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quarta-feira, agosto 31, 2005

uma flor para... o david


a felicidade de ver crescer um filho saudável, honesto, solidário

A magia do número 7

Vamos desenvolver esta temática em semanas sucessivas na sequência de um “apanhado” que em tempos realizámos e que foi aqui apresentado na Oficina, tendo na altura contado com importantes contribuições dos nossos leitores amigos.


No Arco-Íris – as 7 cores
O arco-íris é um dos mais maravilhosos espectáculos de luz observado no planeta Terra. Resulta da refracção da luz solar nas pequenas gotas de água das chuvas. As 7 cores do Arco-Íris: Vermelho [V]; Alaranjado [A]; Amarelo [A]; Verde [V]; Azul [A]; Anil [A] e Violeta [V] expressas na mnemónica VAAVAAV

Na Música – as 7 notas musicais
Quando uma corda é posta a vibrar, desenvolve-se nela uma onda que é a superposição do modo fundamental. Nota musical é a onda sonora desenvolvida no ar por essa onda complexa. A nota é musical, ou seja, agradável ao ouvido humano, porque as frequências das componentes guardam entre si relações matemáticas simples. As notas musicais designam-se Dó Ré Mi Fa Sol Lá Si Dó, com as quais se escrevem sublimes obras de música.

Na Anatomia Humana – os 7 orifícios do rosto
Seja belo ou menos belo, De mulher ou de homem, De adulto, criança ou ancião o rosto humano comporta sete orifícios. Dois olhos, duas narinas, dois ouvidos e uma boca, fazendo parte integrante do ditado comum “ver, ouvir e calar”.

Na Semana – 7 dias
Quando comparamos os nomes dos dias da semana em português e em outras línguas, verificamos uma grande divergência. Em espanhol, italiano e francês que são línguas latinas, e também em inglês, os nomes referem-se aos astros e planetas (Sol, Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vénus e Saturno). Em português as designações adoptadas não estão relacionados com os astros, salvo o Sábado, relacionado com Saturno. O Domingo, “dia do Senhor”, é o primeiro da semana. Os dias subsequentes, a partir do segundo, são dedicados ao trabalho e portanto: Segunda–feira, Terça–feira, Quarta–feira, Quinta–feira e Sexta–feira. A expressão "feira" tem origem em "féria" que indica a remuneração pelo dia de trabalho. São, pois, os dias de trabalho.

terça-feira, agosto 30, 2005

banho de energia


piquenicar

Nos tempos da simplicidade ir “fazer um piquenique” significava festa e alegria, especialmente entre a petizada. Significava a família estar junta, ao ar livre, em amena confraternização, algo afastados do local de residência. O meio de transporte, por vezes, eram as próprias pernas e as bagageiras os ombros dos mais velhos que carregavam os cestos com as vitualhas.

Quando a viajem era mais longa, utilizando o caminho de ferro, as camionetas, os mais endinheirados, o próprio automóvel, a justificação principal da deslocação era a de VER os monumentos e as paisagens e como complemento fazer um piquenique.

O lanchar nas hortas são outros contos, contas de um mesmo rosário, que ficarão para outra ocasião.

Não posso deixar de publicar hoje, e faço-o com muito agrado, dois pequenos textos chegados de paragens tão distantes mas em sintonia do mesmo espírito, da mesma nostalgia...


Do meu amigo MFC, do Pé de Meia:

“Fizeste-me lembrar os tempos em que a família saía numa passeata de lancheira a encher a mala do carro, mais os pratos, colheres, copos, etc. Depois era arranjar um pinhal conveniente... e prosseguir a viagem que normalmente era curta! Grandes tempos em que durante esses almoçozinhos dava tempo para os maiores falarem e a pequenada (nós) brincarmos como uns doidos à solta.


Da Lualil, do Traduzir-se...:

Quando éramos crianças íamos de carro para a casa dos nossos avós que ficava numa cidade muito muito distante da nossa... mas às vésperas disso já eu não conseguia dormir de tanta ansiedade.. também levávamos comidas.. e costumávamos parar no meio da viagem para almoçarmos uma comida também de frango que a nossa mãe fazia e que ia cheirando pelo carro metade do caminho.. são lembranças tão boas estas que me fizeste ter...

segunda-feira, agosto 29, 2005

simbiose perfeita


e de repente fui surpreendido...

E de repente o TrueFresco Site Referrer Feed Service me surpreendeu. Dezenas de contactos vindos dos mais diversos pontos do Mundo haviam sido por este sistema registados nas últimas horas. Austrália, Dinamarca, Malásia, Estados Unidos, Brasil alguns dos países que retive na memória.

Por certo num dos meus posts mais recentes escrevi uma palavra atractiva para tantos blogueiros de países tão diversos. Sobra-me a dúvida de qual palavra será essa.

Entretanto, a minha amiga Claudia, do Meias Intimidades, brindou-me com uma série de comentários e um convite para visitar o seu fotoblogue Imagens tão Minhas.

Com os textos de três dos seus comentários resolvi elaborar este modesto poema que dedico à Claudia:

Adoro céus!
Neles caminhar meus sonhos de Liberdade
Sou suspeita para falar de qualquer um ...
Todos eles plenos de Esperança de afectividade

E como é ...
Voar ares feitos mares de navegar...
Vertical... sempre de pé
O tempo urge, não podemos parar.

Me senti dentro dessa paisagem
Amplo espaço de querer e de sentir
que descreveu qual miragem
Luminosidade do devir

domingo, agosto 28, 2005

fim de tarde tranquilo


espaço de poetar

Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de maravilhar. Juntando algumas palavras, dando-lhes sentido e afecto procuro nelas o encantamento. Perdoem a ousadia, mas cá vou eu poetar...


Morena de Olhos Castanhos

Olhos castanhos, envolventes e profundos
Escondem segredos das terras quentes, sensuais
Iluminam sentires, indicam veredas, novos mundos
A quem deles se abeira, em sublimes rituais

Teu sorriso acolhe meus doces pensamentos
Lábios carmim de pétalas de rosa desenhados
Calam promessas de inolvidáveis encantamentos
Onde as virtudes se confundem com pecados.

Pele trigueira daquele maravilhoso pigmento
Que de doirado culmina em negro nos mamilos
Entumecidos pela forte excitação do momento
Em que orgulhosos se erguem belos, tranquilos.

A ondulação erótica de teu dorso moreno e belo
É promessa de sensual desejo no ventre que oculta
Acolhe minhas carícias com ternura e desvelo
Carícias da boca que o beija em ansiedade adulta.

E quando em tua intimidade meu corpo aconchego
Um frémito de afecto, de desejo e de querer
Impelem minha boca minha língua meu desassossego
Numa desejada carícia que é sentir e que é viver.

sábado, agosto 27, 2005

navegar é preciso


preguiçar à beira mar

Deixei-me preguiçar frente a este mar imenso em tonalidades fortes de azul que começava a doirar com o lento caminhar do Sol em direcção ao ocaso. Depois da brisa terrestre que a esta hora sopra quase diariamente a calmaria havia se instalado numa conjugação perfeita de cores e de odores.

O guinchar de uma gaivota agitada por algum peixe que os pescadores haviam deitado ao mar e que outra lhe pretendia furtar cortava o silêncio embrulhado no prateado do suave rebentar da ondulação que se espraia na areia.

