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quinta-feira, junho 30, 2005

saudade da primavera, viva o verão


espaço de poetar

Mar da Caparica

Mar de equinócio chega forte às praias da Caparica
Em explosões de prata, fantásticos sonhos, magia
Azul profundo fulge de luar e de esperança matizado
Molda em submersos continentes, palácios e castelos.

À sétima onda o mar ganha novas energias e saberes
Pulveriza o ar com milhões de salgadas gotículas de cristal
Por instantes, a calmaria de afectos seculares forjada
O espraiar das ondas no doirado areal que aguarda tal ternura.

No embalar das águas em ondulação suave e sincopada
As gaivotas há pouco chegadas à beira-mar se deliciam
Baloiçam quais folhas de nenúfar em lago plantadas
Despertam, saltitam, esvoaçam ao sobressalto da rebentação.

Este namoro antigo do mar com a doirada areia da Caparica
É cumplicidade alimentada pelo desejo do muito querer vivido
Em que o mar oferece conchas e milhões de grãos de areia
Recebe o afago de quem sempre prazenteiramente o acolhe.

quarta-feira, junho 29, 2005

cantinho dos encantos


a oficina no jetset?

O pessoal desta Oficina corre o risco de se transformar em gente colunável, quiçá do “jet set”, com presença garantida e desejada em eventos da “soçaiti”, somente pelo facto de lhe ter sido atribuída a palavra certa.

Uma local do Expresso de 25 de Junho último, na secção de humor em OFF, projectou-nos para o ciberespaço cor-de-rosa... Vejam com os vossos próprios olhos... Somos embusteiros, numa altura em que a palavra “embuste” faz parte do vocabulário utilizado ao mais alto nível governamental...


terça-feira, junho 28, 2005

degustar com paixão


dar de beber ao saber

Os sabores da Península de Setúbal distinguem-se nos diversos aspectos gastronómicos, podendo em cada um deles ser dado, pelo menos, um exemplo sobrando sempre o sentir de que muitos outros deveriam ser referidos. Na doçaria, as tortas de Azeitão e as tiras de casca de laranja cristalizadas de Setúbal. O pão de Alfarim e de ...., o peixe fresco e as tiras de choco frito de Setúbal. O queijo e a manteiga de Azeitão. O moscatel de Setúbal e os vinhos das Terras do Sado.

Da tradição, se é verdade que não existem muitos doces conventuais, os conventos da região eram mais para albergar frades, por essa mesma razão continua a impor-se ao imaginário das gentes um certo licor que se tem vindo a perder o rasto. O pessoal aqui da Oficina continua empenhado em encontrar a pista do Licor Arrabidino, da tradição dos monges arrábicos, capuchinhos que terão habitado na região.

Sobre esta cultura dos sabores diversas entidades têm dado contribuição importante. Salientamos as parcerias encontradas pelo Jumbo Almada Fórum no sentido de conseguir que os seus clientes saibam mais sobre os vinhos da região.

Com esse objectivo vai realizar-se no próximo dia 8 de Julho, pelas 18 horas, na área da “garrafeira” do citado espaço comercial uma conferência sobre vinhos, designada “Venha dar de beber ao saber...” com o seguinte programa:

Apresentação do Bacalhoa Vinhos
Apresentação da Fundação Berardo
História de pontos de produção
Apresentação de vinhos, com degustação acompanhada
Implementação de novas castas.

Este “workshop” de vinhos conta com a participação do conceituado enólogo da JP Vinhos, Vasco Penha Garcia. E é aberto ao público em geral.

segunda-feira, junho 27, 2005

recriar e reviver o século xix


houve festa no solar

Ontem foi dia de Festa no Solar, no Solar dos Zagallos, na Sobreda. Saberes, sabores e memórias conjugaram-se para o dia de pleno divertimento, num espaço que permite a fuga à agitação da vida citadina e proporciona a vivência de memórias num cenário estimulante de descoberta da Natureza.

Actividades diversificadas realizaram-se nas instalações do Solar, casa nobre e seus anexos e no espaço exterior, parque e jardim de centenárias árvores e frescura da água que surge um pouco daqui e dali. No lago central nenúfares e carpas vermelhas convivem na mais perfeita harmonia.

Durante todo o dia, com acesso livre aos residentes e forasteiros, folgou-se à boa maneira dos tempos áureos do Solar, com jogos tradicionais, oficinas de artes e ofícios do passado e um mercado de rua com pequenas “barraquinhas” onde se vendem mimos da terra e os produtos de produção artesanal.

A música envolve o espaço ao som da gaita de foles e do pianista viajante, Jerôme Medeville, um cidadão do Mundo que veio à Festa com os seus amigos Chopin, Debussy, Beethoven e Rachmaninov. Mas também foram ouvidas maravilhosas execuções musicais da Fanfarra dos Bombeiros e da Banda da Academia.

Assim, se reviveu as vivências no Solar em pleno Século XIX.


domingo, junho 26, 2005

a magia do mês de junho

Mês mágico pleno de acontecimentos dos saberes populares dos cinco sentidos do muito querer sabores e odores únicos e fantásticos.


O ar está impregnado deste odor de fragrâncias misteriosas...


Os sabores são fruto de uma dedicação milenar...


A sonoridade duma gaita de foles aproxima-nos mais da terra...


Um autêntico caleidoscópio com que a Natureza nos brinda...


Quando falamos de mãos nada mais há a acrescentar...

sábado, junho 25, 2005

para uma princesa de sentires


viva da costa!...

Agora que os dias são longos e apetece o convívio é passar-se junto aos quintais dos autóctones ou dos veraneantes e sentir o odor penetrante da bela sardinha assada e o não menos agradável cheiro dos pimentos assados que irão ter o seu fim numa refrescante salada que fará o contraponto ao “pingo no pão” da sardinha assada ao momento.

