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terça-feira, setembro 30, 2003

uma flor para a cláudia, de dois dias de idade



momento mágico

Houve um dia deste ano de 2003 que foi, efectivamente, um dia mágico. Ao recapitular essa situação para a actualidade deve-se exclusivamente ao facto de na altura não viajar neste maravilhoso espaço da blogoesfera e, portanto, não ter partilhado o que na altura me ocorreu escrever.

O dia 3 de Março de 2003 foi, na realidade, um dia mágico de impossível repetição no tempo em que permaneceremos neste planeta. Foi um dia de coincidências cronológica, aliás, com alguns malabarismos numéricos, podemos mesmo encontrar um momento mágico.

Na verdade o terceiro dia do terceiro mês é algo que anualmente tem lugar, o mesmo já não se podendo dizer das restantes coincidências. É que além disso estamos perante uma situação única, sendo o terceiro ano do terceiro milénio.

Quase mil anos antes tivemos o segundo ano do segundo milénio e daqui a cerca de mil anos o quarto ano do quarto milénio. Mas coincidência numérica na casa do três nem nunca houve nem voltará a acontecer de novo.

A cronologia, a medição do tempo que passa, sempre nos coloca perante a magia de um momento.

Terceiro dia do terceiro mês do terceiro ano do terceiro milénio.

E porque não? Terceiro segundo do terceiro minuto da terceira hora do terceiro dia do terceiro mês do terceiro ano do terceiro milénio.

Aqui e agora. Pois noutros sítios e noutras paragens, com outros sistemas de contagem do tempo que passa o momento mágico será outro.

segunda-feira, setembro 29, 2003

oliveira milenar


esta veio do Alqueva

um mundo novo ainda possível

Como é do conhecimento de muitos dos que me dão a honra de ler os meus textos sou coleccionador de pacotes de açúcar. Os restantes ficam agora a saber. É uma das colecções que podemos chamar “pobres” não pelo seu conteúdo que é riquíssimo, mas pelo custo das peças, a maioria obtida nos cafés com o sacrifício de beber um café sem açúcar, o chamado café dos apreciadores.

Há uns tempos atras, durante a participação telefónica num programa de televisão das tardes, dei conta deste facto num diálogo que estabeleci com o Carlos Ribeiro, apresentador do mesmo.

Passados alguns meses recebi um telefonema de uma telespectadora que assistira ao programa dizendo-me que tinha ouvido a minha intervenção, que dava muito valor a quem se dedicava ao coleccionismo e como havia juntado muitos pacotes de açúcar gostaria de se encontrar comigo para os entregar.

Encontro marcado. Na data e à hora combinada, pontualidade britânica, encontra-mo-nos num café de tradição em Almada. Apresentações feitas, tratava-se de duas senhoras, irmãs, de elevada educação e delicadeza, moçambicanas de origem indiana, vindas para Portugal depois da independência do seu país de origem.

Dois dedos de conversa e a concretização do objectivo do encontro. Foi-me entregue um saco com imensos pacotes de açúcar que tinham juntado cuidadosamente. Uma alegria imensa, mais ainda de quem oferecia do que de mim que os recebia.

Perguntei-me a mim próprio: “Mas ainda existe gente assim?” Que sentem tamanha alegria ao agradarem a outra pessoa sem nada esperarem em troca, a não ser reconhecimento. Não tenho, agora, quaisquer dúvidas que o “tal” mundo novo que está na vontade do “Cavaleiro da Esperança” ainda é possível.

Ainda existe neste planeta pessoas que valorizam mais a amizade, a solidariedade, os afectos do que o poder, o dinheiro, o egoísmo.

O mais importante: estas pessoas têm um nome, Maria Cristina e Maria Luísa.

domingo, setembro 28, 2003

caparica florida



a força da informação

Os governos dos países ocidentais sentem-se, normalmente, incomodados pelo trabalho dos jornalistas quando estes lhes não são afectos e, especialmente, se se dedicam à investigação jornalística, tornando públicos os deslizes verificados nesta sociedade decadente.

Na ânsia de conseguirem cada vez mais poder, de conseguirem votos para os respectivos partidos, os caciques e politiqueiros julgam-se abrigados pela sua imunidade e pela troca de favores de serem acusados seja lá do que for. Agem, então, sem moral, sem ética, sem o mínimo de respeito pelos seus semelhantes.

Quando um jornalista, na imparcialidade possível ao seu trabalho, pois há sempre que deixar claro de que lado estamos, dos oprimidos ou dos opressores, dos humilhados ou dos ditadores, descobre e torna públicos factos que as gentes do poder pensava nunca poder acontecer “aqui d’el rei!” que estão a fazer perseguições políticas, que estão a criar uma cabala.

O Povo português fácil de governar, perdeu a capacidade de indignação, está preocupado com a sua própria vivência, esqueceu o colectivismo e a força do associativismo. Agora, os jornalistas de investigação, sérios e empenhados, esses representam um espinho na garganta de qualquer dirigente de uma “república das bananas”, onde o governo situacionista e a oposição se anulam nas suas culpas repartidas.