Os surfistas foram regressando do mar, terminadas que foram as manobras que estavam a executar. Após a troca dos fatos de borracha por calções e blusas foram-se afastando da praia rumo aos seus destinos.

O ambiente tranquilo e cálido conduzia-me à meditação... até mesmo ao sonho.

O prazer de viver a vida, de sentir a força da Natureza que em momentos como este se torna afável, cúmplice dos nossos sentires. São momentos únicos de encantamento, hino à maravilhosa vivência que me extasia e que com a leveza de uma gaivota me leva por mares e terras, pelos vales e montanhas...

De súbito, vindo de lado algum, um elegante veleiro desliza suavemente empurrado por uma brisa com o odor das algas que dão vida ao fim de tarde.

sexta-feira, agosto 26, 2005

suavidade


procurar ver vida na lua

Numa noite calma de início de Outono, sentado tranquilamente numa cadeira de braços virado a Sul, observo deliciado a Lua em sua plenitude de luminosidade e nitidez. O Verão já é passado mas deixou ainda um longo véu de calidez que impregna o ar com os cheiros dos jasmineiros em perfeita harmonia com o odor das folhas secas.

Um morcego realiza os seus voos de caça aos insectos atraídos pela luz coada de um candeeiro próximo e, por vezes, faz um voo exploratório ao local em que me encontro saudando um semelhante seu na ordem natural, um animal mamífero que também sou.

Esta amizade, este gosto em saudar, esta cumplicidade são sentires de longos anos. Têm passado, por certo, de geração em geração morcegal. Mas é agradável sentir esta aproximação. O morcego desviou por momentos a minha atenção que voltou a concentrar-se do disco de prata lunar.

A espaços temporais variáveis a alvura do disco lunar é rasgado pela passagem de grupos de aves migratórias que aproveitando a tranquilidade da noite e a protecção que o escuro lhes garante em relação à maioria dos predadores, realizam as suas longas viagens geneticamente definidas.

Pacientemente conto o número de aves que num espaço temporal contrastam com o prateado fulgor da Lua.. Por vezes consigo identificar a ave em questão pela envergadura ou pelo estilo de voo, outras escuto os seus vocálicos emitidos enquanto se deslocam. Naquele momento, em todo o Mundo onde a Lua é visível no máximo esplendor milhares de pessoas estão a efectuara a observação que eu faço.

Aqui fica o convite. Não percam uma oportunidade de tranquilamente observarem a Lua no próximo dia 18 de Setembro. Assim o firmamento se apresente limpo de nuvens e de nevoeiros.

quinta-feira, agosto 25, 2005

encantamento em rosa


malhoa e bordalo

Desde menino que me habituei a visitar a cidade das Caldas da Rainha viajando com os meus pais e avó. A distância a percorrer desde a nossa casa não era grande e havia sempre o esperado aliciante de nos abastecermos de alguma fruta de boa qualidade comprada no mercado ao ar livre que funcionava na Praça principal da cidade.

O almoço viajava connosco, normalmente arroz de frango ou outro “petisco” de fácil transporte e conservação, e degustado tranquilamente no parque das merendas situado nas cercanias do hospital termal, nas sombras do magnífico parque citadino. Espalhadas pelo jardim bonitas peças de estatuária e lá mais ao fundo um edifício de traça simples e cor de camurça.

Quando já era mais crescido a minha curiosidade levou-me a aproximar e visitar o referido edifício. Trata-se do Museu José Malhôa onde se encontram expostas obras deste emérito pintor caldense. Noutra das salas do mesmo edifício a exposição de algumas peças de Rafael Bordalo Pinheiro.

Este Museu passou a ser lugar obrigatório de visita sempre que me deslocava a Caldas da Rainha, apercebendo-me da sua degradação e, mais tarde, de uma importante recuperação e beneficiação.

Até 16 de Outubro do corrente ano, em memória dos dois importantes artistas caldenses, decorre no Museu José Malhôa, de Caldas da Rainha, uma exposição antológica evocando os 150 anos do nascimento de José Malhôa (1855-1933) e o centenário da morte de Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905).

Cerca de 200 obras dos dois artistas são expostas em três diferentes núcleos. Na sala Bordalo os trabalhos de grafismo, as revistas onde foi director no Brasil e em Portugal e as suas famosas cerâmicas. Também se encontram expostas as figuras da Paixão de Cristo que Bordalo Pinheiro executou em barro por encomenda do Governo para serem colocadas nas capelas da mata do Buçaco.

A sala Malhôa expõe quadros famosos de José Malhôa, com temas urbanos e rurais, com destaque para os quadros Papas e Os Bêbados. A terceira sala é dedicada ao Grupo do Leão, tertúlia artística que se reunião na cervejaria que lhe deu o nome, e à Geração Naturalista de grande influência cultural nos finais do Século XIX.

O Museu de José Malhôa, funciona no primeiro edifício museológico construído de raiz para o efeito, em Portugal, situado no Parque D. Carlos I, nas Caldas da Rainha.

quarta-feira, agosto 24, 2005

da imagem nasce poema

A minha querida amiga Lualil, do Taduzir-se..., poetou sobre uma imagem da Costa Oeste de Portugal. O resultado está à vista...


visitante cinquenta mil

Por volta do meio-dia de hoje, quando no firmamento do hemisfério Norte eram visíveis o Sol e a Lua em momento de encantamento a Oficina das Ideias recebeu o seu visitante com o número 50.000. Não deixou o traço da sua passagem, quem sabe de que longínquo País seria.

Queremos daqui saudá-lo qualquer que seja o ponto do Universo em que se encontre.

terça-feira, agosto 23, 2005

obrigado pela inspiração, doce lualil


um "desafio" da lualil

A minha doce amiga Lualil escreveu no seu Traduzir-se... do passado dia 20 de Agosto um autêntico desafio à minha imaginação...

“Não sou poeta...
Junto letras, palavras, frases num pedaço de papel
....................................................... “


Não resisti à tentação de lhe responder, como na altura lhe escrevi “bebendo suas palavras” no seu próprio dizer de a “reler”...

Quem me dera ser poeta
Com as letras construir palavras ao ritmo do fevro ou do forró
Primeiro dengosamente
Logo depois na agitação do viver
Plenamente
De ti recolho a poesia e o sentir
A inspiração
O muito querer
O cheirinho dos jasmineiros
O teu doce olhar
Reflectido nos meus olhos de lágrimas e sorrisos

segunda-feira, agosto 22, 2005

50.000 é já a seguir...

Ao escrever este breve texto o contador do “site meter” indica 49.835 visitas, aproximando-se então dos 50.000 visitantes à Oficina das Ideias.

Seria com agrado que o pessoal da Oficina receberia a informação de quem estabeleceu esse contacto de grande significado para as nossas modestas pretensões.

espaço de poetar

Não sou poeta inspirado nem sequer sei construir rimas de maravilhar. Juntando algumas palavras, dando-lhes sentido e afecto procuro nelas o encantamento. Perdoem a ousadia, mas cá vou eu poetar...


O Paralelepípedo

Paralelepípedo é pedra de calçada
Que apoia a caminhada do romeiro
É marco, é sinal da rota desejada
Na senda do sonho, querer primeiro.

Pedra talhada de calcário ou de basalto
O paralelepípedo tem a forma do caminhar
Eleva o sentir ao seu ponto mais alto
Traça uma rota do partir ao chegar.