A sardinha da Costa, tem tradição e merece a distinção pela sua qualidade e sabor. Prateada quando crua e acabada de sair do mar, toma o fulgor doirado de metal rico quando assada a preceito, com calor certeiro e por pouco tempo por ele afagada.

O poeta Bulhão Pato, sim, esse mesmo da receita célebre e celebrada de preparar as conquilhas, que viveu longo período da sua vida no sítio da Torre, freguesia da Caparica (Monte de Caparica) deixou este autêntico hino à mulher caparicana que também o é a sardinha “Viva da Costa!!!...”, no seu livro de poemas “Livro do Monte”, publicado em 1893:

Com a sardinha, empilhada,
Inda saltando vivaz
Nem da cestinha avergada;
E lá de baixo, da praia,
E sobe a pino o almaraz:
Mas nem por sombra cançada.

............................................

Magrinha – mas que vigor
No seu passo de balança...
E, para apressar os passos,
São duas azas os braços!

A venda deve ser boa
Que há muito que o mar não dá.
Com que alvoroço pregoa:
“Sardinha fresca!... frês-quiá”...”.

..............................................

“Sardinha fresca!... da Costa
Viva da Costa!... Frês-quiá”

sexta-feira, junho 24, 2005

sinfonia


são joão de almada? do recife?

São João Baptista, celebrado hoje em muitas localidades e regiões de Portugal e do Brasil, é-o também em Almada que considera o dia 24 de Junho como o Dia da Cidade. Até 1854, as festas em honra de São João Baptista em Almada eram muito afamadas, trazendo à vila romarias de gentes vindas de Lisboa, de outros lugares da Estremadura e do Alentejo, numa celebração que contava com atracções únicas e memoráveis, e onde a religião e o paganismo andavam de mãos dadas.

Logo ali, do lado de lá deste mar que nos une, no Nordeste do Brasil, existem muitas festas em homenagem a São João, que também é conhecido como protector dos casados e enfermos, principalmente no que se refere a dores de cabeça e de garganta. Alguns símbolos são conhecidos por remeterem ao nascimento de São João, como a fogueira, o mastro, os fogos, a capelinha, a palha e o manjericão.

Em Almada, estas festividades resultavam num enorme cerimonial religioso e pagão, de um teatro do povo onde pontuavam os melhores e os mais conceituados comediantes e todo um rol de jogos e brincadeiras tradicionais, usuais na margem Sul do Tejo, e em que os comerciantes e feirantes montavam as suas as tendas e aí, além de venderem os produtos das hortas da região, apresentavam diversos motivos de arte popular.

Na cultura recifense, existe uma lenda que diz que os fogos de artifício soltados no dia 24 são "para acordar São João". A tradição acrescenta que ele adormece no seu dia, pois, se ficasse acordado vendo as fogueiras que são acesas em sua homenagem, não resistiria e desceria a terra. As fogueiras dedicadas a esse santo tem forma de uma pirâmide com a base arredondada.

Em Almada, São João assumiu, para os almadenses, a imagem do santo de fogueiras e da brincadeira, mas detinha também uma simbologia enorme, por ser o enviado celestial que escolhe o dia evocativo do seu nascimento, trazendo a esta terra a glória de uma conquista impregnada pela cristandade. O curso da história e as respectivas repercussões, envoltas numa atmosfera milagrosa e enquadrada nos feitos gloriosos de Portugal, onde o Tejo adquire um papel sublime, em conjunto com a crença popular de que São João é uma figura humana que caminha pelo meio das brincadeiras e das tradições cantando e saltando como um jovem, numa estranha combinação de religioso e pagão, fizeram com este santo fosse consagrado como o santo padroeiro de Almada.

No nordeste brasileiro, o levantamento do mastro de São João se dá no anoitecer da véspera do dia 24. O mastro, composto por uma madeira resistente, roliça, uniforme e lisa, carrega uma bandeira que pode ter dois formatos, em triângulo com a imagem dos três santos, São João, Santo António e São Pedro; ou em forma de caixa, com apenas a figura de São João do carneirinho. A bandeira é colocada no topo do mastro.

São João é o santo que transporta o cordeiro de Deus, o que o torna no Santo Pastor. Este elemento, a par de ser primo de Jesus, e aquele que O precede, devem ter contribuído para que o seu dia correspondesse ao do Solstício de Verão, como o Natal foi colocado no Solstício de Inverno, dois períodos do ano que assinalavam a mudança de estação, dos ciclos das colheitas e da vida.

Em termos bíblicos, a pessoa de São João Baptista predomina num dos capítulos da Bíblia relativo à vida pecaminosa de Herodes. Os seus olhos, fechados às tentações mundanas não pousavam na terra; os sete véus da impudica Salomé não conseguiram conspurcar a luz proveniente desses olhos, tombando a cabeça de São João Baptista sobre a mão pecadora, conduzindo-a esta à eternidade em toda a sua pureza.

Contudo, São João em Almada cedeu a visitar nestes dias de calor intenso as doiradas areias da Caparica deliciando-se com as “salomés” que abandonaram seus véus para se banharem nas doces águas do Atlântico.

São João de Almada, à beira-mar, olhou profundamente a linha do horizonte e agradeceu com doçura a homenagem que lhe foi feita em terras recifenses pela Lualil, do Traduzir-se... e que o escriba da Oficina aqui tomou a liberdade de transcrever parcialmente.

quinta-feira, junho 23, 2005

coração florido


quarta-feira, junho 22, 2005

lua de junho


hoje foi dia de caracolada

Os caminhos hoje levaram-nos até Loures, em plena região saloia, onde está a realizar-se o Festival do Caracol Saloio 2005 que tem chamado a si milhares de habitantes locais e não menos forasteiros.


