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terça-feira, agosto 31, 2004

uma rosa de encantar


a minha opinião

Uma lembrança delicada para Gilberto Gil

“Levo de Portugal uma lembrança delicada...”, palavras tão simples que contêm todo um mundo de sensibilidade e de afectos do actual Ministro da Cultura do Brasil que nos anos 60 de século passado , com Caetano Veloso, foram figuras de primeiro plano no movimento musical “tropicalismo”.

Gilberto Gil deslocou-se recentemente à cidade algarvia de Portimão, onde apresentou o sue mais recente trabalho discográfico, “Electroacústico”, num espectáculo realizado no Parque de Feiras e Exposições de Portimão.

Na oportunidade, a autarquia local convidou Gilberto Gil, para o lançamento da primeira pedra do futuro Museu de Portimão, a instalar nas antigas instalações da fábrica de conservas “La Rose” e que Gilberto Gil aceitou em toda a sua simplicidade.

Não resisti a comparar e a partilhar com os meus leitores amigos o pedantismo e soberba dos ministros do actual governo da Nação que relegam o Povo para o último lugar das suas prioridades com este homem simples que junta a sua virtuosidade musical às suas doces palavras e musicalidades inolvidáveis. Ele defende a cultura de um Povo e um Povo de cultura em todas as suas intervenções políticas.

Do Povo português levou “uma lembrança delicada...”.

segunda-feira, agosto 30, 2004

entardecer


imagens com memória

Do meu arquivo de fotografias a "preto e branco" selecionei e comentei imagens cuja memória desejo partilhar com quem visita a Oficina. Trata-se de uma outra forma de vasculhar o meu baú de recordações


Perdido



Menino só no vasto areal com o olhar perdido na preocupação de onde se encontrarão seus familiares dá agora os primeiros passos na direcção de um espaço onde um dia encontrará seu ganha pão, mas igualmente os escolhos de uma vida que sempre se encontrará em perigo.

Filho e neto de pescadores, tem a felicidade de ainda os ter a seu lado. O pai vai conversando sobre a lida do mar, a labuta da pesca e na luta pelo pão de cada dia. O avô conta-lhe as estórias e as lendas das sereias que com seus cantares maviosos sempre tentam os pescadores a mergulharem definitivamente no mar tão belo e profundo.

O menino todos ouve com seus olhos a abrirem-se de espanto, entre o convencido e o incrédulo. Mas vai aprendendo as artes de ir ao mar e os segredos de ser um bom contador de histórias.

Esta imagem levanta-me uma questão: mais de trinta anos depois de obtida, este menino terá aprendido o que seu pai lhe ensinou ou terá seguido os cânticos maviosos de uma sereia?

Local: Nazaré
Data: Finais dos anos 60 do século passado

domingo, agosto 29, 2004

lua de agosto - "reprise"


Agosto de 2004 é um mês excepcional - tem duas luas cheias - ah! o luar de Agosto!

caminhando se faz caminho

Alguns apontamentos sobre pequenos percursos em que os sentidos são despertos para o Património Natural e Construído através das cores e dos odores, das estórias e das tradições, dos saberes e dos sentires. Venham connosco fazer este caminho...


Pelos faróis de Portugal

Os faróis são elementos fundamentais para a segurança da navegação marítima. Durante o dia por contacto visual marcam claramente os principais contornos da costa, por se situarem, de um modo geral nos cabos ou nos promontórios. Durante a noite, a sua luz avisa dos perigos ou dá indicações sobre portos de abrigo contra a intempéries.

Farol do Penedo da Saudade

Situa-se 800m a Norte de São Pedro de Moel. É constituído por uma torre prismática branca com edifício anexo de cor castanha e cúpula vermelha.

Farol do Cabo Carvoeiro

Situa-se nas imediações de Peniche. É constituído por uma torre prismática branca com edifícios anexos.

Luminária de Porto Dinheiro

Situa-se na praia de Porto Dinheiro, concelho da Lourinhã e serve de apoio ao pequeno porto de pesca local.

Farol do Cabo Espichel

Situa-se no concelho de Sesimbra perto da Igreja de Nossa Senhora do Cabo. É constituído por uma torre prismática branca com edifício anexo encimada por lanterna cilíndrica vermelha.

Farol do Cabo Sardão

Situa-se na Ponta do Cavaleiro. É constituído por uma torre prismática branca com edifício anexo encimada por lanterna cilíndrica vermelha.

sábado, agosto 28, 2004

esplendor


sentir o povo que vive

O fotógrafo e a escritora percorrem a calçada, vivem o Povo. Ele, escreve ideias e sentimentos com cada clique da sua máquina fotográfica. Ela, obtém as mais belas imagens com um simples pestanejar dos cílios e a leveza da pena na escrita.


