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quinta-feira, janeiro 31, 2008

a espera

voltadas para nascente em espera da chegada
dos barcos das artes que do mar
trazem o alimento diário


Gaivotas do Grande Areal, Fonte da Telha, Almada - Portugal

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meu vício maior

Chegou de mansinho
Entrou sem bater na aldraba da porta
Silenciosamente
Instalou-se
Percorreu as veias e os vasos capilares
Conquistou todo o corpo
E o sentir

É o meu vício de Ti!

Passado tempo
A falta
A ressaca
As ressacas

Todas elas serão sublimadas
Mas sobra uma
Difícil de suportar
Insuportável
Terrível
Tão inverosímil como a morte
Como o afastamento
Desmediável!

A dor profunda do silêncio da ausência

O silêncio
Mais ruidoso
Do que a única coincidência
Em que passei a acreditar
O início do Universo

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quarta-feira, janeiro 30, 2008

flor de jasmineiro

anuncia a primavera já tão próxima
na candura de imaculado branco
que em breve será uma colcha de flores


Jasmineiro de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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os 7 pecados sociais

Crónicas do Tempo Presente
Meditar um pouco sobre "o que faz correr o ser humano" neste Mundo em que transformações profundas e urgentes são determinantes para a sobrevivência da nossa Civilização.



Por razões tão diversas do pensar e do sentir o número 7 sempre acompanhou a minha existência, como, aliás, pela sua magia, terá acompanhado a vida de milhões de pessoas deste planeta, que de alguma forma se interessam por estas coisas do sentido e significado dos números.

Particularmente, o meu interesse maior centra-se nas 7 cores do arco-íris, ao ponto de ser a designação de uma estação emissora-receptora da Banda do Cidadão que mantive em grande actividades no decorrer de muitos anos, de ser uma temática para coleccionismo das mais variadas peças, de ser a designação de base de um sítio que mantenho na auto-estrada da informação há longos anos.

Acontece que a magia do 7 se encontra no facto de um sem número de situações se pautarem pela sua métrica: as 7 cores do arco-íris; as 7 notas musicais; os 7 orifícios do rosto humano; os 7 dias da semana; os 7 pecados capitais; as 7 maravilhas do Mundo; os 7 mares do planeta Terra; as 7 colinas de Lisboa...

Na Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa, de 15 de Setembro de 2003, estão referidos os 7 pecados sociais que afectam a sociedade actual. Sobre cada um deles pensei um pouco, mas muito mais haverá a meditar.

Egoísmo/individualismo – Eu, o meu bem-estar, a satisfação dos meus desejos constituem o objectivo principal de vida, nem que para isso tenha que espezinhar cruelmente o meu semelhante, mesmo que de familiares se trate. É a cegueira total duma civilização.

Consumismo exagerado – Consumir constitui o ponto alto de um estatuto humano e social, onde devemos sempre ultrapassar os nossos vizinhos e amigos na aquisição de bens de consumo mesmo que supérfluos ou que nunca venham a ser utilizados.

Corrupção – É considerada uma actividade normal a apropriação indevida de gratificações ou bens públicos ou privados dos quais se possa dispor em actos de gestão, sendo mesmo considerados “parvos” os que o não fazem e excluídos em termos sociais e de grupo.

Desarmonia do sistema fiscal – São as pequenas fugas individuais ao pagamento de impostos que irão sobrecarregar o colectivo e são as grandes fugas das entidades bem escoradas num proteccionismo da máquina institucional que tendem a destruir um país.

Irresponsabilidade na estrada – É a irresponsabilidade generalizada de quem pelo facto de conduzir um veículo automóvel se julga dono do mundo, não respeita terceiros nem mesmo os próprios filhos que transporta em total falta de segurança, ignora o meio envolvente.


Comercialização do desporto – O jogo deixou de ser uma actividade de lazer e de entretenimento, de aplicação da destreza e da imaginação, do saber e da inteligência, para movimentar milhões e ser fonte de influências e de corrupção. Já não há verdade no jogo.

Exclusão social – É a resultante da falta de igualdade entre as gentes no acesso à aprendizagem, à saúde e à justiça, agravada pelo facto dos países receberem cada vez mais refugiados sem lhes concederem o mínimo de refúgio, exploram e desprezam de seguida.

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terça-feira, janeiro 29, 2008

azul e prata

espraia docemente em prata
as ondas chegam de mansinho
o mar...


Mar da Praia do Sol, Costa de Caparica, Almada - Portugal

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fugiu ou foi-lhe dada fuga?

Pediu a demissão? Foi demitido pelo primeiro-ministro? Que relevância tem isso em relação a uma pessoa que desempenhando um cargo da maior importância para o desenvolvimento do País e para o bem-estar das populações, acumulou erros após erros, mantendo sempre uma postura de soberba e de distanciamento dos problemas?

Contestado pelas populações de norte a sul do País, em resultado de medidas altamente gravosas para a saúde e tranquilidade das pessoas, o ministro Correia de Campos, sempre desprezou tais protestos, tendo mesmo realizado actos persecutórios e chantagistas em relação a alguns autarcas por liderarem essas justas manifestações de desagrado.

Houve sempre uma palavra de apoio do primeiro-ministro, acusando a oposição de “partidarite”, especialmente, da influência do partido Comunista Português, ilibando Correia de Campos de qualquer erro, que não era mais, na sua opinião, o que de melhor poderia ser feito para as pessoas.

Conivência total entre os dois, não fosse Correia de Campos um simples executante de políticas destrutivas da malha social do País que sob a batuta do mandante Pinto de Sousa, mediaticamente conhecido por José Socrates, tem tido nefastos efeitos não somente no campo da saúde, como no ensino, na cultura e, com grande relevância, no trabalho.

Que sentido faz então: “demitiu-se” ou “foi demitido”? Se se demitiu, é o reconhecimento dos erros cometidos, da incapacidade de os corrigir e de fazer bem, da falta de competência política para ser governante. Se foi demitido, é a clarificação do embuste em que durante largos meses o primeiro-ministro manteve para com os portugueses ao defendê-lo.

Se se demitiu FUGIU. Se foi demitido foi-lhe DADA A FUGA.

Porque na realidade, dos erros cometidos ninguém vai ser responsabilizado e o Povo, uma vez mais, vai ser defraudado nos seus direitos. E o que está feito, mal feito, grave para as populações “é serviço adiantado” para quem pretende continuar a destruir a malha social do nosso País.

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segunda-feira, janeiro 28, 2008

a perfeição

mar tranquilo de prata
gaivotas ao fim da tarde pousadas
sinal de calmaria para os homens das "artes"


Frente-Praias da Praia do Sol, Costa de Caparica, Almada - Portugal

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um grão de solidariedade

Dois pequenos anúncios que surgem no topo da página da Oficina das Ideias desde há alguns meses dão conta do facto de termos aderido ao sistema de publicidade da Google, que os publica automaticamente de forma sensitiva ao conteúdo das postagens mais recentes.

Sempre que um dos leitores da Oficina das Ideias acede a esses anúncios através de um simples clique a Google credita alguns cêntimos de dólar nossa “conta” oficinal. Tal como foi declarado quando aderimos a este sistema a totalidade das verbas obtidas será entregue a uma instituição particular de solidariedade social, IPSS, no caso concreto a CURPIC, Comissão Unitária de Reformados, Pensionistas e Idosos de Charneca de Caparica.

Recentemente a Google creditou-nos o contravalor em euros dos primeiros 100 dólares conseguidos por esse meio. Verba modesta, que traduz os acessos que foram efectuados à publicidade em cerca de quatro meses, mas que fizemos questão de dar o seguimento com que nos tínhamos comprometido publicamente.

No decorrer de uma Assembleia Geral da CURPIC recentemente realizada um dos trabalhadores desta Oficina fez a entrega do correspondente cheque à presidente da Direcção da citada IPSS, Rosário Quintas.



Para darmos continuidade a esta acção de solidariedade, mostrando que a Blogoesfera também pode ser utilidade pública, desejamos continuar a contar com o apoio de todos vós.

Bem hajam!