Não admira, pois, que os órgãos da comunicação social se tornem, cada vez mais, num poder alternativo, o quinto poder?, mas que não irão, em última análise, defender os interesses do Povo pois, também eles, têm na sua retaguarda grandes interesses económicos e financeiros, que não de solidariedade.

imagens da nossa costa


sudoeste alentejano


cavaleiro da esperança

Coube ao Presidente do Brasil, Luiz Lula da Silva, fazer o discurso de abertura da 58ª Assembleia Geral da ONU, tendo solicitado aos membros da Organização das Nações Unidas que procedessem a uma reforma urgente da instituição que, com o actual estatuto, tem vindo a perder importância internacional.

Mas os aspectos fundamentais da sua intervenção centraram-se em dois outros aspectos que desde há muito lhe são muito caros.

Primeiro, fez uma violenta crítica à forma como teve lugar a intervenção americana no Iraque, ignorando a própria ONU, criando condições para a desacreditar e agindo mais para fazer a guerra do que para construir a Paz.

Segundo, interviu na defesa do combate à fome a nível mundial, afirmando que este problema atinge um quarto da população mundial que vive numa tremenda penúria. Afirmou, entre outras coisas, “erradicar a fome no mundo é imperativo moral e político e todos sabemos que é factível, se houver, de facto, vontade política de realizá-lo”.

Lula foi igual a si próprio, defendendo nesta reunião do mais alto nível a prioridade à intervenção real nos aspectos sociais, aqueles que são determinantes na evolução da Humanidade que possuindo a mais avançada tecnologia de sempre no campo das comunicações, continua a dar o primado à incomunicação entre os Povos.

É no diálogo que se encontrarão as soluções para os grandes problemas que afligem a Humanidade, como sejam a fome, a saúde, a educação. O diálogo é o oposto à aplicação unilateral da força e da violência que os senhores do Mundo continuam a defender como solução para a Paz. Não pode haver maior cinismo.

Continuo a pensar, pese aos iluminados comentadores da nossa praça, que a esperança de um Mundo melhor, de um Mundo novo solidário, que a “luz ao fundo do túnel” se encontra contida no pensamento e na acção de Luiz Inácio Lula da Silva e que a contribuição do Brasil será determinante para atingir esse objectivo.

sábado, setembro 27, 2003

um dia, uma ideia

Demita-se senhor ministro

O que sempre está a acontecer neste País, a cada dia que passa, faz-me recordar todas as vezes uma história que o meu pai me contava era eu bem pequeno, sete anos de idade talvez.

Contava-me meu pai que havia na aldeia onde vivíamos, hoje uma das maiores cidades portuguesas, um homem que se encontrava cronicamente embriagado. Em tal estado de pré-demência dizia mal de tudo e de todos.

- Tu és um incompetente, dizia com voz arrastada para o empregado da loja.

- Tu não sabes o que fazes, só asneiras, vociferava para um empregado.

Depois de todos insultar e humilhar, olhava-se ao espelho e com um último laivo de consciência sempre dizia:

- E tu... tu também me saíste um bom sacana!

Aconteceu muito recentemente, fruto de uma investigação jornalística, vir à luz do conhecimento público que num período tão grave e com tanta falta de meios que atravessámos aquando dos graves fogos florestais, um dos helicópteros destinado ao combate a incêndios esteve a ser indevidamente utilizado para voos turísticos.

Uma conivência incompreensível entre o responsável da Protecção Civil do Distrito de Viseu e do comandante dos Bombeiros Voluntários de Lamego. Julga-se que o presidente da Câmara Municipal de Lamego que é, por inerência, o responsável municipal da protecção Civil, também teria conhecimento da situação.

Num acto de grande determinação o senhor ministro da tutela demitiu o responsável da Protecção Civil e mandou abrir um inquérito ao comandante dos bombeiros que, de imediato, foi suspenso. Pulso forte do senhor ministro.

Claro que faltou ao senhor ministro o espelho providencial para o qual ele pudesse desabafar:

- Tu também me saíste um bom sacana!

Politicamente, senhor ministro, só tem um caminho a seguir: DEMITA-SE!

um carinho para a sue



vestido azul cor do mar

A Deméter, do Sonhos de Deméter, teve a gentileza e a amabilidade de me convidar para escrever um conto erótico a publicar no espaço Sexta-feira Sexy do passado dia.....

Por uma questãoo de respeito pelo seu blog, aliás, de grande qualidade, não irei publicar aqui o referido conto mas remeto a leitura para Segredos de Deméter.

Muitos leitores tiveram o carinho de tecer os seus comentãrios ao mesmo, comentários e comentaristas que quero aqui e agora homenagear.

Com sua licença Deméter... Há muitas coisas a ler neste teu maravilhoso conto erótico caro Vicktor. Alem da maravilhosa atmosfera criada, do lirismo, da percepção alterada da realidade oferecida pelo encantamento da sexualidade, teu conto escrito na minha língua portuguesa guarda alguns traços da interessante dualidade que há nos nossos isolamento e consanguinidade simultâneos. Isto acrescenta ainda outras exóticas cores e sabores a leitura. Parabéns.
Ulisses

Não sei se comento o conto ou se comento o comentário. Acho que o português não sabe que os pés da Deméter parecem de boneca. São lindos! Chutou e acertou, hein?? Deméter deve estar morrendo de vergonha, afinal, o que não estaremos nós pensando? Quanto ao conto posso dizer que gostei muito, subtil, e deixa claro o quanto os homens pensam mais que agem. Sonhar é preciso. Boa sexta!
Flower

