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sábado, fevereiro 28, 2009

simbolismo do templo e do tempo

gravada em pedra da região
saúda quem entra no templo pelo portal principal
todo o simbolismo do tempo



Cruz Templária, Portal da Igreja Matriz, Cheleiros, Mafra - Portugal

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na senda do "tempo de pedra" 16

na senda do “Tempo de Pedra”
O adro da igreja é o centro do universo nas pequenas aldeias. Lugar de conversa, de passar notícias e de aumentar um ponto a um conto, é sítio de mercar a jorna e de adquirir alguns pertences. É no adro da igreja que o tempo passa. Para contar o tempo que passa e para marcar o ritmo da vida existe o relógio de sol à vista de todo o Povo.



na Igreja de Nossa Senhora de Rocamador, Cheleiros - Mafra

Igreja de traça arquitectónica simples, tem uma torre sineira seiscentista e na fachada principal um pequeno e robusto portal gótico do século XIV em cantaria da região. Do lado direito desta porta foi incrustada uma trabalhada e original pia de água benta.



Tem um relógio de sol colocado no cunhal poente da sacristia, construída em prolongamento da empena direita da igreja, como é hábito, de forma bem visível a partir do terreiro circundante do templo.



É um relógio de sol do tipo vertical meridional (mostrador voltado a sul), construído em pedra da região e o mostrador tem as marcações horárias em numeração árabe. Falta-lhe o gnómon que se pressupõe ter sido em ferro pelas manchas de óxido que se encontram em volta da chumbada onde ele estava colocado. Tem a inscrição (data) – “E D 1.8.3.4”.




Para saber mais:
As Sombras do Tempo
Wikipédia
Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa
Relógios de Sol, de Nuno Crato, Suzana Metello de Nápoles e Fernando Correia de Oliveira – edição CTTCorreios


“Tempo de Pedra” anteriores:
na Igreja de S. João Degolado, Terrugem, Sintra
na Igreja de S. João Baptista, S. João das Lampas, Sintra
na Capela de Santo António, Carvoeira, Mafra
na Ermida de Nª Sª do Ó, Carvoeira, Mafra
na Igreja de Santo Isidoro, Santo Isidoro, Mafra
na Casa de Sanzim, Sto. Amaro, Guimarães
no Posto de Turismo, Tomar
na Igreja de S. João Baptista, Tomar
na Igreja de Nª Sª do Bom Sucesso, Cacilhas, Almada
na antiga Casa de José Dias, Olho Marinho, Óbidos
na Quinta das Torres, Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal
na Igreja de Nª Sª da Conceição (antiga Ermida de S. Sebastião das Areias), Conceição, Peniche
na Igreja Paroquial de São Sebastião, Serra d'El Rei, Óbidos
no Jardim Doutor Santiago, Moura
na Igreja de Nossa Senhora da Purificação, Montelavar, Sintra

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sexta-feira, fevereiro 27, 2009

neblina no monte da lua

por entre as brumas do tempo agreste
a silhueta do monte da lua
centro mágico do universo



Mar com Monte da Lua (Serra de Sintra) em silhueta, Praia do Sol/Sintra - Portugal

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navego

Navego
Mares sem fim
Em frágil embarcação
Do sonho tem a leveza
Resistente
Como a vida
É casa
Amante
Querer

Venço tormentos
Escolhos
Monstros marinhos
E sonhos
Mil vezes derrubado
Outras tantas
Me levanto
Sentimento

Sigo o rumo do vento
A força do pensamento

Procuro imagem
Amada
Jasmim
Fruto de Verão
Maresia
Argêntea espuma
TU
Mulher desejada!

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quinta-feira, fevereiro 26, 2009

gente do mar

no nº vinte desta estreitinha rua
mora gente que trabalha arduamente
na dura faina da pesca



Rua estreitinha, Ericeira, Mafra - Portugal

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o marinheiro e a andorinha

O velho marinheiro mantinha-se apoiado no cordame da proa da embarcação, olhar perdido para lá da linha do horizonte, pensamentos soltos como o vento a flutuarem ao sabor das linhas imaginárias das isobáricas.

O fim-de-tarde estava cálido, tranquilo... Uma andorinha de bico vermelho vinda das terras do muito longe poisara no mastro da embarcação, repouso breve para retemperar forças que a levariam ao ninho que deixara tempos atrás na procura sazonal de maior bem-estar, na realidade, da sua sobrevivência.

O casco da embarcação na fragilidade que o amplo mar lhe parecia atribuir, balançava docemente ao ritmo da ondulação que partilhava a tranquilidade do fim-de-tarde, quase de sol poente, quando os “caranguejos começam a puxar o Astro-Rei para dentro do mar azul”, como é dizer dos anciões da borda-d’água.

Quantas vezes sentiu o marinheiro de que após o pôr-do-sol vinha a alvorada, que depois do rude Inverno vinha a doce Primavera... de que a morte é perca que significa renovar...

De súbito, um piar forte da andorinha, um sinal de que a partida estava eminente, uma despedida. Silenciosamente o velho marinheiro desejou-lhe leveza no regresso a terra firme. Sabia que tempo passado ela estaria junto da sua Ninfa do Tejo. A saudade seguiu numa pérola de sal.

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quarta-feira, fevereiro 25, 2009

passos perdidos

perdidos no canto da imagem
contudo tão importantes
"por aqui passou gente"



Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

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as andorinhas de valle do rosal

Fim de tarde calmo quase primaveril as 18 horas ainda não haviam chegado. O céu vespertino apresentava algumas nuvens, mas predominava o azul, havia soalhado forte desde o meio-dia. Em Valle do Rosal os jasmineiros que começaram a florir e que anunciam a Primavera por perto já há dias que festejavam a próxima chegada das andorinhas. E elas não lograram os desejos de todos nós.

O azul do céu foi cortado por um voo diferente dos habituais nesta altura do ano. Uma andorinha executava um voo rectilíneo, voo de chegada pois os voos de estada são circulares e planando nas isobáricas.

Ainda estão longe os odores das rosas e dos jasmineiros, as primeiras já mostram pequenos botões mas os jasmineiros ainda são um fundo verde de folhas, com uma ou outra florinha branca a despontar, que normalmente festejam a chegada das primeiras andorinhas a Valle do Rosal.

Esta primeira andorinha a chegar, sem dúvida uma atleta de fundo, é a indicação que as suas companheiras de viagem não tardarão. Daqui a pouco regressarão todas as que já cá estiveram e que resistiram à longa caminhada. Algumas terão perecido perante os escolhos de uma longa viagem, as intempéries, os predadores, a malvadez do ser humano. Contudo, a maioria regressará ao seu local de nascimento ou aos ninhos em que foram progenitores no ano anterior.

É temporã esta chegada, resultado sem dúvida do sol que tardou em chegar mas que já brilha nestas terras de camponeses e pescadores, mas são assim desígnios da mãe Natureza que hoje me deu esta imensa alegria. A partir de agora será a animação dos seus voos e a musicalidade dos seus piares, a labuta para a recuperação dos ninhos e para a construção de novos que irão albergar a família aumentada.

Recordamos aqui o registo da Oficina das Ideias no que se refere à chegada da primeira andorinha do ano a terras de Valle do Rosal:

Em 2004, a 16 de Fevereiro
Em 2005, a 10 de Março
Em 2006, a 12 de Fevereiro
Em 2007, a 13 de Fevereiro
Em 2008, a 13 de Janeiro

Salvo o ano de 2005 em que a sua chegada tardia muitas preocupações trouxe às pessoas que tanto gostam de apreciar a beleza dos seus voos e o empenho do seu labor na reconstrução dos ninhos, e em 2007 que foi temporã essa chegada, o primeiro avistamento tem tido lugar por volta da segunda semana de Fevereiro.

Bem vindas belas andorinhas a Valle do Rosal!!