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domingo, janeiro 27, 2008

o dono da bola

domina a bola como ninguém
horas a fio sem parar
malabarista da vida


Figura carismática habitual no paredão da Praia do Sol, Costa de Caparica, Almada - Portugal

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lagos glaciares

o meu caderno de viagens
Pequenos apontamentos rabiscados num caderno de viagem e agora partilhados com os leitores. Os sítios, as gentes, os costumes e as curiosidades observados por quem gosta mais de viajar do que de fazer turismo




Os lagos glaciares, como este que a imagem ilustra, o Lago Thun na Suíça, são resultantes do degelo dos glaciares permanentes dos Alpes. Como tal, a sua água é originalmente muito azul e transparente. Devido à importante evaporação destes lençóis de água, o céu encontra-se muitos dias do ano coberto de nuvens e a humidade relativa é bastante elevada. Tal facto dá o ar acinzentado às águas que, contudo, são de uma pureza ímpar.

Na tranquilidade da suave ondulação do Lago de Thun o nosso espírito vagueia calmamente direcção ao infinito, muito para lá da cordilheira alpina, qual águia real em voo no seu dilecto habitat. Mas ali tão perto, na beira deste maravilhoso lago, a vida fervilha numa pequena aldeia alpina onde as suas gentes são muito alegres e não menos solidárias.



Sentados numa das margens do Lago glaciar de Thun deixámos espraiar o olhar para lá das águas até aos Alpes sempre presentes em qualquer ângulo que a nossa visão procure. Ali mesmo nas nossas costas o olhar perde-se até ao infinito numa outra montanha dos Alpes.

As aldeias subjacentes às magníficas montanhas que constituem a cordilheira alpina parecem esmagadas pela grandiosidade da paisagem envolvente. Tal facto em lugar de criar na população uma noção de pequenez torna-a mais altiva, alegre e, muito em especial, solidária. Camponeses, agricultores, pastores, lenhadores encontram nos cantares do Tirol a forma mais maravilhosa de comunicarem entre si.

Quando o declive da montanha se torna mais ameno, o Lago de Thun ainda lá continua na sua placidez incomparável a dar-nos o tempo de pensamento necessário às decisões mais ousadas. É nessa calma e tranquilidade que as mulheres e os homens dos Alpes desenvolvem as suas actividades assim como os seus antepassados já o faziam.

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sábado, janeiro 26, 2008

uma flor para a... gwen

que tua vida tenha tanto fulgor
como a sete notas musicais em harmonia
no grande concerto universal


Gwen, é a minha querida amiga Gwendolyn Thompson, do blogue A Cantora, ela mesma cantora de excepção no panorama musical brasileiro

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demência

Cabelos esbranquiçados em desalinho
De noites mal dormidas
De vida mal vivida

Cruel foi a vivência que de tal forma lhe afectou o pensamento.

E o sentir?

Gestos largos poéticos... patéticos
Mitológicos até
Gestos bruscos com um não sei quê de simiescos

Atenciosos e deferente para os outros entes
Que lhe são superiores?

Ameaçador, tenebroso, horrível...

Desalento, submissão, indiferença
Brusquidão, ameaçadora brusquidão.

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sexta-feira, janeiro 25, 2008

do alto da arriba te contemplo

o mar do grande areal é inspiração
para os poetas e os amantes do mundo
em no sentir de neruda personificados


Memorial "Mil Olhos" a Pablo Neruda, Jardim do Convento dos Capuchos, Caparica, Almada - Portugal

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um livro para o mundo

Tenho um amigo que costuma dizer “uma fotografia nunca se deve deitar fora!”, mesmo que de conteúdo aparentemente sem interesse, algum dia provavelmente surgirá uma ocasião em que de simples imagem de reduzido conteúdo, passará é ser uma peça documental importante.

O mesmo acontece, na minha modesta opinião, com os livros, mesmo que estejam repetidos nas estantes onde os guardamos, e tantas vezes por variadas razões isso acontece, quer porque o seu conteúdo não nos agrada, quer mesmo por se desenquadrar das nossas ideologias políticas, sociais, de vida.

Se temos necessidade de dos desfazermos de uma quantidade importante de livros, porque não oferecê-los a uma biblioteca? por exemplo na Junta de Freguesia, ou a uma entidade de solidariedade social? Daremos, assim, continuidade a razão de existir de um livro: ser lido.

Existem sistemas e mecanismos, muitos do quais com o recurso às tecnologias emergentes, com a utilização dos quais poderemos transformar um livro de uma peça individual e individualista num bem comum sem limitações, sem fronteiras.

O “bookcrossing” é a prática de deixar um livro num local público, para ser encontrado e lido por outros, que continuarão esta corrente. O objectivo do “bookcrossing” é transformar o mundo inteiro numa biblioteca. Os membros desta comunidade de leitores virtuais (e que não conhece limites geográficos) possuem um sentimento de partilha tão grande que não se importam de libertar os seus próprios livros em locais públicos (tais como cafés, no metro e outros transportes públicos, paragens de autocarro, bancos de jardim e noutros sítios que a imaginação ditar), em vez de os manterem parados nas estantes para que o maior número de pessoas os possam ler, tornando desta forma o acesso à cultura e especificamente à leitura verdadeiramente universal. [in Wikipedia]

Também hoje isso aconteceu comigo. Um livro que por alguma razão estava em duplicado na minha pequena biblioteca iniciou a viagem pelo Mundo. Trata-se da peça de teatro de cariz humorístico “Computa, Computador Computa”, de Millôr Fernandes editado no Brasil em 1972 e que tem o “bilhete de viagem” número 992-582424 da Bookcrossing e uma pequena nota que diz:

Caro/a Amigo/a
Eu registei este livro no Bookcrossing e gostaria de saber a viagem que ele vai fazer pelo Mundo. Por favor vá a www......... para me dizer que o encontrou, depois leia-o e passe-o para outra pessoa.
Obrigado



Para saber mais sobre “bookcrossimg” ir a Bookcrossing Portugal.

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quinta-feira, janeiro 24, 2008

uma flor para... a silvyah

uma flor que é um carinho de amigo
neste feliz dia de tua vida
e o desejo de um devir como tens sonhado


Silvyah é a minha querida amiga Sílvia, companheira de uma inesquecível viagem

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livros e leituras

Terminei hoje a leitura do romance A Chave de Gaudí, de Esteban Martin e Andreu Carranza, que analisa os aspectos mais obscuros e misteriosos da morte do grande arquitecto catalão atropelado por um carro eléctrico quando da Sagrada Família se deslocava para o seu atelier.

Um excelente romance que centra a sua acção no eterno confronto entre o bem e o mal pela posse da “herança” de Cristo aqui representada pela “pedra” tão ao gosto dos arquitectos e da expressão máxima que foi consubstanciada na obra de Gaudí.

Sublinhado de forma notável o simbolismo do “sete”, “na céu como na Terra”, as sete principais estrelas da Ursa Maior que têm o seu espelho nos sete sinais das costas da jovem mulher, protagonista do romance, neta do dilecto discípulo de Gaudí.

O romance termina assim: Barcelona, 2006 – “Maria abriu os olhos, Mário observava-a. Passara horas observando-a. _Conseguiste, meu amor.”


Iniciei a leitura do romance A Marca das Runas, uma aventura épica no reino dos deuses do Norte, uma história alucinante com as personagens das velhas lendas nórdicas, cheia de imprevistos, perigos e imaginação.

“Às sete horas da tarde de uma segunda-feira, quinhentos anos depois do Fim do Mundo, os goblins voltaram à adega”, trecho com que se inicia o romance dá bem ideia do ambiente e contexto em que a trama do mesmo se vai desenrolar.

Vão ser percorridos de uma forma romanceada os significados simbólicos das “runas” da Antiga Escritura. A runa da Oficina das Ideias é Ós, “O Povo Vidente”, os AEsir.



A Chave de Gaudí, de Esteban Martín e Andreu Carranza, editora Saída de Emergência, 335 pp, 1ª edição, 2007
A Marca das Runas, de Joanne Harris, editora Gradiva, colecção Fixões, 547 pp, 1ª edição, Outubro de 2007

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quarta-feira, janeiro 23, 2008

sétima onda

à sétima onda o mar se agitou
sentiu a cumplicidade do marimnheiro
que com ele confidenciou seus sentires


Mar do Grande Areal, Costa de Caparica, Almada - Portugal

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mimos para a oficina

A Oficina das Ideias foi recentemente agraciada com o prémio de:



do qual demos a devida notícias neste espaço.