Óptima escolha. És um escritor que sabe colocar a visão poética no conto deixando-o muito belo. Beijos para os dois!
Cathy

Caro Vicktor, Sensualidade é  seus postos! O corpo feminino por si só não precisa de complementos. Mas o jeito, o olhar e o toque promovem, verdadeiras, erupções em nossos androceus! Agora não tinha pensado na calcinha azul! Obrigado pela sugestão de presente, Óptima para uma sexta-feira, em prelúdio de encontro com a amada! Belo conto e um grande abração! Ps.: De qual modelo você sugere?!
Andrômeda

Tosão doirado. gostei. Só por isso já teria valido a pena. :-)
Lord N

Vim até Goiânia ao encontro do Vestido Azul cor do Mar. E confirmei o que eu já tinha dito, um dia. O Vicktor sabe transmitir afectos e sentires. Só me resta "parabenizar" (É assim que se diz em Goiânia???) os dois, o Vicktor e a Deméter, pela parceria. Continuem...
maizum

Deméter comentou que os portugueses são muito elegantes. Completamente de acordo. Um grande abração ao Vicktor e à  Deusa.
Atena

Bom... acho que agora chegou a minha vez... Passei o fim de semana sem acessar o computador, por isso a minha posição demorou. Vicktor, muito obrigada por sua participação, pela elegância e sutileza do seu conto, por ter recebido nossos leitores com a hospitalidade de quem sabe reconhecer afetos. Quanto a beijar meus pés, passando da reverência a uma deusa à  sensualidade... bem o que posso dizer? A-DO-REI!!! Um beijo a  todos, inclusive áqueles que atraí­dos pelo talento do Vicktor visitaram esta casa pela primeira vez!
Deméter

sexta-feira, setembro 26, 2003

almada fórum - 1






bota acima

Depois de o João C. Fernandes, do Fumaças, do Pedro O.Gomes, do Sintra Gare e de mim próprio aqui nos trabalhos oficinais, mais um UMS, Ultra Marado Solidário, acaba de aderir à blogoesfera.

É o João Tunes, com o Bota Acima que, tal como ele próprio afirma, vem trazer-nos Ideias, pensamentos, andanças, erranças e muita heresia. Podem-me chamar tudo, ortodoxo é que não !

A blogoesfera ficou mais rica com esta adesão há muito por nós desejada.

quinta-feira, setembro 25, 2003

uma flor para a marley



desporto não é só futebol

Vamos todos apoiar os hoquistas portugueses. O 36º Mundial de Hóquei em Patins realiza-se em Oliveira de Azeméis de 27 de Setembro a 4 de Outubro de 2003.



estilo antigo

A deterioração física e mental é um tema central na preocupação das pessoas, especialmente a partir dos cinquenta anos, quando começam a perder os atractivos físicos e o aspecto mental começa a sentir algumas limitações.

É um problema premente na actual sociedade extremamente competitiva, assim como o foi há dez anos atrás ou no início dos anos 60 do século passado quando Samuel Beckett escreveu Happy Days, primorosamente traduzido para português em 1978 por José Vieira de Lima.

O personagem principal e, praticamente, único, da peça de Beckett, a Winnie, encontra-se presa no deserto dos dias, presa pela terra num mundo cruel, que lança ao ostracismo quem já não reúne as condições físicas e mentais de lutar para vencer ou para ser vencido.

Enquanto no decorrer do primeiro acto, Winnie é uma mulher palavrosa e convencida de que pode recuperar a juventude perdida, no segundo acto é uma mulher conformada que espera somente o “toque para dormir”, vivendo das recordações amorosas que se vão esfumando cada vez mais.

Contudo, é sempre uma mulher que se engana no discurso, retomando um pouco atrás para corrigir, faz inúmeras citações porque não tem já pensar próprio e, além do mais, utiliza um ou dois clichés verbais de forma repetitiva, são os “versos maravilhosos”, é o “estilo antigo”.

Vem este pequeno e despretensioso texto a propósito da terceira montagem desta peça feita pela Companhia de Teatro de Almada, esta última com encenação de Joaquim Benite e uma extraordinária interpretação de Teresa Gafeira, premiada aquando da segunda encenação desta mesma peça com o Prémio da Crítica de 1994.

quarta-feira, setembro 24, 2003

mil cores



viajar no transpraia

Manhã radiosa, já com aquele cheirinho a Outono, que o Inverno está já aí, quente e calma, sem as elevadas temperaturas de Verão, de brilho ímpar, com o Sol a reflectir-se no amplo e azul mar da Caparica.

Resolvi percorrer o longo areal que vai da Frente Praias de Costa de Caparica até à Fonte da Telha no Transpraia que terminará as suas andanças desta época balnear no próximo dia 30 deste mês.

Para percorrer as 20 paragens que constituem o traçado do Transpraia são necessários cerca de 15 minutos, o dobro do tempo levará em pleno Verão, pois há mais entradas e saídas de pessoas, e o custo do bilhete de ida e volta é de 3,60 Euros.



Dentro do horário, depois de recebido o sinal da composição que partiu da Fonte da Telha, lá iniciámos a nossa viagem. O sinal é importante, pois circulando o Transparia em via única há que garantir o cruzamento em zona de via dupla, normalmente junto à Praia da Riviera.

