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quinta-feira, março 15, 2007

areias

Um dia, já lá vão muitos anos [que nestas coisas do tempo que passa um ano pode parecer uma chispa, como um segundo uma eternidade] numa das muitas conversas que sempre tenho com o “meu” mar falei-lhe numa Ninfa do Tejo que amava guardar areias de todas as praias, de todos os rios e ribeiros.

O “meu” mar apaixonou-se pela tal Ninfa que tanto amava as areias, as mesmas que o mar acariciava desde tempos imemoriais, no seu continuado e doce espraiar, desígnio marcado para todo o sempre, ao sabor da influência da força das marés e dos ciclos lunares [Luna] que acompanham a vida e as vivências, o sentir e os sentimentos.

O “meu” mar sabia, contudo, que ali por cerca da Trafaria existia uma barreira natural intransponível, a chamada “quebra do mar” pelo Povo, ali “onde o Tejo beija o Mar”... e os namorados procuram imitar quando a Primavera dá os seus primeiros sinais.

Então, segredou-me o meu “mar”: “Pede à Ninfa do Tejo que guarde sempre junto das areias que tanto me confortam ao ritmo das marés, algumas palavras, mesmo sentires que eu um dia possa conhecer no Grande Areal da Caparica”.

Lá no alto da arriba, no limite dos jardins do Convento dos Capuchos, sobranceiros ao mar azul, os “Olhares” do poeta Neruda acompanham com compreensão este diálogo que é paixão como o poeta tão bem entendia.

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