Acontece que duas outras queridas amigas tiveram a afabilidade de atribuir a mesma distinção. Foram

Gasolina, do blogue Árvore das Palavras

AvelaneiraFlorida, do Cantares de Amigo


Para ambas o nosso MUITO OBRIGADO.

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terça-feira, janeiro 22, 2008

lua primeira

lua de janeiro, lua primeira
na contagem do nosso tempo
sonhar com a sua luminosidade


Lua Cheia em Valle do Rosal, a 100% às 13:34 horas

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visitar redondo, apreciar cerâmica

Faz parte do ritual das visitas ao Redondo, no coração do Alentejo português, subir até ao Largo do Pelourinho e aí procurar caminho para o restaurante O Barro, para um almoço reconfortante. O local do repasto distribuído por dois pisos é agradável na decoração e acolhedor por parte das pessoas que lá trabalham.

Desta vez, a minha opção para o prato principal foi para uns Pézinhos de Coentrada, de longe a minha preferência na cozinha alentejana, confeccionados com arte e saber, a preceito como soe dizer-se, em que além dos coentros se sentia um ligeiro sabor a poejos. Uma delícia.

Nas entradas os mimos da região, queijos e enchidos, e na sobremesa a sericá com a ameixa a completar. Acompanhei a refeição com vinho da Adega Cooperativa do Redondo. O serviço é agradável e com o café vem a oferta da casa, nozes para partir ao momento ou bolinhos caseiros e o incomparável licor de poejo que tão bom é como digestivo como servido como aperitivo para fazer “boca” à deliciosa comida alentejana.

Estômago confortado, calçada abaixo na direcção da Olaria Maquinista, o próximo destino.

As peças de olaria que são produzidas pela família Maquinista aproximam-se mais do estilo da loiça de São Pedro do Corval do que da produzida localmente. Apresentam, contudo, muita inovação e bom gosto ao que não é estranha a presença e laboração de muitas jovens sentadas a roda do oleiro e na mesa de pintura.

Claro, que estas peças, moldadas com afecto e com arte, comportam muitos segredos que passam de geração em geração, no seio familiar. O pouco que conseguimos saber, os 14 passos da sua manufactura, aqui ficam partilhados.

1. Moldar na roda do oleiro
2. Seca ao sol forte do Alentejo
3. Limpar com uma esponja húmida
4. Tintar com caulino para marcar
5. Secar a pintura do caulino
6. Riscar o desenho pelo artista da casa
7. Pintar o desenho; as ajudantes pintam os cheios
8. Limpar os excessos de tinta
9. Enformar para cozer
10. Primeira cozedura a 960 graus
11. Dar o vidrado
12. Limpar os fundos
13. Cozer no forno o vidrado a 1060 graus
14. Desenformar


As belas peças da tradicional loiça do Redondo, com a variante de São Pedro do Corval, ficam prontas a serem apreciadas pelos amantes de tão bela cerâmica.

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segunda-feira, janeiro 21, 2008

cruzeiro aos mártires

erigido em homenagem aos mártires
quarenta franciscanos para o mundo
que corsários chacinaram


Cruzeiro da Quinta de Valle Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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vestido azul cor do mar

Vestido bonito azul cor do mar, curto e ondulante, atrevido e sensual. De verdade, a sensualidade está no corpo de mulher que envolve, rosto e corpo angelicais, mas que resplandecem de beleza. Corpo que é doirada areia que deseja ser ternamente beijado pelo rolar do mar profundo, ali tão perto.

A cálida brisa mediterrânea, o lento espraiar do mar salgado exacerbam os sentidos e aumentam o erotismo. Meus olhos deliciam-se com umas belas pernas de mulher, imagem fugaz mas inesquecível.

Num requebro atrevido das ancas e num puxar da saia bem para cima, vi a maravilhosa curvatura de suas nádegas. Um afastar e aproximar constante, em passos reservados aos mais conceituados modelos, num tapa e destapa provocador, seu belo corpo desperta a minha imaginação para paraísos que pensava não existirem.

Pequena praia recanto do paraíso, mar muito azul e doiradas areias onde aquele belo corpo de mulher coberto somente por um vestido azul executa passos de dança carregadas de sensualidade e erotismo. Desejo tocar-lhe, desejo aproximar-me, desejo falar-lhe mas estou completamente paralisado com tamanho encantamento.

Ela muito excitada por se saber vista e apreciada não resiste. Sentou-se num tronco de árvore na praia abandonado, puxou o vestido azul bem para cima onde as belas coxas terminam e num cruzar e descruzar das pernas bem torneadas deixou antever o tosão doirado da sua bonita intimidade.

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domingo, janeiro 20, 2008

dobrar papel

uma dobra, depois outra
origami, origami
uma ave do paraíso


A arte da dobragem do papel, BTL08, Lisboa - Portugal

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caminhada

espaço de poetar
Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de espantar. Juntando algumas palavras , dando-lhe sentido e afecto, procuro nelas o encantamento



Na caminhada da vida sem fingimento
O entusiasmo da alegria e da esperança
Firmes contra as dificuldades e o tormento
Fraternos nos afectos e na temperança.

Dos homens e dos anjos na linguagem
Da ciência e dos mistérios, a sabedoria
Transpõe montanhas com sonho e coragem
No sentido único do amor com alegria.

Na suave contemplação fortalecer o bem
Onde o mal não tem cabimento nem sentido
Nunca ceder ao orgulho que em si contém

A soberba, a injustiça e o paraíso perdido
Rejubilar pela verdade, pela vontade de quem
Constrói a vida com o seu ente querido.

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sábado, janeiro 19, 2008

policromia

todas as cores da paleta do pintor
maravilhosa partilha de saberes milenários
numa simples esteira tradicional


As cores da Tailândia, BTL08, Lisboa - Portugal

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emissor receptor de poesia

O escultor José Aurélio inspirou-se na obra do poeta chileno Pablo Neruda para criar esta importante obra escultórica que se encontra implantada bem perto da Arriba Fóssil da Caparica em perfeita comunhão com a imensidão do mar Atlântico inspirador de tantos feitos das gentes portuguesas.

Semicírculos juntos formam uma estrela de cinco pontas em aço corten e inox que assenta no solo em três únicos pontos de contacto, dando-lhe uma leveza muito pouco compatível com o seu peso real de seis toneladas.

A estrela de cinco pontos, símbolo com conotações libertárias, dá-nos a imagem da liberdade em que as linhas de fuga se dirigem ao céu azul, sem perder o seu apego telúrico e com o amplo mar, que se vê até à linha do horizonte, a completar a trilogia de elementos: ar, terra e mar.



O simbolismo da estrela de cinco pontas é inquestionável, encontrando-se também na bandeira da República Democrática do Chile e na boina de Che Guevara.

Todo este conjunto escultórico tem no centro uma espécie de esfera armilar, que a própria brisa marítima se encarrega de lhe imprimir movimento, representando a nação portuguesa, mas também a universalidade e a intemporalidade dos valores que guiaram a vida do poeta chileno Pablo Neruda, Nobel da Literatura.

Daqui se contempla o belo mar Atlântico de águas azuis com laivos prateados, o mesmo que com o nome de Pacífico tanto inspirou Pablo Neruda na criação dos mais belos poemas.

Estabilidade, mas ao mesmo tempo leveza e movimento, caracterizam esta escultura de rua que imortaliza a obra do extraordinário poeta.

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sexta-feira, janeiro 18, 2008

movimento e som

movimentos mais rápidos do que o olhar
sonoridades fortes e sincopadas
o oriente e o seu esplendor


Grupo Tashibana Tako Obkiza, BTL08, Lisboa - Portugal

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mimos para a oficina

Não sou mal agradecido. Não exagero na minha modéstia. Reconheço a importância das palavras que me são dirigidas. Cada comentário que me fazem é um ensinamento. A minha presença na blogoesfera e na Vida é uma constante procura de Sabedoria e de Felicidade. Sinto-me feliz quando partilho e quando comigo partilham. A partilha do Saber é a única forma de o Mundo crescer.

