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quinta-feira, maio 31, 2007

corôa de rainha


corôa que um dia a tornará rainha
entre os frutos da antiguidade
maçã de Roma, româ


Româ nascente dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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poetas d'almada

Poetas & Vozes d’Almada foi um êxito assinalável, tendo levado até à Sala Pablo Neruda do Fórum Romeu Correia em Almada largas dezenas de pessoas que se deliciaram a ouvir dizer poesia e, igualmente, tiveram espaço para serem igualmente dizedores.

Numa organização impecável da Associação de Cidadania de Cacilhas - O FAROL e da Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada – SCALA, com o patrocínio da Câmara Municipal de Almada foi dada uma contribuição importante para o tecido cultural da Cidade.

Pormenores desta realização podem ser encontrados em Blog dos Poetas Almadadenses

Também esta Oficina das Ideias deu o seu contributo. Podem ver e ouvir aqui...



Poesia sem Palavras

Aos Poetas Almadenses



Aos Poetas de Almada

Sendo mau poeta e fraco dizedor
Respondi ao desafio por merecimento
Dos poetas de Almada. Ao seu talento
Lhe devo uma vénia e um louvor.

Mas para que tal reconhecimento
Seja real, porque não pensar e propor
Que sejam festejados em seu valor
Com popular e festivo anual evento?

Porque é poeta o Povo que labuta
Que escreve poesia com o suor
Do trabalho, do amor, da digna luta

É poeta quem verseja em sol maior
Na senda da partilha e da permuta
Solidário no Mundo que quer melhor

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quarta-feira, maio 30, 2007

rendilhados em flor


delicadas mãos de mulher
fazem alvas rendas em flores
eterna louvação à Natureza


Cenoura-silvestre [Daucus carota] dos campos de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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memória

A memória do teu futuro
foi vivida no passado
pelo que vive intensamente o presente

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terça-feira, maio 29, 2007

uma flor para... a lualil


caminhar na calçada recifense
vereda de felicidade encontrada
desejo de vida longa e bonita


Rosa dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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observação nocturna de aves

Pesquisas diversas demonstram que a maioria das migrações de aves são realizadas através de voos nocturnos, por forma a evitarem os predadores, aproveitarem a estabilidade atmosférica e os indicadores de navegação celestial e usarem as temperaturas mais baixas para garantirem a dissipação do calor dos corpos.

A grande maioria realiza os voos em altitudes que não nos permitem observar, contudo, em tempos de Lua Cheia, na Primavera ou no Outono, apontando na sua direcção um telescópio ou binóculos com alguma potência, conseguimos observar o contraste entre o disco luminoso e as aves que passam.

As aves que aproveitam a noite para os seus voos migratórios, fazem-no no maior silêncio com rumo bem determinado e em formação de voo colectivo, onde é fácil reconhecer o guia que voa sempre no vértice da formação. Na ordem do bando e na respectiva organização encontra-se o êxito da deslocação anual.

A contagem das aves num determinado intervalo de tempo é proporcional à intensidade do fluxo migratório. Contudo, as observações são influenciadas pela distribuição das aves em altitude, pela visibilidade do local de observação e pela posição da Lua.

Por vezes torna-se bastante difícil distinguir as espécies das aves na observação. Deve estar-se, igualmente, atentos aos vocálicos que algumas das aves emitem enquanto voam, pois também eles podem ajudar à identificação.

Para proceder às observações o ideal é escolher um local isolado da luminosidade provocada pela iluminação das vilas e das cidades, pois as condições de escuridão é muito importante.

Na tranquilidade da observação é um encantamento identificar e contar as aves que passam defronte da Lua Cheia que atinge o seu apogeu no próximo dia 1 de Junho.


Lua nos céus da Caparica, às 20:45 horas, de 29 de Maio de 2007

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segunda-feira, maio 28, 2007

estrelas coloridas


estrelas de cor e brilho
destaque entre os picos
cacto que é vida viva


Cacto em flor dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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um mimo da viviana

Como comentário a "Uma rosa te ofereço" que publicámos na Oficina das Ideias, a minha querida Viviana, do Lounge Mood, enviou-me este belo poema de Chico Buarque de Holanda que aqui deixo em partilha com todos vós.


Como se fosse Primavera

"De que calada maneira
Você chega assim sorrindo
Como se fosse a primavera
Eu morrendo
E de que modo sutil
Me derramou na camisa
Todas as flores de abril

Quem lhe disse que eu era
Riso sempre e nunca pranto?
Como se fosse a primavera
Não sou tanto
No entanto, que espiritual
Você me dar uma rosa
De seu rosal principal

De que calada maneira
Você chega assim sorrindo
Como se fosse a primavera
Eu morrendo
Eu morrendo"

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domingo, maio 27, 2007

pincelada de artista


pequenas pinceladas de artista
criam toda a diferença
na paleta da natureza


Açucena Peruana, dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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a lecas

do meu baú de memórias
Relembrar algumas das memórias que se encontram bem lá no fundo do baú onde guardamos recordações de situações vividas há muito ou que nos foram contadas pelos mais velhos



Tempos despreocupados esses, especialmente, quando chegava a época das férias de Verão. Passadas as preocupações escolares, abria-se agora espaço para a liberdade de movimentos quando, acompanhado da minha avó Esménia, ia passar o período de descanso anual à “terra da minha Mãe”, como sempre dizíamos.

Anos 50 meados, do século passado, lá íamos nos princípios de Julho na camioneta do Barraqueiro, que fazia a ligação rodoviária, lenta e encalorada, entre a Rua da Palma, em Lisboa e as duas opções de destino – Colaria ou Turcifal. Qualquer que fosse o destino da camioneta estariam garantidas algumas horas de caminhada a pé, por atalhos e veredas, até chegarmos a Fernandinho.

Fernandinho era a terra natal de minha Mãe, onde ainda viviam à época os irmão e uma tia avó, a tia Conceição, na casa de quem sempre tínhamos guarida. Dormida, comida e muito espaço para correr e brincar, nos vinhedos, nos pomares ou no local da eira ainda hoje bem gravado na minha memória.

Quando chegávamos, chegava connosco os ares da cidade. A pouco mais de cinquenta quilómetros de Lisboa, tudo parecia tão distante naquela época. Era a agitação dos reencontros familiares, do percorrer a rua única, de terra batida e empedrada aqui e ali, e bater a todas as portas. Além da família mais chegada, os tios e as tias, todos os outros habitantes eram primos por tradição.

Com os meus onze ou doze anos de idade, despontavam aquelas paixonetas pelas moçoilas mais velhas, que achavam muita graça mas a que eu dava uma importância desmedida. Recordo-me da Anunciação, mulher feita passados já os vinte anos, e que tanto gostava de conversar comigo. Eu ficava encantado e sonhava, sonhava.

Em tempos de descamisada, que noutras regiões do País se designa por desfolhada, retirar o folhelho (“carapela”) às maçarocas do milho, era festa garantida noite fora. Música, cantares e também bailares e o beijo desejado quando saía o raro milho-rei (maçaroca de cor mais escura). Tempos desejados, ponto alto nas tarefas campesinas.

Um dia numa dessa festas de desfolhar o milho, apareceu uma moça das redondezas, dum dos casais que eram pontos de vivência nos campos amplos e vastos, recordo ser o Casal do Cego, percebendo-se bem a origem do topónimo. O seu nome – Lecas!

Foi paixão forte à primeira vista, não correspondida é evidente pois a diferença das idades era por demais marcante. Mas os miúdos têm estes sentires desde tempos imemoriais. Curiosamente, não foi uma paixão de Verão. Anos após anos aquela figura esbelta, a sua alegria contagiante se manteve na minha memória.

Fui sempre sabendo da sua vivência feliz, para minha felicidade.

Hoje, no caminho para os bonitos 80 anos.... mãe, avó, quase bisavó, é a mesma figura de encantamento de outrora. Encontrei-a o ano passado e senti uma emoção enorme.