O descanso do romeiro é uma pausa
No caminhar rumo à luz, ao infinito
O paralelepípedo é o símbolo de uma causa
E assim está dito e assim está escrito.

Escrever um poema, responder ao desafio
Lançado por alguém que é muito sábio
É atrever-se a bailar palavras, acender o pavio
Ler o paralelepípedo, qual astrolábio.

domingo, agosto 21, 2005

costa oeste


país desnorteado

Portugal está sem rumo.

Governos sucessivos, não tem significado o seu enquadramento partidário, foram destruindo paulatinamente o passado, evocando para o efeito incompetência e más políticas dos anteriores governantes. O efeito cumulativo destas atitudes induziram nas pessoas um total desnorte uma profunda desconfiança.

O voto hoje em dia significa mais “contra” do que o apoio a políticas que falham em toda a linha. Políticas económicas erradas que não perspectivam, nem sequer a médio prazo, qualquer laivo de desenvolvimento. Políticas de preservação da Natureza completamente falhadas por falta de capacidade de previsão, já não falando nos erros na prevenção.

A nível institucional perdeu-se completamente a noção da riqueza do passado de um Povo. O presente vive-se em erros sistemáticos, numa total falta de humildade, ignorando a desorientação existente entre quem dirige as políticas do País. Daí resulta que quem se encontra no Poder procura para si para os seus familiares e para os seus amigos obter o máximo de proventos no mais curto espaço de tempo.

É fartar-se a vilanagem!

E o futuro?

Perdida a noção de passado de um Povo, vivendo-se o presente sistematicamente em contramão, que saída haverá para o futuro? A solução está na simplicidade das pessoas, no seu trabalho humilde, na cultura que dentro de si possuem. As pessoas têm que FAZER.

Como já diversas vezes escrevemos “a prevenção dos fogos (para os novos governantes, ignições!) é feita no Inverno”. Da mesma forma “a prevenção das inundações é feita no Verão!”.

Acontece que os nossos governantes têm declarada falta de capacidade de trabalho. Não servem!!

Dizem que não é altura de resolver os prejuízos causados pelos fogos pois a prioridade agora é extingui-los (como se fossem eles com seus casacos de alpaca, talvez Armani, a fazê-lo).

Dizem que não é altura de estudar as medidas de prevenção para as inundações de Inverno pois a prioridade agora é extinguir os fogos.

Dirão no Inverno que não é altura de estudar as medidas de prevenção dos incêndios de Verão porque então será prioridade cuidar das inundações.

O governo deste País está em contraciclo. Mantém-se dessa forma há longos anos... Os governantes estão desnorteados.

sábado, agosto 20, 2005

flor do cacto


companhias da noite

Mais de duas horas já passaram depois que o Sol, qual bola de fogo a consumir-se a ,milhões de graus de temperatura, mergulhou nas profundas águas do Oceano, levando consigo a brisa do fim-de-tarde tão frequente nesta região. Aqui, na zona de transição entre o mar e a mata, observo tranquilamente o movimento da Natureza, enquanto me balanço numa cadeira brasileira pendurada no frondoso pinheiro manso do meu quintal.

As gaivotas já iniciaram a seu voo diário vindas do mar para uma lixeira próxima. Depois da refeição faustosa de peixe deitado ao mar pelos pescadores das artes, vão ter uma refeição de “lixo” para completarem a dieta diária. Voam em formação desordenada pois tiveram que vencer em voo ascendente a Arriba Fóssil, mas pouco a pouco vão-se deixando embalar nas linhas de pressão atmosférica constante. Poupam esforços enquanto se deixam planar.

Os melros, esse já emitiram os últimos piados do dia, ordem de recolher que não significa descanso. Têm nos ninhos as suas crias e, então, deverão ficar atentos às surtidas dos predadores que na calada da noite poderão atacar os ninhos. De vez em quando ainda se ouve um ligeiro gorjear como a tranquilizar as crias que por vezes se agitam nos ninhos.

Lá longe, vindo dos lados da Quinta, ouve-se um penetrante piar de algum mocho que prematuramente iniciou as suas acções de caça. Mais logo, na noite profunda, a sua actividade vai intensificar-se, na companhia das corujas das torres de figura mística e estranha. Por agora é um só mocho isolado. Mais tarde serão muitos, mas continuarão a agir isoladamente. Têm a noção de bando muito reduzida.

Reflectida pelo cone de luz de um candeeiro próximo apercebo-me de uma sombra esvoaçante que me é muito familiar. É o pequeno morcego que com os seus sensíveis radares já se apercebeu da minha presença. Não sei qual dos seus sentidos é em primeiro lugar activado. Mal chega o morcego apercebe-se de imediato da minha presença.

Começa, então os seus voos de cumprimentos. Voos circulares, cada vez mais próximos do local em que me encontro. Se horas por ali me mantiver, outro tanto tempo ele se manterá esvoaçando em círculos mais ou menos perfeitos. Esta noite, como já em tempos acontecera, vem acompanhado. Estamos na época do acasalamento dos pequenos morcegos.

sexta-feira, agosto 19, 2005

lua de agosto


O mais belo luar do ano - parece flutuar no mar nocturno da Caparica

curiosamente...

Quando o número das visitas à Oficina das Ideias se aproxima dos 50.000 verifica-se uma situação curiosa, segundo os dados fornecidos pelo sistema NeoCOUNTER:

Os visitantes do BRASIL assumem a liderança dos Top Five das preferências universais dos leitores desta Oficina



Obrigado a todos os visitantes que trazem o afecto desde o outro lado do Atlântico... Bem hajam!

quinta-feira, agosto 18, 2005

simplesmente rosa


voos nocturnos

As aves nocturnas animam o tempo e o espaço de Valle do Rosal depois do pôr-do-sol e até alta madrugada com os seus piares agudos e frequentes voos de caça. Outras há que aproveitam esse tempo de calmaria, quando a intensidade dos raios solares já se não faz sentir, para encetar os seus voos migratórios.

As aves que têm o seu tempo de maior actividade após o pôr-do-sol têm os olhos colocados na posição frontal são redondos e amplos e contém em si muito mais células foto-sensíveis do que qualquer outra ave. O desenho característico das faces ajuda a conduzir mais som aos canais auditivos: Têm uma visão e uma audição extraordinárias.

Ligados, desde sempre, ao mistério ao extrasensorial ao sobrenatural estas aves incomparáveis continuam com forte presença no imaginário de todos nós. Quando os oiço piar nas tranquilas noites de Verão, sinto um desejo profundo de melhor os conhecer, de decifrar o sentido do seu misterioso olhar.

As aves que aproveitam a noite para os seus voos migratórios, fazem-no no maior silêncio com rumo bem determinado e em formação de voo colectivo, onde é fácil reconhecer o guia. Na ordem do bando e na respectiva organização encontra-se o êxito da deslocação anual.

Na tranquilidade da observação é um encantamento identificar e contar as aves que passam defronte da Lua Cheia que amanhã atinge o seu apogeu.

quarta-feira, agosto 17, 2005

raios de cor


comunicação pouco amigável

O “sempre contactável” e a possibilidade de facilmente entrar em contacto com terceiros, muitas vezes para situações de emergência, potenciados por uma acção de marketing intensiva no espaço global fez com que, hoje em dia, existam operacionais em média em Portugal mais de um equipamento por habitante.

Contudo, o telemóvel é um meio de comunicação pouco amigável, diria mesmo que é agressivo.