A importância dos amigos

Lado a lado, caminhando calçada acima como tantas vezes ocorrera nos tempos passados, o Fotógrafo e a escritora pareciam ausentes, por certo mergulhados em pensamentos divergentes pois, sempre que a convergência era conseguida, partilhavam sentires e quereres mesmo que nem uma palavra fosse pronunciada.

O Fotógrafo quebrou o silêncio:

_Sabe querida amiga? Estou para aqui calado pois tenho estado a meditar num assunto que sempre me foge a conclusão.
_Do que se trata? Desabafe comigo, sempre podemos encontrar um caminho em conjunto.

_Pensava sobre a reacção dos amigos quando nos sabem doentes, especialmente, quando a doença é grave.
_Não entendo...

_Olhe! Há amigos que quando nos sabem doentes nos mimam de tal forma anormal que nos sentimos mal... logo pensamos que eles nos julgam bem perto do fim...
_E os outros?

_Os outros afastam-se para bem longe, negam uma palavra de apoio, esquecem...
_Mas estes últimos serão mesmo amigos?

Lá continuaram a caminhada de novo no silêncio dos seus pensares agora, por certo, já convergentes como a maioria das vezes acontece quando caminham juntos.

_Sabe querida Escritora? O mais importante para quem se encontra doente é viver totalmente numa perspectiva de que melhores dias virão.
_Concordo plenamente!

_Os amigos ajudam muito vivendo connosco intensamente....
_E assim as probabilidades de cura serão muito maiores.

A manha começara nebulosa e pardacenta, mas agora o sol voltou a brilhar com todo o seu esplendor, criando longas sombras na calçada por tão baixo que se encontra.

sexta-feira, agosto 27, 2004

variações sobre um tema


espaço de poetar

Deixar fluir o pensamento

Numa alva folha de papel descrevi o meu sentir
Como quem traça uma linha de imaginação desenhada
Na leitura do passado, do presente, do devir
Depois dos medos, mostrar a tranquilidade encontrada.

Neste profundo sentir que vai muito além do horizonte
Procurar a luz que se opõe a tenebroso pensamento
É ânimo tão fecundo como a cristalina água de uma fonte
Em que mergulham raízes de esperança e de alento.

A força do nosso querer tem por limite o infinito
Na procura da verdade, do que neste mundo determina
O caminho a seguir sem tibiezas tal como está escrito
No rumo certo dos afectos que o espírito nos ilumina.

Quando ao virar da curva do caminho ensombrado
Deparamos com a luminosa imagem de encantamento
Atingimos o êxtase, o oásis há muito procurado
Tranquilos deixamos fluir o nosso doce pensamento.

quinta-feira, agosto 26, 2004

pela paz


um “piercing” para o umbigo da oficina das ideias

Com alguma frequência os artesãos da Oficina das Ideias são brindados com o reconhecimento público do trabalho que diariamente aqui vão realizando, trabalho modesto mas sempre executado com muito afecto. Esse reconhecimento é um autêntico brilhante, “piercing” para o nosso umbigo, que tem a virtude de nos incentivar a continuar e de inspirarem novos voos blogoesféricos.

Foi o caso concreto do nosso amigo e assíduo leitor, Luís Forra, que nos deixou um comentário que tomámos a liberdade de trazer para a ribalta desta Oficina. Diz assim o referido comentário:

“Caro Victor
Já tive oportunidade lhe exprimir pessoalmente a minha opinião quanto à qualidade dos conteúdos do seu Blog. Portanto, isento de vénias despropositadas e palavras de circunstância, publicamente reitero os considerandos da altura, baseados na força e sensibilidade que os seus artigos conseguem transmitir a quem os lê e relê.
Sabia que tinha muito para dar; mas tanto, nunca pensei.
Parabéns pela palavra sem espartilho embebida de oportunidade, saber, amor e clarividência.
Assim, a liberdade tem outro brilho...
Li o seu post sobre o desentendimento entre INEM e o Comandante dos BV de Poiares. Já tinha conhecimento do sucedido, através da comunicação social, e aproveitei a notícia para desenvolver um artigo sobre as sempre reais alternativas do CB, a publicar no Portugal Rádio CB.
Como ainda vai demorar algum tempo a concluí-lo, para o tema não perder actualidade e divulgar a sua qualificada opinião, teria muito gosto em publicar a mesma, se me fosse permitido.
Sendo tudo por agora, um abraço deste seu interessado e assíduo leitor.
Luís Forra”


A permissão, claro, foi concedida, donde o referido texto pode ser igualmente lido no espaço dedicado na Internet à defesa e dignificação da Banda do Cidadão.