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sábado, maio 26, 2007

escadaria


desce, desce, desce
até ao nível do mar azul
mergulho no sonho de liberdade


Escadaria que liga o Miradoiro à Praia de Ribeira d'Ilhas, Ericeira - Portugal

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bandeira azul

A Associação Bandeira Azul da Europa – ABAE – atribuiu este galardão para o ano de 2007 às seguintes praias do Grande Areal, costa atlântica pertencente ao Município de Almada, que se prolonga por mais de vinte quilómetros entre a Trafaria e a Fonte da Telha:

Mata
Rainha
Castelo
Cabana do Pescador
Rei
Morena
Sereia (Waikiki)



No corrente ano o Programa Bandeira Azul pretende alertar para as causas e consequências relacionadas com o aumento da temperatura média do planeta Terra e para as influências que tal terá sobre os seres vivos.

Serão divulgadas informações sobre soluções que contrariem os efeitos directos, como a expansão térmica das águas dos oceanos, a diminuição das calotes polares e dos glaciares que no litoral se traduzirão pelo aumento da erosão costeira, aumento das ondas de calor, maior risco de cheias no Inverno e seca no Verão.


[imagem da Associação Bandeira Azul da Europa]

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sexta-feira, maio 25, 2007

uma rosa te ofereço


pela cor tem destinatária certa
pela forma é amizade
pelo odor o muito querer


Rosa Lilás dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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a beleza dos números

1 x 8 + 1 = 9
12 x 8 + 2 = 98
123 x 8 + 3 = 987
1234 x 8 + 4 = 9876
12345 x 8 + 5 = 98765
123456 x 8 + 6 = 987654
1234567 x 8 + 7 = 9876543
12345678 x 8 + 8 = 98765432
123456789 x 8 + 9 = 987654321



1 x 9 + 2 = 11
12 x 9 + 3 = 111
123 x 9 + 4 = 1111
1234 x 9 + 5 = 11111
12345 x 9 + 6 = 111111
123456 x 9 + 7 = 1111111
1234567 x 9 + 8 = 11111111
12345678 x 9 + 9 = 111111111
123456789 x 9 +10= 1111111111



9 x 9 + 7 = 88
98 x 9 + 6 = 888
987 x 9 + 5 = 8888
9876 x 9 + 4 = 88888
98765 x 9 + 3 = 888888
987654 x 9 + 2 = 8888888
9876543 x 9 + 1 = 88888888
98765432 x 9 + 0 = 888888888



1 x 1 = 1
11 x 11 = 121
111 x 111 = 12321
1111 x 1111 = 1234321
11111 X 11111 = 123454321
111111 x 111111 = 12345654321
1111111 x 1111111 = 1234567654321
11111111 x 11111111 = 123456787654321
111111111 x 111111111 = 12345678987654321

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quinta-feira, maio 24, 2007

janela em cunhal


pormenor do casario na zona histórica
desta tão bela vila
no Alentejo profundo


Monsaraz - Portugal

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a alma magiar

Do que conheço desse povo tão especial, até mesmo na língua que fala, acho o povo magiar extrovertido e alegre, o que lhe tem permitido resistir aos sucessivos eventos históricos em que a ocupação dos seus territórios por forças exteriores está sempre presente.

Tive oportunidade de visitar pela primeira vez Budapeste em Outubro de 1990. no dia em que se realizavam eleições legislativas, que aliás tiveram que ser repetidas passados 15 dias por motivo de falta de quorum.

O movimento nas ruas e nos principais locais de concentração de gente na cidade, como seja o caso da estação central de caminho de ferro, era intenso e não encontrei essa tal “tristeza secular”.

Por circunstâncias da visita fui acolhido no aeroporto Budapest Ferlhegypor uma amiga húngara, a Hanna, portadora de um belo ramo de flores. O nosso conhecimento tinha sido resultante de contactos via rádio CB (radioamadorismo) e ela esperava-me com a alegria espelhada no rosto.

A alma magiar é melancólica por natureza. Mas não há lugar à tristeza, antes extravasam alegria especialmente quando dançam, e dançam, e dançam. Convivem nas esplanadas e nos bares, mas também jogam xadrez enquanto se banham nos tradicionais balneários públicos.

E quando lhes dizemos que somos de Portugal não se limitam a responder _Eusébio!, _Amália mas lançam o olhar para longe, para os lados do Oceano Atlântico e dizem; _Portugália, _Portugália!

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quarta-feira, maio 23, 2007

intimidade


uma viagem à intimidade duma flor
espaço de luz e de cor
a beleza da natureza


Jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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a "lenda" de agostinho

Grinzing é a mais famosa aldeia heuriger dos arredores de Viena de Áustria e do mesmo modo a mais genuína e respeitadora dos ritos tradicionais. Aqui se situavam e mantém as estalagens onde além de permitirem pernoitas para os viajantes e os animais que se deslocavam com destino a Viena. Além disso forneciam refeições frugais e muito vinho.

Heuriger tanto significa vinho da última colheita da região como os próprios locais onde esse vinho é vendido a copo. Até ao dia de São Martinho, 11 de Novembro de cada ano, o vinho do ano é heuriger. O vinho a copo é, em geral, servido acompanhado de um bom pedaço de carne ou de toucinho grelhado ao momento e à vista do cliente.

Para os mais farristas, uma visita a Grinzing a um dos tradicionais heuriger dos arredores de Viena, é uma ida a não perder. Que o diga o Agostinho...

Agostinho era um músico de Grinzing que além fazer música apanhava tremendas bebedeiras nos heuriger onde tocava. Conta-se que no tempo da peste negra, época em que as pessoas já não conseguiam enterrar os seus mortos, pondo-os às portas para serem recolhidos por uma carroça que os levava para uma vala comum, o Agostinho com uma bebedeira de “caixão à cova” caiu à saída de um heuriger e ali ficou até alta madrugada.

Quando a carroça de levar os cadáveres passou, considerou-o mais um morto da peste negra e lá o levou para o destino final. O Agostinho ainda esbracejou e esperneou mas já os coveiros se haviam afastado às pressas não fosse caso de serem contagiados por tão terrível doença. O Agostinho lá ficou junto dos cadáveres até ter forças para sair pelos seus próprios meios.

Quando o sol da manhã lhe bateu nos olhos, passado o efeito do vinho bebido fartamente no heuriger, lá se conseguiu levantar afastando-se a toda a pressa.

Consta que nunca foi tocado pela peste negra. Daí que alguém mais esclarecido deduza que quem bebe, e bebe bem, vinho de Grinzing, não apanha doença nem mesmo que seja a peste negra.

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terça-feira, maio 22, 2007

lugar de surfar


numa envolvente natural espectacular
lugar tranquilo de veraneio
a prática do surf é rainha


Praia de Riba d'Ilhas, Ericeira - Portugal

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palavras de almeida

a minha opinião
O pessoal da Oficina das Ideias está atento à actualidade política e social de Portugal e do Mundo. Aqui partilham o seu pensar através da minha análise modesta mas interessada




Na Oficina não estamos alheios à “coisa” política, nem sequer à partidária. No entanto, no cumprimento do nosso estatuto editorial, não temos dado regularidade a comentários políticos o que somente fazemos de forma esporádica sob a designação “A Nossa Opinião”.

Acontece que a acção política desenvolvida nos últimos tempos em Portugal, as intervenções públicas de gente com elevadas responsabilidades governamentais, as tomadas de posição por alguns comentadores da actualidade ou até de figuras que se usa hoje em dia designar por sábios têm criado um verdadeiro anedotário nacional que faria as delícias de Rafael Bordalo Pinheiro.

Na Oficina das Ideias estamos a ser verdadeiramente “empurrados” pelos acontecimentos caricaturais e ridículos que os nossos governantes propiciam para mantermos um comentário à actualidade, semanal que seja.