Passámos as praias de culto dos anos 50 e 60, as chamadas “praias da Vila”, Tarquínio, Paraíso, Dragão Vermelho, Bexiga, entrando depois na zona dos parques de campismo, do lado esquerdo, e das velhinhas casas de praia, do lado direito. Ambas as estruturas, muito degradadas, desaparecerão em breve, fruto das transformações a efectuar no âmbito do Programa Polis. Quem vai ganhar é o cordão dunar.

Depois, é percurso feito entre o doirado areal e o verdejante acacial que a partir de Fevereiro ou Março ficará coberto por miríades de flores tão doiradas como as areias da praia.. É a altura da velha da Capa-Rica descer desde o interior para colher tão belas dádivas da Natureza.

A partir da paragem 18 do Transpraia a paisagem será profundamente alterada. Entramos na zona reservada à prática do naturismo, a primeira legalizada em Portugal, donde os banhistas se apresentam completamente despidos para gáudio dos mirones que, infelizmente, por aí ainda vagueiam.

Quinze a vinte minutos depois de termos partido da Costa de Caparica e termos feito a meio do percurso o cruzamento com a composição que circula em sentido contrário, eis-nos chegados à Fonte da Telha, terminus desta viagem deliciosa.



O Transpraia continua a ser um dos símbolos da Costa de Caparica. Foi seu criador Casimiro Pinto da Silva, agricultor de Santo António da Charneca, apaixonado pela caça e pelo tiro ao alvo, bom viajante que traz a ideia de França, sugerida numa visita a umas minas. E a vinda até à Costa de Caparica ficou a dever-se ao médico de família que sugeriu a Praia do Sol como o local indicado para cura das amígdalas de sua filha Ana Maria da Silva, actual proprietária do Transpraia, lado a lado com o seu irmão António Manuel Pinto da Silva.

Hoje, com quatro unidades e duas máquinas alemãs Shoma, a garagem e oficinas implantadas junto à Praia da Riviera, transporta nos quatro meses da época balnear, de 1 de Julho a 30 de Setembro, trezentos mil visitantes.

terça-feira, setembro 23, 2003

serra da estrela


glaciar


cume gelado


covão da ametade

outono

Hoje despertei ainda o sol não dera os primeiros passos, caminhei a madrugada tranquila e vivi a luminosidade duma manhã de Verão. Depois, almocei a tranquilidade de uma esplanada, admirei o oceano profundo cor azul mar e dormi a sesta de uma tarde de Outono.

Coisas do equinócio de Setembro que este ano, segundo o Borda d’Água, teve lugar às 11 horas e 47 minutos e, na opinião de O Seringador, às 10 horas e 47 minutos. Coisas da hora solar e da hora legal, dos fusos horários e do Meridiano de Greenwich.

Hoje foi, então, o primeiro meio-dia de Outono em Portugal, pois no Brasil foi ontem o primeiro dia de Primavera.

Do outro lado do Atlântico festejam-se as searas, as flores, o eterno renascer. “Deméter reencontra Perséfone e volta a ser fértil”. Há esperança renovada, porque paira no ar os sonhos do “Cavaleiro da Esperança”.

Nesta terra lusitana, vão imperar as tonalidades castanho e doirado, mas não o ocaso da vida e muito menos a morte da esperança. O Atlântico será estreito para a vontade indomável de povos que se querem bem.

Assim como o Brasil já cantou a Liberdade em Portugal vivida, Portugal irá cantar a fome no Brasil superada.

segunda-feira, setembro 22, 2003

janelas da torre de belém


janela sul


janela poente


janela nascente

um dia, uma ideia

Dia Sem Carros

Semana Europeia da Mobilidade, Dia Sem Carros, Dia do Eco-Condutor e tantas outras designações de “semanas” e “dias” com as quais se pretende sensibilizar as pessoas para os malefícios da utilização dos veículos automóveis cujos motores funcionam com combustíveis poluentes.

É uma campanha meritória no seu enunciado e nos objectivos que pretende atingir. Contudo, sobra-me sempre a dúvida pessoal da sua razoabilidade e da sua eficácia.

Em primeiro lugar, quem pretendem os promotores destas campanhas sensibilizar? Em Portugal, grande parte da população já há muito que não utiliza transportes privados devido á penúria em que vivem, muitos no limiar da subsistência.

Os ricos e a classe média endinheirada, novo-riquismo emergente tantas vezes do clientelismo político que se sobrepõe em camadas fruto das mudanças da cor dirigente, esses não prescindem do transporte próprio.

Andam sempre em acelerada correria, do emprego onde saem tarde para melhor competirem com o colega do lado, para o infantário ou escola das crianças, para casa nos arredores da cidade, onde vivem em urbanizações ou condomínios fechados.

Os restantes, a maioria, levanta-se de madrugada, utiliza transportes públicos de má qualidade e sem o mínimo de comodidade que um ser humano merece. Chega a horas ao serviço, pois caso contrário o seu emprego está em risco. Onde chega tarde, cansado, preocupado com a alimentação da família, é a casa, noite fora, após outro período de martírio nos transportes públicos.

É fácil comemorar dias e semanas, com temática ecologista, que todos sentem ser importante defender. Mas será assim que se defende a Natureza e o Ser Humano?