Custa-me, no entanto, trazer para aqui os mimos que me tributam na blogoesfera e na Vida, pois, umbigo gosto o de uma bonita mulher e não do meu (ou da Oficina). Mas, por outro lado, sinto o desejo grande de reconhecer publicamente os afectos que me dedicam.

Da minha querida amiga Amigona, do Instantes da Vida, recebi



Da minha querida amiga Fátima, do Mar Azul, recebi:



A ambas o meu MUITO OBRIGADO

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quinta-feira, janeiro 17, 2008

mil espelhos

em mil espelhos reflectido
caleidoscópio de luz e cor
movimento, acção


Reflexos na "Sandália Cinderela", de Joana Vasconcelos, BTL08, Lisboa - Portugal

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gaudí e o arco-Íris

O arco-íris aparece representado na obra do arquitecto catalão Antoni Gaudí na fachada da Casa Vicens, construída entre 1883 e 1888, situada na C/ Carolines, em Barcelona. Trata-se do primeiro trabalho arquitectónico do grande mestre e destinado a residência de Verão do industrial Manuel Vicens Montaner.

A ideia desenvolvida por Gaudí era a de que a água da fonte da pia de mármores, ao cair sobre um retículo elíptico como uma teia de aranha, formasse lâminas abauladas que, ao serem atravessadas por raios do sol poente, se decomporiam nas cores do arco-íris.

O Juiz do Mundo, no fim dos tempos, é muitas vezes representado sentado em cima do arco-íris. No simbolismo cristão as três cores principais do arco-íris estão associadas a imagens de: dilúvio, o azul; incêndio do mundo, o vermelho; e a nova terra, o verde.

As sete cores representam os sete sacramentos [Baptismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Unção dos enfermos, Ordem sacerdotal, e Matrimónio] e os sete dons do Espírito Santo [Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade, Temor].

A obra de Gaudí tem muito a ver com a magia do arco-íris. Há mais de 25 anos que o simbolismo do arco-íris faz parte do meu imaginário. É uma referência à imaginação. Escreveu-me recentemente uma querida amiga...

“...se o índigo é a cor da noite e dos sonhos e o violeta é a cor da paz, do mar profundo e dos raios do amanhecer... então tu tens também muito a ver com as tonalidades do lilás” [entre o índigo e o violeta]

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quarta-feira, janeiro 16, 2008

recorte da silhueta

olhar atento, perspicaz
mãos firmes, imaginação
maravilha


Arte Milenar do Recorte de Silhuetas, BTL08, Lisboa - Portugal

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de valle do rosal para o brasil

minha terra é meu sentir
Caparica mais do que uma terra é um Povo. Gente que construiu vida entre o mar e a floresta em diversificado labor. Da sua vivência aqui se regista testemunho



Em 1989, aquando das comemorações do centenário da reedificação da Capela de Valle de Rosal e quando se perspectiva comemorar os “cinco séculos de evangelização e encontro de culturas” saiu da sala da portaria da Quinta de Valle de Rosal uma cruz de madeira que foi levada em procissão para a Igreja Paroquial de Charneca de Caparica.

Com esta cerimónia muito simples pretendeu-se marcar o retomar da evocação pública dos 40 Mártires de Valle de Rosal, que sob a orientação de Inácio de Azevedo, foram martirizados em 1570, quando se dirigiam para o Brasil para evangelizar.



Em 1990, além da procissão ao pedestal do cruzeiro, existente no Monte da Cruz, sobranceiro a Valle do Rosal, foi aí evocada a memória do Beato Inácio de Azevedo e dos seus companheiros, através da leitura de trechos de literatura existente sobre o assunto. De seguida, a procissão regressou à Quinta e na Capela foi colocado o círio pascal e entoadas orações e cantos religiosos.

Não temos conhecimento de que nos anos seguintes esta manifestação religiosa e de fé se tenha mantido, contrariando a ideia inicial dos promotores.

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terça-feira, janeiro 15, 2008

barco da bela princesa

adiça, mina do oiro
onde vivia uma bela princesa
que um dia fugiu com o marinheiro


Pequeno barco de pesca registado na Trafaria, Almada - Portugal

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o seu nome viktoria

Logo bem cedo, ainda a alvorada não se tinha de todo despedido para dar lugar ao dia aberto, dirigi-me à pastelaria do costume, ainda em tempo de rotina, onde habitualmente tomo o café da manhã. Tem fabrico próprio e tudo e o ambiente é familiar.

Na zona onde normalmente me sento não havia lugar livre pelo que tomei outro rumo. Hoje não teria a costumada cavaqueira com o senhor Paulo que, entretanto, não deixou de vir até à minha mesa para uma saudação matinal. Ontem, a noite correra mal para ele que é benfiquista mas lá vai aceitando os desaires com o proverbial “fair play”.

Fui atendido por uma empregada que hoje fazia o serviço das mesas do outro lado. Um sorriso bonito e um “_bom dia!” com alguma entoação eslava no falar.


Anotou o pedido, como sempre um café e um claudino, que muitos em Lisboa chamam caparicas, por ter sido uma criação dos pasteleiros da Costa de Caparica, atendendo-me com uma delicadeza pouco comum. Reparei então na letra do seu apontamento. Uma caligrafia perfeita, entre a escrita corrida e o desenho, encantadora.

Não resisti a comentar:
“_Que bonita letra!”
A um “_Ah!” quase envergonhado atrevi-me a perguntar: “_O que fazia no seu país?” (Eu sabia que ela era uma imigrante moldava).

Respondeu-me muito simplesmente:
“_Na Moldávia era professora de violino e de piano. Tirei a licenciatura na Universidade de St. Petersburgo.”

Fiquei sem palavras... muito embora aquele café me tivesse sabido a música de Mozart.

Conversámos um pouco mais. Fiquei a saber das dificuldades encontradas para trabalhar em Portugal onde tem a sua situação regularizada. Fiquei a saber das dificuldades em prosseguir a sua carreira, para o que, anualmente, as entidades oficiais portuguesas exigem a apresentação de documentação da Universidade de origem devidamente traduzida para português, com incomportáveis custos envolvidos.

Soube o seu nome: Viktoria

Somente consegui murmurar: “_Viktoria, nunca deixe de seguir o seu sonho!”

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segunda-feira, janeiro 14, 2008

simples florinha

singela flor de lilás
nascida em cama de casca de pinheiro
tão simples e tão bela


Pequena flor da mata, Mata dos Medos, Almada - Portugal

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mulher-mãe, mulher-companheira

Naquele doce ventre arredondado
Germinou durante os meses da tradição
Um ente querido e muito desejado
Sonho de muito amor e tamanha paixão

No início foi um acto de amor sentido
Partilhado no ardor de sensual refrega
Na concretização de um desejo, um pedido
No doce enleio de uma total entrega

Depois a emoção da espera, expectativa
Saber que a vida desenvolvia seu caminho
A geração de um ser é sempre emotiva
A vinda ao mundo um acto de carinho.

Acolher em seus braços o fruto do amor
Compensa preocupações e afãs vividos
Sentir pulsar vida e transmitir calor
Anima a alma e alimenta os sentidos.

Agora bem junto ao doce seio materno
Um pouco do seu ser no sentir da verdade
Cresce e se forma no desejo eterno
De um dia vir a ser a bandeira: Liberdade.

Nossas Mães, mulheres de corpo inteiro
Companheiras, lado a lado nas caminhadas
São exemplo de vida, farol, timoneiro
Na senda da igualdade e da justiça desejadas.

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domingo, janeiro 13, 2008

velhas muralhas

resistir aos ataques dos inimigos
proteger os seus habitantes
maravilhoso castelo na planura alentejana


Muralha do Castelo, Alandroal - Portugal

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novos indicadores de leitura

De acordo com os critérios editoriais da Oficina das Ideias criamos, frequentemente, novos apontadores de leitura. Três razões fundamentais nos levam a essa decisão:

1 – Pela qualidade extraordinária que encontramos em determinado blogue, de acordo com a nossa avaliação pessoal;
2 – Como reconhecimento aos comentários que são deixados nos posts da Oficina das Ideias;
3 – Em resultado da permuta de indicadores de leitura.