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terça-feira, fevereiro 24, 2009

a multiplicação das máscaras

põe a máscara, tira a máscara
nesta vida que é um entrudo
há que retirar a máscara aos mascarados



Desfile do Festival dos Oceanos 2000, Lisboa - Portugal

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memórias carnavalescas

Na realidade nunca fui um carnavalesco. Na minha meninice os corsos de Carnaval não tinham a grandiosidade que hoje têm, nem sequer tinham o cariz mercantilista da actualidade. Eram fruto da carolice e empenho de muita gente no desejo de manterem a tradição.

As distâncias mais difíceis de vencer à época faziam com que uma ida ao Corso do Carnaval de Torres Vedras mais parecesse uma aventura de vida. Quilómetros a vencer nas dificuldades do aquecimento do motor da “velhinha” Anglia, um farnel em geral de “arroz de coelho” que se mantinha quente por acção dos jornais com que se envolvia o tacho para garantir a refeição, e lá íamos.

Quando os anos avançaram e as coisas da tradição me começaram a interessa, também o tema Carnaval mereceu as minhas leituras, o meu interesse, a conversa com quem mais do que eu sabia.

Os folguedos de Carnaval muito têm de pagão, aliás como a sua própria génese, mas como acontece em tantas outras situações abraçadas pelo Povo, também o Cristianismo recuperou esta tradição para o calendário religioso.

Muitos autores encontram a origem do Carnaval em festividades da Roma Antiga (Saturnália?), enquanto outros vão mais além afirmando que já se festejava em homenagem à deusa Ísis ou ao deus Osíris no Antigo Egipto. O que não há dúvida é que ainda está ligado à exuberância do Povo quando se avizinhavam tempos de recolhimento devido às intempéries.

O Cristianismo quis dar-lhe um cunho religioso, tendo muita dificuldade em vergar a vontade do Povo de que se tratava de época de folguedos, de comezainas, até de uma certa libertinagem. Mesmo assim, na reformulação do calendário cristão no ano de 1091, lá encontraram forma de o colocar entre o Dia de Reis (Epifania) e a Quarta-feira de Cinzas (vésperas da Quaresma), uma espécie de último momento de alegria e festejos profanos antes do período de recolhimento da Quaresma.

Os dias eclesiásticos são calculados em função da data da Páscoa, o primeiro domingo que ocorre após a primeira Lua Cheia que se verifica após o dia 21 de Março de cada ano. Assim, o Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa.

Ainda tenho na minha memórias os “chachas” e as “cegadas” que percorriam as ruas e jardins da Amadora, onde vivi a minha meninice e juventude, e que medo eu tinha dessas funções. Normalmente, os homens e mulheres trocavam os trajares nesses dias e escondiam o seu rosto com caraças, qual delas a mais terrível. Um dia, em defesa da segurança nacional, a Ditadura proibiu o uso de qualquer artefacto que escondesse os rostos e perdeu-se o encanto.

Eram, então, frequentes nessa época de folia os “assaltos”. Um telefonema avisava misericordiosamente a dona da casa que iria haver um assalto. Passado pouco tempo, era a invasão de mascarados. A dona da casa já estava “avisada” e tinha uma reserva de fritos que eram reis nestes acontecimentos: filhós, borrachos e azevias. As bebidas levavam os “assaltantes”.

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segunda-feira, fevereiro 23, 2009

janela de tabuinhas

circula o ar livremente
cria a adequada privacidade
a tradição das nossas janelas



Janela de tabuinhas, Ericeira, Mafra - Portugal

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almada no topo da europa

Foi atribuído hoje o “Prémio da Semana Europeia da Mobilidade” referente ao ano de 2008 numa iniciativa da Comissão Europeia para distinguir a cidade da Europa que no referido ano melhor tenha interpretado e posto em prática os objectivos de uma cada vez melhor mobilidade urbana.

Esta iniciativa teve a adesão de várias centenas de cidades europeias que entre os dias 16 e 22 de Setembro de 2008 participaram na iniciativa “Semana Europeia da Mobilidade” das quais 66 se candidataram ao prémio, tendo sido escolhidas numa primeira selecção as 10 consideradas com intervenções mais interessantes.

Numa fase seguinte da apreciação foram nomeadas três cidade finalistas, entre as quais a cidade de Almada, sede do Concelho onde a Oficina das Ideias tem as suas instalações. As outras duas foram Zagreb, capital da Croácia e Budapeste, capital da Hungria, urbe que como muitas vezes aqui temos referidos é a cidade europeia da nossa paixão.

Foi esta última cidade a contemplada com a distinção máxima do “Prémio da Semana Europeia da Mobilidade” com o qual muito nos congratulamos e aqui deixamos uma saudação especial ao nosso amigo James Stuart, residente em Budapeste, e que tem o blogue Szerinting.

Nas palavras do comissário europeu do Ambiente que entregou o prémio ao representante da cidade de Budapeste, esta vitória foi conseguida “contra a concorrência muito forte de Almada e de Zagreb”.

A Oficina das Ideias sente-se orgulhosa pela nomeação obtida pela cidade de Almada, que ficou classificada em segundo lugar, com muita dignidade entre 66 cidades europeias participantes e teve oportunidade quase em cima da hora de felicitar via telefono o vereador da Câmara Municipal de Almada Rui Jorge, amigo de longa data, que se deslocou a Bruxelas para receber a distinção correspondente ao segundo lugar do “Prémio da Semana Europeia da Mobilidade”.

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domingo, fevereiro 22, 2009

de prata rendilhada

este mar profundamente azul
bordado de prata rendilhada
marca o ritmo do tempo e do sentir



Mar do Grande Areal, Praia da Rainha, Costa de Caparica, Almada - Portugal

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um cruzeiro especial

No nosso permanente caminhar na “senda do Tempo de Pedra” percorremos, uma vez mais, algumas povoações e sítios (locais para os milhares de brasileiros que nos lêem) do concelho de Mafra, rico em monumentos, especialmente religiosos, onde ainda hoje se pode apreciar maravilhosos relógios de sol.

Chegados a S. Julião, na Freguesia da Carvoeira, ao sul da Ericeira, essa terra à beira do Atlântico de enorme sentir sebastiânico e onde o Rei Dom Manuel II terá embarcado com destino ao exílio, subimos até à falésia no topo da qual foi construída a Ermida de São Julião, modesta no seu exterior mas riquíssima em azulejaria que no seu interior conta a história do seu santo votivo e de Santa Basilisa.

Nas traseiras da Ermida um magnífico cruzeiro, datado de 1783 (MDCCLXXXIII), embora em estado de enorme degradação, o primeiro do itinerário da “Via Crucem”, no dizer e saber do cabalista Vítor Manuel Adrião, deixa-nos deveras impressionados pelo seu enquadramento paisagístico e pela energia que emana e que a todos nos envolve.

Não quisemos deixar passar em claro este facto e aqui convosco partilharmos.




Saber mais:
Sintra, Serra Sagrada – de Vítor Manuel Adrião
Editorial Dinapress, Abril de 2007

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sábado, fevereiro 21, 2009

relíquias

simples, vestidos de azul e branco
resistem aos tempos e ao vandalismo
em sua ímpar beleza



Azulejos do século XVII, Cruzeiro da Capela de S. Julião, Carvoeira, Mafra - Portugal

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na senda do “Tempo de Pedra” 15

O adro da igreja é o centro do universo nas pequenas aldeias. Lugar de conversa, de passar notícias e de aumentar um ponto a um conto, é sítio de mercar a jorna e de adquirir alguns pertences. É no adro da igreja que o tempo passa. Para contar o tempo que passa e para marcar o ritmo da vida existe o relógio de sol à vista de todo o Povo


na Igreja de Nossa Senhora da Purificação, Montelavar - Sintra

Esta igreja foi originalmente construída nas últimas décadas do século XVI ao estilo da arquitectura rural religiosa de reinado de D. Manuel I. Foi reconstruída no final do século XVII mantendo o aspecto de então. Tem uma torre sineira do lado sul e um alpendre actualmente fechado, com janelas e acesso por porta de verga recta. Aparentemente não foi afectado pelos efeitos do terramoto de 1755.