Hoje deixamos um breve comentário, será que merece mais?, a palavras do Dr. Almeida Santos, que já foi Presidente da Assembleia da República, o segundo mais importante dignatário do País, que a propósito da defesa da situação do novo aeroporto na Ota alertou para os perigos da Margem Sul, recorrendo ao estafado papão busheano do terrorismo.

Então, não é que o magano alertou para o perigo de os terroristas isolarem o aeroporto destruindo, à bomba claro! As pontes que ligam as duas margens do Rio Tejo? E não correrá o mesmo perigo o Palácio de Belém, residência oficial do Presidente da República?

Palácio Presidencial para a Ota JÁ!!!!! Salvemos a Nação!

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segunda-feira, maio 21, 2007

aprestos de pescaria


armadilhas bem antigas
utilizadas na apanha de crustáceos
agora, no descanso merecido


Aprestos de pesca, Ericeira - Portugal

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caminha no arco-íris

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento


Caminha no Arco-Íris

Até encontrares a felicidade
Colhe doiradas flores de acácia
E guarda-as em teu regaço
Vive a extravagância
De um momento até à eternidade
Junta o saber
O ser
O estar
O querer em doce enlaço.

No caminhar da vida
Que é sonho e é muita esperança
Desenha com teus passos
Os trilhos de encantamento
Na colorida vereda,
No rumo duma doce temperança
Procura o pote da felicidade,
Do sentir,
Do pensamento.

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domingo, maio 20, 2007

chaminé de escutar


são a réplica do Povo
às altaneiras torres dos castelos
arte utilitária e popular


Chaminé de escutar, Monsaraz - Portugal

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poesia vadia

Em Cacilhas.
O Rio Tejo flui lento para a foz, depois de longa caminhada vindo das serranias de Espanha. É sempre merecedor que o olhemos de frente, profundamente, com amor.

Por uma nobre causa, voltemo-lhe por breves instantes as costas, subindo a Rua Cândido dos Reis e deixando-nos inebriar pelos odores que emanam das inúmeras casas de comida que vamos passando.

Do lado direito de quem sobe uma ampla montra ao nível do nosso olhar, o tropical ambiente que através dela se vislumbra, convida-nos a entrar.

Sabor & Art

Variados petiscos “para fazer boca” são uma tentação para degustar acompanhados de uma cerveja, de um “chopinho”, pois por aqui num ambiente de lusofonia respira-se muito da tropicalidade que nos encanta e atrai. O Manel e a Lane esperam por nós com peculiar afectividade.

No último sábado de cada mês por aqui se juntam poetas de Almada que acumulando tarefas de dizedores lançam no ar a Poesia Vadia.



Não faltem! Tragam convosco um Amigo!

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sábado, maio 19, 2007

janela de cantaria talhada


a esta janela assomaram
em tempo de veraneio e lazer
rostos iluminados por amores estivais


Janela com cortinas de renda, Ericeira - Portugal

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cumplicidades

Diversas partilhas de saberes e de afectos têm tornado a passagem da Oficina das Ideias nas veredas da blogoesfera um tempo de imenso agrado e ainda de maior prazer...

Cruzámo-nos um dia com uma jovem estudante de Literatura Portuguesa na Universidade de S. Paulo interessada por variegadas temáticas da portugalidade.

Tecemos com o vagar que dá consistência malhas de amizade, de muito querer, de permuta enriquecedora.

Navegámos em projectos de lusofonia. Estudamos em conjunto Camões, Bocage, Pessoa e Saramago. Bailamos letras, palavras, frases e conceitos.

Hoje, mulher feita, bela mulher moldada pela tropicalidade, recordou todo um percurso feito no caminhar deste amplo espaço da blogoesfera e escreveu:

“Devo tentar fazer um pouquinho de justiça e deixar aqui uma indicação de outro ‘blogue’ que também faça pensar. Eu poderia indicar todos da minha lista e mais alguns, mas aí não haveria destaque em nenhum deles... Então fiz a opção por um cujo pensar é amplo, é um pensar que considera as diferenças, que respeita valores, e nesse caminho, traça um pensamento que se abre para os demais... É um outro espaço que acompanho também há anos e onde tenho aprendido muita coisa. Nossa amizade tem sido motivo de muito pensar, e contribuímos um com o outro no nosso partilhar de cada dia. Do meu amigo de terras distantes, e tão próximo do sentimento: Oficina das Ideias – o nome já fala por si.

Victor, deixo para você o selo que também recebi:”




Um beijo minha querida Cathy, doce Bailarina das Letras

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sexta-feira, maio 18, 2007

elegância


estão atentas aos movimentos no mar
na luta diária pela subsistência
imagem única de beleza


Gaivota no Porto de Pesca, Ericeira - Portugal

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“navegar” no “o barco”

sentados à mesa... gostámos
Viajar pela rota dos saberes, feitos de odores e sabores, numa partilha da degustação de comidas e de bebidas em casas de pasto, ao ritmo do coração




Costumo dizer não ser necessária qualquer justificação especial para viajar até à Ericeira. Se há trabalho da autarquia local que mereça ser apreciado é o que se desenvolve na Ericeira, onde a vila piscatória e de tantas reminiscências histórica está cada vez mais alindada e voltada para o mar.

Terra de intensa vivência das gentes do mar, que nas “artes” encontram o seu modo de subsistência, foi sempre terra fidalga voltada para o veraneio de muitas famílias que dela faziam sua habitação nos três meses de Verão e lhe deram um ar cosmopolita sem nunca em causa colocarem o tipicismo natural.

Se justificação para a viagem não seria necessária, suficiente o apelo da maresia da muitas vezes designada “costa de Sintra e Ericeira”, desta vez o chamamento veio pela via dos sabores e cheiros que sempre emanam da Mostra Gastronómica da Ericeira, este ano na sua quinta edição.

A expectativa do peixe e marisco confeccionados com arte e saber não iria ser defraudada. A dificuldade maior seria a escolha a ser feita de uma lista de dezoito restaurantes. Critérios de opção na escolha: o prato de base algo especial e a localização. Consultado o folheto da Mostra gastronómica e a escolha...

Restaurante O Barco, com vista para o mar!

Com uma singela decoração onde predominam as tonalidades do lilás e um serviço de mesas de grande simpatia lá nos propusemos a “atacar” a degustação de um dos menus propostos nesta 5ª Mostra Gastronómica da Ericeira, começando pelas entradas servidas com o cuidado como se de um prato principal se tratasse - Saladinha de Polvo, Cenoura laminada com coentros e Patê de Marisco.


Seguiu-se em bom ritmo um Creme de Frutos de Mar, bem espesso como deve ser, navegado por pedacinhos de amêijoas, lingueirão, mexilhão e camarão que preparou o palato para o prato de substância, ponto alto da refeição – Açorda de Lagosta servida em côdea de pão de Mafra inteiro.


A finalizar, antecedendo o reconfortante café, uma sobremesa que se dividiu ao gosto do cliente entre “Profiteroles” com gelado em cama de chocolate derretido e Crepes com gelado na mesma cama dos “profiteroles”.


Antes de darmos por terminado o excelente repasto, parabéns à Dona Helena que há menos de um ano explora este espaço de boa comida, um espraiar do olhar para o Oceano Atlântico onde as gaivotas continuavam no seu voo que é uma dança de encantar.

Gostámos!


Restaurante O Barco
Rua Capitão João Lopes (no topo da Praia dos Pescadores)
Ericeira
Telefone 261862759 (encerra às terças-feiras)

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quinta-feira, maio 17, 2007

janela da tradição


museu ao ar livre são as casas
arquitectura da tradição
do Alentejo profundo


Porta, janela e chaminé, Monsaraz, Reguengos de Monsaraz - Portugal

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dia da espiga

tradição e cultura popular
A tradição resulta da memória colectiva de um Povo, autêntico património invisível que se transmite entre gerações e representa o mais elevado expoente da cultura popular. Aqui se deseja dar conta desse repositório



Quarenta dias depois da Páscoa comemora-se, no calendário cristão a Ascensão de Cristo, quinta-feira da Ascensão, no dizer popular Quinta-feira da Espiga. Na tradição, é tempo de ir aos campos colher uma ramo, em que a espiga de trigo é o elemento principal e que mais simbolismo contém.

