um dia extra, introduzido-o no mês de Fevereiro, antes de 24, que passará então a ter 29 dias.

Hoje é, então, o 60º dia do ano do calendário gregoriano, faltando 306 para acabar o ano. Como diz o Verdadeiro Almanaque BORDA D’ÁGUA “dias vividos: 60; a viver 306”.

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quinta-feira, fevereiro 28, 2008

da cor do coração

é da cor da paixão
aquela que inspira os poetas
e faz bater o coração


Hibisco Vermelho, Jardins do Mosteiro de São Vicente de Fora, Lisboa - Portugal

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a não perder

A minha querida Amiga Maça, do Maçã de Junho, tem vindo a realizar um meritório trabalho de pesquisa, compilação e partilha sobre a vida e obra do seu avô Eduardo Luna de Carvalho, que algum tempo se cruzou com certeza comigo, nas veredas da Amadora, que há 100 anos era por Porcalhota.

Os sítios e lugares que vão sendo referenciados nesse excelente trabalho trazem-me memórias de infância, algumas das quais se encontravam bem no fundo do meu baú.

Além de saudar a iniciativa da minha amiga Maçã deixo aqui o convite para visitarem A Singular Vida de um Indivíduo Singular.

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miminhos

A minha querida Amiga Isabel (Sophiamar), do A Ver o Mar, teve a amizade de me ofertar o prémio



Aqui o pessoal da Oficina das Ideias fica muito grato e incentivado a continuar. Bem Hajas querida Amiga.

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quarta-feira, fevereiro 27, 2008

segue comigo no arco-íris

até encontrarmos o sonho
em sete cores estão mil nuances
entre elas está a mais bela


Painel de Azulejos (parcial), Museu Nacional do Azulejo, Lisboa - Portugal

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josué de castro

No ano de 2005 publiquei na Oficina das Ideias a resposta a um inquérito, como tantos outros que por vezes funcionam ao estilo de “meme” [*], onde numa questão sobre que livros levaria para uma ilha deserta, indiquei entre outros:

Sete Palmos de Terra e um Caixão, de Josué de Castro, edição Seara Nova – Um ensaio sobre o nordeste do Brasil, uma área explosiva. O autor debruça-se sobre os problemas sociais e políticos de uma zona onde a fome impera. Muito antes dos recursos turísticos passarem a ser explorados o dia-a-dia do nordestino era partilhado com a seca e os problemas alimentares.

Curiosamente, muitos jovens brasileiros nordestinos não recordam este autor e a sua obra e muitas das referências às terríveis secas do Nordeste Brasileiro deixaram de fazer sentido, quiçá devido às alterações climatéricas.

Josué de Castro nasceu a 5 de Setembro de 1908, tendo falecido em 1973, médico pernambucano, o primeiro a tratar a questão da fome como uma ameaça à soberania nacional. O problema da fome, fome real, que passados mais de 30 anos sobre este diagnóstico, continua a ser uma realidade para muitos portugueses.

Josué de Castro foi um lutador não só contra a fome de alimentos, como igualmente contra a fome do conhecimento e da liberdade. Sua filha Ana Maria, socióloga de formação afirma “As novas gerações estão tendo a oportunidade de conhecer a lição de um brasileiro que nasceu pobre e começou a denunciar com ênfase o fenómeno da fome, que não é natural, mas uma criação do homens”.
[*] replicadores de comportamentos

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terça-feira, fevereiro 26, 2008

carrancas de leão

são símbolo da força e lealdade da casa
a quem servem para chamamento
dois toques para o andar senhorial


Batentes de portão, Freguesia de São Vicente, Lisboa - Portugal

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café cuervo

Bebida uma “Margarita” de limão e degustados que foram diversos pratos tipicamente mexicanos, burritos, ensilladas, quejadillas chegou a hora do café.

Sob o olhar vigilante de Nossa Senhora de Guadalupe, a Virgem Indígena, a “Reina do Mexico”



tomamos um “café tequileiro” ou como nos apraz designar um “café cuervo”, com referência à mais célebre e conceituada tequila do Mundo, a tequila José Cuervo.

Em 1758, José António Cuervo recebeu do rei de Espanha terras no estado mexicano de Jalisco, com autorização para aí produzir e refinas a designada aguardente mezcal. O seu descendente José Maria Guadalupe Cuervo utilizou essas terras para construir nelas uma destilaria para a produção de tequila em 1795. A destilaria era conhecida por Fabrica La Rojeña mas a tequila veio a ser mundialmente conhecida pela designação comercial que teve origem no nome do fundador: Tequila José Cuervo.

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segunda-feira, fevereiro 25, 2008

altaneiras torres

erguem-se altaneiras rumo ao azul
símbolo de elevação e querer
no sentir das gentes, esperança


Torres sineiras do Mosteiro de São Vicente de Fora, Lisboa - Portugal

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são vicente de fora

nos caminhos do património
Visitar o património construído, e ouvir as estórias da sua construção e o sentir das pessoas que por o conhecerem tão de perto por vezes esquecem o seu real valor



Visitámos recentemente a Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa, monumento nacional designado igualmente por Mosteiro de São Vicente de Fora, construída num dos morros orientais da cidade entre os anos de 1582 e 1629, construção emblemática da época da União Ibérica.

É uma visita que deve ser feita com tranquilidade, apreciando as soluções arquitectónicas encontradas nos séculos XVI e XVII, especialmente no que concerne à luz natural, aos diversos andares com ritmos de percurso diferenciados e dinâmicos, à utilização de varandins e de altas torres laterais.

É curioso referir a este propósito de que a Catedral de Salzburgo, dedicada a São Roberto de Salzburgo seguiu, aquando da sua reconstrução verificada na mesma época da construção da Igreja de São Vicente de Fora, a traça arquitectónica desta quanto à frontaria monumental.

Na visita ao Mosteiro de São Vicente de Fora é imperdível acompanhar o extraordinário trabalho museológico expresso num longo painel cronológico dos cardeais de Lisboa, onde se podem contemporizar os mais significativos acontecimentos culturais e políticos do nosso País e do Mundo.

Já na parte final do século XX encontrámos uma vitrina onde estão expostas duas peças atribuídas a Francisco Franco, quando na verdade são obras incomparáveis do barrista de excepção que é José Franco. Tivemos oportunidade de alertar para o facto esperando que muito em breve seja reposta a verdade da autoria dessas duas excelentes peças de olaria de cariz religioso. É incomparável a marca do barrista José Franco, a minúscula florinha branca.

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domingo, fevereiro 24, 2008

rosinhas amarelas

são rosinhas amarelas do meu jardim
que a todas as minhas amigas ofereço com carinho
a primavera já espreita em portugal


Rosinhas Amarelas, Jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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às gentes da charneca

Realizou-se ontem, conforme o convite que publicámos na Oficina das Ideias, uma sessão da designada Poesia Vadia, no auditório da Junta de Freguesia de Charneca de Caparica, ocasião em que foi feita a apresentação do livro de poemas “Poesia Sonetada”, de Bernardes-Silva que também participou na sessão.

O tempo passou sem que déssemos por tal, tal o interesse e o ritmo que os Poetas de Almada imprimiram à sessão.

