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segunda-feira, junho 20, 2005

o melro negro de valle do rosal

Manhã cedo, ao “raiar da aurora”, chegou em voo redondo pousando no galho mais alto da parreira que no quintal vizinho cria a expectativa de se cobrir de fruto lá mais para o mês de Agosto. Voltado para nascente, bico amarelo em corpo de negro azeviche coberto, lançou o primeiro som matinal.

“Tchac, tchac, tchac”

Este não é o seu cantar mavioso que nos irá encantar durante todo o dia. Este é o som de despertar, a comunicação a toda a sua comunidade de que o dia tem o seu início. É a vitalidade da Natureza em toda a sua pujança.

“Tchac, tchac, tchac”

Este som vai ser ouvido ali perto no pinheiral que o cimento armado ainda não conseguiu destruir, mas também a muitos quilómetros de distância, em toda a planura que se prolonga até às faldas da Serra da Arrábida.

O dia de hoje, tal como tem acontecido nas últimas jornadas, vai ser tempo de forte azáfama. A construção dos ninhos está no seu auge. A forma dissimulada como se aproximam dos locais de nidificação é arte de iludir os predadores, mas o trabalho não pára durante todo o dia.

Vai encantar-nos com a sua vocalização que vai desde o encantamento dos gorjeios aflautados, em tempo de alegria e de construção, até ai áspero chilro de alarme quando dos ninhos se aproxima algum predador.

Foi o primeiro a despertar em Valle do Rosal, sei bem que irá ser o último a recolher ao silêncio no final do dia.

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