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sábado, janeiro 31, 2009

99 anos do centenário

A 31 de janeiro de 1891, era madrugada, “arrancou” na Invicta Cidade um levantamento militar contra as cedências do governo da coroa real ao ultimato inglês por causa do “mapa cor-de-rosa” que definia pertença de Portugal a ligação por terra entre Angola, na costa ocidental, e Moçambique, na costa oriental de África.

Foi o primeiro movimento revolucionário que teve como objectivo a implantação do regime republicano em Portugal. Iria influenciar, a partir daí, toda a acção política e social do nosso País.

O Clube Recreativo Charnequense, de Charneca de Caparica, concelho de Almada, comemora hoje o seu 99º Aniversário. A esse propósito, tivemos a seguinte intervenção pública:

“Festejamos hoje os 99 anos do centenário do clube recreativo charnequense, Dito assim tem algo de muito vago e redutor, Importa concretizar ainda que não até à exaustão, Tal seria obviamente impossível no espaço de dizer algumas palavras, Que festejamos a colectividade e o colectivismo, Que festejamos os associados e os corpos sociais, Que festejamos os atletas e os mestres que aperfeiçoam o seu desempenho, É verdade, Mas festejamos muito mais.

Pensemos da capacidade de iniciativa, Imaginação, Sonho de três jovens, Que nestas terras do longe resolveram colectivizar-se, Colectivizar a vizinhança e os amigos, José pinho, Francisco pinho, João antónio silva, A unidade faz a força, Primeiro há que resistir, Depois lutar pela mudança, Desenvolver e avançar com alegria em festa, Os tempos eram, São difíceis.

31 de janeiro de 1910 calhou a uma segunda-feira, Dia de árdua labuta para quem se habituou a trabalhar desde tenra idade, Até espantalhos humanos foram para afastar a passarada, Ao alvorecer nos campos de lavoura, Antes de irem à escola, No marco cabaço em palhais no botequim, 31 de janeiro de 1910 calhou a uma segunda-feira.

Festejamos aqui a coragem desses três jovens, Que encontraram na data da fundação desta colectividade, Forma de homenagear, Ideias republicanos que anos antes, Em 1891 explodiram no porto, O capitão leitão e alferes malheiro, O tenente coelho e o actor verdial, Da cultura joão chagas e aurélio paz dos reis. O sampaio bruno e o basílio teles, Também estes jovens foram republicanos antes da implantação da república.

Aqui nas terras do longe, charneca árida e seca, Mais além denso matagal, Os lenhadores gente resistente à dureza dos trabalhos, Os verdes pinos, Onde os homens abriram caminhos, Para recoveiros e carreiros percorrerem da sua utilidade, De levarem bens onde eles são escassos, Mas também caminhos de devoção.

Na rota da senhora do cabo, Quinta de monserrate do encontro, uma lástima de perda patrimonial nesta charneca imensa, Azinhaga onde alguém mandou colocar uma placa toponímica chamando-lhe “dos sírios”, Valle de cavala sobranceiro à arriba fóssil, Mata dos medos, Apostiça, Azóia da lendária pernoita do velho de alcabideche, E da velha da caparica, Que da charneca era natural.

Aqui nas terras do longe, Terras do fim do mundo de então, Foram republicanos dos ideais do 31 de janeiro, Festejaram a implantação da república a 4 de outubro, Este lado do tejo na vanguarda dos ideias de, Liberdade e de solidariedade, Este povo que está tão longe da cidade, Mas que virá a ser memória de grandes feitos acometidos, No sofrimento das vivências de quem era, Foi agricultor e pescador, Na permanente luta no ganho do seu sustento.

Festejamos hoje o Clube Recreativo Charnequense, Colectividade, Associados e corpos sociais, atletas e treinadores, Festejamos a memória dos pioneiros e dos que a seguir vieram, Os seguidores, Festejamos nos 99 anos do centenário as gentes de charneca de caparica, as gentes de almada, As gentes da margem esquerda do tejo, As gentes do colectivismo.”

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