Cria entre as pessoas uma autêntica ditadura da comunicação. Por um lado os seus detentores sentem-se na obrigação de o ter sempre operacional, por outro lado terceiros “exigem” obter uma resposta quando efectuam um contacto. Cria-se assim um elo de obrigatoriedade, embora assumida, que subscreve a referida ditadura.

Deixou de haver espaço de intimidade, hora de refeição, concentração na condução automóvel, justificado pelo “sempre operacional” tanto ao gosto dos tecnocratas e daqueles que encobrem a falta de competência e o espírito individualista e egoísta por esse falacioso chavão.

A adição torna-se de tal forma grave que se criam situações dramáticas e de desespero, se pintam quadros de preocupação pela saúde e bem estar dos familiares quando do outro lado se não obtém resposta. Razões tão simples como falta de rede, bateria descarregada, saldo disponível esgotados podem ser as razões da ausência da resposta.

O telemóvel vendido como panaceia para todas as necessidades de comunicação tem sido o grande vencido nas situações de fogo florestal (os governantes deste País dizem ignições!!!!) que dramaticamente têm fustigado Portugal. Na verdade com as células desactivadas pelo fogo não há telemóvel que salve as comunicações.

Não sou saudosista, mas que falta fazem as radiocomunicações de todos, a Banda do Cidadão.

terça-feira, agosto 16, 2005

...e floriu uma rosa


lisboa, nas chegadas

Lisboa, porto de partida e porto de chegada. Poetas e prosadores, políticos e jornalistas têm utilizado esta forma de se referirem a Lisboa como autêntica placa rotativa das gentes que viajam pelo Mundo e, ainda mais, como fulcro de movimentos migratórios de todas as eras e na própria actualidade.

Do Cabo de São Vicente sonho o Infante Dom Henrique chegar a terras longínquas contactar gentes e saberes exóticos. Traçou caminhos e rotas, sulcos no mar imenso pejado de perigos e por monstros terríveis defendido. De Lisboa partiram as naus e os navegadores nessa procura sonhada, mas nem todos regressaram, nem todos por cá chegaram.

Destes cais que ferem o Rio com a sua frieza, desta Lisboa ribeirinha, logo ali mais à frente a namorar o mar em doce enleio, partiram jovens mancebos prematuramente roubados à família para uma guerra de regime sem glória, nem a guerra nem o regime.

Para muitos deles foi ponto de partida sem o ter sido de chegada.

De Lisboa partiram e chegaram caravelas, paquetes, transatlânticos, até mesmo hidroaviões. Numas épocas mais de partida, noutras mais de chegada, consoante o sentido das correntes migratórias do momento.

Depois o mar, que já havia tomado o lugar da terra, cedeu-o ao ar. As partidas e chegadas passaram a ser mais demoradas do que a própria viagem. A tecnologia e a logística trataram de separar as partidas das chegadas. Não mais passaram a conviver o choro da partida com o sorriso da chegada.

Hoje estou em Lisboa, porto de partida e porto de chegada, mas no contentamento na alegria nos sorrisos das chegadas. Olhares agitados que procuram o ente querido, abraços apertados que festejam o reencontro, beijos no estilo da intimidade existente. Mas também o primeiro encontro...

segunda-feira, agosto 15, 2005

uma rosa muito especial


o frevo nas noites charnequenses

O Brasil mais do que um País, mais do que um Continente, é um Mundo. A sua extensão geográfica, a multiracialidade das suas gentes, a diversidade climática e, muito em especial, a sua abrangência cultural fazem do Brasil um País único, um autêntico repositório de sentires e de saberes.

Não espanta pois a existência de um amplo leque de estilos de música tradicional, com as mais diversas influências, com grande relevância para os sentires africanos, esses também de uma grande riqueza.

Não são estranhas ao nosso ouvido designações e sonoridades tal como as do internacionalizado samba, do forró, do axê, da música sertaneja. Há, contudo, um estilo que provoca em mim uma vibração muito especial. É o pernambucano FREVO. Estilo único somente vivido no Estado de Pernambuco, com relevo para o Carnaval Recifense.

O FREVO que pela manhã, quando as gentes e os “passistas” descem à rua, é lento e dengoso vai “aquecendo” com lento escorrer do tempo, tornando-se frenético e muito vivo, já nas proximidades do ritmo dos maracatus. Os guarda-chuvas coloridos não param de se agitar na execução de coreografias individuais, singularizadas pelo por ágil movimento de pernas que se dobram e estiram freneticamente.

A sombrinha usada pelos pernambucanos durante o frevo, era usada pelos escravos, que utilizavam bengalas de madeira, para atacarem e se defenderem das provocações a que eram sujeitos. As pernadas, o giro, a tesoura e outros movimentos usados na capoeira, são-no aqui em ritmo acelerado.

No jantar de ontem à noite no restaurante Sabor Mineiro fui surpreendido pelo meu amigo e cantor sertanejo Tau Brasil quando em certo momento disse:

_Sô Vitô! Esta música é para si... é um frevo recifense!



[que a minha doce Amiga Lualil, do Traduzir-se... me perdoe esta incursão por seara alheia]

domingo, agosto 14, 2005

rosa de gémeas


rosa reis, a magia da fotografia

Não sou crente nas coincidências da vida, embora vá encontrando no caminhar dos tempos situações muito curiosas de “cruzamentos” de sentires e de quereres e, muito em especial, de pensares, de ideias. Não fora o “ideotário” o espaço privilegiado para os trabalhos desta Oficina.

Vem isto a propósito de um “cruzamento” de alguns anos atrás e que muito recentemente tomou novos e não menos interessantes contornos. Como sabem pelas andanças neste espaço oficinal tenho uma paixão antiga pela fotografia. Nada de artista conceituado, simples registador de momentos recolhidos na recta das vivências.

Acontece que há anos atrás fui surpreendido pelos trabalhos fotográficos de maravilhar que tinham como autor (autora?) Rosa Reis. Por curiosidade e aí está o primeiro “cruzamento” correspondente aos meus dois últimos apelidos. Fui acompanhando a divulgação dos seus trabalhos, cada vez mais maravilhado. Vim a saber que Rosa era, no caso, o nome e Reis o apelido. Tratava-se, pois, de uma autora.

Com o passar do tempo, interessando-me também peça biografia da autora cheguei a outra conclusão, a outro “cruzamento”. Rosa Reis residia nas redondezas desta Oficina. Era, então, nossa vizinha, freguesa da mesma Freguesia, defensora de nobres ideias que tão bem ficam gravados nas suas fotografias a “preto e branco”.

Em tempos recentes um telefonema trazia o convite para ser fotografado por Rosa Reis. Não estava eu questão a minha qualidade de modelo, nem tão pouco por esta imagem de operário da Oficina poder vir a enriquecer o “portofólio” de Rosa Reis. Razões puramente operacionais do momento presente levaram a este “cruzamento”.

Passados mais de quinze anos de bem conhecer uma obra tive o privilégio de conhecer a autora. Momento único de partilha que veio a ser adiado e que agora se concretizou plenamente. Três “cruzamentos” não são coincidência são situações procuradas.

sábado, agosto 13, 2005

mata dos medos com vista para o mar


ribalta de comentários

Gostaria de trazer para a ribalta da Oficina das Ideias os comentários de afecto que foram feitos aquando da passagem do 25º “aniversário”, em meses medido, deste espaço blogueiro, agora que se aproxima a visita com o numeral 50.000:

“Um abraço duplo: um pelo empenho, outro pelo desempenho. E um agradecimento pelo reconhecimento.”
Adias, do EmDirectoEACores

“São 25 meses de muita sensibilidade.. é muuuito bom estar sempre contigo! Parabéns e.. obrigada por ti! Beijos.”
Lualil, do Traduzir-se...

