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domingo, agosto 17, 2003

um dia, uma ideia

Um Homem Solidário

Um espectáculo musical de uma noite de Verão, como tantos que se realizam por esse Portugal, desde as cidades mais luminosas até ao país profundo. Espectáculos simples despretensiosos de música popular e sem objectivos de uma maior qualidade. Contudo, espectáculos que atraem milhares de pessoas sedentas de um pouco de animação.

São momentos de esquecer as agruras da vida num turbilhão de sons e luz. Os artistas não são as grandes estrelas do musical internacional pagos a peso de oiro o que implica bilhetes caríssimos. Também não são artistas de elite, quer em poemas quer em qualidade musical.

Mas quem sou eu para fazer tal julgamento de qualidade, quando o Povo está massivamente presente e aplaude freneticamente as respectivas actuações, contrariando os epítetos que lhes são muitas vezes negativamente atribuídos.

No palco, o apresentador de serviço insurge-se contra a pressão a que os artistas nacionais foram sujeitos nos últimos dias, pelas editoras e pelas cadeias de televisão, para darem “borlas” nos espectáculos de solidariedade. Espectáculos que, como já tive oportunidade de escrever, não foram mais do que uma forma encapotada de lutar por audiências, com os consequentes reflexos nos preços da publicidade.

No fundo, os milhares de artistas que atuam no Verão por terras de Portugal têm nesta época a sua única fonte de subsistência para um ano inteiro. As cadeias de televisão só contratam e pagam aos artistas conceituados, mas quando se trata de “borlas” querem lá todos para “encher” horas, longas horas de emissão. Os artistas populares também comem e vivem.

O artista que se seguiu a actuar voltou a falar no mesmo tema. Ele próprio deu diversas “borlas” na semana passada, andou numa roda viva, de programa para programa. Contudo, ele próprio tomou uma atitude de solidariedade, que tornou pública no decorrer de um desses espectáculos, incentivando a que os senhores do dinheiro, que recebem fortunas como retribuição mensal, o mesmo fizessem.

Cedeu 25 por cento dos direitos de autor do seu último trabalho discográfico. Trata-se de Alex, o Mister Gay.

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