O que fazem os governos contra os empresários fabris que poluem selvaticamente para não investirem nas medidas adequadas de protecção ecológica? E contra os armadores que poluem os oceanos impunemente lavando fundos dos navios tantas vezes dentro de águas territoriais?

domingo, setembro 21, 2003

parcerias, partilha e interactividade

A blogoesfera cumpre cada vez mais, a cada dia que passa, os seus fundamentais objectivos, segundo a minha modesta opinião: criar parcerias, facilitar a partilha e incentivar a interactividade.

No que se refere às parcerias, além do uso de um mesmo blog por um conjunto de pessoas, tenham ou não pensares comuns, começa a surgir a utilização complementar: duas pessoas, eventualmente a milhares de quilómetros de distância entre si, justapõem textos que constituem um post homogéneo.

No que diz respeito a partilha, ela é frequente, especialmente com a divulgação que um blog efectua de textos ou de imagens de outro autor, devidamente integrado no desenvolvimento de determinado tema.

O hábito que está a ser criado de efectuar comentários a determinados posts e a resposta dada pelo respectivo autor, não só enriquece o assunto exposto como proporciona interessante interactividade.

A este propósito sugiro que visitem os blogs que indico a seguir, não só pela sua extraordinária qualidade, como também porque espelham as ideias aqui apresentadas.

No Sintra Gare, do g'anda saloio Pedro O. Gomes, leiam Um Poema por Timor Loro Sae

No Segredos de Deméter, da minha querida Deméter, leiam o conto erótico Um Vestido Azul, Cor do Mar

No Ene Coisas, do imaginativo Luís Ene, leiam a entrevista que foi feita ao Oficina das Ideias

doiradas areias


porto covo

danubio azul, o duna de budapeste

Budapeste é a mais bela cidade do Danúbio (…) com uma densidade e uma vitalidade que faz frente à sua rival, Viena, escreveu Cláudio Magris.

Devido à sua história que a liga à capital austríaca ou à geografia que a faz partilhar com a Croácia a grande planície da Panónia, a Hungria parece ser o mais danubieno país da Europa central. Se os rios têm alma, a do Danúbio é, sem dúvida, magiar.

Mais ainda do que a Áustria, tornando-a sombra de si mesmo, a Hungria é, com efeito, impregnada pela civilização danubiana, com sua nostalgia dos tempos passados, anteriores aos tratados de Paz, que celebraram o fim do Império Austrohúngaro e o desmembramento da Hungria.

Foi um húngaro, o barão Miklos Wesselenyi, que imaginou dois dos mais belos sonhos à volta da velha ideia duma federação danubiana: o de uma confederação germano-magiar-eslavo-latina, que enunciou em 1842 e a de uma república federal do Danúbio, aberta a todas as nacionalidades, cuja proposta apresentou em 1949.

A verdadeira amante do Danúbio é a cidade de Budapeste, onde aquele assume o nome de Duna, com quem mantém um casamento tão perfeito como o Sena com Paris. A capital húngara é a única cidade que recebe o Danúbio com todo o seu vigor e nobreza. A única que nele se contempla sem complexos e que lhe oferece pontes com histórias inolvidáveis e cais admiráveis.

Todos os grandes hotéis estão implantados ao longo desta perspectiva fluvial. Mesmo o célebre estabelecimento termal Gellert que prefere colocar as suas cadeiras bem longe das margens do rio não pode evitar de abrir as suas pomposas janelas para este maravilhoso panorama.

A forma de melhor apreciar toda a beleza do Danúbio à passagem por Budapeste é subir até Buda e escolher um dos seus miradouros: a Cidadela, o Castelo ou o inacreditável Bastião dos Pescadores, uma muralha em pedra digna de receber o Romeu e Julieta.


sábado, setembro 20, 2003

outros sons

Fusão de sons e de culturas, momentos de excepção na nossa vida de todos os dias, sons longínquos e esquisitos. Uma Sitar, percursões e "outras" cordas transportam-nos à distante mas sempre presente na nossa memória colectiva Índia. Ficam as imagens...


improvisação com Sitar e Guitarra


Fernando Mota - Udu, Pandeiro, Tilok


Rui Luís Pereira - Guitarra e Alaúde


Paulo Sousa - Sitar

sexta-feira, setembro 19, 2003

vestido azul cor de mar

O desafio, honroso convite, partiu da Deméter, do Segredos de Dméter, no sentido de participar no seu blog no espaço Sexta-feira Sexy, partilhando um conto erótico de minha autoria. Desafio interessante pela dificuldade do tema, excitante sem ser vulgar, e pela qualidade do blog onde seria colocado, Segredos de Deméter.

A minha resposta foi afirmativa. Quando conheci melhor o sentir e o espírito de Deméter cheguei à conclusão de que nunca poderia ter dito que não.

O que me deixa siderado é o facto de nos encontrarmos numa sintonia grande de pensares e sentires a tão grande distância. Eu, aqui na costa Ocidental de Portugal; a Deméter, em Goiânia, no Centro Oeste Brasileiro. Que distância imensa. Que sintonia de pensamento tão grande.

Viagem comigo até Goiânia, vou apresentar-vos uma mulher extraordinária - a Deméter e levá-los à leitura de "O Vestido Azul cor de Mar".