Para a ocasião tivemos oportunidade de escrever e dizer um modesto poema dedicado às gentes que transformaram a charneca agreste e ressequida num local em que hoje dá prazer viver: Charneca de Caparica


Árida planície agreste e ressequida
Que o sol dardejante implacável fere
A força do homem que luta pela vida
Transforma, cultiva assim sonha e quer

Na lavra foi rendeiro foreiro agricultor
Fez verdejar campos com seu trabalho
Quando o mar era de feição foi pescador
Nele desabafou seu sentir seu tresmalho

De charneca resta o nome e a tradição
Dos vinhedos corre néctar dos bacantes
No Mário Casimiro dança-se “bico e tacão”

Das hortas vão os mimos abundantes
Das matas o pinhão a lenha e o carvão
E nos regatos deliciam-se os amantes

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sábado, fevereiro 23, 2008

flor que és o sol

uma singela flor de amarelo dourado
no manto verde dos campos
é o sol, brilhante sol


Flor dos campos, Cabo Espichel, Sesimbra - Portugal

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carinhos para a oficina

A minha querida Amigona, do Instantes da Vida, não pára de me surpreender com o carinho dos prémios que sempre atribui à Oficina das Ideias, nesta enorme cadeias de “memes” de amizade e reconhecimento.

Desta vez foi o



e o



Este último criado pelos autores do blogue Dualidades em comemoração dos três meses de permanência na blogoesfera.

Obrigado pelo carinho

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sexta-feira, fevereiro 22, 2008

mar tenebroso

ainda ontem estavas azul e suave
hoje encontro-te zangado com o mundo
um dia, o sol brilhará para todos nós


Mar da Caparica, Praia do Sol, Almada - Portugal

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das chuvas de Inverno, das inundações, cuida-se no Verão

Desde há muito que defendemos que a protecção e a prevenção contra os fogos florestais, que uma deriva governamental usou durante algum tempo designar por “ignição”, se realizam no Inverno.

De igual forma, é em época de estio que se cuida de proteger pessoas e bens contra as ameaças das inundações que a invernia sempre nos traz.

Além de um urbanismo inqualificável, chegando-se ao extremo de se permitir a construção de edifícios em corte com as linhas de água, é a falta de limpeza das valas de escoamento e do desentupimento das sarjetas e dos sumidouros, que muitas vezes só são feitos perante as críticas acções verificadas.

Ainda recentemente, um só dia de chuva intensa bastou para que voltassem as inundações em algumas zonas da Grande Lisboa com elevados prejuízos materiais e com o risco, inclusive, da perda de vidas humanas.

Não são os grandes aparatos mediáticos para apresentação da disponibilidade da protecção civil, os discursos de auto-elogio, plenos de triunfalismo da propaganda governamental que resolvem este melindroso problema.

É a actuação permanente e cuidada, é a criação de condições de protecção real das populações, é o cumprimento estrito da legislação de cariz ecológico e urbanista, que poderão evitar males provocados pela Natureza revoltada contra os crimes ecológicos hediondos que o ser humano continua a praticar.

Ainda muito recentemente contactei com uma situação da vida real que é exemplar de toda esta situação, envolvendo uma ribeira assoreada e uma mulher octogenária que á beira dela tem a sua habitação. A limpeza da ribeira da responsabilidade do poder central andou durante semanas a ser “empurrada” de gabinete para gabinete sem que o problema fosse resolvido.

Quase que por pressentimento a idosa apelou como lhe foi possível para a solução da situação. Felizmente foi ouvida pelos Serviços de Saneamento da Câmara Municipal de Almada que ultrapassando as suas responsabilidades e correndo mesmo o risco de ser penalizado por tal, procedeu ao desassoreamento da referida ribeira.

Quando dias depois fortes chuvadas fustigaram o nosso País a ribeira encheu mas não transvasou o seu leito não tendo afectado a casa da referida octogenária.

Mas atenção! É agora no Inverno o tempo de cuidar dos fogos florestais do próximo Verão.

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quinta-feira, fevereiro 21, 2008

luar de fevereiro

a lua cheia chegou de mansinho
com o céu coberto de nuvens
para saudar os amantes arredou ligeiramente a cortina


Lua Cheia de Fevereiro, 100% às 03:30 horas

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...em surpresa

Mas as surpresas não ficaram pelas que ontem relatámos. A minha querida amiga Lila que sempre procura encontrar “coisas” da Oficina por esse mundo tão vasto da Internet surpreendeu-nos com esta informação:

No Personalizando estão colocadas diversas fotografias de flores da autoria do nosso dilecto amigo Olho de Lince

Aqui fica o convite para a visita e o nosso agradecimento pelo carinho da Querida Lila.


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quarta-feira, fevereiro 20, 2008

alegrias

são alegrias para a vista
fazem vibrar o coração
são uma eterna paixão


Flores do Sudoeste Alentejano, Torre, Alcácer do Sal - Portugal

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de surpresa...

Aqui na Oficina das Ideias estamos a ser diariamente surpreendidos com acontecimentos agradáveis que muito nos incentivam a continuar, numa altura em que caminhamos para os cinco anos de publicação continuada.

Em primeiro lugar queremos deixar aqui uma referência que é, especialmente, um agradecimento sincero a todos que nos dão o prazer de visitarem a Oficina que aliás mantém a porta sempre aberta para quem por bem de nós se abeira: é o facto de nos últimos cinco dias as visitas terem sempre ultrapassado o meio milhar.

Depois, a surpresa das surpresas: o nosso amigo Victor Nogueira, do blogue Ao Sabor do Olhar, escolheu uma imagem do nosso “grande amigo fotógrafo” Olho de Lince, publicada na Oficina para logotipo de um Convívio que teve início recentemente.

Escreveu o amigo Victor Nogueira: “Em busca de uma gravura que ‘ilustrasse’ o tema dum novo convívio no meu blog Ao Sabor do Olhar, encontrei uma, aqui neste blog... Espero que não se importe que a utilize como logotipo do Convívio.” Somente poderíamos responder que SIM, pelo nosso espírito de partilha e pelo quão honrados nos sentíamos com a escolha.

Esta foi a imagem escolhida que havia sido obtida na Ericeira:



Em Ao Sabor do Olhar poderão todos que nos visitam participar no interessante Convívio subordinado ao tema “...do Movimento e do Contraste”.

Temos razões de sobra para nos sentirmos agradavelmente surpreendidos.

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terça-feira, fevereiro 19, 2008

menina encantada

muitos dizem vir da tradição feníncia
outros mesmo recuam até às migrações do egipto
mas é sempre "menina encantada"


Pintura de barco das artes, Praia da Fonte da Telha, Grande Areal - Almada - Portugal

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poesia vadia

Tal como acontece no último sábado de cada mês os “Poetas Almadenses” vão realizar no próximo dia 23 de Fevereiro (sábado), pelas 17:30 horas, uma sessão de Poesia Vadia, desta feita no Auditório da Junta de Freguesia de Charneca de Caparica, sita não Rua de Marco Cabaço, junto aos Correios e ao Mercado Municipal da localidade.

Na oportunidade será feita a apresentação pública do livro “Poesia Sonetada”, de Bernardes-Silva e do disco “Poetas & Vozes d’Almada”, estando prevista a realização de uma sessão de autógrafos.

Este evento é uma iniciativa da Junta de Freguesia de Charneca de Caparica e de Os Poetas de Almada e tem o apoio da Assembleia Distrital de Lisboa, e das associações O Farol e Scala,

No final da sessão e antecipando o beberete/convívio realizar-se-á a sessão mensal de “Poesia Vadia” e um sorteio de várias obras dos Poetas Almadenses.