“Grande amigo, de Paris, do meu quarto a ver a Tour Eiffel, um abraço forte. infelizmente, nem sempre há tempo para os comentários, nem p as visitas desejadas...”
Angelo, do Pantalassa

“Mais uma vez PARABÉNS!!!!”
Lenore, do Verdades Cruéis

“Eu sinto não poder dar a atenção que sempre procurei dar, mas nesse momento, como você bem sabe, estou muito envolvida com os estudos e sob bastante pressão. Não é fácil produzir um trabalho literário de qualidade com tão pouca experiência. Mas ainda teremos muito tempo para comemorar. De fato, seu blog é um presente para nós, seus leitores. Um beijo enorme!”
Bailarina das Letras, do Bailar das Letras

a mágoa do adeus

É sempre com mágoa que assistimos à desistência destas lides de blogues que, de alguma forma, representavam referências nestas andanças da escrita e da partilha de imagens. Uns por não encontrarem forma de concretização dos seus objectivos, outros por saturação ou por enveredarem por outros trabalhos.

A mágoa é tanto maior quanto fazendo parte das nossas listas de indicadores de leitura representavam visitas, senão diárias, pelo menos frequentes. Mas a dinâmica das coisas é assim, especialmente quando envolvem tecnologias emergentes.

Assim como sentimos satisfação em referenciar e acrescentar novos indicadores de leitura à nossa lista, assim é com pesar que procedemos ao acto de retirar aqueles que deixaram de estar activos. Não o fazemos sem deixar uma saudação especial aos seus autores.

Desta vez retirámos...

Alma(da) Nossa Terra, de Ermelinda Toscano
Arqueoblogo, de Marcos Osório
A Vaca Louca e o seu Badalo, de Vaca Louca e Badalo
Azul Cobalto, de M.
Dentadura, de Tico
Ene Coisas, de Luís Ene
Eu Adoptei, de PauloS
Gata Chalupa, de Franco Atirador
Joseph Kern’s Diary, de Joseph Kern
Just Being Pecola, de Pecola
La Vitta Mia, de Ismael Alexandrino
Left to my own Devices

sexta-feira, agosto 12, 2005

uma flor para... a doce cathy


Mil Felicidades minha Doce Amiga

vestido azul cor de mar

A minha querida amiga Jacky, do Amorizade, fez o desafio. O pessoal da Oficina, não resistiu...


Vestido Azul cor do Mar

Vestido bonito azul cor do mar, curto e ondulante, atrevido e sensual. De verdade, a sensualidade está no corpo de mulher que envolve, rosto e corpo angelicais, mas que resplandecem de beleza. Corpo que é doirada areia que deseja ser ternamente beijado pelo rolar do mar profundo, ali tão perto.

A cálida brisa mediterrânea, o lento espraiar do mar salgado exacerbam os sentidos e aumentam o erotismo. Meus olhos deliciam-se com umas belas pernas de mulher, imagem fugaz mas inesquecível.

Num requebro atrevido das ancas e num puxar da saia bem para cima, vi a maravilhosa curvatura de suas nádegas. Um afastar e aproximar constante, em passos reservados aos mais conceituados modelos, num tapa e destapa provocador, seu belo corpo desperta a minha imaginação para paraísos que pensava não existirem.

Pequena praia recanto do paraíso, mar muito azul e doiradas areias onde aquele belo corpo de mulher coberto somente por um vestido azul executa passos de dança carregadas de sensualidade e erotismo. Desejo tocar-lhe, desejo aproximar-me, desejo falar-lhe mas estou completamente paralisado com tamanho encantamento.

Ela muito excitada por se saber vista e apreciada não resiste. Sentou-se num tronco de árvore na praia abandonado, puxou o vestido azul bem para cima onde as belas coxas terminam e num cruzar e descruzar das pernas bem torneadas deixou antever o tosão doirado da sua bonita intimidade.

quinta-feira, agosto 11, 2005

esplendor ao sol


o caderno de viagem

Viajar é conhecer gentes e sítios. Respeitar esta ordem de interesses é o mais importante, pois são as gentes que destinguem os saberes e os sentires. As paisagens, o património natural e o construído representam o enquadramento, a moldura das vivências. É esta forma de estar e sentir um Povo que distingue o viajante do turista.

O viajante aprecia tranquilamente tudo o que o rodeia. Vive um pouco o viver das pessoas dos sítios por onde viaja e que visita. Partilha os seus sabores e vive os cheiros que impregnam o ambiente. Sente a musicalidade tão diferente de região para região.

Na bagagem do viajante alguns cadernos de apontamentos que no regresso constituirão o caderno de viagens, com o registo de todas a observações, das curiosidades, dos sentires e um repositório de apontamentos e de alguma documentação com a qual será possível reconstituir a viagem. Voltar a sentir o encantamento da viagem

Um “moleskine” tanto ao gosto do meu amigo Pedro, do Sintra-Gare, inclusive teve a amizade de me oferecer um, ou então um “basic” de capa preta de folhas lisas para abrir espaço à imaginação, são indispensáveis ao viajante.

Lápis de carvão, canetas ou esferográfica, porque não uma caixa de pequenas aguarelas?, uma borracha, um batom de cola e um canivete suíço, atenção à passagem no controlo policial dos aeroportos, são instrumentos muito valiosos para quem viaja.

Pessaolmente, aproveito sempre uma viagem para efectuar um estudo comparado ácerca dos pacotes de açúcar em uso na região.

quarta-feira, agosto 10, 2005

uma flor para... a yonara



Que bom ter você de volta na blogoesfera. Tem por cá um lugar cativo como tem no coração e no sentir dos teus amigos. Poema bonito esse que publicou. É bom voltar à adolescência, por um momento que seja, e partilhar da alegria de um rosto bonito e sensível. Beijos grandes.
[conferir no Templo de Hécate]

sou o gato fidalgo, para os humanos o tati

Gostava de me apresentar a todos vós, amigos e leitores do que o meu humano amigo vai escrevendo e publicando, algo que lhe ocupa muito tempo mas que, confesso, nunca me prejudicou no afecto que sempre me concede.

Eu sou o Gato Fidalgo mas os meus “donos” humanos chamam-me carinhosamente Tati. Claro que, como todos os restantes gatos em todo o Universo, tenho um terceiro nome, mas esse, perdoem-me, é secreto. Sou nascido em Valle do Rosal, filho da Gata Balãozinho e irmão da Gata Luana prematuramente falecida. Tenho uma sobrinha que aparece muitas vezes nas redondezas de onde eu vivo mas que nunca fica por cá muito tempo, é a Gata Ninja. Vivi alguns anos em plena liberdade pois, como todos os elementos da minha família sou um tanto avesso a estar “prisioneiro” num lar humano.

Um dia numa cena de “marcação de território” magoei-me seriamente. Aninhei-me num canto onde sabia vir a ser encontrado pelos humanos e assim aconteceu. Lavaram-me para um hospital em hora tardia e por lá fiquei entregue a cuidados médicos. Não gostei muito da forma como me trataram e ainda hoje me lembro do que sofri.