Tem um relógio de sol colocado no cunhal nascente da cobertura do alpendre na junção com a empena poente da sacristia. O seu enquadramento visual é excelente, abrangendo a torre sineira e a crus colocada no topo da fachada principal da igreja.



É um relógio de sol do tipo vertical meridional (face voltada a sul), construído em pedra da região, sendo o gnómon metálico. As marcações horárias são em numeração árabe, salvo as marcações de um a quatro que são em numeração romana (I, II, III, IIII). Tem a inscrição (data) “ANNO DE 1813”.



Para saber mais:
As Sombras do Tempo
Wikipédia
Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa
Relógios de Sol, de Nuno Crato, Suzana Metello de Nápoles e Fernando Correia de Oliveira – edição CTTCorreios


“Tempo de Pedra” anteriores:
na Igreja de S. João Degolado, Terrugem, Sintra
na Igreja de S. João Baptista, S. João das Lampas, Sintra
na Capela de Santo António, Carvoeira, Mafra
na Ermida de Nª Sª do Ó, Carvoeira, Mafra
na Igreja de Santo Isidoro, Santo Isidoro, Mafra
na Casa de Sanzim, Sto. Amaro, Guimarães
no Posto de Turismo, Tomar
na Igreja de S. João Baptista, Tomar
na Igreja de Nª Sª do Bom Sucesso, Cacilhas, Almada
na antiga Casa de José Dias, Olho Marinho, Óbidos
na Quinta das Torres, Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal
na Igreja de Nª Sª da Conceição (antiga Ermida de S. Sebastião das Areias), Conceição, Peniche
na Igreja Paroquial de São Sebastião, Serra d'El Rei, Óbidos
no Jardim Doutor Santiago, Moura

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sexta-feira, fevereiro 20, 2009

o mar aqui tão perto

o mar a espraiar em ondas de prata
no eterno namoro com a areia
florinhas brancas testemunham esta paixão antiga



Praia da Empa, Ericeira, Mafra - Portugal

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na senda do "tempo de pedra"

Retomamos amanhã, sábado, dia 21 de Fevereiro, a publicação regular da recolha que a Oficina das Ideias e Olho de Lince estão a fazer sobre "Relógios de Sol em Portugal"

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os corvídeos do pinhal

Já repararam por certo na gravura da coluna da direita respeitante a "Countries online", o voo de três covídeos no pinhal... A esse propósito...



Dois vultos negros contrastam com o azul celeste da aurora, num voo suave ritmado com destino certo. Asas longas bem desenhadas com recortes característicos nas extremidades, contrapõe-se aos corpos esguios elegantes.

Vindos das matas do Pinhal do Rei e da Mata dos Medos, têm como destino uma zona de denso arvoredo, logo ali à beira dos areeiros do Cruzeiro.

Hoje são um par, um casal de família constituída. Amanhã voarão em trio, como acontece as mais das vezes, cujo sentido encontrei numa deliciosa crónica da autoria de Affonso Romano de Sant’Anna, no seu livro A Mulher Madura.

Entre os corvos acontece uma relação triangular, pois quando se verifica a carência de macho, as fêmeas ritualizam entre si o acto do amor, cortejando-se e seduzindo-se mutuamente até que uma das fêmeas passa a exercer o papel masculino. Fruto desse amor a outra fêmea choca os ovos, que por serem estéreis não resultam. Mas o romance não termina aí. Quando surge o macho, mesmo que atrasado, e começa a namorar uma das fêmeas já em estado de acasalamento “homossexual”, não conseguirá desligar as duas amadas. Terá que compor com elas um menage à trois, tendo que cuidar das duas ninhadas.

O macho voou agora até ao ponto mais alto de Valle de Rosal, o telhado de uma casa construída num outeiro. Voo sem hesitação e ao pousar lançou um primeiro som forte, estridente, metálico. Este som, um chamamento matinal, serve para dar indicação à fêmea de onde se encontra. A sua posição sobranceira ao vale garante-lhe uma visão ampla e plena para toda a região.

Lá mais para a Primavera e mesmo em pleno Verão o trio formará a constituição do voo. Não resisto a uma saudação de amizade a estes amigos de longa data. Voltem sempre que adoro observar o vosso voo.

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quinta-feira, fevereiro 19, 2009

voo coordenado

voam ao sabor das linhas isobáricas
melhor, planam docemente
numa sincronia perfeita, coordenadas



Gaivotas, Ericeira, Mafra - Portugal

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a menina dos telefones

Quando atendeu o telefone fê-lo na ignorância de quem estaria do outro lado da “linha” pois o pequeno ecrã luminoso indicava somente “número ocultado”, mensagem que indica que quem a usa não pretende ser identificado à partida.

Aliás, a disponibilização dessa faculdade de dar a conhecer quem connosco pretende contactar é obra dos sistemas digitais, pois com os analógicos tal não era possível. A informação disponibilizada avança no sentido e na proporção inversos ao desenvolvimento do contacto humano que regride a olhos vistos com o tempo que passa.

Veio-lhe à memória os tempos em que de férias numa aldeia do oeste do país, que ao tempo lhe parecia distante e isolada e que hoje está a escassos minutos de uma das amplas vias que cruzam e rasgam o território nacional, o fazer uma chamada telefónica era um verdadeiro ritual.

A magia de ouvir a voz de um ente querido que se encontrava a muitos quilómetros de distância envolvia muito mistério e fantasia e a preocupação enorme de cumprir uma sequência de passos que previamente haviam sido estabelecidos. Não era rara a situação em que ao ouvir-se através desse “misterioso” equipamento, o telefone, uma voz amiga do outro lado da linha uma lágrima furtiva teimasse em rolar pelo rosto.

Quando se pretendia estabelecer um contacto telefónico e após levantar o auscultador e dar voltas insistentes a uma pequena manivela ouvia-se do outro lado uma voz feminina responder: “Troncas…”- Era a menina dos telefones.

Todos na aldeia sabiam o nome da “menina dos telefones” que cumprimentavam em nome próprio ao que ela da mesma forma retribuía. Era então pedido de viva voz o número pretendido, número de poucos dígitos pois os telefones existentes eram poucos, e após algum tempo destinado a colocar cavilhas e fios nos alvéolos correspondentes aos dígitos era estabelecida a comunicação.

De um modo geral os telefonemas eram feitos com hora marcada para permitir que ambos os intervenientes se deslocassem aos locais onde existiam os aparelhos de telefone, pois eram raras as casas particulares, somente os mais abastadas, que os possuíam.

Quando a conversa terminava ainda havia tempo para a despedida da telefonista que muitas vezes quando o tema lhe parecia interessante tinha funcionado como precursora das actuais e tão faladas “escutas telefónicas” para o que se limitava a encostar a cavilha dos seus auscultadores à linha em comunicação.

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quarta-feira, fevereiro 18, 2009

memórias de todos os tempos

capela de culto cristão
tem traços de arquitectura da moirama
fusão de culturas e saberes



Capela de São Sebastião, Ericeira, Mafra - Portugal

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o carro vermelho

A noite fora de tormenta. O vento molhado pela maresia fustigou a costa deixando profundas marcas da sua força. Deixou também no ar aquele tão característico aroma que a invernia usa trazer das profundezas do mar e que tantos marinheiros já confundiram com o hálito das sereias encantadas.

O amanhecer, contudo, ofereceu-se ameno e tranquilo nas voltas e reviravoltas que o vento sempre dá e que de um instante para o outro afasta o negrume das nuvens de água carregadas e mostra o azul que é o céu e a luz que é a energia que os corpos esperam ansiosamente para despertarem do torpor da escuridão.