Esta permuta desinteressada de indicadores de leitura é uma das características mais positivas da blogoesfera e de quem a utiliza com espírito construtivo e solidário que coloca acima dos seus pessoais interesses a satisfação dos leitores.

Damos conta, de seguida, de alguns dos mais recentes, solicitando a todos os companheiros da blogoesfera que estando abrangidos pelos critérios referidos não tenham o respectivo indicador de leitura na Oficina das Ideias que nos façam chegar essa informação.


Novos indicadores:

Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa, de Fernando C. Oliveira [Portugal] – “relógio; do latim horologium - gr. Horológion - hóra, hora + légo, dizer. S. M., instrumento para marcar as horas, os minutos, etc. De entre eles, apenas nos interessam os relógios históricos e entre eles os mecânicos e os de sol, já que dos astronómicos nem vê-los por cá. Em Lisboa o panorama é mau, pelo estado de abandono, uns, pela ignorância e desprezo com que são tratados, outros. Vamos dar tempo ao tempo e ver se chegamos a horas para alguns deles”

Outras Memórias, de Lauren, [Brasil] – “O que vai ficar na fotografia são os laços invisíveis [...]”

Instantes de Vida, de Amigona Avó e a Neta Princesa [Portugal] – “Sou uma pessoa simples... gosto muito de mar, de crianças, de animais... sofro sempre que alguém sofre... acredito sempre que o outro é boa pessoa...”

Cantares de Amigo, de AvelaneiraFlorida, [Portugal] – “O meu espaço de reflexão e partilha, para mim, para todos que nele se quiserem encontrar...”

Mar Azul, de Fátima [Portugal] – “Um mistério a descobrir”

A Ver o Mar, de Isabel [Portugal] – “Uma mulher madrugadora que gosta de ver nascer o sol, que ama a vida, a família, os amigos, o contacto com a Natureza, que tenta viver cada dia como se fosse o último. O Mar e a poesia são duas grandes paixões. Os Sonhos comandam a sua vida.”

O Jardim de Aspásia, de Leonor [Portugal] – “Onde podem passear, pisar a relva, colher flores e às vezes ler um poema, à sombra das romãzeiras onde pousam os amores...”

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sábado, janeiro 12, 2008

apetrechos das pescarias

apetrechos da tradição de pesca
das artes do grande areal
ainda hoje utilizados na faina


Apetrechos de pesca, Praia da Fonte da Telha, Grande Areal, Almada - Portugal

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inspiração

Não sou poeta inspirado, uma análise mais profunda aos escritos poemados que publico chegará a essa mesma conclusão, além de que muitas vezes utilizo as chamadas “rimas fáceis” o que nunca permitirá que digam de mim: “É um bom poeta!”.

Contudo, continuo a escrever, fruto de um impulso que não ouso contrariar.

Vem isto a propósito de um correio electrónico recebido recentemente de uma “velha” amiga e que me questiona sobre a “fonte de inspiração” de um concreto poema publicado na Oficina das Ideias em 2005.

“Inspiraste-te em alguém teu conhecido?”

“Foi uma simples palavra, ou nome, a fonte de inspiração?”

Não sei responder...

Quando escrevo, no momento exato de sobre o papel alinhar letras e palavras, dando-lhes alguma coerência, terá havido alguma inspiração cuja origem logo se perde no impulso de escrever. Depois o poema é escrito praticamente de seguida, de uma só vez. Costumo dizer tratar-se de “um improviso”.

Passado algum tempo, perdido o rasto da eventual original inspiração, publicado o poema, por vezes olvidado no canto de uma gaveta da memória, fico com a nítida sensação de que não terá sido escrito por mim. Chego a pensar “que belo poema”, sem imodéstia antes com a ideia de que não tenha sido eu a escrevê-lo.

Daí a minha dificuldade em responder à questão desta minha amiga.

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sexta-feira, janeiro 11, 2008

brejeirice moliceira

traços simples, cores singelas
arte popular de ir ao mar
brejeiras mensagens, crítica mordaz


Proa de um barco moliceiro, Ria de Aveiro, Aveiro - Portugal

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simpatia

A minha querida amiga “A Medusa”, de O Jardim da Medusa, teve a gentileza de atribuir à Oficina das Ideias o prémio




que muito nos sensibilizou pelo carinho e amizade.

Sensualidade em flor no teu jardim
Aromas de mil noites de amor e de magia
Música suave de cítara e de bandolim
Que transforma o escuro em radioso dia

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quinta-feira, janeiro 10, 2008

tranquilo recanto

na tranquilidades das águas azuis
num recanto desejado pelos amantes
música desperta o romantismo


Pateira de Fermentelos - Portugal

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goiabada e romãs

Outras mãos de virtuosa gente, delicadas
Maceram no almofariz
A polpa aromática e sedosa
Perfumada
Enlevo dos deuses
Que dançam bailares mágicos
Transformando o fruto em doce manjar
Goiabada dos amantes
Cúmplices e sensuais
Em carícias de muito querer
Em seu sentir
Êxtase
Cântico dos cânticos
Ao amor...



Ao amor...
Magia e tradição
Fertilidade
Bagos do fruto
Vermelhos, luminosos e festivos
Fogosos cavalos alados
Ritos de adivinhação
Encantamentos pelas bruxas controlados
Nas danças de roda, no fogo
Que tempera o ferro
Forjado
São as romãs, de Roma maçãs
Pela Natureza coroadas
Outras mãos de virtuosa gente, delicadas.

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quarta-feira, janeiro 09, 2008

pescaria desejada

bate forte nos rochedos o mar da caparica
promete fartura de pescaria ao engodo
será que se concretiza o que parece ser o desejo?


Pesca à cana nos espigões da Caparica, Praia do Sol, Almada - Portugal

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cantar as janeiras das escolas

As Janeiras são cantadas, de porta a porta, especialmente para os ricos e os senhores do poder a quem são dirigidos, em tom festivo, críticas e pedidos que procuram encontrar bom eco e respostas adequadas, entre o Ano Novo e o Dia de Reis, que se comemora a 6 de Janeiro de cada ano. Em muitas localidades, contudo, estes cantares prolongam-se até finais do mês de Janeiro. Numa quadra festiva marcada principalmente por eventos religiosos, Cantar as Janeiras dá um cunho pagão e de intervenção social onde o Povo tem a palavra.

Supõe-se que as Janeiras estejam relacionadas com os cultos pagãos, desenrolando-se no mês do deus romano Jano, de Janua que significa porta, entrada. Esta figura da mitologia romana, representada com duas caras, encontra-se fortemente ligada à ideia de entrada mas, muito em especial, à noção de transição, de conhecimento do passado e do futuro.




A tradição de Cantar as Janeiras manter-se-á se for feito um esforço de diversas entidades no sentido de a vitalizarem. E nada melhor do que criar o hábito dessa cantoria popular logo na tenra idade. Em boa hora a aula de educação musical da EBI de Vale Rosal tomou essa iniciativa, pelo menos desde o ano de 2005.

Este ano um grupo de meninos e meninas do ensino básico acompanhados pelas respectivas professoras, com a participação musical da acordeonista Paula Marques estiveram na Junta de Freguesia a Cantar as Janeiras e a afirmar bem alto que querem dar continuidade à tradição.






Depois de cantarem o maravilhoso poema que Zeca Afonso dedicou ao tradicional Cantar das Janeiras, como saudação inicial “janeiraram” assim:

Somos de Uma escola
Onde gostamos de estar
Vimos dar as Janeiras
E também cumprimentar

Os alunos aqui estão
Professores também
A cantar as janeiras
A quem nos quer bem

Viva lá sr. ....
Casaquinho de cambraia
Quando sai cá fora à rua
Ilumina toda a praia

Viva lá sra. ....
Onde tem o seu chapéu?
Tem-no no canto da caixa
Parece um anjo do céu

Viva lá sr. ...
Sapatinho de cortiça
Bote a mão ao fumeiro
Dê para cá uma chouriça

Viva lá sra. ...
Cabelinho aos anéis
Venha-nos esperar à porta
Com a travessa dos pastéis

Quem diremos nós que viva
Na folhinha da giesta?
Já lhes cantámos os Reis
Acabou a nossa festa

Vou dar a despedida
Aqui me confesso
Vivam todos em geral
Que eu por nome não conheço.