Os ramos constituídos pelas espigas de trigo e por diversas flores silvestres e, em certas regiões, por um raminho de oliveira, simbolizam a fecundidade da terra e por ampliação do simbolismo, a abundância, a beleza, a paz, entre as pessoas e nos lares. O raminho do ano perdura dentro de casa até ser substituído pela “espiga” do ano seguinte.

Há quem atribua a sua origem a rituais do cristianismo antigo relacionados com a benção dos primeiros frutos do ano, mas como acontece em tantas situações semelhantes o mais provável é tratar-se da apropriação cristã de antigas tradições pagãs associadas às festas em honra da deusa Flora que ocorriam nesta época do ano.

Esta época do ano representou, desde os tempos mais remotos, um momento mágico da vivência das gentes, pelo que tem de desabrochar da vida, da revitalização vegetativa. Na ansiedade da concretização de boas colheitas do frutos resultado do eclodir primaveril.

Em tempos passados as populações dependiam totalmente das condições atmosféricas, para as quais poucas defesas possuíam, pelo que era com ansiedade que aguardavam os resultados das novas colheitas. Quando eram boas havia lugar a uma autêntica explosão de sentires.

Este é tempo de transição que teve o seu início no Equinócio da Primavera, e como todos os tempos de transição é tempo sagrado, pelo que é cheio de cerimoniais, de rituais, de festividades com as quais pretendiam os nossos antepassados remotos expulsar “definitivamente” o Inverno.

Durante séculos em todo o mundo mediterrâneo realizaram-se grandiosos festivais florais em que os jovens em idade casadoira se espalhavam pelos campos e, em alegre convívio cantavam e dançavam, e se enfeitavam com verduras e flores, num ritual ancestral de que o Dia da Espiga constitui, por certo, o seu herdeiro directo.

Poder-se-á dizer, então, que fazendo parte deste ciclo festivo da Primavera, a Quinta Feira da Ascensão, ou Quinta-feira da Espiga, corresponde à cristianização de uma sequência de festividades pagãs ligadas à celebração e consagração da natureza.

Em muitas regiões do País, especialmente no Sul, é festejado com tradição o “Dia da Espiga” com especial destaque para a Freguesia de Salir, no Concelho de Loulé, onde a festividade ganha foros de feriado local.

Simbologia do ramo da “espiga”:
Espiga de trigo – pão
Malmequer – oiro e prata
Papoila – Amor e vida
Oliveira – Azeite e Paz
Videira – Vinho e alegria
Alecrim – Saúde e força

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quarta-feira, maio 16, 2007

guardo todas as pedras


pedra a pedra se constrói um castelo
altaneiro, orgulho de um povo
bastião das civilizações


Casario e Igreja Matriz, Monsaraz, Reguengos de Monsaraz - Portugal

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nossa língua, nossa pátria

Uma Amiga a quem muito quero, e quando assim é damos muita atenção às suas palavras, comentou há pouco comigo a importância de usarmos correctamente a nossa língua. Recordei-me, então, um pensar passado do Fotógrafo nos tempos que caminhava a calçada recifense na boa companhia da Escritora.




Por onde anda a nossa Pátria?

O Fotógrafo subiu a calçada e dirigiu-se “àquele” boteco de esquina que era muito mais do que o “ponto de encontro” com a Escritora para a caminhada que tanto gostavam de fazer juntos, conversando disto e daquilo numa agradável permuta de saberes e de afectos. Uma sombra de tristeza pairava em seu olhar, o que não passou despercebido à Escritora.

_Que se passa, meu querido amigo, parece-me preocupado?
_Estou, realmente, preocupado com algo que a nós dois muito nos diz...
_??
_A forma como estão a tratar a Língua Portuguesa.
_Essa que no dizer do meu querido Fernando Pessoa “é a Pátria de todos nós”...

O Fotógrafo ainda há pouco tempo havia corroborado o entusiasmo da Escritora quando ela escrevera um interessante artigo sobre a ida do astronauta brasileiro Marcos Pontes ao espaço na Soyuz TMA-8, como resultado de um acordo brasileiro com o governo russo em Outubro do ano passado. Entre muitas outras razões, pelo facto da Língua Portuguesa ter sido falada no espaço, como Marcos Pontes fez questão de fazer.

_Pois é, querida Escritora... Marcos Pontes, os brasileiros, fizeram questão em deixar a pairar no espaço, no éter, onde tão poucos seres humanos têm chegado vocábulos da Língua Portuguesa, esse belo elo de ligação entre mais de 200 milhões de seres humanos em todo o Mundo.
_Isso nos alegra, claro... Então, o porquê desse seu ar tristonho...

O Parlamento Europeu aprovou recentemente, numa mini-sessão plenária em Bruxelas, a adopção de um "indicador europeu de competência linguística" que não contempla a língua portuguesa. É dessa forma que a Europa da cultura trata a Língua Portuguesa.

Aquando da realização do Conselho Europeu de Barcelona em Março de 2002 a vontade expressa pelos chefes de Estado e de Governo foi no sentido da melhoria da aprendizagem das habilitações básicas através do ensino de, pelo menos, duas línguas estrangeiras. Ora no desenvolvimento dessa ideia a Língua Portuguesa foi preterida para uma oportunidade futura.

_Entende agora a minha tristeza, querida Escritora?
_Entendo sim... e partilho, como deve calcular, esse desagrado.

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terça-feira, maio 15, 2007

"bouquet" de rosas


a natureza assim o quis mostrar
para deleite dos nossos sentidos
doce "bouquet" de rosas do jardim


Rosas dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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doçura

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento




No doce balançar da tua loira cabeleira
Navego sonhos sentidos em seara doirada
Na procura constante da imagem primeira
Que noites a fio me acompanha enamorada

Uma imagem que para o meu muito querer
É duma bela mulher das terras da fantasia
Olhos de mel, profundos, doçura do seu ser
Onde me perco de sentires e nostalgia

Lábios sensuais em rosto belo e angelical
Dizem palavras de encanto e sensibilidade
Seduzem-me a caminhar no rumo do ideal
Ao encontro da beleza e da verdade

Seios de mulher túrgidos de vida e sensíveis
Que candidamente uma túnica tenta disfarçar
Mas que o êxtase de momentos indescritíveis
Mais evidencia todo seu desejo de ofertar

Tua beleza ilumina o caminho dos eleitos
Inspira poetas, fotógrafos e pintores
Imaginação e sonho de realidade feitos
Quereres e sentires, enfim... amores

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segunda-feira, maio 14, 2007

porta de mercar


porta ogival, à beira do "mercado do pano"
gravadas tem duas "medidas-padrão"
é votiva à imaculada conceição


Porta da Vila, Monsaraz, Reguengos de Monsaraz - Portugal

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poetas & vozes

...de Almada

A SCALA - Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada e O FAROL - Associação de Cidadania de Cacilhas organizam a apresentação do CD "Poetas e Vozes d'Almada" que se realiza no dia 31 de Maio de 2007, a partir das 21.30 horas na Sala Pablo Neruda.



Trata-se de uma homenagem aos poetas almadenses e, também, um pilar na construção da "ponte poética" entre Portugal e o Brasil.

A sessão terá como programa uma declamação de poesia semelhante à apresentada no CD e ainda uma sessão de "Poesia Vadia", a qual contará com a participação do público.

O CD "Poetas & Vozes d'Almada" foi gravado no Estúdio IN TEMPUS e conta com a participação especial de Ricardo Ruiz, do Museu da República, do Rio de Janeiro.


