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quinta-feira, novembro 30, 2006

imenso céu


em tonalidades de azul e oiro
imenso céu alentejano
em outonal poente


entre Beja e Peroguarda, Baixo Alentejo, Portugal

coleccionar com doçura

Coleccionar, juntar e encontrar elos de comunhão entre as peças sempre foi aliciante para o ser humano. O coleccionismo de pacotes de açúcar colocou esse anseio ao alcance de toda a gente. Os pacotes de açúcar dão rosto a pessoas e acontecimentos exemplares na solidariedade, no saber, na afectividade


Feira do Montado em Portel

A justificação para a viagem à vila de Portel, pertencente ao distrito de Beja e situada a meio caminho entre esta cidade e a cidade de Évora, é a realização da Feira do Montado, evento anual que pretende defender a protecção e a valorização do montado de sobro e de azinho, na sua envolvência cultural, social e económica.

Mas na realidade o objectivo da viagem vai muito além do que atrás fica referenciado. É uma peregrinação de afectos e de quereres. É a procura de um reencontro com pessoas e sítios a que queremos bem. É o reconforto de viver bem querenças.

E assim é...

É a longa conversa com o senhor António Real, artífice de arte pastoril em cortiça e madeira, na longa caminhada de vida de pastor e artesão, troca de saberes e promessa de que as “coisas” não fiquem por aí.

É a agradável partilha de percursos de vida, como é o caso da dona Maria José Oliveira, com formação académica em artes, experiência na indústria de azulejaria e que se radicou em Portel, onde dá aso à sua inspiração criando belos azulejos de cariz regional.

É o reencontro com os sabores de outras regiões e com quem se dedica à sua divulgação à volta de um cálice de ginjinha vinda de Óbidos, servida pelo Pedro Cavalheiro, de terras do Sanguinhal.

Norberto Patinho é o anfitrião. Presidente de Câmara e homem de cultura, defensor do cante tradicional alentejano que faz questão de praticar. Os coleccionadores de pacotes de açúcar consideram-no um “homem doce”. Este ano patrocinou em parceria com os Cafés Delta a edição de três pacotes de açúcar alusivos à Feira do Montado.


quarta-feira, novembro 29, 2006

sete e o seu reflexo


sete gaivotas escolheram poiso
numa pequena embarcação
em doce balançar


pequeno barco na doca de pesca de Sesimbra

a rota do andarilho

Rosto marcado no sofrer de um sonho destruído
Olhos cavados, baços, lágrimas secas desde há muito
Em vigílias passadas com a mente agitada e febril
Tentando fugir da realidade implacável e cruel.

Vivendo o sonho, imagens perfeitas e harmoniosas
Julgando infindável a capacidade de amar e o ser amado
Caminhando tortuosos rumos, evitando a desilusão
Atinge o infinito onde a clarividência é soberana.

Onde olhando para trás não destingue o caminho percorrido
O andarilho vê-se descalço, nu e sem imaginação
A realidade é, então, fria, crua, verdade simplesmente
Não lhe sendo dada possibilidade de corrigir os erros cometidos.

Iniciada a fase de destruição do pensamento
Os sonhos são desfeitos para dar corpo à realidade
A mente tenta fixar o pormenor da felicidade que se dilui
O rosto apresenta sinais de fadiga e de desespero.

terça-feira, novembro 28, 2006

farol de sesimbra


luz fixa rompe o nevoeiro
ajuda preciosa aos mestres da pescaria
que procuram porto de abrigo


farolim do Forte do Cavalo, Sesimbra, Portugal (1652)

segredos guardados no rio

O rio guarda os segredos da profunda paixão do velho Marinheiro, barba branca e cabelo desgrenhado, pela mais bela Ninfa do Tejo, olhos profundos e sorriso doce


A Serra de Sintra e a Senhora do Cabo

Sentado no muro que delimita o Miradouro dos Capuchos, o velho marinheiro olha longamente a linha do horizonte desse mar que sente tão seu. O vento forte que sopra de mar para terra fustiga-lhe o rosto rudemente o que parece não sentir, pensamentos perdidos no tumulto do mar agitado.

À sua direita, bem longe onde a bruma sobe do mar, a Serra de Sintra parece a guardiã de sentimentos profundos que Lord Byron tão poeticamente expressou em seus escritos nascidos da tranquilidade da serra, que não das suas paixões.

Para Sul uma linha marca a plataforma que entra mar dentro até chegar ao mítico Cabo Espichel. Não tarda, que ao sol poente raiem os primeiros fachos luminosos que o farol fará chegar às embarcações qual guia no mar tormentoso.

À memória do velho marinheiro vem, enquanto cofia a alva barba, tantos anos que já lá vão a aflição que sentiu ao ver a embarcação em que navegava, seus companheiros e ele próprio quase serem tragados pelo mar alteroso. Terá sido a Senhora dos Navegantes que a todos salvou?

Vem desses longínquos tempos o pacto de fidelidade feito com o mar que hoje sente ser seu. Vem desses tempos passados a sua capacidade de entender o mar, no seu bru-à-à constante, mas também o ouvir a maviosa voz de mulher que lhe povoa o sentir.

“_Tu és o meu marinheiro, o meu querido marinheiro...”
“_Sinto a Lua no meu ombro, tu marinheiro que és meu sol...”


O marinheiro sentiu frio. O vento não só lhe fustigava o rosto violentamente, como passava através da sua roupa, arrefecia-lhe o corpo, mesmo a alma... Reparou, então, que o farol, lá longe em terras da Senhora da Pedra da Mu, dourava o firmamento com o seu facho luminoso. Sentiu respiração forte junto a si mas não viu ninguém...

Lembrou-se da “velha” rica de saberes e de eterna capa posta sobre os ombros que a lenda das gentes das redondezas regista. Lembrou-se do eterno Camões que de forma única cantou as Ninfas do Tejo. Lembrou-se da Senhora dos Navegantes.

E deixou-se dormitar na noite fria...

segunda-feira, novembro 27, 2006

lágrimas hoje, belas rosas amanhã


choveu forte esta noite
deixou lágrimas nas roseiras
amanhã irão florescer belas rosas vermelhas


roseiras dos jardins de Valle do Rosal

solidão

Definições de “solidão” dadas por Chico Buarque numa entrevista a um jornalista:


Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência!

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade!

Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio!

Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsivamente... Isto é um princípio da natureza!

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância!

Solidão é muito mais do que isto...

SOLIDÃO é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma.

domingo, novembro 26, 2006

o meu mar


meu mar, contigo conversei
alterei as tuas tonalidades
coloriste o meu sentir


mar "macho" na Frente Praias da Praia do Sol, Portugal

demência

Cabelos esbranquiçados em desalinho
De noites mal dormidas
De vida mal vivida

Cruel foi a vivência que de tal forma lhe afectou o pensamento.

E o sentir?

Gestos largos poéticos... patéticos
Mitológicos até
Gestos bruscos com um não sei quê de simiescos

Atenciosos e deferente para os outros entes
Que lhe são superiores?

Ameaçador, tenebroso, horrível...

