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sábado, agosto 14, 2004

sentir o povo que vive

O fotógrafo e a escritora percorrem a calçada, vivem o Povo. Ele, escreve ideias e sentimentos com cada clique da sua máquina fotográfica. Ela, obtém as mais belas imagens com um simples pestanejar dos cílios e a leveza da pena na escrita.


Espaço luminoso

Passaram algumas semanas sem que os caminhos caminhados pelo Fotógrafo e pela Escritora se tenham novamente cruzado. São coisas da vida, "c'est la vie" como diria o meu amigo de Paris, resultam do tempo que passa no seu implacável caminhar rumo ao infinito.

Neste período de tempo, na verdade, as sendas percorridas por estas duas pessoas de sentires profundos e de quereres solidários, pareceram muitas vezes que se iriam de novo cruzar, mas não passavam de um convergir até em paralelas traçarem seu rumo e, depois, de novo divergirem.

A falta de inspiração do Fotógrafo poderia ser justificada por algumas preocupações que a vida sempre nos presenteia, especialmente do foro da saúde, aquelas que mais dificilmente se combatem. O apoio da Escritora nesses momentos mais difíceis nunca é negado, mesmo que o tempo e o espaço os separem, é sentido.

Depois de um golpe certeiro da vida que fez vacilar o seu proverbial optimismo, o Fotógrafo reagiu. Não seria o diagnóstico de um tumor maligno que o iria fazer sentir-se derrotado. Olhou à sua volta e saudou a Natureza. A sua luminosidade lhe disse para continuar o caminho.

Nesses dias fotografou como nunca. O património natural e o construído mas, muito em particular, as pessoas. Os rostos expressivos de vida e de amor. Os afectos e o brilho do olhar. Os lábios húmidos e as narinas ligeiramente dilatadas. Fotografou. Fotografou.

A Escritora poetou como nunca. A inspiração lhe voltou ainda com maior intensidade donde resultaram belos textos que são imagens, maravilhosos poemas que são vida. Os sentimentos à flor da pele se transformaram em rimas de simplicidade, como simples é o bem querer.

E os caminhos do Fotógrafo e da Escritora que tardavam em se voltar a cruzar encontraram-se no espaço etéreo do devir porque o futuro que também é presente estava ali em toda a sua luminosidade.

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