Confira em Portugal Rádio CB

quarta-feira, agosto 25, 2004

flores do jardim do pinheirinho


al andar se hace camino / caminhando se faz caminho

Desde há algum tempo, com a regularidade possível, a Oficina das Ideias vem publicando aos domingos um texto ilustrado com fotografias, subordinado ao tema “Caminhando se faz caminho” onde partilha com os leitores, como na respectiva apresentação se diz: “Alguns apontamentos sobre pequenos percursos em que os sentidos são despertos para o Património Natural e Construído através das cores e dos odores, das estórias e das tradições, dos saberes e dos sentires. Venham connosco fazer este caminho...”.

Acontece que pela mão amiga de Alfonsina, mulher extraordinária com quem mantemos uma assídua permuta de sentires e saberes lá pela região do Caribe, na Venezuela, chegou até à Oficina um poema de Joan Manuel Serrat, esse mítico cantante catalunhês.

E diz assim duas das quadras que fazem parte do poema “Cantares”:

Caminante, son tus huellas
el camino y nada más.
Caminante, no hay camino.
Se hace camino al andar.

Al andar se hace camino
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.


Conheci Joan Manuel Serrat nos anos 60 do século passado, quando a obra deste cantante catalão tão importante era para a luta que em Portugal se travava contra a ditadura do Estado Novo. Nessa época vibrava, da mesma forma, com as canções de intervenção e alerta social do igualmente catalão Manolo Diaz e dos brasileiros Edu Lobo e Chico Buarque.

Que estranho desígnio me levaria 40 anos passados a utilizar uma ideia de tamanha força e inspiração de Serrat? “Al andar se hace camino”, “caminhando se faz caminho”.

Obrigado Alfonsina por me mostrares este meu estado de alma. Vives estas musicalidades com sensibilidade que é inspiradora dos artesãos desta Oficina das Ideias. Como muito bem dizes "...echo mano de esa otra herramienta que ayuda a liberar las tensiones y te permite viajar en cada una de sus melodías... otra pasion que tengo y disfruto enormemente... ya que las vivo ...o ellas viven en mí

terça-feira, agosto 24, 2004

uma flor para... a alfonsina


uma rosa especial para uma mulher muito especial

a minha opinião

O preço de tudo e o valor de nada

Não é a primeira vez que esta polémica surge, tendo tomado no caso presente contornos que nos levam a outros tempos e a outras tecnologias, sem que a problemática de fundo alguma vez tivesse sido resolvida.

O Comandante dos Bombeiros Voluntários de Poiares é acusado por uma equipa do INEM de actuar fora das suas competências e criando obstrução aos serviços de socorro institucional. O Comandante dos Bombeiros Voluntários de Poiares, acusa uma equipa do INEM de ser tardia na resposta e de pretender impedir que os bombeiros chegando primeiro ao local do acidente façam a intervenção adequada.

E qual é a situação do sinistrado ou do acidentado?

O Comandante dos Bombeiros Voluntários de Poiares apelou a todos os automobilistas para que quando programassem uma viagem incluíssem nessa programação uma listagem de telefones dos diversos quartéis de bombeiros voluntários que se situem no percurso. Na certeza que dessa forma o socorro potencialmente necessário responda de forma mais atempada do que com o recurso ao telefone nacional de socorro – o 112.

Grave desentendimento este que surge numa época em que, quer o INEM, quer os quartéis de bombeiros voluntários estão equipados com os mais avançados meios de comunicação rádio.

Já lá vai o tempo, época em que se conhecia o valor de tudo e o preço de nada, em que o voluntarismo de um punhado de homens e de mulheres, mais de 30.000 no nosso País, com o recurso a um meio de comunicação rádio de TODOS, a Banda do Cidadão, ajudaram a salvar milhares de vidas com informações atempadas da verificação de acidentes na rede rodoviária.


equipamentos deste tipo já ajudaram a salvar milhões de vidas em todo o mundo


Era a época em que a grande maioria dos quartéis de bombeiros voluntários faziam escuta no canal 9, canal de emergências da Banda do Cidadão, e aí recebiam os apelos de urgência dos milhares de veículos automóveis que circulavam nas nossas estradas equipados com rádio CB.

Porque continuamos a insistir em não valorizar o voluntariado?

segunda-feira, agosto 23, 2004

uma flor para... a gotinha


100.000 visitas ao BloGotinha - parabéns!

imagens com memória

Do meu arquivo de fotografias a "preto e branco" selecionei e comentei imagens cuja memória desejo partilhar com quem visita a Oficina. Trata-se de uma outra forma de vasculhar o meu baú de recordações

O Luto



O traje negro é muito frequente ser usado por famílias completas da Nazaré. São os custos de uma luta secular entre o homem e o mar, fruto da sua diária labuta de ir à pesca, muitas das vezes com embarcações de pequeno porte e menor segurança.