O ocupante do carro vermelho que pareceu ganhar mais fulgor quando a luz do sol o iluminou pareceu, do mesmo modo, despertar de um sono de invernia que vira chegar a hora de partir. Com a mão direita accionou o botão de comando e a capota do carro deslizou suavemente desaparecendo no interior do cofre das bagagens.

Inspirou profundamente duas ou três vezes sentindo o ar húmido com aroma a maresia inundar-lhe os pulmões, percorrer mesmo todo o corpo que sentiu tonificado. Um sorriso aflorou-lhe os lábios quando lhe pareceu vislumbrar muito perto da linha do infinito uma silhueta que lhe era familiar.

Era tempo de partir. A viagem iria ser longa. Mas o regresso seria sempre a horas de ver o doirado pôr-do-sol.

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terça-feira, fevereiro 17, 2009

a perder de vista

longo e amplo areal
a perder de vista o oceano
comunhão de sentires à beira-mar



Praia da Empa, Ericeira, Mafra - Portugal

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bill gates coleccionador?

Na primeira metade dos anos 90 do século passado era grande o entusiasmo à volta das tecnologias emergentes na informática, especialmente, no que concerne à microinformática, em que os construtores de micro-computadores apresentavam a cada seis meses evoluções profundas e as empresas que desenvolviam os sistemas de base e os operacionais mantinham um ritmo semelhante nas apresentações e novidades.

À época ainda a IBM estava profundamente envolvida na construção e comercialização do designado “hardware”, tendo anos depois abandonado essa área de negócio para a ICL, a Toshiba, a Compac e tantas outras. No que diz respeito aos sistemas, ao designado “software” já a Microsoft havia encetado a caminhada de êxito que hoje ainda se mantém.

Os utilizadores, esses eram os sofredores pois rapidamente viam os seus investimentos ultrapassados, muitas vezes não conseguindo a respectiva amortização mas com uma necessidade absoluta de “não perder o combóio” na medida em que as tecnologias da informação emergentes representavam já um importante contributo como vantagem de negócio.

A formação era imparável e determinante, as conferências, os congressos, os contactos internacionais multiplicavam-se. Nestas andanças e desandanças tive oportunidade, numa primeira fase de me cruzar, depois de conhecer e um dia de Abril de 1994 ter sentado à minha mesa num jantar que teve lugar no magnífico salão da Câmara Municipal de Viena de Áustria, o “big boss” da Microsoft, Bill Gates.

À conversa, naquela fase de “o que fazes?”, “o que gostas?”, “os passatempos preferido?” referi com o ar de aceitar o habitual tratamento de louco nestas circunstâncias que coleccionava pacotes de açúcar. Curiosamente, penso que as minhas palavras não caíram em saco roto, especialmente em quem tem uma visão rápida das pequenas coisas que podem ser importantes.

Passaram-se alguns meses....

Em Bournmouth, no sul da Inglaterra, realiza-se um importante encontro técnico da Microsoft, o TECH.ED/94 com a presença de novo de Bill Gates onde participei e esta surpresa...


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segunda-feira, fevereiro 16, 2009

ninfa solar

o doirado do sol acaricia
vivências por ti sentidas
energia fonte de amor




Decoração exterior, Vivenda particular, Montelavar, Sintra - Portugal

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um belo cântico de amor

...ou a estória do velho marinheiro que um dia se enamorou pela ninfa das azuis águas que acariiam o doirado o grande areal...



Ao longe, até ao alcance da vista, lugar de mistério e de magia onde o céu azul parece mergulhar nas águas do oceano, começa a levantar no vagar do tempo de ilusão que a distância provoca uma cortina de densa neblina em tons de cinza e de sépia que torna o ambiente ameaçador de tormentos que no mar sempre são mais sentidos.

Ontem ao pôr-do-sol, tempo mítico em que “os caranguejos devoram o disco solar”, no dizer popular dos homens do mar, nada fazia prever na transparência do horizonte avermelhado a prometer bom tempo no dia seguinte que o alvorecer de agora fosse tão soturno, de cinza triste, prenúncio de maus acontecimentos que somente o muito querer dos seres humanos poderá o sentido alterar.

O velho marinheiros de cãs desgrenhadas e rebeldes, lobo do mar e pescador, aventureiro sem porto certo, senhor dos faróis como já lhe chamou quem sentiu algures do tempo que passa a necessidade de utilizar a sua luz para lhe iluminar o trilho da vida, caminhos de amores e de desamores, ficou estático perante a prometida violência dos desígnios da Natureza, não dando sequer conta da frieza que lhe trespassava a roupa e de mansinho lhe penetrava o corpo.

Viu as artes saírem ao mar, loucura pensou para si, e no afastamento da beira-mar fazerem os lanços das redes emalhadas ainda há pouco, com malhas tecidas na expectativa de boa pescaria. Sentiu, então, o agreste caminhar do violento temporal que velocidade ganhava conforme se deslocava para terra. Pensou uma vez mais na ousadia que fora os pescadores fazerem-se ao mar que se mostrava, cada vez mais, agitado e ameaçador.

Seus pensamentos vogaram paragens longínquas na procura da cor que matizasse o cinzento quase breu que o envolvia e sobre si parecia abater-se. Sabia, contudo, que teria a espera como companheira até à sétima onda do mar que enrolava no areal. Com ela viria a bonança o arco-íris o pote de ouro a magia das cores a pesca farta e os seus companheiros das artes. Como em tempos ancestrais eles contariam como uma bela mulher de cânticos doces e olhar atrevido havia surgido do seio das águas e transformado o cinzento em azul magnífico e a tempestade em fartura de peixe prateado.

Contariam aquela estória que ele tão profundamente conhecia.

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domingo, fevereiro 15, 2009

aldraba de capela

peças simples de grande utilidade
batente para chamar "ó da casa"
tranqueta a segurança necessária



Portal, Capela de Santa Marta, Ericeira - Portugal

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vício da coleccão

Coleccionar, juntar e encontrar elos de comunhão entre as peças sempre foi aliciante para o ser humano. O coleccionismo de pacotes de açúcar colocou esse anseio ao alcance de toda a gente. Os pacotes de açúcar dão rosto a pessoas e acontecimentos exemplares na solidariedade, no saber, na afectividade.

Sempre nos temos norteado por estes princípios, que há muito estabelecemos para nós próprios, no que concerne a coleccionar, procurando nessa actividade encontrar formas de enriquecimento próprio e de terceiros em partilha permanente.

Contrariamos o que muitos psicólogos afirmam em relação ao coleccionismo, pois não pretendemos ter peças de colecção que outros não tenham, antes praticar uma permuta e partilha permanente. Conhecer o valor de tudo e o preço de nada.

A propósito do “Vício da Coleccão” recebemos na Oficina das Ideias uma equipa de reportagem da SIC para darmos a nossa contribuição para o desenvolvimento jornalístico desse tema.

A nossa contribuição modesta pode ser vista na ligação VÍDEO não querendo deixar de salientar o alto profissionalismo e inteligência nas questões apresentadas pela a jornalista Rebeca Venâncio que tem o merecimento total do trabalho apresentado.

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sábado, fevereiro 14, 2009

projecto de tonalidades

quando encetamos a pintura de um painel
a inspiração é dada pela natureza
com sua rica paleta de cores



Folhas de videira brava, PN dos Sete Montes, Tomar - Portugal

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quis

Quis escrever um poema,
Palavras
Com rima certa,
Tempo e compasso
De música,
Na nota que se liberta.

Quis pintar um quadro,
Tintas,
De cerda pincéis,
No espaço esbocei
Desenho,
No trote de meus corcéis.

Quis compor uma sinfonia,
Pauta
De linhas estreitas,
Clave de Sol,
Solfejo,
Com os sons que me deleitas.

Quis dizer-te o que sinto,
Teu olhar,
Desassossego dá,
Meus lábios sorriram
Flores,
Da cor do jacarandá.