Uma vasta ementa, distribuída por duas dezenas de tasquinhas, dão a conhecer as mais diversas formas de confeccionar o caracol, figura máxima do festival:

Caracol cozido, caracol à portuguesa
Feijoada de caracol
Caracoleta de coentrada
Pizza de caracoleta
Caracol à Rossini
Caracoleta à Parisiense
Caracoleta à St. Germain
Pica pau de caracoleta
Rissóis de caracol
Açorda de caracol


Receita de Caracol à Portuguesa (da tradição lá de casa)

Ingredientes
2 litros de caracol pequeno
3 c.s. de azeite
3 dentes de alho esmurrados
1 cebola média
1 folha de loureiro
1 molho de orégãos secos
Sal e pimenta q.b.
Piri-piri

Confecção
Lavar muito bem o caracol em diversas mudas de água até ficar completamente limpo. Levar o caracol ao lume brando numa panela de água a cobrir o caracol, juntando o azeite, os alhos, a cebola cortada em quartos, o louro, os orégãos. Temperar com sal e pimenta. Pôr o piri-piri a gosto. A fervura deve ser lenta e longa por forma a que o caracol fique bastante fora da casca e a espuma criada deve ser retirada de vez em quando. Servir quente com um pouco do caldo da cozedura.

terça-feira, junho 21, 2005

adeus primavera!


solstício de verão, tempo de partilha

Hoje é o dia da partilha no seu mais elevado expoente.

A partilha que é o mais elevado sentir do ser humano, caracterizada pelo dar e receber dos afectos e do saber, tem hoje no hemisfério Norte o reconhecimento astral, quando o sol parece deter sua marcha de um hemisfério ao outro. É o dia em que o Sol maior energia transmite aos seres humanos com mais horas visível no nosso hemisfério.

Vamos entrar numa época de grande vitalidade, passado que foi o tempo da germinação, altura de cuidar dos frutos aromáticos e dulcíssimos que vão trazer importantes fontes de vitaminas, especialmente necessárias às crianças e aos nossos companheiros de viagem mais idosos.

É tempo de afastar os obstáculos, ser positivo, cuidar do futuro. Em termos sociais, agora que um novo Verão começa, prenhe de energia cósmica o apelo é ainda mais necessário. A civilização teima em caminhar para o caos levada pela determinação das forças da globalização financeira, da globalização da guerra, das forças mais retrógradas do capitalismo terrorista, numa ânsia tremenda de devorar quem defende o social, quem pugna por um mundo sem opressores nem oprimidos, por um mundo sem fome onde as impressionantes fortunas humilham milhões de seres humanos que vivem abaixo do limiar da subsistência.

É tempo de dar refúgio aos refugiados e de dar abrigo aos sem-abrigo. Mais do que refúgio e abrigo materiais é tempo de partilhar afectos e quereres.

É assim a forma de viver o Solstício de Verão! Está em causa o equilíbrio universal. Em consequência não estamos sós. Um Mundo de afectos é o caminho da Esperança.

hoje é dia do relógio de sol

Coincidindo com o Solstício de Verão comemora-se hoje o Dia do Relógio de Sol, tal como vem referenciado n’O Verdadeiro Almanaque BORDA D’ÁGUA para o ano comum de 2005.


Os fundamentos do funcionamento dos relógios de sol baseiam-se no movimento aparente do Sol pela abóbada celeste e na correspondente deslocação da sombra produzida pelo efeito da sua incidência numa haste ou numa estrutura saliente designada por gnómon.

A projecção da sombra quando efectuada sobre um plano devidamente graduado, o mostrador, permite efectuar a leitura e determinação da hora do dia. Tem a designação de dia solar verdadeiro o tempo que medeia entre duas passagens sucessivas do sol pelo meridiano do local considerado, raramente coincidindo com as horas medidas pelos contadores de tempo.

São três os factores que determinam as diferenças verificadas entre as horas indicadas pelos relógios de sol e as que são medidas pelos contadores mecânicos de tempo:

a)A alteração fictícia que introduzimos ao considerar hora de Verão e hora de Inverno. Quando estivermos na hora de Verão deveremos adicionar uma hora à indicada pelo relógio de sol;
b)A hora indicada pelo relógio de sol deve ser corrigida de acordo com o meridiano de referência do fuso horário em que nos encontramos;
c)O dia solar verdadeiro difere do dia solar médio com pequenas oscilações ao longo do ano, devido à obliquidade da eclíptica e da variação do movimento aparente do Sol pela abóbada celeste, decorrente da elipticidade do movimento de translação da Terra.

A marcação horária determina que cada hora corresponde a 15 graus, logo 4 minutos é o equivalente a 1 grau. Como a cidade de Lisboa tem a longitude de 9 graus Oeste, teremos que adicionar 36 minutos à hora dada pelo relógio de Sol.

segunda-feira, junho 20, 2005

gotas de vermelho


o melro negro de valle do rosal

Manhã cedo, ao “raiar da aurora”, chegou em voo redondo pousando no galho mais alto da parreira que no quintal vizinho cria a expectativa de se cobrir de fruto lá mais para o mês de Agosto. Voltado para nascente, bico amarelo em corpo de negro azeviche coberto, lançou o primeiro som matinal.

“Tchac, tchac, tchac”

Este não é o seu cantar mavioso que nos irá encantar durante todo o dia. Este é o som de despertar, a comunicação a toda a sua comunidade de que o dia tem o seu início. É a vitalidade da Natureza em toda a sua pujança.

“Tchac, tchac, tchac”

Este som vai ser ouvido ali perto no pinheiral que o cimento armado ainda não conseguiu destruir, mas também a muitos quilómetros de distância, em toda a planura que se prolonga até às faldas da Serra da Arrábida.

O dia de hoje, tal como tem acontecido nas últimas jornadas, vai ser tempo de forte azáfama. A construção dos ninhos está no seu auge. A forma dissimulada como se aproximam dos locais de nidificação é arte de iludir os predadores, mas o trabalho não pára durante todo o dia.

