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quarta-feira, julho 09, 2003

por terras do barrete castanho

Bucelas faz parte integrante do nosso imaginário gastronómico, desde quando tal significava uma saída para “fora de portas”, no caso concreto, para a região saloia, na procura duma deliciosa comezaina, sempre regada com bom vinho da região. Ainda recordo a tremenda bebedeira partilhada com uma boa amiga, que nos levou a passarmos o resto da tarde numa lengalenga do “ai Agostinho ai Agostinha Que rico vinho Mais uma pinguinha”, á época no ouvido de todos nós pela excelente rábula teatral da saudosa Ivone Silva com o sempre jovem Camilo de Oliveira.

Por falar em vinho, em “rico vinho”, Bucelas é uma extraordinária região vinícola, onde se impõe a casta Arinto, que dá origem a um vinho branco único, um DOC por direito próprio, que pela sua leveza e simplicidade acompanha e valoriza queijos fortes e complexos. Por que não um delicioso Niza?

A qualidade dos solos das quintas de Bucelas dão uma estirpe real à casta Arinto que se desenvolve pelo alcantilado das serranias a partir cá bem de baixo do fio de água que é o riacho do Boição, afluente de um ribeiro que aflui para o rio Trancão, com destino ao eterno Tejo.

A Quinta do Boição, uma das três quintas que em Bucelas são vinicolamente exploradas pelas Caves Velhas, as outras duas são a Quinta do Cardário e a Quinta da Ribeira, dá o nome e designação a um vinho branco com cuja prova me deliciei. E foi somente o princípio. Depois, e por esta ordem, viriam Clarete, Regional da Estremadura; Lagar Velho, DOC Douro; Quinta dos Patudos, DOC Ribatejo; e Tinta Roriz 2000, Regional da Estremadura.

De referir que as Caves Velhas nasceram do labor e imaginação de João Camillo Alves, figura incontornável do vinho português, mas cuja esposa (atrás de um homem importante há sempre uma mulher que o não é menos) nos deixou um legado ímpar, o “Bacalhau à Dna. Carolina Camillo Alves”. Quem hoje não aprecia um saboroso bacalhau assado, mergulhado em azeite e alho, servido com batatas “a murro”?

Como não há histórias sem pessoas, salvo nas fábulas, que não é o caso, aqui ficam as referências merecidas, em representação das respectivas equipas:
Carlos Fiúza, António Sousa e Pedro Rodrigues, do Jumbo Fórum Almada.
Eng. João Vicêncio (enólogo), Dra. Maria José Viana (produção), Dra. Teresa Fernandes (que tudo nos disse sobre...), das Caves Velhas.
As cozinheiras sob a batuta da Dna. Regina, julgo.



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