Vamos então...

saloiadas

O orgulhosamente saloio Pedro O. Gomes resolveu, finalmente, partilhar os seus saberes nesta imensa blogosesfera. Aí está ele a dar os primeiros passos a partir do Sintra Gare, donde o meu imaginário sempre viu o início de uma linha de caminhos de ferro que utilizei anos a fio, desde os tempos do vapor com origem no carvão, passando pelo diesel até chegar à utilização da energia electrica. Vai ser, igualmente, tenho a certeza, um ponto de partida para interessantes posts que muito irão agradar aos leitores.

quinta-feira, setembro 18, 2003

convénio luso-brasileiro

Amanhã o Oficina das Ideias voará até Goiânias, no Centro Oeste do Brasil, para corresponder a um honroso convite do Segredos de Deméter, no sentido de participar em tão encantador blog, da responsabilidade de Deméter.

danças com o fogo



lagos glaciares

Os lagos glaciares, como este aqui apresentado que é o Lago Thun na Suíça, são resultantes do degelo dos glaciares permanentes dos Alpes. Como tal a sua água é originalmente muito azul e transparente. Devido à importante evaporação que provocam, o céu encontra-se muitos dias do ano coberto de nuvens e a humidade relativa é bastante elevada. Tal facto dá o ar acinzentado às águas que, contudo, são de uma pureza ímpar.



Na tranquilidade das águas do Lago de Thun o nosso espírito vagueia calmamente direcção ao infinito, muito para lá da cordilheira alpina, qual águia real no seu dilecto habitat. Mas ali tão perto, na beira deste maravilhoso lago, a vida fervilha numa pequena aldeia alpina onde as suas gentes são tão alegres e solidárias.



Tranquilamente sentados numa das margens do Lago glaciar de Thun deixámos espraiar o olhar para lá das águas até aos Alpes sempre presentes em todas as vistas tomadas a partir das margens do Lago de Thun. Ali mesmo nas nossas costas subia-se até ao infinito numa outra montanha dos Alpes.



quarta-feira, setembro 17, 2003

uma flor para a luana



meditando...

Segue todos os arco-íris… até alcançares o Sonho

a maçã

Aveludada, doce no tocar
Curvilineamente sensual
Os dedos percorrem-na sem parar
Excitam sua pele sideral (cidral)

O olhar pousa em breve carícia
Reflecte em si a ternura do sentir
Profundo ritual que é malícia
Pensamento fixado no devir

O olfacto, dos deuses privilégio
Deleita-se nos sentidos viciosos
Em sonhos ou será em sortilégio
Embala num alazão dos mais fogosos

O paraíso dos sentidos exacerbados
Na loucura das mais íntimas carícias
Local da vivência dos iniciados
Na sensualidade de infindáveis delícias

terça-feira, setembro 16, 2003

campanários de salzburgo - 2

Partindo de Getreidpass, a pitoresca rua do comércio tradicional de Salzburgo, passando pelo mercado belo e colorido onde são vendidos os mimos da terra e da floresta, amoras, groselhas, mirtilos, framboesas, na direcção da Igreja de São Pedro, deparamo-nos com esta torre sineira, com varandins e relógio, ladeada pelas omnipresentes bandeiras da Áustria. O cata-vento não é o ornamento mais frequentemente visto nos campanários, mas este apresenta-o em todo o seu esplendor.



O cuidado que os austríacos põem na criação de espaços verdes, bem cuidados e disponíveis para as populações proporcionam enquadramentos maravilhosos que dão maior evidência a cada um dos campanários das suas quarenta e oito igrejas. A população retribui todo esse bem estar que lhe é propiciado zelando para que não seja abandonada a mínima partícula de lixo.



Naquela manhã pardacenta o rio Salzach corria calmo mas acastanhado como reflexo do céu. Contudo, a vénia que as inúmeras igrejas fazem a este rio que nasce nos Alpes (daí o ach) continuam como homenagem a um velho mas sempre belo senhor. Esta torre sineira que também é da contagem do tempo já havíamos encontrado quando percorríamos a zona do comércio tradicional na área histórica da cidade.




elogio da blogoesfera

Desde os tempos em que o registo da memória me permite saber que tenho navegado nos mares da comunicação, comunicação bidireccional ou comunicação multidireccional, aquela que proporciona maior interactividade, aquela que não destingue o emissor de receptor.

Os mares por onde tenho andado, umas vezes azul outras não tanto, mais para o acinzentado, têm sido fundamentais para o meu crescimento como ser humano, pois tenho encontrado nessas águas ricas o local ideal para a partilha do saber.

Percorri as radiocomunicações, populares e livres, que quebraram fronteiras na Europa muito antes da existência da União Europeia, aliás derrubando fronteiras no Mundo inteiro, independentemente da religião, da política, do estatuto social das gentes que comunicavam entre si.

Percorri os caminhos da aprendizagem mais do que do ensino, aprendizagem, quantas vezes feita à distância, com o recurso às tecnologias da informação emergentes, percorrendo as auto-estradas do saber partilhado.

Rejeito ou utilizo com cautela a comunicação em que me “obrigam” a funcionar exclusivamente como receptor, especialmente quando detecto intenções de intoxicação, o que acontece amiúde nos debates televisivos, nos discursos dos políticos, nas conferências de imprensa.

Não quero com isto dizer que numa comunicação dialogante não aprenda mais com o que oiço do que com o que digo, mas não invalida que não aceite ser forçado a ouvir quem nada tem para partilhar, antes pretende impor a sua “verdade” como dogma, logo, sem discussão.