Vai encantar-nos com a sua vocalização que vai desde o encantamento dos gorjeios aflautados, em tempo de alegria e de construção, até ai áspero chilro de alarme quando dos ninhos se aproxima algum predador.

Foi o primeiro a despertar em Valle do Rosal, sei bem que irá ser o último a recolher ao silêncio no final do dia.

domingo, junho 19, 2005

jarro vermelho miniatura


antónio botto canta caparica

Não é hábito aqui na Oficina das Ideias transcrevermos textos alheios tal como ficou definido, desde a primeira hora de publicação deste espaço. Contudo, duas razões de peso levam a que seja aberta esta excepção. O desejo de homenagear o poeta de corpo inteiro que foi António Botto e “cantar” de forma sublime a Praia da Caparica. Agradeço a Salvador Félix Martins a recolha que efectuou deste poema no seu livro “Caparica doutros tempos”.

A Praia de Caparica
Versos escritos expressamente pelo ilustre Poeta
Ex.mo. Sr. António Botto
para a “Matiné de Arte”, em festa do actor Joaquim Ferreira
e recitados pelo distinto artista Salles Ribeiro


A praia de Caparica
Não é uma praia pobre
Como disse alguém um dia:
- Lembra uma dama afastada
Do convívio da cidade
Mas dama com “senhoria”
É simples. Não tem aquela
Pretensão de praia chic;
Mas tem a amplitude do azul,
E a graça de quem não gosta
Da moderna coquetice...
- É bela sem ter senão,
E é linda sem ter tolice,
Convive mais amiúdo
Com pescadores. E é vê-los
Na faina triste das ondas
Arriscando a própria vida
Com vibrante valentia!...
Não! –
A praia da Caparica
Não é uma praia pobre
Como disse alguém um dia,
Aqui o mar tem magia,
Canta e ri de outra maneira,
Tem mais encanto, é mais forte;
E até nas horas amargas
Parece compadecer-se –
Depois de ter dado a morte...
E elas, as mães ou as noivas,
Mutiladas pela dor
E na dor desfalecidas
São obrigadas a amá-lo!...
- Sepulcro de tantas vidas!


António Botto, Caparica 24-IX-1931

sábado, junho 18, 2005

...de encantar


a magia de um odor

Um calor asfixiante envolvera-nos a partir das 11 horas da manhã, tal como muitas vezes acontece no Minho interior, perdido que é o efeito amenizador do litoral oceânico.

A paragem foi oportuna para desentorpecer as pernas e aliviar o espírito da longa viagem feita, em que , apesar de tudo, haviam sido respeitadas algumas paragens para aliviar o cansaço.

Foi nessa altura que o ambiente foi subitamente envolvido por um odor maravilhoso, misto de jasmineiros e de cameleiras, mais parecendo ser fruto de um gigantesco pulverizador natural.

Ao meu pensar ocorreu de imediato um sentimento de companhia: “_Ela está aqui, não tenho dúvida!” Procurei com o olhar esquadrinhando cada recanto do amplo jardim. A minha certeza confirmou-se.

Encontrei-te!


sexta-feira, junho 17, 2005

cadeia cinéfila

Não sou, realmente, um cinéfilo. Nem nos saberes nem, tão-pouco, no ver cinema. A minha maneira de ser não se coaduna com estar tempos a fio a ver outros serem actores de uma cena. Mas pelo afecto da escolha do meu amigo SaNunes (além do mais, meu homónimo), do Des_Encantos, aqui estou a dar a devida sequência a esta corrente...




P1: Qual o último filme que viste no cinema?
R1: “Jangada de Pedra”, de George Sluizer, baseado no romance homónimo de José Saramago. Tenho encontrado amiúde aquele mágico bando de estorninhos.

P2: Qual a tua sessão preferida?
R2: A sessão mais tardia da noite. Viver o ambiente da saída do cinema, sem pressas nem grande agitação, vale para mim muitas vezes mais do que o próprio filme. Perscrutar rostos e sentires naquela hora tardia em permanente cumplicidade enriquece-me os sentimentos.

P3: Qual o primeiro filme que te fascinou?
Q3: “Dois Dias no Paraíso”, filme português de 1956, visto após completar doze anos de idade, classificado para esse nível etário. O romance entre uma estrela do hóquei em patins, desporto que há época me fascinava, interpretada por Virgílio Teixeira, e uma actriz do teatro de revista, Milú, por quem me “apaixonei”, paixão que até hoje perdura.

P4: Para que filme gostarias de ser transportado?
R4: Para o filme E.T.. Uma mensagem de globalização da solidariedade que vem do espaço toca muito a alguém como eu que se considera pai cósmico, no sentido em que nos anos 60 do século passado tive oportunidade de manter uma relação íntima com um ser extra-galático.

P5: E, já agora, qual a personagem de filme terias gostado de conhecer um dia?
R5: Charlot, pelo seu espírito humanista, sem perder o humor e a “esperteza”.

P6: Que actor(actriz)/produtor(a)/realizador(a)/argumentista gostarias de convidar para jantar?
R6: Com o realizador português Manuel de Oliveira, para aprender, aprender muito, aprender vida.

P7: A quem vais passar o testemunho?
R7: Vou desenhar, de novo, a ponte entre Brasil e Portugal. À minha querida amiga Lualil, do Traduzir-se..., mulher de corpo inteiro sensível e com saber; ao Pedro, do Sintra-Gare, amigo do coração, com quem sempre muito aprendo da vida.

quinta-feira, junho 16, 2005

equilíbrio natural


a festa continua...

Por vontade dos meus amigos a Festa continua...

O Nikonman, o meu amigo João Espinho, do Praça da República em Beja, veio para a Festa com estas palavras: “Chego tarde, mas ainda a horas de te dar os parabéns e um grande abraço.”

O António Dias, do EmDirectoEACores, veio de mansinho: “Ainda vou a tempo, Victor? Um abraço grande.”