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segunda-feira, fevereiro 18, 2008

estrela da terra

ilumina como uma estrela
o canteiro de modesto jardim
do paraíso trazida


Estrelícia, Jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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contrabandistas de afectos

Em tempos idos, os lobos e os contrabandistas atravessavam o rio Guadiana de um só pulo.

Percorriam veredas e carreiros, quantas vezes com a ajuda de um jerico, para “passarem” de um lado da fronteira para o outro os géneros alimentícios e outros bens que faziam falta no destino.

Mas ajudaram, do mesmo modo, homens solidários que pretendiam ajudar as populações em defesa da sua Liberdade, contra ditadores que pretendiam impor grilhetas ao Povo em luta pela sobrevivência. Outros homens que pretendiam fugir à ditadura, a guerras sem sentido, na procura de melhores condições de vida.

Ainda hoje se confundem as origens das gentes de ambos os lados da raia, por exemplo na região de Alcoutim, no Baixo Alentejo raiano, onde se desenvolveram e consolidaram intensos laços de amizade e de solidariedade, por conta do contrabando, que se intensificou a partir da década de 30, dos trabalhos agrícolas nos campos da raia e das constantes debandadas para o lado português, ao longo dos três duros anos da Guerra Civil Espanhola, entre 1936 e 1939.

Nas rotas dos contrabandistas, trocavam-se cumplicidades e afectos, para Espanha seguiam o café e o açúcar. De Espanha vinham os perfumes e os tecidos. Mas, mais do que tudo, a afectividade que levava a muitos “casamentos” trans-fronteiriços.

O anedotário popular registou uma curiosa estória, já ouvida noutros contextos sociais e laborais: “Todos os dias, o velho Joaquim (ou seria o velho Paco?) atravessava de bote o rio Guadiana em direcção a San Lucar, aldeia em frente a Alcoutim. E todos os dias, o velho Joaquim trazia a sua inseparável bicicleta pasteleira consigo. Todos os dias também o velho Joaquim era revistado pela Guarda Fiscal (do lado de cá) e pelos “guardiñas” (do lado de lá), para todos os dias nada de ilegal ser encontrado. O velho Joaquim (ou seria o velho Paco?) contrabandeava bicicletas!”

Retivemos esta quadra que acompanha a estátua que homenageia os contrabandistas e que se encontra implantada em Alcoutim à beira do rio Guadiana:

“Viva a malta, trema a terra
Daqui ninguém arredou.
Quem há-de tremer na guerra
Sendo homem como eu sou.”



Ler mais em:
Diário do Alentejo
El Periodico Extremadura
Mértola

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domingo, fevereiro 17, 2008

...doiradas até

de amarelo vestidas, doirado mesmo
singelas e tão valiosas como a lenda
da "capa-rica" nos traz à memória


Acacial da Caparica, Praia do Sol, Almada - Portugal

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em tons de lilás

Esvoaçam estorninhos nas amplas planícies
Mensageiros da mudança, do eterno renovar.

Tonalidades de Primavera que para trás deixa
Outonais castanhos e os verdes das invernias
No avanço constante do contador do tempo
Somatório das tristezas e das muitas alegrias.

Deixa que os estorninhos desenhem belas espirais
E em seus voos tracem no azul de paz, os sinais.

Longe vão os dias das lágrimas que o céu chora
Iluminado agora pela luz da tua cor primaveril
Logo mais a cobrir os campos e as matas reais
Á vinda desse vento que sopra do sul e aquece
Sinal que são tempos de amadurecimento, de vida.

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sábado, fevereiro 16, 2008

iluminar a vida

um dia o azeite e o pavio
iluminou os passos da vida
depois o gás, a electricidade... e sempre o sol


Candeeiro do Passeio Ribeirinho, Trafaria, Almada - Portugal

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chegaram as andorinhas

O céu matinal, pouco depois das 8 horas, apresentava algumas nuvens, mas predominava o azul, prometia soalhar forte lá para as 11 horas. Compromissos de uma visita guiada por quem sabe às obras mais recentes aqui do burgo, levaram-me a percorrer nesta manhã desde a zona citadina onde um metropolitano recentemente inaugurado em alguns troços vai já marcando o futuro da mobilidade, até à mata onde existem pinheiros com mais de quatrocentos anos, verdadeiro pulmão da região, e depois, à orla marítima atlântica, de mar azul e doiradas areias.

Quando passei à beira do amplo e doirado acacial encontrei as primeiras andorinhas que este ano escolheram a minha terra como porto de abrigo e local de procriação, que a Primavera está por aí não tarda e o Verão promete canícula.

Em Valle do Rosal os jasmineiros cheirosos que começaram a florir e que anunciam a Primavera por perto, já há dias que festejavam a próxima chegada das andorinhas. E elas não lograram os desejos de todos nós. Primeiro uma, depois mais algumas andorinhas executava voos rectilíneos, voos de chegada pois os voos de estada são circulares e planam nas isobáricas.

Estas primeiras andorinhas a chegarem, sem dúvida atletas de fundo, são a indicação que as suas companheiras de viagem não tardarão. Daqui a pouco regressarão todas as que já cá estiveram e que resistiram à longa caminhada. Algumas terão perecido perante os escolhos de uma longa viagem, as intempéries, os predadores, a malvadez do ser humano. Contudo, a maioria regressará ao seu local de nascimento ou aos ninhos em que foram progenitores.É temporã esta chegada, resultado sem dúvida da ausência das fortes chuvadas apropriadas a estes primeiros tempos do ano, mas são assim desígnios da mãe Natureza que mais cedo me deu esta imensa alegria. A partira de agora será a animação dos seus voos e a musicalidade dos seus piares, a labuta para a recuperação dos ninhos e para a construção de novos que irão albergar a família aumentada.

Recordamos aqui o registo da Oficina das Ideias no que se refere à chegada da primeira andorinha do ano a terras de Valle do Rosal:

Em 2004, a 16 de Fevereiro
Em 2005, a 10 de Março
Em 2006, a 12 de Fevereiro
Em 2007, a 13 de Janeiro

Salvo o ano de 2005 em que a sua chegada tardia muitas preocupações trouxe às pessoas que tanto gostam de apreciar a beleza dos seus voos e o empenho do seu labor na reconstrução dos ninhos, a chegada tem tido lugar por volta da segunda semana de Fevereiro.

Neste mágico ano de 2008 registamos hoje, 16 de Fevereiro a sua chegada, prenúncio de que muitas outras se aproximam destas terras de acolhimento.

Bem vindas belas andorinhas!!

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sexta-feira, fevereiro 15, 2008

contraste

dizia-me um amigo atento:
já viste a beleza destas flores da mata?
que côr! que contraste de tonalidades!


Flores da Mata, Mata dos Medos, Almada - Portugal

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novos apontadores de leitura

De acordo com os critérios editoriais da Oficina das Ideias criamos, frequentemente, novos apontadores de leitura. Três razões fundamentais nos levam a essa decisão:

1 – Pela qualidade extraordinária que encontramos em determinado blogue, de acordo com a nossa avaliação pessoal;
2 – Como reconhecimento aos comentários que são deixados nos posts da Oficina das Ideias;
3 – Em resultado da permuta de indicadores de leitura.

