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quarta-feira, agosto 06, 2003

um dia, uma ideia

Despolitizar é desresponsabilizar

Acordei hoje de forma anormalmente agitada. Palavras ouvidas ontem, da boca do Primeiro Ministro, continuavam a martelar-me o pensamento. Senti necessidade imperiosa de me expressar publicamente sobre o assunto, sem barreiras, sem que as palavras ficassem presas a uma qualquer folha de papel.

Temos de agir para resolver os problemas e não politizar a situação”, esta é uma forma livre de transcrever as palavras que ouvi e que me torturam. Forma livre mas que expressa a intenção do que foi dito. A não ser que surja agora um desmentido, como vai sendo frequente nesta época de desnorteio.

Ainda admitiria ouvir dizer que não deveríamos partidizar a situação, juntando energias e vontades no sentido da ajuda às populações martirizadas. Mas isso seria totalmente impossível no pensamento de uma pessoa que tem sempre feito ouvidos moucos às opiniões de terceiros, senhor do saber absoluto.

Mas despolitizar, não! Isso é o primeiro passo para a tão desejada e sempre habitual desresponsabilização. Há que extrair e assumir de imediato a responsabilidade política da grave situação.

Como pode ser restruturado e deixado descomandado, em plena época de fogos, o organismo coordenador nacional dos meios de socorro?

Como podem ser iniciadas e não completadas obras destinadas à prevenção e, além disso, pagas com fundos comunitários?

Como se pode falar em prevenção em cima das situações de emergência, das situações de catástrofe, das calamidades?

Como se pode chegar ao século XXI ser existir um Plano Nacional de Protecção Civil devidamente testado e operacional?

Como se pode permitir que em pleno ano de 2003 muitos dos municípios não tenham ainda devidamente operacional o Plano Municipal de Protecção Civil, de que já se fala à cerca de 20 anos?

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