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sábado, novembro 05, 2005

sentir o povo que vive

O Fotógrafo e a Escritora reencontram-se na calçada que percorrem tranquilamente. Ele escreve sentires com cada clique de sua câmera fotográfica. Ela, cria as mais belas imagens com um singelo movimento dos cílios


A força da palavra

O Fotógrafo continuava a deixar-se embalar no sonho de um Mundo melhor, fotografando os pôr-do-sol, sempre prenúncio de uma nova alvorada, um raiar de luz e de esperança que há que preservar e defender.

_Senti muito a tua ausência!
_Realizo o meu sonho com a tua presença!

Caminharam, lado a lado, até à beira do rio Capibaribe onde naquele edifício de cunhal, mesmo junto a uma bonita e frondosa árvore, durante a manhã houve sonho e esperança que agora está visível num bonito mural feito com o recurso a pedaços de mosaico. A arte desceu à calçada pela mão de muitos meninos da rua que puseram em prática toda a sua imaginação.

Os velhos casarões de traça lusitana e alguns de influência holandesa, recuperados nas cores fortes tradicionais, azul e amarelo fortes e salmão, são uma atracção permanente pela oferta cultural que apresentam no seu interior. Salões de exposição de obras de arte e outros centros de cultura estão à distância de um passo.

Entraram no bar instalado, de igual forma, num edifício recuperado em que a traça original foi mantida. Optaram por se sentarem numa mesinha redonda que é alternativa a um magnífico balcão. A Escritora emocionou-se ao contar da extraordinária experiência que havia sido aquele trabalho de arte na rua que algum tempo antes puderam apreciar.

Novos projectos estão já em estudo. Vale bem investir na formação global da criançada, futuros cidadãos de corpo inteiro, alguns deles virão a ocupar cargos importantes na estrutura governamental do Brasil. E nunca sentirão necessidade de usar armas para defesa pessoal. A garotada com a arte a correr-lhe nas veias nunca virão a ser agressivos.... vão entender a verdadeira força da palavra.

O tempo passou sem sentirem. O sol já se pusera há muito. A iluminação pública deu um ar festivo à calçada que se animou com gente que parava a apreciar um espectáculo de rua aqui, um homem de andas ali mais adiante. A Escritora e o Fotógrafo dirigiram-se tranquilamente até a parque de São Pedro. A cada momento esperavam ver surgir um animado grupo de “forró-pé-de-serra”.

_Que tranquilo fim de tarde!
_Que tranquila é a tua companhia...

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