A minha amiguinha Bel deseja ficar mais uns tempos e, então, desenhou e pintou com saber e inspiração



A minha querida amiga Jacky que veio de Londres directamente para a Festa quer ficar por cá mais umas flores de encantar: “Não podia deixar passar em branco o teu aniversário sem um toque de doçura! Obrigada pela tua Amorizade bem perfumada”


quarta-feira, junho 15, 2005

esplendor e delicadeza


que grande festa...

Ontem foi dia de Festa. Uma Festa de afectos e de Bem Querer que reuniu a família e os amigos e que decorreu desde manhã cedo, ao nascer da aurora, até tardias horas em que o hoje já era amanhã. Coisas do tempo que passa. Além do jantar com a família mais chegada, em ambiente de forró e frevo, com o Rogério no violão, ali no restaurante Sabor Mineiro, onde cada empregado é um amigo e cada empregada um doce afecto, a Festa foi muito mais.

Os convidados foram chegando conforme a sua disponibilidade, usando como meio de transporte as mais avançadas tecnologias, mas também o “caminhar a pé” dos tempos imemoriais. Alguns venceram para o efeito milhares e milhares de quilómetros, fizeram os ponteiros do relógio girarem em sentido inverso, retiraram a noção científica do tempo e do espaço. O telefone, o correio electrónico, os mensageiros electrónicos, foram só alguns dos meios de transporte utilizados.

O encontro, encontro de palavras e de sentires, de afectos e de cumplicidades, foi no Jardim do Valle de Rosal, ao som dos chilrear das avezitas que não quiseram deixar de comparecer e com o odor dos jasmineiros que voltaram a florir.


Os meus queridos amigos UMS (Ultra Marados Solidários) começaram a aparecer bem cedo:

Gracinha: Querido Viktor, Ainda envolvidos pela perda dos grandes homens que partiram e nos trazem à memória tantas coisas deixadas para trás, (mas que tantas coisas nos deixam para a frente, se delas quisermos e soubermos beber), envio um grande beijinho de parabéns a desejar-lhe um dia rico de afectos e cheio de coisas boas, pelo menos tão boas como aquelas que tem dado sempre aos amigos.
Pedro: Parabéns, Amigo Vicktor
Zulmira: Victor, Parabéns por iniciares mais um ano da tua vida, participando na vida colectiva da forma que mais gostas.
Ana Faria: Parabéns amigo
Dora Infante: Um grande abraço de parabéns para o Vítor
Carvalho Fernandes: Muitos Parabéns
Jorge Afonso: Muitos parabéns, JOVEM VIKTOR. Um grande abraço.
Ana Bela: Vítor, Votos de que passes um dia bom, rodeado dos mimos que cultivas e mereces. Um grande abraço de parabéns.
Paulinha: Bom dia Viktor, Um grande beijo de parabéns, desejando-lhe um dia muito feliz. Não tenho foto de flores tiradas por mim para lhe enviar, mas como “desenrascada” que sou, aqui lhe envio um conjunto bonito de flores “que roubei” da net.
João Tunes: Um grande abraço de parabéns, amigo Victor.
Manuel Lourenço: FELIZ ANIVERSÁRIO E UM GRANDE ABRAÇO DE PARABÉNS.
Cecília: Víktor, Um grande beijinho de parabéns.
frederico benjamim: Amigo Victor, espero que tenha passado um bom dia de aniversário apesar do desaparecimento de personagens que de uma forma ou de outra fizeram parte da nossa vivência pública pós 25 de Abril. E aí estou com o Manuel Lourenço. Goste-se ou não das suas orientações ideológicas, goste-se ou não do estilo do poeta, fizeram um percurso que os imortalizou na nossa história recente, respectivamente política e cultural. Para o meu amigo, um grande abraço. E como me sinto pequeno perante tais figuras, o meu nome vai com letra pequena.
Suzana: Olá Viktor, Grande abraço de parabéns.


Depois vencendo quilómetros e quilómetros num espaço em que os afectos diluem as distâncias chegaram amizades fortes...

Do Brasil
A Lualil, do Traduzir-se... disse-me doces palavras ao telefone, escreveu, mandou postal electrónico, ofereceu-me flores no seu blogue e voltou a escrever: Victor, Feliz aniversário ao fotógrafo sensível e ao amigo sempre presente! Beijos
A Bel, temia que eu falasse rápido de mais e não entender o meu português, mas nada disso aconteceu e recebi a sua ternura em parabéns recifenses.

Da Venezuela
A minha querida Alfonsina, que aos quatro cantos do mundo tem levado as flores do meu jardim, mandou postal electrónico, escreveu e mais escreveu: Feliz cumpleaños Victor!!! Recibe un cálido y afectuoso abrazo, desde ésta lejana tierra...pero que la magia del msn lo hace corto y sentido, otro año más que irá al baul de los tesoros, con sus cosas buenas...pq de las malas ya Dios se encargó... Deseando que tengas un Día Maravilloso, hoy mañana y siempre...en unión de tus seres queridos... Desde aca en lo "virtual" q no lo es tanto...brindo por tí alzando mi copa por que tengas muchos años más de feliz existencia ....Un beso Alfonsina

Da Catalunya
A minha querida Montse mandou postal electrónico e escreveu: Quiero que sepas, quiero que nunca olvides, quiero que tengas la absoluta certeza de lo que te voy a decir: ... ¡¡¡¡TE ADORO!!!! Recibe un beso...¡ Y FELIZ DÍA!

Da Argentina
A minha querida amiga Lila, encurtou tamanha distância e escreveu: Feliz cumpleaños !!!!!! Vicktor.....


Palavras doces, sentires bonitos, cumplicidades de anos ou recentes (o tempo que passa conta sempre muito pouco) foram chegando à Festa...

