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sábado, outubro 25, 2003

mês do idoso

Hoje tive o privilégio de almoçar com 250 idosos da minha Freguesia, da minha área de residência.

Pessoas de diversos extractos sociais, desde as zonas de pobreza, conhecida ou encoberta, até gente cuja vida se processa com algum desafogo. Unidos, isso, sim pelo prazer da partilha da refeição e, igualmente, do convívio. Muitas dessas pessoas amigas ou conhecidas há muitos anos é nestes acontecimentos que se encontram.

Muitos já deixaram há muito a vida activa, outros ainda continuam a sua labuta, pois continuam a necessitar de obter proventos de trabalho para a sua subsistência. Todos já deram, outros continuam a dar a sua importante contribuição para o desenvolvimento do País. A maioria já foi posta de parte pela sociedade que somente conhece o imediato, a exploração do ser humano.

Neste almoço, encontrei, fundamentalmente, saberes. Encontrei vinhateiros e lavradores; Pescadores, lenhadores e carvoeiros; Costureiras; Recoveiros e artesãos de vime, aqui conhecidos por cesteiros. Ouvi histórias de todos estes labores que há muito foram deixados para trás pelo avanço do betão, pela expansão (e especulação) urbanística.

Quanto saber ali disperso em duzentas e cinquenta pessoas. Quantas vidas vividas. Quantas expectativas frustadas e quanta realização.

Foi uma festa linda. Dançou-se como acontecia nas grandes festas que se realizavam nas colectividades locais, especialmente, para festejar a adiafa (*).


(*) Na hoje tão urbana Charneca de Caparica, concelho de Almada, já se produziu um dos melhores e mais apreciados vinhos do distrito de Setúbal.

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