Os mais velhos lá vão continuando a viver. São o resultado de uma selecção natural onde os mais fortes e os mais corajosos vão sobrevivendo à voracidade do “mar macho”, como lhe chamam os pescadores e vão ganhando manhas e saberes nessa luta tão desigual.

Nas soleiras das portas recordam esses tempos e essas vidas de outros caminhos e viagens com as suas companheiras de sempre, num rosário de histórias sem fim. A mais nova, tocada por prematura viuvez transportará em seu olhar eterna saudade de um futuro que nunca terá.

Virá a ser um dia mais uma das velhas da praia de negro vestidas a olhar o mar profundo, tão fecundo como traiçoeiro, tão belo como tenebroso.

Local: Nazaré
Data: Finais dos anos 60 do século passado

domingo, agosto 22, 2004

caminhando se faz caminho

Alguns apontamentos sobre pequenos percursos em que os sentidos são despertos para o Património Natural e Construído através das cores e dos odores, das estórias e das tradições, dos saberes e dos sentires. Venham connosco fazer este caminho...


do Pôr-do-Sol... ao Sol posto, depois virá a alvorada

O momento mágico que representa o pôr-do-sol, maravilhoso mas fugaz, é um tempo único de meditação em que o espírito se encontra muito perto da Natureza, numa comunhão extraordinária de sentires. O olhar sempre se espraia até a espaços infinitos, muito para além da linha do horizonte.



A luz do pôr-do-sol côa através do arvoredo, quando temos a felicidade de o observar num jardim virado a poente, criando imagens quantas vezes irreais, levando-nos a espaços de mistério e de fantasia. No nosso imaginário o sol poente traz sempre a ideia da renovação no Sol do dia seguinte.



É à beira-mar, ao longo da diversificada costa portuguesa, que o pôr-do-sol toma a sua verdadeira dimensão. Se à visão do mar, profundo mar, juntarmos o esoterismo do local, estão reunidas as condições para um sol poente inolvidável, que nos dará sempre a esperança de uma alvorada que se seguirá.



Muitas vezes, o Sol ainda alto, por efeito de densas nuvens, transforma-se num disco luminoso de laivos laranja fogo que nos dá a promessa de um pôr-do-sol extraordinário. Momento propício para a iniciação no observar e no meditar deste planeta que sendo azul se deixa invadir pelo doirado.



O pôr-do-sol é benfazejo para os enamorados que por ele se deixam banhar ao entardecer, porque a seguir virá a visita da Lua prateada. Mas no momento do pôr-do-sol as cores tornam-se mais quentes, os afagos mais profundos, os sentires encontram o ambiente propício a que fluam com doçura.



Este esplendoroso pôr-do-sol, com que terminamos o caminhar de hoje, observado a partir da Mata dos Medos, representa a mensagem universal da Paz desejada para todos os Povos que sofrem a tirania dos senhores da guerra. Esta luminosidade é esperança em que deveremos caminhar... fazendo caminho.


sábado, agosto 21, 2004

imagens da costa portuguesa


sentir o povo que vive

O fotógrafo e a escritora percorrem a calçada, vivem o Povo. Ele, escreve ideias e sentimentos com cada clique da sua máquina fotográfica. Ela, obtém as mais belas imagens com um simples pestanejar dos cílios e a leveza da pena na escrita.


Cada dia é tempo completo

No virar da esquina da vida, naquele ângulo que nunca permite se consiga ver o que se seguirá, o Fotógrafo encontrou caminho esplendoroso de luz e cor que não podia deixar de partilhar com a Escritora, ela que havia retirado a cortina de nebulosidade que impedia a sua visão plena.

Os trilhos da vida são assim. Por muito escuros que possam parecer sempre a força do querer os pode iluminar. No local do costume, do habitual encontro, do cruzar de sentires, o Fotógrafo se encontrou com a Escritora.

_Então como está, meu querido amigo e inspirado Fotógrafo?
_Inspirado? Bebo inspiração em seus escritos.... Estou bem sim...
_E o porquê das reticências?
_Já sabe o porquê...

_Sabe, querida Escritora? O futuro de quem tem o seu passado tranquilo é sempre luminoso... Por muito que tenha sempre para fazer o tempo que já passou foi tempo de realização... O tempo perdido foi aquele em que podia ter aprendido mais do que aprendi... mas isso já nada pode ser feito para remediar.

_O meu amigo Fotógrafo foi sempre um homem de esperança... será que o estou a sentir com medo do futuro?
_Não minha querida, não tenho medo do futuro....cada dia que passa, cada dia que está para vir é um tempo completo... do tamanho de todo o passado...
_Quer concretizar?
_Faço projectos de uma vida que são dias completos, dia a dia....

