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sexta-feira, fevereiro 13, 2009

sexta-feira 13 a dualidade duma crendice

Sexta-feira, 13 é na tradição da civilização ocidental considerado um dia aziago, um dia onde diversas desgraças se podem juntar numa cumplicidade atroz e recaírem sobre o ser humano criando-lhe muitos problemas.

Para o cristãos, especialmente para os mais supersticiosos, é símbolo de desgraça, já que 13 eram os convivas da última ceia de Cristo, tendo este morrido numa sexta-feira. A crença na má sorte do número 13 parece ter tido, assim, a sua origem na Sagrada Escritura.

Nesta crendice, ou superstição, ou lenda, ou memória popular, como em tantas outras circunstâncias semelhantes, há uma notória apropriação por parte da Igreja dos sentimentos do Povo, de tempos muito anteriores à sua existência.

Uma lenda escandinava diz ter existido uma deusa do amor e da beleza chamada Friga, que deu origem a friadagr, sexta-feira. Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, a lenda transformou Friga numa bruxa exilada no alto de uma montanha. Para se vingar, ela passou a reunir-se todas as sextas-feiras com outras onze bruxas e mais o demónio - totalizando treze - para rogar pragas sobre os humanos. Da Escandinava a superstição espalhou-se pela Europa.

Também a mitologia nórdica se refere a este tema. No valha, a morada dos deuses, houve um banquete para o qual foram convidados doze divindades. Loki o espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga tamanha em que morreu o favorito dos deuses. Daí veio a crendice de que convidar 13 pessoas para um jantar é desgraça pela certa.

Há pessoas que pensam que participar num jantar com 13 pessoas traz má sorte porque uma delas morrerá no período de um ano. A sexta-feira 13 é considerada como um dia de azar, e toma-se muito cuidado quanto às actividades planeadas para este dia. Pessoas mais sensíveis a estas questões evitam viajar nestes dias e recusam utilizar alojamentos ou lugares em teatros e cinemas que tenham o número 13. Aliás, por essa mesma razão, a numeração dos camarotes de teatro omite, por vezes, o 13, em alguns hotéis não há o quarto com esse número que é substituído pelo 12ª e nas provas de automobilismo o 13 é banido.

Estes testemunhos e superstições são tão arbitrários e subjectivos que o mesmo número – 13 – e a mesma coincidência – sexta-feira, 13 - em vastas regiões do planeta - até em países cristãos - são estimados como símbolos de boa sorte.

O argumento dos optimistas tem por base o facto de que o 13 é um número afim ao 4 (1 + 3 = 4), sendo este, símbolo de prosperidade e de sorte.

Na Índia o 13 é um número religioso muito apreciado, de tal forma que os pagodes hindus apresentam normalmente 13 estátuas de Buda. Na China, não raro os dísticos místicos dos templos são encabeçados pelo número 13. Também os mexicanos primitivos consideravam o número 13 como algo santo, adorando por exemplo as 13 cabras sagradas.

A propósito da “sexta-feira, 13” é muito interessante a opinião do Doutor Moisés Espirito Santo, aliás, englobando a grande maioria das superstições, que opina terem origem no que poderíamos designar por “cartas fora do baralho”, isto é, situações incoerentes e estranhas que originam os mitos e superstições. No caso do 13 trata-se de um número que vem depois dos números da felicidade. A seguir à felicidade e fora dela, o azar.

Numa rápida consulta ao “O Verdadeiro Almanaque BORDA D’ÁGUA para 2009” podemos verificar que nos 12 meses do ano existem três “sexta-feira, 13”.

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