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quarta-feira, agosto 17, 2005

comunicação pouco amigável

O “sempre contactável” e a possibilidade de facilmente entrar em contacto com terceiros, muitas vezes para situações de emergência, potenciados por uma acção de marketing intensiva no espaço global fez com que, hoje em dia, existam operacionais em média em Portugal mais de um equipamento por habitante.

Contudo, o telemóvel é um meio de comunicação pouco amigável, diria mesmo que é agressivo.

Cria entre as pessoas uma autêntica ditadura da comunicação. Por um lado os seus detentores sentem-se na obrigação de o ter sempre operacional, por outro lado terceiros “exigem” obter uma resposta quando efectuam um contacto. Cria-se assim um elo de obrigatoriedade, embora assumida, que subscreve a referida ditadura.

Deixou de haver espaço de intimidade, hora de refeição, concentração na condução automóvel, justificado pelo “sempre operacional” tanto ao gosto dos tecnocratas e daqueles que encobrem a falta de competência e o espírito individualista e egoísta por esse falacioso chavão.

A adição torna-se de tal forma grave que se criam situações dramáticas e de desespero, se pintam quadros de preocupação pela saúde e bem estar dos familiares quando do outro lado se não obtém resposta. Razões tão simples como falta de rede, bateria descarregada, saldo disponível esgotados podem ser as razões da ausência da resposta.

O telemóvel vendido como panaceia para todas as necessidades de comunicação tem sido o grande vencido nas situações de fogo florestal (os governantes deste País dizem ignições!!!!) que dramaticamente têm fustigado Portugal. Na verdade com as células desactivadas pelo fogo não há telemóvel que salve as comunicações.

Não sou saudosista, mas que falta fazem as radiocomunicações de todos, a Banda do Cidadão.

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