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segunda-feira, julho 28, 2003

ondas da caparica - 1

da Costa à Fonte da Telha no Transpraia

Custa hoje algumas moedas de Euro ir e voltar de combóio, da Costa de Caparica, na Frente Praias, até à Fonte da Telha, junto ao Términus, percorrendo este longo e maravilhoso areal da Costa Atlântica. Em 19 de Junho de 1960, para a viagem inaugural do característico Transpraia, o mesmo bilhete custou somente vinte escudos.

No primeiro ano da década de sessenta, quando a Costa de Caparica se apresentava como uma muito bela estância balnear - a linda Praia do Sol, o Transpraia era o único transporte ferroviário à beira-mar, sobre um areal. Hoje, mais de quarenta anos passados, em oitocentos quilómetros de Costa Atlântica da zona continental portuguesa, apenas se criou uma imitação pobre nas Pedras d'El Rei, próximo de Tavira.

O Transpraia é um dos símbolos da Costa de Caparica. Foi seu criador Casimiro Pinto da Silva, agricultor de Santo António da Charneca, no concelho do Barreiro, apaixonado pela caça e pelo tiro ao alvo, bom viajante que traz a ideia de França, sugerida numa visita a umas minas. E a vinda até à Costa de Caparica ficou a dever-se ao médico de família que sugeriu a Praia do Sol como o local indicado para cura das amígdalas de sua filha Ana Maria da Silva, actual proprietária do Transpraia, lado a lado com o seu irmão António Manuel Pinto da Silva.

Hoje, com quatro unidades e duas máquinas alemãs Shoma, a garagem e oficinas implantadas junto à Praia da Riviera, transporta nos quatro meses da época balnear, de 1 de Julho a 30 de Setembro, trezentos mil visitantes.




A Pesca do Grande Areal

A Arte Xávega, também designada por Pesca do Grande Areal, é uma arte piscatória caracterizada pelo arrasto da rede junto à orla costeira, em fundos arenosos, praticada nas zonas de amplos areais.

Esta arte piscatória tem origem na costa norte, tendo-se iniciado no Século XVI, quando os pescadores começaram a ir ao mar largar as redes, lutando contra a rebentação das praias, cercando o peixe com as redes que depois eram puxadas a braços para o areal. Praticada nos períodos de invernia, era a única forma que os pescadores encontravam para conseguirem meios de subsistência, atendendo a que no Inverno, devido às baixas temperaturas da água do mar o peixe se encontrar a maiores profundidades.

Hoje em dia a arte xávega é praticada nas praias da Caparica, nos longos e doirados areais, especialmente, nas zonas da Fonte da Telha, das Acácias e da Frente Praia. É mais frequente nos períodos de mar calmo, sendo já reduzido o número de colónias de pescadores que a praticam como meio de daí retirarem proveito para a sua sobrevivência, antes utilizando esta arte nos períodos estivais, por prazer e tradição.

Desde há alguns anos que as autoridades, pressionadas por decisões da União Europeia, têm vindo a criar dificuldades a esta prática tradicional, evocando o facto de tratando-se de pesca de arrasto destruir os fundos e capturar peixe demasiado miúdo.



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