O sorriso que trocaram, suave, quase imperceptível, era o sinal de profunda cumplicidade.

E lá continuaram calçada acima...

sexta-feira, agosto 20, 2004

fantasia 3


luminosidade

A minha querida amiga LuaLil, do Traduzir-se..., publicou recentemente no seu interessante blog o seguinte texto:

"Alguns amigos sao para nós fonte de inspiraçao...
Para ti, meu querido amigo Vicktor.

Luminosidade

Era noite, chovia forte e um vento frio tocava-me a pele molhada. Sentia frio.. mas nao desejei correr. Quis sentir aquele momento. Parecia que ele me dizia algo. Andei a passos curtos, deixei escorrer em mim ou de mim sensaçoes. Assim mantinha-me aquecida. Assim, no calor confortável em meio a chuva e o vento frio vieste tu.
Eras tu quem me aquecia.. era a tua força que me tornava forte, imbatível.
Outra vez cheia de esperança.
Dei por mim a sorrir.. dei por mim a sonhar de olhos bem abertos e coraçao batendo forte.
Tua presença e tua força era também a minha.. mais uma vez, juntos, percorríamos calçadas.. fotografávamos a vida.
Éramos inspiraçao. Éramos o calor que nasce do frio.. a luz que vem da escuridao. Éramos o som que rompe o silencio.
Éramos felizes. Somos felizes, somos a luminosidade que clareia a nossa estrada.
Era noite, chovia forte e um vento frio aqueceu-me de repente.
- postado por lualil # lualil@hotmail.com 20:50"


O texto em si é de grande inspiração, a dedicatória deixou-me sem palavras. Como agradecimento não consegui mais do que isto...


quinta-feira, agosto 19, 2004

mar belo mar


este mar é para admirar não para mergulhar

coleccionar... pacotes de açúcar

Uma vez por semana a Oficina vai dedicar um espaço ao coleccionismo de pacotes de açúcar. Esta colecção integra-se no espírito geral da Oficina “para todos” atendendo a quantidade e diversidade de peças existentes, a um custo reduzido, sem perder o interesse lúdico de coleccionar e aprender coleccionando.


Segurança nas Praias , civismo e responsabilidade

Acontecimentos recentes trazem uma vez mais às primeiras páginas dos jornais e às aberturas dos noticiários televisivos o problema grave que representa a utilização indevida das belas praias da costa portuguesa.

Num dia negro da segurança nas praias encontrava-me à beira mar deliciando-me com uma maravilhosa caldeirada e com a beleza da violência das ondas, mas batido, “mar macho” no dizer dos pescadores.

E as notícias dramáticas a darem conta da perca de sete vidas, a maioria de jovens na flor da idade, que enfrentaram a força da Natureza, de um modo geral em zonas proibidas para nadar, em zonas sem vigilância ou contrariando a sinalética das praias vigiadas que nesse dia apresentavam a bandeira vermelha, correspondendo à proibição total de ir ao mar.

Em 2003 os Cafés Delta editaram uma série de 10 pacotes de açúcar, subordinados ao tema “Seguramente Delta” e patrocinada pelo Instituto de Socorros a Náufragos, ISN. Este ano ainda nada vimos sobre o tema e o mês de Agosto já vai meado, o que significa que a aparecerem já pecam por tardios. Será que o ISN este ano não tem verba para garantir tal patrocínio?







quarta-feira, agosto 18, 2004

rosas perfumadas para as nossas amadas

A minha querida Jacky, do Linguagem das Flores, partilhou com os seus leitores amigos o seguinte texto:

As rosas estão ligadas ao amor por serem as flores preferidas da deusa Vénus. Os seus significados variam conforme as cores:

*rosa vermelha: amor e força dos sentimentos
*rosa sem espinhos: princípio de uma ligação afectiva
*rosa laranja: paixão
*rosa cor-de-rosa: amor secreto, charme e doçura
*rosa branca: pureza, unidade, humildade, sou digno de ti.
*botão de rosa branca: coração que desconhece o amor
*rosa amarela: amo-te mas não sei se o sentimento é recíproco
*rosa da Provence: meu coração arde de amor por ti.


Na Oficina idealizámos a forma de reconhecer tão maravilhosa partilha. Escolhemos três cores para rosas perfumadas:

Rosa Vermelha - amor e força dos sentimentos


Rosa Laranja - paixão


Rosa Amarela - amo-te mas não sei se o sentimento é recíproco

terça-feira, agosto 17, 2004

fantasia 2


espaço de poetar

Um dia luminoso

Numa manhã bela e luminosa
Quando a Primavera caminha rumo ao Sol
Uma bonita flor, vermelha rosa
Deu cor ao Mundo. Cantou o rouxinol.