Nunca mais gostei de ver batas brancas junto a mim e reajo mal a essa situação, chegando a ficar irritado e pronto a arranhar quem de mim se aproxime. Levaram-me a outra médica que tinha artes de me pegar como a minha mão me fazia em pequenino. Tratou-me e passei a sentir-me muito bem. Fiz mesmo amizade com os meus protectores. Escolhi-os para meus donos. E com carinho pagava o carinho que me davam.

Tinha comida a tempo, carinho e local cómodo para dormir. Deixei de fazer as minhas necessidades fisiológicas pelos canteiros e passei a ter um local com pedrinhas onde resolvia a situação. Respondia aos bons tratos com muito “rom-rom” e sentia bem o que isso agradava aos meus “donos”.

Sentia falta de saltar pelos telhados, de ir à caça, de passar as noites em claro brincando com a minha sombra que a Lua projectava no território. Por vezes ficava com muita nostalgia... Lançava longos miados, olhava a rua pelas frestas das janelas.

Os dias foram passando nesse desesperado desejo de liberdade. Fui-me apercebendo que outros gatos apareceram a ocupar o território que fora meu por herança de minha mãe que julgo saber bem mas que está há muito ausente e, muito em especial, de minha irmã prematuramente retirada do mundo dos vivos por acidente ou ataque de um predador.

Se me olhassem com atenção os meus “donos” ter-se-iam apercebido que as remelas que se acumulavam no canto dos meus olhos eram fruto não de uma inflamação nos sacos lacrimais mas antes resultante das lágrimas que rolavam até aos bigodes de tanto querer ir defender o meu espaço.

Cuidam de mim com muito carinho, tratam das minhas maleitas, sei quanto gostam de mim mas não entendem a necessidade que sinto de saltar de quintal em quintal, de dormir na sombra de um arbusto, de vaguear desde o pôr-do-sol até ao raiar da aurora.

Um dia, sem encontrar explicação para isso, o meu “dono” fez-me um carinho mais prolongado e saiu levando consigo um saco de mão com o qual nunca o havia visto antes. Senti que algo fora do comum se estava a passar com o meu “dono”. Tanto mais que nessa noite não o encontrei na cama onde normalmente me ia aninhar num sono tranquilo.

A minha dona regressou a casa algum tempo depois e pareceu-me nervosa. Nessa noite e nas seguintes senti que o meu “dono” atravessava um período difícil da sua vida. Senti que o poderia perder. Confesso que recorri aos meus antepassados egípcios pondo-me à sua disposição para morrer em lugar do meu “dono”.

Passei dias de grande apreensão não sabendo concretamente o que estava a acontecer. Passado algum tempo que me pareceu uma eternidade o meu “dono” regressou. Aproximei-me dele que me acarinhou como sempre e a quem eu, roçando a minha cabeça em suas pernas, procurei dar-lhe a mensagem que estaria com ele para os bons e os maus momentos.

Curiosamente, deixei de me preocupar com a necessidade que senti de ir cuidar do meu território, mais preocupado com o bem estar do meu “dono”. O meu “dono” que regressara um pouco debilitado melhorava a olhos vistos.

Eu por meu lado comecei a sentir-me muito doente. Fiquei tranquilo pois sabia que a minha doença havia de servir para salvar a vida do meu “dono”.

Senti momentos de muito mau estar físico. Tive situações de grande dificuldade de urinar. Os meus “donos” não tardaram a levar-me a um local onde me pareceu que as pessoas de lá sabiam o que fazer para aliviar o meu sofrimento. Embora o ambiente fosse tranquilo, sentia uma revolta muito grande. O meu espírito felino veio à superfície do meu pensar.

Tornei-me agressivo embora sentisse que me estavam a fazer bem. Está no nosso código genético sermos assim. Quando regressava à tranquilidade do meu “lugar”, a casa dos meus “donos” mudava completamente a minha atitude. Tentava aliviar a preocupação que sentia nos meus “donos” com “marradinhas” ternurentas.

Vivi longo tempo, talvez alguns anos na medida de tempo felina, em idas frequentes fazer um tratamento que por vezes se prolongava por mais tempo e me mantinha separado dos meus “donos”. Houve mesmo uma altura em que pensei já ter esgotado os sete fôlegos dos gatos. Senti-me muito mal e vislumbrei uma preocupação agravada em quem me rodeava.

Durante todo este tempo não deixava de observar o meu “dono”. Parecia-me bem. O que havia pedido à minha deusa egípcia que me sacrificasse a vida se com isso conseguisse salvar o meu dono parecia-me ter tido resultados muito positivos. São desígnios inexplicáveis da vivência felina.

Um dia pareceu-me que o sol brilhava forte no olhar dos meus “donos”. Levaram-me nesse dia, uma vez mais, à médica, já descobrira por que razão essa pessoa entendia dos meus sofreres e com tratamentos adequados fora melhorando o meu bem estar. Nesse dia, todos estavam bem dispostos, e eu regressei a casa sem um colar que me acompanhara durante longos tempos e que tanto me incomodava.

Comi mais à-vontade e bebi água sem o incómodo do colar. Percorri a casa como antigamente e fui deitar-me na cama dos meus “donos”. Os outros felinos da casa acarinharam-me, especialmente, aquela gatita negra que me encheu de beijinhos. Senti-me mais forte e com uma vontade grande de viver.

Sinto-me, de novo, forte. Acarinhado pelos meus “donos” e pelos meus companheiros gatos tenho uma vida tranquila. Comida a horas, água nos locais onde mais aprecio ir bebê-la. Com este novo fôlego voltou a vontade de ir defender o território que pouco a pouco outros gatos estão a ocupar. Na primeira oportunidade fugi de casa.

Saltei muros, atravessei quintais. Envolvi-me em tremenda pancadaria com os outros gatos da rua. Senti a aflição dos meus “donos” que me chamavam para que regressasse, mas eu tinha desígnios a cumprir. Finji sempre não ouvir os seus apelos.

Pelo menos de duas luas apercebi-me a sua passagem. Continuei a patrulhar o meu território. A fazer as marcações do terreno que me são devidas. Encontrei a minha sobrinha, a Gata Ninja, que se queixou também ela de se sentir prejudicada pelos invasores.

Os chamamentos dos meus “donos” eram cada vez mais pungentes e dramáticos. Não sabia até onde lhes conseguiria resistir. A amizade e a cumplicidade que estabelecemos no decorrer dos tempos eram mais fortes que o meu desejo de independência.

terça-feira, agosto 09, 2005

uma flor para... a gotinha


parabéns minha querida amiga Gotinha

na rota da loiça tradicional

Viajar para Redondo, já no profundo Alto Alentejo, é hoje coisa de somenos. A auto-estrada até Évora encurtou em muito o caminho que se realiza com o máximo de comodidade. Redondo é conhecido como a Vila das Olarias Populares atendendo à grande tradição oleira e às suas reconhecidas características artesanais.

De terra em terra, de monte em monte, os almocreves, no caso concreto os louceiros, anunciavam e vendiam o produto do trabalho dos oleiros, tachos, panelas e alguidares. À característica utilitária da sua loiça juntaram padrões decorativos únicos. As flores de cromatismo muito original e os elementos decorativos caracteristicamente alentejanos são os mais utilizados.