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terça-feira, janeiro 08, 2008

gaivota

pose para fotógrafo
em fundo de azul mar
bela é a gaivota


Gaivota do Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal (tratamento PhotoShop)

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cantar as janeiras na charneca

O cantar as Janeiras na Charneca de Caparica perde-se nos fumos dos tempos e da memória, mas estabelece sempre uma estreita ligação entre o mar, ali tão perto, e a actividade das pessoas, mais ligada aos campos, actividade rural, pois o mar era difícil de domar, era “mar macho” no dizer dos pescadores, na grande maioria dos meses do ano, facto agravado pela fragilidade das embarcações de então.

Durante muitos anos caiu esta tradição no esquecimento dos charnequenses, tal como aconteceu com outros “usos e costumes”. Em boa hora, faz agora 15 anos, António Bizarro, musicólogo há muito radicado na Charneca de Caparica, recolheu da tradição e adaptou à realidade contemporânea este singelo cantar que no Dia de Reis fez ouvir em diversos locais desta povoação.




Ainda agora aqui cheguei
Já pus o pé na escada
Logo o meu coração disse
Aqui mora gente honrada.

Boas Festas, Boas Festas
Boas Festas de alegria
Que as manda o Rei do Céu
Filho da Virgem Maria.

Viva lá senhor ...
Sua cara é de sol
Coberta de diamantes
Com safiras ao redol.

Levante-se lá senhora ...
Do seu banco de cortiça
Venha-nos dar as Janeiras
Ou de carne ou de chouriça.

Viva lá senhor ...
Raminho de bem querer
Se a sua pipa tem vinho
Venha nos dar de beber.

Acabadas estão as festas
Embora venham os Reis
Vede lá por vossas casas
As Janeiras que nos deis.




Tradição à parte, hoje em dia, são visitadas igualmente entidades associativas e de apoio social, numa perspectiva de prestar homenagem ao seu trabalho e, igualmente, animar os mais velhos que se encontram em lares, nesta fase da vida com grandes dificuldades de se deslocarem. Assim, os Cantares vão até eles dar-lhes um pouco de animação. No Portugal de Abril também as Janeiras são cantadas nas sedes dos partidos políticos da Freguesia.

As cantorias deste ano foram entoadas pelo grupo do “Cantar as Janeiras”, pertencente ao Clube Recreativo Amigos da Quinta da Saudade.





Aqui fica a letra de um outro cantar que foi dedicado no decorrer do “Cantar as Janeiras” à povoação de Charneca de Caparica:

Charneca, linda Charneca
Charneca de Caparica
Um jardim em cada casa
Mas que bem que te fica.
Charneca, linda Charneca
Charneca de Caparica
Tens p’ra todos um abraço
De amizade muito rica.

Quem passar p’ra outra margem
Seguindo a via do Monte
Tendo atenção à rodagem
Há-de encontrar uma ponte.
Se virar p’ro lado esquerdo
Não tem nada que enganar
O caminho é sempre em frente
E vai mesmo lá parar.

Charneca, linda Charneca
Charneca de Caparica
Um jardim em cada casa
Mas que bem que te fica.
Charneca, linda Charneca
Charneca de Caparica
Tens p’ra todos um abraço
De amizade muito rica.

Há quem chame a esta Vila
O lugar da felicidade
Porque o ar que cá se inspira
Tem sabor a liberdade.
Mesmo juntinho à praia
Continua a ser rural
Conserva em toda a raia
Um belo e extenso pinhal.

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segunda-feira, janeiro 07, 2008

mar de prata

mesmo quando a ondulação é forte
e com violência o mar bate nas rochas
ele é belo, luminoso, prateado


Mar do Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

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cantar as janeiras na aldeia lar

Este ano, bissexto de calendário, começado na esperança de tempos melhores, foi animado no Cantar as Janeiras, por aqui e por ali, Oficina das Ideias andarilho, viajante e amante de tradições na companhia de quem nos quer bem, na alegria da partilha, na festa de um petisco e um copo de vinho como manda a tradição.

Em vésperas do Dia de Reis, já estes se haviam feito ao caminho e muito próximos se encontravam do Presépio, Cantar as Janeiras foi percorrer os arruamentos da Aldeia Lar, na Freguesia de Sobreda (que foi e poderá voltar a ser de Caparica), de lar em lar, grupo de aldeões que querem manter a tradição e que alumiados por uma candeia lá iam parando


e cantando:

Boas Festas, Boas Festas
Boas Festas vimos dar
Venham-nos dar as Janeiras
Se nos as quiserem dar

Estas casas não são casas
Estas casas são casinhas
Tantos anos viva o dono
Como ela tem de pedrinhas

Levante-se lá senhora
Desse banco de cortiça
Venha-nos das as Janeiras
Ou morcela ou chouriça

Senhora que está lá dentro
Nesse banquinho de prata
Venha-nos dar as Janeiras
Que está um frio que mata


E “os da casa” lá vinham receber as Boas Festas e ajudar a compor a cesta com mais uma garrafa de vinho ou com uma chouriça, e então “de roda” saía mais uma cantoria musicada com ferrinhos e reco-reco e outros instrumentos populares, onde pontuava a concertina e o cavaquinho tocados pelas mãos sabedoras e mágicas de Rita e Vítor Reino, dos Maio Moço,


cantando-se entre outras:

Quem vos vem dar Boas Festas
Ai lé, piro-lé. Ai ló
De noite pelas nuvinhas
Ai lé, piro-lé, ai ló
Bem de certo quer saber
Ai lé, piro-lé, ai ló
Se estão boas as bolinhas
Ai lé, piro-lé, ai ló.


Se alguma mão mais avara nada deixasse na cestinha e testemunhámos que isso não aconteceu,


teria que ouvir:

O toucinho é muito alto
A faca não quer cortar
Estes barbas de bagaço
Não têm nada para dar


Lá para as tantas para reconfortar das andanças e dos cantares um convívio de fim-de-festa juntou muitos aldeões que quais Reis do Presépio partilharam comes e bebes da tradição.

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domingo, janeiro 06, 2008

uma gota de jasmineiro

é uma lágrima de alegria
no florir do belo jasmineiro
é um cheirinho guardado em cristal


Jasmineiro dos jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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do natal aos reis

tradição e cultura popular
A tradição resulta da memória colectiva de um Povo, autêntico património invisível que se transmite entre gerações e representa o mais elevado expoente da cultura popular. Aqui se deseja dar conta desse repositório



Do Natal aos Reis marca um percurso de tradição de que fazem parte festividades religiosas e pagãs e cujas origens se perdem nas brumas do tempo que passa. Na verdade, muitas das tradições religiosas cristãs já as encontramos nos usos e costumes dos romanos, quando festejavam de forma única a chegada do Solstício de Inverno.

Primeiro, são as festas natalinas tão ligadas à família, a Missa do Galo, a Consoada, a magia do Menino Jesus, comercializada recentemente com o “cocacoleiro” Pai Natal, adaptação americana do São Nicolau, cultura e tradição feitos à pressa por quem tem dinheiro mas não tem verdadeiramente passado, ou o destruiu com o renegar da cultura índia.

Depois, a Passagem do Ano, feito festa de fartas comezainas e não menores beberagens, o Revevillon. Para muitos momento de meditação, de paragem para continuar com mais força. Para o comércio tradicional, o momento de balanço, o saber instantâneo dos teres e haveres.

De seguida, caminha-se para o Dia de Reis. Bolo-Rei, rabanadas e a romã de que se guarda para o ano a respectiva coroa acompanhada de meio-tostão, agora 10 cêntimos do Euro, na perspectiva de um ano feliz e afortunado, um Ano Novo cheio de prosperidade, muitos diziam noutros tempos “cheio de propriedades”.

A Festa de Reis ou a festividade do Dia de Reis tem origem no culto católico e destina-se a comemorar a chegada dos Reis Magos ao presépio. Na gruta em que nasceu o Menino Jesus festeja-se, dessa forma, a oferta das prendas de nascimento por parte dos Reis poderosos. Isto passa-se no tempo do Rei Herodes.

