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sábado, março 20, 2004

sentir o povo que vive

O fotógrafo e a escritora percorrem a calçada, vivem o Povo. Ele, escreve ideias e sentimentos com cada clique da sua máquina fotográfica. Ela, obtém as mais belas imagens com um simples pestanejar dos cílios e a leveza da pena na escrita.


A Esperança fez-se presente

O forte odor que os jasmineiros emanavam impregnando o ar até grande distância da sua localização era prenúncio de que algo de extraordinário iria acontecer, assim pensava a Escritora enquanto caminhava a calçada ao encontro do Fotógrafo que já a estaria a aguardar naquele bonito jardim fronteiro ao mar tão azul.

O Fotógrafo já a espera, tinha sido essa a sua suposição, sentado tranquilamente no bando do jardim feito de ripas de madeira colocadas em paralelo e pintadas de verde. Destes encontros semanais, melhor intemporais, o que interessa o tempo realmente?, transparece sempre um grande bem estar muita afectividade.

Conversaram longamente sobre os projectos em curso que desenvolviam em parceria, tanto dos aspectos puramente técnicos, a harmonização de imagens e textos como fortalecimento das mensagens a transmitir, como também, e muito em especial, sobre as acções de solidariedade que desejavam levar a efeito.

_ Já reparou, meu amigo, no doce aroma dos jasmins que parece estar em todo o lado?
_ Na verdade, o ar parece purificado, como se algo de muito importante estivesse para acontecer.
_ A cidade parece estar plena de optimismo e de esperança...

Deixaram a tranquilidade do jardim, atravessaram a pé as ruas mais movimentadas da cidade e, calçada acima, lá foram caminhando ao encontro de uma comunidade de meninos onde havia sido desenvolvido, pela Escritora e seu grupo de trabalho, importante acção de sensibilização para o ambiente e sistemas de drenagem e esgotamento. Hoje comemorava-se aí o final dos trabalhos que tinham decorrido com grande empenhamento dos meninos da rua.

_ O cheiro dos jasmins parece ser aqui mais intenso.
_ É verdade, mais parece que todas as plantas dos jardins e das floreiras das janelas cheiram a jasmim...
_ Está a ver o povão que se juntou nas imediações da comunidade para onde nos dirigimos?
_ Estranho mesmo...
_ As gentes parecem estar animadas e alegres...

Aproximaram-se mais, já bem perto da entrada do edifício o cheiro a jasmim era mais intenso, a animação contagiante, a esperança estava espelhada no rosto das pessoas. A esperança confundia-se com o cheiro dos jasmineiros. Lula tinha acabado de chegar aquele modesto local da cidade onde um grupo grande de meninos havia sido retirado da vadiagem das ruas através do programa de sensibilização ambiental pela arte cuja conclusão ali se festejava.

A Esperança estava ali! Duas lágrimas de grande alegria acariciaram o rosto da Escritora.

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