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sexta-feira, fevereiro 13, 2009

folhas de ouro

simbolizam o outono
as tonalidades de doirado
dão conta da força da natureza



Folhas caídas, PN dos Sete Montes, Tomar - Portugal

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sexta-feira 13 a dualidade duma crendice

Sexta-feira, 13 é na tradição da civilização ocidental considerado um dia aziago, um dia onde diversas desgraças se podem juntar numa cumplicidade atroz e recaírem sobre o ser humano criando-lhe muitos problemas.

Para o cristãos, especialmente para os mais supersticiosos, é símbolo de desgraça, já que 13 eram os convivas da última ceia de Cristo, tendo este morrido numa sexta-feira. A crença na má sorte do número 13 parece ter tido, assim, a sua origem na Sagrada Escritura.

Nesta crendice, ou superstição, ou lenda, ou memória popular, como em tantas outras circunstâncias semelhantes, há uma notória apropriação por parte da Igreja dos sentimentos do Povo, de tempos muito anteriores à sua existência.

Uma lenda escandinava diz ter existido uma deusa do amor e da beleza chamada Friga, que deu origem a friadagr, sexta-feira. Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, a lenda transformou Friga numa bruxa exilada no alto de uma montanha. Para se vingar, ela passou a reunir-se todas as sextas-feiras com outras onze bruxas e mais o demónio - totalizando treze - para rogar pragas sobre os humanos. Da Escandinava a superstição espalhou-se pela Europa.

Também a mitologia nórdica se refere a este tema. No valha, a morada dos deuses, houve um banquete para o qual foram convidados doze divindades. Loki o espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga tamanha em que morreu o favorito dos deuses. Daí veio a crendice de que convidar 13 pessoas para um jantar é desgraça pela certa.

Há pessoas que pensam que participar num jantar com 13 pessoas traz má sorte porque uma delas morrerá no período de um ano. A sexta-feira 13 é considerada como um dia de azar, e toma-se muito cuidado quanto às actividades planeadas para este dia. Pessoas mais sensíveis a estas questões evitam viajar nestes dias e recusam utilizar alojamentos ou lugares em teatros e cinemas que tenham o número 13. Aliás, por essa mesma razão, a numeração dos camarotes de teatro omite, por vezes, o 13, em alguns hotéis não há o quarto com esse número que é substituído pelo 12ª e nas provas de automobilismo o 13 é banido.

Estes testemunhos e superstições são tão arbitrários e subjectivos que o mesmo número – 13 – e a mesma coincidência – sexta-feira, 13 - em vastas regiões do planeta - até em países cristãos - são estimados como símbolos de boa sorte.

O argumento dos optimistas tem por base o facto de que o 13 é um número afim ao 4 (1 + 3 = 4), sendo este, símbolo de prosperidade e de sorte.

Na Índia o 13 é um número religioso muito apreciado, de tal forma que os pagodes hindus apresentam normalmente 13 estátuas de Buda. Na China, não raro os dísticos místicos dos templos são encabeçados pelo número 13. Também os mexicanos primitivos consideravam o número 13 como algo santo, adorando por exemplo as 13 cabras sagradas.

A propósito da “sexta-feira, 13” é muito interessante a opinião do Doutor Moisés Espirito Santo, aliás, englobando a grande maioria das superstições, que opina terem origem no que poderíamos designar por “cartas fora do baralho”, isto é, situações incoerentes e estranhas que originam os mitos e superstições. No caso do 13 trata-se de um número que vem depois dos números da felicidade. A seguir à felicidade e fora dela, o azar.

Numa rápida consulta ao “O Verdadeiro Almanaque BORDA D’ÁGUA para 2009” podemos verificar que nos 12 meses do ano existem três “sexta-feira, 13”.

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quinta-feira, fevereiro 12, 2009

flor sofisticada

flor sofisticada na aparência
pois todas as flores envolvem simplicidade
beleza, cor e aroma naturais



Flor do maracujá, jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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do chimpanzé ao homem

Faz hoje 200 anos, concretamente em 12 de Fevereiro de 2009, nas em Inglaterra, na cidade de Shrewsbury, aquele que viria cinquenta anos mais tarde a revolucionar todo o pensamento humano no que diz respeito à concepção do mundo natural.

Charles Darwin

Em 1859 publica a sua obra fundamental, “A Origem das Espécies”, que se esgota em poucos dias, tal era já a sua fama quanto às teorias da selecção natural das espécies e dos processos de evolução, para o que muito contribuiu uma viagem realizada anos antes à volta do Mundo e que durou cerca de cinco anos.

Viajou a bordo do navio Beagle, tendo feito escalas em muitos portos da rota, tais como Argentina, Patagónia, terra do Fogo, Ilhas Galápagos e Nova Zelândia, onde teve oportunidade de conhecer gentes e recolher materiais fundamentais para o estabelecimento das suas teorias.

Grande polémica estabeleceu-se no mundo científico, e mesmo no político e religioso, quando publicou a obra “A Evolução do Homem” que explica a evolução do homem a partir de um ser ancestral único e que contrariava o pensamento instituído de que o ser humano seria um excelso do Universo.

No rodar da “slot machine” do tempo coincidiram neste ano de 2009 factos e comemorações extraordinárias que levam as entidades que normalmente se encarregam de evidenciar estes factos a terem grandes dificuldades.

2009 - Ano de Darwin
2009 – Ano da Astronomia
2009 – Ano de Galileu

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quarta-feira, fevereiro 11, 2009

batente "coroa de louros"

de grande utilidade no "chamar"
envolve sempre muito simbolismo
um vencedor que foi coroado de glória



Batente, Alqueva, Mours - Portugal

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de muito amar e querer

Naquele final de dia, que não de vida
Quando o mar beija docemente a areia
Ele, gentil homem sua bela amada enleia
Angelical doçura, olhos de mel, querida

O sol do ocaso sobre os amantes ateia
Desejos profundos de paixão sentida
Faz neles fluir tamanha energia vertida
Do pote mágico eleva-se suave melopeia

Quando o sol se põe é o futuro que começa
Merecida felicidade de muito amar e querer
Percorrendo o caminho que a vida atravessa

No rumo do esplendor do humano ser
A melodia ecoa no espaço qual promessa
E assim será porque assim tinha que ser.

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terça-feira, fevereiro 10, 2009

uma flor para... a quinita

trabalhámos uma vida lado a lado
no teu merecimento de afecto e amizade
te deixo um beijo de parabéns



A Quinita é a Maria Joaquina, colaboradora, colega, AMIGA

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o homem da bicicleta

Começara a trabalhar muito menino. A aprender um ofício. Esse facto não iria impedir de continuar a ter que trabalhar nos campos, na ajuda ao pai e ao avô, pelo que o sol-a-sol estava marcado no seu destino de vida.

Exímio que já era a tratar dos animais de capoeira, das galinhas e dos coelhos, igualmente a conduzir a burrita com a qual ia até ao pinhal apanhar lenha e “pico” quando para tal tinha autorização, aprendia agora a arte de pedreiro.

A sua tenra idade pouco mais dava ainda do que para ser aguadeiro do mestre, dos pedreiros e dos serventes, mas a sua esperteza tornava-se cada vez mais aguçada no contacto com os mais velhos, homens calejados pelas agruras do trabalho diário.

Não sabia o que era um fim-de-semana, mas quem o saberia nessa época em que se trabalhava de sol-a-sol e os dias todos da semana? Nem o domingo, dia santo e de resguardo era tempo menos sobrecarregado de tarefas.

Não tinha muito a noção do tempo que passa, além do sol que marcava o dia e do escuro que a noite traçava e que era tempo de repouso. Mas na sua nascente esperteza ia apercebendo-se de algumas repetições, de alguns acontecimentos que pareciam verificar-se sempre em tempo certo.