Desalento, submissão, indiferença
Brusquidão, ameaçadora brusquidão.

sábado, novembro 25, 2006

espelho da vida


contrastes, reflexos, pingos de chuva
espelho de vida
meditação, conversa com o mar


na Fonte da Telha, Praia do Sol, Portugal

in tempus - luna sapiens

O auditório encheu com uma multidão, gente de todas as idades atraída pelas sonoridades que pouco a pouco foram ecoando pelas diversas zonas do espaço de cultura. Estavam os amigos, os amigos dos amigos mas, igualmente, pessoas que percorriam as zonas dos livros, dos discos, das tecnologias emergentes e que sentiram o apelo de belas sonoridades étnicas.

Um poema de intervenção rasgou o silêncio que se havia criado após os primeiros acordes extraídos de uma panóplia de guitarras: da “folk”, do baixo e da guitarra portuguesa. O apelo poético foi pungente apelando à intervenção cívica das pessoas nos caminhos da sociedade.

As vozes improvisaram dizeres que se transformaram em melodias. Os espectadores atentos, colados às cadeiras, somente no final de cada interpretação davam escape às suas emoções aplaudindo freneticamente. Notava-se uma enorme empatia entre quem actuava e quem os ouvia. Sentia-se o desejo de participação dos espectadores.

A voz feminina do trio de vozes em palco de registos inéditos e difíceis traçava a linha condutora de todo o espectáculo. Sentia-se o desejo de que não tivesse fim a sequência de músicas e de poemas que era partilhada.



Os retornos ao palco para “mais uma” sucederam-se. O final glorioso deu-se com a interpretação de uma peça de homenagem ao LOBO interpretada integralmente no idioma dos índios Cherokee e escrita especialmente para este projecto.

No final as surpresas, anunciadas por David Reis que idealizou e produziu o projecto In Tempus, na sua componente Luna Sapiens dedicada à preservação do Lobo Ibérico:

Distribuição gratuita aos presentes da primeira edição do disco
Oferta de 100 discos ao Centro de Recuperação do Lobo Ibérico
Oferta de 100 discos ao projecto Ecotur, de protecção ao Lobo



IN TEMPUS
David Reis - Voz, Guitarras, Programações, Baixo, Percussões e Instrumentos Adicionais
Pedro Morcego - Baixo, Programações e Vozes
Elizabete Barros - Voz
André Marques - Bateria e Percussões
Pedro Antunes - Guitarra Portuguesa
Jorge Oliveira - Piano e Sintetizadores
Mário Amora - Guitarras Clássica e Folk
António Boieiro - Voz e Instrumentos Adicionais
André Ventura - Gaita de Foles e Instrumentos de Sopro


“show case” de In Tempus realizado em 24 de Novembro de 2006, na FNAC Almada Fórum
In Tempus estão em MySpace-In Tempus

sexta-feira, novembro 24, 2006

olhar alerta

vigilante que o mar está tormentoso
protege o clã e a espécie
enquanto o homem destrói o planeta


Gaivota no porto de pesca de Sesimbra

gedeão, poeta vivo

Tenho um amigo que frequentou uma escola de Lisboa onde havia “um homem bom” que era aí professor. Homem virado para as Ciências dizia-se, na Escola, entre os alunos e os funcionários dessa escola, e até na sala dos professores, que esse homem bom que dava igualmente aulas “escrevia umas coisas”.

Era irónico por vezes mas, igualmente, modesto no seu dia-a-dia de professor. “Escrevia umas coisas”, dizia-se.

Rómulo de Carvalho tinha um grande amigo. Daqueles amigos fortes que por nós são capazes de dar a própria vida. A ele confidenciava os seus sofreres, que eram o reflexo do sofrimento alheio, da constatação da solidão humana... Chamava-se António Gedeão.

Nascido de família modesta, foi sua mãe que o influenciou nas leituras, embora esta somente tivesse a instrução primária, mas grande apaixonada pela literatura. É ela que, através dos livros comprados em fascículos, vendidos semanalmente pelas casas, ou, mais tarde, requisitados nas livrarias Portugália ou Morais, inicia o filho na arte das palavras.

Somente aos cinquenta anos de idade revelou a sua arte poética com a obra Movimento Perpétuo (1956), a que se viriam a juntar outras obras, como Teatro do Mundo (1958), Máquina de Fogo (1961), Poema para Galileu (1964), Linhas de Força (1967).

Contudo, já aos 5 anos de idade havia escrito os primeiros poemas e aos 10 anos resolve completar “Os Lusíadas”, de Luís de Camões. Mas foram as ciências a sua grande paixão nos estudos, cujo liceu frequentou no mítico Gil (Vicente).

A obra de Gedeão é um enigma para os críticos, pois além de surgir, estranhamente, só quando o seu autor tem 50 anos de idade, não se enquadra claramente em qualquer movimento literário. Contudo apresenta grandes preocupações com os problemas do Povo português.

A sua poesia é de elevado conteúdo social, acredita que através do sonho se poderá encontrar o caminho da paz, da solidariedade, da liberdade que o País nos anos 60 do século passado tanto andava carente.

O seu mais carismático poema, Pedra Filosofal, foi musicado por Manuel Freire, um autêntico hino à Liberdade que ainda hoje quando é ouvido é uma mensagem de esperança.


António Gedeão nasceu a 24 de Novembro de 1906, mantém-se “vivo” entre nós!

quinta-feira, novembro 23, 2006

in tempus ao vivo

é já amanhã...



FNAC Almada Fórum, 24 de Novembro de 2006, às 21:30


diversas faixas do CD podem ser ouvidas em:

Myspace INTEMPUS

o gato e as romãs

curioso conjunto estatuário este...


por certo cheio de simbolismo que procuro encontrar...


"gato em janela de tabuinhas com mesa posta de toalha e prato com três romãs" na Marginal, Foz do Arelho

quarta-feira, novembro 22, 2006

mar tormentoso


mar tormentoso, agreste
desafio aos temerários pescadores
na luta pelo pão diário


Pesca do arrasto [proibida] ao largo da Praia do Sol

a "pedra do sol"

Runa significa segredo. As Runas são hoje, como têm sido desde há milhares de anos, um oráculo singular, tendo a particularidade de constituírem o único alfabeto mágico que resistiu e sobreviveu, no Ocidente, à fúria retaliadora da Igreja Romana.

A origem das Runas perde-se na bruma dos tempos e, embora, muitos helenistas afirmem a sua origem no alfabeto grego, a verdade é que existem provas de que lhe são muito anteriores. Em Portugal, encontram-se nas ruínas de Alvae provas dessa antiguidade, pois existem vestígios de formas primárias de Runas que podem ser datadas do período neolítico médio (5.500 – 4.500 a.C.).

O interesse que o estudo e a interpretação das Runas desperta no Ser Humano é algo de difícil explicação, pois a uma fase de intensa actividade pode seguir-se um longo período de “pousio” intelectual.

As Runas que tranquilamente resistiram incólumes à evolução dos tempos e da sociedade aguardam sempre, com a mesma tranquilidade, que alguém sobre a sua força se queira debruçar. Hoje, o chamamento das Runas chegou-me através do Sol, essa fonte inesgotável de energia que nos mantém vivos e pensantes.