A minha querida amiga do coração, a Zinda, esteve sempre na Festa e escreveu: Um mar de tranquilidade; Um oceano de felicidade A sabedoria de um mestre e a mestria de um sábio. PARABÉNS

Os meus compadres, Karlos e Mika, que pessoalmente ergueram o “flute”, foram atrevidos no postal electrónico que enviaram “Par um amigo muito especial só um postal especial! Muitos parabéns e muitas "cambalhotas" na vida, e que agente vá vendo, ihihihihih.”, mas também telefonaram e fizeram caminho para Sul.

O meu afilhado Alexandre, ao telefonar, trouxe com ele os desejos da cara-metade Cristina e da Patrícia de um mesito apenas.

O Carlos Baptista, cúmplice de andanças profissionais não faltou à Festa...

A minha querida amiga Sylviah, telefonou-me, doçura na voz e carinho nas palavras.


Da blogoesfera...

A minha querida amiga Lila escreveu: “14 de Junho grande dia...hem...muitos parabéns , felicidades, muitos beijinhos. Tudo de bom.” A Lila que hoje mesmo festeja o aniversário do seu rebento. O beijinho para ti também. Um abração ao Victor.

O SaNunes, do des-Encantos, amigo, homónimo e vizinho deixou esta mensagem: “Parabéns, um grande abraço.”

O Fernando, do Fraternidade, amigo e compadre deixou este desejo: “Amigo Victor, Foi através da Lualil, que eu soube do seu aniversário. Muitos e bons anos se seguirão, com a sua arte das palavras e das imagens. Um Abração,”

A Riquita, do A Vida é Bela que julgaria que não mas é nossa amiga declarou: “...não comentei acima por considerar que o dia de aniversário é para os amigos, de qualquer modo, parabéns. tudo de bom”

Regressada de Londres, com o cansaço que as mudanças de isobáricas sempre provocam, a minha querida amiga Jacky não faltou à Festa com a sua Amorizade.


Em tempo...

A minha querida amiga São, do EspectacologicaS, não quis deixar de vir à Festa: "Também quero felicitar-te! Pelo aniversário, pelo blog, por seres quem és! Parabéns e muitos beijinhos"


QUE GRANDE FESTA GRAÇAS A TODOS VÓS... MUITO OBRIGADO!!!

terça-feira, junho 14, 2005

coroas imperiais rosa


interactividade blogoesférica

Chegaram à Oficina:

“Como sabes sou um teu indefectível apreciador! Aprende-se sempre algo contigo. Quando ando na net sem objectivos vou ao “Ideotario” e aqui encontro motivos de prazer. Continua, amigão, que nós cá estaremos para ver, viver e reviver. Aquele abraço. Karlitus” (compadre e amigo)

“Depois de tanto tempo inactivo em termos da blogoesfera, é com alegria que o informo de que estou a trabalhar numa nova edição do "Elogio da Ginja", prevista para este ano. Como através do blogue homónimo, dei conta da receita de ginja com vinho tinto, gostaria de saber se o Victor me dava autorização para novamente divulgar as suas informações no meu livro. Grato por todo o apoio dispensado. Um abraço cordial. Paulo Moreiras” (amigo e companheiro da blogoesfera)


Da Oficina partem novos indicadores de leitura:

Muita Letra, de Andreia Faria - Letras à moda do Porto
Frente de Libertação Caramela, do Joaquim, Zé e Ana – Espaço anteriormente baldio ocupado agora pela cultura caramela
Tudo sobre Nada, de Daniel Malafaia – O blog que não vai dar que falar
Vertentes de mim, de Ivan
Xicuembo, de Carlos Gil – novo espaço
Água Lisa, de João Tunes – novo espaço

segunda-feira, junho 13, 2005

viva, camarada!


santo antónio em budapeste

Visita obrigatória de quem viaja para Budapeste, a Igreja Mátyás situa-se na zona antiga da cidade, designada por Buda, e nela estão contidas todas as destruições e reconstruções a que esta maravilhosa cidade se viu sujeita com o decorrer dos séculos.

Originalmente Igreja Paroquial de Santa Maria, foi edificada entre os séculos XIII e XV, alguns dos estilos presentes datam do reinado de Segismundo, embora tenha ido buscar o nome pelo qual é actualmente conhecida ao rei Mátyás Corvinus que lhe introduziu modificações arquitectónicas profundas. Foi descaracterizada quando em 1541 foi transformada em Grande Mesquita dos turcos.

Esta igreja foi quase totalmente destruída aquando da libertação de Buda, tendo sido reconstruída ao estilo barroco pelos monges franciscanos. Mais tarde foi restaurada ao estilo neogótico. Pode, por esta descrição, concluir-se da miscelânea de estilos que constituem a Igreja de Mátyás.

Esta igreja é igualmente conhecida por Igreja de Nossas Senhora da Assunção.

Quando em Outubro de 1990 visitámos pela primeira vez esta igreja ficámos deveras surpreendidos quando num altar ao fundo da nave principal deparámos com uma imagem de Santo António de Lisboa. Foi uma emoção indiscritível a tantos milhares de quilómetros da capital de Portugal encontrarmos a imagem do seu santo padroeiro.

Passados menos de dois anos, em Maio de 1992, voltámos a visitar a Igreja de Mátyás. O que havia sido uma maravilhosa surpresa transformou-se numa imensa desilusão: O altar e a imagem mantinham-se no mesmo local, a designação da imagem mudara – Santo António de Pádua.

A Hungria já encetara a aproximação à, então, Comunidade Económica Europeia... A pressão italiana a par com a alemã era sentida até nestes pequenos pormenores.

domingo, junho 12, 2005

trevo de quatro folhas


companheiro vasco

Em 17 de Setembro de 1975 escrevia eu:


General sem sono
Na senda da vitória caminha destemido
Lutando para que o Povo possa ser ouvido
Cortando cerce a exploração do Homem pelo homem
Erguendo bem alto a bandeira da Liberdade!