Os três Reis Magos chegaram do Oriente a Jerusalém guiados por uma estrela que os conduziu até o berço onde estava o Menino Jesus com sua mãe Maria e seu pai José, o carpinteiro. Os Reis Magos eram o Melchior, um respeitável ancião, Gaspar, um jovem branco, e Baltazar, um homem de raça negra e barba esbranquiçada. Com a sua chegada, os Reis Magos anunciaram ao povo de Jerusalém que havia nascido o rei dos judeus em Belém. Ainda que todo o povo tenha ficado alarmado, Herodes lhes deu permissão de viajar até Belém na busca do menino.

Os três Reis ficaram alegres ao vê-lo e ofereceram seus presentes: ouro, incenso e mirra. Depois disso, regressaram a sua terra por outro caminho, com medo da reacção de Herodes. Desde então, o dia 6 de Janeiro é celebrado em muitos países pela chegada dos Reis Magos. Neste dia, é considerada uma tradição dar presentes às crianças em alternativa ao Dia de Natal.

A chegada dos Reis Magos tem lugar na noite de 5 de Janeiro, em Espanha assinalada com a chamada “Cavalgada dos Reis Magos” que traz às “calles” multidões, especialmente, a criançada que festejam, assim, aqueles que durante a noite irão colocar as prendas nas suas chaminés, nos seus sapatinhos, nas suas meias.

Neste dia, em Portugal, come-se o Bolo-Rei e, igualmente, algumas bagas de romã, com o significado de desejar felicidade.

Este é, igualmente o percurso do Presépio: o nascimento de Jesus, do Menino Jesus; a Boa Nova ao Mundo; e a chegada dos reis magos, Belchior, Gaspar e Baltazar com as oferendas simbólicas de ouro, incenso e mirra, representando a realeza, a divindade e a imortalidade do Menino Jesus, para muitos o Rei dos reis.

Entretanto, o Povo aproveita a época para dar aso à sua versatilidade, muitas vezes ao seu dizer irónico e à necessidade de dizer algumas verdades, e Canta as Janeiras e os Cânticos dos Reis, de tamanha riqueza e conteúdo social que bem merecem um estudo profundo por quem para isso tem saberes.

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sábado, janeiro 05, 2008

ah doce mar...

o meu, o nosso mar é assim
com cambiantes de cor como teus olhos
na doçura de quem o ama


Mar do Grande Areal, Almada - Portugal

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54 meses na blogoesfera

Com a mudança do ano, o Janeiro começado, atingiu a Oficina das Ideias os 54 meses de publicação continuada, tendo assistido nestes mais de quatro anos a modificações profundas quanto ao objectivo, aos conteúdos e à forma de estar na blogoesfera. Julgamos ser difícil de quantificar, quer em número, quer em participação continuada, o movimento blogosesférico.

Todos os dias surgem centenas de novos blogues e, de igual forma, muitos seguem outros caminhos. Muitos blogues de referência e dinamizadores de toda esta actividade já desapareceram, entretanto, deixando obviamente lacunas importantes.

Continuamos a fazer questão em cumprir o estatuto editorial da primeira hora “textos e imagens próprios e originais, a temática da cultura de um Povo e da defesa da região da Praia do Sol e desenvolvimento dos afectos e do muito querer”.

No último mês, o número de comentários foi de 89, a partir de 23 comentadores, valores que continuam a dar-nos bastante satisfação. É de grande importância para o enriquecimento da Oficina das Ideias esta contribuição dos dedicados e amigos leitores, muitas das quais nos têm trazido importantes ensinamentos.

Quanto a visitas atingimos a cifra de 460.930, a uma média de 271/dia, com origem em 145 países diferentes, valores facultados pelo SiteMeter e pelo NeoWORX. Do Brasil 188.347 visitas, de Portugal 171.165 e de Espanha 8.898 encontram-se no topo dos visitantes.

Total de postagens – 3.333, onde cerca de metade são fotografias da autoria do nosso amigo Olho de Lince.

Um agradecimento especial a Blogger.com e a Blogspot.com onde editamos e alojamos a Oficina das Ideias desde a primeira hora.


Quadro de Honra

Gwendolyn, do A Cantora (Brasil)
Repórter, do Pó de Ser (Portugal)
Lígia (Brasil)
Claudia P, do Cor de Dentro (Brasil)
Sant’Ana, do Am’Art (Portugal)
Campusdelide, do Olhómetro (Portugal)
Jacinta, do Florescer (Brasil)
Gasolina, do Árvore da Palavra (Portugal)
Ivone, do Um Silêncio de Paixão (Portugal)
Victor, do Des-encantos (Portugal)
Fernando C. Oliveira, do Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa (Portugal) [*]
Lauren, do Outras Memórias (Brasil) [*]
Sandra S, do A Gata por um Fio (Brasil)
Lila (Portugal)
Rui Manhente, do Viandante (Portugal)
Amigona Avó e...., do InstantesdeVida (Portugal) [*]
Avelaneiraflorida, do Cantares de Amigo (Portugal) [*]
Fátima, do Mar Azul (Portugal) [*]
Sophiamar, do Sophiamar (Portugal) [*]
Aspásia, do O Jardim da Aspásia (Portugal) [*]



A TODOS o nosso MUITO OBRIGADO!




[*] muito em breve nos nossos indicadores de leitura

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sexta-feira, janeiro 04, 2008

gaivotas em terra

bandos de gaivotas
convivem diariamente com os pescadores
a alimentação sempre no prato


Comunidade piscatória de Fonte da Telha, Grande Areal, Almada - Portugal

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leituras

Terminei hoje a leitura de O Sétimo Selo, romance de José Rodrigues dos Santos, escrito num estilo simples, de leitura fácil, que no passar de aproximadamente quinhentas páginas desenvolve um trama à volta de duas temáticas muito actuais e, aliás, estreitamente relacionadas entre si: o aquecimento global do planeta Terra e os grandes negócios do petróleo.

Romanceando o caminho para o “apocalipse” pelo esgotamento súbito das reservas petrolíferas, sem alternativas energéticas para a Humanidade, que caminha despreocupadamente para a própria extinção, enquanto um grupo restrito de pessoas enriquece desmesuradamente sem qualquer objectivo de futuro.

O aspecto descritivo da crise das reservas petrolíferas é tratado com extrema seriedade, tendo envolvido importante pesquisa para que os dados apresentados fossem cientifica e historicamente correctos.


Iniciei a leitura do romance A Chave de Gaudí, de Esteban Martin e Andreu Carranza, que analisa os aspectos mais obscuros e misteriosos da morte do grande arquitecto catalão atropelado por um carro eléctrico quando da Sagrada Família se deslocava para o seu atelier.

É o meu permanente retorno à figura ímpar de Gaudí: a visita das suas magníficas obras, a consulta a interessantes acervos fotográfico das mesmas, a leitura de biografias umas mais romanceadas do que outras, é o gravar no meu próprio corpo o “sol de Gaudí”.

Somos, na realidade, inseparáveis de tal forma que uma das minhas grandes amigas, amiga de coração, reside onde nasceu Gaudí, na cidade catalã de Reus e nasceu onde viu a luz do dia o mais dilecto seguidor de Gaudí – João Givell.