Menina foi, depois bela mulher
Com doce olhar cativou os seus amigos
Segura caminha na senda do querer
Dos sentires seus seios são abrigo.

Seu falar é uma língua universal
Com estranha entoação e fantasia
Uma voz que nos leva pelo fresco roseiral
Ao encontro do sonho, da melodia.

Seu corpo talhado pela mão de um escultor
Cinzel mágico para tamanha obra-prima
Que moldou belas pernas com ardor
E talhou alvos seios sedentos de vindima.

Neste dia de glória, de caminhar a vida
Se encurtam distâncias pelo afecto
A taça se levanta, saúde! Bem nascida
E viver de felicidade e amor repleto.

segunda-feira, agosto 16, 2004

fantasia


imagens com memória

Do meu arquivo de fotografias a "preto e branco" selecionei e comentei imagens cuja memória desejo partilhar com quem visita a Oficina. Trata-se de uma outra forma de vasculhar o meu baú de recordações


Nazareno



Rosto marcado de rugas profundas, viagens sofridas na labuta do mar, quantas vezes cruel, para o ganho do pão de cada dia, que a família aguarda ansiosa no longo areal da Nazaré. Quase todas as mulheres vestem de negro, pois o mar sempre lhes ceifa um homem da casa. O marido ou o pai e quantas vezes o filho.

Olha as mãos que já foram fortes tenazes para fazer o “ala arriba” das frágeis embarcações com que tantas vezes travou uma luta desigual num trabalho que desde menino executou e que o roubou as afazeres escolares. Ficou-se pelo primeiro ciclo do ensino e ainda sabe escrever o seu nome.

Veste de negro pois toda a sua família já partiu para as terras do infinito e ele aqui continua aguardando sua vez “quando Deus o quiser” . É sábio e partilha o seu conhecimento do mar profundo com os mais novos que continuam a fazer-se a mar com a única garantia de partida.

Local: Nazaré
Data: Final dos anos 60 do Século passado

domingo, agosto 15, 2004

caminhando se faz caminho

Alguns apontamentos sobre pequenos percursos em que os sentidos são despertos para o Património Natural e Construído através das cores e dos odores, das estórias e das tradições, dos saberes e dos sentires. Venham connosco fazer este caminho...


das salinas á "Flor do Sal"

O sal fonte da vida, foi origem de guerras e de paz, deu nome a gentes e a cidades, foi explorado até à exaustão pelos romanos. Velhas salgas e salgadeiras marcaram uma época na conservação dos alimentos. A par do azeite e do alho constituem a base da gastronomia mediterrânea.

Mas sal sal, a maravilha e encantamento para o nosso paladar, é o sal marinha explorado desde tempos antigos ao longo da costa portuguesa. As salinas de Tavira, em pleno Parque Natural da Ria Formosa, separam a terra do mar e acolhem no seu seio muitas espécies, entre as quais o “Perna-Longa”, símbolo do próprio PN.



O sal marinho, o verdadeiro sal da vida, tem origem nas salinas resultantes da evaporação de lençóis de água do mar, evaporação lenta que se verifica nos meses de Julho a Setembro, época em pacientemente o sal vai sendo raspado e retirado das salinas numa arte ancestral de extracção dos brilhantes cristais.

Os marnotos, homens que retiram o sal das salinas, são também conhecidos como hortelãos do sal, têm um trabalho árduo executado à torreira do sol recebendo-o na pele com toda a sua intensidade, inclusive, pelo reflexo que faz no próprio sal. Trabalho árduo sem qualquer dúvida.



Nas salinas de Tavira é produzido um autêntico creme do oceano Atlântico, que se designa por Flor de Sal e que virá a ser consumido sem sofrer qualquer tratamento, estando garantido que será um produto cem por cento puro. Constitui uma fina película que cobre as salinas e é retirado com recurso a utensílios especiais.

Tivemos oportunidade de visitar as salinas de Tavira e conversar longamente com o seu proprietário Rui Simeão que nos apresentou os três tipos de sal que aí produz: sal marinho convencional, sal marinho fino, em resultado do seu esmagamento entre cilindros metálicos e a célebre “flor do sal”, óptimo para ser degustado directamente.


sábado, agosto 14, 2004

uma flor para... a gotinha


pelo Aniversário do seu Blogotinha

sentir o povo que vive

O fotógrafo e a escritora percorrem a calçada, vivem o Povo. Ele, escreve ideias e sentimentos com cada clique da sua máquina fotográfica. Ela, obtém as mais belas imagens com um simples pestanejar dos cílios e a leveza da pena na escrita.


