sábado, março 06, 2004
sentir o povo que vive
O fotógrafo e a escritora percorrem a calçada, vivem o Povo. Ele, escreve ideias e sentimentos com cada clique da sua máquina fotográfica. Ela, obtém as mais belas imagens com um simples pestanejar dos cílios e a leveza da pena na escrita.
Terminou o tempo de folgar
O tempo de folgar já lá vai, ainda que tenham questionado o Fotógrafo porque não entrou ele nos folguedos de carnaval onde a Escritora deu asas ao seu sonho de divertimento tendo preferido refugiar-se no seu quarto do hotel, embora feliz por a saber prenhe de felicidade.
Mas assim foi e assim se passou esta época de retorno ao passado, ao início da miscegenação das raças, que enriqueceu o Mundo de culturas novas, de novos saberes e, muito em especial, de gentes sofridas mas belas, lutadoras com a alegria de quem tem a certeza de que o Mundo lhes sorrirá, em agradecimento do traçado de um destino mais justo para todos.
O Fotógrafo revê ainda as muitas imagens que são poemas dos muitos registos que a Escritora foi com afã guardando em sua alma, em seu coração. Com afã sim, mas também com afabilidade e ternura que só a vida vivida concede aos eleitos que escolheram o caminho dos sentidos, deixando em segundo plano, sem o perderem de vista, o rumo do racional.
O Fotógrafo interroga-se a si próprio, dando primazia ao racional:
_ Como seria interessante ter conhecido a Escritora vinte anos atrás... Teríamos conseguido mudar o rumo do Mundo?
_ Vinte anos atrás era eu uma jovem despreocupada, imatura, desejosa de viver cada dia intensamente...
O Fotógrafo ficou na dúvida donde lhe havia surgido este pensar. Do seu próprio raciocínio? Ou seria já a afectividade a comandar o seu sentir? Ou teria sido uma mensagem telepática vinda da Escritora, como já outras vezes acontecera?
_ Hoje, tens de mim o meu melhor, a minha maturidade, o meu amor pela vida, os meus sentimentos mais amadurecidos e conscientes...
_ Tens razão, na verdade. Continuas bela como há vinte anos. Estás madura, mulher feita, como nunca antes...
Quando algum tempo depois se encontraram na calçada, tudo o que antes está descrito, parecia fazer parte da vivência do Fotógrafo e da Escritora. Nada mais havia a acrescentar, pois a sintonia era total. Assunto encerrado.
O Fotógrafo retirou de um pequeno bolso do seu casaco todo-o-terreno uma folha de papel dobrada em quatro e deu a ler à Escritora.
_ Este texto destina-se a um “concurso literário para blogs” que se está a realizar do outro lado do Atlântico, ou será deste lado?
A Escritora leu-o atentamente, tendo-lhe aflorado um ligeiro sorriso aos lábios enquanto seu olhar ganhava um brilho mais intenso.
_ Está óptimo. Vais enviá-lo?
_ Somente se o fizer em nome dos dois, pois embora materialmente tenha sido eu a passá-lo para a folha de papel, o seu conteúdo não é somente de minha autoria.
Terminou o tempo de folgar
O tempo de folgar já lá vai, ainda que tenham questionado o Fotógrafo porque não entrou ele nos folguedos de carnaval onde a Escritora deu asas ao seu sonho de divertimento tendo preferido refugiar-se no seu quarto do hotel, embora feliz por a saber prenhe de felicidade.
Mas assim foi e assim se passou esta época de retorno ao passado, ao início da miscegenação das raças, que enriqueceu o Mundo de culturas novas, de novos saberes e, muito em especial, de gentes sofridas mas belas, lutadoras com a alegria de quem tem a certeza de que o Mundo lhes sorrirá, em agradecimento do traçado de um destino mais justo para todos.
O Fotógrafo revê ainda as muitas imagens que são poemas dos muitos registos que a Escritora foi com afã guardando em sua alma, em seu coração. Com afã sim, mas também com afabilidade e ternura que só a vida vivida concede aos eleitos que escolheram o caminho dos sentidos, deixando em segundo plano, sem o perderem de vista, o rumo do racional.
O Fotógrafo interroga-se a si próprio, dando primazia ao racional:
_ Como seria interessante ter conhecido a Escritora vinte anos atrás... Teríamos conseguido mudar o rumo do Mundo?
_ Vinte anos atrás era eu uma jovem despreocupada, imatura, desejosa de viver cada dia intensamente...
O Fotógrafo ficou na dúvida donde lhe havia surgido este pensar. Do seu próprio raciocínio? Ou seria já a afectividade a comandar o seu sentir? Ou teria sido uma mensagem telepática vinda da Escritora, como já outras vezes acontecera?
_ Hoje, tens de mim o meu melhor, a minha maturidade, o meu amor pela vida, os meus sentimentos mais amadurecidos e conscientes...
_ Tens razão, na verdade. Continuas bela como há vinte anos. Estás madura, mulher feita, como nunca antes...
Quando algum tempo depois se encontraram na calçada, tudo o que antes está descrito, parecia fazer parte da vivência do Fotógrafo e da Escritora. Nada mais havia a acrescentar, pois a sintonia era total. Assunto encerrado.
O Fotógrafo retirou de um pequeno bolso do seu casaco todo-o-terreno uma folha de papel dobrada em quatro e deu a ler à Escritora.
_ Este texto destina-se a um “concurso literário para blogs” que se está a realizar do outro lado do Atlântico, ou será deste lado?
A Escritora leu-o atentamente, tendo-lhe aflorado um ligeiro sorriso aos lábios enquanto seu olhar ganhava um brilho mais intenso.
_ Está óptimo. Vais enviá-lo?
_ Somente se o fizer em nome dos dois, pois embora materialmente tenha sido eu a passá-lo para a folha de papel, o seu conteúdo não é somente de minha autoria.