Bonitas casas em loiça, em que as portas e janelas são utilizadas para a circulação do ar, são excelentes contentores para os alhos e as folhas de louro, uma vez mais juntando o elemento decorativo ao facto utilitário, como é da tradição na loiça de Redondo.

As peças que saiem da Olaria Maquinista, desta vila alentejana, aproximam-se mais do estilo produzido em S. Pedro do Corval do que o que o é localmente. Apresentam, contudo, muita inovação e bom gosto, resultante da aplicação da filha da família Maquinista, moça nova e cheia de ideias.

Claro que tudo tem os seus segredos, além da imaginação e arte. Aqui ficam os passos da produção oleira, que os segredos me não quiseram confessar:

1. Moldar na roda do oleiro;
2. Secar ao sol forte do Alentejo;
3. Limpar com uma esponja húmida;
4. Tintar com caulino para poder marcar;
5. Secar a pintura do caulino;
6. Riscar o desenho pela artista da casa;
7. Pintar o desenho, as ajudantes fazem o cheio;
8. Limpar os excessos de tinta;
9. Enformar para cozer;
10. Primeira cozedura a 960 graus;
11. Dar o vidrado;
12. Limpar os fundos;
13. Cozer no forno o vidrado a 1060 graus;
14. Desenformar.

O almoço, com base na deliciosa gastronomia alentejana, fica para outras histórias. Mas de certeza não vamos sair do Redondo sem um farto repasto de excepcional confecção.

segunda-feira, agosto 08, 2005

açucenas peruanas


ignição, novo termo no léxico governamental

Ignição – Estado de um corpo em combustão [segundo o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa]

Este é o novo termo introduzido no linguarejar dos governantes quando se referem à gravíssima situação de fogos florestais que o País atravessa. É a moda do palavreado para confundir os ouvintes e os telespectadores que são bombardeados por discursos e por opiniões que nada acrescentam ao resolver da preocupação de milhares de portugueses que perdem os seus haveres e, até mesmo, a vida de familiares.

_O País já foi sujeito a 4.300 ignições! _Estão ainda 18 ignições activas! _Os bombeiros estão a combater as ignições da Serra da Estrela!

Este palavreado, foi dito dezenas de vezes pelo senhor secretário de estado num debate televisivo, é a chamada mudança das moscas. Mudam-se as palavras, confunde-se o Povo, não se resolvem as situações.

Não existe estratégia nacional de prevenção de fogos florestais. Não existe coordenação nacional no combate aos fogos florestais. O Primeiro Ministro não interrompe as férias e descansa no seu substituto que somente tem feito afirmações gratuitas e erronias sobre a situação.

Revolta e indigna assistir a uma total incúria governamental acerca dos fogos florestais. Um total descontrolo dissimulado pelo palavreado.

Um governo com o mínimo de decência, o mínimo de vergonha nas caras, como soe dizer-se já se teria DEMITIDO.

No citado dicionário. nove palavras a seguir a IGNIÇÃO temos:

IGNOMÍNIA = atitude infame

No mesmo dicionário 16 palavras a seguir a IGNIÇÃO temos:

IGNORANTE = Pessoa que não tem conhecimentos teóricos ou práticos num determinado domínio.

Não há dúvida de que a palavra actualmente na preferência dos nossos governantes anda bem acompanhada.

domingo, agosto 07, 2005

estames vermelhos em rosa velho


sobra sempre

_Ó vizinho... quer umas folhinhas de “sobra sempre”?
_Claro que quero... deixe ver... que cheirinho!!! Cheira a folhas de loureiro.
_Mas não é louro, é “sobra sempre”! Não é verdade que nos cozinhados depois de fazer a sua função de dar paladar “sobra sempre”?



Este é um “dito” da minha terra, de Charneca de Caparica...

sábado, agosto 06, 2005

estames vermelhos em amarelo


novos apontadores de leitura (links)

De acordo com os critérios editoriais da Oficina das Ideias criamos, frequentemente, novos apontadores e leitura. Três razões fundamentais nos levam a essa decisão:
1 – Pela qualidade extraordinária que encontramos em determinado blogue, de acordo com a nossa avaliação pessoal;
2 – Como reconhecimento aos comentários que são deixados nos posts da Oficina das Ideias;
3 – Em resultado da permuta de indicadores de leitura.

Damos conta, de seguida, de alguns dos mais recentes, solicitando a todos os companheiros da blogoesfera que estando abrangidos pelos critérios referidos não tenham o respectivo indicador de leitura na Oficina que nos façam chegar essa informação.

O Mundo à Janela, de Amiga Teatro – À janela semeio com um olhar, O mundo que vai a passar

Verdades Cruéis, de Lenore – Um sítio onde as verdades serão sempre ditas e esclarecidas

O Peido Manso, de Alfo – Vozes mudas da peida do Mundo

O Canto do Melro, de G. – Num canto de palavras cheias de tudo...

sexta-feira, agosto 05, 2005

dádiva da natureza


vinte e cinco meses na blogoesfera

Dizer “vinte e cinco meses” ou “dois anos e um mês” é o mesmo em termos do tempo que passa mas, quanto ao efeito psicológico, tem mais peso referir o primeiro. É um pouco como escrever “já passaram...” ou “ainda só passaram...”. Como prefiro escrever? Bom... como dizia o meu amigo Batata “tem dias”. A verdade é que a Oficina atinge hoje os 25 meses de publicação contínua.

Já foram efectuadas cerca de 48.375 visitas, uma média de 85 visitas diárias, às 1.571 postagens realizadas, uma parte significativa das quais são imagens fotográficas originais. No último mês os comentários cifraram-se no modesto valor de 59, recebidos com muito afecto pelo pessoal da Oficina.

Em plena época estival a Oficina tem estado a privilegiar aspectos relacionados com os sabores que podem ser apreciados um pouco por todo o Portugal. Vamos aos locais sentir o que de melhor há para partilhar com os forasteiros e damos conta do que encontramos no espaço “Foi bom...”.

Na procura constante de novos espaços e temas preparamos uma nova renovação temática, mantendo-nos dentro do estatuto editorial traçado ma primeira hora. A Oficina, embora não descure a crítica do momento actual e a postagem de intervenção não privilegia a polémica embora defenda o enriquecimento pela troca de opiniões.

Mais de dois anos passados sobre os passos primeiros a Oficina das Ideias esta publicação celebra tempos de parcerias e de partilhas que neste espaço temporal a par com criação de elevados sentires de afectividade.

As flores, dos jardins e das matas, bem no gosto do pessoal da Oficina continuam a colorir as veredas e caminhos, os canteiros e os amplos espaços ajardinados, enquanto as festas e as romarias estão na rua, a alegria e a tradição, a música e os dançares. A Oficina continua a acompanhar o viver das nossas gentes.

É sempre bom relembrar frutuosas parcerias, a Deméter, do Segredos de Deméter, a Lualil, do Traduzir-se... e a Cathy, do Bailar das Letras, assim como perspectivar as novas colaborações e partilhas, a “maga Zinda”, pseudónimo de uma amiga do coração, que está a dar importante apoio científico a alguns trabalhos oficinais.

Os comentários, tão do gosto da Oficina das Ideias, decrescem a olhos vistos, um hábito que se perde nestas paragens....