O Sol é a última Runa do segundo aettir(1) ou seja, a décima sexta no Futhark(2). É a SIEGEL, a que brilha no final de um ciclo difícil da vida. SIEGEL, nome de Runa, refere-se a uma espécie de quartzo que os noruegueses utilizavam para orientar a navegação, a partir das suas embarcações.



Apontavam-na para o Sol e definiam a direcção a tomar partindo do reflexo do cristal. A “pedra do Sol” era assim que os marinheiros a conheciam, era considerada uma jóia. Daí que outro significado atribuído a SIEGEL seja “jóia”.

Diz um Antigo Poema Rúnico Inglês:
O Sol para o homem do Mar
é sempre Esperança,
quando eles a levam [a pedra do Sol] ao lugar dos peixes,
até que o cavalo do mar os traga de volta ao porto.


Os que nascem sob os auspícios de SIEGEL são:
Resplandecentes
Frontais e sinceros
Talentosos
Fiéis, não suportam a deslealdade
Passionais

“Segue em frente no caminho que escolheste sem te arrependeres do passado”

Notas:
(1) – de “aet”, “geração” de oito Runas
(2) – Forma primitiva do alfabeto rúnico (24 Runas)

Créditos do saber: Das Runas, de Fabiana d’Aversa, Editorial Pergaminho, 1997



A Runa SIEGEL diz respeito às pessoas nascidas entre 23 de Julho e 22 de Agosto

terça-feira, novembro 21, 2006

concede-me esta dança?


Danças de belo recorte
Olhar nos olhos profundamente
Medievos nos trajar


Grupo de Danças Antigas "Josefa d'Óbidos" nos claustros do Mosteiro de Alcobaça

os segredos que o rio guarda

O rio guarda os segredos da profunda paixão do velho Marinheiro, barba branca e cabelo desgrenhado, pela mais bela Ninfa do Tejo, olhos profundos e sorriso doce


Sete, um número mágico

Naquele dia, em que o capricho do eterno rodar do tempo criou um número mágico, o velho Marinheiro, quando do alto do miradouro do Convento dos Capuchos olhava o Mar profundo, onde este quebra com o Rio Tejo, teve uma maravilhosa visão.

Uma bela jovem, Tágides no dizer dos poetas, da água do rio buscou suas formas onduladas pela brisa, do pomar da Caparica sua doçura de fruto maduro, pele suave ao tocar, ligeiro rubor do sol poente, que logo voltará em toda a sua pujança.

_Tão jovem és nesta visão que me encanta...
_Venho do fundo dos tempos, mas o Tejo me ofertou 26 anos de idade agora cumpridos...
_Este teu velho amigo cumpriu 62 quando tu eras flor...

O velho Marinheiro que intuitivamente “jogava” com números desde o seu tempo de marear, pensou:
“26 + 62 = 88 > 16 > 7... SETE!”

_Mas este é um número mágico – murmurou – hoje que é dia 7 deste mês de Verão...
_Que dizes Marinheiro?
_Hoje é dia 7 deste belo mês de Verão... somando a tua idade (que o Rio Tejo te ofertou) mais a deste velho Marinheiro, obtemos o número 7, número mágico no meu sentir...
_Número que para mim tem, igualmente, muita magia...

O velho Marinheiro não resistiu a perguntar:
_Porque vieste até aqui, bela Ninfa do Tejo?
_Procurei encontrar alguém que partilhasse da alegria da Festa do Avante e “Encontrei olhares de outros sobre a minha festa, sobre a nossa... Sobre a festa que se quer de todos.
Olhares como o teu são preciosos porque a "...questão é tranforma-los..."


Ficaram sentados lado-a-lado contemplando esse Mar imenso, ali na quebra do Rio, onde o Tejo beija o Oceano. Sentiram-se companheiros “desta e de tantas outras andanças”.



Curiosidade:
Se eu fosse um número, seria o 7... o dia nos meus anos... [Maçã]
Se eu fosse um número, seria o 7... o meu número mágico... [Vicktor]


segunda-feira, novembro 20, 2006

quiosque amarelo

contrasta com o azul do mar
brilha no seu esplendor
de tempos já passados


Quiosque Amarelo na marginal da Foz do Arelho

a suavidade do erotismo

São eróticos os mais belos textos escritos pelo homem, pois o erotismo faz parte do sentir mais profundo do ser humano. Em prosa, em verso ou em imagem toda a suavidade do sentir e do querer


Azul Cor do Mar

Vestido bonito azul cor do mar, curto e ondulante, atrevido e sensual. De verdade, a sensualidade está no corpo de mulher que envolve, rosto e corpo angelicais, mas que resplandecem de beleza. Corpo que é doirada areia que deseja ser ternamente beijado pelo rolar do mar profundo, ali tão perto.

A cálida brisa mediterrânea, o lento espraiar do mar salgado exacerbam os sentidos e aumentam o erotismo. Meus olhos deliciam-se com umas belas pernas de mulher, imagem fugaz mas inesquecível.

Num requebro atrevido das ancas e num puxar da saia bem para cima, vi a maravilhosa curvatura de suas nádegas. Um afastar e aproximar constante, em passos reservados aos mais conceituados modelos, num tapa e destapa provocador, seu belo corpo desperta a minha imaginação para paraísos que pensava não existirem.

Pequena praia recanto do paraíso, mar muito azul e doiradas areias onde aquele belo corpo de mulher coberto somente por um vestido azul executa passos de dança carregadas de sensualidade e erotismo. Desejo tocar-lhe, desejo aproximar-me, desejo falar-lhe mas estou completamente paralisado com tamanho encantamento.

Ela muito excitada por se saber vista e apreciada não resiste. Sentou-se num tronco de árvore na praia abandonado, puxou o vestido azul bem para cima onde as belas coxas terminam e num cruzar e descruzar das pernas bem torneadas deixou antever o tosão doirado da sua bonita intimidade.

domingo, novembro 19, 2006

imaginação

neste espaço de solidão
em tempo de invernia
adivinhei tua imagem de bela mulher


Praia da Fonte da Telha - Praia do Sol - Portugal

doces e licores conventuais

Como costumam dizer os estudiosos entendidos nestas coisas dos princípios de Portugal, o Mosteiro de Alcobaça não resultou de um voto de D. Afonso Henriques ao Papa para marcar a sua ascensão a Rei de Portugal, antes, D. Afonso Henriques foi aceite pelo Papa como Rei de Portugal por ter mandado construir o Mosteiro de Alcobaça.

O maior e mais belo da Europa da época, o Mosteiro de Alcobaça, tem a sua traça arquitectónica marcada pela transição, em Portugal, do estilo romântico para o gótico, estando a si ligado um novo modelo de povoamento orientado pela Ordem de Cister – monaquismo, construção de mosteiros, agricultura e engenharia hidráulica.

Todas estas marcas se encontram, passados que são cerca de oito séculos da sua construção, na região alcobacence. Mas também um rasto profundo da doçaria conventual, uma das mais importantes fontes de rendimento da organização monasteirial.