Esta permuta desinteressada de indicadores de leitura é uma das características mais positivas da blogoesfera e de quem a utiliza com espírito construtivo e solidário que coloca acima dos seus pessoais interesses a satisfação dos leitores.

Damos conta, de seguida, de alguns dos mais recentes, solicitando a todos os companheiros da blogoesfera que estando abrangidos pelos critérios referidos não tenham o respectivo indicador de leitura na Oficina das Ideias que nos façam chegar essa informação.


Novos apontadores:

Ao Rodar do Tempo, de Méon [Portugal] - “...Homem, poeira de estrelas...”

Divinius, de Netmito [Portugal] – “Existe um certo encantamento que se não compreende por existir mas por se amar a ver...”

A Cor do Mar, de Acordomar [Portugal] – “Sou alguém entre as ondas do mar e a poeira do caminho”

Nabisk, de António Nabais [Portugal] – “de Almada e Benquerença”

Bloga Comigo, Blogue colectivo [Portugal] –

Oficina das Palavras, de Odele Souza [Portugal] – “Obrigada por visitar a minha oficina. Entre, fique à vontade. Ao trabalhar com as palavras tanto se pode falar de amor, como exorcizar a dor. Em ambos os casos, ter quem nos leia é fundamental”

Reflexos, de Observador [Portugal] – “Atento e vigilante”

Espaço do João, de João S [Portugal] – “A Natureza... e afins”

Fases da Lua Cheia, de GreenTea [Portugal] -

Diz que não gosta de música clássica?, de Fernando V [Portugal] – “A única música que precisa de embalagem é a música de plástico”

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quinta-feira, fevereiro 14, 2008

estrelinhas de lilás vestidas

são estrelinhas muito belas
mas quando vestidas de lilás
são divinais


Flores da Quinta da Aveleda - Portugal

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correio dos leitores

Do meu amigo Faustino recebi um interessante correio electrónico que convosco partilho aqui na Oficina das Ideias:

Caríssimo amigo e camarada...

Ando eu passear pelo teu blog e deparo-me com alguns comentários de viagens e passeios que fazes pelo Alem-Tejo... É certo que uma vez nos encontramos por acaso em Portel na Feira do Montado... Num dia em que fiz um desvio quando ia a caminho do reino dos Algarves...

Não com a disponibilidade (de quem está reformado...palavra que não devia existir no vocabulário...), mas sempre que é oportuno ponho-me ai também á aventura...

Uma das citações que gosto mais e que retenho sempre, já que a li muitas vezes quando andava de metro e está na estação penso que da Cidade Universitária, é de Socrates (não este que nos desgoverna, mas o grego...)..."não sou nem ateniense nem grego, mas sim um cidadão do mundo". Acho que quem viaja e tem o prazer da viagem e da descoberta, tem sempre essa sensação de não ser pertença de um único sítio...

Isto tudo, para te dizer que um dia que vá para as bandas do Alandroal/Elvas, passa por Juromenha... É uma pequena aldeia nas margens do Guadiana, na raia, antes ainda das agora designadas "terras do grande lago"... E um pouco para o interior almoça em São Romão (aldeia do concelho de Vila Viçosa).
Um abraço

É sem dúvida muito interessante viajar, conhecer gentes e sítios, formas de viver e de sentir. A Oficina já esteve por duas vezes no Alandroal, e em Juromenha, e em Terena. Recomenda-se, realmente, com vivacidade...

Quanto ao almoço em São Romão não tarda a oportunidade!!!!

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quarta-feira, fevereiro 13, 2008

vigilante sobre o mar

ergue-se solitário mas vigilante
a seus pés o mar azul em sol poente
lá mais além o promontório da pedra de mu


Pinheiro da Mata, Mata dos Medos, Almada - Portugal

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ah esta cultura...

Já lá vão uns anos, estaríamos talvez em 2002, o meu amigo Silva do British Bar chamou-me a uma ponta do balcão e enquanto eu me ia deliciando com um refrescante “ginger beer”[*] foi-me dizendo:

Tenho aqui uma coisa para si, sei que é apreciador...

Debaixo do balcão retirou um livrinho da capa azul onde estavam impressas duas letras douradas “BB”. Tratava-se de um interessante historial deste tão tradicional botequim lisboeta. Escrito por João Isidro, com fotografias de José Barbosa. Uma edição da Câmara Municipal de Lisboa.

Tratava-se de uma colecção “Lisboa Porta a Porta” e como a própria designação dá a perceber, uma colecção de pequenas histórias de diversas portas da Cidade com estória para contar. Não consegui obter todos os títulos, alguns já esgotados, mas alguns bem interessantes ainda vieram fazer parte da minha modesta biblioteca: “Paços do Concelho”, “Elevador de Santa Justa”, “Hotel Avenida Palace”, “Solar do Vinho do Porto”, “Hospital das Bonecas” e tantos outros.

Regularmente lá ia eu à recepção dos Paços do Concelho na procura de uma nova surpresa feita livro. Até que um dia a recepcionista muito simpática mas com um sorriso algo amarelo nos lábios me disse:

Sabe? A publicação desses livrinhos foi cancelada!

Havia mudado, entretanto, o Presidente da Câmara.


[*] Tipo de cerveja produzida no British Bar que resulta de uma infusão fermentada de gengibre.

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terça-feira, fevereiro 12, 2008

resplandecente

pequenina flor de lilás vestida
em jardim de verdes nuances
resplandece


Flor da Mata, Mata dos Medos, Almada - Portugal

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em terras de salatia

Naquele fim de tarde de tamanho encantamento
Quando o sol desenhava arabescos no sadino leito
Em terras da romana salatia senti contentamento
P’la visão de esbelta mulher, de corpo tão perfeito.

O doce olhar encurtou distâncias, doirado caminho
Sonhos nas asas de airosas cegonhas que esvoaçam
Pintando círculos de luz como as velas do moinho
Seguindo o caminho dos sinais que no rio acima passam.

Os rosados lábios calam o que os olhos teimam afirmar
Cúmplices das palavras que não são ditas mas sentidas
Que as esguias mãos num gesto expressivo deixam escapar

Numa tentação de moira encantada que do rio se abeirou
Seguindo o sonho de imagens por tantas vezes repetidas
Na mais afectuosa e doce partilha aqui me ofertou.

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segunda-feira, fevereiro 11, 2008

pôr-do-sol na mata dos medos

quando o sol baixa sobre o mar
na linha do horizonte ainda azul
desce sobre a mata o misterioso sentir


Pôr-do-Sol na Mata dos Medos, Almada - Portugal

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a mata dos medos

Inserida na Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica, a Mata dos Medos consiste num vasto aglomerado arbóreo que foi mandado semear pelo rei D. João V, com o objectivo de fixar as areias das dunas sujeitas ao efeito de erosão dos ventos e que invadiam os terrenos agrícolas do interior.

A Mata dos Medos está constituída desde 1971 como Reserva Botânica protegida por lei e abrange 338 hectares de floresta, onde predomina o pinheiro-manso, embora se possam observar diversas espécies arbóreas de importante valor.

A Mata dos Medos pode ser percorrida pedonalmente por dois caminhos diferentes que passam junto às principais espécies arbóreas e também de arbustos com passagem obrigatória por um dos miradouros sobranceiros às praia e de onde se desfruta magnífica panorâmica, desde a Serra de Sintra a Norte, até ao Cabo Espichel e Serra da Arrábida a Sul e a Nascente.