QUADRO DE HONRA

Fernando, do Fraternidade
ADias, do EmDirectoEACores
TheOldMan, do The Old Man
João, do Água Lisa
Lila
LuaLil, do Traduzir-se...
Angelo, do Pantalassa
G., do Canto do Melro
São, do EspectacológicaS
Cathy (Bailarina das Letras), do Bailar das Letras
Tânia, do MoonCat
Amiga Teatro, do O Mundo à Janela
Lenore, do Verdades Cruéis
Gotinha, do BloGotinha
ZooMancer, do Entre o Sono e o Sonho
Alfo, do O Peido Manso
Finuras, do Blogue do Cagalhoum
Jacky, do Amorizade
Sónia, do ao_Sul

A TODOS o muito obrigado do pessoal da Oficina das Ideias.

quinta-feira, agosto 04, 2005

foi bom...

Registo e partilha semanal de prazeres vividos, verdadeiros alimentos do espírito e do corpo. No caminhar da vida são momentos inolvidáveis muitas vezes selados com um sorriso de afecto, no sentir de que a alma respondeu ao convite


Degustar um delicioso choco frito nos restaurante D’Costa mesmo à beira do Rio Sado, na cidade de Setúbal que considerou 2005 o Ano de Bocage.




Foi bom “passear” a Feira de Santiago numa cálida noite de Verão ficar assombrado com a luz e cor, viver a ruidosa música dos carroceis e “carrinhos de choque”.


quarta-feira, agosto 03, 2005

amoras silvestres

Gostas de amoras?
Vou dizer ao teu pai que namoras!


vida de gato 3

Sou o Gato Fidalgo, para os humanos o Tati
[continuação do texto publicado em 17 e 27/Julho/2005]


Senti momentos de muito mau estar físico. Tive situações de grande dificuldade de urinar. Os meus “donos” não tardaram a levar-me a um local onde me pareceu que as pessoas de lá sabiam o que fazer para aliviar o meu sofrimento. Embora o ambiente fosse tranquilo, sentia uma revolta muito grande. O meu espírito felino veio à superfície do meu pensar.

Tornei-me agressivo embora sentisse que me estavam a fazer bem. Está no nosso código genético sermos assim. Quando regressava à tranquilidade do meu “lugar”, a casa dos meus “donos” mudava completamente a minha atitude. Tentava aliviar a preocupação que sentia nos meus “donos” com “marradinhas” ternurentas.

Vivi longo tempo, talvez alguns anos na medida de tempo felina, em idas frequentes fazer um tratamento que por vezes se prolongava por mais tempo e me mantinha separado dos meus “donos”. Houve mesmo uma altura em que pensei já ter esgotado os sete fôlegos dos gatos. Senti-me muito mal e vislumbrei uma preocupação agravada em quem me rodeava.

Durante todo este tempo não deixava de observar o meu “dono”. Parecia-me bem. O que havia pedido à minha deusa egípcia que me sacrificasse a vida se com isso conseguisse salvar o meu dono parecia-me ter tido resultados muito positivos. São desígnios inexplicáveis da vivência felina.

Um dia pareceu-me que o sol brilhava forte no olhar dos meus “donos”. Levaram-me nesse dia, uma vez mais, à médica, já descobrira por que razão essa pessoa entendia dos meus sofreres e com tratamentos adequados fora melhorando o meu bem estar. Nesse dia, todos estavam bem dispostos, e eu regressei a casa sem um colar que me acompanhara durante longos tempos e que tanto me incomodava.

Comi mais à-vontade e bebi água sem o incómodo do colar. Percorri a casa como antigamente e fui deitar-me na cama dos meus “donos”. Os outros felinos da casa acarinharam-me, especialmente, aquela gatita negra que me encheu de beijinhos. Senti-me mais forte e com uma vontade grande de viver.

terça-feira, agosto 02, 2005

rosa amarela é amorizade

“...os hindus acreditam que, por um método divino, é através de uma rosa amarela que a linguagem do amor chega, toca, até ao coração. As rosas amarelas são geradas pelo número de oiro...”

[citando “Convoquem a Alma”, de Fernando Carvalho Rodrigues]



Nestas andanças pela blogoesfera, já lá vão mais de dois anos, tanto tempo? tão pouco tempo?, confirmei uma ideia que há muitos anos me acompanhava, a da importância da amizade. Os afectos, a ternura natural no ser humano.

Aprendi que as rosas amarelas mais do que a linguagem do amor que os hindus consideram, transmite a linguagem da AMORIZADE.

Um beijo, minha querida Jacky!

segunda-feira, agosto 01, 2005

rosa de valle do rosal


em julho de 2005 a oficina das ideias publicou:

Textos
Dia 1 – Em Julho de 2005 a Oficina das Ideias publicou
Dia 2 – Petição “Live 8”
Dia 3 – Ainda o “Live 8” [poema]
Dia 4 – A “arte xávega” na Praia do Sol
Dia 5 – Dois anos na blogoesfera; A Festa já começou
Dia 6 – A Festa esteve boa pá!
Dia 7 – Terrorismo
Dia 8 – 777 número trágico; Corvídeos do Pinhal
Dia 9 – Degustar com paixão e com saber
Dia 10 – A Festa durou até Domingo
Dia 11 – Saúde para todos
Dia 12 – Três vinhos em degustação
Dia 13 – O frenesim de um Sonho
Dia 14 – O mel da Arriba Fóssil
Dia 15 – Estórias da minha terra; Fraternidade de parabéns
Dia 16 – Um café
Dia 17 – Sou o Gato Fidalgo, para os humanos o Tati (1)
Dia 18 – O elefante
Dia 19 – Corpo Angelical [poema]
Dia 20 – Dia Mundial do Amigo
Dia 21 – Foi bom...
Dia 22 – Sol de Inverno
Dia 23 – Fogo de Verão previne-se no Inverno
Dia 24 – Bandeiras azuis na Praia do Sol
Dia 25 – Blogoesfera 2005
Dia 26 – Um chá com o doce sabor da canela
Dia 27 – Sou o Gato Fidalgo, para os humanos o Tati (2)
Dia 28 – Meu Brasil brasileiro
Dia 29 – Foi bom...
Dia 30 – O Comércio do Porto e A Capital
Dia 31 – Estudar a blogoesfera

Uma flor para...
Dia 2 - ... o José Ricardo, parabéns para o meu amigo das terras do Caribe
Dia 4 - ... a Zinda, Celebrar o prazer do reencontro
Dia 7 - ... a São, muitos parabéns minha querida amiga “espectacológica”
Dia 23 - ... a Lualil e Zoomancer, pelo 2º aniversário do Entre o Sono e o Sonho

Imagens
Dia 1 – Divertimento na praia
Dia 3 – Vermelhão com amarelo
Dia 4 – Zagallos
Dia 7 – Fogo posto também é terrorismo
Dia 10 – Flor de cacto
Dia 11 – Rosa de Verão
Dia 13 – cacto “stapelia” em flor
Dia 14 – Colmeal da Fonte da Telha
Dia 16 – Branca flor
Dia 17 – Sorriso
Dia 18 – Rosamar
Dia 19 – Pureza recatada
Dia 20 – Rosatarde
Dia 21 – Lua de Julho
Dia 22 – Janela em amarelo
Dia 24 – Flor do cacto “crassula falcata”
Dia 25 – Futuro energético
Dia 26 – Hibisco
Dia 27 – Corvídeo da mata dos Medos
Dia 28 – Receptor de vida
Dia 29 – Exotismo e Magia
Dia 30 – Marcas do tempo
Dia 31 – Oásis

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