O Sétimo Selo, de José Rodrigues dos Santos, editora Gradiva, 502 pp, , 1ª edição, 2006
A Chave de Gaudí, de Esteban Martín e Andreu Carranza, editora Saída de Emergência, 335 pp, 1ª edição, 2007

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quinta-feira, janeiro 03, 2008

mar agitado

passado o acacial e a arriba
o bru-á-á do agitado mar
é ouvido para cá da mata dos medos


Praia do CDS, Grande Areal, Almada - Portugal

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em dezembro de 2007 a oficina publicou:

Textos
Dia 1 – Em Novembro a Oficina das Ideias publicou; Oficina das Ideias
Dia 2 – Li e Escrevi [pensamentos]
Dia 3 – Relembrar a Banda do Cidadão [banda do cidadão]
Dia 4 – A Caixa de Pandora [pequenos textos]
Dia 5 – 53 meses na blogoesfera [oficina]
Dia 6 – Noites das Docas [pequenos textos]
Dia 7 – Felicidade [textos com mote]
Dia 8 – Pagão [poesia]
Dia 9 – Novos Indicadores de Leitura [oficina]
Dia 10 – Flores da Madeira [caderno de viagens]
Dia 11 – Flores da Madeira 2 [caderno de viagens]
Dia 12 – Flores da Madeira 3 [caderno de viagens]
Dia 13 – Brasas Vermelhas [poesia]
Dia 14 – Hoje são nossas as “estrelas” [astronomia]
Dia 15 – Nas minhas mãos uma goiaba [poesia]
Dia 16 – Gaivota cúmplice [contos da praia]
Dia 17 – Junto Ventos [poesia]
Dia 18 – Internet e Sociedade [tecnologia]
Dia 19 – Lugar Comum [pensamentos]
Dia 20 – Omega [tempo]
Dia 21 – Este Segredo é para TI [poesia]
Dia 22 – Solstício de Inverno [astronomia]
Dia 23 – Uma prenda
Dia 24 – O Menino da Mata [conto de natal]
Dia 25 – Feliz Natal por um Mundo melhor
Dia 26 – Origem do Natal – uma hipótese [tradição]
Dia 27 – Lágrimas de Sal [poesia]
Dia 28 – Tempo de Meditar
Dia 29 – “Sei que partiste” [contos da praia]
Dia 30 – Corpo Angelical [poesia]
Dia 31 – Caminhei Lentamente [datas]


Imagens
Dia 1 – Reflexos de Cumplicidade
Dia 2 – Símbolos
Dia 3 – Chaminé de Fumeiro
Dia 5 – Porta de Azul Debruada
Dia 6 – Terceira Onda
Dia 7 – Sai um petisco...
Dia 8 – Argola Magnífica
Dia 9 – Vigilante
Dia 11 – Pescadores de Sesimbra
Dia 13 – O Palco está pronto
Dia 14 – Para provar o Vinho
Dia 15 – Caminhar...
Dia 16 – Mar Tempestuoso
Dia 17 – Cenas Rurais
Dia 18 – Neblina sobre o Mar
Dia 19 – ...da Memória
Dia 22 – Marcas de Vida
Dia 23 – Até perder de vista
Dia 24 – Lua Natalina
Dia 26 – Nós bem avisámos...
Dia 27 – Bandeirolas
Dia 29 – Gaivinas da Praia
Dia 30 – Uma flor à minha porta
Dia 31 – Adeus Dois Mil e Sete


Uma Flor para...
Dia 4 - ...a Jacky (Amorizade)
Dia 10 - ...a Gasolina (Árvore de Palavras)
Dia 12 - ...a Teresa (companheira)
Dia 20 - ...a Lile (amiga da Venezuela)
Dia 21 - ...a Ivone (Um Silêncio de Paixão)
Dia 25 - ...a Zinda (amiga amiga)
Dia 28 - ...a Alay (amiga da Venezuela)

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quarta-feira, janeiro 02, 2008

voo de gaivota

voo de gaivota é como o sonho
de chegar mais alto, mais longe
na constante procura da felicidade


Voo de gaivota sobre o Pinhal do Rei, Almada - Portugal

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2008 – ano bissexto

O ano de 2008 é bissexto o que vai trazer uma “trabalhera” para o pessoal da Oficina, pois em lugar de publicarem 365 postagens no ano e outras tantas fotografias, vão ter que publicar 366 (trezentas e sessenta e seis).

É verdade... O ano bissexto caracteriza-se por ter mais um dia do que os anos designados comuns ou vulgares, o mês de Fevereiro passa a ter 29 dias, incrementando uma unidade no dia 24, “empurrando” o fim do mês para 29 de Fevereiro.

A objectivo da existência cíclica do ano bissexto é o de corrigir a diferença existente entre o designado “ano calendário” considerado com 365 dias do “ano solar” correspondente ao tempo de translação da Terra em volta do Sol e que é de aproximadamente 365,25 dias solares. As seis horas “excedentes” de cada ano solar provocam a cada 4 anos a criação de um dia extra, introduzido no mês de Fevereiro, que passará então a ter 29 dias.

Existe, então, uma forma fácil de concluir se um determinado ano é ou não bissexto. Basta, para tanto, dividir o ano por quatro e obter como resto zero. É bissexto. Mas...

Como o ano solar não é exactamente igual a 365, 25 dias de calendário temos que considerar excepções...

Não é bissexto o ano que embora divisível por 4 termine em 00. Por exemplo o ano de 1900.

É bissexto o ano que sendo divisível por 4, termine em 00 e seja divisível por 400. Assim, o ano 2000 foi considerado bissexto à segunda excepção. Muito programas informáticos haviam descurado essa segunda excepção pelo que veio agravar, ainda mais, as dificuldades provocadas na passagem para 2000. O célebre “bug” do ano 2000, tratado até à exaustão pelo Y2K GROUP de que tivemos oportunidade de fazer parte e para o mesmo contribuir em termos técnicos.

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terça-feira, janeiro 01, 2008

...viva 2008

com a energia da sétima onda,
com muita vontade de viver intensamente
na cumplicidade de cada dia...


Praia da Princesa, Grande Areal, Almada - Portugal

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a magia do novo ano

É conhecido o gosto que a Oficina das Ideias tem pelas temáticas relacionadas com o tempo, com os contadores do mesmo e, muito em especial, com o tempo que passa. Mais do que numa vertente científica, no que de poesia e sentir o tempo envolve.

Esta nossa preferência não significa SABER, antes SENTIR.

Temos, contudo, a felicidade de contar entre os nossos amigos leitores, Fernando Correia de Oliveira, jornalista e investigador do tempo, que com os seus comentários muito tem enriquecido os modestos escritos que partilhamos sobre o tema.

Acontece que desde há muito procurávamos encontrar as sistematizações que tinham sido aplicadas ao tempo com o decorrer das eras, e fomos prazenteiramente surpreendidos com um correio electrónico deste citado leitor que respondia às nossas interrogações.

Logo solicitamos a sua autorização para o utilizar neste espaço oficinal e de partilha o que, de imediato acedeu, donde a nossa gratidão.


2008 – Ano Internacional do Planeta Terra
ano bissexto



O ano 2008 da era vulgar, ou de Cristo, é o 8.º do século XXI e corresponde ao ano 6721 do período juliano, contendo os dias 2 454 467 a 2 454 832

O dia 14 de Janeiro corresponde ao dia 1 de Janeiro do calendário juliano

O ano 7517 da era bizantina começa no dia 14 de Setembro

O ano 5769 da era israelita começa ao pôr do Sol do dia 29 de Setembro

O ano 4645 da era chinesa (ano do rato) começa no dia 7 de Fevereiro

O ano 2784 das Olimpíadas (ou 4º da 696ª), começa no dia 14 de Setembro, ao uso bizantino

O ano 2761 da Fundação de Roma «ab urbe condita», segundo Varrão, começa no dia 14 de Janeiro

O ano 2757 da era Nabonassar começa no dia 21 de Abril

O ano 2668 da era japonesa, ou 20 do período Heisei (que se seguiu ao período Xô-Uá), começa no dia 1 de Janeiro

O ano 2320 da era grega (ou dos Seleucidas) começa, segundo os usos actuais dos sírios, no dia 14 de Setembro ou no dia 14 de Outubro, conforme as seitas religiosas

O ano 2046 da era de César (ou hispânica), usada em Portugal até 1422, começa no dia 14 de Janeiro

O ano 1930 da era Saka, no calendário indiano reformado, começa no dia 21 de Março

O ano 1725 da era de Diocleciano começa no dia 11 de Setembro

Os anos 1429 e 1430 da era islâmica (ou Hégira) começam ao pôr do Sol dos dias 9 de Janeiro e 28 Dezembro

Em Taiwan, e vem nos bilhetes de identidade, contam como ano zero o da Fundação da República da China (1911)

O calendário Bahá'í, constituído por 19 meses de 19 dias cada

Seja qual for o Calendário por que se reja, aproveite bem o Tempo, pois como diz o primeiro gramático português, o Padre Fernão de Oliveira, "Todas as coisas têm o seu tempo; e os ociosos o perdem". Carpe diem... et noctem


Fernando Correia de Oliveira é jornalista e investigador do tempo. Está em:
Fernando Correia de Oliveira.com
Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa
Cidadania LX

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