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segunda-feira, outubro 13, 2003

um outro olhar

Uma nova parceria

A idéia não é nova e é bem simples. Nasceu em Portugal, mais especificamente na Oficina das Idéias. É mais uma parceria entre Brasil e Portugal. A partir de hoje, todas as segundas-feiras, Vicktor e Deméter vão apresentar um texto escrito a quatro mãos sobre temas variados. Não existe uma regra específica, um acordo de escrita, serão apenas os nossos olhares lançados sobre um mesmo tema e que pode ter continuidade ou não. O texto será publicado simultaneamente nos dois blogues. Bom, não temos muito a explicar, queremos lançar a semente e ver como germina.

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Olhar perdido para lá do infinito de um planalto florido, das cores e dos odores tão esquisitos, que o alquimista dos sentires e dos quereres utiliza magistralmente para construir o amor.

Passados terras e mares, onde o olhar já não alcança, mas onde o pensamento e a imaginação do artista navega o sonho de tonalidades sépia com pinceladas de um verde esperança, voltamos à terra onde as “outonalidades” significam música, música intimista e tranquila.

No palácio, antes casa senhorial, e nos seus primórdios pavilhão de caça, os sons ecoam nos salões, sons de uma musicalidade ímpar, saídos de mãos sensíveis, esguias, ágeis que dedilham suavemente as teclas de um maravilhoso piano de cauda.

O artista queda-se tranquilo agora embalado por suaves sonoridades. E sonha... o seu sonho recorrente. Leve como uma ave, voa voa voa, sem limite e sem cansaço. Passa montes e vales por espaços amplos muito belos. O Mundo um dia será todo assim: doce, tranquilo, solidário.

Lá bem no alto, onde o firmamento é mais azul, o artista ficou na dúvida. Será Outono ou Primavera? Tonalidades de castanho com pinceladas de verde esperança, frutos secos e jeropiga em perfeita harmonia com esvoaçantes beija-flor de flor em flor, doirado sol e jarros de suco de manga, abacaxi e doce de goiaba.

É nesse espaço imaginário que os olhares perdidos se encontram, que as almas se entrelaçam num profundo e esplendoroso abraço. A fascinação deste encontro é como um poema, é luz, é sedução. Apenas olhares e o som universal do piano.

Pouco importa se é Primavera ou Outono. Somente ali, naquele ponto perdido em algum lugar do espaço as diferenças não existem. Não existe velho, nem novo. Não existe feio ou bonito, não existe perto nem longe. Apenas o mar de sentimentos tão intensos e imenso quanto o oceano que os separa.

Naquele instante mágico são apenas dois amantes apaixonados alimentando o espírito. Fundem-se, construindo o Amor além das muralhas de um castelo, além dos limites humanos. O artista, que embalado pela música voa, pode encontrar a sua musa, que esquece o olhar em um ícone qualquer deixando seu pensamento expandir em espirais de luz. Um encontro sem toques. Como em um templo. O amor existe além dos dois.



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