General do Povo
Falando linguagem clara e sem rodeios
Vibrando golpe após golpe na reacção que não desarma
Vencendo barreiras e atropelos que se levantam
Ao límpido caminhar para o socialismo e para a Paz.

General sem medo
Enfrentando com altivez as forças do mal
Que por calúnias o querem destruir, destruir a Revolução
Aceitando com humildade o querer do Povo
Que vê nele o braço forte que o conduzirá à vitória.

sábado, junho 11, 2005

viva, companheiro!


sexta-feira, junho 10, 2005

uma flor para... o diogo


Cravos de Poeta para quem escreve poesia no coração materno

sorrisos

A minha querida Amiga Lualil, do Traduzir-se..., publicou recentemente este maravilhoso poema:

Sorriso

Então...
Sempre que me olhas me sorris
Que dizes?!
Que sentes?!
Que estranha magia é esta
Que fazes em mim?
Que me levas a sorrir junto e...
Assim não precisar saber o que dizes e sentes
Magia que me envolve no mesmo sorriso
Sorriso duplo, único
Que digo?!
Que sinto?!
Sorriso.


Respondi-lhe com outro

Sorriso

Então...
Sempre que sorris meus olhos brilham
Não importa o que dizes
Pois o teu sentir
Vai muito além das palavras
Das frases, do romance.
Teu sorriso é o sonho
É a magia
Que no cruzar da vida
Do querer
Dois sorrisos num só são o caminho
Sorriso.

quinta-feira, junho 09, 2005

coroas imperiais rosa


a magia dos números

Os números formados a partir de dez simples algarismos na notação árabe actual, encerram em si toda uma magia que tem encantado o ser humano desde que este se conhece, mesmo que recorrendo a notações ancestrais. Aqui vamos partilhar um pouco dessa magia. A Oficina das Ideias sente-se honrada com o apoio científico que a “maga Zinda” se disponibilizou a conceder-nos, afectividade e ciência de braço dado


Numeração romana para o tempo que passa

Existem pequenos pormenores que nos passam despercebidos na agitação do dia-a-dia e que num breve fulgor podem ser trazidos ao nosso consciente.

Durante anos e anos procurava saber a data de origem dos filmes a cuja projecção assistia nas salas de cinema ou na televisão, procurando vislumbrar na ficha técnica final uma breve informação escrita em numeração romana. Por vezes era difícil fazer essa leitura num fugaz golpe de vista.

Assim, 1959 era MCMLIX, enquanto 1987 seria MCMLXXXVII e 1999 escrevia-se MCMXCIX. Este tipo de leitura saiu dos meus hábitos talvez pela redução dos meus interesses cinéfilos e foi assunto em que deixei de pensar.

De súbito, sou alertado para a grande mudança ao assistir a um filme recentemente exibido na televisão. Na transição do milénio tivemos a simplificação máxima de toda esta notação baseada na numeração romana. O último ano do século XX representa-se por MM e o primeiro ano do século XXI tem como representação MMI.

O aproximar-se destes tempos e desta mudança de notação foi tão subtil que fiquei deveras surpreendido.


Curiosidades
Multiplicar o número 12 345 679 (note-se que falta o 8) por 9 e seus múltiplos

12 345 679 X 9 X 1 = 111 111 111
12 345 679 X 9 X 2 = 222 222 222
12 345 679 X 9 X 3 = 333 333 333
12 345 679 X 9 X 4 = 444 444 444
12 345 679 X 9 X 5 = 555 555 555
12 345 679 X 9 X 6 = 666 666 666
12 345 679 X 9 X 7 = 777 777 777
12 345 679 X 9 X 8 = 888 888 888
12 345 679 X 9 X 9 = 999 999 999

quarta-feira, junho 08, 2005

uma flor para... a lila


Muitos parabéns minha querida Amiga

da série "chaminés"...


Chaminé de Fumeiro (Barcelos)


Da cidade afidalgada de Barcelos recolhemos a imagem que hoje publicamos na Oficina das Ideias. Esta tipo de chaminé, é normalmente, alto e largo, correspondendo a sua largura à dimensão do fumeiro.

O fumeiro é um dos processos ancestralmente usado para a conservação dos alimentos, colocados por baixo da chaminé para apanharem o calor e o fumo da lareira o que contribui para que fiquem secos e com capacidade de se conservarem por longos tempos.

Recolhemos estas duas quadras que evocam a chaminé e o fumeiro e que integram um dos “Cantares dos Reis” tão da tradição dos cantares populares.

Vou-lhe dizer o que é
Para ser oferta bela:
Traga lá da chaminé
Um chouriço e uma morcela.

Isto que estou a dizer
Traga lá do seu fumeiro;
Petisco para beber
O belo vinho de cheiro.

terça-feira, junho 07, 2005

cravos de poeta vermelhos


vinte e três meses na blogoesfera

A Oficina das Ideias ao atingir os 23 meses de publicação contínua, celebra tempos de parcerias e de partilhas que neste espaço temporal foram os mais importantes acontecimentos, a par com criação de elevados sentires de afectividade. Agora que em Portugal retornamos aos tempos de sair e de viajar, é ocasião para levar a todo o mundo imagens do nosso encantamento.

As flores, dos jardins e das matas, bem no gosto do pessoal da Oficina continuam a colorir as veredas e caminhos, os canteiros e os amplos espaços ajardinados, enquanto as festas e as romarias estão na rua, a alegria e a tradição, a música e os dançares. A Oficina vai procurar acompanhar o viver das nossas gentes.

É sempre bom relembrar frutuosas parcerias, a Deméter, do Segredos de Deméter, a Lualil, do Traduzir-se... e a Cathy, do Bailar das Letras, assim como perspectivar as novas colaborações e partilhas, a “maga Zinda”, pseudónimo de uma amiga do coração, que está a dar importante apoio científico a alguns trabalhos oficinais.

