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quarta-feira, maio 23, 2007

a "lenda" de agostinho

Grinzing é a mais famosa aldeia heuriger dos arredores de Viena de Áustria e do mesmo modo a mais genuína e respeitadora dos ritos tradicionais. Aqui se situavam e mantém as estalagens onde além de permitirem pernoitas para os viajantes e os animais que se deslocavam com destino a Viena. Além disso forneciam refeições frugais e muito vinho.

Heuriger tanto significa vinho da última colheita da região como os próprios locais onde esse vinho é vendido a copo. Até ao dia de São Martinho, 11 de Novembro de cada ano, o vinho do ano é heuriger. O vinho a copo é, em geral, servido acompanhado de um bom pedaço de carne ou de toucinho grelhado ao momento e à vista do cliente.

Para os mais farristas, uma visita a Grinzing a um dos tradicionais heuriger dos arredores de Viena, é uma ida a não perder. Que o diga o Agostinho...

Agostinho era um músico de Grinzing que além fazer música apanhava tremendas bebedeiras nos heuriger onde tocava. Conta-se que no tempo da peste negra, época em que as pessoas já não conseguiam enterrar os seus mortos, pondo-os às portas para serem recolhidos por uma carroça que os levava para uma vala comum, o Agostinho com uma bebedeira de “caixão à cova” caiu à saída de um heuriger e ali ficou até alta madrugada.

Quando a carroça de levar os cadáveres passou, considerou-o mais um morto da peste negra e lá o levou para o destino final. O Agostinho ainda esbracejou e esperneou mas já os coveiros se haviam afastado às pressas não fosse caso de serem contagiados por tão terrível doença. O Agostinho lá ficou junto dos cadáveres até ter forças para sair pelos seus próprios meios.

Quando o sol da manhã lhe bateu nos olhos, passado o efeito do vinho bebido fartamente no heuriger, lá se conseguiu levantar afastando-se a toda a pressa.

Consta que nunca foi tocado pela peste negra. Daí que alguém mais esclarecido deduza que quem bebe, e bebe bem, vinho de Grinzing, não apanha doença nem mesmo que seja a peste negra.

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Comments:
Nunca ouvi falar de Grinzing, agora estou curioso e farei o maior dos esforços na minha próxima deslocação a Viena (ou a Sopron, mais provável, mas dali é um saltinho)para visitar a localidade e identificar os factos.
Parece-me que o Heuriger provem da colheita de uva da mesma casta a que os húngaros dão o nome de "kékfrankos", irei averiguar, por questão de curiosidade e porque sou apreciador incondicional do segundo.
Pela sua expressão "Viena de Austria" logo pensei que fosse "pessoa do norte", mas entretanto verifiquei que reside na Charneca da Caparica (absolutamente sul). Isto porquê? O termo está errado, não leve a mal a minha critica, mas Viena só existe uma, a capital de Austria. Os nortenhos é que criaram esse hábito de distinguir "Biana de Austria" de "Biana do Castelo" simplesmente pelo problema que seguramente têm em pronunciar correctamente algumas sílabas e "sair" com o "V". Pessoal do sul nunca confunde Viana do Alentejo, nem Viana do Castelo com Viena.
Gosto muito do seu blogue, por isso o inscrevi no meu, espero que não leve a mal a ousadia.
 
Caro Amigo James
Se não conhece não perca mesmo uma visita a Grinzing. Recomendo-lhe que vá até ao "heuriger" de um dos 100 mais dos coleccionadores de saca-rolhas. Desse restrito clube faz também parte um português, o dono da Revigrés, do Porto.
Um abraço.
 
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