Foi a gula, mais concretamente a Divina Gula (*) que nos levou por caminhos do Oeste até à cidade dos monges e das monjas Cestercienses. Fomos provar “as delícias sedutoras, verdadeiras maravilhas, criadas através de 1001 experiências, de longas práticas e dedicação, de paciência e devoção” e degustar licores que ao longo dos séculos foram rodeados de secretismo.

(*) "Divina Gula" é um doce exclusivo da Pastelaria Alcoa (Alcobaça)

sábado, novembro 18, 2006

imagens reflectidas


chamaste-me marinheiro...
por marear sentimentos
sou o reflexo de mim mesmo!


auto-retrato junto de "O Marítimo", de Rafael Bordalo Pinheiro, Caldas da Rainha


embriaguez

Já há muito os vapores do álcool
Invadiram minha mente.

O corpo pende sobre a mesa.

Os olhos fixam o infinito
Procuram lá longe onde o pensamento alcança
Aquela réstia cor de esperança
Aquele ser sem igual
Aquela sonhada menina
Corpo de mulher.

Mulher de gestos meigos
De falar onde a ternura comunica o íntimo sentir.

O sol radiosa luz de cor sem par
Desliza docemente por meu rosto
Marcado do sofrer
Do muito querer
Da vaga ilusão do amor.

Na luta contra si próprio
Contra o mundo
Que é preconceito
O amor é vencido
Vencido temporariamente
Porque no tempo, no provir
O muito querer que é por vezes solidão
Fortalece o íntimo do meu ser
Sentimentos, querer de total entrega.

Sonho...
... a doce menina
Que em meus braços sente terno enleio
Bater compassado de corações
Que o mesmo dizem
Que tudo transmitem
Do muito sentir
Será um dia... (quando?)
Quando for!
A meiga companheira.

sexta-feira, novembro 17, 2006

bailado à beira-mar

embaladas pela brisa do mar
inebriadas pelo odor a sal
bailam... e bailam... e bailam...


in tempus

C O N V I T E



"David Reis (ex-Phantom Vision e ex-Trauma) apresenta-nos um disco de fino recorte, abrilhantado pelo som da guitarra portuguesa e assente no "rock dark" de inspiração étnica e poesia de intervenção."

"Show Case" de apresentação:
FNAC - Almada Fórum
Dia 24 de Novembro, Sexta, às 21:30 horas

quinta-feira, novembro 16, 2006

neste mar espraiei meu olhar


para lá do cerrado nevoeiro
muito além do mar azul, do horizonte
vi meu marinheiro encantado


o romeiro

O romeiro amparado no bordão
Cansado dos rumos do sem fim percorridos
Fita com o olhar vago o infinito e a solidão
Onde arde a chama que não vê mas sabe existir.

No sentir do amor passado mas sempre vivo
Encetou o romeiro a longa caminhada
Por tortuosos desfiladeiros e atalhos
Na busca da imagem querida e adorada.

No rosto marcado pelo suor e pelas lágrimas
Surge, por vezes, uma réstia cor de esperança
Aquela que sempre o acompanhou
E o doirado Sol das planuras imensas que nunca alcançou.

quarta-feira, novembro 15, 2006

pérolas de nevoeiro


manhã de cerrado nevoeiro
as pessoas não passam de vultos
as pérolas brilham intensamente


o fumo desfez-se na imaginação

Tirou mais uma fumaça
Do cigarro que já lhe amargava a boca.

Na ténue nuvem cinza
Moldou-se imaginação...
Corpo querido, de muito amado
Que nas mãos quis recolher
Em doce carícia.

Olhou então as mãos
Marcadas do viver.

Crispadas sem génio.

O fumo desfez-se
Na imaginação.

terça-feira, novembro 14, 2006

na tua jarra uma rosa


desta rosa "retirei" pétalas
de cores vibrantes e
com elas desenhei teus bonitos lábios


o gosto pela leitura

Os pais, os amigos, todos nós temos um papel fundamental no despertar do gosto pela leitura nos mais jovens, filhos, netos, bisnetos, amigos... e, igualmente, nos menos jovens, mostrando a beleza da leitura... leitura de livros.

O livro, essa maravilha tecnológica que se fosse inventado hoje em dia seria, tal como na época de Gutenberg, considerada a maior invenção de sempre, pelas características únicas que apresenta, de feitura, de conservação, de manuseamento, de beleza...

Não esqueça de:

Deixar que os seus filhos o vejam a ler
Arrumar os livros em locais acessíveis
Ler os livros em voz alta, pois as crianças aprendem a ler por ouvirem ler bem
Repetir a leitura tantas vezes quantas as que os mais novos lhe pedirem
Habituar as crianças a lerem, pelo menos, meia hora por dia
Levar a criançada à biblioteca municipal para participarem em actividades de leitura e outras
Entrar com os filhos nas livrarias como entram noutras lojas
Obter livros adequados à idade do destinatário dos mesmos
Oferecer um livro nos aniversários



A propósito... tenho um livro para oferecer ao primeiro comentário a este post.


Esta informação foi baseada na página da Internet da Fundación Germán Sanchez Ruipérez, Salamanca com crédito para a Revista Visão

segunda-feira, novembro 13, 2006

sinais de esoterismo


folhagem elemento da natureza
em cunhal de mosteiro
preservação


cunhal de temática vegetal no Mosteiro de Alcobaça

espaço de poetar

Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento


Para ti

Coloco letras em carreirinha
Formando palavras soltas e sem sentido.
Depois, são teus olhos de mel
Que nelas encontram a rima.
Poema de madrugar
Na aurora de uma vida.

Coloco sentires nos mares
Formando ondas de paixão e de querer.
Depois, são tuas mãos suaves
Que nelas desenham gotas.
Lágrimas de sal
Tempero de um grande amor.

Coloco sonhos no alvor do dia
Formando luminosa esperança dos sentidos.
Depois são teus afectos e carinho
Que neles dão cor azul.
Espuma do mar
Prenúncio de muito caminhar.

Bebo da vida néctar de eternidade
No sentir do teu corpo doce de mil promessas.
Depois com novas forças novo alento
Vejo a luminosidade de teu ser.
Caminho traçado
No sentido do novo alvorecer.

domingo, novembro 12, 2006

frutos de inverno


vitaminadas e saborosas
laranjas de inverno são frutos
cristalizadas em setúbal tradição

palavras tuas, meus sentires

A minha querida Amiga “Maçã de Junho” publicou no passado dia 10 de Novembro esta bonita frase:

“O triângulo equilátero cujo vértice assenta no ponto por onde passa a bissectriz que divide em dois o meu corpo, é a forma geométrica que perfaz a pouca assertividade do meu equilíbrio."


Respondi-lhe:

És irresistível no teu escrever, na capacidade de dizer o mundo em tão poucas palavras...


E acrescentei:

Triângulo perfeito que povoa meu sonho de voar
Equilátero, equiângulo, claro escuro, equilíbrio
No vértice oscila pêndulo de música de encantar
Na base um poema feito mulher, vela de navio.