O Poente fica reservado para um deslumbrante pôr-do-sol quando o astro-rei mergulha aparentemente nas azuis e amplas águas do Oceano Atlântico.

Neste percurso por tão delicada região todos os nossos sentidos são estimulados de forma única. Debaixo da sombra protectora dos pinheiros-mansos, vários arbustos podem ser identificados nas suas cores e odores ímpares. A sabina das praias, com suas bagas vermelhas, o medronheiro, cujas baga de amarelo a vermelho, consoante a maturação, são comestíveis e possuem um ligeiro teor alcoólico.

Os odores do rosmaninho, do alecrim, do tomilho e da salva inebriam-nos os sentidos e acompanham toda a nossa viagem. Lá mais no alto, pairando no azul do céu, podem ser observadas as águias reais, o peneireiro, o mocho galego ou a coruja do mato. A não perder é a oportunidade de observar a vivência dos corvídeos da Mata dos Medos em agregado familiar de um macho e de duas fêmeas.

Contam os mais antigos que neste local (a Mata dos Medos) que outrora foi lugar de acoitar criminosos, ladrões e outros foragidos da lei, ninguém se atrevia a entrar após o pôr-do-sol. Somente algumas pessoas possuíam um “salvo conduto de palavra”, uma espécie de senha e contra-senha que lhes permitia atravessar o Pinhal do Rei sem serem incomodados e a salvo.

O Pinhal do Rei, desde sempre mata nacional era, principalmente, zona de pinheiros mansos e bravos e de diversos arbustos autóctones, como é o caso da aroeira. Vastas zonas de juncal tornavam perigosa a sua utilização por quem não conhecesse bem os trilhos e os caminhos.

Era no Pinhal do Rei que o Povo se abastecia de lenha para cozinhar e para se aquecer em tempos de invernia, encontrando-se o seu acesso restrito às terças-feiras, cuja transgressão estava sujeita a uma de coima de cinco tostões, valor elevado para a época e para a penúria das gentes. Eram conhecidos, ao tempo, os guardas florestais Ti Manel Guarda e o Francisco Papa-Léguas. O primeiro, filho da Charneca (sogro do Alvarez) sempre fechava os olhos a alguma transgressão, o que já não acontecia com o último sempre pronto a aplicar as coimas.

Às terças-feiras toda a família ia para o pinhal apanhar lenha para a semana, somente os troncos e pernadas secas. Na época das pinhas (de pinheiro-manso) a azáfama era redobrada, pois encontravam nos pinhões que delas retiravam um complemento importante no rendimento familiar com a sua venda no Mercado da Ribeira, em Lisboa, juntamente com os mimos que obtinham da terra.

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domingo, fevereiro 10, 2008

uma família

a primavera chegada
a família se reconstrói
como ordena a natureza


Corvídeos, Cabo Espichel - Portugal

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corvídeos do pinhal

Dois vultos negros contrastam com o azul celeste da aurora, num voo suave ritmado com destino certo. Asas longas bem desenhadas com recortes característicos nas extremidades, contrapõe-se aos corpos esguios elegantes.

Vindos das matas do Pinhal do Rei e da Mata dos Medos, têm como destino uma zona de denso arvoredo, logo ali à beira dos areeiros do Cruzeiro.

Hoje são um par, um casal de família constituída. Amanhã voarão em trio, como acontece as mais das vezes, cujo sentido encontrei numa deliciosa crónica da autoria de Affonso Romano de Sant’Anna, no seu livro A Mulher Madura.

Entre os corvos acontece uma relação triangular, pois quando se verifica a carência de macho, as fêmeas ritualizam entre si o acto do amor, cortejando-se e seduzindo-se mutuamente até que uma das fêmeas passa a exercer o papel masculino. Fruto desse amor a outra fêmea choca os ovos, que por serem estéreis não resultam. Mas o romance não termina aí. Quando surge o macho, mesmo que atrasado, e começa a namorar uma das fêmeas já em estado de acasalamento “homossexual”, não conseguirá desligar as duas amadas. Terá que compor com elas um menage à trois, tendo que cuidar das duas ninhadas.

O macho voou agora até ao ponto mais alto de Valle de Rosal, o telhado de uma casa construída num outeiro. Voo sem hesitação e ao pousar lançou um primeiro som forte, estridente, metálico. Este som, um chamamento matinal, serve para dar indicação à fêmea de onde se encontra. A sua posição sobranceira ao vale garante-lhe uma visão ampla e plena para toda a região.

Lá mais para a Primavera e mesmo em pleno Verão o trio formará a constituição do voo. Não resisto a uma saudação de amizade a estes amigos de longa data. Voltem sempre que adoro observar o vosso voo.

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sábado, fevereiro 09, 2008

quando o espelho refletiu tua imagem...

...fiquei encantado com a cor dos teus olhos
senti teu corpo envolvido em diáfamo manto
em tonalidades da urze e do jacarandá


Vale do Côa - Portugal

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mais um miminho

A minha querida Amiga AvelaneiraFlorida, do Cantares de Amigo, quis brindar A Oficina das Ideias com um mimo que muito nos enterneceu.



O nosso Muito Obrigado

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sexta-feira, fevereiro 08, 2008

doiradas flores

quando a velha mulher descia até ao acacial
recolhia tantas flores doiradas quanto possível
e com elas recheava a sua capa, a capa-rica


Acacial da Caparica, Praia do Sol, Almada - Portugal

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venham ver as acácias em flor na caparica

A partir dos princípios de Fevereiro, quando as condições climatéricas são precocemente primaveris, ou no decorrer do mês de Março, quando estas são mais adversas e teimam em prolongar a invernia, toda a zona compreendida entre as designadas "terras da Costa" e o Mar Atlântico cobre-se profusamente de um manto amarelo dourado, com o florescer do acacial.

Esta zona de vegetação, ímpar no nosso País, além da função primordial de fixação do longo areal que vai da Trafaria à Fonte da Telha, protege as fecundas "terras da Costa" da brisa do mar e serve de tampão aos fogos florestais, tendo em conta a sua fraca capacidade combustível.

Designada "Mata das Dunas da Trafaria e da Costa de Caparica", integrada na Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica, foi instalada entre os finais do século passado e os anos 60, com a finalidade de fixar as areias de dunas móveis, estendendo-se pela zona fronteira à arriba, sendo constituída essencialmente por várias espécies de acácias (Acácia sp.), predominando a Acácia cianophyla.

Se a instalação cuidada e sistemática do acacial data de anos recentes, com existência entre os trinta e os cem anos, a sua florescência espontânea perde-se na bruma dos tempos imemoriais, encontrando-se referências lendárias dispersas, sem marco nem era determinados.

Na época da floração do acacial, quem percorre a Descida das Vacas, vindo da Charneca de Caparica na direcção da entrada para a Praia do Rei, ao virar na curva sobranceira ao mar, é agradavelmente surpreendido por uma paisagem sem igual, onde um vasto manto verde se apresenta profusamente salpicado de vários cambiantes de amarelo, dependendo do estado de maturação das suas flores.