Espaço luminoso

Passaram algumas semanas sem que os caminhos caminhados pelo Fotógrafo e pela Escritora se tenham novamente cruzado. São coisas da vida, "c'est la vie" como diria o meu amigo de Paris, resultam do tempo que passa no seu implacável caminhar rumo ao infinito.

Neste período de tempo, na verdade, as sendas percorridas por estas duas pessoas de sentires profundos e de quereres solidários, pareceram muitas vezes que se iriam de novo cruzar, mas não passavam de um convergir até em paralelas traçarem seu rumo e, depois, de novo divergirem.

A falta de inspiração do Fotógrafo poderia ser justificada por algumas preocupações que a vida sempre nos presenteia, especialmente do foro da saúde, aquelas que mais dificilmente se combatem. O apoio da Escritora nesses momentos mais difíceis nunca é negado, mesmo que o tempo e o espaço os separem, é sentido.

Depois de um golpe certeiro da vida que fez vacilar o seu proverbial optimismo, o Fotógrafo reagiu. Não seria o diagnóstico de um tumor maligno que o iria fazer sentir-se derrotado. Olhou à sua volta e saudou a Natureza. A sua luminosidade lhe disse para continuar o caminho.

Nesses dias fotografou como nunca. O património natural e o construído mas, muito em particular, as pessoas. Os rostos expressivos de vida e de amor. Os afectos e o brilho do olhar. Os lábios húmidos e as narinas ligeiramente dilatadas. Fotografou. Fotografou.

A Escritora poetou como nunca. A inspiração lhe voltou ainda com maior intensidade donde resultaram belos textos que são imagens, maravilhosos poemas que são vida. Os sentimentos à flor da pele se transformaram em rimas de simplicidade, como simples é o bem querer.

E os caminhos do Fotógrafo e da Escritora que tardavam em se voltar a cruzar encontraram-se no espaço etéreo do devir porque o futuro que também é presente estava ali em toda a sua luminosidade.

sexta-feira, agosto 13, 2004

uma flor para... a cathy


Feliz Aniversário querida Amiga

marcas da história

Sou um apaixonado pelas marcas da história e da vida das gentes que passaram por este planeta de encantamento. Planeta azul quando de longínquo espaço observado, embora seja a cor verde a que mais me seduz e os tons negros da guerra os que mais me repugnam.

Quando a oportunidade surgiu percorri longamente os campos de Stonehenge absorvendo o ar húmido e estranho que o rodeia, deixando o meu olhar percorrer caminhos do passado ao encontro de quem tão importante monumento erigiu. Observatório astronómico? Espaço religioso e iniciático?

Na verdade, me perdi em meditação de como seria a vida de antanho, que homens seriam aqueles que tal obra tinham tido capacidade de criar, tanto mais com os parcos recursos tecnológicos que possuíam. Mas todo o ar que ali se respira está impregnado de esoterismo e sempre se espera encontrar um druida ao virar de um megalito.



Tempos passados, pela terras do Almendre, nas amplas planuras do Alentejo, fui surpreendido pela magia de um cromeleque que me levou até aos tempos em que os homens observavam os astros e meditavam na sua razão de existir.

Sentiam-se pequenos e dependentes de forças que não controlavam. Mas acima de tudo colocavam os afectos e o pensar profundamente nas forças da Natureza. Eles próprios “natureza” e “força”, o encantamento da existência.

Muitos séculos depois, o homem julgou-se “senhor do Mundo” e encetou a sua caminhada de destruição de tudo que se lhe opõe, do seu próprio semelhante, e das forças que não entende.



Sou um apaixonado pelas marcas da história e da vida das gentes. Não sou especialista nestas coisas mas gosto de aprender. Fiquei surpreendido com uma notícia recente:

O conjunto megalítico transferido do Alqueva para as terras de Monsaraz, em resultado da obra hidráulica recentemente realizada, conhecido como cromeleque do Xerez, encontra-se sob suspeita de ser falso.

quinta-feira, agosto 12, 2004

flores do jardim do pinheirinho


coleccionar... pacotes de açúcar

Uma vez por semana a Oficina vai dedicar um espaço ao coleccionismo de pacotes de açúcar. Esta colecção integra-se no espírito geral da Oficina “para todos” atendendo a quantidade e diversidade de peças existentes, a um custo reduzido, sem perder o interesse lúdico de coleccionar e aprender coleccionando.


Novos pacotes se solidariedade

A DELTA Cafés, a semelhança do que fez o ano passado, lançou recentemente uma série de 12 pacotes de açúcar dedicados à campanha de grande impacto visual “A morte por afogamento é rápida e silenciosa” que está a ser promovida pela APSI, Associação Portuguesa para a Segurança Infantil.



