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quarta-feira, agosto 03, 2005

vida de gato 3

Sou o Gato Fidalgo, para os humanos o Tati
[continuação do texto publicado em 17 e 27/Julho/2005]


Senti momentos de muito mau estar físico. Tive situações de grande dificuldade de urinar. Os meus “donos” não tardaram a levar-me a um local onde me pareceu que as pessoas de lá sabiam o que fazer para aliviar o meu sofrimento. Embora o ambiente fosse tranquilo, sentia uma revolta muito grande. O meu espírito felino veio à superfície do meu pensar.

Tornei-me agressivo embora sentisse que me estavam a fazer bem. Está no nosso código genético sermos assim. Quando regressava à tranquilidade do meu “lugar”, a casa dos meus “donos” mudava completamente a minha atitude. Tentava aliviar a preocupação que sentia nos meus “donos” com “marradinhas” ternurentas.

Vivi longo tempo, talvez alguns anos na medida de tempo felina, em idas frequentes fazer um tratamento que por vezes se prolongava por mais tempo e me mantinha separado dos meus “donos”. Houve mesmo uma altura em que pensei já ter esgotado os sete fôlegos dos gatos. Senti-me muito mal e vislumbrei uma preocupação agravada em quem me rodeava.

Durante todo este tempo não deixava de observar o meu “dono”. Parecia-me bem. O que havia pedido à minha deusa egípcia que me sacrificasse a vida se com isso conseguisse salvar o meu dono parecia-me ter tido resultados muito positivos. São desígnios inexplicáveis da vivência felina.

Um dia pareceu-me que o sol brilhava forte no olhar dos meus “donos”. Levaram-me nesse dia, uma vez mais, à médica, já descobrira por que razão essa pessoa entendia dos meus sofreres e com tratamentos adequados fora melhorando o meu bem estar. Nesse dia, todos estavam bem dispostos, e eu regressei a casa sem um colar que me acompanhara durante longos tempos e que tanto me incomodava.

Comi mais à-vontade e bebi água sem o incómodo do colar. Percorri a casa como antigamente e fui deitar-me na cama dos meus “donos”. Os outros felinos da casa acarinharam-me, especialmente, aquela gatita negra que me encheu de beijinhos. Senti-me mais forte e com uma vontade grande de viver.

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