O amarelo, contrastando com o azul do mar e do céu, com o verde da vegetação, reflectindo a luminosidade ímpar do Sol da Caparica, emana fulgores dourados que estão, por certo, ligados ao imaginário popular do ouro amoedado que enriquecia a capa da velha, uma "Capa-Rica", segundo a lenda, na origem do topónimo de Caparica.´

Não é difícil de crer que a velha mulher que a lenda refere, descesse do interior onde vivia num pobre casebre até à borda d’água, até ao acacial onde colhia muitas flores douradas que transportava no interior da sua capa. Os vizinhos e outras pessoas com que se cruzava vislumbravam laivos dourados consoante a misteriosa mulher se deslocava, imaginando que transportava consigo ouro amoedado de não menos misteriosa origem. Daí à lenda foi um passo, não muito longo, por certo.

O Gabinete da Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica tem instalado nesta zona, à beira da Praia da Rainha, um Centro de Informações que proporciona aos visitantes passeios guiados por esta maravilhosa zona, percorrendo trilhos e caminhos onde a observação do acacial é mais interessante.

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quinta-feira, fevereiro 07, 2008

manto de floral amarelo

este manto de flores tão belo
conduz-nos ao mistério do espichel
onde o mar atlântico é mais perigoso


Cabo Espichel, Sesimbra - Portugal

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que surpresa...

Para quem me visita com frequência na Oficina da Ideias é por demais conhecida a minha predilecção pelo British Bar, botequim mais do que centenário situado no torvelinho do Cais do Sodré. Por lá me tenho deliciado a tomar “um somente com gelo” na companhia do meu amigo Pedro, a dar dois dedos de cavaqueira e a sentir a aventura de me sentar na “mesa dos espiões”. Quantas vezes buscar inspiração na memória de José Cardoso Pires, um dos seus clientes habituais.

Sempre que escrevo sobre o British Bar revejo mais de 40 anos da minha vida pois por essa zona iniciei a minha actividade profissional e, curiosamente, aí trabalhei os últimos três anos antes de me reformar. Em muitas ocasiões, por tudo e por nada, fotografei o British Bar e as suas gentes.

Qual não foi a minha surpresa ao “descobrir” a publicação de uma fotografia do meu amigo Olho de Lince a acompanhar um poema sobre o British Bar, escrito por Jesús Jiménez Domínguez e publicado em 17 de Dezembro de 2007 no blogue Pandeoro, de Luisa Miñana e publicado no Afeganistão.

Aqui ficam a imagem e o poema publicados por Luisa Miñana:


Los Reloges del British Bar de Lisboa

En el British Bar los relojes giran al contrario
y Lisboa entera se sumerge como un nadador
que se aventurara de noche contra la corriente.
En el British Bar un exceso de alcohol y de tristeza
(ese clima mustio que aquí todo lo esponja o amortaja)
rebobina la sangre en las venas y al final, algo mareado,
pides la cuenta como quien pone cercas a la sed.
Y ves al camarero acudir y encallar en sus saudades
porque no le cuadran los números de la fatalidad:
el tiempo se le enreda sin remedio entre los dedos.

Y sales, salgo del British Bar como de una magia
y me hallo de repente en una calle desconocida
con cincuenta, cien años menos y el mundo cambiado
lo mismo que cambian los ojos de quien ve pasar un río.
Los tranvías retroceden a un pasado lento de calesas,
los plataneros menguan hasta ser semillas o sílabas de luz,
la lluvia se levanta de los charcos para caer hacia arriba
y los besos vuelven a sus bocas, y los poemas al silencio,
como al principio del mundo antes de ser mundo.

Y vuelvo sobre mis pasos hasta el barrio de Alfama
con las ropas holgadas como adjetivos excesivos.
Por el camino corro y pierdo los zapatos, me tropiezo.
Entro en la casa recóndita y al fondo del tiempo,
sobre los azulejos arruinados de otra época
están los relojes ardiendo, el humo volviendo sobre la llama
y mi madre destejiendo los puntos de nuestras vidas
para decirme en un portugués desdentado de 1755:
“Ágarrate, hijo mío, a las asas de la mañana:
ahora vamos a entrar en el terremoto”.


(Del libro "Fundido en negro", Jesús Jiménez Domínguez. DVD. 2007 -Premio de Poesía Hermanos Argensola 2007-); absolutamente recomendable.
La imágen del British Bar viene desde el blog Oficina das Ideias

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quarta-feira, fevereiro 06, 2008

em ti me inspirei, daqui emiti para o mundo

"o ar do mundo transporta moléculas de poesia"
este emissor receptor de ondas poéticas
é fonte ímpar de inspiração


Emissor receptor de ondas poéticas (monumento de homenagem a Pablo Neruda), Capuchos, Almada - Portugal

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55 meses na blogoesfera

Com o mês de Janeiro de 2008 passado regista-se a presença continuada da Oficina das Ideias na blogoesfera durante 55 meses, fazendo já parte de um restrito grupo de blogues com uma permanência tão longa. Muitos blogues que foram referência nestas andanças já “encerraram as portas” o que sempre é de lamentar. Em contrapartida, verifica-se o aparecimento de centenas de novos blogues diariamente, a quem desejamos continuidade com qualidade.

Continuamos a fazer questão em cumprir o estatuto editorial da primeira hora “textos e imagens próprios e originais, a temática da cultura de um Povo e da defesa da região da Praia do Sol e desenvolvimento dos afectos e do muito querer”. Continuamos a contar com o empenhamento do nosso “irmão fotógrafo” Olho de Lince que sempre vai animando os nossos textos muitas das vezes bem modestos.

No último mês, o número de comentários foi de 127, a partir de 38 comentadores, nosso recorde dos recordes, valores que continuam a dar-nos bastante satisfação. É de grande importância para o enriquecimento da Oficina das Ideias esta contribuição dos dedicada/os e amiga/os leitora/es, muita/os da/os quais nos têm trazido importantes ensinamentos.

Quanto a visitas atingimos a cifra de 470.944, a uma média de 394/dia, com origem em 146 países diferentes, valores facultados pelo SiteMeter e pelo NeoWORX. Do Brasil 195.891 visitas, de Portugal 179.431 e de Espanha 9.174 encontram-se no topo dos visitantes. Salientamos a forma positiva como a Oficina das Ideias é recebida no Brasil, no cumprimento da paixão pelo mar que nos une.

Total de postagens – 3.396, onde cerca de metade são fotografias da autoria do nosso amigo Olho de Lince.

Um agradecimento especial a Blogger.com e a Blogspot.com onde editamos e alojamos a Oficina das Ideias desde a primeira hora.


