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domingo, setembro 21, 2003

danubio azul, o duna de budapeste

Budapeste é a mais bela cidade do Danúbio (…) com uma densidade e uma vitalidade que faz frente à sua rival, Viena, escreveu Cláudio Magris.

Devido à sua história que a liga à capital austríaca ou à geografia que a faz partilhar com a Croácia a grande planície da Panónia, a Hungria parece ser o mais danubieno país da Europa central. Se os rios têm alma, a do Danúbio é, sem dúvida, magiar.

Mais ainda do que a Áustria, tornando-a sombra de si mesmo, a Hungria é, com efeito, impregnada pela civilização danubiana, com sua nostalgia dos tempos passados, anteriores aos tratados de Paz, que celebraram o fim do Império Austrohúngaro e o desmembramento da Hungria.

Foi um húngaro, o barão Miklos Wesselenyi, que imaginou dois dos mais belos sonhos à volta da velha ideia duma federação danubiana: o de uma confederação germano-magiar-eslavo-latina, que enunciou em 1842 e a de uma república federal do Danúbio, aberta a todas as nacionalidades, cuja proposta apresentou em 1949.

A verdadeira amante do Danúbio é a cidade de Budapeste, onde aquele assume o nome de Duna, com quem mantém um casamento tão perfeito como o Sena com Paris. A capital húngara é a única cidade que recebe o Danúbio com todo o seu vigor e nobreza. A única que nele se contempla sem complexos e que lhe oferece pontes com histórias inolvidáveis e cais admiráveis.

Todos os grandes hotéis estão implantados ao longo desta perspectiva fluvial. Mesmo o célebre estabelecimento termal Gellert que prefere colocar as suas cadeiras bem longe das margens do rio não pode evitar de abrir as suas pomposas janelas para este maravilhoso panorama.

A forma de melhor apreciar toda a beleza do Danúbio à passagem por Budapeste é subir até Buda e escolher um dos seus miradouros: a Cidadela, o Castelo ou o inacreditável Bastião dos Pescadores, uma muralha em pedra digna de receber o Romeu e Julieta.


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