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terça-feira, agosto 05, 2003

um dia, uma ideia

Que chatice! Estamos de férias...

As dificuldades económicas e financeiras que o País atravessa, à semelhança do que acontece com os restantes países do mundo capitalista, têm sido bravamente enfrentadas pelo governo da Nação. Com uma energia ímpar, os governantes têm encontrado diversas soluções da maior originalidade. Em comum apresentam uma única característica: “sacar ao contribuinte indefeso impostos contribuições taxas coimas, até à exaustão”.

Depois de um ano de talentoso trabalho, as merecidas férias. Férias poupadas que os tempos que correm assim o exigem. As mesmas viagens, as mesmas festas, os mesmos almoços jantares recepções. Os mesmos cruzeiros. Tempos difíceis não são propícios a novas e diferentes aventuras. Há que ser comedido e poupado. Tranquilidade absoluta, pois há que recuperar energias para novas bravuras, após o regresso (rentrè é muito estrangeirado). Há que conseguir espremer ainda mais os magros bolsos dos trabalhadores e estes podem vir a ter mau feitio, indignarem-se, fazerem greves...

Não é que os incendiários, os autarcas, os bombeiros, o Povo sofredor, vêm agora incomodar o descanso dos governantes com a inventona “de que o País está a arder”?

Ministros a esfregarem os olhos do sono dos justos interrompido. Secretários de Estado a distenderem o esqueleto para saírem do doce torpor em que se encontravam. Um primeiro ministro taralhoco do sol que lhe bateu em demasia na moleirinha a não dizer coisa com coisa, a não saber sequer distinguir entre emergência calamidade catástrofe (mas isso que interessa? São palavras...).

Em resumo, um completo desprezo pelas populações sofredoras pelas vidas ceifadas pelos bens destruídos. Desvaloriza-se a dezena de mortos porque se salvaram milhões...

É o preço, pois o valor pouco interessa.

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