Havia um tempo em que o mestre o mandava à fonte encher a bilha de água, independentemente da quantidade que ainda contivesse e que se apercebeu coincidir com o aparecimento lá longe de um homem de aspecto austero, boina na cabeça, que caminhava a ritmo certo levando à mão uma bicicleta de aspecto muito usado.

Além da coincidência desse homem passar naqueles dias que o mestre o mandava à fonte encher a bilha deu por si a pensar o que faria ali um homem com uma bicicleta em lugar tão ermo onde nem caminho havia para passantes.

A verdade é que quando regressava com a bilha da água, do homem da bicicleta nem sinal e o mestre parecia indiferente a qualquer acontecimento continuando no trabalho de assentar paredes da casa que estava a construir.

A curiosidade era tanta que um dia deixou a bilha na fonte e em correria por entre o mato e a coberto dos pinheiros existentes se aproximou furtivamente a tempo de ver o homem da bicicleta colocar algo debaixo de uma pedra e de se afastar rapidamente.

Não resistiu à tentação. Depois de ter voltado à fonte buscar a bilha da água e encontrando um momento de menos atenção do mestre foi a ver debaixo da pedra o que o homem da bicicleta lá tinha colocado.

A surpresa foi grande. Encontrou por lá somente uma folha de papel muito fino, dobrada várias vezes até formar um pequeno embrulho. Desdobrou-o cuidadosamente não pensando sequer como reporia tudo para que o mestre não se apercebesse da sua curiosidade.

As duas folhas de papel estavam completamente escritas, mais pareciam um jornal como os que estavam na taberna do sogro do Zé da Burra mas em ponto mais pequeno e em papel mais fino. Nada conseguiu ler, pois se ainda nem à escola tinha ido. Somente reconheceu num cantinho das folhas uma foice como a que a mãe usava para cortar o feno e um martelo igual aquele com que o pai martelava os pregos.

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segunda-feira, fevereiro 09, 2009

lua escondida pelas núvens

no mês de fevereiro comum
a lua fez-se rogada, escondida pelas núvens
mas lá se deixou fotografar no dia seguinte



Lua Cheia a 100% às 14 horas e 49 minutos

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cabelos brancos longos desgrenhados

O mar chegou de mansinho em lento deslizar, sensual sobre a doirada areia, desfazendo-se em milhões de gotícolas prateadas, para logo se retirar na timidez de quem ousou uma furtiva carícia.

À sétima onda, uma onda de magia que é assim que é natural o ritmo das marés, o mar foi mais forte e sentiu a macieza dos pés de uma mulher que percorria tranquilamente a orla de espuma que ia ficando depositada na areia, em resultado do fluxo e refluxo das águas do oceano.

A mulher sentiu um estranho arrepio reagindo a esse mais forte contacto. Sem dúvida não era alheia a este sentir a frieza da água e o inesperado do contacto. Contudo, manteve-se essa estranha sensação quando viu que o mar havia depositado a seus pés um maravilhoso leque, tampa de uma concha de vieira.

Depois, o mar recuou até uma lonjura nunca antes vista num claro convite a cumplicidades que trouxe ao pensamento da mulher um velho marinheiro que perdido nos sonhos de um mirante que é sótão tanto lhe falara no grande amor sentido por esse mar tão belo.

Na praia, uma pequena multidão usufruía daquela manhã soalheira, e a mulher vislumbrou lá longe uma cabeça de homem coberta de brancos cabelos... é o marinheiro!! E correu, correu... Tropeçou num pedaço de madeira abandonado, desviou-se de muita gente que se atravessava no seu caminho... aproximou-se do ancião. “É o marinheiro!”

Quando lhe viu o rosto foi a desilusão: era outra pessoa. Mais além, mais cabelos brancos... e correu... a mesma nota de tristeza e de desilusão... E mais outro, e mais outro... havia muitos cabelos brancos mas não eram conhecidos...”.

Rolaram lágrimas pelo seu rosto bonito, mas com o olhar triste e ensombrado. Lágrimas de sal? Aqueles olhos somente podem deixar fugir lágrimas de mel... E aquele cheirinho do mar...

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domingo, fevereiro 08, 2009

leão o animal solar

emblema de justiça
igualmente de poder
o leão, o sol



Pormenor de um relógio de sol, Quinta das Torres, V. N. de Azeitão - Portugal

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mares convergentes

Já passou tempo que o sol deixou de dardejar a Terra com a intensidade que tem feito nos últimos dias. É a sua vital energia que chega até, imprescindível mas para a qual é necessários cuidados e precauções adicionados, agora que surgem efeitos do vandalismo que o ser humano tem cometido sobre a Natureza.

Mas nesta altura já o sol diminuiu a sua intensidade e aquece os corpos por ele beijados com a doçura do fim de tarde quando as gaivotas à beira-mar se reúnem em colónias que muito em breve decidirão do destino colectivo. Hoje, por certo, permanecerão no Grande Areal pois a noite prevê-se seja tranquila e cálida.

Não aprazaram o encontro, mas sempre acontece, não por casualidade, mas porque os acontecimentos anteriores a ambos induzem este convergir para o mar quando a acalmia se chega à orla marítima, no momento em que o vento húmido da maresia roda para a brisa que passa a correr de terra para o mar.

Nesse mágico momento olhares carregados de sentir cruzam em mensagens de código estranho a que somente os iniciados na partilha e na permuta de afectos podem ter acesso. Um ligeiro sorriso, um cerrar quase imperceptível das pálpebras, um respirar ligeiramente mais agitado. Emoção.

Depois foi o caminhar lado a lado. Passo lento para a conversa ter mais sabor e o próprio odor do mar impregnar o corpo e o sentir. Cumplicidade no aproximar dos corpos, do tocar das ancas, do afastar ligeiramente... Sensualidade à flor da pele.

Se fosse possível um mesmo observador encontrar-se no mesmo momento em dois pontos muito distantes do globo ficaria, por certo, surpreendido com o que lhe era dado observar...

Uma mulher jovem, airosa no caminhar descalça sobre uma areia escura e grada, quase pequenos calhaus rolados, olhava sonhadora para o mar imenso, talvez mesmo um enorme lago pois não tinha ondulação e sonhava com a magia do âmbar. Seu olhos fulgiam em tonalidades que o observador não conseguia definir e embora caminhando só, mais parecia acompanhada pelos requebros que dava ao corpo e pela conversa que parecia manter.

Muito longe, quase do outro lado da Terra, as distâncias nem sempre se medem em quilómetros, um ancião de cabelo prata arregaçara as calças e pés mergulhados no espraiar das ondas caminhava para Sul sobre um manto de areia fina e doirada. Os olhos castanho, cansados, pareceram mudar de cor e ganhar mais brilho quando o mar rolou mais forte e a água lhe chegou aos joelhos, molhando a dobra das calças. Curvou-se e apanhou uma pequenina concha que o mar havia depositado na areia.

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sábado, fevereiro 07, 2009

orgulhoso de ser mar

o homem sempre violenta a natureza
na teimosia de não reconhecer os erros
no ciclo do tempo o mar repõe a verdade



O mar retira a areia artificialmente colocada, Praia do Sol, Almada - Portugal

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a leitura dos sinais

As condições climatéricas pareciam ter melhorado depois dos rigores de uma invernia que tarda em afastar-se de Valle do Rosal. Contudo, os melros andam num desassossego inusitado, muito diferente da sua habitual animação de fim de tarde quando iniciam o seu ciclo de comunicações de recolher lançando estridentes piares cujo som atinge dezenas de quilómetros. As ordens são de recolher, mas antes do horário habitual e com sinais de grande emergência.

Olhando para Nascente poder-se-á encontrar a explicação, mesmo que parcial seja, pois o firmamento apresenta-se de negro profundo, indicativo de chuva forte, quiçá de trovoada que transformará o final de tarde em momentos de tormenta.