Câmara Municipal de Almada - Biblioteca Municipal
Fórum Municipal Romeu Correia - Sala Pablo Neruda
Praça da Liberdade - Almada

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domingo, maio 13, 2007

rocha dos namorados


ritual das moças casadoiras
desejo de realização numa pedrinha
atirada para o topo da rocha


Rocha dos Namorados, Afloramento natural de granito, São Pedro do Corval, Reguengos de Monsaraz - Portugal

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pedra de casar

tradição e cultura popular
A tradição resulta da memória colectiva de um Povo, autêntico património invisível que se transmite entre gerações e representa o mais elevado expoente da cultura popular. Aqui se deseja dar conta desse repositório



Quando viajamos de São Pedro do Corval para Monsaraz no norte alentejano, já com a vivência do ambiente raiano de memória do contrabando, do “a salto”, das migrações transfronteiriças, deparamos de súbito com um monumento megalítico de estranha configuração.

Trata-se de um afloramento natural de granito, cuja forma faz lembrar um cogumelo, mas onde muitas pessoas visualizam, antes, a forma de um útero de mulher, um menir de cerca de dois metros e altura, designado Rocha dos Namorados.

As gentes de São Pedro do Corval, povoação situada a cerca de 500 metros de distância, chama-lhe a Pedra de Casar, pois é uso nela praticar um ritual de fecundidade, ou de casamento nos tempos modernos, pelos que as raparigas solteiras peregrinam em seu destino.

Este menir encontra-se crivado de gravuras megalíticas do tipo “covinhas” e no seu topo centenas de pequenas pedras são testemunho e resultado da prática de um ritual de origem pagã relacionado com o culto da fertilidade e à adivinhação.

As raparigas em idade casadoira vão, na segunda-feira de Páscoa, consultar a Rocha dos Namorados para saberem quanto tempo falta para consumarem o seu casamento. De costas viradas para a rocha atiram com a mão esquerda pequenas pedras que pretendem fiquem depositadas no topo do menir.

Se a pedra lançada não ficar em cima da rocha e cair ao solo significa que tem que esperar mais um ano para a realização do casamento. Se a pedra se juntar a tantas outras que existem no seu topo é garantido o casamento no ano corrente.

Local de idolatria pagã foi cristianizado, como aconteceu em muitas outras situações e ritos, passando a representar um “passo” da procissão de seca que tinha lugar entre a ermida de Nossa Senhora do Rosário e a Aldeia do Mato (hoje São Pedro do Corval).

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sábado, maio 12, 2007

prodígio da natureza


o pintor inspirado
usou a palete de cores a Natureza
criou obra de arte


Estames do "Amarilis" dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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nas planuras do alentejo

O sol forte do meio-dia da Primavera que já se avizinha do Verão dardeja a vasta planura alentejana onde o colorido do variegado floral vai dando lugar ao doirado dos fenos e dos trigais.

O ruído compassado de ferraduras a baterem no solo dá-nos a clara ideia de que se aproximam alguns cavalos, cujo ruído faz calar a cigarras que ainda há pouco enchiam o ar com os seus monótonos “ra-ra-ra-ra”.

Passados poucos minutos, no virar da curva apertada, surge a origem do ruído – uma carroça de rodas baixas puxada por um cavalo e conduzida por um muito jovem cigano. À arreata dois outros cavalos de cada lado da carroça completavam esta interessante cavalgada.



Pelo aspecto dos animais a caminhada feita já era longa por certo. Com certeza já vinham da raia espanhola, talvez mesmo das zonas estremenhas, passado que foi Mourão e a novel albufeira do Alqueva o destino é com certeza terras no termo de Évora.

Vida dura de nómada, onde grande parte do esforço está entregue aos muares, nessa interminável viagem que vem das brumas dos tempos.

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sexta-feira, maio 11, 2007

é uma rosa...


suave no toque
como a epiderme da bela mulher
que a guarda no regaço


Rosa "Betina" dos jardins do Pinheirinho, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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olaria do corval

artes e artífices
na fronteira entre o artesanato e a arte clássica, entre a tradição e as correntes artísticas, muitos artífices dão aso à sua imaginação e ao seu sentir criativo para nos oferecerem peças de encantamento que aqui recebem as luzes da ribalta da blogoesfera



A poucos dias da realização da XIII Festa Ibérica da Olaria e do Barro visitámos uma olaria em São Pedro do Corval, freguesia do Concelho de Reguengos de Monsaraz, considerado o maior centro oleiro de Portugal.

A tradição da cerâmica nesta zona remonta aos tempos pré-históricos, dada a existência na região de um depósito natural de argilas apropriadas o que motivou desde sempre esta actividade. Além da olaria de cariz decorativo desenvolve-se, igualmente, na região, o fabrico de materiais tradicionais de construção, como sejam o tijolo burro e as baldozas cuja utilização tem vindo a recrudescer nos anos recentes, no desejo de manter as casas tradicionais.

São Pedro do Corval é um dos poucos sítios onde, sem prévia marcação, se pode visitar uma olaria em plena laboração, sendo muito interessante acompanhar as diversas fases do fabrico de belas peças de cerâmica decorativa e utilitária.

Visitámos a Olaria Tradicional de Polido e Filho, onde estivemos à conversa com António Polido um jovem interessado no movimento oleiro, tendo participado recentemente no Projecto Desenhar a Tradição, interessante intervenção no rejuvenescimento do design da olaria tradicional.



António Polido reconhece as dificuldades económicas do momento actual, onde a valorização do Euro tem dificultado muito a exportação de peças de olaria para os Estados Unidos, mercado tradicionalmente forte na aquisição de peças de São Pedro do Corval.

Colocando a sílaba tónica no cuidado artístico que põem na decoração e pintura das peças, comparativamente a outras regiões oleiras, deixou o seu lamento pelo facto da localização da Festa Ibérica da Olaria deste ano ter sido deslocada para a sede do Concelho, contrariamente ao que tem acontecido em anos anteriores.

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quinta-feira, maio 10, 2007

concentração e sintonia


a atenção e a concentração
numa pauta partilhada
no real espírito do 25 de Abril


No desfile do "25 de Abril em Almada", Almada - Portugal

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gastronomia almadense

Está a realizar-se até ao próximo dia 28 de Maio o 3º Concurso Gastronómico do Concelho de Almada, subordinado ao tema geral “o bom gosto posto à prova”, “dos saberes de quem faz nascem os prazeres de quem prova”.

São 40 os locais de comeres e de beberes, situados em 10 das 11 freguesias do Concelho que vão colocar os seus dotes culinários, a higiene e apresentação e a arte de bem receber a apreciação do júri e à partilha dos bons apreciadores da cozinha tradicional da região.



O peixe tem lugar de destaque em grande parte dos menus apresentados a concurso, contudo, há pratos de carne a não perder. Destacamos hoje um restaurante por Freguesia indicando o prato a concurso:

Almada – Páteo de Almada – Cataplana de Tamboril com Gambas
Cacilhas – Ponto Final – Cabidela de Galinha
Caparica – A Tasca de Reguengos – Sopa de Cação com Coentros
Charneca de Caparica – Sabor Mineiro 2 – Rodízio de Carnes
Costa de Caparica – Carolina do Aires – Ensopado de Enguias à “Ti Carolina”
Cova da Piedade – Moinho Alentejano – Polvo à Lagareiro com Batatas a Murro
Feijó – A Tasquinha do Feijó – Chanfana à Moda de Arganil
Pragal – Arizé – Filetes de Perca com Arroz de Tomate
Sobreda – O Leal – Lombinhos de Porco com Crosta de Broa de Milho e Ervas Frescas
Trafaria – Casa Ideal – Choco Frito com Arroz de Feijão

Bom Apetite!!!

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quarta-feira, maio 09, 2007

açucena peruana


no contraste das tonalidades
no claro e escuro da luz e da sombra
o encantamento duma açucena


Pétalas da "Açucena Peruana" dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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um raio de luz

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento



Um raio de luz na vida do Pintor

No caminhar da vida e do sentir
Ao velho pintor vai faltando inspiração
O traço antes firme é agora indecisão
As cores dão lugar ao cinzento do devir.

