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domingo, outubro 19, 2003

entardecer mágico

Foi um dia de chover “cães e gatos”, quando caía uma bátega de água mais pareciam “picaretas”, contudo, aqui no Vale do Rosal surgiam de vez em quando amplos espaços de céu azul com o sol luminoso do costume.

Com o entardecer, o sol a pôr-se lá para os lados da costa Atlântica, para lá da Arriba Fóssil, o ar tornou-se cálido, de uma calmaria excepcional, mesmo um outonal entardecer, com o céu a tomar uma coloração vermelho forte, depois tonalidades de doirado.

Fim de dia mágico, pensei enquanto inspirava fundo toda a força telúrica que emanava do solo e que enriquecia todos os seres vivos que se animaram com esta incomparável força da Natureza.

De cada sebe de jardim, dos pinheiros mansos baixos e de copas redondas, dos bravos da mesma família que se elevam nas alturas, do topo dos telhados e das chaminés iniciou-se uma autêntica sinfonia, onde a melodia não seria a melhor mas a força do som era espantosa.

Dezenas, centenas até, de melros de bico amarelo encetaram estridentes cânticos do entardecer. É a ordem de recolher transmitida por vezes para dezenas de quilómetros de distância. É uma verdadeira euforia de vida impossível de reproduzir por palavras.

Vale do Rosal foi tocado pela magia do entardecer. Pouco depois, o silêncio. O cântico do entardecer terminara. Mas em fundo, a sonoridade única do enrolar do mar, lá para os lados do poente.

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