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sexta-feira, agosto 26, 2005

procurar ver vida na lua

Numa noite calma de início de Outono, sentado tranquilamente numa cadeira de braços virado a Sul, observo deliciado a Lua em sua plenitude de luminosidade e nitidez. O Verão já é passado mas deixou ainda um longo véu de calidez que impregna o ar com os cheiros dos jasmineiros em perfeita harmonia com o odor das folhas secas.

Um morcego realiza os seus voos de caça aos insectos atraídos pela luz coada de um candeeiro próximo e, por vezes, faz um voo exploratório ao local em que me encontro saudando um semelhante seu na ordem natural, um animal mamífero que também sou.

Esta amizade, este gosto em saudar, esta cumplicidade são sentires de longos anos. Têm passado, por certo, de geração em geração morcegal. Mas é agradável sentir esta aproximação. O morcego desviou por momentos a minha atenção que voltou a concentrar-se do disco de prata lunar.

A espaços temporais variáveis a alvura do disco lunar é rasgado pela passagem de grupos de aves migratórias que aproveitando a tranquilidade da noite e a protecção que o escuro lhes garante em relação à maioria dos predadores, realizam as suas longas viagens geneticamente definidas.

Pacientemente conto o número de aves que num espaço temporal contrastam com o prateado fulgor da Lua.. Por vezes consigo identificar a ave em questão pela envergadura ou pelo estilo de voo, outras escuto os seus vocálicos emitidos enquanto se deslocam. Naquele momento, em todo o Mundo onde a Lua é visível no máximo esplendor milhares de pessoas estão a efectuara a observação que eu faço.

Aqui fica o convite. Não percam uma oportunidade de tranquilamente observarem a Lua no próximo dia 18 de Setembro. Assim o firmamento se apresente limpo de nuvens e de nevoeiros.

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