Como há dias dizia um popular entrevistado por uma cadeia de televisão “eles falam muito mas nós não percebemos nada”. E quando o Povo não entende não sou eu suficientemente iluminado para aceitar ouvir.

Revejo na blogoesfera esse mundo maravilhosa da verdadeira comunicação, da partilha do saber, da permuta de afectos, da interactividade enriquecedora do ser humano. Também ela muito azul, muito luminosa em que o cinzento surge como em tudo na vida, mas logo é afastado pela força do muito querer.

segunda-feira, setembro 15, 2003

campanários de salzburgo

Estes campanários pertencem à Catedral de Salzburgo, monumental edifício cuja frontaria foi inspirada na da Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa. Quando observamos este maravilhoso edifício sentimos a emoção do "deja vu", ainda com mais força por lembrar a nossa Lisboa que tão longe se encontra.



O campanário da Igreja de S. Pedro é um dos mais emblemáticos das 48 igrejas de Salzburgo, cidade que durante centenas de anos foi governada por arcebispos. Na zona envolvente desta igreja situa-se um albergue onde residiu o Papa quando da sua última visita a Salzburgo, albergue esse onde se podem observar as mais interessantes janelas da cidade.



Salzburgo apesar da sua religiosidade e da eterna música que se ouve no éter não foi poupada pelas atrocidades da II Grande Guerra tendo sido destruída em grande parte. Um esforço imenso do seu Povo levou à sua reconstrução embora com modificações próprias do século XX. A pedra finamente trabalhada e as cúpulas revestidas a cobre dão um aspecto ímpar aos campanários das suas igrejas.



domingo, setembro 14, 2003

uma flor para a silvana



torres sineiras alentejanas

Singela no seu traço, algo abandonada no seu embelezamento, continua altiva em terras de Guadalupe, zona de forte esoterismo e onde bem perto se situam o menhir e o cromelec de Almendres. A igreja a que pertence esta torre sineira serve uma população de 500 habitantes na sua maioria sem fortes ligações religiosas mas muito sedentos de algum desenvolvimento, especialmente turístico, que a existência de importantes peças pré-históricas bem justifica.



Medieva e altaneira, com marcas do tempo bem evidentes esta torre sineira tem testemunhado, no decorrer das eras, as mais diversas vicissitudes porque passaram as terras do Alentejo, com avanço e recuos da moirama já nos tempos do reino de Portugal, porque antes, já teria testemunhado a passagem de outros povos e de outras gentes.



De uma alvura sem mácula esta torre sineira pertence à igreja matriz de Monsaraz, onde no largo fronteiro a população local ainda tem por hábito deixar passar o tempo em amena cavaqueira, discutindo as últimas novidades do Mundo, as pequenas querelas locais e, muito em especial, vendo os muitos turistas passarem pela ruela fronteira.



sábado, setembro 13, 2003

um dia, uma ideia

Quando chegará o fogo ao Governo?

O Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil é hoje em dia, única e exclusivamente, um emblema estilizado e uma farda pseudo-operacional do senhor Gil Martins que usa e abusa dos órgãos de informação para intoxicar os portugueses com patacoadas que nada adiantam ao que já sabemos, não esclarece devidamente os acontecimentos e não dá conta das fortes debilidades de coordenação que existe nos serviços de socorro deste País. E muito especialmente, esconde uma total inépcia do organismo a que preside perante uma situação de emergência..

O senhor Ministro da tutela em lugar de se demitir perante tanta incompetência, como teria feito qualquer pessoa com um mínimo de dignidade política, vem dizer sempre as mesmas coisas, isto é, NADA.. Ou melhor diz que o Governo está a fazer tudo para resolver ou minimizar a situação e que a prioridade são as pessoas. Palavras vãs perante uma situação em que os Bombeiros Voluntários, esses sim os verdadeiros sacrificados, continuam na penúria, uma penúria cada vez maior com cada novo fogo a destruir materiais e a cansar pessoas.

O Primeiro Ministro vem dizer que estas situações configuram nitidamente acções de fogo posto. E todos nós não sabemos isso? É necessário ser principescamente remunerado como é o seu caso para ter essa tirada de tão elevado cariz intelectual.

Falei de intelectual? Falei de competente? Falei de Primeiro Ministro?

Falei principalmente de um homem que foi sobejamente avisado de que o apoio a guerra estúpida promovida pelos americanos no Iraque iria trazer fortes retaliações para o Povo, que nada tem a ver com as suas negociatas.

uma flor para a deméter



chaminés alentejanas

Monsaraz vila sobranceira aos vastos campos do Alentejo premeia os seus visitantes com maravilhosas chaminés que aprendi a ver através dos trabalhos que "O Maltês" connosco partilha. Chaminés que são autênticas vigilantes na escuta dos sons maravilhosos da planura sem fim e de onde emanam odores ímpares da cozinha alentejana na promessa de não menos agradáveis sabores.



Conjugam-se harmoniosamente materiais de origem e tempo tão diversos criando um ambiente único de beleza arquitectónica. Um cruzamento de épocas e de saberes que se concretiza numa chaminé simultaneamente simples e altaneira, autêntico mirante e vigia dos eternos e amplos campos alentejanos.