A bissectriz é linha imaginária do sentir
Teu corpo dividido em dois para mais querer
Será unido por um beijo longo no devir
Pois na base do triângulo está o centro do prazer.

Prazer... lento saborear de caminhos percorridos
No ondular do corpo como o mar suave, fagueiro
Que exacerba desejos, que embala os sentidos
Por saberes belo este mundo me chamaste marinheiro.

sábado, novembro 11, 2006

castanhas assadas


castanhas assadas,
castanhas cozidas com erva-doce
"quentes e boas"

tradição e cultura popular

A tradição resulta da memória colectiva de um Povo, autêntico património invisível que se transmite entre gerações e representa o mais elevado expoente da cultura popular. Aqui se deseja dar conta desse repositório


“No Dia de S. Martinho vai à adega e prova o vinho”

No falar e no sentir do nosso Povo é neste dia, 11 de Novembro de cada ano, que as famílias se juntam para saudar a chegada do tempo frio, da invernia, da época de recolhimento. As vindimas já lá vão e o vinho mais temporão já poderá ser provado, são muitas as adegas que esperam este dia para fazerem a “abertura do vinho novo”. Contudo, muito caminho deverá ainda ser percorrido para que o maravilhoso néctar das uvas pisadas possa ser degustado na sua total plenitude.

Nos meios rurais terminaram os trabalhos agrícolas, sendo tempo de aproveitar das colheitas, dos frutos e do vinho, sendo época de exuberância familiar e comunitária, época de folgar, com uma ajuda a propósito do delicioso néctar. Nos folguedos de Outono, junta-se o religioso ao pagão que da tradição tem muito peso. O vinho vai correr solto gargantas abaixo.

Se já fez frio, nas terras mais serranas, então a água-pé, elaborada com o destino do S. Martinho festejar, já poderá ser devidamente apreciada. Caso contrário, há sempre o recurso à jeropiga e ao abafadinho. As vitualhas da tradição são as sardinhas, que já não pingam no pão, e quantas vezes não são das de conserva de salmoura em barrica, e as castanhas, assadas, cozidas com erva doce e as “quentes e boas”, assadas no forno sem qualquer corte.

A lenda de S. Martinho tem mais a ver com as condições climatéricas da época, o chamado Verão de S. Martinho, do que com as comezainas que lhe estão associadas. Conta a lenda...

Num dia tempestuoso regressava Martinho, valoroso soldado romano, à sua terra natal, montado a cavalo e agasalhado com uma pesada capa usada pelo exército de Roma. Na curva de um caminho deparou-se com um mendigo quase nu, tremendo de frio, enregelado, que lhe estendia a mão suplicante. Martinho sem hesitar parou o cavalo, e não tendo qualquer outro recurso disponível, rasgou a sua própria capa de militar, cedendo parte ao mendigo para que se cobrisse e protegesse. Subitamente, a tempestade desfez-se, o céu ficou límpido e um sol de Verão inundou a terra de luz e calor, e para que para sempre se recorde esta atitude do soldado Martinho, todos os anos, nessa mesma época, cessa por alguns dias o tempo frio e o céu e a terra sorriem com a benção dum sol quente e miraculoso. O soldado foi mais tarde canonizado como S. Martinho.

Este ano de 2006 é disso exemplo. Tormentosos dias de temporal e de cheias que muito afectaram as populações de Norte a Sul de Portugal deram lugar, de súbito, chegados tempos de S. Martinho, a esplendorosos e soalheiros dias.

O costume do Magusto, que tradicionalmente começava no Dia de Todos-os-Santos, é simultaneamente uma comemoração pagã da chegada do Outono e um ritual de origem religiosa: o dia do Santo Bispo de Tours, S. Martinho.

A água pé é o resultado da água lançada sobre o mosto retirado do mosto vínico para o objectivo concreto de produzir esta bebida que pode ser consumida em plena fermentação. Por isso, reza o ditado popular: "No dia de S. Martinho vai à adega e prova o vinho”.

Quanto às celebradas castanhas, assadas com sal grosso, de preferência da salga do toucinho, cozidas com erva doce, “quentes e boas” assadas no forno sem qualquer corte, secas tornando-se “piladas” e utilizadas depois de bem demolhadas, acompanhando em puré outros preparos, ou servindo uma sopa aveludada e cremosa, o consumo de castanhas estende-se de finais de Setembro até ao início da Primavera.

Alguns ditos populares alusivos às castanhas e ao S. Martinho:

Dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho
Pelo S. Martinho, prova o teu vinho, ao cabo de um ano já não te faz dano
Pelo S. Martinho mata o teu porco e bebe o teu vinho
Pelo S. Martinho semeia favas e linho
No dia de S. Martinho fura o teu pipinho
O Verão de S. Martinho é bom mas é curtinho
A castanha tem uma manha, vai com quem a apanha.
Ao assar as castanhas, as que estouram são as mentiras dos presentes.
Cada mocho no seu souto.
Castanha que está no caminho é do vizinho.
Castanhas do Natal, sabem bem e portem-se mal.
Do castanha ao cerejo, mal me vejo.
Em Maio comem-se as castanhas ao borralho.
No dia de S. Martinho, há fogueiras, castanhas e vinho.
Na família da castanha o pai é pingão, a mãe é raivosa e a filha é amorosa.



Festejar o S. Martinho na boa companhia do Baco e do Agostinho (o de Viena de Áustria pois claro) resulta sempre numa degustação ímpar. Aqui ficam algumas quadras de "pé quebrado", inéditas e populares, que o pessoal da Oficina das Ideias deseja convosco partilhar:

S. Martinho não se cansa
De alegrar o Zé Povinho
Quando Baco entra na dança
E prova um copo de vinho

É dia de S. Martinho
Almada vai festejar
Abre a adega e prova o vinho
Que aroma! Que paladar!

Com tantos anos vividos
S. Martinho ao acordar
Desperta os cinco sentidos
E vem o vinho provar

No dia de S. Martinho
A tradição em Almada
Na adega prova o vinho
E castanha bem assada

No dia de S. Martinho
P’ra celebrar com amigos
Da adega vem o vinho
Castanhas, nozes e figos.

E agora... o Natal está à porta. Como diz o nosso Povo: "dos Santos até ao Natal, é um saltinho de pardal!"

sexta-feira, novembro 10, 2006

a maçã do amor


uma maçã especial
megulhada em delicioso chocolate
é a maçã do amor

fotomontagem e tratamento de imagem por Olho de Lince utilizando PhotoShop CS2

espaço de poetar

Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento


Olhos Castanhos

Olhos castanhos, envolventes e profundos
Escondem segredos das terras quentes, sensuais
Iluminam sentires, indicam veredas, novos mundos
A quem deles se abeira, em sublimes rituais

Teu sorriso acolhe meus doces pensamentos
Lábios carmim de pétalas de rosa desenhados
Calam promessas de inolvidáveis encantamentos
Onde as virtudes se confundem com pecados.

Pele trigueira daquele maravilhoso pigmento
Que de doirado culmina em negro nos mamilos
Entumecidos pela forte excitação do momento
Em que orgulhosos se erguem belos, tranquilos.