Uma vez mais, a empresa de cafés do Comendador Nabeiro colocou o espaço do rectângulo de papel destinado a conter açúcar ao serviço de uma causa social. É um exemple que deveria ser seguido por grandes empresas do ramo alimentar que operam em Portugal.

Por outro lado, os Cafés Ritazza, que são servidos em diversas áreas de serviço das nossas auto-estrada, especialmente naquelas cujo concessionário do ramo restauração é a Eurest, estão a colaborar na campanha “O Sangue é Ouro”, do Instituto Português do sangue. Uma outra excelente iniciativa.



Claro, os coleccionadores de pacotes de açúcar também agradecem!

quarta-feira, agosto 11, 2004

portinho

Quarenta por cento da mancha florestal da Serra da Arrábida foi destruída pelo fogo florestal. A falta de prevenção é uma das principais razões de tamanha calamidade. O governo da Nação, responsável primeiro, calou a situação. Esta imagem já não existe mais.


Portinho da Arrábida

minha amiga lualil desafiou...

Minha querida amiga LuaLil, do Traduzir-se... desafiou:

Espelhos d´agua
Os seus olhos sao espelhos d'água
Brilhando voce pra qualquer um
Por onde esse amor, andava
Que nao quis voce de jeito algum
Hum, que vontade ter voce
Que vontade de perguntar
Se ainda é cedo
Uuuhhh, que vontade de merecer
Um cantinho no seu olhar,
Mas tenho medo....
Fundo Musical: Espelhos d´agua - Patricia Marx



Não reisiti e respondi à letra:

Seus olhos são a doçura do mel
Prateados pelo reflexo do luar
Que prendem de amor quem os fixa.
Nunca é cedo demais
Para merecer a tranquilidade
O afago da mão amiga
O pestanejar da cunplicidade
Sem medo...



terça-feira, agosto 10, 2004

luzes da feira


imagens com memória

Do meu arquivo de fotografias a "preto e branco" selecionei e comentei imagens cuja memória desejo partilhar com quem visita a Oficina. Trata-se de uma outra forma de vasculhar o meu baú de recordações


Numeração


Os caixotes feitos em madeira, a moda do plástico só viria a surgir alguns anos depois, colocados em equilíbrio por mãos experientes, formavam pilhas de centenas de unidades, milhares talvez. Cada um destes caixotes continha cerca de 25 quilogramas de peixe devidamente separado por espécies. Designavam-se “tecas”.

A fartura do peixe nos cardumes que se deslocavam ao longo da nossa costa aliada a uma frota pesqueira significativa garantiam o pão para as numerosas famílias que nas localidades piscatórias viviam das artes de ir ao mar.

Anos passados, acordos europeus levaram ao desbaratamento da frota piscatória portuguesa, lançando muitas famílias na miséria e obrigando-as a migrarem na senda das “luzes da cidade”.

A permissivdade com que as entidades oficiais trataram a autêntica invasão espanhola por arrastões permitiram a quase total destruição dos fundos com a consequente extinção dos cardumes.

As nossas aldeias e vilas piscatórias não são hoje em dia mais do que fantasmas do que eram na época desta fotografia.

Local: Sesimbra
Data: Finais dos anos 60 do Século passado

segunda-feira, agosto 09, 2004

uma rosa para a... gotinha


curiosidades

Os nossos amigos palitos

Os palitos são utensílios muito presentes nas refeições de todos nós, independentemente da região do mundo onde a mesma seja degustada. O “pallilo” da língua castelhana, o “toothpick” dos ingleses e o “cure-dent” dos franceses não é, contudo, aceite pacificamente pelos puristas das boas maneiras à mesa.

Aquele pequeno pedaço de madeira, usado de forma dissimulada pela mão ligeiramente colocada para encobrir o seu “trabalho” ou de forma libertina aconchegado no canto da boca “pronto a entrar em acção” sempre foi fruto de controvérsia.

Acontece, que todos nós já sentimos um dia a necessidade imperiosa de retirar de entre os dentes aquele pedaço de bacalhau ou um “bife” que aí se introduziu inadvertidamente, desejando ter à mão o tal malfadado palito.

O fabrico dos palitos socorre-se da madeira, embora já existam algumas tentativas de os fabricar em plástico, bem cada vez mais escasso e que urge poupar, pelo que é curioso comparar um palito português com um palito holandês para nos apercebermos da diferença de preocupações neste campo.



O palito holandês além de ter um comprimento menor, 50mm o holandês contra 70mm do português, o seu formato é mais anatómico havendo menos desperdício de madeira no seu fabrico. Além disso é impregnado de um produto que refresca e desinfecta.

No falar popular o “palito” é muitas vezes utilizado: “palitar os dentes”, “servir de palito”, “pareces um palito”. Não confundir com “pôr os palitos”.

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