Quadro de Honra

Avelaneiraflorida, do Cantares de Amigo (Portugal)
Amigona Avó e...., do InstantesdeVida (Portugal)
Sophiamar, do A Ver o Mar... (Portugal)
Alguém de Lisboa (Portugal)
Aspásia (Leonor), do O Jardim de Aspásia (Portugal)
Melodemeias (Brasil)
Ivone, do Um Silêncio de Paixão (Portugal)
Lígia (Brasil)
Lualil, do Traduzir-se... (Brasil)
Maria F (Portugal)
Victor, do Des-encantos (Portugal)
Gwendolyn, do A Cantora (Brasil)
Lila (Portugal)
Caterina MV (Portugal)
Rui Manhente, do Viandante (Portugal)
Alex (Portugal)
Joaquim A Santos, do Negra Tinta (Portugal)
Méon, do Ao Rodar do Tempo (Portugal) [*]
Gasolina, do Árvore da Palavra (Portugal)
Netmito, do Divinius (Portugal) [*]
James, do Reflexões (Brasil)
Acordomar, do A Cor do Mar (Portugal) [*]
Mi (Portugal)
Cathy (Bailarina), do Bailar das Letras (Brasil)
Claudia P, do Cor de Dentro (Brasil)
António Nabais, do Nabisk (Portugal) [*]
Sandra S (Gata), do A Gata por um Fio (Brasil)
Sant’Ana, do Am’Art (Portugal)
Blogacomigo, do Bloga Comigo (Portugal) [*]
CAAAlmeida (Portugal)
Odele Souza, do Oficina das Palavras (Portugal) [*]
Observador, do Reflexos (Portugal) [*]
SilêncioCulpado, do O Silêncio Culpado (Portugal) [*]
João S, do Espaço do João (Portugal) [*]
Greentea, do Fases da Lua Cheia (Portugal) [*]
Fernando V, do Diz que não gosta de música clássica? (Portugal) [*]
Fátima, do Mar Azul (Portugal)
Jacinta, do Florescer (Brasil)



A TODOS o nosso MUITO OBRIGADO!




[*] muito em breve nos nossos indicadores de leitura

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terça-feira, fevereiro 05, 2008

até onde a vista alcança...

voltado a norte deixo meu olhar percorrer
terras, campos, mar e a serra ao fundo
beleza até onde a vista alcança


Jardins do Convento dos Capuchos, Caparica, Almada - Portugal

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não sou carnavalesco, mas...

Na realidade nunca fui um carnavalesco. Na minha meninice os corsos de Carnaval não tinham a grandiosidade que hoje têm, nem sequer tinham o cariz mercantilista da actualidade. Eram fruto da carolice e empenho de muita gente no desejo de manterem a tradição.

As distâncias mais difíceis de vencer à época faziam com que uma ida ao Corso do Carnaval de Torres Vedras mais parecesse uma aventura de vida. Quilómetros a vencer nas dificuldades do aquecimento do motor da “velhinha” Anglia, um farnel em geral de “arroz de coelho” que se mantinha quente por acção dos jornais com que se envolvia o tacho para garantir a refeição, e lá íamos.

Quando os anos avançaram e as coisas da tradição me começaram a interessa, também o tema Carnaval mereceu as minhas leituras, o meu interesse, a conversa com quem mais do que eu sabia.

Os folguedos de Carnaval muito têm de pagão, aliás como a sua própria génese, mas como acontece em tantas outras situações abraçadas pelo Povo, também o Cristianismo recuperou esta tradição para o calendário religioso.

Muitos autores encontram a origem do Carnaval em festividades da Roma Antiga (Saturnália?), enquanto outros vão mais além afirmando que já se festejava em homenagem à deusa Ísis ou ao deus Osíris no Antigo Egipto. O que não há dúvida é que ainda está ligado à exuberância do Povo quando se avizinhavam tempos de recolhimento devido às intempéries.

O Cristianismo quis dar-lhe um cunho religioso, tendo muita dificuldade em vergar a vontade do Povo de que se tratava de época de folguedos, de comezainas, até de uma certa libertinagem. Mesmo assim, na reformulação do calendário cristão no ano de 1091, lá encontraram forma de o colocar entre o Dia de Reis (Epifania) e a Quarta-feira de Cinzas (vésperas da Quaresma), uma espécie de último momento de alegria e festejos profanos antes do período de recolhimento da Quaresma.

Os dias eclesiásticos são calculados em função da data da Páscoa, o primeiro domingo que ocorre após a primeira Lua Cheia que se verifica após o dia 21 de Março de cada ano. Assim, o Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa.

Ainda tenho na minha memórias os “chachas” e as “cegadas” que percorriam as ruas e jardins da Amadora, onde vivi a minha meninice e juventude, e que medo eu tinha dessas funções. Normalmente, os homens e mulheres trocavam os trajares nesses dias e escondiam o seu rosto com caraças, qual delas a mais terrível. Um dia, em defesa da segurança nacional, a Ditadura proibiu o uso de qualquer artefacto que escondesse os rostos e perdeu-se o encanto.

Eram, então, frequentes nessa época de folia os “assaltos”. Um telefonema avisava misericordiosamente a dona da casa que iria haver um assalto. Passado pouco tempo, era a invasão de mascarados. A dona da casa já estava “avisada” e tinha uma reserva de fritos que eram reis nestes acontecimentos: filhós, borrachos e azevias. As bebidas levavam os “assaltantes”.

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segunda-feira, fevereiro 04, 2008

a brancura de almodôvar

por entre urzes e estevas
vislumbramos a brancura de almodôvar
rodeada de amplos campos e serranias


Vila de Almodôvar vista do miradouro da Ermida de Santo Amaro, Almodôvar - Portugal

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museu da escrita do sudoeste

A mais antiga escrita conhecida no território que é hoje Portugal tem mais de dois mil e quinhentos anos e está identificada em documentos encontrados em particular na região sul, mormente, na região interior que abrange Almodôvar e os municípios vizinhos.

Estes documentos são, de um modo geral, constituídos por placas de xisto de dimensões diversas, com uma das faces muito lisa e onde se encontram gravados símbolos que constituem a chamada escrita “do sudoeste peninsular”, “tartéssica”, “sud-lusitana” ou “do Algarve”.

Em casos excepcionais as inscrições são acompanhadas por imagens, como é o caso da estela encontrada em Abóbada, Freguesia de Gomes Aires, do Concelho de Almodôvar.



O Museu da Escrita do Sudoeste, situado em Almodôvar, o MESA, é o ponto de partida para o conhecimento e compreensão de uma vasta área do sudoeste peninsular e que abrange parte do território de Portugal e de Espanha.

Está instalado num edifício de arquitectura contemporânea devidamente integrado no núcleo antigo de Almodôvar, perto da Torre do Relógio e pretende ser o polo dinamizador do estudo deste património ímpar, a Escrita do Sudoeste Peninsular.



Na visita ao Museu fomos recebidos com simpatia por Suzana Lúcio que nos reservava duas agradáveis surpresas: a primeira, o facto da visita ser gratuita e não haver qualquer impedimento à obtenção de fotografias; a segunda, à saída, a oferta de um bonito saco “Almodôvar, a Arte do Pão” com lembranças deste núcleo museológico.

Mas uma outra agradável surpresa nos estava reservada: a presença do arqueólogo Dr. Rui Cortes, uma das pessoas mais empenhadas na criação e dinamização do Museu da Escrita do Sudoeste, que de imediato se prontificou a proporcionar-nos uma visita guiada de excelência.



Enriquecedor conhecimento nos foi dado por Rui Cortes que nos entusiasmou com o seu profundo saber sobre a forma ancestral que os povos que habitavam este território há mais de 2500 anos usavam para comunicar entre si.