A paleta de cores há muito ressequida
Esboroa-se como o tempo passa sem cessar
A sua eterna capacidade de muito amar
No ocaso da vida o pintor sente perdida.

No meio da borrasca de tamanha tempestade
Um raio de luz forte em tons doirados
Ilumina o rosto do pintor qual esplendor

A mão de novo firme desenha a amizade
A inspiração volta aos caminhos já andados
O traço colorido é de novo um hino ao amor.

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terça-feira, maio 08, 2007

solitária muito bela


solitária com orgulho de beleza
tem lugar cativo nos afectos
dá cor entre os seios duma mulher


Rosa Lilás dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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no blogue dos poetas almadenses

O Blogue dos Poetas Almadenses teve a gentileza de publicar há uns tempos um conjunto de sete poemas originais subordinados ao tema geral “Corpo de Mulher”, do qual transcrevemos o sétimo poema, acompanhado de um amável comentário escrito pelo leitor Ivan. [VER]


O cinzel do artista em suave afago batido com o maço
Retira da pedra pedaços que a Natureza a mais tinha deixado
Nossos olhos são surpreendidos, quiçá de profundo embaraço
Pela beleza ímpar de esbeltas coxas, sonho em mármore talhado.

O sopro mágico do artista deu forma, deu cor e tanta vida
Em magníficas variações de luminosidade e de sombra
Que o Mundo se agitou, bateu mais o coração, doce batida
Que o amante, eterno amante, se encanta e assombra.

No cruzar e descruzar das coxas com tamanha sensualidade
Nascem promessas de carícias, loucos sentires, suaves devaneios
Sonhos sonhados em noites de vigília tornados realidade
Esplendor ímpar de bonitas coxas, tais como teu ventre e seios.

Caminhar doces coxas num percurso lento rumo ao Sul
É certeza de encontrar a deliciosa beleza de mimosos pés
Num beijo eterno que vai muito para lá do amplo mar azul
Êxtase de amantes, saciedade de sentires, no Mundo de lés-a-lés.

No rumo certo, para Norte caminhando, na busca do tesoiro
O querer sempre mais na procura do total encantamento
O repouso de guerreiro ou novas liças em suave tosão de oiro
Doces carícias, sentir profundo, a carícia de um profundo sentimento.



Comentário:
O teu olhar entre as nações são dois faróis
Que ilumina a esperança em anseios.
A parte fina que existe nos teus seios
São os espetos de amor, que espetam nós.
O teu umbigo, é um poço aonde a vós
Da canção fina, onde o amor de Deus está.
O teu bumbum é um cristal que quem olhar
Ver que a fonte da paixão reside nele.
Teu corpo é, uma escultura que há nele
Todo desejo de um rei que quer amar
.
Ivan

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segunda-feira, maio 07, 2007

sol da austrália


vieram da Austrália na procura de calor
animam o Verão com o vermelho forte
da floração magnífica, uma dádiva


Penacheiros ou Escova Garrafas "Callistemon Rigidus" dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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a oficina no kontrastes

O amigo João Ferreira Dias, do blogue Kontrastes, na rubrica “Conversas de Café”, já publicou mais de uma centena de entrevistas com diferentes autores de blogues tendo “o objectivo de conhecer um pouco mais do blogger que dá vida ao blogue e abrir uma cortina para o que move cada autor de blogue”.

Trabalho de sistematização que pode bem vir a ser útil para uma mais objectiva análise da utilização da blogoesfera em Portugal.

Com a data de 7 de Maio publicou a entrevista que teve a gentileza de efectuar com o pessoal da Oficina das Ideias (entrevista 108), para cuja leitura remetemos os nossos habituais leitores.

Transcrevemos a primeira questão e a respectiva resposta:

Sabendo que a blogoesfera é uma janela para a vida cibernética, como vê o fenómeno «blogue»?

O fenómeno “blogue” é o concretizar da necessidade natural que o ser humano tem em comunicar, em interagir, em partilhar ideias e afectos. Além do mais, é um dos mais democráticos meios de comunicação. Não tem a tutela dos governos. Não pergunta qual a religião, a cor, a raça do blogueiro. Está ao alcance de todos, independentemente da sua condição social, da sua idade. É muitas vezes o escape de pessoas que fruto das suas incapacidades físicas têm na blogoesfera o único espaço de comunicação. É um verdadeiro meio de comunicação de todos.

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domingo, maio 06, 2007

rua de tradição


caminhar ruas estreitas da tradição
traz nostalgia ao viajante
falta gente que as anime

Ruela em Trancoso - Portugal

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novos indicadores de leitura

Um dos maiores aliciantes que o pessoal da Oficina das Ideias encontra na blogoesfera é a possibilidade de cruzar visitas sobre temas do seu agrado, com blogues preocupados com a partilha do saber, com a defesa dos patrimónios natural e construído, muito em especial, o património imaterial.

Por outro lado existe sempre a preocupação de visitar e recomendar a visita a todos os blogues que além de nos visitarem nos dão a honra de deixar um comentário construtivo, que muito ajuda a nossa inspiração e o enriquecimento do nosso trabalho.

Vamos acrescentar à nossa lista de “indicadores de leitura” os seguintes blogues companheiros desta viagem:

Arte Brasil, de Lêda Maira - "Artes..."

Café Portugal, de Rui Dias José e outros - "Nas mesas cá dentro ou na esplanada... cruzam-se paisagens, rostos, artes, sabores e projectos de viagem pelos mares da lusofonia. Entre convites e vontades, a disponibilidade para sair por aí em busca de um sorriso, de um passeio, de uma aventura..."

ContorNUS, de Zuladairam - "Tocar ao de leve na paisagem do corpo, movimento/ bailado/ dança na intensidade dessa escrita, desenho em forma de procura..."

Dias com Árvores, de Manuela D. L. Ramos e outros

Fantasias, de Teresa David - "Devemos estar na Vida suficientemente lúcidos para podermos manter a Fantasia"

Meia Livraria, de Cláudio - "Inicialmente pensei em deixar aqui a famosa frase do Almada Negreiros. Só o elementar respeito pela sua memória me impediu de o amesquinhar, ligando-o a este blogue"

Placer Y Sueños, de Zeze

Sabor & Art, de Manel & Lane - "Cyber-espaço, Biblioteca, Jornais Diários, Cafetaria, Refeições (escolha você a ementa que nós fazemos... coma connosco, ou leve para casa), Tertúlias Poéticas (no último sábado de cada mês, a partir das 17:30)"

Semeador de Sonhos, de Joaquim Sarmento - "Nesta aventura de semear sonhos, partilhar saberes e inquietações tentarei que este blog seja simultâneamente lugar de exercício de cidadania, espaço de cultura e de luta por um mundo melhor"


Lamentavelmente, teremos que retirar da coluna da direita alguns indicadores de leitura, atendendo a que se referem a blogues que já deixaram de existir ou que há muito não são actualizados:

Arte, Cor e Sentimento

Eu tive um Sonho

Mylazuli

Poezz Art

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sábado, maio 05, 2007

rosa de muito querer


_Que cor diferente tem esta rosa,
parece retirada do Arco-Íris.
respondi: _Foi aí que a sonhei!!!!


Rosa lilás dos jardins do Pinheirinho, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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há 46 meses na blogoesfera

Passam hoje os quarenta e seis meses de publicação contínua da Oficina das Ideias o que tem envolvido algum esforço do pessoal da escrita e das imagens, atendendo ao nosso “estatuto editorial” que aponta para a publicação de trabalhos originais e não a utilização de imagens e textos alheios, salvo raríssimas excepções. Estamos na senda dos 4 anos de presença na Blogoesfera.

O crescimento das visitas diárias que já havia sido anteriormente detectado continua a acentuar-se, com um dos dias de Abril quase a atingir um milhar de visitas, tendo sido atingida a média diária de 572 visitas o que dentro das nossas modestas expectativas já tem muito significado.