São a réplica do Povo às altaneiras torres dos castelos obras de arquitectura militar aqui numa réplica tão popular. Delas saiem fumos e odores que dão aos amplos campos do Alentejo um delicioso bem estar. Odores de pão cozido que quando quente faz as delícias da pequenada e guardado nas arcas o amanho de quem cuida do lar e da família.



sexta-feira, setembro 12, 2003

uma flor para a cathy



flores dos alpes 2

O Povo de St. Gilgen tem uma inegável paixão pelas flores. Jardins, janelas floridas, pequenos pormenores de flores espalhados um pouco por toda a aldeia fazem parte desta gente laboriosa, agradável do tratamento, bonitos no parecer. Gente bonita por dentro e por fora fazem das flores o seu bilhete de identidade.



À Suíça falta a afabilidade dos austríacos, mas a mãe Natureza alheia a tais nuanças da história e das gentes constrói beleza, com expressão na cor, nos cheiros, nos sons... Aqui foi de uma criatividade ímpar oferecendo-nos maravilhosas flores, de ímpares odores, ao som do chilrear de exóticas aves em plena liberdade.



O amor tem destas coisas, mesmo não sendo perfeito reflecte-se intensamente no nome popular desta flor. A região alpina é prenhe de histórias que ligam as flores ao ardente amor existente entre os jovens (e entre os menos jovens, claro) e esta, na multiplicidade das suas tonalidades, não foge à regra.



comentários que são flores

Ontem publiquei no Oficina das Ideias três das imensas fotografias de flores que tive oportunidade de obter numa viagem feita há tempos à zona alpina da Áustria.

A fotografia de flores é uma das minhas paixões no campo da arte fotográfica e encontrei no blog Oficina das Ideias um meio para poder partilhar essa minha paixão.

Fui, então, surpreendido por três reacções plenas de ternura e de afecto que não resisto transcrever, com o meu mais sincero reconhecimento.

A Cathy, do Despenseiros da Palavra, escreveu: Meus olhos brilham com tanta beleza. LINDAS!!! Beijos

Cathy, sou muito sensível aos afectos, não admira , pois, que meus olhos também tenham brilhado com as suas palavras, aqui e no correio electrónico.

A Deméter, do Segredos de Deméter, escreveu: Adoro flores! E do lado de cá, aproxima-se a primavera, portanto muitas flores para você, bem brasileiras!

Ah Deméter a Primavera... devemos manter o nosso espírito e sentir sempre na Primavera da Vida, e um dos seus segredos é com certeza ser uma flor feita mulher.

A Silvana que um dia também terá um blog escreveu: Uma coisa que me impressionou muito agradavelmente foi ver tanta flor nas janelas em Viena. Aliás em Praga também. Por cá, há muitos anos, Abrantes floria da mesma maneira, não sei se ainda é assim. Temos muitas outras cidades, vilas e aldeias com flores à porta: lembro-me de Castelo-de-Vide, aldeias do Norte e do Alentejo. E se Lisboa e Porto fizessem o mesmo? Pelo menos estas cidades...

Silvana, as flores sempre existem em toda a parte, temos que as procurar com afecto. Estes três comentários que aqui transcrevo são bonitas e odoríferas flores.

o jantar do #2000

Tal como estava combinado, realizou-se ontem um jantar para comemorar a visita número 2000 ao Oficina das Ideias. E digo um, porque por artes do Sitemeter, tive dois visitantes com o número mágico. Sendo assim, jantei com o António Dias, um dos comentadores de serviço do meu blog, e respectiva família e, logo que possível o mesmo acontecerá com o João Fernandes, do Fumaças, meu padrinho e conselheiro nestas andanças.

O jantar foi no restaurante Sabor Mineiro, da Charneca de Caparica, com deliciosa gastronomia luso-italiana-brasileira, onde não faltaram iguarias originarias do estado de Minas Gerais, como seja o “tutu mineiro”. Uma boa caipirinha a acompanhar.

Música ao vivo com a arte e a voz do meu amigo Cao, sempre bem disposto e comunicativo.

Noite agradável em que muito se conversou sobre a atracção impressionante que a blogoesfera provoca nas pessoas e nos muitos blogs de elevadíssima qualidade que a constituem.

Uma tentativa mais de trazer ao mundo dos blogs a inspiração e mestria do António Dias, não sendo ainda desta vez que vi o meu objectivo concretizado.


quinta-feira, setembro 11, 2003

flores dos alpes

As flores são um dos mais conseguidos cartões de visita da Áustria. As gentes de Salzburgo vivem intensamente cada cor como se de uma nota musical de Mozart se tratasse. Na verdade com uma só cor conseguem escrever uma autêntica e maravilhosa sinfonia. Os nossos sentidos ficam extasiados, a cor e o odor das miríades de flores e a eterna música que pairam no ar.



As gentes de St. Wolfgang, pequena aldeia situada nas margens do lago glaciar do mesmo nome, são bonitas e afáveis. Demonstram todo o carinho e hospitalidade pelos forasteiros, não só através da transparência das suas belas janelas, como dos maravilhosos e coloridos arranjos florais com que ornamentam as suas casas.



Neste singelo pé de uma flor alpina cujo nome não me foi possível conhecer, amanhã o botão formará uma companheira para a solidão desta aqui fotografada. Solidão aparente, pois encontra-se integrada num dos belos jardins de St. Gilgen ali à beirinha do bonito Lago de St. Wolfgang, com origem nos glaciares permanentes dos Alpes. A água cristalina reflecte-se nas cristalinas e exóticas cores das miríades de flores.



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