A ondulação erótica de teu dorso moreno e belo
É promessa de sensual desejo no ventre que oculta
Acolhe minhas carícias com ternura e desvelo
Carícias da boca que o beija em ansiedade adulta.

E quando em tua intimidade meu corpo aconchego
Um frémito de afecto, de desejo e de querer
Impelem minha boca minha língua meu desassossego
Numa desejada carícia que é sentir e que é viver.

quinta-feira, novembro 09, 2006

hoje...

Hoje pensei em ti, companheira de tantas andanças...




E tu? Pensaste em mim?


quarta-feira, novembro 08, 2006

na defesa do património

O velho de Alcabideche


E a velha da Caparica


Foram à Rocha do Cabo

Acharam prenda tão rica


Painéis de azulejos, infelizmente muito degradados, existentes na parede Nascente da Ermida da Memória, Cabo Espichel, Portugal

terça-feira, novembro 07, 2006

labuta por uns cêntimos


dia-a-dia, dura labuta
na apanha de minhoca para a pesca
por uns parcos cêntimos

Apanha da minhoca no sapal de Castro Marim, Sul de Portugal

quarenta meses na blogoesfera

A presença diária na blogoesfera durante 40 meses é fruto de um conjunto de reconhecimentos extremamente importantes por parte de alguns dos nossos leitores que continuam a dar-nos a sua preferência e que nos deixam comentários muito incentivadores e altamente inspiradores.


Nos quarenta meses de actividade na blogoesfera registamos:

Visitas – 117.200, a uma média de 310/dia, com origem em 102 países
Comentários no mês – 45, de 21 comentadores
Total de posts – 2.480, cerca de metade são fotografias originais

Porque nos merecem um destaque especial os comentadores que dão um verdadeiro espírito de interactividade à Oficina das Ideias, aqui fica o


QUADRO DE HONRA

Maçã, do Maçã de Junho
Lígia
João Ferreira Dias, do Kontrastes
Gotinha, do Blogotinha
Grilinha, do Grilinha*
Elo, do Elotopia.net*
Francisco Nunes, do Planície Heróica
Reporter, do EmDirectoEACores
Gustavo, do Extranumerário
Karlitus
São, do EspectacológicaS
Yonara, de Templo de Hécate
CláudiaP, do Tudo ou Nada
Lualil, do Traduzir-se...
Your Lady, do Your Lady
Tânia, do Páginas de uma Lua*
Ulisses
Isabel, do Estados-de-Alma*
Anjo, do Como com os Anjos*
Blushell, do Blue Shell*
Alicia, do Pecado Original*


A TODOS o nosso Muito Obrigado


(*) A criar oportunamente indicador de leitura na coluna da direita

segunda-feira, novembro 06, 2006

casa dos círios do espichel


para acolhimento dos círios
construída entre 1715 e 1760
a expensas próprias


Santuário de Nossa Senhora da Pedra Mua, a Casa dos Círios e o Cruzeiro, Cabo Espichel, Portugal

"in tempus" na oficina das ideias

Integrado no Projecto “In Tempus”, idealizado por David Reis, foi gravado um CD dedicado à preservação do Lobo Ibérico que muito em breve se encontrará disponível no mercado musical numa edição da Thisco e a que em breve faremos referência detalhada.

Entretanto a Oficina da Ideias teve o privilégio de participar na criação da capa do referido CD de que hoje aqui apresentamos algumas imagens referentes do “making off”.

A partir de fotografias de árvores de origem portuguesa recolhidas na região de Vila Nogueira de Azeitão foi criada esta imagem:



Foram, então, introduzidos na imagem alguns artefactos, tais como um espanta-espíritos, a fotografia do produtos do projecto, uma alcateia de lobos. Convertido para preto&branco e aplicando-se o método de solarização resultou:



Finalmente foi aplicado o “lettering” adequado donde resultou o trabalho final:




O projecto "In Tempus" tem um “case show” marcado para o próximo dia 24 de Novembro de 2006, pelas 21:00 horas, na FNAC do Almada Fórum.

domingo, novembro 05, 2006

lua triste... esperança!


a lua (la luna) tão bela esta noite
contudo nuvéns encobrem o seu brilho
a vida tem que continuar


Lua Cheia de Novembro, a 100% às 12h 58m

chamaste-me marinheiro!...

...Prendeste-me eternamente

Chamaste-me marinheiro! em maviosa entoação
Naveguei mares sem fim como as ondas te contaram
Na busca do querer primeiro, são coisas do coração,
De te ter junto a mim como os deuses desejaram.

Ondas de prata beijaram meus lábios como um jasmim
A frágil embarcação navegou rumo certeiro
Como partiram chegaram aves desse teu jardim
Em suave louvação cantos de sentir verdadeiro.

Chamaste-me marinheiro! na tempestade e na bonança
Por olhar o infinito para além do mar está a grei
O peito é meu celeiro tenho o trigo como a esperança
Senti-me um ser bendito por te saber como sei.

Serras e montes caminhei em sonho leve doce bonito
Na procura da esperança que sente o mensageiro
Mas foi no mar que encontrei como se havia escrito
Teus braços, a temperança, brilho de sentir parceiro.

Chamaste-me marinheiro! aceitei o teu conselho
Pelos meus olhos castanhos segui rota dos odores
Ofereço-te um jasmineiro e a teus pés me ajoelho
Cheirinho encantos tamanhos no paraíso de sabores.

Do jardim das mil cores e dos reflexos estranhos
Recolhi cravo vermelho do meu preferido canteiro
Flor de singelos amores gravada em belos estanhos
De muito querer é o espelho e de ti um feiticeiro.

O mar é meu confidente para ti sorri brejeiro
Esse mar que me é fagueiro é para ti querido ente
Olhaste-me profundamente: “Tu és um marinheiro!”
Chamaste-me marinheiro! Prendeste-me eternamente.


Quando em 30 de Outubro do corrente ano publiquei na Oficina das Ideias um modesto poema que, contudo, continha em si uma enorme carga inspiradora, pensei: A minha muito querida amiga, companheira de sonhos, voos e navegares, é merecedora de versos longos e entrelaçados... Então... mantive o poema original (em negrito), cruzei as rimas que prolonguei, e bebi-te inspiração. Modesto continua o versejar para tamanho merecimento o teu. Bjinhos.

sábado, novembro 04, 2006

pedra rendilhada


com outro tempo de realizar
rendilhar pedra anos a fio
perenidade

Mosteiro de Alcobaça, Portugal

mar cúmplice do meu sentir

Mar chão, ondulação suave e compassada, “mar de senhoras” no dizer dos pescadores que da praia fazem porto de abrigo e que estão habituados a enfrentar nas suas “artes” as maresias mais agrestes. Azul com tonalidades de verde forte, a espraiar prateada espuma, é uma tentação a que nele mergulhemos sem hesitar.

Quem alguma vez consegue resistir ao apelo do mar, ao melodioso cantarolar das sereias, feitas Tágides com o rio ali tão perto? A própria temperatura da água parecia contribuir para essa tentação, pois permitia uma entrada sem recuos para equilíbrio térmico. Logo depois, o mergulho...