Continua a funcionar o filtro aos comentários através do pedido de um código de confirmação atendendo a que estávamos a ser “bombardeados” com comentários span. Pelo incómodo pedimos desculpas aos nossos visitantes amigos. Por outro lado, aderimos ao sistema de publicidade da Google, cuja receita obtida em resultado das entradas dos visitantes na publicidade apresentada será entregue a uma instituição particular de solidariedade social, IPSS, no caso concreto a CURPIC, Comissão Unitária de Reformados, Pensionistas e Idosos de Charneca de Caparica.

Quanto a interactividade, o número de comentários no último mês foi de 48, a partir de 13 comentadores. É de grande importância para o enriquecimento da Oficina das Ideias esta contribuição dos dedicados e amigos leitores, mas a interactividade não aumenta, na realidade.

Visitas – 187.100 (desde 5 de Julho de 2003), a uma média de 572/dia e com origem em 126 países diferentes, valores facultados pelo SiteMeter e pelo NeoWORX
Comentários no mês - 48, de 13 comentadores
Total de posts – 2.841, onde cerca de 1.500 fotografias da autoria do nosso amigo Olho de Lince.

Um agradecimento especial a Blogger.com e a Blogspot.com onde editamos e alojamos a Oficina das Ideias desde a primeira hora.


Quadro de Honra

Lígia (Brasil)
Reporter, do Pó de Ser (Portugal)
Lenore, do Verdades Cruéis (Portugal)
Luísa Margarida, do Cantábile (Brasil)
Lêda Maria, do Arte Brasil (Brasil) [*]
Zeze, do Placer y Sueños (Portugal) [*]
Raquel, do Sex Appeal (Brasil)
Sílvia (Brasil)
Rui Manhente, do Viandante (Portugal)
Cláudio, do Meia Livraria (Portugal) [*]
Lady, do YourLady (Brasil)
Teresa David, do Fantasias (Portugal) [*]
Zuladairam, do ContorNUS (Portugal) [*]
Lila (Portugal)



A TODOS o nosso Muito Obrigado
[*]- a considerar oportunamente nos "Indicadores de Leitura"

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sexta-feira, maio 04, 2007

janela gradeada de verde


Casa Grande, de origem nobre e fidalga
Já foi casa de retirar a liberdade
Hoje museu de visita a não perder


Casa Grande, Freixo de Numão, Vila Nova de Foz Côa - Portugal

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disse...

Iniciada a fase de destruição do pensamento
Os sonhos são desfeitos para dar corpo à realidade
A mente tenta fixar o pormenor da felicidade que se dilui
O rosto apresenta sinais de fadiga e de desespero.

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quinta-feira, maio 03, 2007

pequena rosa que é sol


pequenina rosa de tonalidade dobrada
partilha do sol a luminosidade
um mimo da Natureza


Pequenina rosa dobrada dos jardins de Valle do Rosal

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pelas terras da mata real

minha terra é meu sentir
Caparica mais do que uma terra é um Povo. Gente que construiu vida entre o mar e a floresta em diversificado labor. Da sua vivência aqui se regista testemunho




...ou a história de um caixeiro-viajante


Nos finais da década de 50 do século passado, o meu pai tinha um negócio de drogaria, montado com porta aberta na Amadora, nos arredores de Lisboa, mesmo junto ao mercado e à estação dos caminhos de ferro.

Os empregados dos armazenista que forneciam o estabelecimento do meu pai deslocavam-se de terra em terra visitando os clientes para recolherem encomendas que, dias mais tarde, seriam entregues por transportes da empresa. Eram conhecidos à época por caixeiros-viajantes.

Os transportes individuais eram raros e as deslocações entre as diversas localidades difíceis. Recorriam aos transportes públicos pouco frequentes e a grandes caminhadas a pé. Vida árdua a dos caixeiros-viajantes que muitos dias pernoitavam em pensões de segunda categoria, tantas vezes somente regressando a casa nos fins-de-semana [1].

Recordo um desses caixeiros-viajantes, homem com gosto para contar histórias de vida, quantas vezes fantasiadas, que vivia para os lados de Foros de Amora, na Margem-Sul do Tejo e que tinha a sua área de trabalho nos arredores de Lisboa, onde se incluía a Amadora, ainda nesse tempo conhecida pela designação real de Porcalhota [2].

Após uma semana de trabalho o regresso a casa sempre desejado era, igualmente, atribulado, pelas dificuldades de transporte e em algumas circunstâncias a sua completa ausência. E nem sempre isento de riscos de assaltos e incómodos nesses caminhos ermos e difíceis.

De autocarro, da empresa de camionagem “Eduardo Jorge” que garantia as esporádicas ligações entre os arredores e a cidade de Lisboa, viajava até à estação fluvial de Belém, de onde partia um “ferry-boat” com destino a Porto Brandão e à Trafaria. [3]

Na Trafaria, uma carreira de camionetas com dois horários diários, uma pelo cedo da manhã e outro ao fim da tarde, garantia a ligação à então vila de Costa de Caparica, conhecida por Praia do Sol, ou um pouco mais além, até onde a estrada municipal o permitia.

A partir daí, no Inverno já com o breu da noite presente, era a caminhada a pé até aos Foros da Amora, por veredas e caminhos, quantos deles traçados pelo próprio passar das pessoas, na mata arbustiva, de tojos, carrascos e aroeiras, ou por entre o arvoredo denso de pinheiros mansos e bravos.

Aqui e além algumas zonas pantanosas e manchas de juncais são novos obstáculos ao avançar da andança, especialmente, em noites escuras quando a Lua faltava à chamada de iluminação natural tão útil nestas circunstâncias.

E ao caminhante nessas alturas vinha à memória as muitas histórias de medos e de temores quando passava nos cruzamentos onde se contava que havia encontros de bruxas e de lobisomens e de outros duendes da imaginação popular.

Caminhar a Subida das Vacas, com a certeza que mais além iria passar junto à casa do Guarda Florestal, era um esforço físico significativo, sempre a subir, mas feito com a tranquilidade da segurança dada pela presença perto de uma autoridade.

Daí para a frente era o caminhar solitário para atravessar o Pinhal da Aroeira e a Herdade da Apostiça no silêncio da noite somente interrompido pelo restolhar de uma raposa ou de um coelho bravo afugentados pela presença humana a horas tão tardias.

Era também o receio permanente de um mau encontro, pois era conhecido que aquela zona erma e de difícil acesso, ser lugar de acoitar ladrões e criminosos foragidos da justiça da capital, ali tão perto [4].

Contam os mais antigos que nessa época de antanho havia gente que possuía um salvo-conduto de “honra”, uma chamada “senha de boca” que lhe permitia atravessar incólume esta terra de ninguém.





Notas:

[1] – o chamado fim-de-semana no que tem de tempo de descanso nada tem a ver com o entendimento actual. O horário de trabalho do comércio era: de segunda a sexta-feira, das 9 às 13 horas e das 15 às 19 horas; ao sábado, das 9 às 13 horas e das 15 às 22 horas. Trabalhava-se então 51 horas semanais.
[2] – Designação real por lhe ter sido atribuída de forma depreciativa pelo Rei de Portugal, atendendo às condições de grande insalubridade que aí encontrou na sua passagem para o Palácio de Queluz. “Isto aqui é uma porcalhota!” terá afirmado.
[3] – A ligação por “ferry-boat” ou por “cacilheiro” era realizada entre Belém e Trafaria, com uma paragem em Porto Brandão para desembarque de passageiros e de alguns carros.
[4] – Na zona do Pinhal da Aroeira nasceu a partir dos finais dos anos 60 de século passado uma urbanização considerada, hoje em dia, a zona de maior crescimento demográfico da Freguesia de Charneca de Caparica, quiçá, do Concelho de Almada.