Museu da Escrita do Sudoeste Almodôvar – MESA
Rua do Relógio (junto à Torre do Relógio)
Almodôvar – Telefone: 286660600
Horário
Terça a Sábado – das 10 às 13:00 e das 14 às 18:00 horas


Outras consultas
Guia do Museu da Escrita do Sudoeste, edição da Câmara Municipal de Almodôvar
Folheto “Almodôvar, 2500 anos de escrita”
Desdobrável “Museu da Escrita do Sudoeste Almodôvar”
Escrita do Sudoeste em Wikipedia – http://pt.wikipedia.org/wiki/Escrita_do_sudoeste
Finalmente desvendado o mistério... – http://geocities.com/CapeCanaveral/Hangar/8065/

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domingo, fevereiro 03, 2008

torre do relógio

um raio no século XVIII destruiu a original
a igreja matriz deixou de dar horas
que agora são ouvidas no centro histórico


Torre do Relógio, Centro Histórico, Almodôvar - Portugal

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mais mimos para a oficina

A minha querida amiga Amigona, do Instantes da Vida, não pára de mimar a Oficina das Ideias com prémios da blogoesfera. Sentimo-nos bem com o facto, mas colocamos sempre a dúvida se merecemos tamanhos elogios. Sem falsas modéstias!

Desta vez foi



Que fica bem acompanhado das palavras criadas pelo seu autor para o efeito:

Aquele blogue é do tipo que, apesar da sua vida corrida, com milhões de relatórios para entregar, clientes para recepcionar, patrão te enchendo o saco, você não pode deixar de dar uma olhadinha para conferir as novidades? É aquele blogue que você lê todo santo dia, mesmo que não haja novidades? Aquele tipo que, no trabalho, ou numa caminhada, ou num churrasco entre amigos, você não vê a hora de acessar a Internet para dar uma olhadinha? Enfim... para com esse selo o/"atalhar... é aquele blogue que não te sai da cabeça??? Presenteie, então, o autor desse blogue".

Muito Obrigado!

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sábado, fevereiro 02, 2008

flor da esteva

nos campos do alentejo
o colorido da flor da esteva
anuncia a chegada da primavera


Flor da esteva, Campos do Alentejo - Portugal

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almodôvar, a arte do pão

Almodôvar é terra de sapateiros e de padeiras no Alentejo profundo à beira da Serra de Mu, onde se iniciam as míticas curvas e contracurvas no caminho de quem do Norte se dirige ao Algarve, atravessando a zona central do País. Era à época, diria no século passado, o “adamastor” das estradas portuguesas, o obstáculo difícil de vencer, as curvas do Caldeirão e Mu.

Hoje em dia, uma moderna auto-estrada que esventrou a serra algarvia, rasgando rectas onde outrora se curvava ao sabor do relevo e lançou pontes que reduziram as distâncias, tornam mais rápidas e fáceis as viagens, mas retiram do mapa do viajante importantes urbes que são a cultura de um Povo.

Em Almodôvar sapateiros já são poucos, que a industrialização do fabrico do calçado e a importação de calçado de muito má qualidade mas a preços reduzidos vai destruindo esta “arte” que de mestres para aprendizes representava importante legado cultural. A forma, a bigorna, a faca e a sovela são ferramentas de que já é difícil encontrar exemplares em uso. Sobra para memória uma escultura de um sapateiro, feita com sucata da industrialização e que está implantada numa rotunda junto à Biblioteca Municipal.



As padarias, dão ainda hoje importante contribuição para o emprego local, a par com os serviços camarários e a área de serviços da auto-estrada, e representam destacado meio de divulgação regional. Além do celebrado “pão alentejano” tomou já a sua individualidade o designado “pão de Almodôvar”, confeccionado de acordo com a tradição.

O pão “é a voz da vontade de comer”. Amassados a farinha, a água, o sal e o fermento são as massas abafadas quantas vezes pelos desgostos da vida para, depois, no calor dos fornos a lenha renascerem em saborosos pães que melhor sabem quando partidos à mão. “O pão que é a linguagem do trigo”.

E por falarmos em linguagem ocorre-nos a ideia da escrita, a Escrita do Sudoeste Peninsular ou Tartéssica que em Almodôvar encontra forte expressão e de que falaremos muito em breve tal como aqui na Oficina das Ideias já antes foi prometido.

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sexta-feira, fevereiro 01, 2008

caminhos do alentejo

nos caminhos do Alentejo
planuras sem fim, doiradas terras
terra de bem sentir


Escultura "Alentejanos", Área de Serviço de Grândola, A-2 Lisboa/Algarve - Portugal

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em janeiro de 2008 a oficina publicou:

Textos
Dia 1 – A Magia do Ano Novo [tempo]
Dia 2 – 2008 – Ano Bissexto [tempo]
Dia 3 – Em Dezembro de 2007 a Oficina publicou [oficina]
Dia 4 – Leituras [leituras]
Dia 5 – 54 meses na blogoesfera [oficina]
Dia 6 – Do Natal aos Reis [tradição]
Dia 7 – Cantar as Janeiras na Aldeia Lar [tradição]
Dia 8 – Cantar as Janeiras na Charneca [tradição]
Dia 9 – Cantar as Janeiras das Escolas [tradição]
Dia 10 – Goiabada e Romãs [poesia]
Dia 11 – Simpatia [oficina]
Dia 12 – Inspiração [correspondência]
Dia 13 – Novos indicadores de leitura [oficina]
Dia 14 – Mulher-mãe, Mulher-companheira [poesia]
Dia 15 – O seu nome Vicktoria [pequenas histórias]
Dia 16 – De Valle do Rosal para o Brasil [minha terra é meu sentir]
Dia 17 – Gaudí e o Arco-Íris [mistério e fantasia]
Dia 18 – Mimos para a Oficina [oficina]
Dia 19 – Emissor-receptor de poesia [neruda]
Dia 20 – Caminhada [poesia]
Dia 21 – Vestido azul cor do mar [erotismo]
Dia 22 – Visitar Redondo, apreciar cerâmica [tradição]
Dia 23 – Mimos para a Oficina [oficina]
Dia 24 – Livros e Leituras [leituras]
Dia 25 – Um livro para o Mundo [leituras]
Dia 26 – Demência [poesia]
Dia 27 – Lagos glaciares [caderno de viagens]
Dia 28 – Um grão de solidariedade [oficina]
Dia 29 – Fugiu ou foi-lhe dada fuga? [crónica]
Dia 30 – Os 7 pecados sociais [crónica]
Dia 31 – Meu vício maior [poesia]


Imagens
Dia 1 – ...Viva 2008
Dia 2 – Voo de gaivota
Dia 3 – Mar agitado
Dia 4 – Gaivotas em terra
Dia 5 – Ah doce mar
Dia 6 – Uma gota de jasmineiro
Dia 7 – Mar de prata
Dia 8 – Gaivota
Dia 9 – Pescaria desejada
Dia 10 – Tranquilo recanto
Dia 11 – Brejeirice moliceira
Dia 12 – Apetrechos das pescarias
Dia 13 – Velhas muralhas
Dia 14 – Simples florinha
Dia 15 – Barco da Bela Princesa
Dia 16 – Recorte da silhueta
Dia 17 – Mil espelhos
Dia 18 – Movimento e Som
Dia 19 – Policromia
Dia 20 – Dobrar papel
Dia 21 - Cruzeiro aos Mártires
Dia 22 – Lua Primeira
Dia 23 – Sétima onda
Dia 25 – No alto da Arriba te contemplo
Dia 27 – O dono da bola
Dia 28 – A perfeição
Dia 29 – Azul e prata
Dia 30 – Flor do jasmineiro
Dia 31 – A espera


Uma Flor para...
Dia 24 - ...a Silvyah
Dia 26 - ...a Gwen (A Cantora)

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