Mais de 800 textos originais e outras tantas fotografia, constituem já o acervo de informação constituintes da Oficina das Ideias que usa, para as imagens um servidor próprio, e para os textos as facilidades de alojamento do Blogspot através do editor do Blogger.

O contador de visitas indica cerca de 43.200 enquanto que os comentários no mês pouco atingiram o modesto patamar dos 70, a partir de 21 comentadores.


QUADRO DE HONRA

António Dias, do EmDirectoEACores
Dora, do Atrás da Porta
Carlos Gil, do Xicuembo
Yonara, do Templo de Hecate
LuaLil, do Traduzir-se...
Mad, do Aliciante
Nikonman, do Praça da República em Beja
Gotinha, do BloGotinha
Alexandre Dale, do Ovo
Lila
Karin, do Muita Letra
Ana, do A Verdade da Mentira
Jacky, do Amorizade
Sónia, do ao_Sul
Cathy (Bailarina das Letras), do Bailar das Letras
Fernando, do Fraternidade
Fernando, do Cidadão do Mundo
SáNunes, do Des-Encantos
Ermelinda, do O Sabor das Palavras
Daniel Malafaia, do Tudo sobre Nada
João, do Água Lisa

A TODOS o muito obrigado do pessoal da Oficina das Ideias.

segunda-feira, junho 06, 2005

da série "faróis"...


Farol e Forte de Esposende

quadradinhos de estórias

Uma singela contribuição para um estudo profundo que na Universidade de São Paulo, no Brasil, a minha querida Amiga Cathy, do Bailar das Letras, está a realizar


Não queremos, aqui na Oficina, mondarmos em seara alheia, tanto mais que sobre o tema que vamos hoje escrever algo de muito bom existe na blogoesfera. A temática em causa vai ser as “histórias em quadradinhos”, ou como dizem os brasileiros “histórias em quadrinhos”, e sobre este assunto os interessados não devem perder uma ou mais incursões pelo blogue Mania do Quadradinhos.

Além dos pequenos livros de histórias em quadradinhos, a maioria dos que se vendiam em Portugal traziam a chancela da Editorial Abril, do Brasil, foram editadas em Portugal algumas revistas semanais que, número após número, davam espaço aos mais diversos heróis da nossa juventude.

Primeiro, desde o tempo em que tenho memória, a revista Mosquito com figurinhas monocromáticas em formato pouco maior que o A5, depois o Mundo de Aventura igualmente monocromático mas de formato maior e, mais tarde, o Cavaleiro Andante com a inovação de a capa e um caderno interior trazer os quadrinhos a cores.

Estas revistas tratavam a banda desenhada de aventuras como já faziam à época os jornais, isto é, qual folhetim radiofónico ou telenovela da modernidade, com o “...continua”. Era o desejo sempre adiado para o dia seguinte de conhecer a continuação. E com isso, vendiam, claro está.

Vou deixar-vos hoje com mais três tirinhas de aventureiros heróis...

Mónica, de Maurício de Sousa, N.º 8, Fevereiro de 1981, Editora Abril, SP Brasil


Satanésio, de Peratti, N.º 1, Junho de 1975, Editora Abril, SP Brasil


Pica Pau, de Walter Lantz, N.º 19, Junho de 1978, Editora Abril, SP Brasil

domingo, junho 05, 2005

caminhando se faz caminho

Alguns apontamentos sobre pequenos percursos em que os sentidos são despertos para o Património Natural e Construído através das cores e dos odores, das estórias e das tradições, dos saberes e dos sentires. Venham connosco fazer este caminho...


Por terras de Vila Chã

Subindo desde Esposende por caminhos municipais até à povoação de Vila Chã, encontra lá bem no alto da arriba fóssil sobranceira à orla marítima que da Apúlia se prolonga até à foz do Rio Cávado, uma cortada à esquerda que nos leva poucos metros à frente ao castro de São Lourenço.



Trata-se de um povoado pré-histórico, recuperado pelos Serviços de Arqueologia da Câmara Municipal de Esposende, datado da Idade do Ferro e constituído por diversos edifícios de traça circular, com telhados de colmo e paredes de granito da região. Ruas estreitas e íngremes dão bem a imagem de uma povoação fortificada.



A construção inicial pode datar do terceiro milénio a.C. , período Calcolítico, tendo sido encontrados vestígios da Idade do Ferro, especialmente cerâmicas provenientes do Mediterrâneo Oriental, correspondendo, provavelmente, aos séculos V e VI. Mais tarde, também os romanos ocuparam este aldeamento estrategicamente construído, deixando vestígios d sua cultura, quer em termos de construção civil, quer quanto a espólio monetário.



Com a Idade Média e a religiosidade das gentes é construída no ponto mais alto do aldeamento uma capela que ainda hoje se mantém como centro de uma peregrinação anual. O culto de São Lourenço, uma mártir romano, data de 1549, tendo a capela sido reconstruída ao estilo gótico já nos anos 50 do passado século. As festas de São Lourenço, um misto de religião e paganismo realizam-se no Verão.



Localizado no ponto de elevada altitude esta zona castrense e religiosa foi utilizada no decorrer dos séculos como ponto de vigia da movimentação na orla marítima e serviu também de refugio aos povos do litoral aquando das invasões pelos vikings e pelos mouros.


sábado, junho 04, 2005

uma flor para... a zinda


celebrar o prazer do re-encontro

sonhei perdidamente

Em teus doces olhos de encantamento
Me perdi

Sonhei
No carmim de teus lábios em pétalas desenhados

barcelos, hoje capital do coleccionismo

A Cidade de Barcelos




Foi hoje a Capital do Coleccionismo de Pacotes de Açúcar


sexta-feira, junho 03, 2005

uma flor para... a jacky


Amorizade com Amorizade se paga

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