Passados os primeiros prazeres do contacto de ondas de sal na água diluído, o relaxamento natural, a contemplação de um imenso plano de água, levemente ondulado, que se prolonga até á linha do horizonte sem mácula no espelhado azul que somente altera ligeiramente a tonalidade ao convergir com a mesma cor da abóbada celeste.

Será este mar o mesmo que há dez, vinte, trinta, quarenta, cinquenta anos aqui foi cumprindo este encontro de afectos, quanta inspiração e conselhos, quanta ajuda nos momentos mais difíceis da vida? Com certeza que foi acompanhando o evoluir dos tempos e dos sentires das pessoas que sempre o procuraram, mas é o mesmo com a sabedoria do tempo que passa.

Estranha, por certo, que os meninos e as meninas não construam mais castelos de sonho, efémeros quanto a duração de uma maré a encher, mas tão belos fruto de imaginação e de querer dos mais pequenitos, que tanta dificuldade tinham em talhar na areia as ameias dos castelos. Mas que sempre acabavam por conseguir.

Poucos meninos, hoje em dia, dão valor aquelas peças de plástico fabricadas que fez o encantamento de tantas gerações, baldes, pás, ancinhos. Brinquedos fundamentais para a construção de sonhos plantados à beira do mar, num desafio permanente à imaginação e à criatividade.

Regressados aos afazeres escolares passado que fora o tempo de veraneio, essas mesmas construções na areia serviam de tema aos desenhos que relembravam tempos vividos sem o risco da maré os levar docemente. Para o ano seguinte ficara, desde logo, aprazado novo encontro com esse mar que tranquilamente aguardava o regressos dos meninos a que sempre encantava.

Anos mais tarde voltariam para com ele desabafar as suas dores de amores nascentes, uma ou outra desilusão da vida. Um pedido de conselho uma lágrima que ajudava a que se mantivesse salgado e acolhedor a quem nele deseje mergulhar.

Agora, tantos anos passados sobre o nosso primeiro encontro, o mar azul e tão belo, mais do que confidente é cúmplice dos meus sentires de tal forma que logo à minha aproximação reconhece, de imediato, o que a ele me leva.

Hoje sinto-me tranquilo com o seu amplexo amigo.

sexta-feira, novembro 03, 2006

ribombar da tradição


tem a força do querer
faz ribombar a pele curtida
do tambor maior que o mundo


bombos e gaiteiros nas Festas dos Chocalhos, Alpedrinha, Fundão, Portugal

a origem do símbolo @ "arroba"

Na idade média os livros eram escritos pelos copistas à mão. Precursores da taquigrafia, os copistas simplificavam o trabalho substituindo letras, palavras e nomes próprios, por símbolos, sinais e abreviaturas. Não era por economia de esforço nem para o trabalho ser mais rápido, pois tempo era o que não faltava naquela época. O motivo era de ordem económica, atendendo a que a tinta e papel eram muito valiosos.

Foi assim que surgiu o til (~), para substituir uma letra ( um "m" ou um "n") que nasalizada a vogal anterior. Se repararem o til é um enezinho sobre a letra.

O nome Francisco em espanhol, que também era grafado "Phrancisco", ficou com a abreviatura "Phco." e "Pco". Daí foi fácil Francisco ganhar em espanhol o diminutivo Paco.

Os santos, ao serem citados pelos copistas, eram identificados por um feito significativo em suas vidas. Assim, o nome de São José aparecia seguido de "Jesus Christi Pater Putativus", ou seja, o pai putativo (suposto) de Jesus Cristo. Mais tarde os copistas passaram a adoptar a abreviatura "JHS PP" e depois "PP". A pronúncia dessas letras em sequência explica porque José em espanhol tem o diminutivo de Pepe.

Já para substituir a palavra latina “et” (e), os copistas criaram um símbolo que é o resultado do entrelaçamento dessas duas letras : &. Esse sinal é popularmente conhecido como "e comercial" e em inglês, tem o nome de “ampersand”, que vem do and (e em inglês) + per se (do latim por si) + and.

Com o mesmo recurso do entrelaçamento de suas letras, os copistas criaram o símbolo @ para substituir a preposição latina ad, que tinha, entre outros, o sentido de "casa de". Veio a imprensa, foram-se os copistas, mas os símbolos @ e & continuaram a ser usados nos livros de contabilidade. O @ aparecia entre o número de unidades da mercadoria e o preço - por exemplo: o registro contabilista "10@£3” significava "10 unidades ao preço de 3 libras cada uma". Já nessa época o símbolo @ ficou conhecido em inglês como at (a ou em).

No século XIX, nos portos da Catalunha, no Nordeste da Espanha, o comércio e a indústria procuravam imitar práticas comerciais e contabilistas dos ingleses. Como os espanhóis desconheciam o sentido que os ingleses atribuíam ao símbolo @ (a ou em), acharam que o símbolo seria uma unidade de peso. Para o entendimento contribuíram dois factos:
1- a unidade de peso comum para os espanhóis era na época a arroba, cujo "a" inicial lembra a forma do símbolo;
2- os carregamentos desembarcados vinham frequentemente em fardos de uma arroba. Dessa forma, os espanhóis interpretavam aquele mesmo registo de "10@£3” assim: "dez arrobas custando 3 libras cada uma". Então o símbolo @ passou a ser usado pelos espanhóis para significar arroba.

Arroba tem origem no árabe ar-ruba, que significa "a quarta parte": arroba (15 kg em números redondos) correspondia a ¼ de outra medida de origem árabe (quintar), o quintal (58,75 kg).

As máquinas de escrever, na sua forma definitiva, começaram a ser comercializadas em 1874, nos Estados Unidos (Mark Twain foi o primeiro autor a apresentar seus originais dactilografados). O teclado tinha o símbolo "@", que sobreviveu nos teclados dos computadores.

Em 1972, ao desenvolver o primeiro programa de correio electrónico (e-mail), Roy Tomlinson aproveitou o sentido "@" (at), disponível no teclado, e utilizou-o entre o nome do utilizador e o nome do provedor. Assim "Fulano@Provedor x" passou a significar "Fulano no provedor x".

Em diversos idiomas, o símbolo "@" ficou com o nome de alguma coisa parecida com sua forma, em italiano chiocciola (caracol), em sueco snabel (tromba de elefante), em holandês, apestaart (rabo de macaco); em outros idiomas, tem o nome de um doce em forma circular: shtrudel, em Israel; strudel, na Áustria; pretzel, em vários países europeus.

Texto elaborado com dados gentilmente cedidos pela minha amiga Cathy, do Bailar das Letras e referência à obra “Casa da Mãe Joana”, de Reinaldo Pimenta

quinta-feira, novembro 02, 2006

a magia de uma gota


noite chovosa, chuva forte
pelo alvorecer a magia
de uma gota que se mantém

rebento de roseira no Jardim de Valle do Rosal

a oficina das ideias em espanha

No sítio dedicado à Banda do Cidadão CB27.com foi publicada uma tradução para castelhano de um texto que publicámos oportunamente na Oficina das Ideias. Agradecemos a deferência e partilhamos com os nosso leitores o texto publicado (visto 908 vezes até hoje).



