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segunda-feira, agosto 16, 2004

imagens com memória

Do meu arquivo de fotografias a "preto e branco" selecionei e comentei imagens cuja memória desejo partilhar com quem visita a Oficina. Trata-se de uma outra forma de vasculhar o meu baú de recordações


Nazareno



Rosto marcado de rugas profundas, viagens sofridas na labuta do mar, quantas vezes cruel, para o ganho do pão de cada dia, que a família aguarda ansiosa no longo areal da Nazaré. Quase todas as mulheres vestem de negro, pois o mar sempre lhes ceifa um homem da casa. O marido ou o pai e quantas vezes o filho.

Olha as mãos que já foram fortes tenazes para fazer o “ala arriba” das frágeis embarcações com que tantas vezes travou uma luta desigual num trabalho que desde menino executou e que o roubou as afazeres escolares. Ficou-se pelo primeiro ciclo do ensino e ainda sabe escrever o seu nome.

Veste de negro pois toda a sua família já partiu para as terras do infinito e ele aqui continua aguardando sua vez “quando Deus o quiser” . É sábio e partilha o seu conhecimento do mar profundo com os mais novos que continuam a fazer-se a mar com a única garantia de partida.

Local: Nazaré
Data: Final dos anos 60 do Século passado

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