A intensidade e a frequência dos estridentes guinchos, quem diria que dos mesmos bicos nascem em tempos de bonança maviosas sonoridades, aumentam a cada momento. Os voos são cada vez mais rápidos, numa retirada extemporânea e apressada.

Curiosamente do lado Poente, lá em baixo espraia-se o mar azul que vindo da linha do horizonte vem beijar as doiradas areias das praias, o céu está azul e sem nuvens. Isso leva a que a luminosidade do fim de tarde seja muito estranha, contrastes fortes de tonalidades de cor e marcados espaços de preto e branco.

De súbito deu-se uma brusca acalmia meteorológica e, do mesmo modo, da agitação dos melros. Estes últimos haviam encontrado os seus ninhos onde se acolheram. Passados instantes foi a violência do temporal que tomou o lugar da acalmia momentânea. O sentido apurado das avezitas tinha evitado danos maiores.

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sexta-feira, fevereiro 06, 2009

amplos espaços

amplos espaços de devoção
que o tempo vai deixando tão vazios
são espaços de meditação? ou de solidão?



Igreja de S. João Baptista, Moura - Portugal

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a sensibilidade de um comentário

A minha querida amiga Gasolina, do Árvore das Palavras, deixou, a propósito de uma fotografia do mar do Grande Areal que recentemente publicámos, um comentário cujo conteúdo é de tamanha sensibilidade que muito desejamos partilhar com todos os nossos leitores, pelo que tomámos a liberdade de o trazer para a ribalta da Oficina das Ideias.




Hoje ao tombar da noite, saltando os humores do Tejo, o céu abriu-se e molhou a terra.
Gosto de chuva.
Deixei a correria para os outros e fiz os passos lentos até ao metro novo. Até aos ossos, encharquei-me de uma bonomia que procurei pelo dia todo.
Lembrei-me do mar, do mar da Costa, furioso no azul e cinza, da sua força a alagar-me de lembranças.
Tranquila.
Deixei o chão fugir no monstro mecânico e entreguei-me ao sabor da nau no pico da onda.

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quinta-feira, fevereiro 05, 2009

batente da moira encantada

o tempo levou-lhe a cor
que não a utilidade
muito menos o significado profundo



Batente "mão de fátima", Moura - Portugal

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sessenta e sete meses na blogoesfera

A invernia neste ano de 2009 tem sido uma continuada realidade, como há muitos anos não acontecia, mas que foi tempo normal por muitos e muitos anos da nossa vivência. Temperaturas baixas, muita chuva, por vezes a cair na forma de granizo cobrindo daquela brancura translúcida as bordas dos passeios. E com este tempo que faz desejar os primaveris alvoreceres chegámos aos 67 meses de publicação contínua da Oficina das Ideias.

Como mensalmente fazemos questão de reafirmar, sublinhamos do nosso estatuto editorial da primeira hora: “textos e imagens próprios e originais, a temática da cultura de um Povo e da defesa da região da Praia do Sol e desenvolvimento dos afectos e do muito querer”.

Continuamos a contar com o empenhamento do nosso “irmão fotógrafo” Olho de Lince que com as suas imagens anima os nossos textos, muitas das vezes bem modestos.

As visitas atingiram a cifra de 612.641 (segundo o “SiteMeter”) e de 728.412 (de acordo com o “NeoCounter”), sem a correcção resultante dos dados dos registos anteriores, com origem em 154 países dos 199 existentes. A média de visitas na última semana deste período foi de 322/dia.

Um agradecimento especial a Blogger.com/Blogspot.com onde editamos e alojamos a Oficina das Ideias desde a primeira hora.


Quadro de Honra

Greenie, do Animaleza (Portugal)
Alves Fernandes, de O PreDatado (Portugal)
Cláudia P, do Cor de Dentro (Brasil)
Mdsol, do Branco no Branco (Portugal)
MFC, do Pé de Meia (Portugal)
Ibag, do Ibagitnemitnes (Portugal)
Mariazita, do A Casa da Mariquinhas (Portugal)
Observador, do Reflexos (Portugal)
Gasolina, do Árvore das Palavras (Portugal)
Neia (Brasil)
António, do Nabisk (Portugal)
Adriana A. (Brasil)
Paulo Renato, do Artemprogresso (Portugal)
Gwen, do A Cantora (Brasil)
Lila (Portugal)
Lualil, do Traduzir-se... (Brasil)
Rui, do Viandante (Portugal)
Rose, do Pimenta Cor-de-Rosa (Brasil)
Victor, do Des-Encantos (Portugal)
Lilás, do Perfume de Jacarandá (Portugal)


A TODOS o nosso MUITO OBRIGADO

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quarta-feira, fevereiro 04, 2009

mar de contrastes

há pouco tormentoso, "mar macho"
logo depois a espraiar doçura na areia
mar de seda "mar de damas"
[assim falam os pescadores]



Mar do Grande Areal, Praia do Sol, Almada - Portugal

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rubra sardinheira

Desde os meus vinte e poucos anos que me habituei a percorrer calçadas da Lisboa tradicional na procura “daquele” retiro onde pudesse ouvir cantar o fado, cantar sentido, tantas vezes carregado de ironia e de crítica social, naqueles espaços de pouca luz, de muito fumo... A “Cesária, o “Solar da Madragoa”, o “Timpanas” que eu era mais do fado castiço e popular.

Estava a percorrer o caminho que desde a minha juventude um amigo de meu pai, o escritor de revistas Paulo da Fonseca, me ensinou a conhecer, a valorizar e respeitar, o viver dos artistas de teatro e de variedades, do fado também.

Anos mais tarde, o fado chamado “vadio” do “Estribinho” e do “Arreda” lá para as bandas de Cascais e do Birre era peregrinação garantida de fim-de-semana, especialmente, nas sextas à noite.

Vêm estas memórias a propósito de emoções fortes sentidas em tempo muito recente quando, confesso, para mim inesperadamente, me foi dado ouvir uma voz, segura voz do fado, cantar a “Maria das Quimeras”, no soneto homónimo de Florbela Espanca ao qual o meu querido amigo Vítor Reino lhe deu alma musical.

E quem deu maviosa voz a este musical soneto? Alguém escreveu “que é uma rubra sardinheira a florir numa típica janela... de Alfama”. Ana Guerra de seu nome, uma voz de musical encantamento que percorre as ruelas do fado com diversos “completamente originais”, muitos com poema e música de Vítor Reino, outros “construídos sobre poemas líricos” de Camões e de Florbela Espanca e, finalmente, aqueles que “fazem parte da memória intemporal do fado”, “Lisboa é sempre Lisboa”, “Maria da Graça” e “Saudade Vai-te embora”.

Tenho comigo o disco (CD) de Ana Guerra “Maria das Quimeras", onde ela escreveu “...o sentir do meu Fado, a emoção da minha voz, com Amizade...” mas não percam a oportunidade de a ouvirem “ao vivo”, de partilharem a emoção de uma grande fadista.



Maria das Quimeras, fado

Ana Guerra, voz e coração
Prof. Arménio de Melo, guitarra portuguesa e profunda sabedoria fadista
Carlos Macieira, viola de fado e profissionalismo sem mácula
Marino de Freitas, baixo e inspiração transbordante
Rita Reino, adufe e concentração constante
Vítor Reino, Acordeão, drabuka e vontade permanente de trilhar novos caminhos.

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terça-feira, fevereiro 03, 2009

mar tormentoso

desde a linha do horizonte avança a tormenta
mar agitado no seu sentir
a força incontrolável da natureza



Jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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o tempo de saber

Nas veredas da vida sempre encontramos cruzamentos, uns que obrigam à tomada de decisões, quantas vezes difíceis de assumir por delas fazermos depender a continuidade do caminhar, outras que proporcionam encontros ímpares, não pelo acaso ou coincidência [factos que estão sempre afastados do meu pensar], antes na convergência de sentires, pela procura da harmonia entre as gentes.