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quarta-feira, maio 02, 2007

lua de maio


a luminosidade da Lua rompeu núvens de chuva
iluminou o sentir dos amantes
guardou confidências mil de primaveris desejos


Lua Cheia às 11 horas e 9 minutos (100%)

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em abril de 2007 a oficina publicou:

Textos
Dia 1 – Em Março de 2007 a Oficina das Ideias publicou
Dia 2 – As Violetas [sentados à mesa... gostámos]
Dia 3 – Hoje como outrora
Dia 4 – Olhos de Mel [espaço de poetar]
Dia 5 – há 45 meses na blogoesfera
Dia 6 – Novos indicadores de leitura
Dia 7 – Pés sensuais [a suavidade do erotismo]
Dia 8 – Páscoa 2007
Dia 9 – Um Dia Luminoso [espaço de poetar]
Dia 10 – A Escola [sentados à mesa... gostámos]
Dia 11 – Noite de fim-de-ano [a suavidade do erotismo]
Dia 12 – Senhora da Rosa
Dia 13 – Sexta-feira 13
Dia 14 – Arriba Fóssil
Dia 15 – Circular em contramão [a minha opinião]
Dia 16 – Uma tábua de queijos muito especial 1 [a suavidade do erotismo]
Dia 17 – Reviver Badajoz com a CB [a banda do cidadão em acção]
Dia 18 – Querida Montse
Dia 19 – O pai, a amante, a nova e a velha [histórias do povo simples]
Dia 20 – Paz, Liberdade, Amor [espaço de poetar]
Dia 21 – Redondo, no Alentejo profundo [o meu caderno de viagens]
Dia 22 – Dia Mundial da Terra
Dia 23 – Sant Jordi dos namorados
Dia 24 – Uma tábua de queijos muito especial 2 [a suavidade do erotismo]
Dia 25 – Em Terras de Salatia [espaço de poetar]
Dia 26 – Grande eficácia da CB [a banda do cidadão em acção]
Dia 27 – As Brasileiras [vamos tomar café...]
Dia 28 – Casa da Cerca
Dia 29 – Os “gémeos” são assim...
Dia 30 – Cor Lilás [espaço de poetar]

Imagens
Dia 1 – Pombais de Vale do Côa
Dia 2 – Lua de Abril
Dia 3 – Porta desenhada no xisto
Dia 4 – Cor e Harmonia
Dia 5 – Flor de Amendoeira
Dia 6 – Mar Azul Mar
Dia 7 – O Odor do Jasmineiro
Dia 8 – Páscoa Feliz, Felices Pascoas
Dia 9 – Sempre de pé
Dia 10 – Bela flor de cor garrida
Dia 11 – Que bela vista p’ró mar
Dia 12 - Janela com cortinas de renda
Dia 13 – O alerta de fim-de-tarde
Dia 14 – Floral da Mata
Dia 15 – Bandarra profetizou...
Dia 16 – O encanto da Aquilegia
Dia 17 – Mó de tempos idos
Dia 19 – Nas curvas do Rio
Dia 20 – Interpretar o passado
Dia 21 – O encantamento do Rio Côa
Dia 23 – Daqui olha o Universo
Dia 24 – Olhares profundos
Dia 25 – 25 de Abril, Sempre
Dia 26 – Bandeira vermelha e mil cores
Dia 27 – Uma rosa, um beijo
Dia 28 – Somente uma florzinha
Dia 29 – Montra de peixe
Dia 30 – Rosa bela Rosa

Uma flor para...
Dia 18 - ...a Montse, Monsinha
Dia 22 - ...o Ricardo

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terça-feira, maio 01, 2007

a simplicidade do branco


a cor branca duma rosa
a candura do teu olhar
a sensualidade de teu corpo


Rosa branca dos jardins do Pinheirinho, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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primeiro de maio

tradição e cultura popular
A tradição resulta da memória colectiva de um Povo, autêntico património invisível que se transmite entre gerações e representa o mais elevado expoente da cultura popular. Aqui se deseja dar conta desse repositório



Há dias no ano que são assim mesmo. Parece que se reúnem condições especiais para que nesses dias coincidam uma série de acontecimentos aparentemente desconexos entre si, mas que encontraremos alguma explicação se aprofundarmos as suas origens até eras imemoriais, muitos já debotados pela neblina do tempo que passa.

É o que acontece com o dia 1 de Maio, as mais das vezes designado por 1º de Maio, onde além do dia de luto, de luta, mas também de esperança que é o Dia Mundial do Trabalho, se comemoram, igualmente, a tão portuguesa Festa das Maias e a esotérica Dia de Beltane.



Dia Mundial do Trabalhador

“A história do Primeiro de Maio mostra, portanto, que se trata de um dia de luto e de luta, mas não só pela redução da jornada de trabalho, mais também pela conquista de todas as outras reivindicações de quem produz a riqueza da sociedade.” – Perseu Abramo

O Dia Mundial do Trabalho foi instituído em 1989 como homenagem à Greve Geral realizada em 1 de Maio de 1886, em Chicago, em que milhares de trabalhadores vieram para a rua em protesto contra as condições de trabalho desumanas a que eram sujeitos e exigindo a redução da jornada de trabalho de 12 para 8 horas.

Não foi, contudo, uma manifestação tranquila, pois a repressão ao movimento foi dura tendo resultado prisões, feridos e mesmo mortos nos confrontos entre a polícia e os operários.

Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade decorreram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos o dia 1º de Maio foi declarado Dia Mundial do Trabalho.

Festas das Maias

No “último de Abril” o Povo prepara bonitos ramalhetes de giestas, conhecidas no Douro, Minho, Beira Alta e outras regiões por Maias, essas flores amarelas (quase doiradas) que bordejam os caminhos anunciando a Primavera, para colocarem nas portas e janelas como manda a tradição. Ao “virar do dia” logo nos primeiros segundos do dia 1º de Maio já as casas se encontram engalanadas de flores amarelas.

Leite de Vasconcelos chama a este acontecimento o “enramalhamento” das portas.

Com isso, assim diz a tradição, se pede que “haja fartura na casa e na família”, “o mau olhado seja afastado”, “as bruxas não incomodem”...

Na tradição, vinda das brumas dos tempos, muitas são as lendas ligadas a este acontecimento, algumas ligadas a rituais da fertilidade de tempos remotos e que, como em tantas outras situações o Cristianismo adoptou.

“Não consegues lutar contra tradições pagãs, adopta-as como tradições religiosas”

Muito ligado a esta tradição das “Maias” está o designado Maio-Moço, também ele ligado à força renovadora da juventude, a fertilidade e às coisas novas: grupos de jovens acompanham em grande correria um moço coberto de giestas floridas (o Maio-Moço) e enquanto canta a “Canção de Maio” o moço grita “Viva! Viva! Viva!”, conforme nos descreve o P. Rebelo Bonito.

[se gostam de musica tradicional portuguesa não percam MAIO-MOÇO]


Festa de Beltane

Esta festa tem origem no antigo Festival Druida do Fogo, onde se celebra o retorno do sol (do Deus Sol) e baseado na Floralia dos romanos, dedicada às flores. O 1º de Maio era o dia em que os antigos romanos penduravam grinaldas de flores (seriam maias?) diante dos seus altares em honra dos espíritos que protegiam as famílias e as casas.

No dia de Beltane o sol está, astrologicamente, no signo de Touro e marca a “morte” do Inverno, o “nascimento” da Primavera e o Verão já aqui tão perto. Depois do pousio, vem o plantio... o Verão amadurece as sementeiras e as pessoas.

Dança-se de maneira alegre, usam-se vestimentas brilhantes como a Primavera. Há mesmo quem prefira não usar roupa. Os corpos ficam cada vez mais juntos, entrelaçam-se fitas coloridas simbolizando a união do feminino e do masculino. A sensualidade emerge e o poder fertilizador da Primavera atinge o seu auge e objectivo.

Os alimentos pagãos tradicionais desta época são os frutos vermelhos (cerejas, morangos, amoras), saladas de ervas, ponche de vinho rosado ou tinto, e bolos redondos de cevada.

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