Transcripción de un artículo publicado en la blog "Oficina das Ideias" de nuestro colega Vítor Reis, estación CB "Arco Íris", a propósito de los huracanes.

CB27.com ha realizado esta traducción libre al castellano para los usuarios de su sitio web.

Los recientes y dramáticos acontecimientos acaecidos en Alabama, Mississipi y Louisiana, por efecto del huracán Katrina, nos hace recordar un texto elaborado algunos años atrás y en donde se ponía en evidencia la importancia de la Banda Ciudadana, como medio de comunicación de todos, en situaciones de extrema emergencia.
El texto que publicamos hoy nos invita a reflexionar sobre el asunto, por inconcebible que parezcan los efectos sociales de este dramático acontecimiento en sectores de población de un país que se califica a sí mismo paladín de la Democracia y la Libertad.



La Banda Ciudadana enemiga de los huracanes

En el archipiélago caribeño que conforma la República Dominicana funciona desde hace algunos años un sistema de radiocomunicaciones de emergencia basado en equipos de radio CB en estrecha labor con las entidades de socorro y seguridad de aquella zona.
Para muchos amantes de las comunicaciones por radio la disgregación del territorio de la Dominicana no se contempla como lugar de vacaciones como lo pudiera parecer a la mayoría de la gente. En el equipaje de aquellos se puede hallar, en lugar de bañadores y tarros de bronceador, mucho peso en material electrónico, de equipos transceptores y antenas.

Los aficionados se desplazan por su cuenta hasta la isla Dominicana para estudiar cuáles son los equipos más adecuados a la hora de establecer contacto por radio hacia el exterior, especialmente con vistas a momentos de crisis.

La idea nació en 1979, cuando estaciones de radio CB de la costa americana recibieron señales débiles que no eran otra cosa que llamadas de auxilio. El Huracán David alcanzó violentamente la isla Dominicana dejando a su paso a 60.000 personas sin hogar de las 80.000 que formaban la población, y dejando un balance de 4.000 heridos y 40 víctimas mortales.

Más tarde, en 1985, se logró contar con el apoyo financiero de una gran empresa multinacional fabricante de ordenadores, que permitió mejorar las condiciones, dejando a la Dominicana mejor preparada para enfrentarse a posibles situaciones de emergencia en el futuro.



Trabajando conjuntamente con los cebeístas locales, sus colegas americanos desarrollaron un sistema de "radio ayuda" al que se adhirieron muchos radioaficionados, formando una comisión de emergencias en la Dominicana.

La dinámica llevada a cabo por los usuarios de la Banda Ciudadana llevó a otras entidades a realizar propuestas complementarias absolutamente necesarias para concretar un proyecto global.

La Agencia Internacional para el Desarrollo financió un programa de entrenamiento sobre primeros auxilios que en su momento tuvo efectos altamente satisfactorios, pues los bomberos, que tambien eran responsables del servicio de ambulancias, nunca habían recibido instrucciones sobre primeros auxilios.

En fases posteriores fue posible equipar a los parques de bomberos, así como a algunos de sus vehículos, con transceptores de CB, proporcionándoles así una mayor operatividad. De esa forma podrían ser informados, por ejemplo, de la localización de un incendio tras su regreso al acuartelamiento después de haber acudido a resolver otro con anterioridad.

La misma Cruz Roja vió aumentada en gran medida su operatividad, habiendo creado incluso, un cuerpo de voluntarios para conducir ambulancias y con preparación en socorrismo.

Hoy día, debido a su situación geográfica, los ciclones y huracanes siguen manifestándose en la República Dominicana pero sus gentes se encuentran mejor preparadas para poder defenderse de ellos.

quarta-feira, novembro 01, 2006

uma rosa como companhia


uma rosa de tons suaves
me acompanha noites a fio
é companhia!

rosa de Outono do Jardim de Valle do Rosal

em Outubro de 2006 a oficina das ideias publicou

Textos
Dia 1 – Em Setembro de 2006 a Oficina das Ideias publicou
Dia 2 – O Paralelepípedo [espaço de poetar]
Dia 3 – Os bolos de Alpedrinha [doces pensamentos]
Dia 4 – @Net [número um]
Dia 5 – Trinta e nove meses de Blogoesfera
Dia 6 – Contrabandistas de Afectos [tradição e cultura popular]
Dia 7 – As nádegas [espaço de poetar]
Dia 8 – Romãs, rubis para o teu corpo
Dia 9 – Grande Reportagem [número um]
Dia 10 – Castro Marim, Vila Museu, Vila da Doçura [coleccionar com doçura]
Dia 11 – Uma maçã nunca o é apenas...; Novos Indicadores de Leitura
Dia 12 – A Oficina das Ideias recomenda [sentados à mesa... gostámos]
Dia 13 – Comentário trazido para a ribalta
Dia 14 – As Coxas [espaço de poetar]
Dia 15 – Romã com sumo de laranja
Dia 16 – O misterioso Espichel
Dia 17 – Chamamento do mar agreste
Dia 18 – Mar da Caparica
Dia 19 – Rural Castanea [tradição e cultura popular]
Dia 20 – Figura rara de sábio
Dia 21 – O Umbigo [espaço de poetar]
Dia 22 – Chuva de Outono [recordar uma parceria]
Dia 23 – Stuff [número um]
Dia 24 – Os Madeiros de António Aleixo [artes e artífices]
Dia 25 – Os Seios [espaço de poetar]
Dia 26 – Entardecer Mágico
Dia 27 – Uma frase inspiradora
Dia 28 – Madrugar em Valle do Rosal
Dia 29 – Revolta dos Contadores de Tempo
Dia 30 – Chamaste-me Marinheiro
Dia 31 – A Noite das Bruxas [mistério e fantasia]

Imagens
Dia 1 – Homem dos Chocalhos
Dia 2 – Talhado em Granito
Dia 3 – No fundo da escada, a Luz
Dia 4 – Uma Rosa de Outono
Dia 5 – 5 (cinco): Símbolo religioso ou pagão?
Dia 6 – Monsanto, Terra Serrana
Dia 7 – Lua de Outubro
Dia 9 – A um Pulo de Lobo
Dia 10 – Florinhas que são marcas
Dia 12 – Textura Mágica
Dia 13 – O Rumo da Gaivota
Dia 14 – Palafita no Sapal
Dia 15 – Pequena Filipa... um caminho de luz te desejo
Dia 17 – Águas-Furtadas
Dia 18 – Luminosidade
Dia 19 – Maçã Romana
Dia 20 – Gémeas Solitárias
Dia 21 – Porta azul com umbrais em amarelo
Dia 22 – Chaminé na Serra Algarvia
Dia 23 – Tempo de repouso
Dia 24 – Aldraba em porta vermelha
Dia 25 – Temporal Luminoso
Dia 26 – Janela para o Oceano
Dia 27 – Uma lanterna que ajuda
Dia 28 – Dança Nupcial
Dia 30 – Leve rubor que é beleza
Dia 31 – A tentação do Halloween

Uma flor para...
Dia 11 - ...a Catarina, “estou contigo no pensamento”

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