Há algum tempo, por interferência que não fortuita, mas que teria de acontecer por imperativos do caminhar a vida, amigos muito chegados, que na paleta do arco-íris têm a cor do jacarandá, deu-se o encontro, aprofundou-se uma amizade.

Brasileira de nascimento com a lusofonia no coração e na alma, cedo deixou claro, na transparência do seu ser, não só o profundo amor pelas lusas coisas como, muito em especial, o conhecimento feito saber dos sítios e das gentes desta ocidental faixa da Ibéria.

No significado duplo, imediato e velado, que os números e letras encerram, por maioria de razão as palavras, os nomes, haveria que existir e um dia ser clarificado, quando o tempo de tal chegasse, os fundamentos profundos deste enorme apego às coisas lusitanas.

No caminho de uma leitura, mais um cruzamento que não foi possível evitar, do magnífico livro “Quinta da Regaleira...”, de Vítor Manuel Adrião, [76], editado pela Occidentalis, a ténue cortina afastou-se com a brisa vinda do mar do Grande Areal quando as palavras nos ensinara:

Cyntia, a senhora Soberana desta Montanha (Monte da Lua, Serra de Sintra) que lhe leva o nome, a qual era, segundo a Tradição, o cerne do culto matriacal das sacerdotisas atlantes daqui”.

O tempo de esclarecer e de saber havia chegado. Cumpriu-se o acordado na neblina dos tempos...

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segunda-feira, fevereiro 02, 2009

gotas de chuva

trazidas no frio da noite
pelas fortes chuvadas de inverno
resistem à timidez do sol



Jardins de Valle do Rosal, Charneca de Caparica, Almada - Portugal

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palmela a caminhar

A Câmara Municipal de Palmela mima a Oficina das Ideias, com alguma frequência, enviando-nos materiais de grande interesse para um melhor conhecimento das actividades culturais do município, assim como, para uma mais correcta abordagem aos seus patrimónios, construído e imaterial, que muito enriquece a nossa tarefa de partilhar saberes (...e sabores) do nosso País.

É assim, que temos connosco “Palmela a caminhar...” que nos orienta para um melhor conhecimento do município com recurso ao tão saudável “caminhar”, aliás, a melhor forma de conhecer sítios e gente, de apreciar a paisagem e de contactar com a monumentalidade que nos foi deixada pelos nossos antepassados.

Caminhemos então...

“Caminhe... para além das Muralhas”
Castelo de Palmela
Fonte Nova
Parque Venâncio Ribeiro da Costa
Miradouro Tejo, Sado e Atlântico

“Caminhe... pelos Largos, Lugares com História”
Largo do Município
Largo D. Afonso Henriques
Largo d’El Rei D. João I
Largo da Boavista
Largo do Mercado
Largo do Chafariz D. Maria I
Largo de S. João
Largo do Passo da Formiga
Largo dos Loureiros
Largo 5 de Outubro
Largo Duque de Palmela

“Caminhe... ao som da Melodia da Água”
Chafariz D. Maria I
Fonte do Largo Marquês de Pombal
Fonte no Jardim Venâncio Ribeiro da Costa
Fonte no Jardim Venâncio Ribeiro da Costa
Fonte (Igreja de S. Pedro)
Fonte Nova e Tanque
Fonte de Beber e Lavadouro
Lavadouro de Santa Ana
Fonte do Carvacho

“Caminhe... pelas ruas da Vila de Palmela”
Largo Duque de Palmela
Largo 5 de Outubro
Rua Gago Coutinho e Sacadura Cabral
Rua General Amílcar Mota
Rua Serpa Pinto
Rua Contra-Almirante Jaime Afreixo
Rua Coronel Galhardo
Rua Augusto Cardoso
Largo Marquês de Pombal
Rua 31 de Janeiro
Rua Joaquim Brandão
Rua Almirante Reis
Rua Heliodoro Salgado
Rua Miguel Bombarda
Rua Hermenegildo Capelo

“Caminhe... pelos miradouros da Vila e leia as paisagens”
Miradouro, por detrás do Castelo de Palmela
Alameda D. Nuno Álvares Pereira
Largo 5 de Outubro
Avenida dos Bombeiros Voluntários
Largo S. João Baptista
Rua Hermenegildo Capelo – Terreiro
Largo da Boavista
Miradouro “Tejo, Sado, Atlântico”
Castelo de Palmela

Aqui ficam convites para passeios incontornáveis para o conhecimento de uma região de características únicas.

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domingo, fevereiro 01, 2009

recortes de maresia

forte ondulação vinda donde "o olhar alcança"
amainou de súbito ao chegar à doce areia
acariciou de mansinho a praia imensa



Mar da Praia do Sol, Costa de Caparica, Almada - Portugal

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em janeiro de 2009 a oficina publicou:

Textos
Dia 1 – Construir o futuro [poesia]
Dia 2 – Em Dezembro a Oficina publicou [oficina]
Dia 3 – Por onde andamos [oficina]
Dia 4 – Estamos mais ricos [leituras]
Dia 5 – 66 meses na blogoesfera [oficina]
Dia 6 – Do Natal aos Reis [dia de reis]
Dia 7 – O silêncio do frio [pequenas estórias]
Dia 8 – Rota dos saberes [sabores]
Dia 9 – O Salvador e o Tarzan [gente]
Dia 10 – Trava-língua [curiosidades]
Dia 11 – Esta margem tão diferente [minha terra]
Dia 12 – O tesouro dos sentires [poesia]
Dia 13 – Ser idoso é ser sábio [solidariedade]
Dia 14 – É tempo de dizer “basta!” [a nossa opinião]
Dia 15 – O frevo ao virar da esquina [meu brasil]
Dia 16 – Mil Olhos [neruda]
Dia 17 – Um perfume especial [amigos]
Dia 18 – Os segredos que o mar guarda [ecologia]
Dia 19 – Fonte das duas bicas [cadernos de viagem]
Dia 20 – Tranquilidade [poesia]
Dia 21 – Um manjar dos deuses [sabores]
Dia 22 – No Pavilhão Chinês [degustar]
Dia 23 – Teus lábios de carmim [poesia]
Dia 24 – Caldeirada Caparicana [sabores]
Dia 25 – A lenda das vieiras, comentada [lendas]
Dia 26 – Novo Ano Lunar do Touro [calendários]
Dia 27 – Ano Internacional da Astronomia [datas]
Dia 28 – Moscatel de Setúbal [sabores]
Dia 29 – O verdadeiro almanaque [leituras]
Dia 30 – Dias de memórias [a nossa opinião]
Dia 31 – 99 anos do centenário [a minha terra]


Imagens
Dia 1 – Feliz Ano Novo
Dia 2 – Rainha dos Mares
Dia 3 – Até perder de vista
Dia 4 – Voo solitário, solidário
Dia 5 – Bagas vermelhas
Dia 6 – Coroa de romã
Dia 7 – Bailado de Inverno
Dia 8 – Janela e cruzeiro
Dia 9 – O lilás do meu encantamento
Dia 10 – Coberto de branco
Dia 11 – Luar primeiro
Dia 12 – Cor e exotismo
Dia 13 – Matar a sede
Dia 14 – Falta a filarmónica
Dia 15 – Cores vivas
Dia 16 – Suavidade
Dia 17 – Campos coloridos
Dia 18 – Estames preciosos
Dia 19 – Tanto mar...
Dia 20 – Lugar vazio
Dia 21 – Reflexos de mar
Dia 22 – Mar da Caparica
Dia 23 – Receptor de energia
Dia 25 – Azulejos em estrela
Dia 27 – Cheirinhos
Dia 28 - Trovadores
Dia 29 – O erotismo da dança
Dia 30 – A benção do sol poente
Dia 31 – Musical orgíaco


Uma flor para...
Dia 24 - ...a Sylviah
Dia 26 - ...a Gwen

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